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Plano cartesiano, estudo da reta e da circunferência Nesta parte da matéria, será feita uma ligação entre geometria e álgebra. Serão estudados pontos, retas, circunferências, etc. e esse estudo será feito com o auxílio da álgebra para determinar a equação da reta, circunferência, etc. Par ordenado Chama-se par ordenado todo conjunto formado por dois elementos. Assim, {3,4}, {pi,4}, {a,b} indicam pares. Lembrando o conceito de igualdade de conjuntos, inverter a ordem dos elementos não produz um novo par: {3, 4} = {4, 3}, {pi, 4} = {4, pi}, {a, b} = {b, a} Em Matemática, há situações en que é preciso distinguir pares pela ordem dos elementos. Por exemplo, no sistema de equações:{ x+ y = 3 x− y = 1 Nesse caso, x = 2 e y = 1 é solução ao passo que x = 1 e y = 2 não é solução. Sendo assim, não podemos representar a solução desse sistema por um conjunto, pois teríamos {2, 1} = {1, 2}, o que seria uma contradição porque o primeiro conjunto seria a solução do sistema e o segundo, não. Por causa disso dizemos que a solução é o para ordenado (2, 1) onde fica subentendido que o primeiro elemento 2 refere-se a incógnita x e o segundo elemento 1 refere-se a incógnita y. Propriedade: (a, b) = (c, d)⇔ a = c e b = d. O plano cartesiano É formado por dois eixos perpendiculares: um horizontal e outro vertical que se cruzam na origem das coordenadas. No plano cartesiano, cada ponto possui uma abscissa x e uma ordenada y. Os dois eixos dividem o plano cartesiano em quatro regiões ou quadrantes. OBS: • Todos os pontos do eixo dos x têm ordenadas iguais a 0. • Todos os pontos do eixo dos y têm abscissas iguais a 0. Produto cartesiano Definição: Sejam A e B dois conjuntos não vazios. Denominamos produto cartesiano de A por B o conjunto A×B cujos elementos são todos pares ordenados (x, y) onde o primeiro elemento pertence a A e o segundo elemento pertence a B. A×B = {(x, y)|x ∈ A e y ∈ B} Exemplos: 1 1) Se A = {1, 2, 3} e B = {1, 2} temos A×B = {(1, 1), (1, 2), (2, 1), (2, 2), (3, 1), (3, 2)} B ×A = {(1, 1), (1, 2), (1, 3), (2, 1), (2, 2), (2, 3)} 2) Se A = [1, 3) e B = {1, 4} Só podemos representar A×B graficamente, pois tem-se um intervalo de números reais (existindo um número infinito de valores possíveis de serem representados). 3) A = [1, 3) e B = [1, 4] Só podemos representar A×B graficamente. Observações: 1. A×A = A2. 2. A×B 6= B ×A. Simetria de pontos Considere o ponto P(a,b) no 1oquadrante. Tems que o simétrico a P em relação: 1. ao eixo x, é (a,-b); 2. ao eixo y, é (-a,b); 3. a origem, é (-a,-b); Ponto médio Dados dois pontos A(xA, yA) e B(xB, yB), vamos obter as coordenadas do ponto médio do segmento AB(AB). Seja M(xM , yM ) o ponto médio do AB. Temos que: xM = xA+xB 2 e yM = yA+yB 2 2 Exemplo: M = (11, 12) é o ponto médio do segmento AB, com A = (3, 15). Obtenha as coorde- nadas de B. Seja B(xB, yB), temos: 3 + xB = 22⇒ xB = 19 15 + yB = 24⇒ yB = 9 Logo, B(19, 9). Distância entre dois pontos Dados dois pontos A(xA, yA) e B(xB, yB), vamos calcular a distância entre A e B. Inicialmente, vamos supor que xA 6= xB e yA 6= yB. O segmento horizontal AC mede |xA − xB|, enquanto que o segmento vertical BC mede BC = |yB − yA|. Aplicando o teorema de Pitágoras no triângulo ABC, temos: (AB)2 = (AC)2 + (BC)2 (AB)2 = (xB − xA)2 + (yB − yA)2 AB = √ (xB − xA)2 + (yB − yA)2 Esta fórmula também é válida quando xA = xB e yA = yB. Exemplo: Calcule a distância entre A(2,13) e B(11,1). AB = √ (11− 2)2 + (1− 13)2 =√92 + (−12)2 = √81 + 144 = √225 = 15. Logo, a distância entre A e B é de 15 unidades. Equação da reta Equação reduzida Toda reta não vertical possui uma equação do tipo y = mx+ n, onde m e n são constantes. Demonstração. Considere