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AVALIAÇÃO FÍSICA DO SISTEMA DIGESTÓRIO

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AVALIAÇÃO FÍSICA DO ABDOME
PREPARANDO O AMBIENTE
Sala equipada com mobiliário básico com:
Boa iluminação;
Ventilação;
Sem correntes de ar durante o exame;
Que garanta a privacidade do paciente durante o exame.
POSIÇÃO DO PACIENTE
Exponha o abdome, de modo a visualizá-lo totalmente, cubra as genitálias e as mamas femininas;
Posicione em decúbito dorsal, com a cabeça sobre o travesseiro, e os joelhos dobrados ou sobre o travesseiro, os braços ao lado do corpo ou cruzado sobre o tórax;
ORIENTAÇÕES
O paciente deve estar com a bexiga vazia;
Manter o quarto aquecido, afim de evitar resfriamento e tensionamento muscular;
Impedir que o paciente posicone os braços sobre a cabeça, isso irá tensionar a musculatura abdominal;
A região posterior do abdome também deve ser examinada, principalmente quando se pretende avaliar órgãos retroperitoneais como os rins;
Deixar para examinar áreas dolorosas por último, afim de evitar a defesa muscular;
Fazer uso de distrações (voz lenta e suave, encorajar e conversar)
PREPARANDO OS MATERIAIS
Balança antropométrica;
Estetoscópio;
Régua milimetrada de 20cm;
Fita métrica;
Caneta marcadora;
Relógio com marcador de segundos;
Abaixador de língua ou espatúla;
Lanterna clínica;
Swab com álcool;
EPI´s: luvas de procedimento, máscara.
EXAMINANDO O ABDOME
O abdome pode ser dividido de 02 maneiras:
1.Em 04 quadrantes: 
Quadrante superior direito e esquerdo
Quadrante inferior direito e esquerdo.
2. Em 09 regiões da parede abdominal anterior:
Hipocôndrio direito e esquerdo;
Flanco direito e esquerdo;
E centrais: Epigastro;
Região umbilical
Supra púbica.
 
TÉCNICAS DO EXAME DO ABDOME
Para um exame sistematizado do abdome, utiliza-se as técnicas obedecendo-se a sequência:
INSPEÇÃO;
AUSCULTA;
PERCUSSÃO;
PALPAÇÃO.
INSPEÇÃO
A inspeção do abdome inclui a observação de sua superfície quanto à:
Forma; 
Contorno;
Simetria;
Característica da pele;
Ocorrência de movimentos visíveis na parede.
QUANTO A FORMA
PLANO: em pessoas com bom tônus muscular e peso regular;
ARREDONDADO: em pessoas com musculatura flácida ou excesso de gordura;
PROTUBERANTE: em casos de obesidade, gestação, ascite ou distensão abdominal.
ESCAVADO: em indivíduos magros.
AUSCULTA
Deve-se iniciar a ausculta pelo quadrante inferior direito, aplicando leve pressão e identificando a presença e a qualidade dos ruídos abdominais;
Os ruídos hidroaéreos devem ser descritos quanto à frequência e a intensidade;
A intensidade é descrita, em geral, em termos de ruídos hipoativos e hiperativos.
PERCUSSÃO
PERCUSSÃO DIRETA: realizada utilizando-se uma das mãos ou os dedos, a fim de estimular diretamente a parede abdominal, por meio de tapas;
PERCUSSÃO INDIRETA: coloca-se a mão não dominante estendida sobre o abdomen e, com o dedo médio da mão dominante, flexionado e usado como se fosse um martelo, percute-se sobre um dedo da mão estendida.
Inicia-se a percussão no quadrante inferior direito, prosseguindo-se pelos demais quadrantes no sentido horário, até percorrer toda a área abdominal.
Os sons produzidos pela percussão são descritos como:
TIMPÂNICOS
MACIÇOS
A distribuição ou as mudanças nesses sons, observadas durante a percussão, determinam o tamanho, a posição dos órgãos e o conteúdo intra-abdominal.
PALPAÇÃO
Pode ser superficial ou profunda e auxiliar na determinação do tamanho, forma, posição e sensibilidade da maioria dos órgãos, além da identificação de massas e acúmulo de fluídos.
Os 04 quadrantes devem ser palpados em sentido horário, reservando-se para o final do exame, as áreas mencionadas como dolorosas ou sensíveis.
PALPAÇÃO SUPERFICIAL: iniciada mantendo-se os dedos de uma das mãos estendidos, fechados entre si, e com a palma da mão e o antebraço em plano horizontal, pressiona-se de forma delicada a superfície do abdomen, em aproximadamente 1cm, com movimentos suaves e em sentido horário, evitando-se golpes súbitos.
Quando percebida a resistência muscular, é necessário distinguir entre resistência voluntária, chamada de defesa, e a contratura muscular involuntária, característica de resposta inflamatória do peritônio.
PALPAÇÃO PROFUNDA: usada para delimiter mais precisamente os órgãos abdominais e detector massas menos evidentes. Com o paciente respirando pela boca, a parede abdominal é deprimida em profundidade (cerca de 5cm) a cada expiração, procurando-se perceber com maior pressão dos dedos, tamanho, forma, consistência, localização, sensibilidade, mobilidade e pulsação de órgãos ou massas.
Achados normais: abdome liso, consistência macia, não tenso, sem aumento de órgãos e sem massas.
PROCEDIMENTOS ESPECIAIS
Sinal de Descompressão Brusca Dolorosa (Blumberg)
Compressão lenta e profunda no abdome, lado contrário à dor e descompressão súbita, ao relato de dor indica irritação ou inflamação peritoneal e possível apendicite.
Sinal de Descompressão Brusca (Mcburney)
Compressão entre cicatriz umbilical e crista ilíaca direita, indica apendicite aguda.
Sinal de Rosiving
Compressão no QIE, se refletir dor no QID indica também apendicite aguda.
Sinal de Murphy (Colecistite)
Compressão ponto cístico (Ves. Biliar) enquanto paciente inspira, se relatar dor ou interromper a respiração subitamente, indica colecistite aguda.
Sinal de Jobert
Percussão da linha axilar média, se reproduzir sons timpânicos ao invés de maciços, indica ar na cavidade abdominal (possível perfuração de víscera).
Teste do Músculo Iliopsoas
Elevação da perna direita do paciente, pede-se que a sustente enquanto aplica força contrária, se relatar dor no QID indica perfuração do apêndice.
Sinal de Giordano
Realiza punho percussão (leves golpes) na região lombar, se relatar dor indica acometimento renal.

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