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Apostila de Psicologia da Educação CND

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1
 
 
Sumário 
 
Introdução 
1 - BREVE HISTÓRICO DA PSICOLOGIA .......................................................................... 5 
2 - PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO ...................................................................................... 7 
3 - PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO .................................................................... 10 
3 -1 Fatores internos que contribuem para a modificação do comportamento ............... 11 
3 -1-1 Maturação ..............................................................................................................................11 
3 -1-2 Maturidade social .................................................................................................................12 
3 -1-3 Maturidade intelectual ..........................................................................................................12 
3 -1-4 Maturidade emocional ...........................................................................................................13 
3 - 2 Fatores externos que contribuem para a modificação do comportamento ............ 14 
3 - 2-1 Ambiente social ....................................................................................................................14 
3 - 2-2 Alimentação ..........................................................................................................................14 
3 - 2-3 Preservação da natureza ....................................................................................................15 
3 - 3 Fases do desenvolvimento humano ....................................................................... 15 
3 - 3-1 Período pré natal ..................................................................................................................16 
3 - 3-2 Período do recém-nascido ..................................................................................................16 
3 - 3-3 Período da Infância ..............................................................................................................17 
3 - 3-4 Puberdade - ..........................................................................................................................17 
3 - 3-5 Adolescência ........................................................................................................................17 
3 - 4 Princípios do desenvolvimento ................................................................................ 18 
3 - 4-1 O desenvolvimento como processo contínuo ....................................................................19 
3 - 4-2.As sequencias céfalo caudal e próximo distal ...................................................................19 
3 - 4-3 Das respostas gerais às específicas ..................................................................................19 
3 - 4-4.O ritmo de desenvolvimento................................................................................................20 
3 - 4-5 Complexidade e inter relação de aspectos do desenvolvimento .....................................20 
3 - 5 Desenvolvimento físico e motor ............................................................................. 20 
3 - 6 Desenvolvimento emocional e social ........................................................................ 22 
3 - 7 Desenvolvimento da personalidade em Freud ....................................................... 23 
3 - 8 Estágios de desenvolvimento da personalidade .................................................... 27 
3 - 8-1 Fase oral - (O a 18 meses) ...................................................................................................27 
3 - 8-2 Fase anal (18 meses a 3 anos) ..........................................................................................28 
3 - 8-3 Fase fálica (3 a 6/7 anos) ....................................................................................................28 
 
 2
 
 
3 - 8-4 Fase de latência (7 a 12 anos)............................................................................................29 
3 - 8-5 Fase genital (12 anos até a idade adulta) ..........................................................................29 
4 - DESENVOLVIMENTO COGNITIVO ............................................................................. 31 
4 - 1 Estágio da Inteligência sensório-motora................................................................. 32 
4 - 2 Estágio da Inteligência intuitiva ou pré-operatório .................................................. 33 
4 - 3 Estágio Operatório Concreto ................................................................................ 35 
4 - 4 Estágio das Operações Formais ............................................................................. 37 
5 - DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM ....................................................................... 41 
5 - 1 Principais teorias da aquisição da linguagem ......................................................... 42 
5 - 2 Estágios do desenvolvimento da Linguagem ........................................................ 42 
6 - PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM E SUAS DIFERENTES CONCEPÇÕES ............ 45 
6 - 1 Inatismo .................................................................................................................. 45 
6 - 2 Ambientalismo ou empirismo ................................................................................... 46 
6 - 3 Interacionismo ........................................................................................................ 47 
7 - TEORIAS DA APRENDIZAGEM .................................................................................. 49 
7 - 1 Behaviorismo .......................................................................................................... 49 
7 - 2 Teoria da Gestalt .................................................................................................... 51 
7 - 3 Teoria cognitiva ...................................................................................................... 53 
8 - Incentivação e motivação ............................................................................................. 55 
8 - 1 Incentivo ................................................................................................................. 55 
8 - 2 Motivação .............................................................................................................. 56 
9 - DESENVOLVIMENTO E LINGUAGEM NA VISÃO DE VYGOTSKY............................ 60 
10 - INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS.................................................................................... 63 
11 - DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM ...................................................................... 65 
11 - 1 Dificuldades na linguagem oral ............................................................................ 67 
11 - 2 Dificuldade na linguagem escrita ......................................................................... 68 
11 - 3 Dislexia ................................................................................................................ 68 
11 - 4 Discalculia ............................................................................................................ 70 
11 - 5 Hiperatividade ...................................................................................................... 70 
 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................... 72 
 
 
 
 
 3
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Pesquisas revelam que os profissionais da área educacional sentem dificuldades, 
que são enfrentadas, pela maioria das instituições escolares, quando se trata de garantir 
aos alunos a igualdade de oportunidadesno processo de aprender. 
E para que esse processo da aprendizagem seja satisfatório, faz-se necessário 
levarmos em consideração as experiências de vida dos nossos alunos, suas 
características psicológicas, e ainda, socioculturais, que o transformam num ser 
individual, único, um ser qualitativamente diferente dos outros, tanto pela sua capacidade 
de assimilação, quanto pela apropriação das suas experiências acumuladas no decurso 
da história social, e ainda, na história de cada um. 
Quanto mais conhecimentos, nós, educadores, tivermos sobre a educação e 
desenvolvimento, ou aprendizagem e desenvolvimento, maiores serão as chances de 
melhoria das práticas pedagógicas e atuação docente em sala de aula. 
O objetivo aqui não é apresentar um conjunto de práticas de ensino, materiais e 
informações teóricas como uma receita pronta, dizendo o que fazer em sala de aula para 
ser um bom professor, mas sim fazer um estudo da maneira pela qual acontece o 
desenvolvimento e a aprendizagem, refletindo sobre como construir na interação de 
nossos alunos no ambiente concreto. Tendo consciência da importância das nossas 
ações, e acreditando que a educação e o ensino não devem esperar apenas pela 
maturação das funções psíquicas, mas sim estimular e promover o desenvolvimento de 
nossos alunos, numa visão consciente de mundo. 
Na construção desses fundamentos, a Psicologia contribui com alguns de seus 
ramos. A Psicologia do desenvolvimento esclarece quanto à sucessão das fases da vida, 
especialmente quanto às características da infância e adolescência. Já a Psicologia da 
personalidade aprofunda questões relativas ao modo de ser da pessoa, como se 
organiza e como funciona o chamado psiquismo. A Psicologia da aprendizagem traz sua 
contribuição quanto ao modo como as pessoas aprendem, as condições necessárias 
para uma boa aprendizagem, o que aprendem e o que fazem as pessoas com o que 
aprendem.. 
O indivíduo que você for estudar dentro da Psicologia de aprendizagem é o mesmo 
que você verá em processo de desenvolvimento, e o mesmo que estrutura sua 
personalidade dentro de processos evolutivos, É um ser que aprende, desenvolve e que 
 
 4
 
 
se constrói. Esse enorme campo de estudo precisou ser abordado de forma sucinta, 
devido à dinâmica do nosso curso EAD. 
Contamos com você, para que persistentemente, busque sempre mais e amplie os 
conhecimentos que estamos abordando. 
O único homem que se educa é aquele que aprendeu como aprender; que 
aprendeu como se adaptar e mudar; que se capacitou de que nenhum 
conhecimento é seguro, que nenhum processo de buscar conhecimento 
oferece uma base de segurança. Carl R. Rogers 
Vamos refletir.... 
Todos nós sabemos da grande importância que a escola assume na vida das 
crianças, e de como essa escola, pode afetar no desenvolvimento emocional, cognitivo e 
social, na formação de cada indivíduo. 
Baseando-se nesta afirmação, reflita e elabore um texto sobre sua opinião do que 
seja: 
Uma escola ideal 
Uma sala de aula ideal 
Um professor ideal 
Ao final do estudo de Psicologia da educação, retome o seu texto, e observe o que 
você acrescentaria ou mudaria nele. 
 
 
 5
 
 
1- BREVE HISTÓRICO DA PSICOLOGIA 
 
Vejamos, em linhas gerais, que na história do conhecimento humano, desde a 
antiguidade até hoje, na era da informática, foram de grande valia e bastante variadas as 
participações no campo,visando de compreender o processo evolutivo do ser humano. 
 
 
 
 
 
 
O período prolongado de tempo e teorias tornam difícil destacar e descrever toda a 
história da ciência e do conhecimento humano, sem que uma simplificação signifique 
comprometimento dos fatos. 
Mas, onde realmente se situa o início da história da Psicologia? 
Alguns pesquisadores da história começaram com os filósofos gregos, cinco séculos 
A.C. Sócrates, Hipócrates, Platão, Aristóteles, entre outros, iniciaram questionamentos 
sobre a natureza do ser humano. 
Levaríamos uma grande parte de tempo estudando e analisando essas indagações 
filosóficas sobre o "ser humano", que não deixa de ser de suma importância para a 
compreensão das complexas questões que definem a Psicologia hoje. 
O termo Psicologia tem origem grega "PSYQUÉ" e significa alma e logos, ou. seja, 
razão e estudo, ou ainda, estudo da alma, pois, para os gregos, a alma seria 
pensamento, desejo, amor, ódio, sensação e percepção. 
Sócrates evidencia a razão como uma das principais características do ser humano. 
Todo o seu trabalho não teve apenas o objetivo intelectual, o que pretende usando a 
máxima: "Conhece-te a ti mesmo" e o caminho das virtudes humanas. 
Platão, contemporâneo de Sócrates, concorda com sua teoria e desenvolve a 
dialética de Sócrates, definida como sendo um "contínuo discurso consigo mesmo". 
Platão defende a ideia de que o lugar da razão é na cabeça, e que na cabeça estaria a 
alma humana. Surgem as teorias platônicas (alma imortal e separada do corpo). Já para 
Aristóteles, a alma e o corpo não podem estar separados, e a "psique" seria o elemento 
ativo da vida, valorizando a razão no controle dos sentidos e das paixões. Suas teorias 
são denominadas Aristotélicas (alma mortal e ligada ao corpo). 
Ao final do estudo do capítulo você deverá ser capaz de : 
§ Avaliar a contribuição dos filósofos gregos para as reflexões sobre o ser humano. 
§ Identificar a origem do termo Psicologia 
§ Apontar a época e o porquê a Psicologia se torna independente dos seus 
antecedentes filosóficos 
§ Conceituar Psicologia. 
 
