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FARMACOLOGIA DA MALÁRIA, TUBERCULOSE, ANTIPROTOZOÁRIOS E ANTIHELMÍNTICOS.

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CURSO DE FARMÁCIA
FARMACOLOGIA DA MALÁRIA, TUBERCULOSE, ANTIPROTOZOÁRIOS E ANTIHELMÍNTICOS. 
Foz do Iguaçu, 2018.
RESUMO. Revisar farmacologia dos fármacos antiprotozoários, fármacos antihelminticos, manifestações clínicas da hanseníase e tuberculose além do tratamento. Método: Foi realizada busca nos bancos de dado Google Acadêmico, PUBMED, e no Lilacs e identificados estudos e revisões da literatura sobre o uso terapêutico das anfetaminas e do metilfenidato. Resultados: os resultados encontrados serão apresentados em forma de revisão bibliográfica.
Palavras chave: hanseníase, tuberculose, fármacos antiprotozoários, fármacos antihelminticos.
INTRODUÇÂO
A hanseníase é uma doença infecciosa causada por uma bactéria hamada Mycobacterium leprae , tendo sido identificada no ano de 1873 pelo cientista Armauer Hansen. É uma das doenças mais antigas, com registro de casos há mais de 4000 anos, na China, Egito e Índia. A doença tem cura, mas, se não tratada, pode deixar sequelas. Em 2016, o Ministério da Saúde registrou no Brasil mais de 28.000 casos novos da doença. (GOULART, 2008)
A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível que afeta prioritariamente os pulmões, embora possa acometer outros órgãos e sistemas. A cada ano, são notificados aproximadamente 70 mil casos novos e ocorrem cerca de 4,5 mil mortes em decorrência da tuberculose. O principal reservatório da tuberculose é o ser humano. Outros possíveis reservatórios são gado bovino, primatas, aves e outros mamíferos. (FIOCRUZ, 2009)
A eficácia das drogas anti-helmínticas depende da disponibilidade sistêmica e do tempo de permanência da droga ativa no organismo do animal tratado. Para que ocorra um efeito sistêmico, o fármaco anti-helmíntico, administrado por via oral ou parenteral, deve ser absorvido e distribuído nos diferentes tecidos, até atingir concentrações adequadas no local parasitado. (LANUSSE, 2009)
	O tratamento contra protozoários é mais difícil do que bactérias, pois os protozoários são seres eucariotos o que se assemelham as nossas células, metabolicamente, do que as bactérias. Com isso podemos dizer que os fármacos que são utilizados para tratar os protozoários são mais tóxicos devido a sua falta de especificidade, e semelhança entre as nossas células e as células dos protozoários. (THOMAZ, 2004)
REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 – Hanseníase
	Agente etiológico: bacilo Mycobacterium leprae.	
Forma de transmissão: infecção granulomatosa crônica, causada pelo bacilo Mycobacterium leprae. Apresenta alta contagiosidade e baixa morbidade, Acredita-se que a transmissão da hanseníase ocorra pelo contato íntimo e prolongado de indivíduo suscetível com paciente bacilífero, através da inalação de bacilos (RODRIGUES, 2011).
	Manifestação clínica: As manifestações clínicas da hanseníase dependem mais da resposta imunocelular do hospedeiro ao Mycobacterium leprae que da capacidade de multiplicação bacilar. São precedidas por período de incubação longo, entre 2 e 10 anos. (GOULART, 2008)
	O grupo indeterminado caracteriza-se por máculas hipocrômicas apresentando ligeira diminuição da sensibilidade, sem espessamento neural. Na forma tuberculoide, a doença é limitada pela boa resposta imunocelular do hospedeiro. As lesões cutâneas, isoladas e assimétricas, são placas eritêmato-hipocrômicas ou eritematosas, bem delimitadas, frequentemente com bordas externas elevadas e centro normal, apresentando alteração importante da sensibilidade. Podem apresentar alopecia e anidrose, pelo comprometimento dos anexos cutâneos, e espessamento de filete nervoso próximo. Alteração sensitiva, com ou sem espessamento neural evidente, é a única manifestação na forma neural pura. (GOULART, 2008)	
Dapsona (substância ativa) contém, como princípio ativo, a Dapsona (substância ativa) que é uma sulfona com ação bacteriostática sobre o Mycobacterium leprae. (ANVISA, 2018)
Farmacodinâmica: Atua provavelmente como antagonista competitivo do ácido p-aminobenzóico (PABA), impedindo sua utilização na síntese de ácido fólico pelo microrganismo. (ANVISA, 2018)
Farmacocinética: É rapidamente absorvida pelo trato gastrintestinal e se distribui por todo o organismo. O metabolismo ocorre por acetilação pela n-acetiltransferase no fígado. A concentração sérica máxima é atingida de 2 a 8 horas após a administração de uma dose. Um platô de concentração plasmática não é obtido antes de oito dias de tratamento. A ligação à proteína plasmática é de cerca de 50 a 80%. A meia-vida varia entre 10 e 80 horas. A eliminação dá-se de 70% a 85% pela urina, tanto como substância inalterada como metabólitos (principalmente glicuronato e sulfato), e por via biliar quando pode ocorrer a presença do fármaco livre. Há retenção da substância no músculo, rim e fígado. Graças à absorção intestinal (ciclo êntero-hepático), a Dapsona (substância ativa) pode persistir no plasma por várias semanas após a interrupção do tratamento. (ANVISA, 2018)
Reações adversas: Reação comum em áreas de hiperpigmentação (manchas escuras) ocorreram em 4% dos pacientes. Reações adversas relatadas com frequência desconhecida: a hemólise, incluindo a anemia hemolítica (com palidez e icterícia) é o efeito tóxico mais comum, em pacientes com ou sem deficiência de G6PD. É mais frequente com uso de doses altas. Anemia macrocítica, leucopenia e agranulocitose fatal (com infecções de garganta) já foram relatadas. Outras manifestações incluem náuseas, vômitos, diarreias, dermatite alérgica (raramente incluindo necrólise epidérmica tóxica e síndrome de Stevens-Johnson), cefaleia, parestesias, insônia, psicose reversível, sufusões hemorrágicas e hepatite. Se ocorrer a síndrome da Dapsona (substância ativa) (exantema, febre e eosinofilia) deve-se descontinuar o tratamento imediatamente porque pode evoluir para dermatite esfoliativa, hipoalbuminemia, psicose e morte. (ANVISA, 2018)
	Rifampicina - é um medicamento que apresenta propriedades antibacterianas.