uma reta r, não vertical. Seja V (0, n) o ponto onde a reta intercepta o eixo dos y, e seja α o ângulo que a reta forma com o eixo dos x, conforme a figura. Consideramos o caso em que α é agudo. Seja P (x, y) um ponto qualquer da reta r diferente de V (0, n). No triângulo retângulo indicado na figura, temos: tgα = y − n x− 0 ⇒ tgα = y − n x 3 Indicando tgα por m, temos: m = y − n x Esta equação é satisfeita para todos os pontos P (x, y) da reta r, inclusive para o ponto V (0, n), pois substituindo x = 0 em y = mx+ n, obtém-se y = n. Sendo satisfeita por todos os pontos da reta r, y = mx+ n é chamada de equação da reta r. De modo análogo, pode-se mostrar que no caso em que α é obtuso a afirmação também é válida. Logo, toda reta não vertical possui uma equação do tipo y = mx+ n. � A equação y = mx+n é chamada de equação reduzida da reta; m é chamado de coeficiente angular ou declividade e n é chamado de coeficiente linear. O coeficiente linear é a ordenada do ponto onde a reta intercepta o eixo dos y. Exemplo 1) Determine a equação da reta que passa pelo (4;2) e tem coeficiente angular m = 6/5. Temos y = (6/5)x+ n. Substituindo (4;2) obtemos n = −14/15. Logo, a equação reduzida da reta é y = (6/5)x− 14/5 Exemplo 2) A equação reduzida de uma reta r é y = 3x+ 9. Dê as coordenadas do ponto I onde r intercepta o eixo dos x e do ponto V onde r intercepta o eixo dos y. Exemplo 3) Dentre os pontos da reta de equação y = 3x+ 4, qual é aquele que possui ordenada igual à abscissa? Exemplo 4) Obtenha o coeficiente angular da reta que passa pelos pontos A(3,2) e B(7,22). Retas horizontais e verticais Considere a reta horizontal h da figura. Todos os pontos dessa reta têm ordenadas iguais a 2. Por isso, a equação de h é y = 2 = 0x + 2, com m = 0 e n = 2. Como h é paralela ao eixo dos x dizemos que sua inclinação é α = 0◦. Portanto, continua válido que: m = tgα, pois m = tg0o e m = yB−yAxB−xA = 0 xB−xA = 0. Exemplo: Qual a equação reduzida da reta que passa pelo ponto (-3,10) e que é paralela ao eixo das abscissas? 4 Considere a reta vertical v da figura. Todos os pontos dessa reta têm abscissas iguais a 3. Por isso, a equação de v é x = 3. Não existem valores de m e n que transformem y = mx + n em x = 3, isto é, a equação da reta vertical v não pode ser apresentada na forma da equação reduzida. Portanto a reta vertical v não possui equação reduzida, coeficiente angular, nem coeficiente linear. Quanto ao coeficiente angular, veja que não se define tgα para este caso com α = 90o. Quanto ao coeficiente linear, veja que a reta v não intercepta o eixo dos y. Exemplo: Determine a equação da reta que passa pelo ponto (8,13) e é perpendicular à reta de equação y = 5. Equação geral Vimos que se uma reta for vertical, ela não possui uma equação reduzida y = mx + n. Quando a reta é vertical sua equação é de outro tipo, qual seja, x = k. Veremos que toda reta possui uma equação do tipo ax+by+c = 0 (com a e b não simultaneamente nulos), que é chamada de equação geral da reta. Vamos considerar dois casos: um com uma reta não vertical e outro com uma reta vertical. Considere a reta não vertical r de equação reduzida y = 34x − 5. Para todos os pontos dessa reta tem-se: y = 34x− 5 ou 4y = 3x− 20, logo, 3x− 4y − 20 = 0 que é a equação geral de r. Considere a reta vertical v de equação x = 7. Para todos os pontos dessa reta tem-se: x = 7, logo, x− 7 = 0 é a equação geral da reta vertical v. Exemplo 1) Todos os pontos P(x,y) de uma reta satisfazem a equação 5x − 2y + 7 = 0. Dê a equação reduzida da reta. Exemplo 2) A reta de equação 4x+3y− 12 = 0 intercepta o eixo dos x no ponto I e o eixo dos y no ponto V. Calcule a distância entre I e V. Exercícios propostos 