 6
 
 
Porém, a Psicologia só se tornou realmente ciência no século XIX, quando o homem 
utilizou a sua observação e a experimentação para um estudo mais científico da 
natureza humana, só então, a Psicologia ganhou independência dos antecedentes 
filosóficos. 
Para se tornar independente da filosofia, a Psicologia necessitou desenvolver 
métodos de estudos e técnicas para adquirir clareza e objetividade nas suas 
problemáticas, e, definida como a "ciência do comportamento" consegue conquistar sua 
independência, já no início do século XX. 
Durante algum tempo, predominou, nesta nova ciência, as ideias do alemão Wundt, 
que determinaram os métodos e objetivos, reunindo várias linhas de pensamentos que 
tinham forte influência da filosofia. 
Fonte:http://caminhodaPsicologia.webnode.com.pt/wundt/ acesso em maio 2014 
Em poucos anos, começaram a surgir novos pensamentos de muitos e diferentes 
pontos de vista, constituindo diferentes escolas de pensamento. 
Essas escolas eram grupos de psicólogos que se reuniam para trabalhar por 
problemas comuns referentes à Psicologia. Surgem, então, várias teorias psicológicas do 
desenvolvimento e da aprendizagem. 
Atualmente a Psicologia é entendida como a ciência que estuda a personalidade, o 
comportamento, os fenômenos psíquicos, sempre centralizado no homem, visualizando-
o de forma sistêmica. 
No princípio era o Verbo... É o pensamento que tudo cria e produz? Seria preciso 
pôr: No princípio era a Força... O espírito vem em meu auxílio! Vejo de súbito a solução 
e escrevo com segurança: No princípio era a Ação. (Goethe) 
 
 
 7
 
 
2-PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO 
 
A Psicologia da educação é um veículo a partir do qual se pode potencializar o 
desenvolvimento pedagógico, assim como o desenvolvimento moral e intelectual de 
pessoas criativas, cooperativas, autônomas e solidárias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Utilizar os princípios dos conhecimentos que a Psicologia da educação oferece 
constitui-se em uma das bases necessárias para o desenvolvimento e eficiência no 
processo educativo. 
 
 
 
 
 
O conhecimento científico psicológico ajudaa garantir as interações humanas na 
escola, com o intuito de viabilizar a socialização e as condições favoráveis na formação 
do aluno. 
A contribuição da Psicologia da Educação abrange dois aspectos fundamentais: 
§ Compreensão do aluno 
O professor tem a missão principal de educar os seus alunos, contribuir através da 
influência de sua personalidade, estabelecendo com eles uma ligação afetiva, 
percebendo suas necessidades e características individuais e seu desenvolvimento 
físico, emocional, intelectual e social. 
Ao final do capítulo você deve ser capaz de : 
§ Identificar na tarefa de compreensão do aluno e do processo ensino aprendizagem os dois 
aspectos principais tratados pela Psicologia da educação 
§ Valorizar as atitudes positivas do educador na condução do processo de ensino 
aprendizagem. 
§ Refletir sobre o papel do educador para o aluno e a sociedade 
 
 8
 
 
§ Compreensão do processo ensino-aprendizagem 
O professor precisa não só conhecer seu aluno, mas também compreender no 
processo ensino-aprendizagem, quais os fatores que facilitam ou prejudicam a 
aprendizagem, de que maneira o aluno consegue aprender com mais eficiência, assim 
como perceber e fortalecer os vínculos entre aluno, professor, escola, família e meio 
social. 
Sendo assim, fica evidente a importância do papel que o educador assume na 
construção do desenvolvimento da aprendizagem, na vida de cada aluno. 
Percebe-se, então, que dominar conteúdos e ter eficiência no processo de ensino-
aprendizagem são características muito valorizadas pelos alunos. Porém é de suma 
importância a vinculação criada em toda construção desse processo. Educadores 
pacientes, com atitudes democráticas e cooperadoras, que participam de atividades 
extraclasse as quais proporcionam oportunidades de conhecer melhor seus alunos, têm 
mais probabilidade de ser bem sucedidos em seu desempenho escolar. 
As atitudes positivas do educador levam o indivíduo não só a uma maior 
independência interna e autoconfiança, bem como contribui para desenvolver suas 
habilidades e conhecer as próprias características e os seus próprios limites.O professor 
não é mais visto como o dono da verdade, como mostrava a tão ultrapassada escola 
tradicional. Hoje o educador deve ser o mediador do conhecimento, com atitudes 
positivas, sem preconceitos. O professor deve ter a consciência de que ele é visto, pelos 
seus alunos, como um exemplo de conduta, de posturas, e principalmente como um 
modelo que, muitas vezes, se identifica com o professor. 
O professor deixou de ser o mero transmissor do conhecimento, pois o educador 
aprende enquanto ensina, e o aluno, enquanto aprende, também ensina. 
É imprescindível também que o professor tenha uma formação sólida e consciente, 
dada a complexidade do seu trabalho. No entanto, sabemos que o educador, muitas 
vezes, não recebe incentivo necessário para aperfeiçoar-se, muito menos para suprir 
suas necessidades básicas para o ensino, que são os recursos didáticos. 
Com isso, o professor fica sujeito a condições de trabalho muito precárias, 
ocorrendo uma contradição entre a necessidade de formação que se exige e as 
condições oferecidas para a prática da atuação profissional. 
Não havendo, no entanto, formas específicas e milagrosas de como acertar a 
situação do professor brasileiro, espera-se, pelo menos, que os professores tenham 
como princípio o hábito de refletir sobre o seu próprio trabalho, aprofundando seus 
 
 9
 
 
conhecimentos teóricos, com vistas a tornarem-se agentes transformadores e 
facilitadores da aquisição do conhecimento. 
Texto para reflexão 
A arte de ser professor.... 
Ser professor é ser artista, malabarista, pintor, escritor, doutor, psicólogo; é ser pai, mãe, 
irmão, avô, avó...só? 
É ser palhaço, bagaço, é ser paciência, ciência, informação, ação, 
Para uns é o próprio Cristo; para outros, o demônio. Para estes, mal visto; para aqueles, 
um santo. 
Ser professor...é ser bússola, farol, sol, luz. É impelir para o bem. Incompreendido? 
E muito. Defendido? Nunca. Seu filho passou de ano?... Claro, é um gênio, não passou? 
Foi o professor que não ensinou. 
Pra que ser professor? É um vício? Uma vocação? É uma e outra coisa. É ter nas mãos o 
mundo de amanhã. É ter nas mãos o mundo e não ter nada. 
Amanhã os alunos se vão e ele, o professor, fica de mãos vazias. Ainda há esperança, 
olhos voltados para a estrela-guia, de que, no início do próximo ano, nova turma povoará a sala 
de aula. 
Aí, novos olhinhos, ávidos de cultura. 
E ele, o mestre, o professor, vai ensinando - semeando - com toda ternura. 
Nas novas cabecinhas, que, amanhã, brilharão no firmamento da pátria...fica, fica sim, 
uma enorme saudade, e uma grande amizade... 
Ao professor, o pagamento real? 
Só na eternidade! 
Fonte do texto: http://mailisa-criativa.blogspot.com.br/2011/10/arte-de-ser-professor.html-Acesso em 
maio 2014 
 
 
 
Segundo o poema não é nada fácil ser professor, um profissional muitas vezes 
desvalorizado, incompreendido! 
Mas será que ser professor é mesmo uma vocação? Professor é amor? 
Registre a sua opinião sobre o tema. 
 
 
 
 
 
 
 10 
 
 
3-PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO 
Para entendermos como a aprendizagem acontece no indivíduo, é necessário 
compreender como o ser humano se desenvolve. É no trabalho como professor que você 
perceberá a cada momento a importância do conhecimento das linhas gerais de 
desenvolvimento para todo o processo de formação do alunado e do ensino-
aprendizagem. 
Essa área do conhecimento da Psicologia estuda o desenvolvimento do ser humano, 
desde o seu nascimento até a fase adulta, em todos os seus aspectos: físico, motor, 
intelectual, afetivo, emocional e social. A abrangência deste capítulo será grande,em 
decorrência do tema. 
 