	Farmacodinâmica: Mecanismo de ação: inibe a biossíntese do RNA bacteriano ao inibir fortemente a subunidade beta de RNA-polimerase que depende do DNA, evitando a união da enzima do DNA bloqueando, assim, o início da transcrição do RNA. Embora tenha ação contra diversas bactérias, sua utilização é quase exclusiva para o tratamento da hanseníase e da tuberculose, sempre em associação com outros antibacterianos adequados, pois é muito rápida a emergência de resistência bacteriana. (FURP, 2018)
	Farmacocinética: Absorção: é bem absorvida pelo trato gastrintestinal, mas esta absorção se reduz quando é administrada com alimentos. Depois de completamente absorvida, níveis plasmáticos são obtidos dentro de 1 e 4 horas. Liga-se em 80% às proteínas e é muito solúvel em lipídios. Distribuição: difunde-se nos líquidos e tecidos orgânicos, inclusive no líquido cerebroespinhal e sistema nervoso. Concentrações terapêuticas são obtidas na saliva. Por ser lipossolúvel, a rifampicina pode chegar às micobactérias. Metabolismo: a rifampicina é metabolizada no fígado e o metabólito é ainda ativo contra a M. tuberculosis. Excreção: 6 a 30% da rifampicina é excretada na urina; 30 a 60% sob a forma desacetilada e aproximadamente 50% inalterada. Ela é também excretada no leite materno e atravessa a barreira placentária. Meia-vida: é de aproximadamente 3 horas após dose única oral de 600 mg e de 5,1 horas após dose oral de 900 mg. (FURP, 2018) 
	Reações adversas: As mais comuns são: anorexia, náuseas, vômitos e diarreia. Pode ocorrer colite associada ao uso do antibiótico e coloração avermelhada a marrom da urina, fezes, saliva, suor e lágrimas. Reações ocasionais ou raras: rubor facial, urticária, erupções cutâneas, icterícia, insuficiência hepática, pancreatite, púrpura trombocitopênica, epistaxe, metrorragia, hemorragias gengivais, anemia hemolítica e síndrome pseudogripal com febre, fraqueza, dor de cabeça, tremores e mialgia, calafrios, respiração ofegante, tontura,dores musculares, tremores e hematúria. (FURP, 2018)
Resistência: A resistência destes dois medicamento em nível molecular a detecção de resistência em micobactérias tem se baseado na observação de mutações em gene que codificam regiões envolvidas no ativo de ação das drogas ou de sua ativação. As aplicações dessas técnicas moleculares têm demostrado que o mecanismo de resistência do M. Ieprae a dapsona está associado a mutações no gene follP1, que codifica a produção da enzima difidropteroato sintetase. (OALLU, 1992).
2.2- Tuberculose 
	Agente etiológico: É uma doença infecto-contagiosa causada por uma bactéria Mycobacterium tuberculosis ou Bacilo de Koch (BK).
	Formas de transmissão: A tuberculose é transmitida por via aérea em praticamente a totalidade dos casos. A infecção ocorre a partir da inalação de gotículas contendo bacilos expelidos pela tosse, fala ou espirro do doente com tuberculose ativa de vias respiratórias. (CONDE, 2009)
Primoinfecção Tuberculosa: Quando uma pessoa inala as gotículas contendo os bacilos de Koch, muitas delas ficam no trato respiratório superior (garganta e nariz), onde a infecção é improvável de acontecer. Contudo, quando os bacilos atingem os alvéolos, eles ocasionam uma rápida resposta inflamatória, envolvendo células de defesa. Caso ocorra falha neste mecanismo, os bacilos começam a se multiplicar.A primoinfecção tuberculosa, sem doença, significa que os bacilos estão no corpo da pessoa, mas o sistema imunológico os está mantendo sob controle. (CONDE, 2009)
Tuberculose primária: Em 5 % dos casos, entretanto a primoinfecção não é contida, seja pela deficiência no desenvolvimento da imunidade celular, seja pela carga infectante ou pela virulência do bacilo. A tuberculose resultante da progressão do complexo primário e que se desenvolve nos primeiros cinco anos após a primoinfecção denomina-se Tuberculose primária. As formas de tuberculose primária podem ser: ganglionares, pulmonares e miliar que comprometem não apenas os pulmões, mas muitos órgãos como rins, cérebro, meninges, glândula supra-renal e ossos, resultantes da disseminação linfohematogênica do bacilo. Por contigüidade, ocorrem as formas pleural (pulmão), pericárdica (gânglios mediastinais) e peritonial (gânglios mesentéricos). (BRASIL, 2009)
Tuberculose pós-primária: Uma vez infectada, a pessoa pode desenvolver tuberculose doença em qualquer fase da vida. Isto acontece quando o sistema imunológico não pode mais manter os bacilos “sob controle” e eles se multiplicam rapidamente (reativação endógena). Pode acontecer também, reativação exógena, na qual ocorre uma nova exposição a bacilos mais virulentos e que resistem à forte resposta imunológica desencadeada pelo hospedeiro (reativação exógena). Os doentes bacilíferos, isto é, aqueles cuja baciloscopia de escarro é positiva são a principal fonte de infecção. Portanto, todas as medidas devem ser realizadas no sentido de encontrar precocemente o paciente e oferecer o tratamento adequado, interrompendo assim, a cadeia de transmissão da doença. (BRASIL, 2009)
