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Resumo DC II

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*Direito Civil e a CF/88
Constitucionalização do Direito Civil (artigo 1º, III; 5º; 170º - CF).
Unificação do Direito Obrigacional.
• Unificação das obrigações comerciais e as obrigações civis.
• Regulação da parte geral do código comercial.
• Artigo 2045 (CC).
O código civil, principalmente o Direito das obrigações, tinha como fundamento a livre
iniciativa amparada no dogma da vontade e na propriedade privada. É evidente que diante da
CF/88, o panorama mudou. O suporte do Direito Civil das obrigações deixa de ser ‘a livre
iniciativa baseada no dogma da vontade e da propriedade privada’ para ser ‘a dignidade da
pessoa humana’.
A constitucionalização do Direito Civil, também chamada de Direito Civil Constitucional, nada
mais é do que a imposição de uma leitura dos institutos de Direito Civil, conforme a CF/88. A
norma não deixa de ser de Direito Privado, mas ela agora é de Direito Privado interpretado
conforme a constituição.
Não há, pois, que falarem em unificação do Direito Privado, a não ser em suas matrizes, isto é,
com referência aos institutos básicos. Pois nada impede que do tronco comum se alonguem e se
desdobrem, sem se desprenderem, ramos normativos específicos, que, com aquelas matrizes,
continuam a compor o sistema científico do Direito Civil ou Comercial.
Princípios norteadores do CC.
• Da socialidade ou sociabilidade (421 do CC):
É aquele que impõe a prevalência dos valores coletivos sobre os individuais, respeitando os
direitos fundamentais da pessoa humana (exemplo - função social do contrato).
• Da operabilidade:
É aquele que impõe soluções viáveis, operáveis e sem grandes dificuldades na aplicação do
direito e na solução dos problemas a norma. Precisa ser aplicada do nosso mais efetivo, mais
simples e menos oneroso possível.
• Da eticidade:
É aquele que impõe justiça e boa fé nas relações civis, determinando a obrigação dos
contratantes em agir com boa fé em todas as fases do contrato. Assim devem seguir o conjunto
de regras, condutas e princípios que tem fundamento na moral e na ética. Observando que se
deve obedecer tanto a ética e a moral profissional quanto às das relações privadas e pessoais.
*Direito das Obrigações.
• Dever jurídico: é a situação em que uma pessoa tem de praticar uma ação ou omissão por
determinação legal.
 
• Responsabilidade: a responsabilidade é a consequência jurídica patrimonial pelo
descumprimento de uma obrigação (decorrente da lei ou da vontade das partes). Portanto, é
um dever jurídico secundário haja vista que nasce do descumprimento do dever jurídico
originário que é a obrigação.
 
• Obrigação em sentido amplo: é um dever que pode estar ligado a uma concepção moral ou
jurídica, uma vez que exprime qualquer espécie de vínculo.
 
• Obrigações dentro do sentido obrigacional: é a relação transitória do direito que nos
constrange a dar; fazer ou não fazer alguma coisa em regra economicamente apreciável, em
proveito de alguém por ato nosso ou de alguém conosco juridicamente relacionado ou em
virtude de lei vem a adquirir o direito e exigir de nós uma ação ou omissão.
 
? Washington de Barros define obrigação como uma relação jurídica de caráter transitório
estabelecido entre devedor e ao credor, cujo objeto consiste numa prestação pessoal
econômica, positiva ou negativa, devida pelo primeiro ao segundo garantindo-lhe o
adimplemento através de seu patrimônio.
? Silvio Venosa afirma que a obrigação é uma relação jurídica transitória de cunho pecuniário
unindo duas ou mais pessoas devendo uma (devedor) realizar uma prestação a outra.
Anotações:
• Cinco requisitos da obrigação – duas ou mais pessoas; dar, fazer, não fazer; dinheiro;
responsabilidade; transitoriedade.
• Direito potestativo: divórcio, demissão.
-------------------------------------------------------------------
• Estado de sujeição: no estado de sujeição há tão somente uma subordinação inelutável (não
pode contestar) a uma modificação na esfera jurídica de alguém ou ato de outrem. Assim,
no estado de sujeição, uma pessoa não terá nenhum dever de conduta, devendo sujeitar-se
mesmo contra sua vontade pela simples vontade de outrem. Origina-se principalmente dos
direitos potestativos.
 
• Ônus jurídico: consiste na necessidade de se observar determinada conduta para satisfação de
um interesse (bilhete de loteria; carga).
 
 
 
 
*Direito Obrigacional e Direito Real.
 
Direito Real é aquele direito que recai diretamente sobre a coisa. Atribui a uma pessoa
prerrogativas sobre um bem, como no Direito de propriedade. É uma relação direta entre a
pessoa e a coisa.
 
Diferenças:
 
• Direito Real:
? Quanto ao objeto, incide sobre uma coisa.
? Quanto ao sujeito passivo, é indeterminado (pode ser qualquer um).
? Quanto à duração, é perpétuo.
? Quanto à formação, é “numerus clausus” (lista fechada dos direitos reais).
 
• Direito Obrigacional:
? Quanto ao objeto, exige cumprimento de uma obrigação.
? Quanto sujeito passivo, é determinável.
? Quanto à duração, é transitória (não pode ficar devendo pra sempre, por exemplo).
? Quanto à formação, é “númerus apertus” (as partes podem fazer contratos atípicos).
 
Obrigações híbridas:
 
• Obrigação “propter rem”/”in rem”/”ob rem”: são obrigações que se constituem entre duas ou
mais pessoas, mas em função de uma coisa. Então o devedor está ligado ao vínculo não em
razão da sua vontade, mas em decorrência de sua particular situação a uma coisa (grudam
na coisa; IPTU do condomínio).
 
• Ônus Reais: são obrigações que limitam a fruição e disposição da propriedade (penhora para o
pagamento de dívida), mas que não se confundem com os Direitos Reais de garantia
(hipoteca, alienação fiduciária...), que são, portanto gravames que incidem sobre
determinados bens (usufruto).
 
• Obrigação com eficácia real: é aquela que deve ser respeitada por terceiros e depende de
previsão legal para existir por se tratar de modalidade excepcional de obrigação (incide
sobre um terceiro que adquiriu direito sobre algum bem).
 
Classificação das obrigações:
 
• Obrigação moral: é aquela marcada pelo não dever jurídico (não está previsto), são as
obrigações fruto da cultura, convivência social, costumes, religião e etc... (aposta).
 
• Obrigação natural: é aquela delineada pela presença de um credor e de um devedor, faltando-
lhe, todavia, a garantia jurídica por meio da qual o devedor pode ser compelido a cumprir a
avença (dívida prescrita, dívida de jogo, gorjeta).
 
• Obrigação civil: é aquela que se encontra guarida no Direito Positivo, ou seja, são as
obrigações que estão dentro da órbita jurídica, e por isso há um dever de cumprimento
(aluguel).
 
Anotações:
• Fontes do Direito Obrigacional: embora haja divergência sobre a sistematização das fontes do
Direito Obrigacional, mais especificamente sobre quais são as fontes imediatas e mediatas,
haja vista que alguns dos doutrinadores dizem que fonte imediata é sempre a lei e as
mediatas são as demais, e outros dizem que a fonte mediata é a lei, já que esta é apenas um
suporte da fonte imediata que são os fatos, contratos, etc... Não obstante, tal divergência na
doutrina é pacífica, as fontes do Direito Obrigacional são:
 
? Contratos (acordo de vontade, proposta + aceitação).
? Atos unilaterais (doação).
? Atos ilícitos (indenização pelo ato ilícito).
? Títulos de créditos (cheque; nota promissória).
 
Classificação das obrigações quanto...
 
• Quanto a objeto em relação à sua natureza:
? Dar: tem por objetivo a entrega de uma coisa móvel ou imóvel, certa ou incerta, pelo devedor
ao credor.
? Fazer: tem por objetivo a realização de um ato ou a confecção de uma coisa pelo devedor no
interesse do credor (envolve a criação de algo).
? Não fazer: tem por objetivo a abstenção lícita de um ato da qual resulta benefício patrimonial
ao credor (nãorevelar a fórmula da Coca-Cola, por exemplo).
 
• Quanto à liquidez:
? Líquida: são certas quanto à existência de determinados objetos (compra de carros, já sabe o
que vai receber).
? Ilíquida: são obrigações cujo objeto depende de apuração. Deve converter-se em líquida para
que seja possível seu cumprimento.
 
• Quanto à estrutura:
? Simples: é aquela que possui um único devedor, um único credor e uma única prestação.
? Complexa: é obrigação em que há mais de um devedor, mais de um credor e mais de uma
prestação.
 
• Quanto ao modo de execução:
 
? Simples: são as obrigações cuja prestação recai somente sobre uma coisa ou ato, ficando o
devedor liberado ao cumpri-la.
 
? Cumulativa: são obrigações em que o devedor se compromete a várias prestações, só ficando
liberado ao cumprir todas elas.
 
? Alternativa: são obrigações que tem por objeto duas ou mais prestações, estando o devedor
obrigado a cumprir qualquer uma delas, ou seja, o devedor liberará da obrigação com o
cumprimento de qualquer uma das obrigações mediante escolha sua ou do credor (isso ou
aquilo).
 
