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Historia Economica Geral USP

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História Econômica Geral
(Aulas 09,11,16,18, 23 de agosto e 13,15,20,27 de setembro)
A Idade Média (09/08/2016)
Como descontruir o feudalismo e reconstruí-los a partir do capitalismo?
“Ao contrario do caráter cumulativo do advento do capitalismo, a gênesis do feudalismo na Europa derivou de um colapso catastrófico e convergente de dois modos de produção distintos e anteriores. O escravista da antiguidade clássica e o primitivismo germânico” O feudalismo é a recombinação de seus elementos, que são desintegrados e que verdadeiramente liberou a síntese feudal, a qual por isso conserva um caráter hibrido.” Perry Anderson
Tendo isso como ponto de partida, discute-se:
Feudo, Feudalismo e Idade Média não são sinônimos. 
O feudalismo é algo específico uma síntese. Dentro do arcabouço marxista, o feudalismo é a reunião do modo de produção escravista (dominante no Império Romano) e o conflito deste com o primitivismo germânico. 
Perry Anderson: Marxista, preocupação conceitual e metodológica que se vale do materialismo histórico. Incorpora a lógica da dialética, modo de produção precisa de uma crise interna. 
Modo de produção: Estrutura que abarca as relações de produção (como se organiza a sociedade) e os fatores de produção (estágio das técnicas da estrutura produtiva – divisão do trabalho, aperfeiçoamento técnico etc.). Em formas mais desenvolvidas como o capitalismo, a ideia de incorporação de máquinas e técnicas para aumento da produtividade e o desenvolvimento da divisão do trabalho passam a ser centrais. 
Tema de pesquisa: A Transição do modo escravista para o feudalismo e a formação do estado absolutista como parte decisiva na dissolução da sociedade feudal e construção do capitalismo.
O que é Feudalismo? 
Não é um sinônimo de Idade Média, que é um período mais amplo que o feudalismo e que abarca a crise da Antiguidade ao Renascimento. A Sociedade feudal abarca características especificas do século IX ao XIII segundo Mark Blok. Perry Anderson trabalha com a noção de modo de produção.
A Origem do Feudalismo:
 Choque de civilizações, choque de dois modos de produção anteriores. 
Antiguidade Clássica: (Atenas e Roma como universo das cidades, mundo urbano, arquitetura e artes, produção intelectual, filosofia, direito romano) Os elementos da civilização urbana, herança desse universo, são um efeito fachada. Só é possível explica-los quando se examina o que produziu essa sociedade, ou seja, a produção agrícola. A prosperidade econômica dessas sociedades provia da produção do campo. O que sustentava essas cidades e essas civilizações não é a vitalidade urbana, o que explica essa exuberância material é o que vem de fora da cidade, a produção agrícola. Cidades são dominadas pela elite agrária, e a renda é fundamentalmente agrícola. A relação de produção dominante é o escravismo, ainda que não seja possível desprezar a existência de camponeses livres, artesanato urbano. Mas segundo Perry Anderson, a estrutura dominante que gera a riqueza das cidades é a produção agrária escravista. Sendo assim, o Modo de Produção (baixa divisão social do trabalho e pequena produtividade) é um ponto chave para explicar a expansão e crise da antiguidade clássica. 
Se essa estrutura depende do escravismo, a forma fundamental para manter o sustento dessa sociedade depende do avanço lateral, ou seja, conquista geográfica de caráter militar em contraposição a pequenos ganhos econômicos. A forma de produzir em Atenas e Roma era basicamente sustentada nas mesmas relações e técnicas de produção, o aumento de produtividade era ínfimo.
 A história do Império Romano corrobora com isso, pois busca a todo custo a conquista geográfica. Esse avanço é decisivo, pois garante a sustentação dessa estrutura produtiva; a crise dessa sociedade tem a ver com a redução da capacidade de expansão das fronteiras, marcada por maiores custos econômicos para expandir e menor possibilidade para extrair mais renda. Ocorre a elevação do preço dos escravos, o produtor enfrenta dificuldades na reposição da mão de obra, levada à estagnação econômica caracterizada pela queda na produção no campo. Ascensão e crise dessa sociedade estão diretamente relacionados a ascensão e crise do sistema escravista.
A crise no campo, portanto, gera crise na cidade. A cidade não mais se sustenta, na falta de riqueza material que viabiliza sua sobrevivência, e o campo precisa de mão de obra que não esta sendo reposta. Trabalhadores da cidade passam a migrar para o campo. Ocorre uma tendência de retorno de cidadãos para o campo, trabalhadores antes envolvidos com atividades urbanas se transformam em camponeses subordinados a um grande proprietário que necessita de mão de obra para manter sua produção. Enquanto cidades estagnavam e entravam no declínio, ocorria na economia rural modificações de maior alcance, o presságio da transição para outro modo de produção. Começa a colocar em cheque a escravidão, numa transição para um sistema de camponeses dependentes. Esse modelo começa a conflitar com o primitivismo germânico. 
O que é Primitivismo Germânico?
 Modo de produção baseado numa lógica comunitária, divisão do trabalho é ainda menor. Reunião de pessoas em clãs ou famílias, existe a questão do pertencimento a uma comunidade. As pessoas tem direito e acesso aos bens da comunidades, apenas sendo parte da comunidade. Lógica de funcionamento não está fundamentada na propriedade privada. A hierarquia está organizada em fatores culturais. Há trocas e comércio, mas tudo pertence à comunidade. Essa sociedade começa a sofrer os primeiros abalos com o contato com os romanos, há uma intensificação das atividades comerciais. Além disso, há um aumento dos conflitos e guerras com os romanos. Construção de uma estratificação social inexistente até então, os chefes clãnicos começam a se empoderar. Ocorre uma dissolução da estrutura primitiva até o final do império romano do ocidente em 476 DC. Nesse choque dos dois modos de produção, ocorre a síntese feudal, liquidando os dois modos de produção anteriores. 
Como elementos da antiguidade e do primitivismo são reconstruídos na síntese feudal?
Estrutura produtiva
 Papel central do campo, produção agrícola permanece como centro decisivo na produção da sociedade feudal. Fatores de produção ainda muito limitados. Baixa divisão do trabalho e baixo uso de maquinas e equipamentos. 
Estrutura Fundiária
Em Roma, era o escravismo fundamentado no latifúndio com a presença dos colonos. Nos povos germânicos, enclaves comunais e regime alodial nas cidades. As Regras de sociabilidade são definidas pelos membros da sociedade. O feudo era constituído de uma grande propriedade privada onde as terras são comunitárias. Oposição entre o direito romano associado à noção de propriedade privada e a tradição germânica (propriedades comuns e direito consuetudinário) 
Relação de Produção
 Servidão. Na reconstrução dessas duas sociedades, a crise da escravidão em Roma provoca o surgimento de um camponês dependente, subordinado a um patrono, o proprietário da terra. Entre os povos primitivos, há uma degradação do camponês livre, devido a nova hierarquização social que se institui, constrói-se uma relação cada vez mais hierárquica, com a dominação de um sobre o outro. Esses dois aspectos constroem um tipo de trabalhador, o servo, cuja mobilidade jurídica é limitada. O excedente da produção é feito por meios coercitivos, extra econômicos. 
Organização Politica
 De um lado, o comitatus germânico (caminho para a relação feudal de suserania e vassalagem) próximo à clientela romana (lógica das obrigações militares e tendência a descentralização politica). O detentor do poder politico nas propriedades são os proprietários, mas há reorganizações em torno das questões militares.
Concepções Fundamentais do Feudo
Não há terra sem senhor (direito de uso da terra pelos servos, o senhor não pode tirar a terra do servo ou definir o que será produzido por ele) O servo não é livre, mas detém os meios de produção. Para que elepermaneça na terra, deve cumprir suas obrigações: A corveia (trabalha na terra do senhor), a talha (parcela da produção própria destinada ao senhor) e banalidades (impostos pelo uso dos moinhos e outros fatores).
Entre o século IX e XIII há um período de expansão do feudalismo, pelo crescimento da produção, áreas produtivas, produtividade e principalmente a população, até a crise no século XIV.
A Constituição da Economia Mundo (11/08/2016)
Wallerstein: O sistema mundial moderno
Marcos teóricos:
Formação de economia mundo
Influenciado pelo braudell (historia com caráter geográfico) – Existem dimensões da vida social e econômica que precisam ser separadas.
Civilização material
 Espaço mais amplo: Grandes estruturas permanentes que alteram o longo prazo. Define a forma da relação entre os indivíduos (transição entre o feudalismo e o capitalismo por exemplo). Existem também agentes decisivos.
Economia 
Espaço conjuntural: influência mais conjuntural entre os indivíduos, decide o funcionamento da vida material. Decisões influentes são feitas por grupos menores de pessoas. Ocorrem períodos de crescimento e crise, em que alguns agentes possuem posições mais decisivas e que impactam a vida das pessoas.
Vida Material
Espaço cotidiano: relações sociais e econômicas entre os indivíduos cuja presença é cotidiana, e que tem impacto estrutural muito pequeno. 
Na leitura do autor, essa hierarquia precisa ser analisada para entender o funcionamento da sociedade. 
