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Cuidado Farmacêutico no SUS – Capacitação em Serviço INTRODUÇÃO A febre é o aumento da temperatura corporal, além da variação diária normal (DINARELLO; PORAT, 2015). Em adultos, a febre é característica de infecções, porém pode estar presente em condições não infecciosas, além de doenças autoimunes (PORAT; DINARELLO, 2016). Já em crianças, a febre é considerada autolimitada e benigna na maior parte dos casos (WARD, 2015). A prescrição farmacêutica para o tratamento de problemas de saúde autolimitados deve ser realizada com base nas necessidades de saúde do paciente, nas melhores evidências científicas, em princípios éticos e em conformidade com as políticas de saúde vigentes. O farmacêutico poderá realizar a prescrição de medicamentos e outros produtos com finalidade terapêutica, cuja dispensação não exija prescrição médica (CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA, 2013a, 2013b) ACOLHIMENTO DA DEMANDA Acolher significa receber bem, dar conforto, escutar e tornar-se responsável pelo atendimento da queixa apresentada pelo paciente, ou no mínimo, auxiliá-lo na escolha do melhor itinerário terapêutico. O farmacêutico deve identificar situações que requerem intervenção ou necessidade de atendimento rápido do paciente por outro profissional ou serviço. No caso de pacientes com febre, o farmacêutico deve reconhecer sinais e sintomas que o paciente apresenta, e identificar os casos em que são necessárias condutas com prescrição farmacêutica, orientações ou então encaminhamento a outros profissionais de saúde. ANAMNESE Definição A febre é o aumento anormal da temperatura corporal, ocorrendo em conjunto com o aumento do set point no hipotálamo. Em um ambiente com temperatura neutra, o metabolismo produz calor suficiente para manter a temperatura central entre 36,5oC a 37,5oC. A variação normal é de 0,5oC, mas pode ser até de 1,0oC em pessoas em recuperação de doenças febris, nas quais a variação diária é a mesma, porém a temperatura febril é maior. Em crianças, a variação da temperatura é facilmente observada, já os idosos possuem menor habilidade em apresentar febre, mostrando aumento modesto da temperatura apenas em casos de infecções severas (DINARELLO; PORAT, 2015). A temperatura varia de acordo com diversos fatores, incluindo idade, horário do dia (mais alta no período da noite e mais baixa no período da manhã), nível de atividade física, ciclo menstrual. No Quadro 1 são mostradas as temperaturas de acordo com o local de medição, e é importante ressaltar que durante o curso de uma doença febril a temperatura deve ser medida sempre com o mesmo aparelho e no mesmo local. Quadro 1: Variação da temperatura corporal de acordo com o local de medição. Local de medição Intervalo normal de temperatura Febre Retal 36,6o C a 38,0o C > 38,0o C Oral 35,5o C a 37,5o C > 37,6o C Axilar 34,7o C a 37,3o C > 37,4o C Timpânico 35,7o C a 37,7o C > 37,8o C Fonte: Adaptado de KRINSKY, 2014 Na prática clínica não se faz necessário uma medida acurada da temperatura corporal, já que na maioria das vezes a investigação é feita apenas para evidenciar se existe febre ou não. Na farmácia devemos dispensar maior atenção para os valores da temperatura corporal quando houver suspeita de quadros clínicos mais graves (EL-RADHI; BARRY, 2006). Fatores que agravam o sintoma Tentativas de aquecimento: Em estados febris, o corpo diminui a perda de calor gerando vasoconstrição e sensação de frio na pele. Nesses momentos, instintivamente o indivíduo busca formas de se aquecer, diminuindo superfícies corporais expostas, aumento do número e da capacidade térmica das roupas, busca por ambientes quentes