 
 
 
 
 
 
Desde Rousseau, a criança não é mais vista como um adulto em miniatura.Ao 
contrário, a criança apresenta características próprias em cada idade, e estudar o seu 
desenvolvimento significa conhecer essas características em cada faixa etária. 
Quando passamos algum tempo sem ver nossos alunos, notamos seu crescimento e 
a mudança de sua aparência, enquanto que os pais, que estão envolvidos com seus filhos 
no dia-a-dia, acabam não percebendo tais mudanças, resultantes principalmente da 
maturação física do organismo e que ocorre de forma lenta e contínua. 
A maneira da criança pensar, o seu comportamento, a sua convivência social, o 
conhecimento dos conteúdos escolares são mudanças que também ocorrem, resultantes, 
em sua maior parte, da construção da aprendizagem. 
É muito comum, nós, adultos, exigirmos das crianças comportamentos e respostas a 
determinadas situações impróprias para sua faixa etária. Precisamos nos colocar no lugar 
da criança e respeitar cada idade, porque, para cada fase de desenvolvimento infantil, 
existem padrões de comportamentos apropriados. 
O que uma criança faz em cada idade? Por que faz isso nessa idade? São 
questionamentos que normalmente são feitos no contexto educacional, assim como no 
contexto familiar. 
Uma criança com três ou quatro anos pode falar "consego" ao invés de consigo, de 
acordo com os padrões dos adultos. Essa maneira de se expressar pode ser considerada 
imatura, isto é, o indivíduo é maduro na medida em que se comporta adequadamente 
conforme sua faixa de desenvolvimento, entretanto pode não ser imaturo de acordo com 
Ao final do capítulo você deverá ser capaz de : 
§ Identificar fatores internos e externos de modificação do comportamento 
§ Citar e caracterizar as fases de desenvolvimento do ser humano 
§ Indicar os princípios do desenvolvimento humano 
§ Caracterizar o desenvolvimento físico,motor,emocional e social 
§ Reconhecer a importância de Freud nosestudos sobre o desenvolvimento da personalidade 
§ Identificar os estágios de desenvolvimento da personalidade. 
 
 11 
 
 
os padrões infantis. Um comportamento é maduro, na medida em que for igual ao 
comportamento da grande parte das pessoas que têm a mesma idade. 
Assim,por exemplo, dizer "Onde você vamos?" aos três anos de idade é um 
comportamento maduro, pois a maioria das crianças dessa faixa etária pode falar dessa 
maneira, enquanto que aos nove anos isso representaria um comportamento imaturo. De 
acordo com a nossa cultura, um jovem de dezessete anos que interage com os outros por 
meio de empurrões e brincadeiras desagradáveis pode ser considerado um rapaz imaturo 
em termos de desenvolvimento social, portanto, maturidade, em termos psicológicos, é o 
nível de desenvolvimento em que a pessoa se encontra, em comparação com as outras 
da mesma idade, nos aspectos intelectual, social, emocional e físico que devem estar 
intimamente relacionados e coordenados. 
O ser humano modifica o seu comportamento de acordo com o crescimento do 
organismo, principalmente sob a influência de fatores internos e externos. 
 
3-1 Fatores internos que contribuem para a modificação do comportamento 
3-1-1 Maturação 
A maturação é um fator interno importante que influi no desenvolvimento. Esse fator 
consiste nas mudanças do organismo, determinadas de dentro para fora, como exemplo, 
aumento de altura, tamanho dos órgãos, desenvolvimento das habilidades de correr e 
andar, que permitem ao indivíduo comportamentos e um domínio do mundo que 
anteriormente não possuía. 
Um fato bem claro que comprova isso é a possibilidade de descobertas de uma 
criança, quando ela começa a engatinhar, andar e correr, em relação a quando essa 
criança estava no berço com alguns dias de vida. Um comportamento precisa, além da 
maturação interna, interagir com o meio para se desenvolver com harmonia. Pais e 
professores deveriam aproveitar mais cada momento de aprendizagem e maturidade da 
criança para incentivar e mediar. 
Uma criança de dois anos pode apresentar-se superativa por ter uma sede ilimitada 
de conhecimentos; é necessário dar oportunidades de saciar esses conhecimentos, pelo 
menos por certo tempo ela pode tender a ficar menos agitada. 
Quando citamos a maturação, não estamos nos referindo apenas à maturidade 
física, biológica, existem outros tipos de maturidade que acontecem em decorrência do 
outro, de forma sistêmica. 
 
 12 
 
 
Nenhum desses aspectos da maturidade podem ser esquecidos pela escola, que 
pode e deve proporcionar aos alunos oportunidades para seu desenvolvimento como um 
todo. 
 
3 -1- 2 Maturidade social 
 
Segundo Pereira(2003) citando Mouly as características de uma pessoa considerada 
socialmente madura são as seguintes: 
a) relativa liberdade com relação ao domínio de seus pais e colegas, e já não procura 
a segurança através da dependência infantil, nem apresenta as explosões e a 
rebeldia do adolescente; 
b) não apenas aceitação da responsabilidade pelos seus atos e por sua pessoa, mas 
também pelos outros; 
c) sensibilidade social, de forma a poder integrar suas necessidades e ações com as 
necessidades e direitos dos outros, além de ser capaz de comunicar-se de 
maneira eficiente para permitir harmonia e ação eficientes em situações sociais; 
d) capacidade de enfrentar várias situações, sem sacrificar seus valores básicos e 
padrões de conduta, apenas para "ser aceito"; 
e) ajustamento sexual, pois é motivado pelos aspectos morais do sexo, e não apenas 
pelos aspectos biológicos, têm muitos amigos íntimos de ambos os sexos; 
f) capacidade de avaliação crítica das questões, a partir de seu efeito a longo 
prazo,sobre o grupo e sobre si mesmo, e não de um ponto de vista egoísta; 
g) capacidade de participação efetiva de relações sociais, mas mantém o nível de 
participação compatível com sua personalidade, seus recursos e suas 
necessidades, bem como com as necessidades do grupo. 
3-1- 3 Maturidade intelectual 
Alguns psicólogos entraram em acordo no que se refere aos aspectos do 
desenvolvimento mental. Vejamos esses aspectos segundo Mouly (1966). 
a) O desenvolvimento mental envolve a ampliação dos horizontes intelectuais, 
temporais e espaciais. Com o desenvolvimento, o indivíduo torna-se sempre mais 
capaz de compreender e de pensar o passado, o presente e o futuro. A criança 
pequena só tem condições de perceber e viver o presente, o ser adulto pode 
perceber e, até certo ponto, viver o passado e o presente, sempre mais distantes. 
b) Quanto ao espaço, ocorre a mesma coisa, a criança só compreende o espaço 
mais próximo, desenvolvendo-se, amplia sempre mais a extensão desse espaço, 
até incluir nele o mundo e o universo. 
c) O desenvolvimento mental envolve um aumento da capacidade para lidar com 
abstrações e símbolos. O exemplo mais característico deste desenvolvimento é o 
da linguagem. Por volta de dois anos, a criança usa aproximadamente 150 
palavras, aos sete anos pode utilizar aproximadamente 2 500 palavras. Além da 
ampliação do vocabulário, sua linguagem torna-se cada vez mais complexa e rica 
em possibilidades de expressão de ideias. 
 
 13 
 
 
d) O desenvolvimento mental envolve uma capacidade de concentração por períodos 
mais longos. Quanto mais nova a criança, menor sua capacidade de atenção e 
concentração em uma tarefa. 
e) O desenvolvimento mental envolve um declínio do devaneio e da fantasia. Os 
sonhos, devaneios e fantasias infantis não constituem fuga da realidade, mas são 
normais e necessários para o desenvolvimento da criança. 
f) O desenvolvimento mental envolve o desenvolvimento da memória. Muitos podem 
pensar que é na infância que a pessoa tem maiores possibilidades no campo da 
memória. Entretanto, isso não é verdade, pois a linguagem, as experiências, as 
percepções e a compreensão infantil estão longe de ter atingido seu 
desenvolvimento máximo, e portanto, de possibilitar uma memória altamente 
desenvolvida. 
g) O desenvolvimento mental envolve um aumento da capacidade de raciocínio. O 
raciocínio adulto será menos ingênuo e egocêntrico que o raciocínio infantil. 
3-1- 4 Maturidade emocional 
O que se entende por maturidade emocional? De forma simplificada podemos dizer 
que é um processo contínuo para conhecer e administrar as emoções . 
Maturidade emocional quer dizer também capacidade de usar 
recursos emocionais a fim de obter satisfação por coisas agradáveis; 
ser capaz de amar e de aceitar amor; experimentar cólera frente a 
contrariedades que provocariam a ira em qualquer pessoa razoável, 
aceitar e compreender o significado do medo que surge quando se 
enfrenta algo ameaçador, sem precisar usar falsa máscara de 
coragem, alcançar e buscar o que a vida possa oferecer, ainda que 
isso signifique enfrentar a possibilidade de ganho e de perda, de 
alegria ou de tristeza. Jersild (apud: Pfromm Netto, p.136): 
 
Podemos dar um exemplo de maturidade do aluno para o aprendizado da escrita 
abordando todos os aspectos enfocados. 
Para que o aluno consiga dominar a linguagem escrita e o ato de escrever é necessário, 
segundo algumas teorias, que ele tenha atingido maturidade intelectual, que é a capacidade que o 
indivíduo tem de pensar e também de raciocinar, ou ainda, do conhecimento que a pessoa tem de 
si mesmo e do mundo que o cerca. Aqui ele precisa compreender o significado dos sinais 
gráficos. 
Já a maturidade física, que se refere ao crescimento orgânico, é responsável pela 
manipulação de objetos e de exercício do próprio corpo. No caso do aluno que está aprendendo a 
escrever, deve ter condições de segurar o lápis e manejá-lo de maneira adequada. 
A maturidade social é a maneira como esse aluno reage diante das situações que envolvem 
outras pessoas; quantomais ela cresce, mais aceita os outros e torna-se aceita, sendo capaz de 
interagir no grupo de maneira satisfatória. 
A maturidade emocional é o modo particular como cada aluno integra as suas experiências. 
É o sentir vergonha, medo, e a capacidade de se concentrar nas atividades que fazem parte do 
aprendizado da escrita. 
 
