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Direito Internacional

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   
 
2013 
INTRODUÇÃO AO 
DIREITO 
INTERNACIONAL 
PÚBLICO E PRIVADO 
 
 
P . H . M . J R . 
 
2 INTRODUÇÃO AO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO  
 
 
 
Conteúdo digitado foi baseado nas aulas do Prof. Danilo Vieira Vilela 
Obs.: Apesar das anotações serem feitas das aulas dada pelo Professor, todo 
o conteúdo é de total responsabilidade minha, ou seja, se houver algum 
equívoco, algo desatualizado, alguma falha, foi engano e erro da minha parte. 
Peço que entrem em contato comigo para ser consertado/atualizado o erro. 
Obrigado e bom estudo!! 
 
 
Bibliografia básica para o estudo do curso: 
 Curso de Direito Internacional Público – Valério de Oliveira Mazzuoli 
 José Francisco Rezek – Direito Internacional 
 Hildebrando Accioly, Paulo B. Casella – Manual de Direito Publico 
Internacional 
 Roberto Luiz Silva 
Para o estudo deste curso foi usado o livro: Curso de Direito Internacional 
Público – Valério de Oliveira Mazzuoli; obs. Todas os rodapés são trechos 
tirados do livro 
O Direito Internacional é dividido em duas partes: 
 Direito Internacional Público 
o Dividido em três partes: 
I. Introdução; parte histórica 
II. Fontes; tratados internacionais 
III. Sujeitos; ser humano (só abrange os Direitos Humanos, no 
qual já tivemos essa matéria), Estados, Organizações 
Internacionais 
 Direito Internacional  
 
3 INTRODUÇÃO AO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO  
 Direito Internacional Privado 
 
Introdução – Parte Histórica
 
Primeiramente iremos estudar sob os aspectos históricos do Direito 
Internacional Público, não aprofundando muito, porem passando pelos pontos 
mais importantes. 
O Direito Internacional é sempre ligado à história, como por exemplo, hoje 
está fazendo 68 anos do maior atentado terrorista da humanidade, Hiroshima e 
Nagasaki (06/08/1945). 
O Direito Internacional Público (DIP) tem como foco principal o Estado, 
sendo chamado pela história de Direito Interestatal. 
DIP não é a mesma coisa que Direito Estrangeiro, DIP é aplicado na ordem 
internacional, Direito Estrangeiro é o direito interno de outro país. 
Quando o Direito Estrangeiro é analisado, estudado, é chamado de Direito 
Comparado. 
O Direito Internacional é um Sistema Contratual de Conteúdo Negativo 
entre os Estados. 
i) É um Sistema porque tem normas que são regras e princípios; 
ii) É contratual pelo pacta sunt servanda (os pactos devem ser 
cumpridos - contratualismo); 
iii) É de Conteúdo Negativo porque é obrigação de não fazer, sendo 
limitada a atividade estatal. 
O Direito Internacional surge para tutelar as guerras, ex: uso de soldados 
crianças, minas terrestres, uso de bomba atômica. 
Hoje em 2013, quando se fala em Estado, falamos em Estado Moderno, sendo 
aquele Estado que surgiu no século XIV/XV, a associação a ser feita é lembrar-
se do caderno de história da 5ª série, Portugal e Espanha foram os primeiros 
Estados a conquistarem terras estrangeiras, sendo os pioneiros a consolidarem 
os Estados Modernos, ocasionando a conquista da América no ano de 1492 
(A descoberta do Paraíso), posteriormente em 1500 houve a conquista do 
Brasil. 
Esse tipo de Estado Moderno é o Estado com Povo, Território e Soberania, 
mas a estrutura organizacional é muito mais antiga que o século XIV/XV. 
 
4 INTRODUÇÃO AO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO  
Vamos voltar um pouco, na antiguidade, no qual tinha grupos de pessoas, 
nômades (não fica preso com a terra, eles migram para onde há alimento), que 
com o decorrer do tempo, aos poucos, o homem começa uma grande 
revolução, a agricultura (ficando mais preso a terra e deixando de ser nômade), 
esses grupos eram chamados de Unidades autônomas, no qual não havia 
contato algum entre esses grupos, sendo diferenciada pela Religião, Cultura, 
Língua, dentre outras diferenças. 
Eis que um belo dia, esses grupos se encontram, o primeiro contato foi 
caracterizado pela hostilidade (guerra) e competição, chamado esse contato 
por alguns autores dos primeiros contatos internacionais1, porem criticados 
por alguns historiadores, não sendo o primeiro contato internacional. Passando 
séculos, aqueles grupos que tiveram muitas guerras, havendo um super 
desgaste e consequências graves, cansaram de tudo isso e entraram em 
diálogo, com o intuito de fazer acordo, finalmente iniciou o comércio e com isso 
a tolerância ao estrangeiro, pois havia interesse de comércio. 
Durante esses 2-3 mil anos que houve a mudança de Competição para “em 
regra” Cooperação, o interesse sempre foi econômico ($$$), sendo melhor 
manter uma cooperação entres os países do que manter uma competição. 
Tendo como objetivo o interesse comum. 
A evolução do Direito Internacional durou vários séculos e se desenvolveu de 
forma quase que desordenada. Suas primeiras e mais singelas manifestações 
aparecem quando dos intercâmbios que passam a existir entre os vários 
feudos da Idade Média, os senhores feudais tinham grande poder de 
relacionamento e muitas alianças que celebravam entre si, como por 
exemplo, questões relacionadas à segurança externa. Durante esse período 
todos os tratados passaram a ser celebrados sob a égide da Igreja e do 
Papado, e as decisões do Papa passaram a ser respeitadas em todo o 
continente. 
O caminho da antiguidade para os dias de hoje (2 a 3 mil anos), a mudança da 
competição para a cooperação, houve vários pontos importantes em que 
iremos tratar: 
Antiguidade Clássica 
 Grécia – A normalidade na Grécia era a guerra, a competição. 
 Roma – Um ponto muito importante foi a grande dimensão do Império 
Romano, dada à dimensão os líderes nomearam representantes para 
 
1 Conforme Barão Serge A. Korff, no sentido de que o Direito Internacional é tão antigo como a 
civilização em geral e consequência necessária e inevitável de toda a civilização, desta forma 
temos como correta a assertiva de que na Antiguidade Clássica não existia um Direito 
Internacional propriamente dito, como o concebemos hoje com relações entre nações 
estrangeiras, porque não existia lei comum entre tais nações, nem sequer igualdade entre elas. 
 
5 INTRODUÇÃO AO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO  
controlarem todo o império, no qual surge a “embaixada/diplomata”. 
Em termos jurídicos o grande herdeiro do Império Romano é o Direito 
Canônico (a Igreja Católica acaba difundindo muito essa ideia de 
embaixada e representantes), entretanto prevalece a competição 
 Idade Média - Começa com um poder muito grande da Igreja. Nessa 
idade houve a Reforma Protestante, sendo contestado o poder do papa 
tanto pelos protestantes como pelo rei (anglicanismo), em decorrência 
disso ocorreram várias guerras. 
Em 1486-1546 viveu Frei Francisco da Vitória, espanhol, relacionado à igreja 
e de caráter religioso. Nessa época houve o maior genocídio da história da 
humanidade, a conquista da América2. Frei Francisco escreveu um livro “Os 
índios e o direito da guerra” que dizia: o índio pode ser atrasado, mas é ser 
humano, sendo imagem e semelhança de Deus na terra, não podendo ser 
exterminado como esta sendo. Entretanto o Fundamento deste livro não 
deixou de ser religioso, mesmo sendo considerado o “fundador” do Direito 
das gentes, seu livro não teve um viés voltado para os Direitos Humanos. 
Em 1548-1617 viveu Frei Francisco Suárez, no qual retomou os fundamentos 
do Frei Francisco da Vitória, e disse que as normas da sociedade 
internacional tem um duplo aspecto, sendo: imamentistas (tem origem 
religiosa), mas também é a vontade dos governantes estampadas em 
tratados e costumes. 
Até Frei Francisco Suáreznão se pode dizer que houve um direito 
internacional, pois foi também de caráter religioso. 
Em 1583-1645, viveu Hugo Grotius (Grócio), holandês e protestante, nessa 
época a Holanda estava se estruturando como Estado, Hugo Grotius era 
religioso, acreditava em Deus, porem não seguia os dois Freis anteriores. Sua 
grande importância foi a escritura do Livro: “O Direito da Paz e da Guerra”, no 
qual deu ênfase ao direito das gentes como ciência, e ocasionou a origem do 
Direito Internacional. Esse livro estabeleceu limites para a guerra, no qual o 
livro dizia: “Ainda que Deus não exista o Direito Internacional existe”, Hugo 
Grotius foi considerado o Pai do Direito Internacional e do Direito Natural. 
Na mesma época de 1600, houve a guerra dos Trinta Anos na Europa, entre 
países católicos e países protestantes, foi uma guerra completamente 
religiosa, ao final da guerra, em 1648, foi ratificado o Tratado de Paz de 
Westfália, sendo um acordo internacional: “Na região dele, a religião dele”. 
Desta forma a religião do Rei foi a religião de todo o seu povo. Devido a isso 
houve a necessidade de delimitar com precisão o território de cada país, sendo 
consolidado de vez o Estado Moderno (povo, soberania e território). 
 