Wallerstein – existem elementos permanentes, mas essas estruturas podem mudar ao longo do tempo. É preciso entender a dinâmica da mudança social. O problema é que essa análise é feita a partir de marcos políticos e jurídicos, mas deve se analisar através de uma unidade social maior. A unidade de análise não pode ser nacional, mas sim mundial. O sistema mundo reduz a importância de aspectos políticos e a unidade se torna econômica e não politica. É uma análise do desenvolvimento econômico integrado e não do Estado soberano, da trajetória de um país etc.
Quatro grandes épocas que marcam as estruturas que são a civilização material:
Origens e condições do sistema mundial europeu: espaço da formação dos estados nacionais, abertura da Europa para integração com outros espaços mundiais.
Consolidação do sistema mundial europeu: Ocorre no período de 1640 a 1815, nova relação com o espaço periférico e outras economias externas que influenciam as condições para a revolução industrial. Utilização da periferia como produtora de matérias primas e mercado consumidor.
Economia mundo como empresa global: espaço constituído pela liderança da Inglaterra, incorpora outras experiências de revolução industrial atrasada no século XIX (1815) até a Primeira Guerra. Ocorre uma integração completa e profunda entre as diversas economias nacionais.
Economia mundo capitalista: difusão do capitalismo é plena, urbano e industrial. 
Origens e condições do sistema mundial: momento marcado pelas grandes navegações, Era dos Descobrimentos. Esse momento marca a expansão do território econômico europeu. Precisa-se entender esse processo como uma necessidade econômica dentro da Europa que permite a formação dos estados nacionais. Sai de uma sociedade descentralizada e senhorial para uma sociedade de formação de estados nacionais de caráter capitalista. Entender 1450 e meados de século XV tem a ver com um movimento da economia mundo em formação europeia. Define a liderança e direção europeia, é uma entidade econômica e não politica, que busca uma forma cada vez mais eficiente de realização do excedente. 
O projeto europeu de expansão, não era o único projeto de economia mundo existente naquele momento. Existiu o projeto chinês, russo e das cidades italianas.
Esse projeto passa pela superação da crise do feudalismo. Somente com a expansão da produção nos marcos de uma economia moderna poderia se converter o comercio de longa distância e em parte em comercio massivo (constituição de mercados exteriores) que por sua vez alimentaria o capitalismo e a industrialização. 
A partir do século XIV chega ao limite do crescimento e segue tendência decrescente da sociedade feudal. Fome, peste e guerra são parte de uma crise maior. A fome é o limite econômico da sociedade feudal. A estrutura feudal de ampliação da produtividade era muito limitada, em dado momento há uma tendência de queda da produtividade agrícola devido a uma expansão territorial (absorve áreas menos férteis e degrada a terra) e sociedade fica muito mais suscetível aos conflitos, fome e guerra. Crise é decisiva para entender a pressão que se coloca na sociedade europeia, que exigiria novas áreas produtivas.
 A expansão europeia ocorreu pela busca de novas áreas cultiváveis e produtivas. A própria logica de maior controle da produção relacionada à centralização do estado, politica mercantilista, novos territórios e métodos produtivos corroboram com um projeto europeu, iniciado por Portugal. 
Wallerstein- se as necessidades alimentares ditaram a expansão geográfica, os benefícios alimentares foram ainda maiores. Disseminação do projeto marítimo bem sucedido (Por exemplo, o enorme lucro da viagem de Vasco da Gama às Indias) mostrava um caminho novo que seria copiado por outras civilizações. 
A hegemonia econômica portuguesa coloca-se de maneira contrária à concorrência das cidades italianas e marca essa nova lógica de expansão. É preciso entender o sistema mundial europeu com duas formas de relação com as áreas exteriores: periferia e arena exterior.
Periferia é o setor geográfico onde a produção é essencialmente de bens de baixa categoria, cuja mão de obra é pior remunerada e é parte integrante do sistema mundial de divisão social do trabalho (segunda servidão na polonia e leste europeu).
Arena Exterior é composta por outros sistemas mundiais com os quais uma economia mundo europeia mantem algum tipo de relação comercial e intercâmbio de bens de luxo, como a Rússia. No caso da Ásia e América, as relações econômicas são definidas a partir do interesse metropolitano. 
O que é o momento de consolidação do Sistema Mundo? Portugal tem duas áreas de abastecimento nas Índias e na costa africana. Nas índias e costa africana só tem o objetivo de comércio. Por outro lado, na América, tem por objetivo a cultura e o comércio conjuntamente. Portugal estabelece uma relação de comercio e politico diferente na América em relação à África e Ásia. Os bens cotidianos produzidos na periferia passam a ser cada vez mais centrais no comércio mundial, porque efetivamente nesse sistema mundo há a necessidade da divisão social do trabalho. 
A lógica do sistema mundo nos permite compreender as hierarquias e relações que não são necessariamente de um país para o outro, mas sim da integração de regiões por conta da própria estrutura econômica que esta sendo constituída. Essa relação tende a ser alterada ao longo do tempo conforme a direção da indústria, se o centro muda a periferia também se altera. 
O Mercantilismo (16/08/2016)
 Conjunto de práticas econômicas com características especificas, distintas das praticas anteriores no período feudal (descentralizada, economia natural de subsistência e comercio residual) e das praticas do liberalismo posterior.
A politica econômica mercantilista
 Se ela não é necessariamente uma fase especifica, suas intervenções na economia possuem diferentes momentos de inicio e fim. Assim como o estado absolutista português é o pioneiro, seguem posteriormente o inglês, francês, e russo. Cada estado de formação absolutista tem seu próprio período de praticas mercantilistas. De maneira geral, observa-se que o mercantilismo se interpõe entre a crise da sociedade feudal e entre o período liberal. 
Se existem esses diferentes períodos, existem diferentes experiências de politica mercantilista, que dependem de cada nação. O que é comum e dá unidade ao mercantilismo?
Hecksher – o mercantilismo é um conjunto de fenômenos econômicos que tem como papel acima de tudo criar condições paraa consolidação dos estados nacionais. Atrelado a isso, o objeto da politica mercantilista é o Estado, e por isso essas medidas tem o mesmo fim independentemente da nação em questão. É a superação do particularismo jurídico politico (descentralização) da sociedade feudal e do poder da Igreja. É um sistema unificador, no sentido de criar as condições para a unificação, construindo um campo econômico homogêneo (formação de moeda, tarifas comuns, pesos e medidas, integração do mercado nacional). É um estado que cria fronteiras, possui um exercito e burocracia nacionais. Como sujeito, o estado possui a função de construir o campo econômico e politico nacional. Se o estado é o objeto e sujeito do processo e está impulsionando as atividades econômicas, tem se a noção de poder de um estado frente aos outros. 
O sucesso da riqueza de um estado e o acumulo estão relacionados ao poder que ele exerce sobre outros estados (Como a renda obtida a partir da balança comercial).
Hecksher: tanto a ação unificadora e propensão ao poder são um sinal claro para a pratica mercantilista, independentemente do estado e pratica que foram tomados. O mercantilismo era visto como um meio econômico com uma finalidade de fortalecer o estado absolutista, diferentemente do liberalismo. 
Práticas Mercantilistas: fatores extra econômicos, riqueza não é obtida por meios puramente econômicos. 
Sistema protecionista (garante o mercado nacional, viabiliza a exportação)
Balanca comercial favorável (garantir a entrada de recursos necessários)
Metalismo 
Pacto colonial
Síntese: para o autor, portanto, o mercantilismo cumpre um papel decisivo na ideia de um sistema unificador (formação estado absolutista), sistema de poder (crescimento, comercio internacional, grandes navegações) e como prática da intervenção (protecionismo, intervenção no mercado) Cria-se uma regulação econômica, um serie de formas de atuação, redefinição das relações econômicas em relação ao período anterior, criando condições para o surgimento do capitalismo, mas com mecanismos ainda arcaicos como regulação e intervenção estatal. 
O mercantilismo extrai renda de outros países (relação de poder entre estados). 
Dobb analisa uma tipologia para compreender o que está por trás de cada trajetória de cada estado. O pacto colonial, por exemplo, utilizado principalmente por Portugal e Espanha, tem caráter de monopólio sobre outros territórios. Essas experiências foram bem sucedidas por causa do acumulo de metal dos territórios e se valem do monopólio colonial. Esse processo criou um ambiente de acomodação aos grupos portugueses, e o papel da nobreza se reforça nessa estrutura ibérica, para fortalecer o poder nobiliárquico. 
Alémdisso existe o industrialismo de Colbert, na França caracterizado pelo sistema protecionista e monopólios reais. A indústria têxtil emerge dentro do estado. O absolutismo do antigo regime e a centralização monárquica impunham um limite para a expansão da indústria têxtil francesa. No caso inglês, no pós 1640, o comercio internacional se torna central para os ingleses, observado pelos atos de navegação e estímulos as companhias de comercio. Isso ocorre principalmente pela ascensão do parlamento, e a politica econômica inglesa passa a ser influenciada pela burguesia ascendente. O mercantilismo é praticado em beneficio a uma classe nova, a própria burguesia. 
Em suma, o absolutismo francês implanta um mercantilismo que favorece o sistema nobiliárquico, enquanto o absolutismo inglês pós 1640 favorece a burguesia emergente. 
Dobb observa que ate a revolução industrial ser efetivada, a burguesia nascente também dependia do mercantilismo para caminhar na transição para o capitalismo. A questão central, o papel do mercantilismo para Dobb, não era o poder do estado, mas o poder de determinado grupo dentro do estado. O estado se forma efetivamente, mas a politica econômica dos estados é enfatizada em uma ou determinada direção. Alguns estados caminharam para fortalecer a estrutura do antigo regime, e outros para superar essas estruturas. Ainda que todas as praticas fossem mercantilistas, como a intervenção no comercio e no mercado, de uso do estado para o enriquecimento. Existem mudanças bastante evidentes entre os países em constituição nesses momentos.