 
 14 
 
 
3-2 Fatores externos que contribuem para a modificação do comportamento 
 
Dentre os fatores externos modificadores do comportamento podemos destacar o 
ambiente social, a alimentação e os cuidados com a preservação da natureza. 
 
3-2-1 Ambiente social 
O ambiente social em que a criança vive é um fator que influencia em seu 
comportamento; podem-se incluir aqui a escola, a família, a classe e o grupo social ao 
qual a criança pertence. 
O ambiente social em que a criança convive deverá proporcionar oportunidades para 
um desenvolvimento sadio. 
 
3-2-2 Alimentação 
A alimentação é uma necessidade primária e, quando não saciada, pode interferir 
na disponibilidade da pessoa para qualquer atividade. Uma criança com fome está 
menos disponível para brincar, correr e, inclusive, para aprender, encontrando assim 
inúmeras dificuldades. 
Um dos aspectos fundamentais a serem discutidos são os hábitos alimentares. Uma 
criança precisa de uma alimentação rica e saudável para um bom desenvolvimento, mas 
isso só será possível na medida em que houver uma melhoria na distribuição de renda e 
do acesso às informações. 
 
 
 15 
 
 
 
3-2-3 Preservação da natureza 
A sobrevivência da humanidade depende da 
preservação da natureza, um fator importante para o 
desenvolvimento humano. 
A poluição do ar, do solo, das águas, poluição visual e 
sonora podem trazer consequências para o 
desenvolvimento infantil, dificultando assim o rendimento 
escolar. Nas grandes cidades onde existe excesso de 
barulho, isso acarreta dificuldades de concentração, além 
de prejudicar o aparelho auditivo; a poluição visual pode 
trazer cansaço e fadiga; e a poluição do ar pode trazer problemas respiratórios. 
A natureza de forma geral, as espécies animais e as áreas verdes precisam ser 
preservadas, pois é desse equilíbrio que o ser humano necessita para sobreviver e se 
desenvolver de forma harmoniosa e saudável. 
Refletindo... 
Baseando-se nos estudos dos fatores internos e externos que levam à modificação 
do comportamento, elabore um texto sobre: "A importância dos fatores internos e 
externos no processo ensino-aprendizagem". 
 
3-3 Fases do desenvolvimento humano 
 
O desenvolvimento é um processo dinâmico do organismo, e não há momentos de 
ruptura radicais, ou seja, vai-se completando em diferentes níveis de amadurecimento. 
Crianças não podem se comportar como adultos, porque resultam de níveis de 
amadurecimentos diferentes. 
Sabendo que o desenvolvimento do ser humano é contínuo, alguns estudiosos 
dividiram esse processo em etapas, com características próprias, a fim de facilitar o 
estudo. São elas: vida pré-natal, que compreende a vida intrauterina; a infância, que se 
estende do nascimento aos doze anos; a adolescência, compreendida entre doze e vinte 
e um anos; a fase adulta, dos vinte e um aos sessenta e cinco anos, e a velhice, após os 
sessenta e cinco anos. 
 
 
 16 
 
 
Essa divisão foi baseada em diferentes critérios que se estabeleceram para concluir 
se um indivíduo ainda é criança, se já é adolescente, ou um adulto 
Passamos a descrever esses períodos que são: pré natal, período do recém 
nascido,período da infância,puberdade e adolescência. 
3-3-1 Período pré natal 
A vida de um indivíduo não começa no momento em que ele nasce, 
mas no instante em que é concebido. 
O bebê passa nove meses no ambiente uterino, sujeito a influências, 
pois embora vivendo sua vida com independência de órgãos e circulação, 
vive também a vida de sua mãe. A vida orgânica e psíquica da mãe, a 
posição do feto e muitos outros fatores importantes são envolvidos nesse 
processo. 
Todas as sensações vividas no ambiente intrauterino têm um papel importante no 
desenvolvimento posterior do indivíduo. 
Para uma boa evolução do ser em formação é preciso, além de boa saúde, a boa 
formação psicológica e um relacionamento satisfatório dos pais. A criança deve ser 
concebida na alegria e não deve ser objetivo e compensação, caso contrário, acarretará 
problemas futuros e a mãe não terá uma gravidez satisfatória. 
Não há comunicação entre o sistema nervoso da mãe e do feto,mas as ansiedades 
ou estimulações levadas pelo sangue podem ser irritantes para o feto. 
As emoções da mãe, de forma indireta, através da atividade bioquímica do seu 
organismo, irão exercer uma poderosa influência sobre o ser em formação. 
A fase principal da gestação, na qual o ser está mais aberto às influências, é a dos 
três primeiros meses. 
3-3-2 Período do recém-nascido 
Este período inicia-se com a passagem da 
vida intrauterina para o meio exterior e termina 
com a queda do cordão umbilical. Este período 
tem uma duração média de sete dias, quando se 
inicia a primeira infância. 
 
 
 
 
 17 
 
 
3-3-3 Período da Infância 
 
Esse é um período longo e a caracterização de cada uma dessas etapas precisa ser 
detalhado. 
A Infância inicia-se com a queda do cordão umbilical e termina com a puberdade. 
Podemos classificar a infância em: 
Primeira infância tem início com a queda do 
cordão umbilical e termina com o desenvolvimento 
da oralidade e do caminhar. A criança já poderá se 
alimentar sozinha e já possui uma certa 
independência da mãe. No final deste período 
começa a desenvolver a dentição. 
Segunda infância - Inicia por volta dos dois anos 
ou com o desenvolvimento e aquisição da linguagem 
oral. Esta fase da infância termina aos seis anos. 
Meninice- Geralmente inicia com a primeira 
série do Ensino Fundamental e vai até a puberdade. 
Nesta fase a criança já se expressa socialmente com 
mais facilidade. 
3-3-4 Puberdade - 
Período que, nas meninas, tem início mais cedo, geralmente por volta dos doze 
anos, já, no menino, em torno dos quatorze anos. É um período curto, de 
aproximadamente dois anos. Nesta fase há os segredos, os diários, as conversas 
confidenciais. No menino, a voz começa a engrossar e, nas meninas, aparece a 
menstruação e o crescimento dos seios. 
3-3-5 Adolescência 
Não podemos estabelecer limites para a duração desse período, porque sua 
evolução sofre influências como hereditariedade, maneira de viver, clima, tipo de 
atividade, meio social, condições econômicas, entre outros fatores. Mas, de um modo 
geral, podemos dizer que entre os dez, doze anos até os vinte, vinte e dois anos é que 
acontece a fase da adolescência. 
O adolescente, mesmo que encontre condições de escolha para o futuro, algumas 
das quais podem durar para a vida toda como casamento, ter filhos e escolha de 
profissão, toma essas decisões num tempo crítico, sendo que isso é dificultado pela 
sociedade que lhe dá pouca liberdade de escolha. O adolescente perde a posição que, 
 
 
 18 
 
 
enquanto criança, tinha como bem definida pela sociedade; e, pior, não consegue se 
integrar no mundo adulto. A impressão que se tem é de que a criança tem tudo de que 
precisa para viver no mundo social, e de repente tem que se adaptar a um mundo novo, 
com outra escala de valores. Pode-se inaugurar aqui um drama, além do desenvolvimento 
intenso nos campos biológicos, fisiológicos e psíquicos. 
Na puberdade é que ocorrem as mudanças físicas, variando muito o início de uma 
pessoa para outra. 
As mudanças biológicas e fisiológicas acontecem 
na puberdade, ou seja, o indivíduo atinge a fase genital,sente prazer nas relações 
sexuais e já é capaz de gerar filhos. 
As modificações físicas acontecem rapidamente, sem um preparo psicológico, o que 
torna o processo motivo de preocupações, uns acabam ficando receosos e outros, 
orgulhosos. Acontece um crescimento desarmonioso, deixando-os desajeitados, vítimas 
de críticas dos adultos e dos próprios colegas. 
A adolescência é mais abrangente que a puberdade e o seu início é marcado pelas 
mudanças fisiológicas, enquanto que o fim da adolescência depende muito do tipo de 
sociedade e do tipo de vida que o indivíduo leva. Cada indivíduo vive essa fase de uma 
forma, porque depende, também, do tipo de temperamento, influências do ambiente 
familiar e escolar e da história da sua infância. Podemos dizer que é uma época de 
problemas (físico, sexual, emocional, religioso, intelectual, social, familiar, vocacional, 
moral e escolar) mas que também pode ser enfrentado pelo adolescente com 
tranquilidade se ele souber aceitá-los e enfrentá-los com compreensão, confiança, 
serenidade e firmeza. 
3-4 Princípios do desenvolvimento 
O comportamento e o desenvolvimento do ser humano nos reservam grandes 
surpresas, pois as pessoas são diferentes, com ideias e características próprias . Apesar 
dessas diferenças, podemos destacar algumas fases que acontecem no desenvolvimento 
 
 19 
 
 
de todo ser humano. São etapas que obedecem a uma sequência, embora varie a idade 
em que cada ser humano inicia cada fase e quanto tempo permanece nela, determinadas 
também pelas maneiras diferentes de pensar e agir. 
Segundo Pfromm Netto, podemos estabelecer alguns princípios essenciais que 
norteiam esse estudo. 
 