? Facultativa: trata-se de obrigação de natureza simples em que é devida uma única prestação
sendo facultado ao devedor exonerar-se mediante o cumprimento da prestação diversa e
pré-determinada, assim confere ao devedor a possibilidade de alterar o objeto da prestação.
Ressalte-se que nesta modalidade de obrigação o credor só poderá exigir a prestação
pactuada, nunca podendo exigir a prestação diversa de exoneração, pois esta escolha cabe
unicamente ao devedor (substituição).
 
Anotação: diferenças entre alternativa e facultativa:
 
• Obrigações alternativas estão previstas no CC/02, já as obrigações facultativas não.
 
• Nas obrigações alternativas, há unicidade de vínculo e pluralidade de prestações; enquanto nas
obrigações facultativas, há unicidade de vínculo e de prestação.
 
• As obrigações alternativas são inicialmente relativamente indeterminadas, exigindo
concentração (processo de escolha) para possibilitar sua execução; enquanto as obrigações
facultativas são determinadas desde o início.
 
• Nas obrigações alternativas, há direito de escolha. Já nas obrigações facultativas, não há, a não
ser a substituição feita pelo devedor.
-------------------------------------------------------------------------------
• Quanto ao tempo do adimplemento:
? Instantâneas ou momentâneas: se exaurem com um só ato ou fato. São cumpridas
imediatamente após a sua constituição (compra e recebe na hora).
 
? Periódicas: se perfazem (somam) em atos reiterados (acontecem várias vezes) num
determinado espaço de tempo de forma ininterrupta ou sucessiva.
 
? De execução diferida: são obrigações cujo cumprimento deve ser realizado em um só ato,
mas em momento futuro (compra e recebe depois).
 
• Quanto aos elementos acidentais:
? Pura e simples: não estão sujeitos a termo, condição ou encargo, já que produzem efeitos
imediatos.
 
? Condicional: está subordinada a eventos futuros e incertos (se você fizer isso, eu te dou isso).
 
? A termo: são obrigações subordinadas a eventos futuros e certos (tem uma data específica).
 
? Com encargo ou modal: é uma obrigação que se encontra onerada por cláusula acessória que
impõe ônus ao beneficiário (testamento, só vai receber se fizer isso/aquilo).
 
• Quanto à pluralidade de sujeitos:
? Fracionárias ou parciais: são obrigações em que há pluralidade de sujeitos respondendo cada
um por parte da dívida ou podendo cada sujeito exigir a sua respectiva cota. Pressupõe,
portanto, obrigação divisível (50% da dívida).
 
? Conjuntas ou unitárias: são obrigações em que há pluralidade dos sujeitos respondendo todos
os devedores por toda a dívida, uma vez que não há divisão de responsabilidade.
 
? Solidárias: são obrigações em que há pluralidade de credores ou devedores, cada um com
direito obrigado à dívida toda (responsabilidade subsidiária).
 
? Disjuntivas: são obrigações em que há pluralidade de devedores que se obrigam
alternativamente, assim a escolha de um devedor exonera o dever dos demais codevedores.
Ressalte-se de que a escolha de quem irá cumprir a obrigação cabe ao credor (escolhe um
devedor e dá a obrigação).
 
? Conexas: são obrigações que possuem uma causa comum pela qual vários devedores devem
satisfazer prestações distintas ao mesmo credor (várias empresas).
 
• Quanto ao conteúdo:
? De meio: ocorre quando o devedor promete empregar seus conhecimentos, meios e técnicas
para a obtenção de um determinado resultado, sem, no entanto, responsabilizar-se por este
(não pode garantir 100%).
 
? De resultado: ocorre quando o devedor apenas se exonera da obrigação quando o resultado
prometido é alcançado (pode garantir 100%).
➢ Inversão de ônus da prova (333, CPC): provou que alcançou o resultado. Não existe na
obrigação de meio, pois na obrigação de meio a outra parte que tem que provar.
 
? De garantia: é a que visa eliminar um risco que pesa sobre o credor ou as suas consequências.
 
• Quanto ao objeto:
? Divisível: tem por objeto, coisa ou fato, passível de divisão (R$).
? Indivisível: tem por objeto, coisa ou fato, que não pode ser fracionado por sua natureza, por
motivo de ordem econômica ou pela vontade das partes.
 
Obrigações reciprocamente consideradas
 
São aquelas que têm relação de dependência.
 
• Principais (artigo 92): são obrigações que subsistem por si só, sem depender de qualquer
outra.
• Acessórias (artigo 92): é a obrigação que tem sua existência condicionada à outra obrigação,
considerada a principal.
 
Anotação: se a obrigação principal deixar de existir, a obrigação acessória também deixará?
(sim, exemplo do cabide).
 
Elementos constitutivos da obrigação
 
• Subjetivos: são os sujeitos da relação obrigacional.
? Sujeito ativo/Accipiens: credor.
? Sujeito passivo/Solvens: devedor.
 
• Objetivos: é a prestação que se subdivide em objeto imediato e mediato.
? Objeto direto ou imediato: é a prestação em si (dar/fazer/não fazer).
? Objeto indireto ou mediato: corresponde ao bem da vida na relação obrigacional
(“continuação” do imediato, por exemplo, dar dinheiro).
 
• Imaterial/espiritual/virtual/ideal: é o vínculo entre os contratantes.
 
Obrigação de dar
 
Tem por objeto a entrega de uma coisa móvel ou imóvel, certa ou incerta, pelo devedor ao
credor. Desta forma, a expressão “dar” é empregada de forma geral, exprimindo a obrigação de
transferir.
 
Anotação: uma pessoa pode ser ativa e a passiva ao mesmo tempo (PJ e PN). A pessoa natural
assina pela pessoa jurídica.
 
• Obrigação de dar coisa certa: é a modalidade de obrigação em que o devedor se compromete a
entregar ou a restituir um objeto perfeitamente determinado, que se considera em sua
individualidade. Trata-se, portanto, de obrigação perfeitamente individualizada.
? Prestação diferente (artigo 313): o credor não é obrigado a receber prestação diversa da que
lhe é devida, ainda mais que valiosa.
? Acessórios (artigo 233): a obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora
não mencionados, salvo se o contrário do título ou das circunstâncias do caso.
 
➢ Pertenças: são bens que não constituindo partes integrantes destinam-se de modo duradouro
ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro. As pertenças, apesar de serem bens
acessórios, não seguem o destino do principal, salvo se o contrário resultar da lei ou da
manifestação das partes.
 
• Obrigação de entregar coisa certa (233 até 237):
? Tradição:
➢ Real: quando a coisa foi realmente entregue a outra pessoa.
➢ Simbólica: quando um ato simbolizara entrega da coisa (vale, compra de carro/casa).
 
? Perecimento (perda total):
➢ Perda sem culpa do devedor (234, 1º parte -> 125): se resolve sozinha.
➢ Perda com culpa do devedor (234, 2º parte-> 402): perdas e danos.
 
? Deterioração (perda parcial):
➢ Deterioração sem culpa do devedor (235): se resolve sozinha, ou pode aceitar a coisa com seu
preço abatido.
➢ Deterioração com culpa do devedor (236): substituição ou perdas e danos.
 
? Direito aos melhoramentos, frutos e abrangência dos acessórios (337; 96).
 
Obrigação de restituir coisa certa
 
São obrigações em que a coisa pertence ao credor sendo que a tradição apenas transmite
temporariamente a sua posse. Impõe ao devedor o dever de devolver à coisa no prazo ajustável
ou alcançada a finalidade para a qual foi destinada, e por isso exige do devedor o dever de
conservação e zelo pela coisa (aluguel, e no final, deixar do jeito que achou).
 
• Perecimento:
? Perecimento sem culpa do devedor (238): se resolve sozinha.
? Perecimento com culpa do devedor (239): responderá pelo equivalente + perdas e danos.
 
 
• Deterioração:
? Deterioração sem culpa do devedor (240): se resolve sozinha.
? Deterioração com culpa do devedor (240 c/c 239): responderá pelo equivalente + perdas e
danos.
 
• Quanto aos melhoramentos, frutos e acrescidos (242).
? O devedor de boa fé tem direito aos frutos percebidos (já foram colhidos), mas não terá
direito aos frutos colhidos antecipadamente.
 
? O devedor de má fé responde por todos os frutos, colhidos antecipadamente e percebidos,
bem e como pelos que por sua culpa deixou o credor de receber.
 
? Quanto aos melhoramentos e acrescidos em que houver dispêndio (gasto) ou trabalho do
devedor, estando ele de boa fé, terá direito a indenização e a retenção quando úteis ou
necessárias.
 
? Quando aos melhoramentos e acrescidos em que houve dispêndio ou trabalho do devedor,
estando o devedor de má fé, só terá direito a indenização dos necessários.
 
? Quanto aos melhoramentos e acrescidos em que não houve dispêndio ou trabalho do devedor,
lucra o credor sem dever de indenizar.
 
 
Obrigação de dar coisa incerta (243-246) *
Determinável (um dia...) pelo gênero e pela quantidade.
 