Para Dobb, o Estado não é tão autônomo, ele é a representação de uma classe social. Ele possibilita o avanço de determinados grupos em algumas nações. As politicas econômicas tem um caráter nacional, mas a maneira com que ela é conduzida favorece determinado grupo.
O que Dobb propõe é que o mercantilismo é um instrumento poderoso para a acumulação primitiva de capital. Basicamente, isso define a possibilidade de ascenção de um novo grupo, e da riqueza que o constitui, e dos instrumentos que se valem para essa riqueza. Para que o capitalismo seja pleno, deve haver uma acumulação de recursos para os grupos burgueses, sediados na Inglaterra, que se utilizaram do mercantilismo para isso. Nesse período, na Inglaterra já havia todo um sistema bancário de dividas publicas, que podia transferir renda para determinado grupo, através de títulos públicos. 
Além disso, é um período de formação da propriedade privada através dos cercamentos. Ocorre uma concentração da renda através das propriedades para esses grupos burgueses por meio do arrendamento da terra. A renda dos proprietários se eleva devido ao processo inflacionário em curso. 
Para Dobb, a estrutura da acumulação primitiva criou uma capacidade de construção de renda para um determinado grupo que foi decisivo para o processo de ascensão da burguesia. Esses mecanismos extra econômicos de realização da renda dessa burguesia são funcionais, atendem à burguesia até a sua consolidação e fortalecimento. Mesmo a pratica mercantilista tendo inicio em Portugal, o primeiro momento de questionamento do mercantilismo ocorre na Inglaterra num momento em que os grupos comerciantes, capitalistas, burgueses e industriais, já não dependem mais dessas praticas e podem avançar o mercado. O discurso de superação do mercantilismo vem do grupo que conseguiu superar, que era mais transformadores do que outros: a burguesia inglesa de discurso liberal. 
O Estado Absolutista – Formação e Sentido (18/08/2016)
É resultado das heranças históricas que o formam. 
Wallerstein - grandes restauradores da ordem interna da Europa ocidental. O aspecto muito relevante nesse espaço é o financeiro. Por meio de uma alta burocracia cívica militar, forte o suficiente para taxar e financiar uma renda maior para a estrutura burocracia. Ao se fortalecer, a burocracia cria condições para ampliar a extração de renda. Quanto mais bem sucedido for a construção desses aparelhos financeiros, mais forte será o aparelho burocrático estatal. Rapidamente se fortalecem e se centralizam.
Perry Anderson: Prefácio, identifica o objetivo e forma de analise. Seu objetivo é estudar o desenvolvimento do estado absolutista na Europa e o método é o materialismo histórico, que para ele dá a possibilidade de evitar ou superar alguns problemas de análise. 
O conceito de estado absolutista é amplo, ele tenta analisar as especificidades e reconstruir algo que possui um sentido mais geral, a partir do materialismo histórico. Supera uma leitura típica dos historiadores que ele diz que esquecem problemas teóricos ao enfatizar de maneira muito detalhada os particularismos. Por outro lado, ele busca essa analise abstrata e geral que também não da conta da realidade.
O objetivo em suma é realizar o estudo de maneira a analisar o conceito geral, observando as especificidades do estado absolutista. Para responder isso, ele analisa as estruturas puras ao absolutismo, que é comum a todas as experiências, mas também avalia as variantes das historias nacionais. 
Dentro do estado absolutista há duas grandes formações/modelos comuns.
Europa ocidental – Momento, causa da formação, resultado em direção a redução do trabalho servil, dinâmica econômica mais comercial, etc. (França Espanha, Inglaterra)Europa oriental – ainda que a formação tenha elementos gerais e comuns, a experiência ainda é distinta. Formação é posterior e o resultado leva em direção à segunda servidão. O final do estado absolutista tende a ser postergado. 
Ponto de partida do autor: Perry Anderson reforça que o mercantilismo tem diferentes começos e fins, logo o absolutismo também tem múltiplos pontos de partida e o seu estudo tem uma importância, pois olhando o que o estado fazia e priorizava, suas ações politicas econômicas e sociais, é possível compreender a luta de classes. Jargão marxista do autor, semelhança com a crítica de Dobb ao Hecksher, é preciso analisar quais são os grupos, a coalização de forças, que geriam o estado. Quem o governo efetivamente representava. Analisando as prioridades do estado, é possível identificar quem esse estado estava representando. 
O ponto de partida para a formação do absolutismo na Europa ocidental é a crise do feudalismo no século XIV, que significa o limite do modo de produção feudal. São experiências históricas que possuem em algo em comum (França Inglaterra Espanha e Portugal): a centralização do poder como uma crise no sistema de vassalagem. 
Ele busca entender o significado do estado absolutista a partir de Engels. Segundo ele, existe u certo equilíbrio de poder entre dois grandes grupos, uma nobreza feudal e uma burguesia urbana e comercial.
A exemplo de Portugal na revolução de Avis existe o poder politico que é decisivo para a formação do estado, mas não detém poder econômico suficiente. Há uma centralização na figura do rei, que reúne grupos distintos dentro do próprio estado. 
Em uma outra corrente marxista, Poulantzas crê que o absolutismo como estado de transição é uma instituição burguesa, com seu estado centralizado, exército permanente, burocracia própria e nacional. 
Perry Anderson reconhece que ocorre uma desintegração gradual da servidão, mas crê que o fim da servidão não significou o fim das relações feudais no campo. O cercamento inicia uma mudança em direção ao trabalho assalariado, mas o arrendatário das terras não detém os trabalhadores, que precisam ser contratados. A coerção extra econômica privada, a dependência pessoal e a associação do produtor direto camponês com os instrumentos de produção não se desvaneceram necessariamente, como o subproduto rural deixou de ser extraído na forma de espécie e passou a ser renda e dinheiro.
A desintegração, com o inicio da introdução de trabalho assalariado, não significa o fim das relações feudais. Para ele, apesar da formação do estado absolutista e tendência de cercamentos, a propriedade ainda na transição era aristocrática. Não há um mercado de terras, não há a mobilidade no trabalho. O camponês mesmo recebendo salario de quem arrenda a terra ainda está subordinado ao senhor que detém a propriedade. Mesmo que o estado absolutista avance em algumas características, ainda há feudalismo e uma relação do produtor direto com sua terra. A lógica da propriedade privada ainda não está plenamente difundida. Para ele a classe econômica e dominante ainda é a aristocracia feudal, logo as revoluções francesa e inglesa (burguesas) só tem sentido quando se entende que o absolutismo ainda tem caráter feudal e aristocrático.
Portanto, o Absolutismo é um novo aparelho de dominação feudal de um grupo especifico: a aristocracia. A crise do feudalismo e a formação do absolutismo é um ultimo sopro de sobrevivência da nobreza, a logica é centralizar e ampliar o poder para permanecer nessa estrutura.
A Transição
De fato, na Europa ocidental há uma estrutura típica de extração de renda durante o feudalismo. Por condições de queda da produtividade e rendas feudais, num momento em que os senhores procuram ampliar sua renda, incorre em uma pressão ainda maior sobre o servo, buscando aumentar a quantidade de horas de trabalho nas terras do senhor e aumentar a extração de renda, um dos motivos para a crise feudal levando a uma serie de conflitos. A partir desses conflitos os senhores reconhecem que não da mais para reproduzir esse modelo, surge uma tendência de substituição das obrigações clássicas (talha, corveia e banalidade) para rendas monetárias (podem ser impostos). 
Outra característica dessa crise que encaminha um processo de transformação, é que o senhor também vive em risco. A capacidade militar e politica de extração da renda chegou ao seu limite, o risco de revoltas camponesas aumenta. O senhor tem uma dificuldade e precisa controlar a classe camponesa, por conta da expansão das revoltas. Ele abdica das formas clássicas de extração da renda e ocorre um desaparecimento gradual da servidão. A lógica servil começa a ser transformada. Para Perry Anderson, o fato do senhor se sentir ameaçado dentro do próprio feudo faz com que ele abdique de seu poder local em prol de uma tentativa de centralização do poder. Ocorre o deslocamento da coerção politico legal para um estado centralizado. Tendência de acumulação politica – robert brenner.
O estado absolutista é o mecanismo necessário e possível para se manter o poder feudal, mas que gera um conflito com a aristocracia feudal. É um mecanismo de ampliação e centralização do poder para sustentar a estrutura feudal. Logo, a lógica típica da estrutura descentralizada e relação de suserania e vassalagem vai sendo desfeita. Há um enfraquecimento das concepções medievais de vassalagem, pois acaba a logica hierárquica, surge o poder central de uma monarquia. Além de uma emancipação do poder local descentralizado e dos domínios da nobreza. As regras jurídico-politicas e econômicas passam a ser ditadas pelo estado e não pelo senhor. Há uma perda politica do poder local do senhor, em contraposição aos ganhos econômicos. O Estado centralizado, que conseguiu conquistar as terras dos senhores, também possui um compromisso com eles de financia-los.