Manifestações clínicas: Tuberculose Pulmonar: Os sintomas clássicos da TB pulmonar são: tosse persistente por 3 semanas ou mais, produtiva ou não (com muco e eventualmente sangue), febre vespertina, sudorese noturna e emagrecimento. Em populações especiais, tais como presidiários, moradores de rua, pacientes HIV positivos, crianças, tosse com 2 semanas ou mais, pode ser sugestivo de tuberculose pulmonar e DEVE ser investigado. Tem como característica principal a tosse seca ou produtiva (com catarro). A febre vespertina, sem calafrios, não costuma ultrapassar os 38,5º C. A sudorese noturna e a anorexia são comuns. O exame físico geralmente mostra “fácies” de doença crônica e emagrecimento, embora indivíduos com bom estado geral e sem perda do apetite também possam ter TB pulmonar. (BRASIL, 2009)
Farmacologia do tratamento: O tratamento da tuberculose é feito com 4 drogas na fase de ataque (2 meses)do tratamento com isoniazida, rifampicina, pirazinamida e etambutol. Na fase de manutenção (quatro meses subseqüentes) utilizam-se rifampicina e isoniazida. Este tratamento dura 6 meses e leva à cura da doença, desde que haja boa adesão ao tratamento com uso diário da medicação. 
O tratamento deve ser diretamente observado (TDO). (BRASIL, 2009)
Isoniazida é a hidrazida do ácido isonicotínico, com estrutura similar à piridoxina.
Farmacodinâmica: inibe a síntese do ácido micólico, componente essencial da parede celular das micobactérias. Outros mecanismos de ação têm sido aventados, como a quelação de íons metálicos necessários ao metabolismo da micobactéria e interferência no metabolismo da glicose e na respiração celular destes microorganismos. (FIOCRUZ, 2009)
Farmacocinética: Rapidamente absorvida após administração oral, atingindo rapidamente todos os fluidos e células. Pico plasmático em 1 ou 2 horas. As concentrações no sistema nervoso e no líquido cefalorraquidiano variam de 20 a 100% em relação às do plasma. Excretada primariamente na urina, inalterada ou como derivado acetil ou como ácido isonicotínico. Meia-vida varia de 45 a 110 minutos nos indivíduos com acetilação lenta e 2 a 4,5 horas em outros. Não há necessidade de ajuste da dose na disfunção renal, mas 1/3 ou a metade da dose normal é recomendada na insuficiência hepática grave. A isoniazida atravessa facilmente a barreira placentária, atingindo concentrações no líquido amniótico e no feto e é excretada no leite materno. (FIOCRUZ, 2009)
Reações adversas: Neurite periférica, geralmente precedida de parestesia dos pés e das mãos, é o efeito adverso mais comum da isoniazida. Ocorre mais freqüentemente em pacientes malnutridos e nos predispostos a neurites, como alcoólatras ou diabéticos. Os efeitos neurotóxicos podem ser prevenidos ou melhorados com administração simultânea de piridoxina (10 a 50 mg/dia). Elevação transitória das transaminases e aumento de bilirrubina podem ocorrer em 10 a 20% dos pacientes, mas geralmente retornam aos valores normais com a continuidade do tratamento. A incidência de hepatite associada à isoniazida é menor em pacientes com menos que 20 anos do que naqueles maiores de 35 anos ou que fazem uso diário de álcool. (FIOCRUZ, 2009)
Rifampicina já descrita anteriormente na página 03 
Pirazinamida: Este medicamento é destinado ao tratamento das diversas formas de tuberculose, na primeira etapa do esquema básico, em associação com a rifampicina e a isoniazida.
Farmacodinâmica: É um análogo químico da nicotinamida. Tem ação bactericida sobre Mycobacterium tuberculosis. Age somente em meio ácido e contribui para eliminar bacilos presentes dentro de macrófagos. M. tuberculosis desenvolve rapidamente resistência à pirazinamida; sendo assim, deve ser empregada por poucas semanas sempre em associação com outros fármacos antituberculose. (ANVISA,2003)
Farmacocinética: Bem absorvida por via oral, apresenta pico de concentração sanguínea em aproximadamente duas horas e tem ampla distribuição nos tecidos. Sua atividade se deve à conversão ao ácido pirazinoico, cuja concentração no sangue supera a da substância precursora com picos de concentração sanguínea de 4h a 8h após a dose oral. A excreção é renal particularmente sob a forma de ácido pirazinoico. Atravessa a barreira hematoencefálica, a placenta e aparece no leite materno. (ANVISA,2003)
Reações adversas: Reações muito comuns (em 10% ou mais dos pacientes que utilizam este medicamento): lesão hepática grave com risco de morte ocorreu em cerca de 14% dos pacientes que tomaram doses de 3 g ao dia. A pirazinamida pode causar hepatotoxicidade (febre, anorexia, hepatomegalia, icterícia), cuja frequência aumenta com o emprego de doses elevadas ou em esquemas prolongados. Na posologia em uso atualmente, cuja duração não supera dois meses, as manifestações tóxicas hepáticas geralmente são transitórias. (ANVISA,2003)
Resistência: A resistência primária a rifampicina, isoniazida e a outras drogas utilizadas, geralmente é substituído por estreptomicina e/ouetambutol. (ANVISA,2003)
2.3 - Amebíase
Agente etiológico: O protozoário responsável Entamoeba histolytica.