e diminuição da atividade. Consequentemente, a temperatura corporal tende a não diminuir facilmente ou ainda aumentar mais (DINARELLO; PORAT, 2015). Medicamentos: uma série de medicamentos podem causar aumento da temperatura devido a fatores como: alteração do mecanismo de termorregulação; reações diretamente ligadas a ação farmacológica do medicamento; reações diretamente ligadas a administração do medicamento; reações de hipersensibilidade; reações idiossincráticas (KRINSKY, Cuidado Farmacêutico no SUS – Capacitação em Serviço 2014a). No Quadro abaixo é apresentada uma lista de medicamentos que podem causar aumento da temperatura corporal. Quadro 2: Medicamentos que podem aumentar a temperatura corporal Anti -nfecciosos Antineoplásicos Cardiovascular Ação no SNC Outros Aminoglicosídeos Bleomicina Epinefrina Anfetaminas Alopurinol Anfotericina B Clorambucil Hidralazina Barbitúricos Atropina Cefalosporinas Citarabina Metildopa Benzatropina Azatioprina Clindamicina Daunorrubicina Nifedipino Carbamazepina Cimetidina Cloranfenicol Citarabina Procainamida Haloperidol Corticoesteroides Imipenem Hidroxiureia Quinidina Litio Folato Isoniazida L - Asparaginase Estreptoquinase IMAOs Anestésicos inalatórios Macrolideos 6 - Mercaptopurina Nomifensina Interferon Mebendazol Procarbazina Fenitoína Iodetos Nitrofurantoina Streptozocina Fenotiazinas Metoclopramida Ácido para- aminosalicílico ISRS Propiltiouracil Penicilinas Trifluoperazina Prostaglandina E2 Rifampicina Tioridazina Salicilatos Estreptomicina Antidepressivos tricíclicos Tolmetina Sulfonamidas Lamotrigina Fenidiona Tetraciclinas Oxcarbazepina Ranelato de estrôncio Vancomicina Dapsona Nevirapina Telaprevir Legenda: SNC: Sistema Nervoso Central; ISRS: Inibidores Seletivos da Recaptação da Serotonina; IMAOs: Inibidores da Monoaminoxidase. FONTE: (HALLORAN; BERNARD, 2004; JOHNSON; CUNHA, 1996; KUMAR; REULER, 1986; MCDONALD; SEXTON, 2015) Sinais e sintomas associados: diversos sintomas podem ser observados em conjunto com a febre, caracterizando tanto problemas de saúde autolimitados quanto condições de maior gravidade, em que encaminhamento medico é necessário. Em casos de problemas de saúde autolimitados, os sintomas associados podem ser dor de cabeça, diaforese (transpiração excessiva), mal-estar generalizado, calafrios, taquicardia, artralgia, mialgia, irritabilidade e anorexia. Sintomas como sudorese, taquicardia e calafrios estão relacionados diretamente ao ajuste de temperatura do corpo durante a febre. Já sintomas como mialgias e artralgias estão relacionados com a liberação de pirógenos endógenos(KRINSKY, 2014a). METAS TERAPÊUTICAS O tratamento da febre tem por objetivo trazer conforto para o paciente, reduzindo a temperatura corporal e consequentemente os sintomas associados à febre. Porém, quando a resolução dos sintomas não é alcançada após 3 dias de tratamento, o paciente deve ser encaminhado ao serviço de atenção à saúde ou médico para sua devida avaliação. Cuidado Farmacêutico no SUS – Capacitação em Serviço PLANO DE CUIDADO O tratamento da febre não traz alteração no tempo de resolução de infecções bacterianas ou virais, mas deve ser iniciado apenas quando suspeitas de qualquer causa forem excluídas, evitando assim que um possível diagnóstico seja mascarado. O tratamento da febre visa sempre trazer conforto para o paciente, visto os sintomas associados que o aumento da temperatura corporal causa (KRINSKY, 2014a). Inclusive, o tratamento com antitérmicos é indicado quando o paciente não apresenta temperaturas muito elevadas, mas já apresenta os sintomas associados, como dor de cabeça, diaforese (transpiração excessiva), mal-estar generalizado, calafrios, taquicardia, ou