2 No final do século XVI sobraram aproximadamente 10% dos índios 
 
6 INTRODUÇÃO AO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO  
Contudo, foi tão somente a partir do final do século XVI e inicio do século XVII 
que o Direito Internacional Público apareceu como ciência autônoma e 
sistematizada. 
Da Paz de Westfália surgiu o Direito Internacional Clássico ou Direito 
Internacional Westfaliano. 
Em um quadro cronológico o Direito Internacional é dividido em três partes: 
Antes de 1648 – baseado na Religião 
Durante 1648 a 1945 – Direito Westfaliano 
Após 1945 – Direito de Nuremberg 
O Direito Internacional Westfaliano surgiu e teve como características: 
 Disciplinar as relações entre os ESTADOS 
 Soberania de cada Estado é absoluta (no meu território eu faço o que 
bem entender, o Estado cria as regras para o seu povo) 
 Contratualismo – pacta sunt servanda 
 Voluntariedade - o Estado só obedece o que ele quer, se o Estado não 
quiser fazer um contrato, ele não é obrigado 
Posteriormente no ano de 1776 ocorreu a Independência dos EUA e em 1789 
ocorreu a Revolução Francesa e por consequência surgiu os Direitos 
Humanos Intraestatais (cada país terá as suas regras de Direito Humanos). 
Em âmbito nacional isso foi muito importante, porem para âmbito 
internacional esses Direitos Humanos não mudaram nada. 
No Século XIX teve uma característica importante para o Direito 
Internacional, surgiu o Direito Internacional Humanitário (proteção das 
populações civis e dos ex-combatentes durante conflitos armados) – Henry 
Dunat, durante a Batalha de Solferino, estava na península da Itália, havia 
acabado de acontecer uma guerra, Henry passando viu vários combatentes 
caídos, sofrendo. Sensibilizado com isso, foi para a cidade mais próxima, e 
socorreu os combatentes daquela guerra, não se importou de qual lado era o 
soldado. Com tudo isso Henry foi à Suíça e com vários apoios foi criado o 
Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV – Tem a função de organizar 
conferências internacionais porem não é formado por Países, sendo assim 
não é uma Organização e sim um Comitê), do qual difundiu a ideia do Direito 
Internacional Humanitário. 
O Século XX, iniciou-se com a Revolução Tecnológica e em 1914 eclodiu a 
Grande Guerra, a I Guerra Mundial, foi uma guerra de trincheiras (tecnologia 
pequena) com isso a população civil não foi muito afetada, porem o que nos 
interessa na I Guerra Mundial é como ela terminou em 1918, e devido a tudo 
isso em 1919 ocorreu o Pacto de Versalhes, com sede em Genebra, sendo 
 
7 INTRODUÇÃO AO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO  
criada a OIT (Organização Internacional do Trabalho) e a LDN ou SDN (Liga 
das Nações ou Sociedades das Nações). 
A Liga das Nações é o embrião da ONU, esse modelo de organizações 
internacionais nos remete a cooperação, a busca da paz. Em vez de ocorrer 
mais uma guerra, vamos sentar e conversar. 
Entretanto o tratado de Versalhes não aboliu a guerra, podendo ser possíveis 
novas guerras, o que só em 1928 no contexto das Ligas das Nações foi 
assinado o pacto Briand-Kellog, no qual aboliu a guerra como meio de 
solução de controversas (NÃO SE USA MAIS A GUERRA PARA 
RESOLVER CONFLITOS). 
Com a criação da Liga das Nações e da OIT, veja que os Estados começaram 
a se associarem em torno de objetivos comuns. Todavia no inicio da 
década do século XX as coisas ficaram feias, ocorreu crises econômicas, 
fome, dificuldades, dando inicio ao Totalitarismo (um Estado forte) na 
Alemanha foi chamado de Nazismo, na Itália de Fascismo e na União 
Soviética de Comunismo. 
Contudo alguém teria que ser culpado por toda essa crise, e a Alemanha 
culpou os judeus por vários motivos, com o objetivo de exterminar todos os 
judeus. O grande argumento do nazismo contra os judeus foi a retirada de 
seus Direitos, sendo chamados de “seres humanos de segunda categoria”. 
Arquitetura do Nazismo é um documentário que mostra, dentre os seus 
aspectos, Hitler resgatando um modelo romano, os palácios que Hitler criou 
foram colunas gregas e romanas, partindo da mesma ideia da conquista de 
Roma, que conquistou tudo ao seu redor, assim como Hitler pretendia fazer, 
dominar toda a Europa e transformar em um único país com um povo puro, um 
povo ariano. 
A Alemanha tinha um tratado secreto com a URSS de não agressão, 
entretanto o território alemão foi se expandindo e quando chegou muito perto 
da URSS, eles entraram em guerra. Já os EUA entraram na guerra para 
controlar o poder que a Alemanha passou a ter e vender as suas armas 
para os aliados. O Brasil esteve envolvido na guerra para a conquista de 
Monte Castelo na Itália. 
Da mesma forma que aconteceu com Napoleão. Aconteceu com Hitler, o 
inverno da URSS derrotou ambos na guerra. 
No inicio de 1944 estava certo que os aliados iriam vencer a guerra, e com 
isso os aliados foram planejando o mundo pós Segunda Guerra. Com a ideia 
da criação da ONU (Organização das Nações Unidas) e o julgamento dos 
Alemães. 
 
8 INTRODUÇÃO AO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO  
Com o final da Segunda Guerra Mundial temos claramente os vencidos 
(Alemanha, Itália e o Japão) e os vencedores (EUA, URSS, China, França, 
Inglaterra e o Brasil). Posteriormente teve o Julgamento de Nuremberg, o 
Julgamento de Tokyo e a criação da ONU. 
De início a Alemanha ficou dividida em quatro áreas: Dividida para os EUA, 
ING, FRA e URSS, porem ING e FRA desistiram e os EUA assumiu o controle 
de suas áreas, no qual a Alemanha ficou dividida em duas: Alemanha 
Ocidental (EUA) e Alemanha Oriental (URSS). 
A ONU foi criada para promover a paz através dos Direitos Humanos, sendo 
esse o caminho para obtenção da paz. Em 1948 a Assembleia da ONU 
proclamou a Declaração dos Direitos Humanos. 
A ONU partiu da ideia de democracia, em termos, sendo que no Conselho de 
Segurança da ONU foram designados membros Permanentes e Rotativos, 
os Permanentes (EUA, URSS, França, China e Inglaterra) tem o poder de 
veto e de voto, os Rotativos tem o poder apenas de voto. 
O Julgamento de Nuremberg foi um Tribunal Internacional de Guerra, 
dividido em duas fases, a primeira foi julgado a cúpula da Alemanha Nazista, 
os seus generais e pessoas de maior comando, na outra fase foram julgados 
juízes e pessoas de menor comando. A grande critica a esse julgamento foi 
de um Tribunal dos vencedores contra os vencidos, o ataque das bombas 
atômicasnunca foi julgado, quem ganhou a guerra não foi julgado por ninguém. 
Todavia o Julgamento de Nuremberg foi de grande importância, pois 
prisioneiros de guerra nunca tiveram o direito de ampla defesa, sempre foram 
executados. 
A critica dos Alemães contra o Julgamento foi sobre o Juiz Natural, porque 
não foi respeitado o Juiz Natural, criticando que antes não havia um Tribunal 
Internacional criado. Outra critica da Alemanha foi sobre o fato de não existir 
uma lei anterior que defina, no qual cai por terra, pois a Alemanha havia 
assinado o tratado de Direito Humanitários e também por existir os Direitos 
Naturais. E outra crítica foi sobre a Soberania, os alemães estavam 
cumprindo ordens do seu País, essa ideia deixa de existir, mudando ela 
através das Normas Imperativas (jus cogens), são normas de Direito 
Internacional Público que todos devem obedecer, é imposto sobre todos e não 
pode ser afastado por ninguém. Sendo assim a questão da Soberania foi 
“restringida” de certa forma. Exemplo de norma imperativa: As Principais 
Normas de Direitos Humanos (não são todas) e a Carta da ONU. 
Natureza Jurídica da Declaração Universal de Direito Humanos não é 
Tratado, é uma Resolução da Assembleia Geral da ONU. 
 
9 INTRODUÇÃO AO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO  
Ocorreu posteriormente a Guerra Fria, no qual foi um conflito Político e 
Ideológico entre os EUA e a URSS (Capitalismo X Socialismo). 
Exemplos de países que tiveram choques com a Guerra Fria: 
1) Coreia (Coreia do Norte e Coreia do Sul) 
2) Angola 
3) Moçambique 
4) Cuba 
5) Afeganistão – Havia um grupo de controle dos EUA, porem houve um 
golpe socialista apoiado pela URSS, e para desmantelar o grupo 
socialista, os EUA apoiaram os rebeldes do Afeganistão, os Talibãs ( 
posteriormente chamado de Al Qaeda) 
6) Irã/Iraque – Esses dois países eram grandes produtores de petróleo, o 
Irã apoiado pela URSS e o Iraque apoiado pelo EUA, no qual Saddam 
Hussein era o governante. 
7) América Latina 
8) Vietnã 
Durante a Guerra Fria a ONU ficou “engessada”, EUA e URSS eram duas 
potencias fortíssima e também membros do conselho permanente da ONU. 
Desta forma um vetava o outro no aspecto de promover a paz (cada um 
cuidava da paz de seus países aliados, “cada um cuidava do seu jardim”). 
A ideia do Capitalismo é ligada a 1ª Geração dos Direitos Humanos (direito 
de propriedade – consumo) e a ideia do Socialismo é ligada a 2ª Geração 
dos Direitos Humanos (direito sociais). 
Em relação aos Direitos Humanos, em 1966 a ONU fez um tratado 
internacional para detalhar a DUDH, transformar os Princípios em Direitos. 
Desta forma foram criados dois pactos: Pacto de Direitos Civis e Políticos e 
Pacto de Direitos Sociais, Econômicos e Culturais 
Ao longo da Guerra Fria a URSS teve um grande atraso tecnológico, no qual 
aconteceu à derrota para os EUA e o final da Guerra Fria. Com a vitória 
ideológica dos EUA ocorreu a queda do muro de Berlim, vários países que 
estavam sobre o julgo da URSS começaram a sair da União, os povos da 
URSS se declararam independentes, até que a URSS se finda. 
Com o fim da Guerra Fria prevalece o Capitalismo e, maiormente a 1ª 
Geração dos Direitos Humanos. 
Surge a chamada Globalização, que teve como efeito a horizontalização e a 
verticalização. A horizontalização trata o Direito Internacional como algo que 
passou a cuidar de assuntos que antes não se preocupava, seja Direito 
Civil, Penal, do Trabalho, Processo Civil/Penal, todos os Direitos. Houve uma 
expansão dos Direitos sobre tudo. A verticalização é cada vez mais a 
 