Manifestação clínica: O início da doença ocorre quando trofozoítos de E. histolytica aderem às células epiteliais do cólon, provavelmente por meio de uma lectina específica, a galactose/N-acetilgalactosamina que, estando na superfície dos trofozoítos, reconhece as moléculas destes açúcares presentes na superfície das células epiteliais. Células de mamíferos sem esses açúcares são resistentes à aderência do trofozoíto da ameba, mostrando o seu papel na adesão e a conhecida necessidade do contato parasito-célula para o processo de morte celular. As células epiteliais, quando aderidas pelos trofozoítos de E. histolytica, perdem suas funções em minutos. Perdem também seus grânulos citoplasmáticos, estruturas e, eventualmente, seus núcleos (OKADA, 2006).
Metronidazol
Farmacodinâmica: O metronidazol é um anti-infeccioso da família dos nitro-5-imidazóis, que apresenta espectro de atividade antimicrobiana que abrange exclusivamente micro-organismos anaeróbios. (ANVISA)
Farmacocinética: A absorção máxima ocorre entre 1 à 2 horas. Absorção Após administração oral, o metronidazol é rapidamente absorvido, no mínimo 80% em menos de 1 hora. O pico sérico obtido após administração oral é semelhante ao obtido após administração de doses equivalentes por via intravenosa. A biodisponibilidade oral é de 100% e não é modificada pela ingestão de alimentos. Distribuição Após a administração de uma dose única de 500 mg de metronidazol, o nível plasmático médio é de 10 µg/mL, uma hora após a administração. A meia-vida plasmática é de 8 -10 horas. A ligação às proteínas plasmáticas é baixa: menor que 20%. O volume de distribuição é alto, em média 40 litros (0,65 L/kg). A distribuição é rápida e as concentrações teciduais são semelhantes à concentração sérica, nos seguintes tecidos: pulmões, rins, fígado, pele, bile, LCR, saliva, líquido seminal e secreções vaginais. O metronidazol atravessa a barreira placentária e é excretado no leite materno. Biotransformação O metronidazol é metabolizado no fígado por oxidação em dois metabólitos. O principal metabólito é o alcoólico que possui atividade bactericida sobre micro-organismos anaeróbios, de aproximadamente 30% quando comparado ao metronidazol, e uma meia-vida de eliminação de 11 horas. O metabólito ácido tem uma atividade bactericida de 5%. Excreção As concentrações hepática e biliar são altas, enquanto as concentrações no cólon e fecal são baixas. A excreção do metronidazol e seus metabólitos é principalmente urinária e representa 35 a 65% da dose ingerida. Em pacientes com insuficiência renal, a meia-vida de eliminação é idêntica, não havendo necessidade de ajuste posológico. Em caso de hemodiálise, o metronidazol é rapidamente eliminado e a meia-vida de eliminação é reduzida a 2 horas e 30 minutos. (ANVISA)
Reações adversas: Distúrbios gastrintestinais: dor epigástrica, náusea, vômito, diarreia, mucosite oral, alterações no paladar incluindo gosto metálico, anorexia,casos reversíveis de pancreatite, descoloração da língua/sensação de língua áspera (devido ao crescimento de fungos, por exemplo). Distúrbios do sistema imunológico: angioedema, choque anafilático. Distúrbios do sistema nervoso: neuropatia sensorial periférica, cefaleia, convulsões, vertigem, relatos de encefalopatia (por exemplo confusão) e síndrome cerebelar subaguda (por exemplo ataxia, disartria, alteração da marcha, nistagmo e tremor), que podem ser resolvidos com a descontinuação do medicamento, meningite asséptica. Distúrbios psiquiátricos: alterações psicóticas incluindo confusão e alucinações, humor depressivo. Distúrbios visuais: alterações visuais transitórias como diplopia e miopia, visão borrada, diminuição da acuidade visual e alteração da visualização das cores, neuropatia óptica /neurite. Distúrbios no sangue e no sistema linfático: foram relatados casos de agranulocitose, neutropenia e trombocitopenia. Distúrbios hepatobiliares: - foram relatados casos de aumento das enzimas hepáticas (AST. ALT, fosfatase alcalina), hepatite colestática ou mista e lesão hepatocelular, algumas vezes com icterícia. - foram relatados casos de falência hepática necessitando de transplante hepático em pacientes tratados com metronidazol em associação com outras drogas antibióticas. (ANVISA)
Tinidazol: é um medicamento que age contra alguns tipos de microrganismos (bactérias e protozoários), através da penetração dessa substância no interior da célula (“corpo” do microrganismo) destruindo a mesma ou impedindo sua multiplicação.
