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Universidade da Amazônia 
Disciplina: Filosofia 
Prof. Dr. Flávio Valentim 
 
“Observa o terreno de Creta; não há planícies como na Tessália; daí prevalecer 
na Tessália o uso de cavalos, e entre nós as corridas a pé; aqui, a irregularidade do 
terreno presta-se a exercícios desse gênero. Por isso mesmo, é de necessidade usar 
armas leves, para correr com desembaraço, sendo indicado para esse fim o nenhum 
peso dos arcos e das flechas. [...] chegarás a conclusão de que foi pensando na guerra 
que o legislador cretense criou nossas instituições, tanto públicas como particulares, e 
determinou que observássemos suas leis… 
 
De fato, entre nós, não apenas os meninos, mas até mesmo homens feitos , 
criam filhotes de certas aves para ensiná-los a brigar. Todos estão longe de acreditar 
que as canseiras a que os sujeitam com tais práticas sejam suficientes. Além desses 
exercícios, levam-nos escondidos em baixo da túnica, os menores na mão, os maiores 
debaixo dos braços, e fazem caminhadas longas de muitos estádios, não para 
vantagem própria, mas para a de seus púpilos, mostrando, com isso, para quem sabe 
compreender, que todos os corpos lucram com os abalos e movimentos a que são 
submetidos sem esforço [...] emprestam ao corpo saúde, beleza e vigor. 
 
O medo é a doença tanto de umas como de outras, oriundo de certa debilidade 
da alma...que na opinião de muita gente, é escola de pusilanimidade, não de coragem. 
 
[...] a convicção predominante entre nós, de que a educação cheia de mimos 
deixa rabugenta a criança, colérica e facilmente irritável, e o contrário disso: uma 
submissão rígida e excessivamente dura as torna inferiores e sem liberdade, 
misantropas e, sobretudo, impróprias para o convívio social. 
 
[...] numa vida bem orientada não devemos correr atraś dos prazeres nem fugir 
de todas as dores, porém abraçar esse meio termo...pois nem assim escaparíamos das 
dores, nem permitir que alguém adote semelhante regime de vida, ou moço ou velho, 
homem ou mulher e, menos, ainda, tanto quanto possível, os infantes na primeira fase 
de existência. É nessa idade que o caráter se afirma definitivamente sob a influência do 
hábito”. (Platão, ​Leis​, Edufpa, 1980). 
 
*** 
“A tua lei, Senhor, condena claramente o furto[...] Apesar disso, eu quis cometer 
um furto e cometi-o sem ser impelido por qualquer privação, a não ser talvez pela 
penúria e desgosto da justiça e pela superabundância da iniquidade. De fato, 
apropriei-me de coisas que já possuia em maior medida e muito melhor qualidade; 
tampouco me impelia o desejo de desfrutar daquilo que obteria com o furto, mas sim o 
do furto e do pecado em si mesmos. 
 
Nas vizinhanças da nossa vinha erguia-se uma pereira carregada de frutos de 
aspecto e sabor nada convidativos. Em plena noite, após ter prolongado as nossas 
brincadeiras nas praças, como constumávamos fazer perniciosamente, fomos, como 
jovens depravados que éramos sacudir a planta, apanhando depois todos os frutos. 
Viemos embora com uma enorme carga, não para comer, mas para jogar os frutos aos 
porcos. Se provamos algum, foi somente pelo prazer iníquo. 
 
Meu coração é feito assim, ó Deus, [...] do qual tiveste misericórdia quando 
estava no fundo do abismo [...] Mas eu, infeliz, o que amei em ti, furto meu, ó delito 
noturno dos meus 16 anos? [...] E dessas formas a alma peca quando se afasta de ti e 
busca fora de ti a pureza e a candura, que não encontra senão voltando a ti”. 
(Agostinho, ​Confissões​. In: Antologia ilustrada de filosofia. São Paulo: Globo, 2005).

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