10 INTRODUÇÃO AO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO  
sociedade internacional passa a interferir nos direitos interno dos Estados. 
A Globalização teve como consequência a Globalização Econômica foi o 
modelo econômico do Capitalismo e a Globalização Axiológica no qual visa a 
valorização, o consumismo. 
Neste meio tempo o Iraque, a ex-Iugoslávia, a Somália e Ruanda foram 
exemplo de povos em que eram obrigados a conviverem juntos, com as suas 
distinções de raças, religiões, línguas, porem enquanto durava a Guerra Fria, 
os EUA e a URSS abafavam tudo, com o fim da Guerra Fria, URSS não 
existia mais e os EUA deixou de se importar com esses povos. O Resultado 
disso são os inúmeros conflitos nesses países e dentre muitos outros países. 
Desta forma Saddam Hussein viu que não tinha mais apoio dos EUA, 
extremamente armado pelas armas americanas, atacou em 1990 o Kuwait, em 
busca de petróleo e conquista completa do País. Entretanto um ato como 
este é algo ilícito devido ao pacto de Bryan Kellog, que não permitia a 
invasão e conquista de um país. Sendo assim o conselho de segurança da 
ONU decidiu que “iria libertar o Kuwait”, que não deixou de serem os EUA 
quem enviou tropas para libertar o Kuwait, sendo chamada de a primeira 
guerra do Golfo, Operação Tempestade no Deserto, no entanto funcionou!! 
Kuwait foi libertado, momento épico na história da ONU. 
Como sanção ao Iraque a ONU determinou um embargo econômico, o 
Iraque não podia exportar e nem importar nada, a não ser o programa 
petróleo por remédio/alimentação e o Iraque não podia produzir armas de 
destruição em massa. As fronteiras do Iraque passaram a ser vigiadas, em 
via de regra pelos EUA. 
Em 1991-2001, a ex-Iugoslávia e em 1994, Ruanda, dois problemas bastante 
graves, que a ONU quis resolver, porem a ONU não foi decisiva em nenhum 
dos dois conflitos, a Rússia era aliada do líder Sérvio, que era o maior 
genocida e responsável na ex-Iugoslávia, desta forma quando a ONU quis 
intervir na ex-Iugoslávia a Rússia vetou. A alternativa que sobrou para os 
países europeus foi a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), 
sendo a OTAN decisiva na ex-Iugoslávia. Porem enquanto isso havia 
problemas civis na Somália, conflitos internos, devido a ausência dos 
americanos e dos europeus. Desta forma os povos, as tribos diferentes se 
rebelaram. Posteriormente os EUA interviu na Somália, porem não tinha algo 
de interesse, algo para se defender, a ONU não funcionou. 
Noticias de Ruanda foi algo totalmente ignorado pelo mundo inteiro, a ONU 
tirou apenas os estrangeiros e deixou Ruanda a mercê, a ONU não funcionou. 
No Final dos anos 90, as Nações Unidas criaram dois Tribunais 
Internacionais: Um Tribunal para a ex-Iugoslávia e para Ruanda, com a 
mesma ideia do Tribunal de Nuremberg, no qual recebeu a mesma crítica: 
 
11 INTRODUÇÃO AO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO  
primeiro a guerra e depois o tribunal. O Tribunal para Ruanda foi na cidade 
de Ashua, na Tanzânia, teve como mérito a justiça transicional, de um 
período de conflito para um período de paz. Países do mundo inteiro 
adotam a justiça de transição, porem no Brasil nunca existiu. O Tribunal da ex-
Iugoslávia foi instaurado em HAIA (Holanda) e que até hoje esse Tribunal ainda 
existe. 
Em 1998 teve um dos maiores acontecimentos do século XX, foi criado 
através do estatuto de Roma o Tribunal Penal Internacional, um Tribunal 
Permanente, localizado na Holanda, em HAIA, porem só passou a funcionar 
em 2002. 
Os crimes que o Tribunal de HAIA julga são: 
1) Crime de Guerra (Ofensa ao Direito Internacional Humanitário – quem 
cuida é a Cruz Vermelha Internacional) 
2) Crime contra a humanidade 
3) Genocídio – É focar e exterminar um determinado grupo (etnia, religião, 
tribo) de pessoas. 
4) Agressão 
Enquanto o mundo se preparava para o Tribunal Penal Internacional ocorreu 
a data 11/09/2001 – Ataque das Torres Gêmeas . Devido a isso teve um 
novo conflito mundial, sendo o conflito CULTURAL. Nesse contexto os 
EUA passaram a uma posição unilateralista, “somos os mais fortes, nos 
ditamos as regras”.Posteriormente o Conselho de Segurança da ONU deu 
autorização para os EUA atacarem o Afeganistão, no qual foi uma guerra 
lícita, mas não justa. 
Em 2002, por um monte de fatores e, sobretudo fatores econômicos, os EUA 
alegou que o Iraque possuia arma de destruição em massa, a qual o Iraque foi 
proibido de produzir esse tipo de armamento devido a sanção da primeira 
guerra do Golfo. 
A ONU mandou inspetores para averiguar se existia mesmo arma de 
destruição em massa no Iraque, não acharam nada. Porem os EUA apoiados 
pelo Reino Unido liderou um ataque ilícito em 2003. 
Em 2011 o Sudão do Sul se tornou o ultimo pais independente do planeta. 
E aqui se finda o contexto histórico 
 
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO – PARTE GERAL 
 
 
12 INTRODUÇÃO AO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO  
Direito Internacional Contemporâneo 
Conjunto de normas jurídicas que rege a comunidade internacional, 
determinam direitos e obrigações dos sujeitos, especialmente nas relações 
mútuas dos estados e, subsidiariamente, das demais pessoas internacionais, 
como determinadas organizações, bem como dos indivíduos. 
1) Jurisdicionalização do Direito Internacional – Criação de tribunais 
internacionais para o direito internacional visando garantir a eficácia 
Exs.: CIJ – Corte Internacional de Justiça (Corte de Haia ou Tribunal 
de Haia) – é vinculada a ONU e julga Estados 
TPI – Tribunal Penal Internacional (também fica em Haia) – julga 
pessoas 
CIDH – Corte Interamericana de Direitos Humanos – Órgão 
Jurisdicional 
Tribunal de Assunção – Tribunal Recursal do Mercosul 
Tribunal para Direito do Mar – Hamburgo, Alemanha 
Existência – Direito Internacional e Direito Interno tem muitas normas e leis. 
Validade – No Direito Internacional, em regra, a norma internacional é 
totalmente válida. 
Eficácia – A norma existe, é válida, no entanto quando a norma não é 
cumprida surge um problema, pois não tem uma estrutura que venha tornar a 
norma eficaz. 
A diferença entre Sociedade Internacional e Comunidade Interna: 
Sociedade Internacional tem como características: 
 Descentralizada – não existe uma criação ou aplicação das normas 
 Paritária – Formada por pares, por semelhantes, todos os países estão 
no mesmo nível 
 
13 INTRODUÇÃO AO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO  
 Consentimento/Pacta Sunt Servanda – as normas são cumpridas por 
esse princípio (normas imperativas (jus cogens), pautadas pela ética, 
são obrigadas a cumprir) 
 Cooperação/Coordenação – os países tem interesses comuns 
 Aberta – Podem surgir coisas novas a cada momento, ex: criação de 
um novo bloco econômico, uma nova Organização. 
Comunidade Interna tem como características: 
 Centralizada – As normas internas de um país são criadas pelo seu 
próprio Poder Legislativo 
 “Braço Forte” do Estado – O Estado tem meios para aplicar as suas 
normas na sociedade 
 Subordinação – Todos os indivíduos estão submissos às leis 
 Fechada – A modificação da estrutura, a criação de novos conselhos, 
são muito difícil de ocorrer 
Sujeitos do Direito Internacional Público 
a) Estados 
b) Organizações Internacionais 
c) Indivíduos (São considerados sujeitos do Direito Internacional se o 
assunto for sobre Direito Humanos). Entretanto para Francisco Rezek os 
indivíduos não são sujeitos do DIP 
Obs. Apenas os Estados e as Organizações podem fazer tratados em nome 
próprio. 
Correntes para resolver os conflitos entre Tratados e as leis internas: 
DUALISMO 
Para o dualismo o DIP e o Direito Interno são diferentes, duas ordens jurídicas 
distintas. 
Não há conflito entre DIP e Direito Interno 
 
14 INTRODUÇÃO AO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO  
a) Radical: Não admite nenhuma relação entre DIP e Direito Interno, o 
Direito Interno não pode incorporar um tratado internacional, possui a 
iniciativa legislativa comum. 
b) Moderado: O Direito Interno pode incorporar um tratado internacional 
através do processo legislativo simplificado/diferenciado. 
MONISMO 
DIP e Direito Interno fazem parte da mesma coisa, do mesmo sistema. 
O DIP e o Direito Interno entram em conflito 
a) Primazia do Direito Internacional (Radical): Quando houver conflito 
entre DPI e Direito Interno vai prevalecer o Direito Internacional 
b) Primazia do Direito Interno (Moderado): Quando houver conflito entre 
DPI e Direito Interno vai prevalecer o Direito Interno 
Quanto mais o país for democrático mais perto será do Monismo Radical / 
Quanto mais o país for fechado mais perto será do Dualismo Radical. 
TRATADOS E CONVENÇÕES NO BRASIL 
Regra para Incorporação de Tratados no Brasil (desde que não seja de Direitos 
Humanos) tem status de Lei Ordinária, pois o quorum é como de Lei Ordinária. 
Se pensarmos apenas em tratado o Brasil é dualista moderado 
Porem em caso de jus cogens e Decisões de Tribunais Internacionais ou 
Organizações Internacionais, o Brasil é Monista de Primazia do Direito 
Interno. 
EXCEÇÕES DE TRATADOS 
1) Matéria Tributária – Estabelecida pelo Art. 98 CTN (Código Tributário 
Nacional). Quando se tratar de tratado de matéria tributária será alterada 
a lei interna anterior e também observa a lei interna posterior, adotado o 
Monismo com primazia do Direito Internacional. 
2) Transporte internacional – Estabelecido pelo art. 178 da CF. Quando 
se tratar de transporte internacional o tratado altera a lei interna anterior 
 
