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CADERNO MEIO AMBIENTE

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MEIO AMBIENTE
Princípio do Desenvolvimento Sustentável; Exige maior responsabilidade social quanto à gestão social e ambiental no dia a dia de indivíduos e empresas, o comprometimento com esses princípios sustentáveis constitui uma mudança significativa no nosso estado sustentável, progredindo rumo ao absoluto desenvolvimento. As pessoas tem que se conscientizar a cada dia da responsabilidade de cuidar e preservar com respeito e muito zelo o meio ambiente onde vivemos, para que no futuro próximo venhamos ter um desenvolvimento sustentável e equilibrado no nosso meio.
Princípio do Poluidor–Pagador e Princípio do Usuário–Pagador  (diferenciar)
Princípio do Poluidor–Pagador – obriga a pessoa física ou jurídica o dever de prevenir a ocorrência de danos ambientais como o de reparar integralmente eventuais danos que causar com sua conduta . Tem que reparar os prejuízos por meio de pagamento dos custos para a preservação do meio ambiente. Obs.: No Inciso VII do art. 4º da Lei 6938/91 - à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados e, ao usuário, da contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos. 
Princípio do Usuário–Pagador  - Indivíduo ou empresa que usam recursos naturais devem pagar por tal utilização.
Princípio da Prevenção e Princípio da Precaução (diferenciar) 
Princípio da Prevenção - baseia-se na prevenção, onde os recursos naturais não podem ser deteriorados, utiliza a conscientização como forma de prevenção. Certeza científica sobre o dano ambiental. A obra será realizada e serão tomadas medidas que evitem ou reduzam os danos previstos. 
Princípio da Precaução - destina-se às atividades cujos danos são conhecidos e previsíveis, gerando para a Administração Pública o dever de exigir do responsável pela atividade a adoção de medidas acautelatórias que eliminem ou minimizem os danos. Incerteza científica sobre o dano ambiental. A obra não será realizada (in dúbio pro meio ambiente ou in dúbio contra projectum).
Princípio do Equilíbrio e Princípio do Limite  (diferenciar)
Princípio do Equilíbrio – Deve-se realizar um balanço entre as diferentes repercussões do projeto a ser implantado, isto é, devem ser analisadas as conseqüências econômicas, ambientais e sociais. Faz-se necessário um maior cuidado por parte dos aplicadores da política e Direito ambientais, que devem levar em consideração todas os efeitos decorrentes da dita medida ostentada. 
Princípio do Limite - A Administração Pública irá limitar a quantidade de resíduos eliminados no meio ambiente, a fim de que aqueles não causem prejuízos à este e nem tampouco à saúde humana e tem a obrigação de fixar padrões máximos de emissões de materiais poluentes, de ruído, enfim, de tudo aquilo que possa implicar prejuízos aos recursos ambientais e à saúde humana. A violação dos limites fixados deve ser sancionada. É a partir desses limites que a administração poderá impor coercitivamente as medidas necessárias para que se evite, ou pelo menos reduz, a poluição e a degradação. Os padrões são fixados de forma, em tese, a resguardar a qualidade ambiental. (Inciso V, §1º, do art.225, da Lei Maior: V – controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente). 
SLIDE DIREITO AMBIENTAL
SUMÁRIO:
1.Introdução.
2.Contexto histórico e a Preocupação mundial com a questão ambiental.
3.O Brasil e a questão ambiental.
4.Ecologia e meio ambiente.
5.Direito Ambiental
1.INTRODUÇÃO
Revolução Industrial: Inglaterra no século XVIII.
Economia capitalista.
Industrialização
Consumo X Consumismo
2.CONTEXTO HISTÓRICO E A PREOCUPAÇÃO MUNDIAL COM A QUESTÃO AMBIENTAL
Conferência Global das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano. Estocolmo. 1972.
Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). 
Relatório Brundtland (Nosso Futuro Comum). Gro Harlem Brundtland presidiu a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento. Surgiu o 1°conceito sobre desenvolvimento sustentável (1987). 
 “O desenvolvimento que encontra as necessidades atuais sem comprometer a habilidade das futuras gerações de atender suas próprias necessidades.”
Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD). Rio-92, Eco-92 ou Cúpula da Terra.
 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: Modelo econômico menos voltado para o consumo, mais focado no equilíbrio ecológico e nas necessidades ambientais 
Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, denominada Rio+20.