1. Nas duas figuras, ABCD é um quadrado com lados de 4 unidades; M é o ponto médio do lado AB e N é o ponto médio do lado AD. Obtenha as coordenadas dos pontos A, B, C, D, M e N. 5 2. Considere o segmento AB, com A(3,-2) e B(5,1). (a) Esse segmento será prolongado, no sentido de A para B, de modo que seu comprimentoduplique. Até que ponto se dará o prolongamento? (b) Resolva o exercício do item anterior, supondo que o prolongamento fosse feito no sentido de B para A. 3. Sendo A(1,10) e B(9,-2), quais são as coordenadas dos pontos que dividem o segmento AB em quatro partes iguais? 4. Num triângulo ABC, o vértice A é A(15,2), o ponto médio do lado BC é M(10,-6) e o ponto médio do lado AB é N(18,-1). Calcule as coordenadas do ponto médio do lado AC. 5. Calcule a distância entre A e B em cada um dos casos: (a) A(7,9) e B(11,12) (b) A(6,2) e B(11,14) (c) A(1,-19) e B(10,21) (d) A(-2,-3) e B(4,-11) 6. Calcule o perímetro do triângulo de vértices A(4,5), B(10,-3) e C(-11,-3). 7. Uma circunferência passa pelo ponto P(3,11) e tem centro C(10,-13). Quanto mede o raio da circunferência? 8. Sejam A = [1, 3) e B = [1, 2]. Represente graficamente A × B e as relações R1 = {(x, y) ∈ A×B | y = x} e R2 = {(x, y) ∈ A×B | y = x− 1}. 9. Determinar o valor de a, de modo que : (a) (5a− 3,−4a+ 2) pertença ao 1◦ quadrante. (b) (a+ √ 3,−2a− 4) pertença ao 4◦ quadrante. 10. Dados os conjuntos A = [1, 3], B = [−3, 1) e C = (−2, 1], representar graficamente os produtos: (a) A×B (b) B ×A (c) A× C (d) C ×A (e) B2 (f) C2 11. Obtenha a equação reduzida da reta que passa pelo ponto P(2,4) e tem coeficiente angular igual a 3. 12. Uma reta passa pelo ponto P(3,2) e seu coeficiente linear é -19. Calcule seu coeficiente angular. 13. Qual a equação reduzida da reta que passa pelos pontos A(3,-2) e B(-1,-10)? 14. Obtenha o coeficiente angular da reta de equação 2x+ 6y − 7 = 0 15. A equação reduzida de uma reta é y = x3 + 2. Dê a equação geral desta reta. 16. Dê a equação geral da reta determinada pelos pontos A(-1,5) e B(6,5). 17. Quais os pontos da reta x+ y− 7 = 0 que distam 5 unidades da origem O do sistema cartesiano? 6 Estudo da circunferência Estudaremos a equação da circunferência. Assim, dada equação da circunferência poderemos obter a medida do raio e as coordenadas do seu centro. Da mesma forma, conhecidas as medidas do raio e as coordenadas do centro, poderemos obter a equação da circunferência. Equação da circunferência Considere uma circunferência de centro C(xc, yc) e raio r. Seja P (x, y) um ponto qualquer dessa circunferência. A distância de P a C é igual a r. Então: d(P,X) = r Logo, √ (xc − x)2 + (yc − y)2 = r Elevando ao quadrado os dois membros, temos: (xc − x)2 + (yc − y)2 = r2 Portanto, a equação da circunferência de centro C(xc, yc) e raio r é: (xc − x)2 + (yc − y)2 = r2 Exemplo 1: Sendo A(−1, 3) e B(7, 9), escreva a equação da circunferência de diâmetro AB. O centro é o ponto médio de AB. Portanto, o centro é C(3, 6). Vamos calcular o diâmetro de AB: d(A,B) = √ 82 + 122 = 10. Como 2r = 10⇒ r = 5. Assim, a equação da circunferência é: (x− 3)2 + (y − 6)2 = 25 Exemplo 2: Escreva a equação da circunferência centrada na origem e de raio unitário. Exercícios: 1. Dê a equação da circunferência de centro C e raio r nos seguintes casos: (a) C = (1, 2) e r = 3 (b) C = (2, 3) e r = 4 (c) C = (−3, 4) e r = 6 (d) C = (−1,−1) e r = 1 (e) C = (5, 0) e r = 7 (f) C = (0, 0) e r = 5 2. Escreva a equação da circunferência de centro C(1,2) que passa pelo ponto P(6,6). 3. Um diâmetro de certa circunferência tem suas extremidades em (1,4) e (5,10). Qual é a equação desta circunferência? 4. Faça o gráfico de (x− 2)2 + (y + 2)2 = 4. 7
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