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TROVADOR ISMO UM MUN D O D E CAN TO RE S E CAVALE I RO S prof. VIRGINIA SÁ TROVADOR ISMO O TROVADORISMO A literatura a trovadoresca desenvolveu-se durante o período medieval e traz em si uma série de elementos que se perpetuaram na cultura ocidental. A idade média foi um tempo de reis e cavaleiros, de princesas e guerras santas, figuras e ações que serviram de base para as narrativas denominadas novelas de cavalaria. Foi também um período de florescimento de uma poesia lírica que alimentou toda a produção literária europeia posterior, ao fixar o sentimento amoroso como um dos temas preferenciais da poesia. IMAGENS DO TROVADOR ISMO O ÍN ICIO Durante o século XII, ocorreram manifestações estéticas fundamentais para a cultura artística e literária na Europa moderna. São dessa época a primeira poesia que narra as aventuras de cavaleiros, as primeiras construções góticas, caracterizadas pelos arcos em forma de ogiva, e os primeiros vitrais, entre outras coisas. Esse foi o momento também em que muitas obras literárias passaram a ser compostas não mais em latim, língua do Império Romano, mas sim nas chamadas línguas modernas (Português, Espanhol, Francês e Inglês, entre outras), formadas da mistura do latim com outras línguas, como as dos povos que invadiram o império. O CO N TE XTO D E PRODU ÇÃO. Os séculos que compõem a chamada Idade Média apresentam aspectos bastante diferentes entre si. Abrigam-se sob essa mesma designação fatos muitos diversos, tais como a dissolução da estrutura de poder herdada do Império Romano, a ascensão da Igreja católica, o feudalismo e o ressurgimento do modo de produção mercantil. E M N O SSO TE MPO “Love Song” é o título da faixa que abre o albúm V, da Legião Urbana, banda brasiliense de sucesso no cenário do rock nacional na década de 1980. Os versos de “Love Song”, ou seja Canção de amor, foram compostos no século XIII por Nuno Fernando Torneol. Falam de um trovador que se encontra em “perigo de amor” e pede ajuda de sua amada (“Pois nasci nunca vi amor/ e ouço d’el sempre falar/ pero sei que me quer matar/ mas rogarei a mia senhor/ que me mostr’ aquel matador/ ou que m’ ampare del melhor”) manifestam a presença da literatura medieval no trabalho da banda. CO N TE XTO HISTÓ RICO A Idade Média teve início com a queda do Império Romano em 476 d.c., devido à invasão de povos, em sua maioria germânicos, considerados bárbaros (denominação das populações que não falavam o latim). Entre os séculos XI e XIII, travam-se as lutas das Cruzadas, guerras religiosas que opõem os cristãos europeus aos muçulmanos. A justificativa inicial era reconquistar Jerusalém, considerada Terra Santa pelos cristãos. A CRUZ ADA No século XIII, após perder o filho e a esposa em condições trágicas, o jovem ferreiro Balian se descobre filho de um nobre cavaleiro. Decide acompanhar seu pai até Jerusalém em busca de redenção, e lá protagonizará uma luta para defender a Terra Santa de uma investida muçulmana. Baseada em fatos e personagens reais, a narrativa épica retrata o período das Cruzadas com bastante liberdade. E ajuda o expectador a reconstruir a atmosfera em que viveram os cavaleiros medievais. A CRUZ ADA O FILME O CONT EX TO LIT ER ÁRIO A literatura produzida no período medieval distribui-se em dois grandes grupos de obras: As novelas de cavalaria e a poesia trovadoresca (ou Trovadorismo). Os cavaleiros portadores de elevados ideais são os protagonistas das novelas de cavalaria, que foram produzidas no norte da Europa e traduzidas para o português. O SISTE MA LITE RÁRIO D O TROVADOR ISMO Uma característica importante da literatura do período medieval é sua relação com a música. A poesia lírica que se desenvolveu nessa época era feita para ser cantada. Os trovadores, produtores dessa poesia, levaram sua arte tanto para a corte quanto para as áreas rurais. Tinham como característica principal a versatilidade: Cada trovador era cantor, poeta e muitas vezes dançarino e, em alguns casos, ator. Produziam formas de entretenimento de variados tipos. Trabalhando para gerar um efeito surpresa, encantamento e divertimento em seu público, sobretudo em ocasiões especiais como as feiras, os trovadores também funcionavam como elos entre comunidades distantes, levando notícias. Tematicamente, a produção desenvolvida durante o período medieval possuía basicamente duas frentes: A poesia lírica e a poesia satírica. A poesia lírica caracteriza-se pela produção