Farmacodinâmica: O tinidazol é o 5-nitroimidazol derivado de um composto imidazólico substituído e possui atividade antimicrobiana contra bactérias anaeróbias e protozoários. Acredita-se que o mecanismo de ação do tinidazol contra bactérias anaeróbias e protozoários envolve a penetração do fármaco no interior da célula do micro-organismo com subsequente destruição da cadeia de DNA ou inibição de sua síntese. O tinidazol é ativo contra protozoários e bactérias anaeróbias obrigatórias. A atividade contra protozoários inclui Trichomonas vaginalis, Entamoeba histolytica e Giardia lamblia. (ANVISA)
Farmacocinética: Absorção: o tinidazol é rápido e completamente absorvido após administração oral. A absorção sistêmica da forma farmacêutica vaginal é mínima em 10% quando comparado com a administração oral. Em estudos em voluntários sadios recebendo 2 g de tinidazol oral, foram alcançados níveis de pico plasmático de 40-51 mcg/mL dentro de 2 horas e diminuíram para 11-19 mcg/mL em 24 horas. Voluntários sadios que receberam 800 mg e 1600 mg de tinidazol intravenoso durante 10-15 minutos, alcançaram concentrações de picos plasmáticos entre 14 a 21 mcg/mL para a dose de 800 mg e uma média de 32 mcg/mL para a dose de 1600 mg. Após 24 horas da infusão, níveis plasmáticos de tinidazol diminuíram para 4 a 5 mcg/mL e 8,6 mcg/mL, respectivamente, justificando a posologia de dose única diária. Os níveis plasmáticos diminuem lentamente e o tinidazol pode ser detectado no plasma em concentrações de 0,5 mcg/mL 72 horas após infusão e até 1 mcg/mL 72 horas após administração oral. A meia-vida de eliminação plasmática de tinidazol está entre 12-14 horas. Distribuição: o tinidazol é amplamente distribuído em todos os tecidos corporais e atravessa a barreira encefálica, obtendo concentrações clinicamente eficazes em todos os tecidos. O volume aparente de distribuição é de aproximadamente 50 litros. Cerca de 12% de tinidazol plasmático está ligado a proteínas plasmáticas. Eliminação: o tinidazol é excretado pelo fígado e rins. Estudos em voluntários sadios demonstraram que após 5 dias, 60 a 65% de uma dose administrada é excretada pelos rins, sendo 20 a 25% da dose excretada como fármaco inalterado. Até 5% da dose administrada é excretada nas fezes. (ANVISA)
Reações adversas: As reações adversas são geralmente leves e transitórias. As mais comuns são: náuseas, vômitos, tonturas, cefaleia, boca seca e sabor amargo ou metálico. (ANVISA)
2.4 – Giardíase
Agente etiológico: Giardia lamblia
	Manifestação clínica: Possui um amplo espectro clínico incluindo ausência de sintomas, diarreia aguda com ou sem vómitos e diarreia crónica. A diarreia crónica associa-se frequentemente a sintomas de mal absorção intestinal (fezes fétidas, flatulência, distensão abdominal), anorexia, má progressão ponderal ou perda de peso e anemia. (LONG, 2008)
	Metronidazol e tinidazol foram descritos anteriormente nas páginas 06 e 07.
	Nitazoxanida – Farmacodinâmica: Após administração oral em humanos, a nitazoxanida é rapidamente hidrolisada em seu metabólito ativo, a tizoxanida (diacetil-nitazoxanida). A nitazoxanida e seu metabólito são facilmente reduzidos pela enzima piruvato-ferrodoxina oxidoredutase a partir de parasitas por transferência de elétrons. Esta forma reduzida da nitazoxanida priva os parasitas de suas energias e assim os erradica. Sabe-se que um dos mecanismos de ação da nitazoxanida é aação inibitória direta da enzima piruvato ferredoxina oxidoredutase (PFOR). A ação sobre vírus deve-se à inibição da síntese da estrutura viral chamada de proteína 7 em sua interação com a célula, bloqueando a habilidade do vírus em se multiplicar. É possível que outros mecanismos ainda não esclarecidos sejam responsáveis por sua ação sobre vírus. O modo de ação da nitazoxanida contra os helmintos ocorre através da inibição da polimerização da tubulina no parasita. (ANVISA)
	Farmacocinética: Após a administração oral, a nitazoxanida é rapidamente absorvida no trato intestinal e totalmente hidrolizada em um metabólito ativo, a tizoxanida, que é então conjugada (glucoronídeo tizoxanida), atingindo picos de concentração plasmática em 1 a 4 horas. A tizoxanida é excretada de forma inalterada pela urina nas 24 horas seguintes, e não é detectada no plasma. A excreção também ocorre através da bile e das fezes. Mais de 99% da tizoxanida estão ligados a proteínas plasmáticas. (ANVISA)
	Reações adversas: As reações adversas mais comumente relatadas (em cerca de 8% dos pacientes) ocorrem no trato gastrointestinal. Particularmente náuseas, algumas vezes acompanhadas de dor de cabeça, diminuição ou perda do apetite, ocasionalmente vômitos, mal estar abdominal inespecífico e dor abdominal tipo cólica. (ANVISA)
2.5 – Malária
	A malária é uma doença infecciosa febril aguda, causada por protozoários transmitidos pela fêmea infectada do mosquito Anopheles. A cura é possível se a doença for tratada em tempo oportuno e de forma adequada. Contudo, a malária pode evoluir para forma grave e para óbito. 
	Transmissão: A malária é transmitida por meio da picada da fêmea do mosquito Anopheles, infectada por Plasmodium, um tipo de protozoário. Estes mosquitos são mais abundantes ao entardecer e ao amanhecer. Todavia, são encontrados picando durante todo o período noturno, em menor quantidade.