 Renovou o compromisso com o desenvolvimento sustentável, focou na economia verde e na erradicação da pobreza. 
3. O BRASIL E A QUESTÃO AMBIENTAL.
APÓS A PROMULGAÇÃO DO CÓDIGO CIVIL DE 1916, INICIA-SE O IMPLEMENTO DE NORMAS COM O FIM DE TUTELAR O MEIO AMBIENTE, SÃO ELAS: 
Decreto n. 23.793, de 1934, pretérito Código Florestal; 
Decreto n. 24.643, de 1934, que institui o Código das Águas; 
Decreto-lei n. 25, de 1937, que organiza a proteção do patrimônio histórico e artístico nacional; 
Decreto lei n. 794, de 1938, Código da Pesca; 
Decreto-lei n. 1.985, de 1940, Código de Minas; 
NA DÉCADA DE 1960 DO SÉCULO XX, COM OS MOVIMENTOS ECOLÓGICOS, SÃO SANCIONADAS AS SEGUINTES NORMAS: 
Lei n. 4.504, de 1964, Estatuto da Terra; Lei n. 4.771, de 1965, Código Florestal; Lei n. 5.197, de 1967, Proteção à Fauna; Decreto-lei n. 221, de 1967, Código da Pesca; Decreto-lei n. 227, de 1967, Código da Mineração; Decreto-lei n. 303, de 1967, criação do Conselho Nacional de Controle de Poluição Ambiental; Lei n. 5.318, de 1967, Política Nacional de Saneamento.
APÓS CONFERÊNCIA DE ESTOCOLOMO:
- Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), Lei n. 6.938/81.
- Ação Civil Pública, Lei n. 7.347/84.
Constituição da República Federativa do Brasil (CRFB), 1988
- Artigo 225 e seus parágrafos.
4. ECOLOGIA E MEIO AMBIENTE
- O termo ecologia é datado de 1866 da obra, Morfologia geral dos seres vivos, do biólogo e médico alemão Ernst Heinrich Haeckel.
- A expressão meio ambiente (milieu ambiant) foi empregada pela primeira vez, em 1835, por Geoffroy de Saint-Hilaire, naturalista francês, em seu livro Études progressives d’um naturaliste. 
CONCEITO JURÍDICO MEIO AMBIENTE: 
PERSPECTIVA ESTRITA: tudo o que não for recurso natural, trata-se do solo, ar, água, fauna e flora 
PERSPECTIVA AMPLA: o meio ambiente abrange toda a natureza seja ela natural ou artificial (humana), formado pelas edificações, alterações produzidas pelo homem, assim como os bens culturais.
MEIO AMBIENTE: PNMA, Lei 6.938/81, artigo 3°, inciso I:
Artigo 3°. Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por: 
I-meio ambiente, o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas.
Meio ambiente: Transindividual e difuso (art 81, inciso I, Lei n. 8.078/90. 
Art.81. [...]
Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar de:
I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato.
- Meio Ambiente: Direito de Terceira Geração.
- Trata-se de matéria interdisciplinar: Há ligação com os outros ramos do saber como a biologia, geografia, antropologia, sociologia, dentre outros.
CORRENTES AMBIENTALISTAS: Culto ao Silvestre, Evangelho de Ecoeficiência e Ecologismo dos Pobres. 
CULTO AO SILVESTRE: defende da natureza intocada, em manter as reservas naturais livres da interferência humana.
EVANGELHO DA ECOEFICIÊNCIA: Defende o crescimento econômico, mas conjugado com o desenvolvimento sustentável, à modernização ecológica e à utilização adequada e ordenada dos recursos naturais.
ECOLOGISMO DOS POBRES: É fundada na preocupação com a justiça social entre os homens e no interesse material do ambiente como fonte de condição para a subsistência.
5. DIREITO AMBIENTAL
Direito Ambiental: surgiu da necessidade de criar normas jurídicas de proteção e preservação do meio ambiente e dos recursos naturais para as presentes e futuras gerações.
- economia capitalista e globalizada: consumidores e fornecedores tevem ter o devido respeito ao meio ambiente e obedecer as normas constitucionais ambientais;
- objetiva garantir um meio ambiente equilibrado;
Segundo Paulo de Bessa Antunes (2011) o Direito Ambiental “[...] é o ramo do direito positivo que regula as relações entre os indivíduos, os governos e as empresas com o meio ambiente [...]”.