15 INTRODUÇÃO AO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO  
e também observa a lei interna posterior, adotado o Monismo com 
primazia do Direito Internacional. 
3) Extradição – Extradição é a entrega de uma pessoa para efeitos de 
sentença ou processo penal de outro país. Estabelecido pela Lei 
6815/80 (Estatuto do estrangeiro), essa lei é a norma geral sobre 
extradição, no qual temos uma série de tratados bilaterais a respeito de 
extradição que fazem às vezes tratados de norma especial. Sendo 
assim prevalece a norma especial (tratados bilaterais) sobre a norma 
geral, pelo critério da especialidade, adotado o Monismo com primazia 
do Direito Internacional. 
4) Direitos Humanos – Art. 5 CF – O texto do art. 5 traz dois parágrafos, 
Antonio Augusto Cançado Trindade e Flavio Piovesan dizem que o §2º, 
os tratados de direitos humanos em que o Brasil faz parte serão 
somados como parte da Constituição. Entretanto alguns autores 
criticam e falam que os tratados estão no mesmo nível de Lei Ordinária. 
Com a convenção Internacional de Direito Humanos (Pacto de São José 
da Costa Rica) o STF disse que os Tratados têm status de Lei Ordinária. 
Em 2004 foi aprovada a emenda Constitucional nº 45, incluíram dois 
novos parágrafos (§3º e §4º) no art. 5 da CF. O §3º colocou os tratados 
internacionais sobre direitos humanos como status de emenda 
Constitucional, entretanto os Constitucionalistas alegaram que os 
tratados anteriores que não preencheram os requisitos necessários 
(aprovado em cada Casa do CN, por dois turnos e três quintos) serão de 
status de lei ordinária e os que venham a preencher os requisitos 
necessários dai sim serão de status de Emenda Constitucional, no qual 
temos apenas um tratado de status de Emenda Constitucional 
(Convenção de New York sobre deficientes e seu protocolo facultativo). 
Em 2008 o STF foi instado a julgar novamente a discussão sobre a 
hierarquia dos Direitos Humanos e foi decidido que os Tratados 
Internacionais de Direitos Humanos anteriores a Emenda 
Constitucional são SupraLegais (acima da lei e abaixo da Constituição). 
No §4º o Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal 
Internacional. Em um estudo mais aprofundado existe o Dialogo das 
Fontes, sendo normas que estivessem dialogando para saberqual é 
 
16 INTRODUÇÃO AO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO  
melhor. Com base nisso falamos em Monismo Dialógico. Uma norma 
Supralegal pode prevalecer sobre a CF através do principio pro homine 
(Principio Pro homine em matéria de direitos humanos prevalecerá a 
norma mais favorável aos direitos humanos). Hoje existe o Controle de 
Convencionalidade, assim como existe o Controle de 
Constitucionalidade, as novas leis devem obedecer os tratados, 
entretanto só existe no meio difuso, não há no concentrado ainda. Dupla 
Compatibilidade Vertical: A lei deve ser compatível com a CF e com os 
Tratados de Direitos Humanos. 
FONTES DO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO 
Assim como a LINDB (Lei de Introdução Nacional do Direito Brasileiro) é uma 
lei sobre leis, criada para cuidar de outras leis. No Direito Internacional há algo 
bem semelhante: Estatuto da Corte Internacional de Justiça (ECIJ). 
Em 1919, com a Liga das Nações, houve o Estatuto da Corte Permanente de 
Justiça Internacional (CPJI), no qual esse estatuto foi praticamente utilizado 
integralmente no estatuto ECIJ de 1946, desta forma foi posto um estatuto com 
visão da época de 1919. 
Esse estatuto da ECIJ no art. 38 trouxe as fontes do direito internacional 
público: 
1. Convenções (Tratados) – São as fontes mais importantes 
2. Costume 
3. Princípios Gerais 
4. Doutrina 
5. Jurisprudência 
6. Ex aequo et Bono (equidade) 
7. Analogia 
A doutrina e jurisprudência são meios auxiliares 
Ex aequo et Bono (equidade) e analogia são meios técnicos 
Exceção: Há mais fontes do DIP: 
 
17 INTRODUÇÃO AO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO  
1. Decisões das OIs 
2. Atos Unilaterais dos Estados 
3. Jus cogens (norma imperativa) 
4. Soft Law 
Por questão de didática o professor deixou para falar por último sobre os 
tratados 
2. COSTUME 
“Conjunto de normas consagradas pelo longo uso e observados na 
ordem internacional como obrigatórias”. (Roberto Luiz Silva) 
No direito interno brasileiro o costume não é tão importante atualmente, 
no direito internacional é o contrario, é muito importante. Costume é a 
prática reiterada (elemento objetivo) mais a opinião jurídica (elemento 
subjetivo). 
 A ofensa ao costume gera a sanção. 
A ONU vem codificando o Direito Internacional, vem positivando, 
colocando no papel, alguns costumes em tratados 
3. PRINCÍPIOS GERAIS DE DIREITO 
O Termo Princípios Gerais de Direito são indefinidos, são todos os 
princípios que existem no direito. Princípios Gerais do Direito são 
definidos. A Assembleia Geral da ONU reconheceu expressamente 
sete princípios do Direito Internacional (Resolução 2.625/70): 
1. Abstenção da ameaça ou uso da força (legítima defesa) - O 
Estado não pode se utilizar da força, exceto em legitima defesa ou 
autorização do Conselho de Segurança da ONU. 
2. Solução pacífica de litígios internacionais – Resolver os conflitos 
de forma pacífica (diplomacia, jurisdição ou mediação/arbitragem/ 
conciliação/ bons ofícios) 
3. Não intervenção em assuntos de jurisdição interna – A sociedade 
internacional não interfere na jurisdição interna, exceção: em caso 
 
18 INTRODUÇÃO AO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO  
de grave violação aos direitos humanos admiti-se a intervenção 
internacional. 
4. Cooperação – Os países cooperam entre si. 
5. Igualdade de Direitos e livre determinação dos povos 
(autodeterminação) – Cada povo tem o direito de determinar 
livremente seu futuro e sua escolhas políticas 
6. Igualdade Soberana – Todos os países são soberanos, desta forma 
todos aqueles que são soberanos devem ser tratados em igualdade 
perante a sociedade internacional. Obs.: As Embaixadas de todos os 
países são instaladas em Brasília 
7. Cumprimento em boa fé das obrigações contraídas pelos 
Estados – pacta sunt servanda, o Estado é obrigado a cumprir. 
 
 
Vemos que esses princípios estão implícitos na nossa Constituição, art. 
4º. 
I – Independência 
Nacional 
II– Prevalência dos 
Direitos Humanos – 
Se houver colisões 
entre os princípios 
será prevalecido o de 
Direitos Humanos 
III– Autodeterminação 
dos povos – O Brasil 
tem que respeitar a 
livre escolha política 
de cada povo 
IV – Não-intervenção 
V – Igualdade entre 
os Estados – Deve 
tratar todos os 
Estados da mesma 
forma 
VI – Defesa da Paz 
VII- Solução pacífica 
dos conflitos 
VIII – Repúdio ao 
terrorismo e ao 
racismo 
IX – Cooperação 
entre os povos para o 
progresso da 
humanidade 
X- Concessão de 
asilo político – 
Característica 
histórica do Brasil, 
pois no inciso II já 
abrange sobre o asilo 
político. 
 
 
19 INTRODUÇÃO AO DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO  
 
4. JURISPRUDÊNCIA DOS TRIBUNAIS INTERNACIONAIS 
Os Tribunais Internacionais decidem poucos processos 
No âmbito internacional uma única sentença já é considerada 
jurisprudência. 
As decisões dos Tribunais Arbitrais Internacionais também são jurisprudência 
5. DOUTRINA 
Em 1919 os juristas mais qualificados eram europeus, de forma que essa 
expressão hoje em dia é preconceituosa. Doutrina é doutrina, não tem alguma 
que seja melhor. 
A Academia de Direito Internacional de HAIA é o centro de estudo de direito 
internacional, no qual publica todo ano, no período de verão, o artigo “Recueil 
des Cours”, sendo considerada a principal fonte de doutrina do direito 
internacional. 
No Brasil, em MG, tem o centro de estudo do CEDIN. 
 
6. EQUIDADE 
Resolver conflitos com base no sentimento de justiça, desta forma no 
direito internacional é possível usar a equidade para resolver conflitos com 
base no art. 38 do Estatuto da Corte de Haia. 
No direito Interno tem a lei 9.307/96 no art. 2, caput, entretanto em regra no 
Brasil não é usado a equidade 
7. ANALOGIA 
Aplica-se a determinado fato norma concebida para situação semelhante. É 
admitida desde que não fira os princípios e não há previsão expressa no 
Estatuto 
 
20 INTRODUÇÃO AO DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO  
8. DECISÕES DAS ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS (OIS) 
Essas decisões podem ser alto aplicáveis, quando há uma decisão de um 
órgão internacional, os Estados que fazem parte desse Organismo 
Internacional devem cumprir, não necessitando ratificar. 
Em caso de conflito com a decisão, a decisão irá prevalecer. E não será 
atingida a soberania do país, pois ao entrar na Organização Internacional o 
país sabia que iria “abrir mão” da soberania. 
Ex: DIDH é uma Resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas 
9. ATOS UNILATERAIS DOS ESTADOS 
Ato Unilateral é a manifestação de vontade de um sujeito de Direito 
Internacional suficiente para produzir efeitos jurídicos. Os Atos Unilaterais 
geram obrigações. 
Para produzir efeitos deve ser público e gerar a intenção de se obrigar. 
10. SOFT LAW E JUS COGENS 
O Direito Internacional possui uma hierarquia: no topo o Jus Cogens, no meio 
os Tratados em Geral, e na base o Soft Law. 
Norma de ordem publica internacional são as normas imperativas. 
Jus Cogens é de ordem pública na sociedade internacional, norma imperativa 
não pode ser afastada entre as partes, tem efeito erga omnes. 
A norma imperativa é uma superação do pacta sunt servanda, 
O que faz uma norma ser imperativa é a ética, o fundamento da norma que a 
torna imperativa. 
Exemplo de normas imperativas Jus Cogens: 
1) Carta da ONU – Quando foi criada a ONU 
2) DUDH – é uma Resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas, 
sendo um consenso da humanidade 
3) Pacto de Direitos Civis e Políticos de 1966 
 
21 INTRODUÇÃO AO DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO  
4) Pacto de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais em 19665) Convenção do Genocídio – declarada um dia depois da DUDH 
Soft Law é o Direito Flexível. 
Tratado quadro ou tratado moldura são os tratados genéricos celebrados 
entre os chefes de Estado, entretanto esses tratados devem ser “preenchidos” 
por técnicos da área. 
Ex: Tratado sobre questão ambiental, o Chefe de Estado não tem 
conhecimento suficiente para estabelecer tudo sobre o tratado. Deste modo o 
Chefe de Estado recebe a ajuda de um técnico na área para recomendar se é 
plausível ratificar ou não o Tratado. 
O chefe de Estado tem o poder de obrigar a cumprir o tratado, porém o 
técnico da área não tem poder de obrigar, sua função é apenas complementar 
a norma, isso é chamado de Soft Law (recomendação), é um vinculo político, 
que possui uma sanção política. 
O Soft Law pode ser incorporado pelo Chefe de Estado, gerando uma 
obrigação. 
 