Essa reconstrução do poder feudal vê a necessidade de se adaptar à burguesia nascente. As cidades passam a desempenhar um papel decisivo na economia e os Estados reconhecem a importância dessas cidades, que incentivam o deslocamento das pessoas em busca da liberdade. O Estado absolutista representa um reagrupamento feudal mas que não deixa de reconhecer que existe uma sobre determinação da burguesia; ou seja, a politica mercantilista e o crescente poder econômico advindo dessas atividades comerciais burguesas eram parte importante que passaram a influenciar diretamente a economia feudal.
Para Perry Anderson, o exercito no estado absolutista continua mercenário, diferentemente do estado liberal cujas tropas são compostas pela sociedade. Isso não corresponde a uma logica da racionalidade do estado burguês onde o cidadão é o corpo militar, a definição desse exercito continua feudal militar. Além disso, sobre o sistema fiscal e burocrático, decisivo para Wallerstein, observa-se que os cargos passam a ser exercidos pela nobreza que abdicou de seu poder local e passa a se encarregar da administração publica do estado. Além disso, sobre a forma de extração da renda, percebe-se um caráter parasitário, pois essa nobreza era sustentada principalmente por essa renda. A burguesia se incorpora por meio da venda de cargos, especialmente no momento de crise do estado absolutista, isso passa a ser um instrumento poderoso para o financiamento do estado. Os camponeses sãos os que pagam impostos, reforça-se a estrutura feudal. O que há de novo é que a renda local é substituída por uma renda nacional, entretanto a lógica continua a mesma. Sobre o mercantilismo como uma politica econômica voltada para a construção desse estado, (financiadora do estado) é responsável pela sustentação do próprio estado. No que diz respeito a diplomacia, ela é extremamente voltada às dinastias, o que move os acordos diplomáticos é a transição das dinastias e não a nação. O estado representa uma dinastia que detém poder sobre a nação. 
Estado absolutista se configura como um elemento de transição para o capitalismo.
Perry Anderson “imensamente ampliado e organizado o estadofeudal absolutista era portanto continua e profundamente sobre determinado pela expansão do capitalismo no seio das formações sociais compostas no período moderno inicial” - É um estado feudal que sofre influencia das relações capitalistas. 
Como o Estado participa como um elemento de transição?
Economicamente – expansão das atividades econômicas, comercio, ampliação das rotas comerciais, estimulo mercantil, formação do mercado interno e cooptação da burguesia. 
Politicamente – recupera um sistema jurídico-politico romano, racionalização do estado com o direito civil e publico, ideia da propriedade privada. Há uma combinação de modos de produção, com a preponderância do feudal
“Com efeito, o paradoxo aparente do absolutismo na Europa ocidental era que ele representava fundamentalmente um aparelho para proteção da propriedade e dos privilégios aristocráticos, embora ao mesmo tempo os meios através dos quais essa proteção era promovida pudesse simultaneamente assegurar os interesses básicos das classes mercantis manufatureiras emergentes” 
O Estado cumpre um papel importante na transição, pois promove a abolição de barreiras de comercio, confisca terras da igreja, expande territórios e o comercio internacional.
Porque a transição só ocorre na crise do estado absolutista?
Centralização econômica, protecionismo e expansão ultramarina engrandeceram o estado feudal tardio, ao mesmo tempo em que beneficiavam a burguesia emergente, criando condições de ascensão e fortalecimento dessa burguesia, que levariam mais a frente às revoluções burguesas que significam a superação do estado absolutista.
A Acumulação Primitiva (23/08/2016) 
Dobb: se a discussão é sobre acumulação primitiva e o momento de transição, é preciso definir o que significa a passagem de um para outro modo de produção.
Esse momento define mudanças qualitativas e estruturais muito claras: a subordinação da produção ao capital, o aparecimento dessa relação de classes entre o capitalista e o produtor. Aquilo que é a mudança do modo de produção feudal para outro modo de produção capitalista. Existe uma nova relação se constituindo, não natural, que será a passagem do camponês servo para mão de obra assalariada, e o capitalista, que é o detentor dos meios de produção (antes era o senhor feudal).
Exemplificando, numa unidade produtiva feudal típica se produz o valor de uso para os produtores, algo para a subsistência para os que vivem naquela unidade produtiva. Existe uma relação de produção não ao capital, mas sim ao consumo imediato (contrário de Weber) . A partir da mudança que está ocorrendo, a subordinação da produção ao capital passa a ser cada vez mais dominante, ou seja, a produção muda de caráter e passa a ser definida pelo que garante maior rentabilidade, e não mais pela cesta de subsistência. Altera-se tanto a relação de produção quanto o seu sentido, agora voltada à realização e ampliação do capital. 
Dobb, portanto, a partir de sua leitura de Marx, diz que a produção muda de caráter, não mais ao consumo imediato, mas sim subordinada ao capital. Além disso a relação de produção também será alterada e enfim devem ser encarados como divisor crucial entre o antigo modo de produção e o novo, entre aquilo que é o feudalismo e aquilo que será o capitalismo, mesmo se as técnicas associadas à revolução industrial, aquelas que consolidam o sistema capitalista, aparecerem apenas posteriormente.
O sentido da acumulação primitiva:
É uma acumulação de valores de capital não de uma maneira diretamente associada ao mercado (econômicos: oferta e demanda livre concorrência), mas por meios especulativos (extra econômicos: controle monopolístico, extração da renda).
 É uma acumulação em uma nova classe, que altera aquilo que era a típica acumulação anterior, há uma nova relação de produção, alguém se beneficia desse processo de acumulação primitiva. Isso gera uma nova forma de concentração de valores/riqueza na sociedade.
Caminhos para a acumulação primitiva
Expropriação dos meios de produção dos trabalhadores. Apesar de estar subordinado ao senhor, o camponês tinha direito inalienável sobre a terra em que produzia.
Ascensão da burguesia: pode ser explicada tanto pelas propriedades feudais quanto pelo papel da divida publica
Moderna colonização: grandes navegações, pacto colonial etc
Resultados:
Constituição da classe trabalhadora, uma nova classe assalariada. Não é natural, apesar de passar pela expropriação das terras. O camponês não se transforma naturalmente num trabalhador assalariado. O estado tem um papel importante na definição desse novo tipo de trabalhador
Constituição da propriedade privada, principalmente através dos cercamentos. Mudam-se as constituições jurídicas que definem a noção de propriedade. Tem uma implicação direta com a possibilidade de ascensão da burguesia 
Desenvolvimento das forças produtivas que consolidam o processo de transição na revolução industrial
Marx: “O processo que cria a relação de capital não pode, portanto, ser outra coisa que não o processo de divórcio entre o trabalhador e a propriedade das suas condições de trabalho, um processo que por um lado transforma os meios sociais de vida e de produção em capital e os produtores imediatos, por outro lado, em operários assalariados. A chamada acumulação original nada é, portanto, senão o processo histórico de divórcio de produtor e meios de produção. Ele aparece como «original» porque forma a pré-história do capital e do modo de produção que lhe corresponde.”
A acumulação primitiva tem caráter de um pecado original. A partir do momento que esses elementos se instauram, não se é possível voltar ao modo de produção anterior, e toda a sociedade segue em direção ao capitalismo inevitavelmente. 
O que é preciso compreender é o sentido da transformação qualitativa que define a nova sociedade. Recuperando Marx, quando se fala de acumulação no sentido histórico, nos tratamos da propriedade de bens e da transferência dada a essa propriedade de bens, e não a quantidade de instrumentos tangíveis de produção existentes. Não adianta medir, ao se analisar o capitalismo, a quantidade de comercio ou de produção industrial existente ou o desenvolvimento urbano, mas sim o caráter da propriedade de bens e a transferência dessas propriedades entre as classes dominantes. Se na sociedade feudal a classe dominante eram os senhores feudais, essa estrutura típica é desintegrada no capitalismo, assim ascende uma nova relação de grupos dominantes. 
Instrumentos dessa acumulação de riqueza na burguesia;
A transição marca o empobrecimento da sociedade feudal, os grupos que definem essa sociedade passam por um processo de desapropriação/dissolução. E isso vale tanto para a decadência dos senhores (que perdem poder, propriedades e riqueza) e para a expropriação das terras cultivadas pelos servos. 
Historia: crise da sociedade feudal na Inglaterra entre os séculos XV e XVI (é o país em que essas transformações são observadas num primeiro momento – pioneira- e que será o berço da sociedade industrial).
A estrutura típica da relação entre senhores e servos, das obrigações, começa a entrar em crise a partir do século XIV
Motivos: Ampliação dos conflitos nos feudos, e isso acaba gerando uma necessidade dos senhores em substituir as obrigações típicas feudais (talha, corveia) por rendas monetárias. Num momento de crise, a saída encontrada não é enrijecer os conflitos, através de maior pressão militar e imposição aos servos, mas sim reduzir os conflitos através de substituição das obrigações por rendas monetárias – cercamentos e arrendamentos.
Porque a Inglaterra é o berço dessas transformações? Existiam algumas condições características que explicam esse fato, como a alta densidade populacional e elevada mobilização social. Além disso, o grupo comercial e mercantil era muito mais forte, o senhor que abre mão das relações típicas feudais prefere cercar a terra e arrendar, pois já no século XIV havia um mercado de terras, caracterizado porum grupo mercantil interessado em ter acesso a terra para produzir determinados produtos. Por outro lado, ele passa a cobrar impostos, de certa forma isso reduz o ambiente de conflito, é uma saída conciliatória em relação ao período anterior. 