então, quando o paciente já tem idade avançada (KRINSKY, 2014a; WARD, 2015). A partir da análise das informações coletadas, o farmacêutico, excluindo os casos de encaminhamento identificados na anamnese farmacêutica, deve proceder à seleção de condutas e elaboração de seu plano de cuidado, de forma compartilhada com o paciente, a fim de atender as suas necessidades e problemas de saúde.O plano de cuidado do paciente envolve a seleção de condutas para promover o alívio ou resolução da febre, proporcionando bem-estar e manutenção das atividades da vida diária. O plano contém as ações pactuadas entre o paciente e o farmacêutico, embasadas nas melhores evidências disponíveis, e de forma coordenada com o restante da equipe de saúde envolvida no cuidado. No atendimento da demanda da febre são possíveis as seguintes condutas (CFF, 2013a, 2013b): • Encaminhamento ao médico ou a outro serviço de saúde; • Prescrição de terapia não farmacológica; • Prescrição de terapia farmacológica; • Outras intervenções relativas ao cuidado à saúde do paciente. Tratamento não farmacológico O tratamento não farmacológico da febre consiste em resfriar o corpo com o objetivo de aumentar a perda de calor e consequentemente, diminuir a temperatura corporal. Essa terapia pode ser realizada de diversas formas, como: banhos de esponja com água morna, banho, exposição a ventilação e uso de mantas frias (Axelrod 2000; Caruso et al. 1992). Além desses métodos, o uso de gelo, enemas frios e uso de álcool pelo corpo não são recomendados, uma vez que podem causar sérios eventos adversos (SENZ; GOLDFARB, 1958; STEELE et al., 1970). Estudos mostram que métodos de resfriamento do corpo para redução da temperatura são eficazes por curtos períodos de tempo, ou seja, a longo prazo, a terapia medicamentosa isolada é mais eficaz do que o resfriamento do corpo isoladamente (ALVES; ALMEIDA; ALMEIDA, 2008; WATTS; ROBERTSON; THOMAS, 2003). Além dessas terapias, é importante adotar condutas como uso de roupas leves, não cobrir o paciente com o intuito de diminuir os sintomas da febre, manter a temperatura ambiente em torno de 25,6o C, e ingerir líquidos (KRINSKY, 2014a). Tratamento farmacológico Vide ANEXO 1 AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS A febre, na maioria dos casos em crianças ou adultos, é decorrente de infecções virais e relacionadas a problemas de saúde autolimitados. Nesses casos, a prescrição farmacêutica de um antitérmico que vai trazer conforto ao paciente e minimizar os sintomas associados a ela como mal estar, dor de cabeça e mialgia, é de grande necessidade para melhora da qualidade de vida do paciente na decorrência do estado febril (KRINSKY, 2014a; PORAT; DINARELLO, 2016). Caso o paciente não apresente melhora ou tenha piora do sintoma, com aparecimento de sinais de alerta ou mais sintomas associados, ele deve ser encaminhado ao médico. Cuidado Farmacêutico no SUS – Capacitação em Serviço FLUXOGRAMA DE TRATAMENTO Fonte: O autor (2018) Cuidado Farmacêutico no SUS – Capacitação em Serviço ENCAMINHAMENTO O farmacêutico deve fazer encaminhamento a outros profissionais de saúde ou estabelecimento de saúde sempre que o paciente apresentar um dos seguintes sinais de alerta: Pacientes com <6 meses de idade com temperatura retal ≥ 38°C ou equivalente Pacientes com >6 meses de idade com temperatura retal ≥40°C ou equivalente Sintomas de infecções que não são autolimitadas Risco de hipertermia Utilização de oxigênio comprometida (p.ex. DPOC grave, dificuldade respiratória, insuficiência cardíaca) Sistema imune comprometido (p.ex. HIV, câncer) Possível lesão no sistema nervoso central (p.ex. lesão traumática na cabeça, acidente