 
1. TRATADOS INTERNACIONAIS 
Tratado Internacional é a junção da lei com contrato. 
Em 1969 ocorreu a Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados - CVDT 
(LINDB no âmbito internacional). Até 1969 os tratados eram disciplinados pelo 
costume, a partir de 1969 foram regularizados/positivados entre todos os 
Estados. 
Em 1986 foi feita a Segunda Convenção sobre o Direito dos Tratados entre 
Estados e OIs ou entre OIs, no qual disciplinou/positivou as Organizações 
Internacionais entre si ou das Organizações entre Estados. 
 
22 INTRODUÇÃO AO DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO  
Só em 2009 o Brasil ratificou a CVDT de 1969, foi o tempo que o CN levou. 
Entretanto o Brasil já cumpria a CVDT desde 1969 através do costume. A 
segunda CVDT, de 1986, é aplicado hoje em dia no Brasil através de costume, 
porem não foi ratificada ainda. 
Definição da CVDT de 1969, art. 2º: Tratado significa um acordo internacional 
concluído por escrito entre Estados (como é definição de 69 as 
Organizações não entram) e regido pelo direito internacional quer conste de 
um instrumento único, quer de dois ou mais instrumentos conexos, qualquer 
que seja sua denominação específica. 
Características dos Tratados Internacionais: 
1. Acordo Internacional 
2. Celebrados entre Estados e/ou Organizações Internacionais (1986) 
3. Gera obrigações legais 
4. Regido pelo Direito Internacional 
5. Celebrado por escrito 
6. Ausência de denominação particular 
7. Instrumento único ou dois ou mais instrumentos conexos 
Quando usa a palavra Tratado, é um gênero em que se divide em várias 
espécies. A multiplicidade de termos e acepções, usualmente empregados na 
pratica das relações internacionais, podem ser assim definidos: 
a) Estatuto cria Tribunais Internacionais 
b) Declaração traz norma/princípios gerais – principio é mais aberto que a 
regra. Exceção: A declaração dos DIDH não é declaração, a sua 
natureza jurídica é uma resolução 
c) Convenção traz normas/regras – regras são mais específicas, um 
detalhamento maior 
d) Pacto é um nome clássico, tradicional de chamar os tratados. Foi muito 
utilizado na Liga das Nações. 
 
23 INTRODUÇÃO AO DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO  
e) Protocolo é um tratado que complementa outro tratado, desta forma 
protocolo é acessório, e os tratados chamados de guarda-chuva nada 
mais é do que vários protocolos inseridos no Tratado 
f) Carta é um tratado constituição, ela funda algo novo para o direito 
internacional, estabelecendo a sua estrutura a sua organização e a sua 
competência. Ex. Carta de São Francisco, criou a ONU. 
g) Concordata é um tratado que envolve a cidade Estado do Vaticano 
(Santa Sé) e cuida de questões religiosas. Para o Brasil, se for 
celebrado uma concordata será inconstitucional, porque o país é laico e 
não há distinção entre as pessoas, todos são iguais. 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS TRATADOS 
Cada autor da uma classificação para os tratados, entretanto há algumas mais 
importantes: 
1) Quanto ao numero de partes: 
a. Bilateral 
b. Multilateral 
O Tratado de Assunção foi feito em 1990, o Protocolo de Ouro Preto foi feito 
em 1994, então em 1990 o Tratado de Assunção falou como deveria ser criado 
o Mercosul, as suas bases. Entretanto quem realmente criou o Mercosul foi o 
protocolo de ouro preto em 1994. Entre 1990 e 1994 os tratados celebrados 
foram feitos pelo 4+1, esse foi o nome dado nesse período. 
2) Quanto à natureza jurídica 
a. Tratado-Lei 
b. Tratado-Contrato 
c. Tratado-Constituição 
 
3) Quanto a possibilidade de Adesão 
a. Tratado Aberto, não é necessário preencher requisitos. 
b. Tratado Fechado deve preencher alguns requisitos, ex: Tratado 
de Assunção. 
 
24 INTRODUÇÃO AO DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO  
 
CONCLUSÃO E ENTRADA EM VIGOR DOS TRATADOS 
 
FASE 1 – NEGOCIAÇÕES PRELIMINARES 
1) 1ª Etapa – Negociações Preliminares: Primeiro ocorre uma Conferencia 
(Cimeira) 
2) 2ª Etapa – Adoção do texto das negociações preliminares: 
Concordância com o texto 
3) 3ª Etapa- Assinatura do texto (a autenticação do tratado ainda não gera 
obrigação do Estado cumprir o tratado) 
Capacidade (Essa capacidade se refere quem irá à Cimeira) para Celebrar 
Tratados: 
O Poder Executivo possui a capacidade originária, desta forma quem tem a 
capacidade para celebrar os tratados é o Chefe de Estado e o Chefe de 
Governo (Nos países presidencialistas os cargos de Chefe de Estado e o 
Chefe de Governo são dados à mesma pessoa, o Presidente). 
Art. 84 da CF – compete privativamente (pode ser delegada a função) ao 
Presidente da República, inciso VII e VIII, manter relações com Estados 
estrangeiros e acreditar seus representantes diplomáticos e celebrar 
tratados, convenções e atos internacionais. 
Inciso II delega o auxilio aos Ministros de Estado, atualmente é Luis Alberto 
Figueiredo Machado. 
O Chefe de Governo nos países parlamentaristas (1º Ministro) é chamado de 
Chanceler e por tradição histórica o Ministro das Relações Exteriores do Brasil 
é chamado de Chanceler Brasileiro (Plenipotenciário). 
A Carta de Plenos Poderes é uma espécie de mandato, o Presidente delega 
o poder para algum Ministro, que não seja das relações exteriores, sendo 
necessário possuir essa carta de delegação do poder para representar o 
Estado. 
 
25 INTRODUÇÃO AO DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO  
O Chefe da Missão Diplomática também pode representar o chefe de Estado, 
chamado de Embaixador. Nos tratados bilaterais (entre dois países) o chefe 
da Missão Diplomática Permanente não precisa de carta de plenos 
poderes, esses poderes são implícitos. 
O Chefe das Missões Diplomáticas pode celebrar acordos multilaterais 
apenas com a carta de plenos poderes, previsto na CVDT (desta forma aplica-
se a todos os países). 
 
FASE 2 - CONSENTIMENTO EM OBRIGAR-SE 
No Brasil é pautado o consentimento de obrigar-se a um tratado pelo Costume. 
Na primeira fase o tratado é apenas manuseado pelo Poder Executivo, na 
segunda fase entra o Congresso Nacional, para aprovar o tratado, após a 
ratificação do Presidente entra na terceira fase, se for tratado bilateral depende 
da troca de notas diplomáticas (o tratado só entrará em vigor quando os dois 
países ratificarem o tratado e efetuarem a troca das notas diplomáticas), se o 
tratado for multilateral depende da figura do depositário que irá receber o 
depósito do instrumento de ratificação (geralmente o depositário é o Estado 
sede ou a Organização que promoveu o encontro) e a sua vigência irá começar 
quando atingir um número mínimo de depósitos (geralmente esse mínimo é 
estipulado no tratado). 
Art. 49 da CF, em seu inciso I, o Congresso não resolve definitivamente só 
sobre tratados que venha a dar algum patrimônio nacional. 
O Congresso não ratifica, o Congresso referenda(confirma), no entanto o 
Congresso tem duas opções: a) aprovar o tratado através do decreto 
legislativo (assinado pelo Presidente do Congresso) e com isso autoriza o 
Presidente da Republica a ratificar o tratado (é analisado o mérito, a 
oportunidade e a conveniência). Desta forma a ultima palavra é do Presidente, 
e sendo assim o Congresso não resolve definitivamente. Depois de o 
tratado ter sido ratificado pelo Presidente é feito um decreto executivo e 
publicado no Diário Oficial da União. b) rejeitar o tratado e não ter o decreto 
 
26 INTRODUÇÃO AO DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO  
legislativo, sendo feito apenas uma comunicação ao Presidente da Republica 
que não foi deferido o tratado. Neste caso o Congresso decidiu 
definitivamente. 
 
FASE 3 - REGISTRO E PUBLICAÇÃO DO TRATADO INTERNACIONAL 
Na estrutura da ONU há vários órgãos, dentre eles tem o secretariado, e 
várias outras funções, entretanto o secretariado tem uma função de cartório, 
de registro. 
O fato dos Estados ter trocado notas diplomáticas, por si só já gera uma 
obrigação, mas se os Estados quiserem fazer que o tratado tenha um 
conhecimento mundial precisa ser registrado no secretariado da ONU. 
A ONU faz uma publicação anual de todos os tratados celebrados ao longo do 
ano. 
Apesar de ser facultativo a publicar o tratado é interessante fazer o registro 
para que a CIJ possa julgar no caso de ser descumprido o tratado. 
 
 
RESERVA A UM TRATADO INTERNACIONAL 
É uma Declaração unilateral, qualquer que seja sua redação ou 
denominação, feita por um Estado ao assinar, ratificar, aceitar, aprovar ou 
aderir a um tratado, no objetivo de excluir ou modificar os efeitos legais de 
certas disposições do tratado na sua aplicação a esse Estado, art. 2 CVDT. 
Reservas são possíveis apenas em tratados multilaterais e sempre são 
parciais. 
Para permitir que os Estados participem de forma parcial dos tratados 
internacionais o instituto da reserva é imprescindível no direito internacional 
 
Formas de reserva: Excluir ou Modificar/Interpretar. 
 