Cercamentos
Nesse ambiente de transformações, existem duas fases de cercamentos: 
Primeira fase: tendência de substituição da lavoura por pastos devido ao crescimento das manufaturas têxteis inglesas. Há uma demanda crescente por lã na Inglaterra, e a criação de ovelhas surge como um bom negócio. O Senhor passa a cercar suas terras (reservas) para a criação de ovelhas, e esse processo é caracterizado por violência. Muitos senhores ignoram os direitos dos servos e passam a cercar inclusive a terra dos camponeses. Há uma profunda difusão dos arrendamentos que geram uma expropriação dos camponeses inclusive produzindo um significativo êxodo rural. Essa fase é de grande expropriação porque na lavoura eram necessárias muitas famílias para produzir, enquanto nos pastos é necessário um numero muito menor de pessoas. Há também nos séculos XVI e XVII toda a reforma religiosa que serve para a expropriação das terras da igreja. 
Segunda fase: menos violenta aos servos, são os chamados cercamentos parlamentares. Sua difusão é muito maior, existem regras e regulamentos que definem os cercamentos. Nessa fase, o cercamento é voltado para a produção agrícola. Se antes o cercamento gerava um intenso êxodo rural, nessa fase ele é caracterizado por grande absorção de mão de obra, entretanto essa absorção ocorre com o trabalhador assalariado. Isso ocorre porque quem assume a função é o grupo mercantil, a burguesia, que não detém trabalhadores a sua disposição, já que no arrendamento ela só tem acesso as terras. Por isso, precisa buscar no mercado de trabalho a sua força produtiva. 
Em comum, geram o processo de expropriação das terras, mas cada fase possui uma característica mais aparente. 
Conclusão: 
De um lado, a nobreza e os senhores feudais obtém a renda através do arrendamento de suas terras, enquanto a burguesia e o grupo mercantil obtém renda a partir da produção para o mercado. Nesse período, especialmente nos séculos XVI e XVII, a Europa vive um período de profunda inflação, causada também pela enorme entrada de metais preciosos. As rendas feudais, estabelecida por contratos, dificilmente sofrem reajustes, e ao longo dos anos o senhor feudal recebe uma renda depreciada, enquanto a renda da burguesia cresce. Por isso a renda da terra começa a encolher frente a inflação na Europa daquele período, em compensação a renda da burguesia cresce por conta da mesma inflação e pela venda no mercado de produtos para essa nobreza.
Há uma tendência nesse período de que os senhores feudais passem a se endividar, buscando financiamento da burguesia. Começam a hipotecar suas terras, enquanto a renda da nova classe, a burguesia, passa a se ampliar. 
Os cercamentos geraram o empobrecimento da sociedade feudal, através da expropriação das terras dos camponeses e também da penalização dos grupos feudais dominantes, a nobreza, que num processo mais longo tem a sua renda depreciada. 
A expropriação dos camponeses não significa que eles imediatamente se tornarão trabalhadores assalariados. Numa primeira fase a expropriação é mais coercitiva, e numa segunda fase de uma maneira baseada em aspectos jurídicos. Nesse processo, o estado teve um papel fundamental, elaborando uma legislação que coibia a desocupação por partes dos servos desapropriados, criando formas punitivas para aqueles que não se enquadrassem na formação do mercado de trabalho. O estado cria os aparatos legais para construir um mercado de trabalho, inexistente até então. Esse é um ponto decisivo no processo de transição.
Nesse momento, portanto, já há uma relação entre a burguesia e o estado, já que este cumpre objetivos claros para a construção de um mercado de trabalho, tanto para garantir o rebaixamento dos salários (não sendo permitidas manifestações dos trabalhadores) e assim condicionando as possibilidades de extração da mais valia absoluta. Especificamente no pós 1640, o estado já atua em função desse grupo nascente, assim como por meio de outros mecanismos de acumulação primitiva, reconhecendo o papel da alta burguesia na sociedade. Nesse período de construção do estado absolutista inglês e de endividamento dos grupos nobiliárquicos feudais, ocorre uma transferência em formato de juros da renda dos senhores feudais para a burguesia e também da renda do estado por meio de sua estrutura fiscal que cobra a sociedade como um todo, que será concentrada essas rendas pagas na alta burguesia. 
“A dívida pública torna-se uma das mais enérgicas alavancas da acumulação primitiva. Tal como o toque de uma varinha mágica, ela dota o dinheiro improdutivo de força criadora e o transforma, desse modo, em capital, sem que tenha necessidade para tanto de se expor ao esforço e perigo inseparáveis da aplicação industrial e mesmo usurária. Os credores do Estado, na realidade, não dão nada, pois a soma emprestada é convertida em títulos da dívida, facilmente transferíveis, que continuam a funcionar em suas mãos como se fossem a mesma quantidade de dinheiro sonante [moeda corrente]”
O estado cria um instrumento de politica econômica favorável a elevação da renda da burguesia, através da constituição de mercados coloniais, mecanismos de extração de renda, áreas produtoras de matérias primas etc.
Conclusao: 
A acumulação primitiva permitiu por meio do mercantilismo, divida publica, expropriação das terras tanto da igreja quanto dos servos e da nobreza, uma transferência de renda para esse novo grupo, a burguesia, que a partir desse momento utilizando essa renda poderá construir os caminhos para a nova sociedade capitalista. 
“A expropriação e a expulsão de parte do povo do campo liberam, com os trabalhadores, não apenas seus meios de subsistência e seu material de trabalho para o capital industrial, mas criam também o mercado interno”
Essa nova sociedade possui agora um mercado de trabalho assalariado, o que cria as condições para o desenvolvimento de um mercado interno, já que a nobreza agora depende do arrendamento e os trabalhadores dependem de seu salario para consumir. A estrutura fornece todas as condições para o desenvolvimento das forças produtivas.
A origem agrária do capitalismo. (13/09)
Feudalismo para Dobb é entre outras coisas, o que seriam os fatores de produção: baixo nível técnico, divisão do trabalho rudimentar. O conceito de feudalismo para Dobb da a entender que é produção para necessidades imediatas, segundo Sweezy. 
A estrutura básica do feudalismo é caracterizada por: uma agricultura dominial; (a divisão da terra entre senhores e servos, a forma de propriedade e o acesso desses trabalhadores à terra); descentralização politica; relação do senhor com o poder jurídico; relação da terra e prestação de serviços
Para Dobb, o feudalismo é equivalente a servidão, este é seu argumento fundamental.
Questões lançadas por Sweezy
Nessa caracterização, se o feudalismo tem essa característica tão estática, como interpretado pelo argumento fundamental de Dobb, (contradição entre a ampliação da possibilidade de produção e da produtividade e a crescente necessidade e demanda por rendas que culminam na crise do feudalismo), a mudança só pode ter sido externa. 
Se o elemento decisivo é servidão, a servidão não esgota o feudalismo. A analise deve ser feita muito mais do que apenas pela servidão, deve-se analisar o sistema de produção. 
Dobb trabalha com o conceito de modo de produção, enquanto Sweezy usa o conceito sistema de produção, que enfatiza também as relações econômicas, a dimensão da circulação da produção, além das relações sociais. Para Dobb existe uma sucessão de modos de produção, e o que define de modo muito claro o que é o modo de produção é a relação de trabalho. Sweezy constata que o modo de produção diz respeito a uma dinâmica interna do sistema, e para entendergrandes transformações essa dinâmica é limitada, porque há uma relação entre regiões que não se estabelece apenas pelo modo de produção mas muito mais pelo sistema de trocas de mercadorias. Dobb pensa a transição e a dinâmica da transformação na Inglaterra, enquanto Sweezy tem influencia da teoria do desenvolvimento em que ele analisa relações da periferia com países centrais, um sistema capitalista que é influenciado por regiões diversas.
O que seria a crise do feudalismo?
Dobb:
A contradição básica entre a ineficiência do modo de produção feudal e a tendência de crescente necessidade de rendas feudais. Devido a:
Crescimento das Guerras e conflitos
Subenfeudação (divisão da unidade produtiva)
Classe parasitaria (nobres sustentatos pelo sistema)
Expansao do consumo de luxo
Sweezy	
Guerras e conflitos eram comuns a todo o período do feudalismo, nada indica que existiu uma ampliação desses conflitos no final do século XII e inicio do século XIII. As guerras eram parte da lógica da estrutura feudal
Associado crescimento da classe parasitaria, há o crescimento da população trabalhadora camponesa que poderia atender a isso. 
A explicação, portanto, está no crescimento do consumo de luxo e crescimento do comércio, é um elemento exógeno. 
***Para Dobb, o consumo de luxo e comércio ocorreram porque houve a estabilidade do sistema feudal, que gerou a possibilidade de expansão da produção ainda que a produtividade fosse pequena, e isso possibilitou uma renda que pode ser usada no comercio. ***
Para Sweezy, o sistema feudal era uma estrutura extremamente conservadora que se expande lenta e gradualmente, e, portanto a transformação só poderia ser externa, o comércio. 
Motivos para o desequilíbrio feudal
Dobb: A contradição acima acaba provocando um aumento da extração do excedente (exploração) e isso gera uma redução da subsistência dos camponeses. Isso se dava pelo aumento das obrigações (cada vez mais taxas a serem pagas por esses servos, exigência de mais trabalho na propriedade do senhor e cobrança maior daquilo que é produzido pelo servo – corveia, talha, banalidades – reduzindo a possibilidade de sobrevivência dos camponeses) isso resulta em fugas e revoltas. 