vascular encefálico) Febre que persiste por mais de três dias com ou sem tratamento Crianças que se recusam a ingerir qualquer líquido Crianças muito sonolentas, irritáveis ou com dificuldade de acordar Crianças com vômitos e que não conseguem manter líquidos ingeridos Pacientes com sintomas coerentes com dengue, febre Chikungunya ou infecção por Zikavirus Pacientes com os seguintes sintomas: o - Rash cutâneo o - Dificuldade de respirar o - Dor de cabeça ou dor forte no pescoço o - Convulsões ou confusão mental o - Vômitos ou diarreia o - Dor forte na barriga, costas o - Qualquer outro sintoma que não seja comum e gera preocupação Fonte: Adaptado do Guia de prática clínica sinais e sintomas não específicos (MELO et al., 2018); (KRINSKY, 2014a) Cuidado Farmacêutico no SUS – Capacitação em Serviço REFERÊNCIAS ALVES, J. G. B.; ALMEIDA, N. D. C. M. DE; ALMEIDA, C. D. C. M. DE. Tepid sponging plus dipyrone versus dipyrone alone for reducing body temperature in febrile children. São Paulo medical journal = Revista paulista de medicina, v. 126, n. 2, p. 107–11, 6 mar. 2008. CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução no 586 de 29 de agosto de 2013. [s.l: s.n.]. CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução no 585 de 29 de agosto de 2013. [s.l: s.n.]. DINARELLO, C. A.; PORAT, R. Fever. In: KASPER, D. et al. (Eds.). . Harrison’s Principles of Internal Medicine, 19e. New York, NY: McGraw-Hill Education, 2015. EL-RADHI, A. S.; BARRY, W. Thermometry in paediatric practice. Archives of disease in childhood, v. 91, n. 4, p. 351–6, abr. 2006. HALLORAN, L. L.; BERNARD, D. W. Management of drug-induced hyperthermia. Current opinion in pediatrics, v. 16, n. 2, p. 211–5, abr. 2004. JOHNSON, D. H.; CUNHA, B. A. Drug fever. Infectious disease clinics of North America, v. 10, n. 1, p. 85–91, mar. 1996. KRINSKY, D. L. Handbook of nonprescription drugs: an interactive approach to self-care. 18ed. ed. Washington: [s.n.]. KRINSKY, D. L. ET AL. Handbook of nonprescription drugs: an interactive approach to self-care. 18. ed ed. [s.l.] Washington: American Pharmacists Association, 2014b. KUMAR, K. L.; REULER, J. B. Drug fever. The Western journal of medicine, v. 144, n. 6, p. 753–5, jun. 1986. MCDONALD, M.; SEXTON, D. J. Drug Fever. p. 1–10, 2015. MELO, A. C. DE et al. Guia de Prática Clínica: Sinais e sintomas não específicos - Febre. Brasilia - DF: Conselho Federal de Farmácia., 2018. PORAT, R.; DINARELLO, C. A. Pathophysiology and treatment of fever in adults. Disponível em: <http://www.uptodate.com/contents/pathophysiology-and-treatment-of-fever-in- adults?source=search_result&search=Phisiopathology+and+treatment+of+fever&selectedTitle=15~150>. Acesso em: 14 nov. 2015. SENZ, E. H.; GOLDFARB, D. L. Coma in a child following use of isopropyl alcohol in sponging. The Journal of pediatrics, v. 53, n. 3, p. 322–3, set. 1958. STEELE, R. W. et al. Evaluation of sponging and of oral antipyretic therapy to reduce fever. The Journal of pediatrics, v. 77, n. 5, p. 824–9, nov. 1970. WARD, M. A. Fever in infants and children: Pathophysiology and management. p. 1–18, 2015. WATTS, R.; ROBERTSON, J.; THOMAS, G. Nursing management of fever in children: a systematic review. International journal of nursing practice, v. 9, n. 1, p. S1-8, fev. 2003. Cuidado Farmacêutico no SUS – Capacitação em Serviço Realização: Coordenação Geral: GT de Saúde Pública – Conselho Federal de Farmácia Concepção Pedagógica: Cassyano Januário Correr Thais Teles de Souza Walleri Christini Torelli Reis Coordenação Pedagógica: Thais Teles de Souza Walleri Christini Torelli Reis Tutoria: Alcindo de Souza Reis Junior Aline de Fátima Bonetti Bruna Aline de Queirós