27 INTRODUÇÃO AO DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO  
 
Limitações à reserva: 
 Proibição pelo próprio tratado – ex. o Estatuto de Roma não admite 
reservas 
 Incompatível com objeto e finalidade 
 Ofensa ao Jus Cogens 
 
 
CONDIÇÃO DE VALIDADE DOS TRATADOS 
 
 Capacidade das Partes – Instituições que podem celebrar tratado em 
nome próprio (Organizações Internacionais e Estados) 
 Acordo de vontades sem defeito 
 Objeto lícito e possível – Não ser contra o jus cogens 
 
 
APLICAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DOS TRATADOS 
 
Art. 26 e 27 da Convenção de Viena/69 
Art. 26 – pacta sunt servanda – Todo tratado em vigor obriga as partes e deve 
ser cumprido por elas de boa fé. 
Art. 27 – Direito Interno e observância de Tratados – Uma parte não pode 
invocar as disposições de seu direito interno para justificar o 
inadimplemento de um tratado... 
Se o Estado não respeitar terá uma responsabilidade internacional, Principio da 
Boa fé Objetiva (pacta sunt servanda). 
 
Princípio da Territorialidade - Versa sobre o cumprimento do tratado em todo 
o território do Estado. Excepcionalmente pode haver tratado restritivo 
(abrange apenas uma parte do país), desde que conste escrito no corpo do 
próprio tratado. 
 
 
28 INTRODUÇÃO AO DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO  
Principio da Relatividade – Os tratados só valem entre as partes que 
ratificaram, a exceção é o jus cogens, em que todos os Estados devem 
observa-lo ainda que não ratificado. 
 
FORMAS DE EXTINÇÃO DOS TRATADOS 
 
Os Tratados Internacionais são uma obrigação. 
 
1) Ab-rogação – Extinção completa do tratado, pois foi ratificado outro 
tratado 
2) Consentimento mútuo – As partes deixam de cumprir o tratado 
(destrato) 
3) Execução Integral - Tratado cumprido na sua plenitude por todas as 
partes 
4) Expiração do Termo e Condição resolutiva – Termo é um futuro certo, 
condição é um futuro incerto 
5) Novo Tratado – Feito um novo tratado sobre o mesmo assunto 
6) Redução significativa do número de partes – Assim como alguns 
tratados, deve haver um número mínimo de ratificações para valer, é 
também aplicada à mesma regra para continuar valendo o tratado 
7) Denúncia – Ato unilateral através do qual o Estado informa a sociedade 
internacional que deixará de cumprir o tratado. Esse ato, via de regra, 
não gera efeitos imediatos devendo submeter-se a um lapso temporal 
previsto no próprio tratado. A diferença entre a reserva é que se da 
quando o Estado vai participar do tratado, alem disso a reserva é parcial, 
a Denúncia ao contrário, é de um tratado que o Estado já contratou, é 
total. Recentemente a Venezuela denunciou a clausula de jurisdição 
obrigatória da corte interamericana de Direitos Humanos 
8) Guerra – Para os Tratados multilaterais não mudam nada, para os 
Tratados Bilaterais há uma mudança, podendo ser suspensos ou 
extintos os tratados 
9) Rompimento das Relações Diplomáticas ou Consulares – O fato de 
haver o rompimento só vai levar a extinção do tratado se o tratado 
 
29 INTRODUÇÃO AO DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO  
precisar de relações diplomáticas ou consulares, senão os tratados irão 
continuar valendo normalmente 
10) Teoria da Imprevisão (Rebus sic stantibus) – O tratado poderá ser 
revisto em caso de algo imprevisto, através da inevitabilidade, que 
poderá gerar uma onerosidade excessiva, um prejuízo entre as partes 
11) Superveniência de uma norma imperativa – Se o tratado for 
incompatível com o jus cogens, seja anterior ou posterior a norma 
imperativa, o tratado deixará de ter validade 
12) Violação Substancial – Exceção do contrato não cumprido, se uma das 
partes deixa de cumprir a sua obrigação, a outra parte também deixará 
de cumprir a sua obrigação. 
 
 
SUJEITOS DO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO
 
 
ESTADO 
Os elementos que constituem o Estado são: Povo, Território e Soberania. 
Segundo Dallari, alem desses três elementos o Estado tem que ter uma 
finalidade. 
 
 
POVO 
Dentro do elemento Povo há várias nomenclaturas utilizadas, definidas como: 
População 
É uma conotação numérica, é um número, uma quantidade de pessoa que esta 
em determinada região, no qual leva em conta o povo mais os estrangeiros e 
apátridas. 
Povo propriamente dito 
 
30 INTRODUÇÃO AO DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO  
É um vinculo jurídico político do qual decorrem direitos e deveres entre 
indivíduos e o Estado. Relacionado a nacionalidade (art. 12 da CF). O Principal 
Direito do povo é a proteção diplomática, o Estado brasileiro deve proteger. 
Nação 
Nação representa um vínculo histórico-cultural. 
Cidadão 
Cidadão em sentido amplo é todo aquele que tem direitos fundamentais e goza 
de direitos políticos. 
No Brasil adquire a cidadania plena com 35 anos de idade (antes de 35 anos 
não pode ser candidato a Presidente, dentre outros). 
 
SOBERANIA 
A Soberania “surgiu” aproximadamente no século XV, consolidando a figura do 
Estado Moderno. Na época da Idade Média o Rei como representante de Deus 
era coroado pelo papa, e os súditos do Rei obedeciam mais ao papa e ao 
senhor feudal do que o próprio Rei. Desta forma surge a Soberania como 
conceito absoluto, o Rei centralizou o poder em suas mãos, sendo superior a 
todos. 
Todavia nessa época a Soberania é absoluta, não há limites para a vontade 
do Rei. 
No século XVIII houve as grandes revoluções, Revolução Francesa e a 
Independência dos Estados Unidos da América do Norte, nessas duas regiões 
do planeta aconteceram movimentos para “transferir” a soberania para o 
povo,o poder do Rei passa a ser limitado por normas, “o rei reina, mas não 
governa”. Surgindo o Parlamentarismo em alguns países europeus. 
Ainda que popular a soberania, continua sendo absoluta. 
Portanto a ideia do povo ser soberano e fazer o que quiser não deu muito 
certo, um exemplo foi o nazismo e dentre outros. No Século XX o Julgamento 
de Nuremberg trouxe a noção de que seja lá quem for o soberano, essa 
soberania tem que ser limitada, não pode fazer qualquer coisa porque é 
 
31 INTRODUÇÃO AO DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO  
soberano. Sendo assim a Soberania passa para uma ideia Relativa, havendo 
um grande limitador da soberania dos Estados: o Direito Internacional. 
Para a Soberania Interna é ditar as regras para o seu povo dentro do seu 
território para a Soberania Internacional todos os Estados são soberanos e 
iguais entre si. 
 
FINALIDADE 
No século XV os representantes do Estado eram os súditos, subordinados ao 
soberano. A finalidade do Estado era satisfazer a vontade do Rei. 
No século XVII houve a ideia de cidadão e em decorrência disso no século XX 
o Estado deve dar meios para que haja dignidade para o seu povo. A finalidade 
do Estado é dar amparo para todo o seu povo e satisfazer a vontade da 
coletividade. 
 
TERRITÓRIO 
O território do Estado estabelece os limites de sua área, os maiores conflitos de 
território são marítimos. 
O território é um elemento material, a base física de um Estado. 
O Domínio dos Estados é dividido em: 
 Solo ocupado e com limites reconhecidos 
 Subsolo e regiões separadas do solo 
 Rios, lagos e mares interiores 
 Golfos, baías e portos 
 Mar territorial e plataforma continental 
 Espaço aéreo correspondente ao solo 
Domínio Terrestre 
 Íntegro/Contínuo – Mesmo que haja algumas ilhas próximas uma das 
outras, o Estado possui uma porção única de terra, íntegra, ex: Brasil e 
as ilhas próximas, como Fernando de Noronha e dentre outras. 
 
32 INTRODUÇÃO AO DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO  
 Desmembrado/Descontínuo – Se há porções espalhadas no planeta, é 
considerado desmembrado, ex: Inglaterra e as Ilhas Malvinas (na 
Argentina), EUA e o Alaska, Dinamarca e Groelândia. 
Domínio Fluvial 
 Rios Nacionais – Tem a sua nascente e todo o seu leito dentro de um 
mesmo Estado, todo o poder sobre o rio é de Soberania do Estado, ex: 
Rio Sorocaba. 
 Rios Internacionais: O leito do rio passa por dois ou mais Estados, 
desta forma os Estados podem usar o rio desde que não use com 
abuso, então é normal os rios internacionais serem determinados por 
Tratados. Ex: Entre o Uruguai e a Argentina teve o caso “Las 
Papeleras”, no qual o Uruguai poluiu o Rio Uruguai e toda a poluição foi 
diretamente para a Argentina, esse caso foi julgado na CIJ e a Argentina 
ganhou. 
o Sucessivo – O rio nasce em um território e corre em outro 
o De Fronteira – A divisa entre dois Estados se dá pelo rio, deste 
modo o critério para decidir de quem será a soberania sobre o rio 
será o talweg (linha mediana fluvial), definido através do leito de 
navegação. 
Domínio Marítimo 
1 milha náutica corresponde a 1,852 km 
Havia uma lacuna no Direito Internacional em relação ao alcance marítimo dos 
Estados, até onde era e até onde deixava de ser território marítimo do Estado. 
Em 1982 foi elaborada a Convenção de Montego Bay na Jamaica, no qual 
visou padronizar os limites marítimos em todo o planeta, estabeleceu critérios 
equânimes para todos os Países. Essa convenção estabeleceu três faixas para 
o Oceano: 
 