3-4-1 O desenvolvimento como processo contínuo 
O desenvolvimento é um processo contínuo e ordenado, marcado por uma 
transformação estrutural no indivíduo. 
De um modo geral, podemos citar quatro etapas: infância, adolescência, idade adulta 
e velhice. Nesta sequência, uma etapa sempre influencia a outra que vem depois. Em 
relação ao desenvolvimento físico das diversas partes do corpo, estas etapas são 
determinadas geneticamente. 
3-4-2.As sequencias céfalo caudal e próximo distal 
O desenvolvimento segue as sequencias céfafo-caudal e próximo distal. 
No recém-nascido o tamanho da cabeça é desproporcional ao tamanho do seu 
corpo, porque há inicialmente um crescimento e desenvolvimento das partes próximas ao 
cérebro e, em seguida, o desenvolvimento se estende por todo o corpo. Uma criança 
primeiro sustenta a cabeça, depois levanta o tronco, em seguida senta, engatinha e 
finalmente anda. A sequência próximo-distal indica o amadurecimento das partes centrais 
do corpo e depois das periféricas. É o desenvolvimento de dentro para fora. Como 
exemplo podemos citar o fato de uma criança adquirir maior controle do braço, depois do 
antebraço e, finalmente dos dedos. 
3-4-3 Das respostas gerais às específicas 
O desenvolvimento progride de respostas gerais para respostas específicas.O 
indivíduo, quanto mais se desenvolve, mais se torna capaz de respostas específicas. 
Em relação ao seu desenvolvimento físico, uma criança recém-nascida, quando 
estimulada em alguma parte do corpo, responde com todo o organismo. É o que chamamos 
respostas de massa. Um bebê maior, quando recebe uma picada no pé, ou seja, quando é 
estimulado em uma área específica de seu organismo, reagirá desviando apenas o pé que 
foi estimulado. 
Na aprendizagem da fala, um bebê emite todos os sons da fala primeiro, depois 
poucas palavras para dizer uma porção de coisas, depois é que fala uma palavra para cada 
 
 20 
 
 
coisa específica. 
No que se refere à escrita da criança, primeiro ela escreve com todo o seu corpo, ela 
movimenta ao mesmo tempo a cabeça, tronco e membros. Depois que suas estruturas 
nervosas amadurecem e que exercita essa .habilidade, que os movimentos tornam-se 
menores é que a criança começa a utilizar somente as mãos e os dedos. 
3-4-4.O ritmo de desenvolvimento 
Cada parte do organismo apresenta um ritmo próprio de desenvolvimento. 
Percebemos que a cabeça cresce de maneira acelerada e em ritmo diferente do resto 
do corpo, logo após o nascimento até mais ou menos os dois anos de idade, depois seu 
ritmo diminui. O tronco cresce significativamente até o primeiro ano de vida, enquanto que 
pernas e braços iniciam um crescimento mais acelerado aos dois anos. 
Um jovem fica muito preocupado com o tamanho de seus pés e das suas mãos, que 
ficaram muito grandes em relação ao restante de seu corpo, somente mais tarde é que 
tomam uma proporção normal. 
Por outro lado o ritmo de desenvolvimento de cada indivíduo tende a permanecer 
constante. O primeiro dentinho em uma criança pode nascer aos quatro meses como pode 
nascer aos dez meses de idade. Uma moça pode menstruar aos 10, 14 ou 16 anos, isso vai 
depender do ritmo de desenvolvimento de cada ser humano, mas que pode ser perturbado 
por influências internas e externas, como doenças ou falta de uma alimentação adequada. 
 
3-4-5 Complexidade e inter relação de aspectos do desenvolvimento 
 
O desenvolvimento é complexo e todos os seus aspectos são inter relacionados. 
Só podemos dividir o desenvolvimento do ser humano para fins de estudo, uma vez 
que a criança se desenvolve sempre como um todo, intelectual, física, emocional e 
socialmente, sendo todos esses aspectos interdependentes, ou seja, todos os processos de 
desenvolvimento estão em constante interação, podendo um processo interferir no 
desenvolvimento do outro. 
 
3-5 Desenvolvimento físico e motor 
 
Um bebê difere de outro ao nascer, na sua estatura e peso, mas a maioria nasce 
com cinquenta centímetros de altura e pesa entre três e cinco quilos; normalmente os 
 
 21 
 
 
meninos são maiores que as meninas. Os primeiros dois anos do bebê e o início da sua 
adolescência são os momentos em que o crescimento apresenta maior velocidade, 
havendo muitas diferenças no ritmo de crescimento de cada indivíduo. 
Crescimento refere-se às mudanças das dimensões corpóreas, peso e estrutura. É 
importante evidenciar que crescimento e desenvolvimento são processos distintos, mas 
inseparáveis, que produzem no 
homem as mudanças mentais, 
sociais, físicas e emocionais; ou seja, 
o biológico deve interagir sempre 
com o social e o psicológico. 
É preciso compreender o 
homem não só no seu crescimento 
como em seu desenvolvimento. 
Quando o bebê nasce, já estão 
presentes os sentidos: visão, 
audição, olfato, tato e paladar, e 
vários reflexos, tosse, preensão, 
vomito, sucção, inclusive o reflexo de 
andar e o de nadar. 
O desenvolvimento das 
habilidades motoras (movimentar, 
agarrar, sentar, engatinhar e andar) 
são muito visíveis na criança e 
seguem uma ordem de 
desenvolvimento, embora varie muito 
de idade. Algumas crianças andam com dez meses, outras com mais de um ano. 
O treinamento precoce dessas habilidades pode ser prejudicial, porque produz 
frustrações e também experiências negativas, bem como a privação de oportunidades, 
como deixar a criança sem a possibilidade de movimentos por muito tempo, ou, ainda, 
pode retardar seu desenvolvimento motor. 
Observai a natureza e segui o caminho que ela vos traça. Ela exercita 
continuamente as crianças; endurece o seu temperamento com provas de 
toda espécie; e ensina-lhes, muito cedo, o que é uma dor e o que é um 
prazer. Rousseau 
 
 
 22 
 
 
 
 
Sugestão de Filme 
Como dado interessante porque apresenta uma reversão nas ideias sobre as fases 
de desenvolvimento humano sugerimos assistir e fazer uma resenha sobre o filme de 
Benjamin Button .que conta a história da vida de uma pessoa nasceu de forma incomum,com a aparência e doenças de uma pessoa em torno dos oitenta anos mesmo sendo um 
bebê. Ao invés de envelhecer com o passar do tempo, Button rejuvenesce.O filme o 
Curioso caso de Benjamin Button é do ano de 2009 e foi dirigido por David Finch. 
Ainda a respeito de cinema aconselhamos a assistir o filme Bebês(2010) de Thomas 
Balmés,que acompanha a vida de quatro bebês durante um ano. São tomadas cenas de 
um bebê na Mongólia,outro na Nigéria , outro nos Estados Unidos e outro no Japão 
 
3-6 Desenvolvimento emocional e social 
 
Será que quando uma criança nasce, ela traz consigo sentimentos de amor, raiva, 
ódio, medo, etc., ou são as experiências que ela adquire com os adultos nos primeiros 
anos de vida é que vão estabelecer o tipo de relacionamento que elas vão ter com as 
outras pessoas? As atitudes positivas ou negativas que a 
criança adquire são o resultado da ligação afetiva que ela 
tem com a mãe ou com as pessoas de seu convívio? 
Alguns psicólogos estudaram e observaram as 
emoções que uma criança apresenta desde o nascimento, e, 
através dessas observações, John B.Watson sugeriu que a 
criança nos primeiros meses de vida apresenta emoções 
como o medo, cólera e amor. Em relação aos medos, a 
criança retinha a respiração; fechava os olhos, tremia, 
gritava, chorava e fechava as mãos em forma de garras, 
quando ouvia sons altos ou quando retiravam-na 
bruscamente de um apoio corporal. 
A cólera causava retenção dos movimentos espontâneos, os braços e os pés eram 
movimentados com violência, a criança gritava e sua face contraía. 
No amor, ela respondia com relaxamento muscular e uma respiração tranquila 
 
 
 23 
 
 
quando era provocado por um contato suave, acalento ou acariciamento de algumas 
partes do corpo. 
Mas, outros estudos colocaram essa teoria em dúvida, achando difícil identificar as 
reações dos recém-nascidos. 
Para Bridges, quando uma criança nasce, ela só apresenta um comportamento 
emocional, ou seja, uma excitação difusa, que acontece quando há mudanças bruscas no 
ambiente. A partir dessa excitação é que se diferencia o prazer e o desprazer, e a partir 
deste desprazer identificam-se respostas de cólera e medo. 
Entre nove e dez meses a animação e a afeição pelos adultos são desenvolvidas a 
partir de satisfação ou do prazer. A afeição por outras crianças aparece com um ano e 
três meses; o ciúme, quando a criança já está com um ano e quatro meses, e as 
manifestações de alegria e risadas, quando a criança está com um ano e dez meses. 
Esses comportamentos aparecem graças à maturidade que, com o desenvolvimento, 
se manifesta na criança, podendo ser modificados. A criança aprende a expressar suas 
emoções, à medida que o desenvolvimento vai se processando, 
Quando a criança passa a usar mais a linguagem, consegue expressar suas 
emoções por palavras e não mais por atos. 
É natural uma criança em idade pré-escolar sentir ciúmes de seus brinquedos, dos 
seus pais, não os dividindo com ninguém. 
Durante o período escolar, a atenção da professora e as notas são causas de 
emoções, a criança já consegue se controlar ou disfarçar suas reações de desgosto. 
A criança muda o seu estado emocional com frequência e rapidez. Uma hora chora e 
imediatamente sorri, com muita facilidade, ela apresenta episódios emocionais, enquanto 
os adultos apresentam estados emocionais. 
Com Copérnico, o homem deixou de estar no centro do universo. Com 
Darwin, o homem deixou de ser o centro do reino animal. Com Marx, o 
homem deixou de ser o centro da história (que, aliás, não possui um 
centro). Com Freud, o homem deixou de ser o centro de si mesmo. 
Eduardo Prado Coelho 
 