A crise levada ao seu auge gera uma revisão da possibilidade desses senhores continuarem extraindo a renda e sustentarem esses conflitos, cuja consequência é um abrandamento das obrigações senhoriais e inicio de arrendamento de terras. Isso gera como resultado final novas relações de trabalho, entre elas a adoção do trabalho assalariado.
Sweezy: Há uma tendência de imobilismo no feudalismo, (mesmos métodos e relação de produção), a explicação é que o elemento externo transforma o mundo feudal. Recupera o argumento de Pirenne, o elemento externo é o comercio e o desenvolvimento das cidades, aquilo que não faz parte do sistema rígido e imóvel feudal. A instabilidade para Sweezy surge do renascimento do comércio com a abertura do mediterrâneo (pirenne) , que provoca algumas alterações nas formas de agir, produzir e pensar dos personagens da relação feudal. Há uma contraposição da economia senhorial e de formas de um sistema racional de produção, em cujo o agente não pensa apenas na produção para subsistência mas também na possibilidade de garantir um excedente para participar desse comércio. 
Há uma crescente monetarização da sociedade, o excedente se transforma em uma meta. Como diz Pirenne, essa influencia que o comercio gera dentro da Europa traz esse tipo de estrutura de produção racional para dentro do próprio feudo. Senhores e servos buscam ampliar sua participação nessas atividades comerciais, além disso, a ideia de liberdade promovida pela vida urbana influenciava no êxodo rural para as cidades.
“A maior eficiência de uma produção mais altamente especializada, os lucros maiores derivados da produção para o mercado ao invés de para o uso imediato, a maior atração da vida urbana para o trabalhador, esses fatores fizeram com que fosse apenas uma questão de tempo a vitória do novo sistema, assim que ele se tornou bastante forte para se manter sozinho.“
O resultado dessa estabilidade é o crescente aumento da produtividade, crescente divisão do trabalho, ampliação da produção, salários e desenvolvimento das forças produtivas. Se a crise para Dobb promove uma transformação nas relações de produção (modo de produção, servil ao assalariado), para Sweezy a crise promove o desenvolvimento das forças produtivas (sistema de produção)
Atores da transição
Dobb: Papel do pequeno produtor, um servo camponês que através da via revolucionaria passa a encontrar brechas dentro do sistema para transformar sua maneira de produzir. Devido à redução da exploração do trabalho, ele encontra a possibilidade de desenvolver outras atividades, como a atividade artesanal.
*Putting out system: grupo de servos que trabalham um período no campo para garantir a produção, mas que em determinados períodos de folga passam a produzir artesanalmente tecidos e manufaturados dentro do sistema. É uma via revolucionaria, pois incorporam novos métodos de produção, se colocam como oposição aos monopólios das guildas e corporações de oficio, possuem interesses de romper com a servidão, e por isso são os agentes da revolução inglesa de 1640 e futuramente serão responsáveis pela revolução industrial.
Sweezy: não é possível entender o processo de transformação apenas por esses pequenos camponeses, a mudança é conduzida de fora por conta do comercio. Para ele, o agente da transformação é a grande burguesia comercial, a força criativa que traz a nova logica de produção. Ela tem acesso ao capital através dos arrendamentos e por isso é capaz de transformar a estrutura de produção, são os principais arrendatários. 
Implementarão a mão de obra assalariada no campo e toda uma logica de produção voltada ao comercio, ele produz aquilo que é lucrativo. Por trás do putting out system existe o artesão que está subordinado ao grande comerciante, que é quem leva os insumos para produção e compra os produtos para redistribui-los. 
Como se deu a transição?
Dobb: o momento auge da transição é a revolução inglesa de 1640. A partir da revolução, supera-se o feudalismo com o fim da servidão em 1646. Enquanto existir um regime jurídico politico que permite a servidão, há feudalismo. Por isso o caráter da revolução burguesa é de superação das instabilidades dos servos contra os senhores, mudança jurídico politica de novas classes que assumem o poder, novas questões são colocadas a essa sociedade, surge um novo sistema econômico que permite o desenvolvimento da estrutura produtiva, com o fim dos monopólios e livre concorrência
Sweezy, essa mudança acontece através do modelo mercantil. A transição é lenta e gradual, de quase duzentos anos. Nesse período, o que existe é um sistema particular de transição, em que nenhum dos dois modelos é dominante. É um sistema pré-capitalista de mercadorias. Um capitalismo comercial que se desenvolve ate a formação de um capitalismo industrial. Para ele, é preciso entender como um comércio mundial altera o modo das pessoas agirem. Ele pouco considera a relação da produção no seu estudo.
Conclusão: 
Questão entre historia e historiografia. Ambos os autores interpretam a historia dentro do debate dos anos 50. Ambos os autores marxistas procuram pensam o a transição do capitalismo para o socialismo. Dobb, revolucionário, considera que os atores diretamente relacionados com o modo de produção, os proletariados, serão os responsáveis por essa transição. Ele busca conduzir os trabalhadores no processo de transição, como membro do partido comunista. Para Sweezy, ele entende que o processo como um grande sistema de produção, não apenas nacional, único e especifico em uma região. Além disso, ele considera que reformas devem ser feitas, e os agentes são os intelectuais, partidos, que conseguem conduzir reformas e conquistas e caminham gradualmente para uma transformação do capitalismo em socialismo.
A origem agrária do capitalismoBrenner: Recoloca um debate que vinha perdendo folego, trazendo uma dimensão nova
Contraposição Dobb e Sweezy era muito relacionada ao feudo e cidade, elementos endógenos e exógenos. Brenner avança para uma perspectiva nova, explorando o papel do campo na constituição do capitalismo. Contraposição a ideia urbana industrial sobre a dinâmica e origem do capitalismo.
Texto escrito em 1976, em 1985 dois autores discorrem sobre Brenner. Ellen wood assume a visão de Brenner e ilustra com exemplos da Inglaterra, reforçando sua posição. 
Brenner: Segue a leitura de Dobb sobre a transição, ele se filia a essa corrente.
Assume a lógica do modo de produção como o cerne da analise, ele não nega a importância do estudo por meio dos fatores endógenos. Reconhece o feudalismo dentro de sua contradição fundamental, de baixa produtividade e crescimento da demanda das rendas feudais. Para ele, isso não é suficiente para entender a transição, é apenas o ponto de partida. Falta avaliar vários outros pontos pertinentes para o debate
Pontos divergentes: 
Acumulação Politica:
 É preciso levar em conta que a crise do feudalismo não leva imediatamente à transição para o capitalismo. Reconhecimento de que a crise feudal promove um choque do sistema descentralizado na formação de um sistema cada vez mais próximo dos estados nacionais, ou seja, o resultado desse processo é a consolidação dos estados nacionais. Os feudos, por diversas razoes já elencadas (como a elevação das revoltas e fugas), começam a perder a capacidade de sustentar aquele regime politico. Essa acumulação se relaciona com a necessidade de preservação das estruturas feudais, (próximo de Perry Anderson), busca por elevação das receitas, a formação de um estado viabiliza isso. 
Por conta dessa expansão da realização de politicas econômicas pelo estado, isso possibilita a conquista de novas terras, novas formas de coerção (exércitos nacionais), resultando numa hipertrofia da nobreza (brenner – nobreza perde o poder politico local) mas com a reconstrução desse poder politico na formação do estado absolutista. Dobb omite a mudança do estado, inclusive na critica ao Sweezy, que a crise da estrutura feudal criou a possibilidade de um estado absolutista. Brenner reforça (junto com Perry Anderson) que nesse momento de formação dos estados absolutistas, que determinadas áreas constituíram condições mais favoráveis para o desenvolvimento do capitalismo e outras não. A formação desse estado cria diferenças profundas entre estados, como França e Inglaterra. Na França, papel muito forte da aristocracia feudal, enquanto o inglês possui maior influencia de grupos da burguesia. 
A transição ocorre na Inglaterra.
 Só ela caminhou pioneiramente ao capitalismo. A experiência inglesa foi a que criou condições para o desenvolvimento do capitalismo. Isso mostra que a transição do feudalismo nem sempre levará ao capitalismo, o que brenner mostra é que a crise de um modelo abre espaço para a formação de vários modelos diferentes. O que há de especifico na experiência inglesa? No contexto de crise do feudalismo, com necessidade de ampliação das rendas tanto por parte do estado quanto dos produtores, o que se observa na Inglaterra é um tipo de relação de produção muito particular entre o século XV e XVI. Os camponeses começam a se tornar camponeses livres, mais flexíveis para vender sua mão de obra em outra região, e associado a isso, o desenvolvimento dos arrendamentos e a substituição dos tributos pela rendas para os senhores. 
Para ele, é dessa estrutura dos arrendamentos que se observa a implementação de uma logica capitalista no campo. Para Sweezy é o comercial, brenner discorda e diz que antes disso a logica se instaura no campo. 
Ocorre uma mudança da coerção extra econômica para uma coerção própria do mercado, tendência crescente de especialização e inovação (mudança substancial no ritmo da produção, devido a coação do mercado) e mudança na ideia de propriedade, com atração de investimentos para o campo. 
Agentes da produção. 