33 INTRODUÇÃO AO DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO  
 
 
 Primeira Faixa – Da praia até 12 milhas, chamado de Mar Territorial, o 
Estado Costeiro exerce plenitude de sua Soberania, no mar territorial a 
Soberania também abrange o espaço aéreo, há uma exceção: Direito 
de passagem inocente, o Estado Costeiro é obrigado permitir a 
passagem inocente de navios estrangeiros, ela tem que ser rápida e 
contínua, a não ser por questões humanitárias. Em tempos de paz a 
regra é que o Direito de Passagem Inocente também alcance navios de 
guerra. O Direito de Passagem Inocente apenas se aplica para questões 
marítimas 
 Segunda Faixa – Do Mar territorial até 24 milhas, sendo 12 milhas a 
partir do Mar territorial, chamada de Zona Contígua ou Cinturão de 
Segurança. O Estado detém o poder de polícia, a fiscalização sanitária, 
alfandegária e de imigração 
 Terceira Faixa – Da Zona Contígua até 200 milhas, sendo mais 188 
milhas a partir do Mar Territorial, chamada de Zona Econômica 
Exclusiva (ZEE). Serve para a exploração exclusiva do Estado, que 
interessa mais a pesca 
Os Estados que tem saída para o Oceano deve permitir que os Estados 
Encravados (sem saída para o Oceano) pesquem em sua zona marítima. 
Após a Zona Econômica Exclusiva tem o Alto Mar, é aplicado um Regime de 
Direito Privado, é considerado águas internacionais. Tudo que não é proibido 
Primeira Faixa
Praia - Mar 
Territorial (1 - 12 
milhas)
Segunda Faixa
Mar Territorial -
Zona Contígua (12 
- 24 milhas)
Terceira Faixa
Zona Contígua -
ZEE (24 milhas -
200 milhas)
 
34 INTRODUÇÃO AO DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO  
é permitido, assim é no Alto Mar. Ex: Tráfico de drogas, de pessoas, pirataria 
do século XXI são proibidos. 
O navio é considerado extensão do território do País, vale a bandeira do 
País. 
 
Plataforma Continental 
É um grande objeto de interesse com a finalidade de encontrar minérios e 
petróleo. 
Com a convenção de Montego Bay foi considerada a dimensão da plataforma 
continental dos Estados na profundidade de 200 metros, entretanto isso foi 
nos anos 80, sendo que a tecnologia não conseguia chegar a uma 
profundidade maior. Porem havia uma discrepância entre os Estados, porque 
para alguns a plataforma continental só iria atingir os 200 metros de 
profundidade a partir de uma dimensão maior do que a profundidade de outros 
países. 
Então foi adotado além do critério de profundidade (200 metros) o critério de 
dimensão (350 milhas). 
Fossas Abissais ou Fundos Marinhos, essa região é uma região de domínio 
internacional, ou seja, nenhum país exerce soberania. É controlada pelas 
Nações Unidas. Vale o Regime do Direito Público, só é permitido aquilo que 
é expressamente previsto em tratados, no caso é apenas permitida pesquisas 
científicas. 
 
Embaixada 
A Embaixada não é território acreditante. 
Malgrado opiniões em contrário, cada vez em maior declínio, pode se afirmar 
que as sedes das embaixadas não são extensões de territórios estrangeiros no 
Brasil. Cleber Masson 
 
35 INTRODUÇÃO AO DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO  
Se nascer uma criança em alguma embaixada que está instalada em seu país, 
essa criança não terá a cidadania do país da embaixada, mas sim do país em 
que a embaixada está. 
Na embaixada brasileira há imunidade, porem não é território do Brasil. 
 
Polos 
Ártico (Norte) – Não tem terra, é só Oceano congelado, não há interesse, 
sendo apenas de rota de aviação aérea 
Antártida/Antártica (Sul) – Em baixo de todo o gelo há terra e minérios, 
inclusive petróleo. É uma área internacional no qual prevalece o Regime de 
Direito Público, só é permitido o que estiver nos contratos que também hoje 
só pode ser para pesquisas científicas. 
 
Espaço Aéreo 
Tudo é disciplinado através de Tratados. Não existe passagem inocente no 
espaço aéreo, inclusive no Brasil tem a lei do abate. Uma das maiores bases 
aérea do Brasil fica em Anápolis, fica a minutos da Capital. 
 
Espaço Sideral 
Até onde vai um avião é espaço aéreo e dali pra cima é espaço sideral. 
Espaço aéreo é soberania do Estado, agoraespaço sideral é área 
internacional e o Estado não tem soberania. Sendo assim pode haver satélites 
sobre os países. 
Se um satélite cair na terra e causar danos a responsabilidade, será de quem o 
colocou em órbita e essa responsabilidade é objetiva pelo risco integral 
 
Outros Planetas 
A Lua e corpos celestes não podem ser explorados economicamente. 
 
 
36 INTRODUÇÃO AO DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO  
 
 
 
AGENTES DO ESTADO NO EXTERIOR 
Diferenças de Diplomata e Cônsul são: 
Diplomata/Embaixador – Sua função é representar os interesses públicos de 
um Estado no exterior, a Embaixada sempre estará na Capital, perto do Poder 
Executivo 
Cônsul – A função é representar os interesses dos particulares de um Estado 
no exterior 
Quem decide onde haverá o consulado é o Estado Acreditante (o outro 
país). O país acreditado (o país que terá o consulado) pode recusar a 
instalação do consulado, entretanto é falta de respeito com o outro país. 
O Brasil possui uma escola de formação de diplomatas, sendo um anexo ao 
Palácio do Itamaraty, chamado de Instituto Rio Branco. Para ter uma carreira 
diplomática brasileira deve ser brasileiro nato, art. 12, §3º, V, CF. Em tese o 
Ministro das Relações Exteriores não necessita ser brasileiro nato, porém os 
últimos Ministros das Relações Exteriores foram pessoas em que atuavam na 
carreira diplomática, desta forma eles eram brasileiros natos. 
No Instituto Rio Branco também tem a formação de cônsules, no qual tem a 
mesma espécie de formação do diplomata. Pode ser brasileiro nato, 
naturalizado e em caso de cônsul honorário pode ser estrangeiro. 
Alem da formação do Rio Branco pode o Presidente indicar uma pessoa para 
ser diplomata/cônsul 
Cônsul honorário, na falta de ter um cônsul no país e sendo necessário, o 
Brasil pode nomear até alguém estrangeiro para ser cônsul. 
 
IMUNIDADE DOS AGENTES DE ESTADOS NO EXTERIOR 
Diplomata - O diplomata é imune à lei dos Estados acreditados. Não é 
atingido pela lei penal e lei tributária em tributos diretos (imposto), dentre 
 
37 INTRODUÇÃO AO DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO  
outros. O país acreditado pode declarar o diplomata como persona non grata, 
“aquele que não é bem vindo”. Imunidade não significa Impunidade. 
Quem é atingido por essa imunidade não é apenas o embaixador, mas sim o 
corpo diplomático, no qual envolve o núcleo familiar, funcionários, dentre 
outros. 
OBS.: Funcionários particulares exerce uma função de interesse 
exclusivamente privado, não será amparada por qualquer imunidade. Por outro 
lado, caso os funcionários estejam na embaixada prestando um serviço 
específico para o Estado acreditante (por exemplo preparando um jantar com a 
comida típica daquele país), poderá ser considerados parte do corpo 
diplomático e, portanto, gozar da imunidade. Ou seja, depende do caso 
concreto, não dá para falar de forma abstrata que SEMPRE ou que NUNCA 
terá a imunidade. 
A imunidade só pode ser renunciada pelo ESTADO, jamais pela própria 
pessoa. Desta forma a imunidade é funcional e não pessoal. 
Em caso do Estado renunciar a imunidade, os efeitos serão retroagidos. 
A imunidade do Cônsul é uma imunidade de ofício, só terá imunidade nas 
atividades consulares, no exercício da função. Ex: falsificar um passaporte é 
crime, mas tem imunidade. Desta forma é preferível falar em Privilégio do que 
imunidade. 
Prédios 
O prédio da Embaixada também tem imunidade, e essa imunidade abrange 
até a residência do diplomata. O carro do diplomata é considerado imune, 
como extensão da casa. As malas possuem extrema imunidade. 
Em relação aos cônsules é exatamente o mesmo critério, porém apenas na 
divisão em que o cônsul trabalha. O carro do cônsul não tem imunidade. As 
malas também possuem extrema imunidade. 
 
ASILO DIPLOMÁTICO 
 
38 INTRODUÇÃO AO DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO  
Asilo Político são pessoas perseguidas por opinião política que buscam 
proteção em outro Estado. 
O Asilo Político pode ser de duas formas: Territorial ou Diplomático 
 Territorial – Asilo permanente, a pessoa será protegida em todo o 
território do Estado. 
 Diplomático – Asilo temporário, a pessoa será protegida apenas na 
casa diplomática, pode ocorrer também em navios e aeronaves 
militares. 
Salvo Conduto é o Habeas Corpus preventivo, usado para a pessoa que 
está com asilo político e precisa se locomover para outro lugar. 
Abdução Internacional ocorre quando um Estado tira uma pessoa sem 
autorização do outro Estado, ex: Caso Ronalds Biggs. 
 
IMUNIDADE DO ESTADO 
Princípio Primado do Direito Local – As representações estrangeiras devem 
representar o Direito Local. 
Em regra um Estado não julga o outro, pois não há julgamento entre os 
pares, entretanto em alguns casos não há responsabilidade: Responsabilidade 
Extracontratual, Trabalhista, Contratual, dentre outros. 
A Doutrina chama essas responsabilidades de: Ato de Gestão o Estado atua 
como se fosse um particular (qualquer pessoa pode entrar com um processo 
contra os Estados) e Ato de Império (Ato do “Príncipe”) o Estado atua como 
Poder Público, com as prerrogativas de Estado (Apenas Tribunais e Cortes 
Internacionais podem julgar os Estados). 
Ato de Império tem imunidade de Jurisdição e de execução 
Ato de Gestão não há imunidade de Jurisdição, mas há imunidade de 
execução, bens públicos são impenhoráveis. 
O STF reconheceu a imunidade trabalhista da ONU/PNUD em virtude de 
tratado celebrado entre o Brasil e aquela Organização com base no qual as 
 
39 INTRODUÇÃO AO DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO  
questões trabalhistas envolvendo a Organização e seus funcionários devem 
ser regidas pelas normas administrativas. 
 
ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS 
Organização Internacional é a Associação voluntária de Estados, criada por 
um convênio constitutivo e com finalidades pré-determinadas, regidas pelas 
normas do Direito Internacional, dotada de personalidade jurídica distinta da 
dos seus membros, que se realiza em um organismo próprio, dotado de 
autonomia e especificidade, possuindo ordenamento jurídico interno e órgãos 
auxiliares, por meio dos quais realiza os propósitos comuns dos seus 
membros, mediante os poderes próprios que lhes são atribuídos por estes. 
 
CARACTERÍSTICAS 
 Associação voluntária de sujeitos do Direito Internacional Público – 
Voluntariedade dos Estados ou de outras Organizações para 
participarem de alguma Organização. 
 Instituição por ato internacional – As Organizações são criadas, via 
de regra, por tratados. 
 Ordenamento Jurídico Próprio – As Organizações tem um 
ordenamento jurídico próprio 
 Personalidade Jurídica de Direito Internacional Público – As 
Organizações podem celebrar tratado em nome próprio 
 Existência de órgãos próprios e permanentes – Para a Organização 
funcionar deve ter uma estrutura administrativa, no entanto geralmente 
as Organizações têm pelo menos três órgãos: Conselho – Funciona 
como órgão executivo, as decisões mais importantes são feitas pelo 
Conselho; Assembleia – Todos os membros participantes da 
Organização participam; e Secretaria – órgão que organiza as reuniões, 
o arquivo, faz o funcionamento burocrático. 
 Poderes próprios – A Organização deve ter poderes para agir, poder 
esta submetida ao critério da soma zero (para um ganhar o outro deve 
 
40 INTRODUÇÃO AO DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO  
perder), desta forma os Estados devem abrir mão da Soberania para a 
Organização ganhar poder. 
 Sede própria – Ainda não existe alguma Organização exclusivamente 
virtual, toda Organização tem seu prédio próprio. 
A FIFA não é uma Organização,pois não é formada por Estados ou OIs, mas 
sim por entes particulares (ex: CBF – Confederação Brasileira de Futebol, etc.) 
 
DIREITOS 
 Direito de Convenção – Celebrar tratados em nome próprio 
 Direito de Missão ou Legação – Manter relações diplomáticas com os 
seus membros, os representantes das OIs gozam das imunidades 
diplomáticas previstas na Convenção de Viena de 1961 
 Direito de Denúncia – O sujeito de um tratado informa a sociedade 
internacional que não irá mais cumprir o tratado e o Estado pode 
denunciar o tratado que criou a Organização. 
 
CLASSIFICAÇÃO 
o Quanto ao Fim: 
 Geral – Objetivo gerais 
 Específica – Criada para um objetivo mais específico 
o Alcance: 
 Universal – Abrange todo o planeta 
 Regional – Abrange uma determinada região 
 
ONU – ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS 
Para falar da ONU precisa falar da Liga das Nações, no qual, segundo vários 
autores, foi o embrião da ONU. 
A Liga das Nações foi criada para promover a paz, entretanto não prosperou 
porque ela não dava o caminho para se obter a paz, dependeu da boa-fé dos 
Estados. 
 
41 INTRODUÇÃO AO DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO  
Durante um curto espaço no tempo a ONU e a Liga das Nações existiram ao 
mesmo tempo. A Liga das Nações existiu até 1946, porém era meramente 
formal, só existia no papel, com o seu fim todo patrimônio da Liga das Nações 
foi transferido para a ONU. 
A ONU teve como grande mérito trazer o caminho para se obter a paz, 
através dos Direitos Humanos, no qual passa para um assunto global e não 
mais regional ou particular de algum País. 
26 de junho de 1945 foi fundada com a Carta de São Francisco a ONU. 
Objetivos da ONU: 
 Manter a paz 
 Mobilizar a Sociedade Internacional para deter uma agressão 
 Promover o respeito aos Direitos Humanos 
 Principio da segurança coletiva mundial 
 Organização de coexistência 
Quatro pontos que são inseparáveis, interdependentes para a ONU: 
Democracia, Direitos Humanos, Desenvolvimento e Paz. 
Paz não é simplesmente não haver guerra, Paz é ter desenvolvimento 
sustentável, direitos humanos e democracia. 
Sociedade Cosmopolita é o livre intercambio das pessoas nos Países, diante 
disso o Direito Internacional tem que atuar cada vez mais, para intermediar 
essa correlação entre os povos. Por isso que nos anos 90 o Direito 
Internacional se expande com a globalização. 
 
Estrutura da ONU: 
1) Assembleia Geral 
Pressupõe a participação de todos os membros, com direito a voz e 
voto. A Assembleia Ordinária ocorre no mês de setembro em NY. A 
Assembleia Geral da ONU publica Resoluções e Recomendações. 
2) Conselho de Segurança 
Cuida da questão de segurança global, no qual hoje, com a reforma, são 
5 membros permanentes e 10 membros rotativos. Os membros 
 
42 INTRODUÇÃO AO DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO  
permanentes são os EUA, Rússia, França, Inglaterra e China, devido ser 
os maiores vencedores da II Guerra Mundial, no qual possui o poder de 
voz, voto e veto. (Taiwan ocupou o lugar da China em uma parte da 
historia dos membros permanentes). Os membros rotativos tem poder 
de voz e voto, São 5 países afro-asiáticos, 2 da América Latina, 2 da 
Europa Ocidental e 1 País do Leste Europeu, pois deve preencher o 
critério geográfico. A cadeira na ONU pertence ao Estado. 
Obs. Quando um país tem uma questão submetida ao Conselho de 
Segurança e não compõe aquele órgão, terá o direito de indicar um 
representante para aquela reunião específica. 
3) Conselho Econômico-Social 
Chamado de ECOSOC tem como objetivo cuidar da questão dos 
Direitos Humanos. Possui 54 membros. Quem elaborou a Declaração 
Universal dos Direitos Humanos foi esse Conselho. Tem também o 
Conselho de Direitos Humanos que funciona, sobretudo, através de 
relatórios. 
Tem como função os Mecanismos de Monitoramento, no qual 
arquivam relatórios (de tempos em tempos os Estados são obrigados a 
encaminhar um relatório sobre os Direitos Humanos no seu território), 
Visitas in loco (Analisa através de visitas ao País se o relatório emitido é 
verdadeiro). 
A ONU tem a ECOSOC, a ECOSOC tem a CEPAL - Comissão 
Econômica Para America Latina e Caribe, a CEPAL tem a ALALC 
Associação Latino-Americana de Livre Comércio (Entretanto não deu 
certo e hoje tem o nome de ALADI, que é uma das maiores 
responsáveis pela criação do MERCOSUL). Esse é o vínculo do 
MERCOSUL com a ONU. 
4) Corte Internacional de Justiça 
É o Tribunal da ONU, considerado o Tribunal mais importante do 
planeta. Formado por 15 Juízes, eleitos por um mandato de 9 anos, 
Obs. Tem um Juiz brasileiro atualmente lá, Antonio Augusto Cançado 
Trindade. A Eleição quem vota é a Assembleia Geral e o Conselho 
aprova, porém se da a título pessoal. 
 
43 INTRODUÇÃO AO DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO  
A Competência da Corte é Contenciosa e Consultiva, Contenciosa é 
uma lide entre as partes que recorrem ao Tribunal, Consultiva os 
Estados podem consultar a Corte de Haia sem que haja um conflito. 
Obs. Existe competência consultiva no Brasil, na Justiça Eleitoral. 
A sua Competência é somente para Estados. Obs. A Corte possui 
Competência para definir a própria Competência, desta forma abre uma 
lacuna para as OIs, porque não existe um Tribunal Internacional para 
julgar OIs, desta forma a Corte pode julgar OIs, só que em tese, na 
prática isso nunca aconteceu, no qual só está na doutrina. 
5) Secretariado 
Tem função administrativa e cartorial, é o órgão burocrático. O 
Secretario Geral da ONU atualmente é Ban Ki-moon. Há um acordo 
dentro da ONU para que haja um rodízio dos Secretários Geral entre os 
continentes. Tem o mandado de 5 anos, com eleição pela Assembleia 
de Geral e aprovação do Conselho de Segurança. 
6) Conselho de Tutela 
Com o final de Segunda Guerra muitos territórios conquistados pela 
Alemanha, pelo Japão ficaram sem soberania, pois a Alemanha, o 
Japão, dentre outros perderam os territórios conquistados, sendo assim 
foi criado o Regime de Tutela, no qual a ONU nomeou países tutores 
para conduzir o território até a sua independência. 
Em 1994 Palau foi a ultima região do planeta tutelada a se tornar 
independente, a partir disso o Conselho de Tutela perdeu a razão de 
ser, porque não tem mais nenhuma região tutelada, encerrou as 
atividades desse Órgão. 
 
Principais Organismos Especializados 
 BIRD – Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento 
(Banco Mundial) 
 FAO – Organização das Nações Unidas para a Alimentação e 
Agricultura 
 
44 INTRODUÇÃO AO DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO  
 FMI – O Fundo Monetário Internacional faz tratados com os países com 
o objetivo de salvar o capitalismo, entretanto quem impõe as condições 
do tratado é apenas o FMI. Aqui no Brasil o FMI fez criar a LC 101. 
 OACI – Organização da Aviação Civil Internacional 
 OIT – Organização Internacional do Trabalho 
 OMI – Organização Marítima Internacional - Criou o tratado de Montego 
Bay 
 OMS – Organização Mundial da Saúde 
 UNESCO – Fundações das Nações Unidas para Infância - Educação, 
Ciência e Cultura 
 UNICEF – Fundo das nações Unidas para Infância 
A OMC e o TPI não são organismos da ONU 
 
 
OEA – ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS AMERICANOS 
Surgiu em 1948 com a Carta de Bogotá/Colômbia. Entrou em vigor em 1951. 
Junto com a Carta de Bogotá existe a Declaração Americana dos Direitos e 
Deveres do Homem. Hoje todos os países da América, exceto Cuba, faz parte 
da OEA. 
Tem uma estrutura muito parecida com a ONU só que a OEA tem uma ênfase 
maior aos Direitos Humanos. 
Órgãos da OEA 
I. Assembleia Geral – a sua sede é em Washington 
II.

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