	Manifestações clinicas: Os sintomas são febre alta, calafrios, tremores, sudorese e dor de cabeça,que podem ocorrer de forma cíclica. Muitas pessoas, antes de apresentarem estas manifestações mais características, sentem náuseas, vômitos, cansaço e falta de apetite. Toda pessoa pode contrair a malária. Indivíduos que tiveram vários episódios de malária podem atingir um estado de imunidade parcial, apresentando poucos ou mesmo nenhum sintoma no caso de uma nova infecção. A malária grave caracteriza-se pelo aparecimento de um ou mais destes sintomas: prostração, alteração da consciência, dispnéia ou hiperventilação, convulsões, hipotensão arterial ou choque, hemorragias, entre outros sinais. (BRASIL, 2017)
	Cloroquina - Farmacodinâmca: A cloroquina se liga moderadamente (60%) às proteínas plasmáticas e sofre biotransformação considerável através do sistema hepático do citocromo P450 em metabólitos ativos, a desetilcloroquina e a bidesetilcloroquina. Esses metabólitos podem alcançar concentrações plasmáticas de (40 a 10) % da concentração de cloroquina, respectivamente. O enantiômero S(+) da cloroquina apresenta tanto maior ligação às proteínas plasmáticas como maior depuração metabólica do que o enantiômero R(+). Os derivados 4-aminoquinolinas ligam-se às nucleoproteínas e interferem na síntese de proteínas; inibem a polimerase do DNA e RNA. Concentram-se nos vacúolos digestivos do parasita, aumentando o pH, interferindo na capacidade do parasita de metabolizar e utilizar a hemoglobina da hemácia. As formas exoeritrocitárias do plasmódio não têm vacúolos digestivos, não utilizam a hemoglobina e não são afetadas pela cloroquina. 
(ANVISA)
	Farmacocinética: A cloroquina é uma 4-aminoquinolina com rápida atividade esquizonticida para todas as espécies de Plasmodium e gametocida para P. vivax, P. malariae e P. ovale, sendo eficaz contra as formas eritrocíticas dessas três espécies. Não é eficaz contra P. falciparum e não tem atividade contra os estágios hepáticos primários ou latentes dos parasitos. A cloroquina tem efeito tóxico direto sobre trofozoítos de E. histolytica, se concentrando no fígado, sendo utilizada para tratar abscesso hepático amebiano. A cloroquina é bem absorvida a partir do trato gastrointestinal. A distribuição do fármaco é relativamente lenta em um volume aparentemente muito grande (>100 L/kg). A cloroquina liga-se moderadamente (60%) às proteínas plasmáticas e sofre apreciável biotransformação através das enzimas CYP hepáticas. A depuração renal da cloroquina corresponde a cerca de metade da sua depuração sistêmica total. A cloroquina exibe em adultos e crianças uma farmacocinética complexa, de modo que os níveis plasmáticos do fármaco logo após sua administração são determinados pela velocidade de distribuição e não pela de eliminação. Devido a extensa ligação com os tecidos, é necessária uma dose de ataque para obter concentrações plasmáticas eficazes. A meia-vida da cloroquina aumentam de (72 a 120) horas, à medida que os níveis plasmáticos declinam. A meia-vida terminal varia de (30 a 60) dias e vestígios do fármaco podem ser encontrados na urina, durante anos após o uso terapêutico. Além de seu efeito antiparasitário, a cloroquina tem ação antipirética e anti-inflamatória. (ANVISA)
	Reações adversas: A toxicidade aguda por cloroquina é mais frequente quando administrada muito rapidamente por via parenteral. As manifestações tóxicas estão relacionadas com efeitos cardiovasculares (hipotensão, vasodilatação, supressão da função miocárdica, arritmias cardíacas, parada cardíaca), e do SNC (confusão, convulsões e coma). As doses terapêuticas usadas no tratamento oral podem causar cefaleia, irritação do trato gastrointestinal, distúrbios visuais e urticária. Doses diárias altas (> 250 mg), resultando em doses cumulativas de mais de 1 g/Kg de cloroquina base, podem resultar em retinopatia e ototoxicidade irreversíveis. (ANVISA)
	Primaquina – Farmacodinânica: A primaquina é rapidamente metabolizada, apenas uma pequena parte da dose administrada é excretada como substância inalterada. Os 3 metabólitos oxidativos de primaquina identificados são a 8-(3-carboxil-1-metilpropilamino)-6-metoxiquimolina, a 5-hidroxiprimaquina e a 5-hidroxi6-desmetilprimaquina. O derivado carboxil é o principal metabólito encontrado no plasma humano. Após uma única dose ele alcança concentração plasmática 10 vezes maior do que a primaquina; este metabólito atóxico também é eliminado mais lentamente e se acumula com administração de muitas doses deste medicamento. (ANVISA)
	Farmacocinética: A absorção da primaquina a partir do trato digestivo é quase total, com biodisponibilidade oral de 96%. Após uma única dose, a concentração plasmática alcança o máximo em 3 horas e a seguir diminui com uma meia-vida de eliminação aparente de 6 horas. O volume aparente de distribuição é várias vezes o da água corporal total. Amplamente distribuída para os tecidos, com meia-vida de eliminação de (3 a 9,6) horas e (22 a 30) horas (metabólito ativo), possui metabolismo hepático (o metabólito carboxiprimaquina acumula-se no plasma com administração de doses repetidas, e é responsável pela toxicidade) e é excretada na urina em 24 horas (1 a 10) % do fármaco inalterado. (ANVISA)
	Reações adversas: A primaquina não provoca reações adversas quando administrada nas doses terapêuticas habituais, exceto a metemoglobinemia que pode ocorrer mesmo com doses habituais de primaquina, podendo ser grave em pessoas com deficiência congênita de nicotinamida adenina dinucleotídeo (NADH) metemoglobina redutase. As reações adversas diretas à primaquina são: Comum: dor abdominal, irritação gástrica, náuseas, vômitos, anorexia. Incomum: anemia, cianose, metemoglobinemia, leucocitose. (ANVISA)