 
3-7 Desenvolvimento da personalidade em Freud 
 
A construção da personalidade ocupa um papel de suma importância para a 
psicanálise, o que muito contribui para que possamos compreender a afetividade do 
 
 24 
 
 
sujeito. Sem dúvida o maior nome da Psicanálise é o de Freud. 
SIGMUND FREUD - Fundador da psicanálise 
Nasceu em 06-05-1856 e faleceu em 23-09-1939. 
Alguns aspectos da abordagem do autor passam a ser descritas. Chama-se de 
aspecto energético o que coloca a conduta em movimento. A conduta é o que determina 
o comportamento das pessoas. 
Pesquisas mostram que o sujeito se desenvolve, também, em virtude do interjogo 
entre o sujeito e o meio ambiente, ou seja, é o resultado das operações cognitivo - 
afetivo, possuindo um caráter estrutural, que Piaget nos coloca muito bem, e que veremos 
a seguir no desenvolvimento cognitivo, e outro energético, vindo da conduta do sujeito. 
Observa-se a necessidade de haver uma integração entre os fatores do meio e os que o 
sujeito já possui. 
A personalidade é o ponto pacífico para que haja a aprendizagem e o 
desenvolvimento, uma vez que ela reúne os padrões individuais de reação e interação 
com os outros, reunindo o afetivo e o cognitivo. 
Freud expressava, em suas primeiras obras, grande convicção de que o psiquismo 
do ser humano se estruturava em duas partes: o consciente e o inconsciente. 
Para Freud o consciente era considerado como insignificante, era apenas o aspecto 
superficial de toda a personalidade.Já o inconsciente era encarado como o poderoso e 
entendido como o que contém forças ocultas, que impulsionam todo o comportamento do 
homem. 
Revendo mais tarde sua distinção sobre consciente e inconsciente, Freud apresentou 
do que realmente se constrói o aparelho mental: id - ego - superego. 
O id corresponde ao inconsciente, o qual segundo Freud é a parte primeira, à qual, 
temos menos acesso. Existem ali forças poderosas. Nessas forças podemos incluir 
nossos impulsos sexuais e instintivos. O id busca, sempre, satisfação imediata e nunca 
leva em conta as circunstâncias. Freud deu o nome de princípio de prazer, a atuação do 
id. 
O ego é o que ele já denominara consciente. O ego é o representante da razão. É o 
mediador entre o "eu" e o "mundo externo". O ego está sempre consciente da realidade, 
assim, Freud o chamou de princípio da realidade. 
Existe uma interação entre eles para que possamos manter o equilíbrio entre os 
impulsos do desejo e o que a realidade me exige como comportamento. 
 
 25 
 
 
O terceiro componente é o superego que se desenvolve cedo na infância, através de 
"regras" e "limites"; o superego surge como uma censura, determinado como 
autocontrole. 
Se por um lado o ego tenta mediar as paixões e os impulsos do id, o superego inibiu 
por completo. 
São os instintos propulsores de toda a dinâmica de todo o comportamento humano, 
no sentido amplo de toda a atividade observável. A libido é a forma de energia na qual se 
manifestam os instintos da vida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tendo em mente as explicações sobre a psicanálise em Freud,(p22 em diante) 
Interprete a imagem a seguir 
Fonte:institutoluzes.com.org-maio de 2014 
 
 
 
Significado de Libido 
s.f. Busca instintiva pelo prazer sexual; desejo sexual: algumas pessoas 
seguem sempre sua libido. 
Psicanálise. Segundo as teorias Freudianas, refere-se à energia vital que está 
na base das modificações da pulsão sexual. 
Psicanálise. Segundo as teorias de C.G. Jung, força ou energia psíquica. 
(Etm. do latim: libidus.inis) 
Fonte: http://www.dicio.com.br/libido/ Acesso em maio de 2014 
 
 26 
 
 
Grito de Alerta 
Primeiro você me azucrina 
Me entorta a cabeça 
e me bota na boca 
um gosto amargo de fel 
Depois vem chorando desculpas 
assim meio pedindo 
querendo ganhar 
um bocado de mel 
Não vê que então eu me rasgo 
engasgo, engulo 
reflito e estendo a mão 
E assim nossa vida 
é um rio secando 
as pedras cortando 
eu vou perguntandoaté quando? 
São tantas coisinhas miúdas 
roendo, comendo 
arrasando aos poucos 
com o nosso ideal 
São frases perdidas num mundo 
de gritos e gestos 
num jogo de culpa 
que faz tanto mal 
Não quero a razão pois eu sei 
o quanto estou errado 
e o quanto já fiz destruir 
Só sinto no ar o momento 
em que o copo está cheio 
e que já não dá mais pra engolir 
Nosso caso é uma porta entreaberta 
Eu busquei a palavra mais certa Vê 
se entende o meu grito de alerta 
Veja bem 
É o amor agitando meu coração 
Há um lado carente dizendo que sim 
E essa vida da gente gritando que não 
Segundo a canção "Grito de Alerta", tão bem interpretada por Gonzaguinha, podemos 
perceber que "viver é fácil", o difícil é conviver, baseando na teoria freudiana no que se refere ao 
id, ego e superego, pense e interprete a seguinte frase que diz: 
"Há um lado carente dizendo que sim, e essa vida da gente gritando que não". 
 
 27 
 
 
3-8 Estágios de desenvolvimento da personalidade 
 
O primeiro ano de vida é importantíssimo, ele dá significado à constituição do 
indivíduo. Assim, ao nascer, o bebê possui extrema dependência e vulnerabilidade, sendo 
que seu sistema nervoso está ainda inacabado e o cérebro não está pronto para 
funcionar no controle do comportamento. Um suprimento mais constante e adequado de 
oxigênio constitui-se em uma exigência importante para o desenvolvimento do cérebro. 
Com isto, observamos que não podemos ensinar uma criança a respirar, mas podemos 
oferecer-lhe os estímulos necessários para fazer funcionar importantes reflexos. 
Nesta fase de vida, o comportamento liga-se predominantemente aos ajustamentos 
orgânicos internos, a maturação do sistema nervoso do bebê só se realizará 
perfeitamente em condições familiares favoráveis. 
Assim, o relacionamento mãe-filho baseia-se em ajustamentos emocionais e sociais 
do bebê, cujos impulsos estarão em torno,da mãe. A resposta desperta no bebê a 
capacidade para o reconhecimento e a necessidade de saber e amar, forças estas que 
podem tornar-se tão fortes como o anseio que as trouxe à vida. 
Faz-se necessária também a presença do pai no início da vida do bebê, pois a sua 
falta poderá deixar um vácuo penoso nos sentimentos da criança. 
É importante também ressaltar o bom relacionamento entre os pais para que o bebê 
tenha uma estabilidade psicológica, pois os bebês não pensam, mas sentem, sendo que 
o efeito de um distúrbio emocional, logo cedo, é muitas vezes conservado na vida adulta, 
embora o indivíduo desconheça que tais sentimentos fazem parte de sua bagagem 
emocional. 
As principais fases do desenvolvimento da personalidade são as fases: oral,anal, 
fálica,latência e genital.: 
 
3-8-1 Fase oral - (O a 18 meses) 
O bebê explora o mundo pela boca, sendo esta a 
via pela qual ele aplaca a fome, a sede, para, assim, 
diminuir a tensão e restabelecer o conforto. A boca 
passa a ser o centro do mundo para o bebê, a sua maior 
fonte de satisfação no processo de adaptação fora do 
útero. A sucção torna-se, ainda, uma função capital, pois 
 
 28 
 
 
além de receber o alimento, satisfaz importantes necessidades psicológicas do bebê. 
A amamentação ao seio é a primeira satisfação que o bebê tem, após o nascimento, 
por intermédio da mãe. Desta maneira, o bebê tende a adquirir mais confiança e fé em 
sua mãe e, consequentemente, são mais fáceis de conduzir e orientar. Já o desmame 
deve ser um processo lento e gradual, quando a presença da mãe deve ser constante, 
para que não traga consequências drásticas ao bebê. 
É necessário que se evitem frustrações para o novo ser nos primeiros meses de 
vida, pois isso lhe causa exagerada tensão, cujos efeitos podem resultar em perturbações 
do comportamento. Assim, para o bebê, o princípio de prazer deve predominar e o que se 
pode fazer com segurança é introduzir, aos poucos, ordem em suas funções, tornando-as 
fáceis e satisfatórias. 
 
3-8-2 Fase anal (18 meses a 3 anos) 
"O prazer da criança estaria voltado para a eliminação e retenção das fezes e da 
urina". 
Essa é a fase em que a criança aprende a controlar os esfíncteres, e passa a derivar 
prazer ou desprazer na expulsão ou retenção das fezes. 
Se nesta fase a criança passar por muitas frustrações, através de um controle muito 
severo dos esfíncteres, por exemplo, sua estrutura de personalidade poderá interferir no 
seu desenvolvimento. Psicanalistas atribuem a avareza, a exagerada preocupação por 
limpeza e a meticulosidade, às frustrações ocorridas nesta fase. 
 