DIREITO AMBIENTAL 
INTRODUÇÃO
Nesta aula analisaremos a origem da preocupação mundial com a questão ambiental. A conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) que ocorreu em 1972, na cidade de Estocolmo, e posteriormente nos encontros de 1992 e 2012, ambos realizados na cidade do Rio de Janeiro, discutiram o tema e a necessidade global em proteger e preservar o meio ambiente.
Antes da utilização do termo meio ambiente quando se referia à proteção da natureza utilizava-se a palavra ecologia. O homem dentro do seu anseio de gerar riqueza colocou à margem o meio ambiente, que é um bem finito e que vem sofrendo diante da economia capitalista que estimula a exacerbada industrialização e consumismo.
Neste contexto, o Direito Ambiental vem disciplinar a relação do homem com o meio ambiente com o fim de gerar mecanismos de proteção e preservação do mesmo. 
OBJETIVOS
Analisar o contexto histórico do Direito Ambiental, compreendendo a preocupação mundial com a questão ambiental e relacionando o Brasil dentro desta análise;
Examinar o conceito de Ecologia e meio ambiente;
Identificar a importância do estudo do Direito Ambiental.
CRÉDITOS
Aderbal Torres = Redator
Nathália Rangel = Designer Instrucional
João Paulo Gonçalves = Web Designer
Rostan Luiz = Programador
CONTEXTO HISTÓRICO E A PREOCUPAÇÃO MUNDIAL COM A QUESTÃO AMBIENTAL
Tomaremos como base para o estudo desta aula, a Revolução Industrial que se iniciou no século XVIII, na Inglaterra.
Naquela época, sem que houvesse a consciência da sociedade de que o processo de industrialização poluía a natureza, esta já vinha sofrendo com sua degradação.
Os recursos naturais, que são finitos, são utilizados como matéria-prima neste processo de industrialização. Infelizmente, a retirada pelo homem desses recursos é superior à capacidade da natureza de repô-los.
Com o crescimento da preocupação mundial com o uso saudável e sustentável do planeta e de seus recursos naturais, em 05 de junho de 1972, na cidade de Estocolmo, capital da Suécia, a Organização das Nações Unidas (ONU), realizou a primeira Conferência Global das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano.
Após a Segunda Guerra Mundial, que durou de 1939 a 1945, a era nuclear fez surgir temores de um novo tipo de poluição por radiação.
Em 1983, o Secretário-Geral da ONU convidou Gro Harlem Brundtland, ex-primeira Ministra da Noruega, para estabelecer e presidir a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento.
Esta comissão tinha por objetivos:
Reexaminar as questões críticas relativas ao meio ambiente e reformular propostas realísticas para abordá-las;
Propor novas formas de cooperação internacional com o fim de orientar as políticas e ações necessárias a uma maior compreensão dos problemas ambientais existentes, auxiliando os países e os incentivando a uma atuação mais firme.
Em abril de 1987, estava pronto oRelatório Brundtland, com o título de Nosso Futuro Comum, em que a Comissão Mundial recomendou a criação de uma nova declaração universal sobre a proteção ambiental e o desenvolvimento sustentável.
Passados quase cinco anos do documento intitulado Nosso Futuro Comum, em junho de 1992, na cidade do Rio de Janeiro, houve a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), conhecida como Rio-92, Eco-92 ou Cúpula da Terra.
Nessa Conferência firmaram-se acordos internacionais como a Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, que estabeleceu 27 princípios, e a Agenda 21 que adotou como meta, a ser respeitada por todos os países signatários, o desenvolvimento sustentável.
Vinte anos após a Rio-92, precisamente em junho de 2012, entre os dias 13 a 22 de junho, ocorreu, também na cidade do Rio de Janeiro, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, conhecida como Rio+20.
O encontro reuniu 188 países e renovou o compromisso com o desenvolvimento sustentável, prometendo promover um futuro econômico, social e ambientalmente sustentável para o nosso planeta e para as gerações do presente e do futuro, focou na economia verde e na erradicação da pobreza.
O TEXTO FINAL DESSA CONFERÊNCIA FOI DENOMINADO: 
O futuro que queremos.
O documento, entre outras iniciativas: Estabeleceu a criação de um fórum político para o desenvolvimento sustentável dentro das Nações Unidas; Reafirmou que os países ricos devem investir mais no desenvolvimento sustentável por terem degradado mais o meio ambiente durante séculos; Aprovou o fortalecimento do Programa das Nações Unidas sobre Meio Ambiente (PNUMA); A constituição de um mecanismo jurídico dentro da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (UNCLOS), que estabelece regras para conservação e uso sustentável dos oceanos, a erradicação da pobreza como o maior desafio global do planeta. 