Bagatim Cínthia Caldas Rios Soares Fernanda Coelho Vilela Fernando Henrique Oliveira de Almeida Inajara Rotta Livia Amaral Alonso Lopes Natália Fracaro Lombardi Wallace Entringer Bottacin ANEXO 1 – PROTOCOLO DE FEBRE Cuidado Farmacêutico no SUS – Capacitação em Serviço EVENTOS ADVERSOS CONTRAINDICAÇÕES SITUAÇÕES ESPECIAIS POSOLOGIA ORIENTAÇÃO AO PACIENTE FÁRMACO • Dermatológicas: Rash (3% a 9%) • Gastrintestinais: azia (3% a 9%), náusea (3% a 9%), vómitos (1% a 3%) • Neurológicas: Tonturas (3% a 9%), dor de cabeça (1% a 3%) • Hipersensibilidade conhecida ao ibuprofeno, ao ácido acetilsalicílico ou a qualquer outro AINEs;• Úlcera gastroduodenal ou sangramento ativo; • Primeiro trimestre da gestação; após a 30a semana de gestação. • Crianças com menos de 6 meses de idade • Evitar (avaliação risco-benefício) em pacientes com doença renal, asma, hipertensão, cardiopatia, disfunção hepática, distúrbios da coagulação ou lúpus. • Risco C – não utilizar na gestação, exceto sob supervisão médica. ADULTOS (acima de 12 anos) • 200-400 mg em intervalos de 4-6h CRIANÇAS (6 meses a 12 anos) • 5 a 10 mg / kg em intervalos de 6 a 8 horas • O intervalo mínimo para administração do comprimido ou cápsula não deve ser inferior a 4h • Não ultrapassar a dose máxima de 1.200 mg/dia • Não tomar por mais de 10 dias a não ser que seja indicado por um médico • Pacientes com história cardíaca têm um risco aumentado para eventos cardiovasculares adversos trombóticos. Aconselhe paciente para relatar sinais / sintomas de infarto do miocárdio ou acidente vascular cerebral. • Instruir os pacientes a relatar sinais / sintomas de eventos gastrintestinais graves, como sangramentos (sangue aparente nas fezes, ou fezes enegrecidas) ou dor abdominal intensa. Os doentes idosos e debilitados podem ter um risco aumentado para este evento adverso. Ibuprofeno • Gastrointestinal: úlcera gastrintestinal • Hematológicas: Sangramento • Hipersensibilidade ao AAS ou outros AINEs • Casos de asma, rinite e pólipos nasais. • O uso de aspirina em adolescentes deve ser evitado, em especial se na vigência de ADULTOS E • 500-1000 mg em intervalos de 4-8h (não exceder 4g/dia) • Não ultrapassar dose máxima de 4g/dia. • Instruir paciente para relatar sangramento anormal ou excessivo. • Aconselhe doente a relatar sintomas de Ácido acetilsalicílic o (AAS ou aspirina) ANEXO 1 – PROTOCOLO DE FEBRE Cuidado Farmacêutico no SUS – Capacitação em Serviço • Otológicas: zumbido • Respiratórias: broncoespasmo • Outros: angioedema, síndrome de Reye doença viral, devido ao risco de síndrome de Reye - nessa população, preferir alternativas terapêuticas. • Risco C – não utilizar na gestação, exceto sob supervisão médica. CRIANÇAS (acima de 12 anos) • Mesma dose que para adultos • 40 a 60 mg / kg / dia em intervalos de 4 a 6h. máximo de 4 g em 24h ulceração ou hemorragia gastrointestinal. • Os efeitos secundários podem incluir dispepsia, agitação, confusão, tonturas, dor de cabeça, letargia, síndrome de Reye e convulsões. • Dermatológicas: Prurido (>5%) • Gastrintestinais: Obstipação (>5%), náusea (adultos, 34%), vômitos (adultos, 5%) • Neurológicas: Dor de cabeça (1% a 10%), insônia (1% a 7%) • Psiquiátricas: Agitação (>5%) • Respiratórias: A atelectasia (>5%) • Hipersensibilidade ao paracetamol • Doença hepática • Devido ao seu efeito neutro na pressão arterial e função cardiovascular como um todo, essa alternativa deve ser preferida em pacientes com doenças cardiovasculares. • Risco C – não utilizar na gestação, exceto sob supervisão médica. ADULTOS E ADOLESCENTES • 500-1000 mg em intervalos de 4-6h, conforme a necessidade (não exceder 4g/dia) CRIANÇAS (até 1 ano) • 10 a 15 mg / kg / dose com