Brenner se opõe a Dobb, (pequeno produtor que passa a atuar no putting out system) e vai além, se aproximando de Sweezy. O novo agente são os novos mercadores, uma nova burguesia. São duas burguesias que existem nesse período: uma velha burguesia subordinada ao estado( criticada pelo Dobb, comerciantes com contratos com o rei e com monopólios) e uma nova burguesia com papel de transformação, que será responsável por uma introdução de melhorias e inovação (ética do melhoramento da ellen wood), da mão de obra assalariada.
Ellen Wood
Ellen Wood segue o Dobb em sua concepção inicial, aceita as criticas de brenner e os reforça. Para ela o feudalismo na Europa ocidental era variado, e apenas um deles produziu o capitalismo na transição, a Inglaterra. 
A existência de servidão e a noção de propriedade privada herdada da antiguidade são condições necessárias, mas não suficientes, para o feudalismo
Cada região, na transição, por dadas condições internas, caminha por modelos diferentes. O absolutismo na França se instaura na sua forma mais profunda, na Itália ocorre o renascimento, com intenso papel das cidades, e na Inglaterra o capitalismo. Para ela, depois que a Inglaterra assume o capitalismo, nenhum outro sistema capitalista poderá ser igual. 
Seu ponto de partida é a crise do modelo mercantil, para ela, a concepção de capitalismo estava ligada a ideia de comercio e mundo urbano ( e da produção industrial dai emergente), como observado por Pirenne e Sweezy. Essa concepção, para ellen wood, mostra que o capitalismo era algo natural, resultado de um crescimento quantitativo das atividades comerciais e cidades. Entretanto, as cidades italianas, como observado por Dobb, tinham comercio e não geraram o capitalismo, e sim o renascimento. Esse crescimento não significa que culminará no capitalismo. 
O capitalismo deve ser analisado como uma mudança qualitativa, o que diferencia uma relação de produção das anteriores, caracterizado pela apropriação do excedente de trabalho por meios puramente econômicos. O capitalismo precisa ser entendido como um regime em que há uma mudança clara na forma de se relacionar entre o trabalhador e seu superior e cuja apropriação do excedente é dada por um contrato de trabalho. O trabalhador livre vende sua mão de obra por meio de um contrato puramente econômico no mercado, aceitando o salário e as condições. O trabalho passa a ser regulado pelo mercado. Para que o mercado de trabalho possa existir é preciso algumas condições. O produtor direto, o trabalhador, deve ser desprovido dos meios de produção. Ele só venderá sua mão de obra, pois não tem sua subsistência garantida, ele é expropriado de seus meios de produção (cercamentos) e sua única alternativa é o mercado de trabalho, que se torna um regulador da vida social. O arrendatário precisa buscar no mercado a mão de obra necessária para a produção, e para o trabalhador, sua única alternativa para sua sobrevivência é vender sua mao de obra no mercado de trabalho em troca de salário. 
Para ela, praticamente tudo é mercadoria ou se torna mercadoria produzida pela mercado numa sociedade capitalista. A lógica do mercado dentro do capitalismo é de uma compulsão sistêmica e muito particular frente aos períodos anteriores, transformando a forma de produzir e das pessoas se relacionarem, pois gera competição, possibilidades de acumulação e a maximização dos lucros e a própria sobrevivência do produtor. Qual é o momento da mudança? Entre os séculos XVI e XVII, o que domina a Europa ocidental é o mercantilismo (capitalismo comercial para Sweezy e Pirenne), uma estrutura pautada no comercio e transporte de mercadorias de luxo, e também não competitivo, fundamentando na compra barata e na venda por preços altos. A realização desse processo está na riqueza gerada na circulação, e não na produção. Para ela, isso é pré-capitalista, os elementos são extra econômicos , não há incentivos à produtividade, inovação, etc. A exceção nesse caso é a Inglaterra a partir desseperíodo, com a unificação, o absolutismo, a formação de uma Londres como centro fundamental de um mercado nacional, com uma tendência de integração do mercado inglês. Há a ascensão da agricultura como base econômica, caracterizada pela crise da aristocracia e uma tendência da constituição da propriedade privada.
Por conta da própria dissolução da crise do feudalismo, aparece uma busca de rendas não coercitivas, exemplificadas pelos arrendamentos. O arrendamento insere um agente novo na sociedade, o rendeiro, um membro da burguesia que vai ao mercado de terras buscar arrendada pelo senhor, para que possa iniciar um processo de produção nela. Para ela isso é revolucionário, pois agora o rendeiro deve pagar o aluguel da terra, logo, a produtividade é impositiva, diferente dos períodos anteriores. Os resultados do rendeiro são medidos pelo mercado. O mercado passa de um mercado de oportunidade para um mercado imperativo, só continua como produtor aquele que consegue vender seu produto no mercado. Aqueles produtivos prosperam, os que não são produtivos perdem espaço.
Isso promove na Inglaterra uma grande concentração de terras, caso o camponês não se coloque no mercado de maneira satisfatória, ele acaba perdendo a terra. Os grandes produtores mais bem sucedidos passam a absorver as terras menores e concentra-las em si. 
Comparando França com a Inglaterra, na França se fortalece a ideia de que a nobreza precisa continuar cobrando impostos para sustentar a burocracia, culminando na revolução francesa.
A grande transformação da Inglaterra é que nesse ambiente entre o século 16 e 17, ocorre uma ascensão da propriedade privada, de maneira pioneira, e também o desenvolvimento da ética do melhoramento, muito próximo do setor agrário inglês. Isso garante aumento de produtividade via inovação e busca crescente de lucros por conta da imposição do mercado. Diferentemente de Weber, em que o lucro é consequência de uma racionalidade econômica e vocação para o trabalho, o capitalista inglês busca o lucro pois isso é o que possibilita a sua sobrevivência dentro do mercado. Há uma busca para cultivar a terra com fins lucrativos e constituição de instituições como a royal society, que promovia estudos sobre inovação e desenvolvimento cientifico. Alem disso, surgem revistas de divulgação de inovações, até para vender patentes. O campo começa a ser muito valorizado pela lógica do melhoramento. Além disso há uma concepção ideológica por trás disso, com os tratados de Locke sobre direito natural que defendem a propriedade privada garantida pelo trabalho. O ambiente era favorável para a vitória do capitalismo inglês. Brenner e Ellen Wood, portanto, dizem que a lógica do mercado que exige produtividade crescente vem do campo, justamente pela mudança da ideia de propriedade privada e do mercado como regulador da vida social. É a vitória do capitalismo agrário na Inglaterra que gera a transição para o capitalismo. 
A Ética Protestante (20/09)
Sai do debate clássico marxista, e faz uma avaliação da formação da sociedade moderna. Weber olha a transição para o capitalismo moderno, 
Weber escreve em 1905 “Etica protestante e o espirito do capitalismo” 
Constrói tipos ideais, uma abstração necessária para fundamentar seu método de estudo. É algo interior à ética protestante, um conjunto de regras e formas de agir, relacionando ao espirito do capitalismo.
O ponto de partida: Seu debate é ora implícito e ora explicito, é um debate contra os marxistas. 
“A questão das forças motivadoras da expansão do capitalismo moderno não é, em primeira instância, uma questão de origem das somas de capital disponíveis para uso capitalístico, mas, principalmente, do desenvolvimento do espírito do capitalismo. Onde ele aparece e é capaz de se desenvolver, ele produz seu próprio capital e seu suprimento monetário como meios para seus fins, e não o inverso”
Não é o capital acumulado que explicara o desenvolvimento do capitalismo, não interessa entender o processo de acumulação do capitalismo. Antes, deve-se entender o espirito do capitalismo, elementos interiores aos indivíduos, sua predisposição a aceitar concepções e formas de agir, sem relação direta com a estrutura econômica, mas sim com a mentalidade, estrutura cultural em que os indivíduos estão colocados.
Negando o materialismo histórico ele busca avaliar a questão da mentalidade dos indivíduos, que os estimula a caminhar em uma ou outra direção.
A valorização é o individuo e como ele vê a sociedade, por isso, para entender o berço da sociedade capitalista, é preciso compreender os fenômenos culturais que ele chama de valores universais. Qual é o conjunto que de fenômenos que define uma civilização.
O berço do capitalismo é a civilização ocidental, que expandindo para além das nacionalidades ( franceses, ingleses), nos fornece um conjunto de ações e fenômenos culturais que definem uma estrutura de identificação entre esses indivíduos. Esse grupo possui na sua formação uma identidade, distintos dos povos latino americanos, africanos e orientais.
A grande identidade que define a civilização ocidental (Europa e américa do norte) é o pensamento racional, cientifico e empírico. É isso que difere a civilização ocidental de qualquer outra sociedade, uma busca pela racionalização.
Exemplos: Artes, Musica. Matematizam a musica...
O Estado Moderno, permeado por instituições, burocracia, direito romano. Criam-se regras, instrumentos de avaliação empíricos, estruturando de maneira cientifica e racional os elementos da sociedade. A característica da civilização ocidental é poder difundir seus valores, de forma que se tornam universais e podem ser reproduzidos em diversas regiões do mundo. 
Para Weber, em dado momento, essa racionalização também atinge a economia, e é quando o capitalismo começa a se desenvolver.
O capitalismo como forma de compreensão da sociedade moderna é construído a partir de um conjunto de regras e práticas muito distinto das práticas dominantes até então. Weber mostra que o capitalismo é uma busca racional, que não é comum a todos os períodos históricos. Quando Dobb faz suas criticas a concepção sociológica , ele observa um individuo com interesse no lucro, que sempre existiu. Weber observa que a busca do lucro sempre existiu, mas que o capitalismo moderno se trata de uma busca racional pelo lucro, diferentemente da opinião de Dobb. 