2.6 – Fármacos antihelmínticos 
	Ivermectina – Farmacodinâmica: A ivermectina imobiliza os vermes induzindo uma paralisia tônica da musculatura. A paralisia é mediada pela potencialização e/ou ativação direta dos canais de Cl- sensíveis às avermectinas, controlados pelo glutamato. Os compostos desta classe podem também interagir com canais de Clmediados por outrosneurotransmissores como o ácido gama-aminobutírico (GABA). Os canais de Cl- controlados pelo glutamato provavelmente servem como um dos locais de ação da ivermectina também nos insetos e crustáceos. (ANVISA)
	Farmacocinética: Após a administração oral da ivermectina, as concentrações plasmáticas são aproximadamente proporcionais à dose. A concentração plasmática máxima é atingida em aproximadamente quatro horas após a ingestão. A meia-vida plasmática é de 22 a 28 horas nos adultos, e o volume aparente de distribuição é de aproximadamente 47 litros. A metabolização é hepática e a maior concentração tissular é encontrada no fígado e no tecido adiposo. Níveis extremamente baixos são encontrados no cérebro, apesar da lipossolubilidade da droga. Isto se deve ao fato de a ivermectina não atravessar a barreira hematoencefálica dos mamíferos em situações normais. A ivermectina e/ou os seus metabólitos são excretados quase exclusivamente nas fezes em um período estimado de 12 dias, sendo que menos de 1% da dose administrada é excretada na urina na forma conjugada ou inalterada.	Mebendazol – Farmacodinâmica: O mebendazol atua localmente no lúmen do intestino humano, interferindo na formação da tubulina celular do intestino dos vermes através de ligação específica à tubulina provocando alterações degenerativas ultraestruturais no intestino. Como resultado, a captação de glicose e as funções digestivas do verme são interrompidas de tal forma que ocorre um processo autolítico. A ação terapêutica do mebendazol se inicia no primeiro dia de tratamento. (ANVISA)
	Farmacocinética: Absorção Após a administração oral, < 10% da dose atinge a circulação sistêmica, devido à absorção incompleta e ao extensivo metabolismo pré-sistêmico (efeito de primeira passagem). As concentrações plasmáticas máximas são geralmente observadas em 2 a 4 horas após a administração. A administração com uma refeição altamente calórica leva a um aumento moderado na biodisponibilidade do mebendazol. Distribuição A ligação do mebendazol às proteínas plasmáticas é de 90 a 95%. De acordo com dados obtidos em pacientes em tratamento crônico com mebendazol (40 mg/kg/dia durante 3-21 meses), que demonstram o nível do fármaco no tecido, o volume de distribuição é 1 a 2 L/kg, indicando que o mebendazol penetra em espaços extravasculares. Metabolismo O mebendazol administrado por via oral é extensivamente metabolizado primariamente pelo fígado. As concentrações plasmáticas dos seus principais metabólitos (as formas amino e aminohidroxilada de mebendazol) são substancialmente maiores que a concentração plasmática do mebendazol. Função hepática, metabolismo ou eliminação biliar prejudicados podem resultar em um aumento do nível plasmático de mebendazol. Eliminação O mebendazol, as suas formas conjugadas e os seus metabólitos provavelmente sofrem algum grau de recirculação enterohepática e são excretados na urina e na bile. A meia-vida de eliminação aparente após uma administração oral varia de 3 a 6 horas na maioria dos pacientes. (ANVISA)
	Albendazol – Farmacodinâmica: possui atividade larvicida, ovicida e vermicida. Sua atividade anti-helmíntica ocorre por inibição da polimerização tubulínica ocasionando alteração no nível de energia do helminto, incluindo o esgotamento da mesma, o que imobiliza os helmintos e posteriormente os mata. (ANVISA)
	Farmacocinética: Absorção: No homem, após uma dose oral, o albendazol tem pequena absorção (menos de 5%). O efeito de albendazol no sistema farmacológico é aumentado se a dose for administrada com uma refeição rica em gorduras, pois aumenta a absorção em cerca de 5 vezes. Distribuição: Após administração oral de dose única de 400 mg do albendazol durante o café da manhã, o metabólito ativo, sulfóxido de albendazol, atinge concentrações plasmáticas de 1,6 a 6,0 micromol/L. Metabolismo O albendazol sofre rapidamente um extenso metabolismo de primeira passagem no fígado, e geralmente não é detectado no plasma. O sulfóxido de albendazol é o metabólito primário, sendo a parte ativa na eficácia contra infecções dos tecidos sistêmicos. Eliminação: A meia-vida do albendazol no plasma é de 8,5 horas. (ANVISA)
	Tiabendazol – Farmacodinâmica: O tiabendazol tem atividade anti-helmíntica contra nematódios. O tiabendazol, um derivado benzimidazólico, apresenta atividade anti- helmíntica de amplo espectro, atua contra muitos estágios larvais e ovos. O mecanismo de ação não é conhecido, mas o tiabendazol age inibindo a enzima fumarato redutase mitocondrial e interfere na polimerização dos microtúbulos do parasita. O tiabendazol também apresenta ação antifúngica no tratamento de micoses superficiais. (CAUMES, 2002)