Nesta espécie de obrigação a coisa não é única, singular, exclusiva e preciosa como na
obrigação de dar coisa certa, mas é uma coisa genérica, determinável pelo gênero e pela
quantidade. Ao invés de uma coisa determinada/certa temos aqui uma coisa
determinável/incerta. Ressalte-se que coisa determinável um dia ou em algum em momento ela
se transformará em coisa determinada, assim, não se pode confundir com coisa indeterminável,
a qual será coisa certa ou determinada.
 
• Concentração (244): é o processo de escolha da coisa medida, de média qualidade, feita via de
regra pelo devedor. A concentração implica em separação, pesagem, medição, contagem,
expedição da coisa e também todo e qualquer ato necessário para individualização da coisa
incerta, ou seja, da transformação da coisa determinável em determinada.
? A escolha é única e exclusiva do devedor? (Não).
? Ciência do credor.
? Momento da concentração (a lei não estipula o momento).
 
• Regra do Genus, num quam perit, artigo 246 (o gênero nunca perece).
? Obrigação genérica delimitada ou de existência restrita: o princípio segundo qual o gênero
nunca perece é falível e comporta temperamentos, sendo uma exceção o gênero que é
limitado, isto é, não existir com abundância suficiente e o mesmo vir a desaparecer. Caso
isso ocorra, se tornará inviável o atendimento da obrigação, acarretando assim a extinção da
obrigação. Por exemplo, materiais químicos, itens de coleção, objetos raros, animais em
extinção.
 
• Obrigação pecuniária (315):
? Dívida pecuniária: são as que têm por objeto uma prestação em dinheiro.
? Dívida de valor: são as que o dinheiro não constitui obrigação da prestação, mas apenas
representa o seu valor (pensão alimentícia).
 
• Princípio do nominalismo, artigo 315 (R$50,00 continua valendo R$50,00): por este princípio
se considera como valor da moeda o valor nominal que lhe atribui do Estado no momento
da sua emissão ou cunhagem (as dívidas em dinheiro deverão ser pagas no vencimento, em
moeda corrente pelo valor nominal).
 
• Como combater a desvalorização da moeda:
? Cláusula de escala móvel: é a cláusula pela qual o valor da prestação irá avaliar segundo os
índices de custo de vida.
 
• Juros: os juros constituem de remuneração pelo uso do capital alheio.
• Moeda de curso forçado (lei 9069/95).
• Pagamento em ouro e moeda estrangeira (318): são nulas.
 
• Teoria da imprevisão (artigo 317 combinado com 478): trata-se da possibilidade de que um
pacto seja alterado a despeito da obrigatoriedade, sempre que as circunstâncias que
envolveram a sua formação não forem às mesmas no momento da execução da obrigação
contratual, em razão de fato imprevisível, de modo a prejudicar uma parte em beneficio da
outra. Esta teoria é uma exceção à regra da força obrigatória dos contratos.
? Cláusulas “rebus sic stantibus”: é a instrumentalização deste ajuste.
 
Obrigação de fazer*
 
Abrange o serviço humano em geral, seja material ou imaterial, a realização de obras e
artefatos, ou a prestação de fatos que tem utilidade para o credor. A prestação consiste em atos
ou serviços a serem executados pelo devedor em benefício do credor.
 
Espécies:
 
• Infungível, imaterial ou personalíssima: ocorre quando for convencionado que o devedor
cumpra pessoalmente a prestação. Neste caso, o devedor só se exonerará se o próprio
cumprir a prestação, executando o ato ou serviço prometido que foi contratado em razão de
seus atributos pessoais.
 
• Fungível, material ou impessoal: ocorre quando se tratar de ato ou serviço cuja execução não
dependa das qualidades pessoais do devedor, assim pode ser esta prestação realizada por
terceiros. Ressalte-se que neste caso, também não haverá cláusula que determine a
realização da prestação somente por pessoa já determinada (só em caso de urgência que é
possível a prestação realizada por terceiros).
 
Anotação: Fungível – qualquer um; Infungível – só um.
 
Descumprimento da obrigação de fazer
 
• Descumprimento (ou inexecução) sem culpa: se não tem culpa, a obrigação se resolve sozinha
(artigo 248).
• Descumprimento com culpa (248) e recusa no cumprimento (247): responde por perdas e
danos.
• Prestação fungível e execução específica (249): se o fato puder ser executado por terceiro, será
livre ao credor mandá-lo executar à custa do devedor, havendo recusa ou mora deste, sem
prejuízo da indenização cabível.
 
Posso exigir o cumprimento forçado da obrigação em caso de descumprimento? Não, mas pode
pedir indenização (475 do CC combinado com 1º, III da CF C/C 5º, II da CF).
 
Então há como compelir o devedor a cumprir a obrigação de fazer? Pode estipular multas (645
do CPC).
 
Resposta completa: viola a dignidade humana e o princípio da legalidade, constranger o devedor
a fazer forçosamente o serviço por ordem judicial, assim vemos que na obrigação de fazer não
se pode exigir a execução forçada como na obrigação de dar coisa certa. Como não há como
compelir o devedor a satisfazer a obrigação de forma forçosamente ou de forma direta neste
caso, pode o magistrado se utilizar de meios indiretos, que podem ser acionados
cumulativamente com as perdas e danos, para visar à satisfação da obrigação, Cite-se como
exemplo a fixação de uma multa diária (astreintes) que incide enquanto durar o atraso no
cumprimento da obrigação.
 
 
 
Obrigação de não fazer* (250 e 251).
 
Tem por objetivo a abstenção lícita de um ato pelo devedor da qual resulta benefício patrimonial
ao credor. É o vínculo jurídico pelo qual o devedor se compromete a abster-se de fazer certo ato
que poderia livremente praticar se não tivesse se obrigado em benefício do credor.
 
Por ser Direito indisponível a lei ou as partes podem impor limites?
 
Sim, muitas vezes a própria lei como contrato impõe limites temporais,geográficos e outros nas
obrigações de não fazer (1147).
 
Há algum limite diante do princípio da autonomia da vontade?
 
Como por conta do princípio da autonomia da vontade a liberdade é grande, as obrigações de
não fazer encontram o seu limite nas prestações que são imorais, antissociais, irrazoáveis, que
sacrifiquem a liberdade das pessoas além das claramente ilegais.
 
Descumprimento da obrigação de não fazer
 
• Sem culpa (250): extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do devedor, se
lhe torne impossível abster-se do ato, que se obrigou a não praticar.
 
• Com culpa (251): praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção se obrigara, o credor pode
exigir dele que o desfaça, sob pena de se desfazer à sua custa, ressarcindo o culpado perdas
e danos.
 
Anotações:
 
• Se tratando do artigo 251, quando for impossível desfazer a obrigação, será convertida em
perdas e danos (revelou o segredo da Coca-Cola).
 
• Fato do príncipe: é a medida de ordem geral praticada pela autoridade máxima da
administração pública não relacionada diretamente como contrato, mas que nele repercute,
provocando o desequilíbrio contratual ou até mesmo a resolução do contrato.
 
Obrigação de não fazer X Obrigação negativa
 
• Obrigação negativa: se impõe a todos os membros da coletividade, abstratamente
considerados, o dever de respeitar o direito alheio, assim ninguém é particularmente
delimitado no seu campo de ação (característica de obrigação real, oponível erga omnes).
 
• Obrigação de não fazer: neste caso, o próprio devedor diminui por força de sua vontade sua
liberdade e atividade. O direito surge da relação obrigacional estabelecida entre credor e
devedor (característica dos direitos obrigacionais, que são oponíveis ‘entre as partes’).
 
Obrigações alternativas:
 
• O que torna possível a execução? R: Concentração.
 
• A quem cabe a escolha? R: Devedor (252 -> 817).
 
• Qual prazo para o exercício da opção? R: 10 dias (571, CPC).
 
• A notificação para ciência exige forma especial? R: Não existe forma especial, já que a lei
não prevê, pode ser de qualquer forma
 
• Até que momento a prestação pode ser alterada? R: Até o pacto.
 
• Deve ser aplicado o princípio do meio-termo ou da qualidade intermediária? R:
Não, pois já é algo determinado.
 
• Princípio da indivisibilidade do pagamento (252, 1º): não se pode dividir o que já foi
pactuado.
 
• Obrigação com prestação periódica (252, 2º): se não foi deixado claro quem escolhe, o
devedor fica livre para escolher entre as duas coisas todo mês.
 
• Suprimento judicial da manifestação de vontade (252, 3º e 4º): se ninguém escolher, o juiz
escolhe.
 
• O perecimento da prestação:
? Perecimento de umas das prestações sem culpa do devedor (253): se houve perecimento de
uma das coisas (alternativa), a obrigação resolve-se com a outra.
 
? Perecimento de uma das prestações com culpa do devedor:
➢ Se houver perecimento de uma das coisas, e a escolha era do credor, a obrigação se resolverá
com a outra mais perdas e danos daquela que foi perdida (255, 1º parte).
➢ Se houver perecimento de uma das coisas, e a escolha era do devedor, ele escolherá a escolha
menos onerosa (a outra parte, por exemplo).
 
? Perecimento total das prestações sem culpa do devedor do devedor (256): se resolve sozinho.
 