3-8-3 Fase fálica (3 a 6/7 anos) 
É assim denominada a fase do desenvolvimento da personalidade, na qual o pênis 
(falo = pênis) é o principal objeto de interesse para a criança de ambos os sexos. O 
interesse está nas diferenças anatômicas do menino e da menina; durante esta fase a 
criança demonstra desejo de mostrar e ver os genitais. A criança se interessa e também 
fantasia as questões voltadas para a origem dos bebês, e também o papel que os pais 
desempenham na procriação. 
Reações punitivas por parte principalmente dos pais sobre esses interesses, 
segundo a concepção freudiana, pode ter um efeito negativo na identificação sexual 
futura. 
 
 
 29 
 
 
Segundo Freud, é a fase na qual nasceria no menino o temor à castração e na 
menina o desejo do pênis que lhe falta, acompanhado de um ressentimento contra a mãe 
que não a dotou disso. 
Nessa fase, acontece também o Complexo de Édipo, que recebeu este nome, tendo 
como referência a lenda grega, a qual relata que Édipo matou involuntariamente o seu 
pai, casando-se com a mãe. Nesse estágio a criança sente certa rejeição pelo progenitor 
do mesmo sexo, na qual vê como um rival. Posteriormente irão identificar-se com o 
progenitor do mesmo sexo para conquistar o sexo oposto. 
As figuras paternas e maternas necessitam de que seus papéis sejam determinados 
e seguros, pois, caso contrário, os filhos poderão desprezar suas figuras. Com o término 
desses três importantes estágios, a criança ingressa num outro período que Freud 
denominou de latência : 
3-8-4 Fase de latência (7 a 12 anos) 
Fonte: http://matizesfeministas.blogspot.com.br/2011/08/clube-do-bolinha.html-acesso maio de 2014 
No período da latência ocorre o declínio do complexo de Édipo e sua resolução. O 
superego assume a herança do complexo edipiano, que representa a moral que proíbe o 
incesto, e expressa uma vitória da espécie sobre o indivíduo. A criança também começa a 
escolarização durante este período, e as novas atividades absorvem suas energias quase 
que totalmente. Nesta fase, a interação com outras crianças é quase exclusivamente com 
membros do mesmo sexo. 
3-8-5 Fase genital (12 anos até a idade adulta) 
A ligação sexual é mais madura. Algumas pessoas que não foram bem sucedidas na 
resolução da crise edipiana podem ter identificações confusas que alteram sua habilidade 
de enfrentar o reaparecimento das energias sexuais durante a adolescência. Outras não 
tiveram um estágio oral satisfatório e assim não têm muito claros os alicerces de um 
relacionamento amoroso. Tudo isso poderá interferir na completa resolução dos conflitos 
da puberdade. 
 
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4- DESENVOLVIMENTO COGNITIVO 
 
"Conhecer não é contemplar passivamente, mas agir sobre coisa e acontecimentos, 
construindo-os e reconstituindo-se em pensamento". Jean Piaget (1896 -1980) 
O biólogo suíço, Jean Piaget foi, sem dúvida alguma, um dos grandes gênios do 
nosso tempo. Escreveu mais de cinquenta livros e monografias, tendo publicado centenas 
de artigos. Sua preocupação mais forte foi com o sujeito epistêmico, isto é, o sujeito que 
protagoniza o papel central do modelo piagetiano,pois a grande preocupação da teoria é 
desvendar os mecanismos processuais do pensamento do homem 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Piaget deu grande ênfase ao processo de interação indivíduo - ambiente, procurando 
entender os mecanismos mentais que o indivíduo utiliza para captar o mundo. Esse 
processo de relação com meio depende do conhecimento. 
Investigou cientificamente, por mais de quarenta anos, como se dá o conhecimento 
realizando pesquisas com crianças, principalmente suas filhas, e usando a observação 
direta, sistemática e cuidadosa. 
Sua teoria explica que o desenvolvimento cognitivo é o progresso gradativo da 
habilidade dos seres humanos, no sentido de obterem conhecimento e de aperfeiçoarem-
se intelectualmente. 
Jean Piaget afirma que a inteligência não é inata nem adquirida, mas é o resultado 
da construção do sujeito. Ao nascer, a criança encontra-se num estado de 
indiscriminação entre si e o mundo externo, construindo então os níveis do 
desenvolvimento cognitivo. 
Para Piaget, todo organismo vivo procura manter um estado de equilíbrio ou de 
adaptação, procurando compreender as relações que ele estabelece com o meio. Nesse 
processo dinâmico e constante, vão surgindo novas estruturas, novas formas de 
conhecimento que podem causar um desequilíbrio, mas as funções do desenvolvimento 
Ao final do capítulo sobre o desenvolvimento cognitivo você deverá ser capaz de : 
· Avaliar a contribuição facilitadora de Piaget, relativas ao nosso conhecimento sobre 
os alunos e suas aprendizagens 
§ Reconhecer nas ideias de Piaget os princípios de equilibração- acomodação e 
assimilação 
§ Descrever características dos diferentes estágios do desenvolvimento cognitivo 
apresentados pelo autor 
§ Identificar as ideias piagetianas para conhecimento restrito e conhecimento amplo 
 
 
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permanecem as mesmas. 
Para alcançar um novo estado de equilíbrio, dois mecanismos são associados: a 
assimilação e a acomodação. 
Através da assimilação incorporamos o mundo exterior, atribuímos significações a 
partir de experiências anteriores, e, pela acomodação, o organismo precisa se modificar e 
se transformar para se ajustar às demandas impostas pelo meio. 
Os processos de assimilação e acomodação, ocorrendo durante anos, irão 
transformar as estruturas primitivas em estruturas mais sofisticadas. 
A natureza e a caracterização da inteligência mudam significativamente com o 
passar do tempo, portanto Piaget definiu alguns estágios para o desenvolvimento mental 
ou cognitivo, variando a idade para o aparecimento de cada um. 
4-1 Estágio da Inteligência sensório-motora 
 
A criança, desde o nascimento até mais ou menos 
dois anos de idade, resolve seus problemas 
exclusivamente através da percepção e dos movimentos; 
percebe o ambiente e age sobre ele. Para Piaget a 
estimulação visual, tátil e auditiva é fundamental no 
desenvolvimento do bebê (uso de chocalhos, móbiles, 
variedade na manipulação de objetos, várias 
possibilidades de se movimentar, etc.). Ainda no primeiro 
mês de idade, o bebê passa a maior parte do tempo 
dormindo, só acorda quando está com fome, molhado ou 
incomodado com alguma coisa, encontra-se num estado 
egocêntrico. Os esquemas sensório-motores são 
construídos a partir de reflexos inatos, como o de sucção 
e o de agarrar, depois é que a criança passa a coordenar 
esses reflexos, ou seja, ele melhora com suas 
experiências. 
 
 
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Por exemplo, um bebê suga melhor no décimo dia do 
que no terceiro dia. Já com quatro meses, a criança olha 
para aquilo que ouve, tenta alcançar objetos, agarra-os e 
coloca-os na boca. Aos seis meses o bebê adquire um 
conceito importante para o desenvolvimento mental, 
chamado objeto permanente, ou seja, ela passa a 
entender que um objeto, mesmo escondido, existe, 
embora ela não possa vê-lo. A criança sabe que o 
desaparecimento é apenas temporário. Exemplo: brincar 
de esconde-esconde, uma pessoa aparece e desaparece. 
A criança já pode manter em sua mente a figura do objeto 
desaparecido, é quase que como o início da memória 
elementar. 
Depois de um ano de idade, a criança já procura 
meios para atingir aquilo que deseja e, por volta de dois 
anos, ela já evolui de uma atitude passiva em relação a 
tudo que a rodeia para uma atitude mais ativa e 
participativa. 
4- 2- Estágio da Inteligência intuitiva ou pré-operatório 
Nesse estágio, que vai dos dois aos sete anos, aparece o desenvolvimento da 
capacidade simbólica, ou seja, ela já usa símbolos mentais, imagens ou palavras, que 
representam coisas e pessoas ausentes. O sujeito passa a ter um pensamento intuitivo, 
ou seja, fazem julgamentos sem usar a lógica. As comparações mentais precisam ser 
vistas, tocadas, mostradas. O sujeito confunde o seu pensamento com o do sujeito com 
quem conversa. 
Um dos acontecimentos mais importantes nesta fase é o aparecimento da linguagem 
e, em virtude dela, o desenvolvimento do pensamento se acelera. 
 