intervalos de 4 a 6 h. Máx 75 mg / kg / dia CRIANÇAS (até 11 anos, < 60 kg) • 10 a 15 mg / kg / dose com intervalos de 4 a 6 h. Máx 100 mg / kg / • Não exceder dose máxima diária de 4g. • Instruir paciente que muitas associações medicamentosas isentas de prescrição, como aquelas para resfriados e dor podem conter paracetamol, e que a dose diária deve ser observada. • Os efeitos secundários podem incluir hemorragia gastrointestinal, hepatotoxicidade, ou nefrotoxicidade. • Evitar uso concomitante de bebidas alcoólicas. Paracetamol ANEXO 1 – PROTOCOLO DE FEBRE Cuidado Farmacêutico no SUS – Capacitação em Serviço dia ou máx 4000 mg / dia • Cardiovasculares: hipotensão • Dermatológicas: erupção cutânea, rash, urticária • Gastrintestinais: náuseas, vômitos, irritação gastrointestinal, xerostomia • Hematológicas: agranulocitose, anemia aplastica • Neurológicas: sonolência, cansaço e dor de cabeça • • Hipersensibilidade a dipirona • Pacientes com menos de 3 anos ou com menos de 5 kg • Os supositórios só podem ser utilizados por crianças maiores de 4 anos com mais de 16 kg • Deve ser evitada em pacientes imunossuprimidos e com idiossincrasias sanguíneas. • Os dados disponíveis são inconclusivos ou inadequados para determinar o risco fetal quando administrado a mulheres grávidas ou mulheres em idade fértil. SUPOSITÓRIOS • 1 a 4 supositórios ao dia, adultos e crianças ADULTOS • 500-1000 mg em intervalos de 6-8h CRIANÇAS Solução de 500 mg/mL, gotas: • 5 a 8 kg (3 a 11 meses): Dose única 2 a 5 gotas; dose máxima diária 20 (4 tomadas x 5 gotas) • 9 a 15 kg (1 a 3 anos): Dose única 3 a 10 gotas; dose máxima diária 40 (4 tomadas x 10 gotas) • Não ultrapassar dose máxima diária – 3-4 g/dia. • Explicar que eventos adversos como anemia aplástica e agranulocitose, apesar de raros, devem ser monitorados. • A dipirona pode provocar pressão baixa, que pode ser dependente da dose. Esse risco pode ser aumentado se o paciente já tiver história de hipotensão, desidratação, circulação instável, insuficiência respiratória ou febre elevada. • Não utilizar mais que 4 supositórios ao dia Dipirona ANEXO 1 – PROTOCOLO DE FEBRE Cuidado Farmacêutico no SUS – Capacitação em Serviço • 16 a 23 kg (4 a 6 anos): Dose única 5 a 15 gotas; dose máxima diária 60 (4 tomadas x 15 gotas) • 24 a 30 kg (7 a 9 anos): Dose única 8 a 20 gotas; dose máxima diária 80 (4 tomadas x 20 gotas) • 31 a 45 kg (10 a 12 anos): Dose única 10 a 30 gotas; dose máxima diária 120 (4 tomadas x 30 gotas) • 46 a 53 kg (13 a 14 anos): dose única 15 a 35 gotas; dose máxima diária 140 (4 tomadas x 35 gotas) Solução de 50 mg/mL. • 5 a 8kg (3 a 11 meses): Dose única 1,25 a 2,5; dose máxima diária 10 (4 tomadas x 2,5mL) • 9 a 15kg (1 a 3 anos): Dose única 2,5 a 5; ANEXO 1 – PROTOCOLO DE FEBRE Cuidado Farmacêutico no SUS – Capacitação em Serviço dose máxima diária 20 (4 tomadas x 5mL) • 16 a 23kg (4 a 6 anos): Dose única 3,75 a 7,5; dose máxima diária 30 (4 tomadas x 7,5mL) • 24 a 30kg (7 a 9 anos): Dose única 5 a 10; dose máxima diária 40 (4 tomadas x 10mL) • 31 a 45kg (10 a 12 anos): Dose única 7,5 a 15; dose máxima diária 60 (4 tomadas x 15mL) • 46 a 53kg (13 a 14 anos): Dose única 8,75 a 17,5 Dose máxima diária 70 (4 tomadas x 17,5mL) Fonte: Adaptado do Guia de prática clínica sinais e sintomas não específicos (MELO et al., 2018); Micromedex (TRUVEN HEALTH ANALITYCS, 2015) MELO, A. C. DE et al. Guia de Prática Clínica: Sinais e sintomas não específicos - Febre. Brasilia - DF: Conselho Federal de Farmácia., 2018. TRUVEN HEALTH ANALITYCS. Micromedex® DrugdexSystem®. ANEXO 1 – PROTOCOLO DE FEBRE Cuidado Farmacêutico no SUS – Capacitação em Serviço
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