? Perecimento total das prestações com culpa do devedor:
➢ Se a escolha era do devedor/terceiro/sorteio, ele perde o direito de escolha, respondendo com
a última que pereceu mais perdas e danos (254).
➢ Se a escolha era do credor, ele decide qual das duas coisas mais perdas e danos (255, 2º
parte).
 
Obrigações divisíveis e indivisíveis
 
• Obrigação indivisível (258): quando a prestação só puder ser cumprida por inteiro.
? Característica: o credor pode exigir a prestação por inteiro de qualquer um dos devedores.
 
Anotação:
As obrigações indivisíveis podem se tornar divisíveis?
-Sim, quando houver transformação da prestação indivisível em perdas e danos (263).
 
? Espécies (258 c/c 87):
 
➢ Física ou natural: a prestação é indivisível pela sua própria natureza quando a sua divisão
altere a substância do objeto e prejudique o seu uso ou destrua sua essência.
 
➢ Econômica: toda vez que o objeto, mesmo que passível de divisão, ao ser dividido perca
substancialmente o seu valor, este será uma obrigação indivisível.
 
➢ Legal: obrigação indivisível por determinação legal é aquela que mesmo que o objeto seja
fisicamente divisível, a lei proíbe a sua divisão.
 
➢ Convencional ou contratual (88): é aquela que por vontade das partes, a prestação mesmo que
divisível é pactuada como sendo indivisível.
 
? Regra das obrigações indivisíveis com pluralidade de devedores (259): se, havendo dois ou
mais devedores, a prestação não for divisível, cada um será obrigado pela dívida toda (50%
entre os devedores, mas 100% entre o devedor e credor).
 
➢ Direito a sub-rogação (259 p.ú c/c 349): o devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no direito
do credor em relação aos outros coobrigados. A sub-rogação transfere ao novo credor todos
os direitos, ações, privilégios e garantias do primitivo, em relação à dívida, contra o devedor
principal e os fiadores.
 
 
 
? Regra das obrigações indivisíveis com pluralidade de credores (260): se a pluralidade for dos
credores, poderá cada um destes exigir a dívida inteira, mas o devedor ou devedores se
desobrigarão, pagando a todos conjuntamente ou a um, dando este caução de ratificação dos
outros credores.
 
Anotações:
 
• Nelson Rosenvald entende que a referida caução de ratificação é um documento no qual se
insere uma garantia de aprovação da quitação unilateral por parte dos outros credores.
 
• Se o devedor não obedece ao que determina o artigo 260, terá que pagar novamente para o
credor que não recebeu?
 Sim, se não usou a caução de ratificação, terá que pagar 50% pro outro.
-------------------------------------------------
 
• Obrigação divisível (257): é aquela que uma vez fracionada, suas partes não perdem as
características essenciais do todo nem sofra depreciação acentuada.
 
? Característica: cada devedor responde exclusivamente pela sua cota parte, liberando-se assim
com o respectivo pagamento.
 
Anotação:
As obrigações divisíveis podem se tornar indivisíveis?
Sim, principalmente pela convenção das partes. A lei também pode transformar divisível em
indivisível (a parcela é indivisível; 314 e 88).
 
? Regra das obrigações divisíveis com pluralidade (257): havendo mais de um devedor ou mais
de um credor em obrigação divisível, esta se presume dividida em tantas obrigações, iguais
e distintas, quantos os credores ou devedores.
 
➢ Concursus partes fiunt: Havendo multiplicidade de credores ou devedores ocorre que cada
um dos vários credores ou devedores possa pagar ou receber a sua parte, segundo o
brocardo concursu partes fiunt “no concurso as partes se fracionam”.
 
• Remissão da dívida, artigo 262 (perdão) -> artigo 385.
 
Atenção!
Remissão = Perdão. / Remição = Pagamento.
Remitir = Perdoar. / Remir = Pagar.
 
? De prestação indivisível: a obrigação não se extingue, pois os demais credores tem direito de
exigir o pagamento da prestação, restituindo, porém em dinheiro aos demais codevedores a
cota correspondente a do credor remitente.
 
Anotação: a remissão da dívida, aceita pelo devedor, extingue a obrigação, mas sem prejuízo de
terceiro.
 
• Perda de qualidade de obrigação indivisível:
 
? Obrigação que se resolve em perdas e danos:
➢ Com culpa dos devedores, artigo 263, p. 1º (“pro rata”, divisão realizada de acordo com uma
proporção determinada, rateada; torna-se divisível, os dois pagam 50% dasperdas e danos).
 
➢ Culpa de um dos devedores, artigo 263, p. 2º (duas correntes):
 
Existindo culpa de um só dos devedores na obrigação que se resolve em perdas e danos, temos
duas correntes de entendimento do p. 2º do artigo 263.
 
1º corrente: aqueles devedores que não foram culpados continuam respondendo pelo valor da
obrigação (equivalente), mas pelas perdas e danos só responderá o devedor culpado.
 
2º corrente: a exoneração mencionada no dito parágrafo é total, atingindo assim tanto a
obrigação (equivalente), quanto à responsabilidade pelas perdas e danos, por conseguinte, os
devedores não culpados não terão responsabilidade pelo pagamento do equivalente + perdas e
danos (o devedor não culpado se isenta da obrigação e das perdas e danos).
 
? Obrigação indivisível convencional ou contratual: é o acordo entre as partes que torna a
prestação indivisível (por exemplo, dois devedores se obrigam a pagar juntos certa quantia
em dinheiro, o que vai favorecer o credor que poderá exigir tudo de qualquer deles).
 
Obrigação solidária (264 ao 285)
 
Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um
devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda.
 
Anotação: não precisa de caução de ratificação.
 
• A solidariedade não se presume, resulta da lei ou pela vontade das partes (265).
Exemplos de obrigação solidária determinada pela lei:
 
? Solidariedade entre representantes e representados (149): o dolo do representante legal
(definido por lei; pais, por exemplo) de uma das partes só obriga o representado a responder
civilmente até a importância do proveito que teve (prejuízos). Se, porém, o dolo for do
representante convencional (por determinado motivo, é outorgado a um representante
livremente escolhido pelo representado através de uma procuração; contrato), o
representado responderá solidariamente com ele por perdas e danos (prejuízos e perdas e
danos).
 
? Entre cedente e cessionário (1146): o adquirente do estabelecimento responde pelo
pagamento dos débitos anteriores à transferência, desde que regularmente contabilizados,
continuando o devedor primitivo solidariamente obrigado pelo prazo de um ano, a partir,
quanto aos créditos vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, da data do vencimento (se
tiver dívidas anteriores à transferência, o adquirente faz o pagamento e pode cobrar do
devedor primitivo por um ano; se tiver dívidas que irão vencer, pode cobrar por um ano a
partir da data do vencimento).
 
? Fiador (829): a fiança conjuntamente prestada a um só débito por mais de uma pessoa (2
fiadores) importa o compromisso de solidariedade entre elas, se declaradamente não se
reservarem o benefício de divisão.
 
? Entre autores da ofensa (942): os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de
outrem (difamação, por exemplo) ficam sujeitos à reparação do dano causado. Se a ofensa
tiver mais de um autor, todos responderão solidariamente pela reparação.
 
? Dos sócios (990, 993, 1089, 1045).
 
? Administradores da sociedade (1009, 1012, 1016; empresa): os administradores respondem
solidariamente perante a sociedade e os terceiros prejudicados, por culpa no desempenho de
suas funções.
 
? Dos cônjuges (1643 e 1644): as dívidas contraídas através de compras, ainda a crédito, de
coisas necessárias à economia doméstica e as dívidas obtidas através de empréstimos,
obrigam solidariamente ambos os cônjuges.
 
? Do patrão que responde pelos danos causados a terceiros pelos seus empregados (932, inciso
3).
 
• Obrigação indivisível e solidariedade é a mesma coisa?
Não. Um dos exemplos dessa diferença é o fato de que a indivisibilidade verifica-se
automaticamente, ao passo que a solidariedade nunca se presume, resultando expressamente da
lei ou da vontade das partes.
 
• Características:
 
? Unidade de prestação (264).
 
? Pluralidade de credores ou/e devedores (264).
 
? Independência do vínculo (266): a obrigação solidária pode ser pura e simples para um dos
co-credores ou co-devedores, e condicional, ou a prazo, ou pagável em lugar diferente, para
o outro.
 
• Solidariedade ativa (267-274): é a relação obrigacional com mais de um credor, na qual
qualquer um destes poderá cobrar sozinho do devedor o cumprimento da prestação por
inteiro, não importando se a prestação é divisível ou indivisível.
 
? Cumprimento da prestação:
 
➢ Em relação ao credor (267): cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor
o cumprimento da prestação por inteiro.
 
➢ Em relação ao devedor:
 
A) Pagamento total (exemplo dos 25%).
 
B) Pagamento parcial -> Débito remanescente.
 
o Prevenção judicial (268) -> mitiga a liberdade do devedor (o credor entra com ação, recebe
100% e repassa).
 
? Falecimento de credor solidário (270): se um dos credores solidários falecer deixando
herdeiros, cada um destes só terá direito a exigir e receber a quota do crédito que
corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível.
 