“o 'impulso para o ganho', a 'ânsia do lucro', de lucro monetário, de lucro monetário omais alto possível, não tem nada a ver em si com o capitalismo” 
Esse impulso sempre existiu entre toda a espécie de pessoas, mas a busca racional é especifica ao capitalismo moderno.
O capitalismo moderno se fundamenta, portanto, na racionalização da vida econômica, e que constrói uma serie de formas de agir, pensar e compreender a economia, distintas dos períodos anteriores.
Agora, a ação econômica capitalista, é uma busca pacifica de lucro, distinto de um capitalismo comercial caracterizado por monopólios, exploração etc. Isso ocorre pela utilização planejada dos recursos (racionalidade), por isso age por meio de operações racionais baseadas por exemplo no calculo econômico, avaliando gastos, receitas, riscos etc. 
Dois modelos de ação capitalista:
Aventureiro: características pré-capitalistas, especulativas (busca o lucro imediato, rápido, nem sempre pacifico, é o colonizador, o burguês comercial monopolista etc) – colonização feita por Portugal e Espanha
Burguês: moderno e racional (consegue separar a empresa e a família) O capital da empresa é dela, não é possível retirar capital da empresa para a família. Criam-se instrumentos da contabilidade racional. – colonização feita pela Inglaterra
Cria-se uma forma peculiar do capitalismo moderno, que está relacionada ao desenvolvimento técnico (produção manufatureira e industrial) e uma tendência de utilização da ciência para constituir novas praticas econômica.
Porque as pessoas procuram novas práticas econômicas, racionalizam a ação econômica? Depende da capacidade e disposiçãodos indivíduos. O racionalismo em si não explica a origem dessa nova forma de agir economicamente, é preciso entender a disposição dos indivíduos em mudarem sua forma de agir. 
O ponto fundamental surge, é preciso haver algum tipo de transformação que explica a mudança na forma de agir dos indivíduos. Weber busca no “espirito do capitalismo” exemplificar essa questão, utilizando as ideias de Benjamim Franklin. Surge a relação de “tempo e dinheiro”, noção do trabalho, quanto mais se trabalho mais dinheiro se conseguirá. Crédito é dinheiro, questão moral da honestidade, relação da comunidade. Dinheiro é pacifico e procriativo, que deve ser investido para gerar mais dinheiro. 
Essas noções são a essência de um pensamento econômico racional, caracterizado pela ideia de trabalho cotidiano e sistemático como tarefa fundamental dos indivíduos. É um compromisso do individuo com a sociedade, o não ócio. Como resultado, a acumulação se torna um fim. Entretanto, a acumulação não é por necessidade, satisfação, prazer, conforto (como em Wood), mas sim por um sentido de virtude e vocação, reinvestimento de dinheiro, ser bem sucedido. Esse é o homem econômico inserido no espirito do capitalismo.
O capitalismo moderno é a capacidade dessas novas praticas econômicas sendo colocadas em prática. A partir disso entra a questão da estratificação social e a religiosidade. 
Porque regiões mais desenvolvidas ou pioneiras no capitalismo são as que passaram por reformas religiosas (protestantes)? 
Existe uma relação de causalidade que explica a mudança no modo de agir do individuo. Cita o exemplo de Lutero na Alemanha, o Calvinismo na Inglaterra, Holanda, Estados Unidos.
A contraposição é que essas o catolicismo coloca a ideia do desprezo pelo corpo e bens materiais(ascetismo), condenação da usura, valorização do pensamento humano etc. Weber mostra que a reforma protestante foi um choque nessa disposição dos homens na sua compreensão da sociedade. A ética protestante fundamenta essa nova forma de agir. 
As Reformas Religiosas colocam o tempo como algo que deve ser dedicado a deus, nas praticas cotidianas (cultos, benfeitorias) e trabalho rotineiro. O não trabalho, o ócio se torna um pecado. 
Moral na sociedade envolve o trabalho sistemático e cotidiano, este se torna o caminho da salvação. A avaliação de deus é feita sobre as obras dos homens, sacramentos e práticas. Enquanto no catolicismo a Igreja é um intermediário, no protestantismo os indivíduos tem um acesso mais direto em sua comunicação com Deus, é um caminho individual, ocorre uma revolução da consciência que explica a nova disposição em questão. Weber constata que a salvação passa a ser um objeto individual de conquista, Calvino vai além e coloca essa salvação como objeto de predestinação, por meio de sinais da vida cotidiana (preservação do patrimônio, acumulação, respeito à riqueza, trabalho cotidiano) como sinais de predestinação. Investe – Acumula – Poupa
Weber coloca a acumulação como individual e que permite o caminho para novos negócios para o desenvolvimento do capitalismo, é o momento em que a essência capitalista se encontra com essas praticas religiosas, praticamente como uma nova forma de acumulação primitiva. Uma vez que o capitalismo nasceu dessa mentalidade protestante, ele pode se desenvolver em outros países. 
As Instituições
Douglas North e Robert Thomas:
Texto de 1970 trata a questão das instituições.
A partir dá década de 90 começa a se constituir uma corrente de pensamento chamada “Nova Economia Institucional” havia uma agenda de reformas econômicas fundamentada em arranjos institucionais para o desenvolvimento econômico. 
Qual o ponto de partida dos autores? Hicks deixa explicito seu distanciamento das teorias marxistas, North também tenta se distanciar do debate da transição do feudalismo x capitalismo.
O objetivo do artigo é explicar a ascensão da economia ocidental, um conjunto de instituições que constroem o tipo de sociedade na economia contemporânea na Europa e estados unidos. 
Os dois pontos centrais são mudanças institucionais e direitos de propriedade criaram condições para ganhos de produtividade que permitiram ao homem ocidental escapar do ciclo malthusiano. 
A tese dos autores mostra que ao longo do tempo há mudanças nos preços relativos de produtos e fatores que induzem um conjunto de mudanças institucionais, gerando elevação da produtividade.
Por exemplo, ele tenta entender o que houve de diferente na economia alemã no século XIX(?) que permitiu seu intenso crescimento em relação ao restante do mundo.
Eles buscam compreender o que define o mundo ocidental, o momento da grande divergência entre as economias ocidentais e as outras, principalmente a Inglaterra. Ele entende que o que há de distinto, especialmente na Inglaterra, são mudanças institucionais que estimulam o crescimento da produtividade. Essas mudanças estão fundamentadas em direitos de propriedade (direito de propriedade e propriedade privada) e os contratos. 
Novos determinantes que constroem a sociedade ocidental e que superam o ciclo malthusiano e as diferem de outras: as mudanças institucionais.
Ciclo malthusiano:
Entre o século X e XIII há um crescimento da população e produção, de maneira estável. O século XIV marca um choque, a capacidade de atender a esse crescimento populacional chega ao seu limite, produtividade cai devido a áreas de produção menos férteis, culminando em guerras, peste e fome, causando uma intensa queda populacional. Isso impacta a tendência de elevação de salários (disputa de mão de obra), tanto que na Inglaterra ocorrem os cercamentos. Entre o século XIV e XVI ocorre retomada do crescimento, com aumento da produção e da população. Isso ocorre devido ao mercantilismo e aumento de território proporcionado pela expansão marítima, , com incorporação de novas áreas produtivas. Do século XVI ao século XVIII ocorre uma mudança nos preços relativos devido a pressão inflacionaria (abundancia de metais precioso). Além disso, ocorre uma ampliação na demanda, com mudanças nos preços e fatores e estagnação. Essa estagnação no século XVII tem uma resposta muito particular, que segundo North tem a ver com as mudanças na Inglaterra e que culminará na Revolução industrial no século XVIII, significando a superação do ciclo malthusiano. A produtividade é levada a um nível extremo com crescimento populacional vagaroso.
Quais os fatores que ocasionaram essa superação do ciclo malthusiano? Para os autores, é a Inglaterra do final do século XVII, ela que construirá as instituições que caracterizam a civilização ocidental. É uma herança do crescimento econômico iniciado no século XV, que está relacionado a novas produções (lã), tendência de um comercio regional 
Isso não uma especificidade da Inglaterra, também ocorre em outros países em proporções diferentes. Há mudanças institucionais, como a implementação da Patente, que estimulam a ampliação da produtividade.
Teoria da Mudança Institucional:
Instituições tem características de como os agentes econômicos se relacionam dentro da economia, são os arranjos entre unidades econômicas: Indivíduos, empresas etc. Podem ter características de competição ou cooperação (Patente é uma mudança institucional constituída pelo Estado com teor competitivo, pois induz inovações) Outras tem teor cooperativo, como as Sociedades Anônimas. 
A inovação institucional tem sentido de favorecer e estimular o investimento individual, dar garantias aos agentes econômicos, deve permitir que os indivíduos lucrem com essas inovações. Ênfase nas possibilidades do individuo. 
Essas inovações podem ser voluntárias (cooperação) ou governamentais (coercitivas). Ele não defende um estado interventor, mas sim um estado regulatório. 
Resultados das mudanças institucionais: Elevação da produtividade pela elevação da economia de escola e queda dos custos de transação.
Exemplo: As sociedades anônimas geram a possibilidade da elevação de capital e investimentos. Esse capital será investido em melhorias

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