	Farmacocinética: O tiabendazol é rapidamente absorvido pelo trato gastrintestinal, atingindo concentração sérica máxima em 1 a 2 horas, sendo praticamente não absorvido pela aplicação tópica. A meia- vida do tiabendazol é de aproximadamente 70 minutos. Apresenta biotransformação hepática, sendo metabolizado quase completamente a 5-hidroxitiabendazol, o qual é conjugado a glicuronídio ou sulfato. Noventa por cento são eliminados pela urina e 5% pelas fezes. A aplicação tópica proporciona baixa absorção de tiabendazol com ótimo efeito local, sem a incidência de efeitos adversos sistêmicos (CAUMES, 2002)
	Praziquantel – Farmacodinâmica: A droga apresenta duas ações primárias e imediatas em organismos suscetíveis. Nas mais baixas concentrações eficazes, provoca aumento da atividade muscular, seguido de contração e paralisia espástica. É provável que seja esse efeito potencialmente reversível que desfaça a ligação dos vermes com os tecidos do hospedeiro, resultando, por exemplo, no rápido deslocamento do S. mansoni e S. japonicum das veias mesentéricas para o fígado ou ara a expulsão de cestódeos intestinais para o meio ambiente. Em concentrações terapêuticas mais elevadas, o praziquantel provoca vacuolização e vesiculação do tegumento de parasitas suscetíveis. Se suficientemente pronunciado, esse efeito resulta em liberação do conteúdo do parasita, ativação do mecanismo de defesa do hospedeiro e destruição dos vermes. O praziquantel desregula os mecanismos que controlam o fluxo de cátions das membranas celulares dos vermes, inibindo as enzimas que mantêm os gradientes de íonsinorgânicos. Estimula a entrada de sódio e inibe a de potássio, ocasionando despolarização nas células do parasita. Parece ativar, de maneira direta ou indireta, a contração cálcio-dependente da musculatura do parasita; há rápido aumento da passagem de cálcio para o interior do parasita, com elevação do tônus muscular. Além, disso, o praziquantel perturba o metabolismo glicídico dos vermes, ocasionando redução na captação de glicose e liberação aumentada de lactato. (ANVISA).
	Farmacocinética: Após administração oral, o praziquantel é rápida e completamente absorvido. A concentração plasmática de pico do fármaco inalterado é alcançada em 1 a 3 horas após a administração de 5 a 50 mg/kg, variando entre 0,05 e 5,0 µmcg/ml no sangue periférico. A concentração no sangue venoso mesentérico é 3 a 4 vezes superior àquela do sangue periférico. O praziquantel inalterado penetra na barreira hematoencefálica, com 10 a 20% das concentrações plasmáticas sendo mensuradas no líquido cerebroespinhal de animais. Tanto quanto um pequeno número de casos permite concluir, a concentração de praziquantel no líquido cerebroespinhal em humanos é de também 10 a 20% do nível plasmático. Desta forma, a concentração no líquido cerebroespinhal corresponde, quantitativa e aproximadamente, à fração plasmática livre não ligada às proteínas. 20% da concentração plasmática do praziquantel é encontrada no leite humano. 24 horas após dose única de 50 mg/kg e 32 horas após tratamento de um dia com 3 tomadas de 20 mg/kg, a concentração no leite encontra-se abaixo do limite de detecção de 4 µmcg/1L. O praziquantel sofre pronunciado efeito de primeira passagem. A meia-vida do fármaco inalterado é de 1-2,5h; a do praziquantel + metabólitos (mensurados por radioatividade) é de4h. A ligação às proteínas plasmáticas é de 85%. O praziquantel é eliminado por via renal exclusivamente sob a forma de metabólitos, sendo que 80% da dose são excretados acumulativamente no quarto dia; destes 80%, novamente 80 a 90% são excretados dentro das primeiras 24 horas. Os principais metabólitos são derivados hidroxilados do praziquantel (análogos 4-hidroxiciclohexilcarbonil), sendo que 60 a 80% dos metabólitos hidroxilados são eliminados pelos rins, 15 a 37% com a bile e 6% por secreção para os intestinos. (ANVISA).
Niclosamida – Farmacologia Absorção: Niclosamida é ativa contra a maioria dos cestódeos que infectam o organismo humano. É pouco absorvida pelo trato gastrintestinal, por esse motivo sua ação anti-helmíntica é direta e limitada ao conteúdo intestinal. Mecanismo de ação: O mecanismo de ação da niclosamida não está completamente elucidado. Pelos dados disponíveis, supõe-se que o fármaco atue principalmente na respiração e no metabolismo de carboidratos e que a presença do nitrogrupo é fundamental para a atividade. A redução da niclosamida para 2,5’-dicloro-4’- aminosalicilanilida promove a perda das propriedades moluscida e cestocida da molécula, que também se torna ineficaz na dissociação entre a respiração e a fosforilação ligada ao transporte de elétrons. O principal modo de ação da niclosamina pode ser a inibição da fosforilação anaeróbica do difosfato de adenosina (ADP) pela mitocôndria do parasita, processo de obtenção de energia dependente da fixação de CO2. Eliminação: A niclosamida apresenta absorção insignificante pelo trato gastrintestinal, permanecendo por período prolongado em contato com os parasitas intestinais. O medicamento é eliminado pela urina e pelas fezes e a sua eliminação ocorre entre 1 a 2 dias após a utilização. (ANVISA)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Concluímos que as informações obtidas através desta pesquisa contribuíram para o aumento do nosso conhecimento e fomentou ainda mais o nosso desejo de estudar farmacologia que é uma matéria essencial para ser aplicada a nossa futura profissão. Entendemos a importância da orientação farmacêutica adequada, para a eficácia do tratamento. 
REFERÊNCIAS
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2 - Agência Nacional de Vigilância Sanitária, http://www.anvisa.gov.br/datavisa/fila_bula/frmVisualizarBula.asp?pNuTransacao=10545582015&pIdAnexo=2979433 acessado em agosto 2013.
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