Anotação: a solidariedade desaparece pros herdeiros quando há mais de um irmão, tendo que
dividir 50%. Porém, a solidariedade não desaparece pros demais credores.
 
➢ Exceções:
 
A) Se o credor falecido só deixou somente um herdeiro (pode cobrar 100%, sendo uma pessoa
natural).
 
B) Se todos os herdeiros do credor agirem em conjunto (pode cobrar 100%, já que os dois se
tornaram um só, uma pessoa jurídica).
C) Se indivisível a prestação (o herdeiro que tiver direito a 100% pode exigir 100% da
prestação, já que se trata de prestação indivisível).
 
o Conversão da prestação em perdas e danos (271): ainda pode pedir 100%, diferente da
obrigação indivisível, que vira obrigação divisível + perdas e danos.
 
? Remissão (perdão) da dívida por um dos credores: o credor que tiver remitido a dívida ou
recebido o pagamento responderá aos outros pela parte que lhes caiba.
 
Anotação: caso ele perdoe mais do que sua parte, ele pagará esse excesso aos outros credores.
 
➢ Exceções pessoais (273): algo que só pode ser oposto a apenas um dos credores.
 
➢ Exceções comuns: algo que pode ser oposto a todos os credores.
 
? Processo sem um dos credores: o julgamento contrário a um dos credores solidários não
atinge os demais; o julgamento favorável aproveita-lhes, a menos que se funde em exceção
pessoal ao credor que o obteve. 
 
• Solidariedade passiva (275-285): é a relação obrigacional com mais de um devedor na qual
qualquer um destes pode ser obrigado a cumprir sozinho a prestação por inteiro, não
importando se a prestação é divisível ou indivisível.
 
? Cobrar um dos devedores solidários significa a renúncia de dívida quanto às demais?
 
➢ Pagamento parcial: (275-277): se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores
continuam obrigados solidariamente pelo resto.
 
➢ Falecimento do devedor solidário: se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros,
nenhum destes será obrigado a pagar senão a quota que corresponder ao seu quinhão
hereditário, salvo se a obrigação for indivisível; mas todos reunidos serão considerados
como um devedor solidário em relação aos demais devedores.
 
o Exceções:
 
A) Se o devedor falecido só deixou um herdeiro: o herdeiro paga o que restou.
 
B) Se todos os herdeiros são cobrados conjuntamente (podem ser cobrados 100%, já que se
tornaram uma pessoa só, uma pessoa jurídica).
 
C) Se indivisível a prestação (o herdeiro que deve 100%, paga 100%).
 
? Conversão das prestações em perdas e danos (279): se impossível à prestação por culpa de
um dos devedores solidários, subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente; mas
pelas perdas e danos só responde o culpado.
 
? Exceções pessoais e exceções comuns: o devedor demandado pode opor ao credor as
exceções que lhe forempessoais e as comuns a todos; não lhe aproveitando as exceções
pessoais a outro co-devedor.
 
? Renúncia da solidariedade X Renúncia da obrigação: renunciar a obrigação significa o
perdão total da dívida, exonerar-se. Já a renúncia da solidariedade é abdicar do direito de
poder cobrar a dívida toda de um ou de todos os devedores solidários (parcialmente ou
totalmente). Não é perdoar, é não poder cobrar 100%.
 
? Devedor que satisfaz a dívida por inteiro: o devedor que satisfez a dívida por inteiro tem
direito a exigir de cada um dos co-devedores a sua quota, dividindo-se igualmente por todos
a do insolvente, se o houver, presumindo-se iguais, no débito, as partes de todos os co-
devedores.
 
? Regra do rateio quando há exoneração da responsabilidade solidária: no caso de rateio entre
os co-devedores, contribuirão também os exonerados da solidariedade pelo credor, pela
parte que na obrigação incumbia ao insolvente (os que não foram perdoados, fazem um
rateio para pagar a dívida).
 
? Dívida solidária de interesse de apenas um dos codevedores (285; fiadora): se a dívida
solidária interessar exclusivamente a um dos devedores, responderá este por toda ela para
com aquele que pagar.
 
? Cessão de créditos: é o negócio jurídico pelo qual o credor transfere o seu direito de crédito
para terceira pessoa que o substitui na relação jurídico-obrigacional. Esta, portanto, não se
extingue, dando lugar à outra obrigação como ocorre na novação (transfere o direito de um
pagamento, por exemplo).
 
➢ Sujeitos da cessão de créditos:
 
A) Cedente: é o credor antigo ou anterior/primeiro.
B) Cedido: é o devedor.
C) Cessionário: é o novo credor.
 
➢ Créditos que podem ser objetos de cessão: todos os créditos podem ser objetos de cessão,
desde que estejam relacionados a direitos disponíveis.
 
 
o Exceções:
 
A) Aqueles que em contrato for pactuado que não poderão ser objetos de cessão.
B) Os que a lei proibir a cessão.
C) Créditos inalienáveis e personalíssimos dos quais a vida da pessoa dependa (alimentos).
 
Anotações:
 
• A cessão de crédito não se confunde com novação, sub-rogação e compra e venda.
 
• Novação subjetiva: na novação subjetiva, além da substituição do credor, ocorre a extinção da
obrigação anterior que é substituída por um novo crédito. A cessão não extingue a
obrigação.
 
• Sub-rogação: a cessão é sempre voluntária, enquanto a sub-rogação pode decorrer da lei. A
cessão pode ser gratuita ou onerosa; a sub-rogação é sempre onerosa. Na cessão de créditos
conserva o vínculo obrigacional; na sub-rogação pressupõe-se o seu cumprimento por um
terceiro (a sub-rogação é consequência do pagamento). Na sub-rogação a dívida mantêm o
valor, já a cessão de crédito pode envolver valores diversos tendo em vista a liberdade entre
as partes.
 
• Compra e venda: a cessão tem por objeto apenas bem incorpóreo (crédito) e possui três
personagens: cedente, cessionário e cedido. A compra e venda pode ter de bem corpóreo ou
incorpóreo e possui apenas comprador e vendedor.
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➢ Anuência do devedor na cessão de créditos (290): o cedente faz a cessão de créditos
independente da vontade do cedido.
 
Anotação: o cessionário é responsável pela notificação do cedido (292).
 
➢ Formas de cessão (288):
 
A) Verbal.
B) Por instrumento público (215; no cartório com testemunhas).
C) Por instrumento particular (654 p. 1º; em casa, reconhecendo a firma depois no cartório).
 
➢ Espécies de cessão de crédito:
 
A) Voluntária ou convencional (288): é aquela realizada de comum acordo. É a forma mais
comum de cessão.
 
B) Necessária ou legal (287): decorre da lei e produz efeitos semelhantes ao da sub-rogação,
como a cessão de acessórios (art. 287, CC); cessão ao depositante das ações que o
depositário tiver contra terceiros (art. 636, CC), etc...
 
C) Judicial: determinada pelo juiz, como adjudicação de acervo; supressão de declaração de
cessão por parte de quem era obrigada a fazê-lo, etc.
 
D) Gratuita: quando não há contraprestação por parte do cessionário, como na cessão feita por
doação.
 
E) Onerosa: quando há contraprestação por parte do cessionário, ou seja, quando há venda do
crédito.
 
F) Total: transfere todo o crédito e seus acessórios.
 
G) Parcial: transfere apenas parte do crédito. Não é disciplinada especificamente pela lei e, por
isso, não se pode falar em preferência em favor do credor primitivo ou de alguns
cessionários no caso de cessões parciais sucessivas (art. 291, CC).
 
➢ Cessão de créditos pro soluto (296): nesta espécie, o cedente responde pela existência e
legalidade do crédito, mas não responde pela solvência (garantia de pagamento) do devedor.
 
➢ Cessão pro solvendo (295): nesta espécie, o cedente responde pela solvência do devedor além
de garantir a existência e a legalidade do crédito.
 
? Cessão de débito ou assunção de dívida (299-303): trata-se de negócio jurídico pelo qual o
devedor transfere a outrem a sua dívida, mas mantendo o contato íntegro.
 
➢ Existência de crédito de consentimento do credor (299): deve ser expresso.
 
o Silêncio do credor (299 p.ú.): se o credor ficar em silêncio após o prazo assinalado, quer
dizer que houve recusa da cessão de débito.
 
➢ Assunção de dívidas e institutos afins:
 
A) Assunção de Dívida e Promessa de Liberação do Devedor (ou assunção de cumprimento):
 
Configura-se quando uma pessoa (promitente) se obriga perante o devedor a desonerá-lo da
obrigação, efetuando a prestação em lugar dele. É o que sucede, por exemplo, quando o
donatário se obriga perante o doador a pagar certas dívidas deste, ou o locatário se compromete
a pagar certos tributos que a lei impõe ao locador.
A diferença entre elas resulta, todavia, da circunstância da promessa de liberação ser efetuada
perante o devedor, não tendo o credor nenhum direito de exigir o seu cumprimento, enquanto na
assunção de dívida a obrigação é contraída perante o credor, que adquire o direito de exigir do
assuntor à realização da prestação devida.
 
B) Assunção de dívida e novação subjetiva passiva (ou novação subjetiva por substituição do
devedor):
 
A assunção de dívida é muito parecida com a novação subjetiva por substituição do devedor
prevista no artigo 360, II do código civil (quando novo devedor sucede ao antigo, ficando este
quite com o credor).
 