 
 
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 Piaget evidenciou algumas características do pensamento infantil neste estágio: 
• Egocentrismo: revela a incapacidade de a 
criança se colocar no ponto de vista do outro. 
O centro de tudo é o próprio sujeito. Um 
exemplo de pensamento egocêntrico é quando 
a criança faz uso do jogo da imaginação e da 
imitação (jogo simbólico), brinca de carrinho, 
casinha e comidinha; aqui, neste estágio, a 
criança transforma sua vida real em ficção, 
prevalecendo aquilo que deseja. 
• Pensamento verbal: é a fase do pensamento em que a criança deixa o 
pensamento egocêntrico e passa a procurar a razão causal e finalista de 
tudo. Nesse momento o pensamento infantil apresenta três 
características: 
a) Finalismo: é a famosa fase dos porquês, a criança precisa e quer saber o 
porquê das coisas, para ela, não existe o acaso, e tudo deve ter uma causa. 
b) Animismo: a criança dá vida aos objetos inanimados, e acredita que esses são 
capazes de sentir, andar, etc. Exemplo: A Lua está triste. 
c) Artificialismo: a criança acredita que ela ou qualquer ser humano criou tudo 
que existe no mundo. Exemplo: o homem fez as estrelas e as colocou no céu.. 
· Pensamento intuitivo: a criança pensa da forma como ela vê, ela afirma 
aquilo que percebe, sem conseguir reverter uma situação.Seu pensamento 
apresenta traços característicos. 
a) Centralização: conservação de massa/quantidade. A criança é capaz de 
perceber os diferentes aspectos de um objeto, ou de um conhecimento, usa 
mais a intuição do que a lógica. Exemplo: se mostrarmos para a criança duas 
massas de modelar com a mesma quantidade de massa, porém com formas 
diferentes, ela vai achar que tem mais massa aquela que para ela aparenta 
formato maior. 
b) Dicotomia: as crianças na fase pré-operatória conseguem usar critérios 
definidos para executar a classificação agrupando os objetos por acaso. Para 
essa criança objetos de formas, tamanhos e cores se misturam. A partir dos 
cinco anos elas já conseguem agrupar objetos identificando tamanho, forma ou 
 
 
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cor. 
c) Inclusão de classe: a criança neste estágio não consegue entender que um 
objeto pode pertencer ao mesmo tempo a duas classes. 
d) Seriação: a criança pequena é incapaz de perceber as diferenças de tamanho 
fazendo ordenações causais. 
 
4-3 Estágio Operatório Concreto 
 
Essas características do pensamento infantil aparecem dos sete aos onze, doze 
anos, quando o sujeito pensa vendo, fazendo, olhando. O sujeito pensa no que faz. Pensa 
fazendo e faz pensando. A criança usa sua lógica quando manipula objetos concretos, e 
em situações reais, e não consegue pensar em termos abstratos. Dandoum exemplo: um 
problema de matemática, com enunciado verbal, torna-se muito difícil porque ela só se 
sente capaz de resolver situações-problemas através da manipulação dos objetos. Neste 
estágio as crianças já estão mais preparadas para começar um processo de 
aprendizagem sistemático, já são capazes de trabalhar em grupo e adquirirem autonomia. 
Ainda neste período a criança começa a entender noções de maior, menor, esquerda e 
direita. 
Seu pensamento está se tornando mais lógico e estável, mas ela ainda não é capaz 
de lidar com ideias abstratas. O uso de representações mentais de eventos e coisas já 
permite que a criança torne-se capaz de classificar, seriar, entender os princípios de 
conservação. A criança já descentraliza, ou seja, é capaz de levar em conta todos os 
aspectos de uma situação e compreende a característica reversível da maioria das 
operações. 
O egocentrismo diminui e a criança começa perceber que é um ser distinto e 
separado do resto do universo. Já é capaz de se colocar no lugar de outra pessoa e 
efetuar julgamentos morais. Os conceitos de realismo, animismo, e artificialismo já 
começaram a ser descartados de seu pensamento. 
É importante que o professor do Ensino Fundamental tenha consciência das 
capacidades que as crianças desta faixa etária apresentam; sempre voltadas para o 
desenvolvimento das operações concretas as crianças necessitam trabalhar, com tudo 
que possa ser visto e manipulado. Conceitos abstratos só têm validade se forem 
vivenciados na prática, ou seja, de nada adianta dar definições muito teóricas. 
 
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Vamos ver como acontece a evolução da criança em relação à conservação(relativo 
ao pensamento intuitivo) que talvez seja o trabalho mais conhecido de Piaget. A 
capacidade que uma criança tem de conservar está presente quando ela já consegue 
reconhecer que duas quantidades iguais, de substância, volume ou peso, permanecem 
iguais, mesmo que essas quantidades sejam transformadas. 
Que tal realizar uma pesquisa? 
Para percebermos o nível de pensamento da criança, podemos aplicar as provas 
piagetianas, considerando sempre o ponto de vista infantil. 
Desenvolva uma pesquisa com duas crianças na faixa etária de 4/5 anos e outra de 8/9 
anos, realizando a prova piagetiana de conservação de massa. 
Conservação de massa 
Primeiro momento 
- mostrar a caixa de massa de modelar nova; 
- pedir a criança que escolha duas cores; 
- pedir a criança que faça uma bola de cada cor escolhida. Perguntar 
à criança: 
- Você acha que nas duas bolinhas tem a mesma quantidade de massa? Ou alguma tem 
mais, alguma tem menos? 
(seja qual for a resposta da criança, devemos perguntar: por quê?) 
Nesse momento a criança deve ter a certeza de que nas duas bolinhas existe a mesma 
quantidade de massa, só assim poderemos seguir a prova. 
Segundo momento 
Agora, eu gostaria que você escolhesse uma cor para você. A criança escolhe uma cor e o 
examinador fica com a outra. 
Veja o que eu vou fazer com a minha bolinha.(O examinador estica sua bolinha, fazendo 
uma salsicha). 
Você acha que agora nós continuamos com a mesma quantidade? Ou alguém tem mais, 
alguém tem menos? 
(A criança responde). 
Perguntamos sempre, por quê? 
(Nesse momento ela vai responder conforme sua estrutura cognitiva permitir). 
Sempre voltamos a fazer a bolinha inicial e perguntamos novamente. 
Terceiro momento 
Amassar a bolinha em forma de uma pizza. Perguntar 
novamente a criança: 
- Você acha que agora nós continuamos com a mesma quantidade de massa? Ou 
alguém tem mais, alguém tem menos? Por quê? (Volta a fazer a bola inicial) 
Quarto momento 
Fazer umas quatro ou cinco bolinhas 
- E agora, você acha que nós continuamos com a mesma quantidade de massa? 
Ou alguém tem mais, alguém tem menos? Por quê? 
 
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4-4 Estágio das Operações Formais 
 
Após os doze anos, o pensamento que antes era concreto, agora passa a ser formal, 
abstraio. O adolescente já não precisa manipular objetos, tira suas conclusões através de 
hipóteses (pensamento hipotético - dedutivo) e imagina possibilidades, isto é, ele se torna 
capaz de tirar conclusões a partir de hipóteses. 
Se X é maior que J, e J é maior que Z, então X é maior que Z. 
No período anterior, seu pensamento operava apenas no concreto, agora 
desenvolve a capacidade para pensar abstratamente. isso permite que os jovens usem de 
flexibilidade nos problemas, pensem sobre hipóteses, testem e deduzam se ela é ou não 
verdadeira, ou seja, o adolescente já é capaz de raciocínio hipotético-dedutivo. 
À medida que esse adolescente foi crescendo, suas estruturas neurológicas também 
foram se desenvolvendo, seu ambiente social se ampliou e as oportunidades que ele teve 
de experimentação deixaram impressões sobre ele. As interações desses fatores 
possibilitaram que suas estruturas cognitivas amadurecessem. 
Ginsburg e Opper (1969) fazem um resumo dos pensamentos de Piaget no que se 
refere à atividade intelectual do adolescente. 
Na esfera intelectual, o adolescente tem uma tendência a envolver-se 
com questões abstratas e teóricas. Constrói elaboradas teorias 
políticas ou inventa doutrinas filosóficas complexas. Pode 
desenvolver plano para a reorganização completa da sociedade ou 
entregar-se à especulação metafísica. Acabando de descobrir 
capacidades para pensamento abstraio, ele passa a exercitá-las sem 
restrição. Com efeito, no processo de explorar suas novas 
capacidades, algumas vezes o adolescente perde contato com a 
realidade e julga que pode realizar tudo apenas pelo 
pensamento.(p.204-205) 
 
A estruturação da personalidade do adolescente é um período em que o jovem tem a 
necessidade de buscar sua identidade. É a fase em que se pergunta "Quem sou Eu?" Ele 
necessita desenvolver seus próprios valores, precisa ser amado e respeitado por outros 
jovens da mesma idade que a sua, tem a necessidade de descobrir o que pode fazer. De 
acordo com sua capacidade mental, encontra condições de construir uma realidade, 
elaborar projetos e colocá-los em ação, podendo trabalhar na realização destes 
 
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programas ou projetos de vida. 
Inhelder e Piaget (1976, p. 256) deixam clara a influência em relação aos projetos de 
vida. 
...Tem uma influência real no desenvolvimento ulterior do indivíduo e 
pode ocorrer que encontremos em seus papéis de adolescente o 
esboço de ideias que efetivamente desenvolverá mais tarde. Mas em 
muitos outros casos, os projetos da adolescência parecem mais uma 
espécie de jogo superior com funções de compreensão, da 
participação em ambientes realmente inacessíveis, etc. Assim, o 
adolescente aceita orientações que o satisfazem certo tempo e são, 
em seguida, abandonadas. 
Esses projetos de vida, indispensáveis para a estruturação de uma personalidade, 
podem ser abandonados a partir do momento em que ele percebe que seu desempenho 
não condiz com aquilo que seja necessário para a construção desses projetos. Daí a 
necessidade de intervenção dos adultos, entre eles pais e professores, em tornar o 
adolescente mais realista, apesar de o fato de sonhar ser um comportamento necessário. 
Na vida social do adolescente, ele prefere o convívio dos amigos ao da sua família; é 
muito sensível às demonstrações de amizade, solidariedade e de simpatia, busca a 
aprovação e luta para integrar-se num grupo social, aí seu interesse em participar de 
sociedades políticas, esportivas, etc. 
Num primeiro momento, o adolescente, em contato com amigos da mesma idade, 
discute as reformas sociais e só mais tarde é que passa a conviver com movimentos 
coletivos para a construção de um mundo melhor, busca uma realização pessoal e 
através do estudo e do trabalho adapta-se à sociedade. O fato

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