de poemas em que os valores sentimentais prevalecem. Na relação amorosa explorada pela poesia trovadoresca, o eu lírico colocava-se na posição de “servo amoroso” da amada, chamada de Senhora. Nesse tipo de relacionamento amoroso, conhecido como “amor cortês”, o eu lírico submete-se completamente às vontades e aos desejos de sua amada. A poesia satírica, o eu lírico debochava de comportamentos sociais generalizados ou atacava uma pessoa específica da comunidade, devidamente identificada no poema. Essa produção literária era ouvida (lembremos de sua relação com a música) por nobres, sobretudo nas cortes, e plebeus, nos espaços públicos. Muitas vezes a poesia era cantada por vários trovadores e, as vezes, era acompanhada de danças. Nesse sentido, a performance da poesia ultrapassava a simples recitação. TROVADORISMO O trovador medieval descreve a mulher amada como a própria imagem da perfeição. Ela é plena em virtudes físicas e psicológicas, por isso totalmente merecedora da vassalagem que lhe presta o trovador. Embora os gêneros(aventura, filmes sejam classificados em diferentes drama, comédia, etc.), nota-se que em praticamente todos os gêneros há um par amoroso atuando como protagonista da história. AS CANT IGA S TROVADOR ESCAS Todos os textos poéticos dessa primeira época medieval eram acompanhados por música e normalmente cantados em coro, daí serem chamados de Cantigas. Isso ocasionou o aparecimento de uma verdadeira hierarquia de artistas, assim classificados: Trovador: era o poeta, quase sempre um nobre, que compunha sem preocupações financeiras; Jogral, Segrel ou Menestrel: era um homem de condição social inferior, que exercia sua profissão de castelo em castelo, entretendo a alta nobreza. Além de cantar poesias escritas pelos trovadores, alguns desses artistas chegavam a compor; que dançava, cantava e tocavaSoldadeira ou Jogralesa: moça castanholas ou pandeiro. Ao passar do tempo e dependendo da região, essas denominações caíram em desuso. “Os trovadores eram geralmente nobres. Compunham ou pelo menos, escreviam as palavras para as canções que os jograis – homens do povo, mouros, judeus e alguns nobres de condição inferior - cantavam depois. Era igualmente de nobres, na sua maioria, o público ouvinte. Reis e outros membros da família real partilhavam este dom da composição poética. TIPO S D E CAN TIG AS Podemos reconhecer dois grandes grupos : As cantigas Líricas e as cantigas Satíricas. As cantigas Líricas se subdividem em Cantigas de Amor e Cantigas de Amigo; As cantigas satíricas, em Cantigas de Escárnio e Cantigas de Maldizer. Líricas de amor de amigo Cantigas Satíricas de escárnio de maldizer Como se pode observar, a principal distinção entre a cantiga de amor e a de amigo está no eu- lírico, no sujeito da enunciação: Se o “dono” da voz é o homem (amor) ou se a “dona” da voz é a mulher (amigo). Nas cantigas de amor, à maneira provençal, o falante declara seu amor por uma dama da corte (tratada de “dona” - aquela que possui domínios, propriedades – ou “senhor”, isto é, senhora, aquela que tem senhorios). Nascantigas de amigo, que se originaram na própria Península Ibérica com expressão do sentimento popular, temos como característica o sentimento feminino, ou seja a voz é feminina, apesar de a cantiga ter sido escrita por um homem. As cantigas satíricas: ao contrário, abandonavam o sentimento amoroso e dirigiam seu foco para as relações sociais: Os costumes, notadamente do clero e dos vilões (camponeses livres); a covardia. A decadência da nobreza, que perdia espaço para a burguesia ascendente; o adultério feminino. A principal distinção entre as cantigas de escárnio e as de maldizer residia em sua forma de expressão: as cantigas de escárnio eram satíricas indiretas, que exploravam palavras e construções ambíguas, expressões irônicas. As cantigas de maldizer eram sátiras diretas, com citação nominal da pessoa ironizada e temas que abordavam o adultério e os amores interesseiros ou ilícitos. BIBLIO G RAFIA Organizador Ricardo Gonçalves Barreto, Ser protagonista Português – Volume 1 - Ensino médio 1ª ed. – São Paulo: Edições SM, 2010. – (Coleção ser protagonista) Português: Linguagens: volume único/ William Roberto Cereja, Tereza Cochar Magalhães – São Paulo: Atual, 2003. Português: ensino médio, volume 1 / José De Nicola. São Paulo: Scipione, 2005. www.youtube.com.br Disponível em :<http://professorjairnascimento.blogspot.com
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