A diferença é que a novação acarreta a criação de obrigação nova e a extinção da anterior, e não
simples cessão de débito.
 
C) Assunção de Dívida e Fiança:
 
A assunção de dívida é também muito parecida com a fiança, pois em ambos os casos tanto o
fiador quanto a pessoa que assume o débito fica obrigado perante o credor com o cumprimento
da prestação.
 
A diferença reside no fato de o fiador não ser o devedor principal, responde subsidiariamente,
dispondo assim do benefício de ordem. Já na cessão de débito a pessoa que assumiu a dívida
passa a ser o devedor principal, não podendo alegar o benefício de ordem.
 
➢ Espécies de assunção de dívida:
 
A) Expromissão: nesta hipótese não há previsão legal que a regule. Ocorre mediante contrato
entre terceiro (assume espontaneamente o débito da outra) e o credor, sem participação ou
anuência do devedor (não precisa de autorização).
 
B) Delegação (299): é a situação em que o devedor originário, denominado delegante, transfere
o débito a terceiro (delegatário), com anuência do credor (delegado).
 
➢ Exceções pessoais (302): o novo devedor não pode opor ao credor as exceções pessoais que
competiam ao devedor primitivo.
 
➢ Perda das garantias (300): salvo consentimento expresso do devedor primitivo (mantém a
garantia, tem quer ser expressa), consideram-se extintas, a partir da assunção da dívida, as
garantias especiais (imóveis) por ele originariamente dadas ao credor.? Cessão de contrato ou cessão de posição: consiste na transferência da inteira posição ativa e
passiva do conjunto de direitos e obrigações de que é titular uma pessoa, derivados de um
contrato bilateral já ultimado, mas de execução quase sempre ainda não concluída (cessão
de locação, fornecimento, empreitada, financiamento e no mútuo hipotecário para aquisição
da casa própria).
 
Ela possibilita a circulação do contrato em sua integralidade, permitindo que um estranho
ingresse na relação contratual, substituindo um dos contratantes primitivos, assumindo
todos os seus direitos e deveres.
 
Anotações:
 
• A cessão de contrato ou da posição contratual envolve três personagens: o cedente (que
transfere sua posição contratual), o cessionário (que adquire a posição cedida) e o cedido (o
outro contraente, que consente na cessão feita pelo cedente).
 
• Na cessão de locação, por exemplo, se transfere a posição de um dos contratantes, com os
direitos e as obrigações que simultaneamente a integram. Cedendo a locação a terceiro, o
locatário não transfere ao cessionário apenas o direito de usar e fruir temporariamente o
imóvel, mas também, a obrigação de pagar o aluguel ao locador.
 
• O que distingue basicamente a cessão da posição contratual da cessão de crédito e da assunção
de dívida é o fato de a transmissão abranger simultaneamente direitos e deveres de prestar
(créditos e débitos), enquanto a cessão de crédito compreende apenas um direito de crédito
e a assunção de dívida cobre somente um débito.
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➢ Principais características e efeitos da cessão de posição contratual:
 
A) Pode decorrer da vontade das partes ou de determinação legal.
 
Anotação: lembre que sendo voluntária exigirá o consentimento do cedido que pode ser prévio,
concomitante ou posterior.
 
B) Como negócio jurídico bilateral, deve preencher os requisitos de validade do art. 104, CC
(agente capaz; objeto lícito, possível, determinado ou determinável; forma prescrita ou não
defesa em lei), restringindo-se, no entanto, a contratos bilaterais.
 
Anotação: lembre que contratos unilaterais; contratos que já foram cumpridos; contratos em que
há expressa vedação à cessão e contratos com obrigações personalíssimas não podem ser
cedidos.
 
C) A cessão pode ocorrer com ou sem a liberação (extinção da obrigação) do cedente.
D) A transferência da posição contratual acarreta para o cedente a perda dos créditos, direitos
potestativos e das expectativas integrados na posição contratual cedida.
 
E) A transferência acarreta a exoneração de deveres e obrigações contidos na posição cedida.
 
F) O cedente no caso de cessão onerosa responde pela existência do contrato no momento da
transmissão.
 
G) No caso de cessão gratuita o cedente só responde se tiver procedido de má-fé.
 
H) Não pode o contratante cedido invocar contra o cessionário meios de defesa que não se
fundem na relação contratual cedida.
 
? Extinção das obrigações:
 
A) Sem pagamento: quando ocorre a prescrição a impossibilidade de execução por
determinação legal ou pela modificação da natureza da obrigação (o novo devedor é
insolvente, por exemplo).
 
B) Com pagamento: seja ele forçado ou espontâneo.
 
➢ Pagamento: pagamento é o término natural da obrigação que nem sempre é em dinheiro.
Assim, pagar é executar a obrigação, seja essa obrigação de dar uma coisa, fazer um serviço
ou abster-se de alguma conduta.
 
➢ Elementos essenciais do pagamento:
 
A) Accipiens.
B) Solvens.
C) Vínculo obrigacional (obrigação).
 
➢ Condições subjetivas do pagamento:
 
1º Quem deve pagar (304 em diante): a regra é que quem paga é o devedor obrigado, no entanto
o artigo 304 autoriza que qualquer interessado na extinção do vínculo possa fazê-lo, exceto se a
obrigação for personalíssima.
 
Quem pode pagar?
 
A) Terceiro interessado: é quem tem interesse jurídico na extinção da dívida. Ele tem o direito
de efetuar o pagamento independentemente da vontade do credor ou devedor (fiador,
avalista, sublocatário, devedor solidário e etc...).
Anotação: a consequência do pagamento do terceiro interessado é a sub-rogação (terceiro paga
o credor e o devedor fica devendo pro terceiro).
 
B) Terceiro não interessado (306): é quem não tem interesse jurídico na extinção da dívida. O
terceiro não interessado é completamente alheio à relação obrigacional existente entre o
credor e devedor. O terceiro não interessado que paga em nome do devedor não tem direito
a reembolso, pois é considerado ato de mera liberdade.
 
Anotações:
 
• O terceiro não interessado pode pagar a dívida com oposição do devedor (sem direito a
reembolso).
 
• Pagamento de terceiro antes do vencimento (305 p.ú.): se pagar antes de vencida a dívida, só
terá direito ao reembolso no vencimento.
 
• Pagamento feito com transmissão de propriedade (307): só terá eficácia o pagamento que
importar transmissão da propriedade, quando feito por quem possa alienar o objeto em que
ele consistiu (somente se o solvens for titular de um direito real, o proprietário do imóvel,
por exemplo).
------------------------------------------------
2º A quem se deve pagar (308).
 
A) Ao próprio credor.
B) Ao representante (legal ou convencional).
C) Ao terceiro.
 
I – Feito a terceiro quando ratificado (confirmado) pelo credor. A ratificação gera efeito ex-tunc
(desde o pagamento).
 
II – Feito a terceiro se demonstrado que reverteu em benefício do credor (se beneficiou o credor
de alguma forma).
 
Anotação: o ônus da prova da reversão do pagamento é do devedor.
 
III – Feito ao credor putativo (309).
 
Anotações:
 
• Credor putativo é aquele que tem a aparência de ser o verdadeiro credor, mas não é. Aplica-se
neste caso a teoria da aparência.
 
? Requisito para ser válido: o devedor deve estar de boa fé e acredite que o credor putativo é o
verdadeiro credor.
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IV – Feito ao portador da quitação (quitação = recibo; 311).
 
➢ Pagamento ao credor incapaz (310): não vale o pagamento cientemente feito ao credor
incapaz de quitar, se o devedor não provar que em benefício dele efetivamente reverteu
(beneficiou).
 
 
Pagamento*
 
• Prova do pagamento: (320; recibo).
 
Pagar é só uma obrigação do devedor?
Pagar não é só uma obrigação do devedor, também é um direito dele.
 
• Recusa do credor em dar a quitação (319): O devedor que paga tem direito a quitação regular,
e pode reter o pagamento, enquanto não lhe seja dada.
 
• Espécies de quitação:
 
A) Pela entrega do recibo
B) Pela presunção “Juris Tantum” (apenas de direito). Exemplos:
 
o Quando título de crédito estiver na posse do devedor (324): a entrega do título ao devedor
firma a presunção do pagamento
 
o Pelo pagamento da última cota periódica (322): quando o pagamento for em quotas
periódicas, a quitação da última estabelece, até prova em contrário, a presunção de estarem
solvidas as anteriores.
 
o Quitação do capital, sem reserva dos juros (323 e 354; se quitada a dívida, sem incluir os
juros, presume-se os juros).
 
Lugar do pagamento
Onde o pagamento deve ser feito?
 
• Livre escolha das partes (78).
 
• No caso de omissão, domicílio do devedor (327).
 
• Quando houver mais de um lugar, a escolha do é do credor (327, §ú.).
 
• Quando tratar-se de imóvel, a o local da coisa (imóvel) (328).
 
• Pagamento reiterado (330): o pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir
renúncia do credor relativamente ao previsto no contrato.
 
• Caso fortuito e força maior (329 e 393): o devedor não responde pelos prejuízos resultantes de
caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado.
 
Anotação:
Classificação das dívidas:
 
• Dívida quesívelou “querable” (327): é a dívida que deve ser paga no domicílio do devedor.
 
• Dívida portável ou portable: é a dívida que deve ser paga no domicílio do credor (394 e 395).
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Tempo de pagamento.
Em qual momento se pode cobrar uma obrigação?
No vencimento (333).
 
• Prazo de vencimento:
? O pactuado pelas partes (eventos futuros certos e incertos, por exemplo).
? Omissão (331): salvo disposição legal em contrário, não tendo sido ajustada época para o
pagamento, pode o credor exigi-lo imediatamente.
 
Extinção das obrigações (formas especiais de pagamento):
 
• Pagamento em consignação (334-345 CC e 890-900 do CPC):
 
É uma forma especial ou indireta de pagamento. Tem sua origem do Direito Romano, surgiu
como forma anormal e forçada de cumprimento da prestação, caso houvesse recusa do credor
em receber o pagamento ofertado na forma, no tempo e no modo devidos, um direito do
devedor de honrar sua palavra e satisfazer a dívida (deposita o dinheiro numa conta e quem se
provar o credor legítimo receberá, por exemplo).
 
• Hipóteses de cabimento (335; rol taxativo, só cabe nas hipóteses previstas do artigo 335):
 
? Se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou der quitação na
devida forma.
? Se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos.
 
? Se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em lugar
incerto ou de acesso perigoso ou difícil.
 
? Se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento.
 
? Se pender litígio sobre o objeto do pagamento.
 
• Consignação extrajudicial (890 do CPC; quando o pagamento é feito via estabelecimento
bancário, extrajudicialmente).
 
• Hipótese de consignação requerida pelo credor (345): se a dívida se vencer, pendendo litígio
entre credores que se pretendem mutuamente excluir, poderá qualquer um deles requerer a
consignação.
 
? Pagamento com sub-rogação (346-351):
 
É a transferência dos direitos do credor para aquele que solveu a obrigação, ou emprestou o
necessário para solvê-la. Sub-rogar é substituir o credor de modo que o pagamento por sub-
rogação se assemelha a cessão de crédito, por se tratar da substituição da pessoa do credor,
conforme o artigo 348.
 
Anotações:
 
• Efeitos da sub-rogação:
 
? Satisfativo: o credor primitivo vai satisfazer-se com o pagamento feito pelo terceiro, mas a
obrigação permanece para o devedor. Atente-se que, a sub-rogação não extingue a dívida.
 
? Translativo (349): o novo credor vai receber todas as vantagens e direitos do credor
primitivo.
 
• Espécies de sub-rogação:
 
? Legal (346): ocorre independentemente da vontade das partes.
 
? Convencional (347 e 348): depende de acordo escrito entre as partes, quando terceiro faz o
acordo com o credor primitivo e fica com direito de sub-rogação, mesmo sem ter interesse
jurídico e sem anuência do devedor. Ou através de acordo escrito no qual se transfere todas
as vantagens do credor ao terceiro que empresta a quantia precisa para solver a dívida.
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• Imputação ao pagamento (352-355):
 
A imputação do pagamento é a operação pela qual o devedor de mais de uma dívida vencida da
mesma natureza a um só credor indica qual das dívidas está pagando, por ser tal pagamento
inferior ao total das dívidas.
 
Anotações:
 
• Se o devedor não imputa o pagamento, aplica-se o artigo 353: não tendo o devedor declarado
em qual das dívidas líquidas e vencidas quer imputar o pagamento, se aceitar a quitação de
uma delas, não terá direito a reclamar contra a imputação feita pelo credor, salvo provando
haver ele cometido violência ou dolo.
 
• Imputação legal do pagamento (355): se o devedor não fizer a indicação do art. 352
(imputação do pagamento), e a quitação for omissa quanto à imputação, esta se fará nas
dívidas líquidas e vencidas em primeiro lugar. Se as dívidas forem todas líquidas e vencidas
ao mesmo tempo, a imputação far-se-á na mais onerosa.
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• Novação (360-367):
 
É a criação de uma obrigação nova para extinguir uma anterior. É a substituição de uma dívida
por outra, extinguindo-se assim a primeira. Ressalve-se a existência dessa nova obrigação é
condição essencial para extinção da obrigação anterior
 
? Requisitos da Novação:
 
➢ Existência de uma obrigação jurídica anterior (367): se o contrato anterior for nulo ou
extinto, não poderá haver novação.
 
Anotação: contratos anuláveis também podem ser objetos de cessão.
 
➢ A criação de uma obrigação nova substancialmente diversa da primeira
 
➢ “Animus Novandi”: pra ter novação tem que ter a intenção de fazer um contrato novo, uma
obrigação nova.
 
? Espécies de novação:
 
➢ Ativa: quando em virtude de uma obrigação nova, o credor é substituído por um novo,
ficando o devedor quite com o antigo credor.
➢ Passiva: ocorre quando em virtude de uma obrigação nova, o devedor é substituído por um
novo, ficando o devedor antigo quite com o credor.
 
• Dação em pagamento
 
É o acordo liberatório em que o credor concorda em receber prestação diversa da ajustada.
 
? Requisitos
 
➢ Consentimento de credor.
➢ Prestação diversa da ajustada.
 
? Efeitos da dação em pagamento
 
➢ Satisfatório: satisfatório em relação ao credor, mesmo recebendo outra coisa, pois o credor
pode preferir receber coisa diversa a receber com atraso ou nada receber.
 
➢ Liberatório: liberatório em relação ao devedor, pois a dívida se extingue e o devedor se
exonera da obrigação.
 
• Compensação (368-380)
 
É o meio de extinção de obrigações entre pessoas que são credor e devedor uma da outra ao
mesmo tempo. Atente-se que a compensação acarreta a extinção das duas obrigações quando
não houver saldo remanescente em uma delas.
 
Por exemplo, ‘A’ deve 100 reais à ‘B’ decorrente de um empréstimo e B deve 100 reais a ‘A’
porque bateu no carro de ‘A’. Então um não vai cobrar do outro, a compensação vai extinguir as
duas obrigações mediante um pagamento fictício.
 
? Requisitos (369):
 
➢ Certas quanto à existência, e determinadas quanto ao valor (líquidas).
➢ Vencidas ou atuais, podendo ser cobradas.
➢ Constituídas por coisas substituíveis (consumíveis, fungíveis), como, por exemplo, o
dinheiro.
 
? Espécies de compensação:
 
➢ Legal: ocorre por força da lei, mesmo que uma das partes se oponha, sempre que as dívidas
forem líquidas, vencidas e homogêneas.
 
➢ Compensação voluntária (quando há acordos de vontades).
 
➢ Compensação judicial: determinada pelo Juiz no caso concreto, ao entender que deve haver
compensação por uma questão de economia processual, por uma questão de praticidade,
dando o Juiz seus motivos/fundamentos na sentença.
 
? Obrigações não compensáveis (375 e 380): algumas obrigações, pela sua natureza, não
podem ser compensadas, pois elas fogem ao direito patrimonial privado. São aquelas
obrigações de caráter alimentar e tributário. Então se meu filho bate com meu carro eu não
posso deixar de sustentá-lo (exemplo: deixar de pagar a faculdade alguns meses) para
compensar o prejuízo, afinal os alimentos são indispensáveis por uma questão de
sobrevivência.
 
• Confusão (381-384).
 
É a reunião em uma única pessoa na mesma relação jurídica da qualidade de credor e devedor,
que ocorrendo acarretará a extinção da obrigação. OBS: A confusão extingue também as
garantias
 
A confusão é mais um modo de extinção das obrigações semelhante ao pagamento por
impossibilidade lógica de permanecer o vínculo. Artigo 381, por exemplo: ‘A’ é inquilino de
seu pai ‘B’, mas o pai morre e A herda o apartamento, extinguindo a obrigação de pagar aluguel
face à confusão, pois B vai reunir as qualidades decredor e devedor, afinal ninguém pode ser
devedor ou credor de si mesmo.
 
Anotação: a confusão exige identidade de pessoas e de patrimônios, de modo que o dono de
uma pessoa jurídica pode dever a sua empresa, e vice-versa. 
 
? Restabelecimento da obrigação (384):
 
Para confusão extinguir a obrigação, ela tem que ser permanente, portanto, se a mesma cessar,
voltará a valer a obrigação.
 
? Espécies de confusão:
 
➢ Total (quando toda obrigação é extinta).
➢ Parcial (quando apenas parte da obrigação é extinta).
 
• Remissão das dívidas (385-388; remitir).
 
É a liberalidade do credor consistente em dispensar o devedor de pagar a dívida (perdão). É,
portanto, da obrigação.
? Espécies de remissão:
 
➢ Total.
➢ Parcial.
➢ Expressa (por escrito).
➢ Tácita (subentende-se).
➢ Gratuita (mais comum).
➢ Onerosa (perdoa, mas pede algo em troca).
 
? Requisitos da remissão:
 
➢ Animus de perdoar (intenção de perdoar).
➢ O devedor tem que aceitar o perdão.
 
• Inadimplemento das obrigações e suas consequências
 
? Inadimplemento e mora (389-401): a culpa do devedor pode ensejar a mora ou o
inadimplemento. A mora é o atraso no pagamento enquanto o inadimplemento é a falta de
pagamento. Curioso é que a mora pode também ser do credor, ou seja, o credor pode se
negar a aceitar o pagamento (exemplo: ‘A’ deve milho à ‘B’, mas ‘B’ se recusa a aceitar
alegando que os grãos estão estragados).
 
? Inadimplemento absoluto (389; o devedor não cumpriu a obrigação): é a impossibilidade do
credor de receber a prestação devida (ou seja, a prestação se torna inútil para o credor).
 
➢ Espécies de inadimplemento absoluto:
 
o Culposo, quando devedor teve culpa (389; diferente do culposo do código penal).
 
o Fortuito ou involuntário (393; não tem perdas e danos): o devedor não responde pelos
prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por
eles responsabilizado.
 
? Inadimplemento de obrigação negativa (390): nas obrigações negativas o devedor é havido
por inadimplente desde o dia em que executou o ato de que se devia abster
(descumprimento de uma obrigação de não fazer).
 
? Garantia do cumprimento da obrigação (391): pelo inadimplemento das obrigações
respondem todos os bens do devedor.
 
 
 
? Mora ou inadimplemento relativo:
 
É o atraso no pagamento ou no recebimento, tanto por culpa do devedor, como por culpa do
credor. Se ambos tiverem culpa não haverá mora, pois as moras recíprocas se anulam. Mora é a
impontualidade culposa do devedor no pagamento ou do credor no recebimento. Se o devedor
atrasa sem culpa (acidente, caso fortuito ou de força maior) não haverá mora (neste caso a
obrigação não é inútil para o credor).
 
Mas a mora do credor independe de culpa e o devedor nesse caso deve consignar o pagamento.
Assim não importam os motivos da mora do credor, o devedor precisa exercer seu dever e seu
direito de pagar através da consignação.
 
➢ O decurso de tempo transforma a mora em inadimplemento?
 
Não, pois mesmo com a prescrição ela ainda é útil para o credor. Mesmo se tornando uma
obrigação natural, ela ainda pode ser paga, mas não exigida.
 
➢ Efeitos da mora do credor: o credor que não quiser ou não for receber o pagamento conforme
acertado se sujeita a quatro efeitos:
 
1) O credor em mora libera o devedor da responsabilidade pela conservação da coisa. Por
exemplo, ‘A’ deve um cavalo à ‘B’, que ficou de ir buscá-lo na fazenda de ‘A’. A mora de
‘B’ não responsabiliza ‘A’ caso o cavalo venha a morrer mordido por uma cobra após o
vencimento.
 
2) O credor em mora deve ressarcir o devedor com as despesas pela conservação da coisa. No
exemplo do cavalo, ‘B’ deve pagar as despesas de ‘A’ com ração e medicamento desde o
vencimento.
 
3) Obriga o credor a pagar um preço mais alto pela coisa se a cotação subir (este efeito se aplica
a coisas que têm preço na bolsa de valores, como ações, açúcar, café, soja, etc.).
 
4) O credor em mora não pode cobrar juros do devedor desse período, afinal foi do credor a
culpa pelo atraso no pagamento.
 
Anotação: a mora do credor não exonera o devedor de cumprir a obrigação quando:
 
A) Quando ele impedir o devedor de cumprir a obrigação.
B) Quando houver recusa em receber o pagamento.
C) Quando exigir pagamento superior ou diverso.
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➢ Mora do devedor: a mora do devedor pode se equiparar ao inadimplemento e o credor exigir
então perdas e danos. Por exemplo, ‘A’ compra docinhos para o casamento da filha, mas a
comida atrasa e chega depois da festa. É evidente que esta mora corresponde a um
inadimplemento. Se o atraso foi por culpa da doceira, além de devolver o dinheiro, vai ter
que pagar as perdas e danos. Mas se o atraso foi por causa de uma enchente que derrubou a
ponte, a doceira só terá que devolver o dinheiro, sem os acréscimos das perdas e danos.
o Efeitos da mora do devedor:
1) O devedor responde pelos prejuízos causados pela sua mora, mais multa, juros, etc.
2) O devedor em mora responde pelo caso fortuito/força maior ocorrido durante o atraso. Por
exemplo, ‘A’ deve um cavalo campeão à ‘B’, mas ‘A’ entrou em mora para levar o cavalo
para ‘B’, então vem uma enchente e mata o cavalo. ‘A’ irá responder por perdas e danos,
salvo se conseguir provar que a enchente também atingiu a fazenda de ‘B’ e que o cavalo
morreria do mesmo jeito se estivesse lá. Se a enchente chegasse antes do vencimento, ‘A’
também não iria responder perante ‘B’ pela morte do cavalo, pois se tratou de um caso
fortuito ou de força maior.
? Obrigações com termo e sem termo (397, § ú.): não havendo termo (prazo), a mora se
constitui mediante interpelação (notificação) judicial ou extrajudicial.
 
? Mora presumida (398): nas obrigações provenientes de ato ilícito, considera-se o devedor em
mora, desde que o praticou (súmula 54 do STJ).
 
Anotações:
 
• Mora ex re: resulta do próprio fato da inexecução da obrigação. Esta não depende de
notificação/interpelação ou qualquer outra provocação pelo credor ao devedor (obrigações
negativas, inexecução e atos ilícitos).
 
• Mora ex persona: ocorre quando o credor tem que tomar certas providências necessárias
(notificar) para constituir o devedor em mora.
 
• Purga da mora (401): purgar significa emendar, reparar, remediar. Purgar a mora é
consertar/sanar as consequências da mora, tanto para o devedor como para o credor. Em
caso de inadimplemento do devedor, não se purga mais a mora, resolvendo-se em perdas e
danos. A mora do devedor pode também pode ser purgada se o credor perdoar as perdas e
danos.
 
• Perdas e danos: se não houver efetivo prejuízo, não haverá perdas e danos (402 e 403).
 
• Início dos juros (405): contam-se os juros de mora desde a citação inicial.
? Os que envolvem as perdas e danos:
 
➢ Dano material: atingem diretamente o patrimônio das pessoas físicas ou jurídicas.
 
➢ Dano moral: abalam a honra, a boa-fé subjetiva ou a dignidade das pessoas físicas ou
jurídicas.
 
➢ Lucro cessante: o lucro cessante representa aquilo que o credor razoavelmente deixou de
lucrar, ou seja, a diminuição potencial de seu patrimônio, causada pelo inadimplemento da
contraparte.
 
➢ Dano estético: lesão à beleza física, modificação física sofrida pela pessoa em relação ao seu
estado anterior.
 
➢ Perda de uma chance: a responsabilidade do autor do dano decorre do fato de ter privado
alguém da obtenção da oportunidade de chance de um resultado útil ou somente de ter
privado esta pessoa de evitar um prejuízo.
 
(Pode ter todos juntos e cobrar todos juntos).
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• Juros (406 e 407): são rendimentos do capital, o preço pelo seu uso, o preço pelo aluguel do
dinheiro e etc.
 
Anotação: os juros são acessórios à obrigação (92).? Espécies de juros
 
➢ Juros legais (406, 591, 677, 706; determinados por lei):
 
o Juros moratórios (406): são os que decorrem do atraso no cumprimento da obrigação.
Traduzem uma indenização pelo retardamento culposo no cumprimento da obrigação (161
§1º CTN).
 
o Juros compensatórios: são os devidos como compensação pelo fato do credor estar privado
da disponibilidade de certo capital. Surgem, portanto, independentemente de culpa ou
descumprimento da obrigação, pois são frutos do capital empregado.
 
• Cláusula penal (408-416; multa contratual):
 
? Natureza jurídica: de indenização previamente fixada, configura-se como uma obrigação
acessória.
 
? Tem dupla função:
 
➢ Compulsória ou coercitiva: é a função de intimidar para o cumprimento pontual da obrigação.
 
➢ Indenizatória ou ressarcitória: é a prefixação (fixada anteriormente) das perdas e danos.
 
? Espécies de cláusulas penais:
 
➢ Compensatória: é utilizada em caso de inadimplemento total da obrigação, decorrente de
culpa do devedor.
 
➢ Moratória (411): incide em qualquer tipo de obrigação, pode ser fixada em qualquer contrato.
É a utilizada nos casos de mora ou pelo descumprimento de cláusula especial. Destina-se a
assegurar o cumprimento pontual da obrigação.
 
Anotação: moratória e compensatória podem ser cumuladas.
 
? Limitação da cláusula penal (413): a penalidade deve ser reduzida equitativamente pelo juiz
se a obrigação principal tiver sido cumprida em parte, ou se o montante da penalidade for
manifestamente excessivo, tendo-se em vista a natureza e a finalidade do negócio.
 
• Arras (sinal): se o contrato for desfeito pelo devedor, ele perde o sinal. Se a desistência for do
credor, ele terá que devolver as arras. Sua principal finalidade é assegurar e/ou confirmar
que os contratantes irão finalizar o negócio jurídico, pois se desistirem deste, o desistente
perderá o sinal.
 
Anotação: o credor paga em dobro.

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