O BRASIL E A QUESTÃO AMBIENTAL 
DESDE O INÍCIO DO SÉCULO XX, O BRASIL EDITOU NORMAS TUTELANDO O MEIO AMBIENTE E AS PRINCIPAIS SÃO: 
Decreto n. 23.793, de 1934, Código Florestal; Decreto n. 24.643, de 1934, que institui o Código das Águas; Decreto-lei n. 25, de 1937, que organiza a proteção do patrimônio histórico e artísticonacional; Decreto lei n. 794, de 1938, Código da Pesca; Decreto-lei n. 1.985, de 1940, Código de Minas. 
NA DÉCADA DE 1960 DO SÉCULO XX, COM OS MOVIMENTOS ECOLÓGICOS, SÃO SANCIONADAS AS SEGUINTES NORMAS: 
Lei n. 4.504, de 1964, Estatuto da Terra; Lei n. 4.771, de 1965, Código Florestal; Lei n. 5.197, de 1967, Proteção à Fauna; Decreto-lei n. 221, de 1967, Código da Pesca; Decreto-lei n. 227, de 1967, Código da Mineração; Decreto-lei n. 303, de 1967, criação do Conselho Nacional de Controle de Poluição Ambiental; Lei n. 5.318, de 1967, Política Nacional de Saneamento.
Somente a partir da década de 1980 é que a legislação ambiental passou a desenvolver-se com maior consistência e celeridade, pois, antes não havia a percepção da importância em preservar o meio ambiente.
Nesse sentido, em 31 de agosto de1981, o Brasil sancionou a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), primeira grande norma nacional a consagrar a questão ambiental.
A Política Nacional do Meio Ambiente instituiu princípios, diretrizes e instrumentos em prol da preservação ambiental, assim como o Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) e o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA).
Somente com a Constituição da República Federativa do Brasil (CRFB), sancionada em outubro de 1988, é que o meio ambiente ganhou status constitucional, com a edição de um capítulo próprio disposto no artigo 225 e seus parágrafos.
ECOLOGIA E MEIO AMBIENTE
Você conhece a origem do termo Ecologia?
A palavra ecologia foi datada em 1866, e é fruto da obra  Morfologia geral dos seres vivos, do biólogo e médico alemão Ernst Heinrich Haeckel. O termo ecologia era utilizado no passado quando se queria se referir à natureza e aos recursos naturais, sem o contexto de proteção e preservação que vem vinculado ao “meio ambiente”.
Segundo Milaré (2014), Ecologia:
É a ciência que estuda as relações dos seres vivos entre si e com o seu meio físico. Este, por sua vez, e no contexto da definição, deve ser entendido como o cenário natural em que esses seres se desenvolvem. Por meio físico entendem se notadamente seus elementos abióticos, como o solo relevo recursos hídricos, ar e clima, que dão suporte a vida.
A Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), Lei 6.938/81, em seu artigo 3°, inciso, I, veio a conceituar meio ambiente.
Dispõe o artigo:
Artigo 3°. Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por:
I. meio ambiente, o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas.
Resolução CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente n° 306/02:
“Meio Ambiente é o conjunto de condições, leis, influencia e interações de ordem física, química, biológica, social, cultural e urbanística, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”.
CARACTERÍSTICAS DO MEIO AMBIENTE
CORRENTES AMBIENTALISTAS
O estudo do meio ambiente deve ser analisado de forma interdisciplinar, pois há ligação com os outros ramos do saber como a biologia, geografia, antropologia, sociologia, entre outros.
No estudo do meio ambiente temos três Correntes Ambientalistas, são elas::
ECOLOGISMO DOS POBRES
É fundada na preocupação com a justiça social entre os homens e no interesse material
 
do ambiente como fonte de condição para a subsistência. Destaca os efeitos nocivos do desenvolvimento econômico sobre o ambiente principalmente no uso de matérias primas e nas zonas de descartes de resíduos.
EVANGELHO DA ECOEFICIÊNCIA
Esta corrente defende o crescimento econômico, mas conjugado com o desenvolvimento sustentável, à modernização ecológica e à utilização adequada e ordenada dos recursos naturais
. 
 
CULTO AO SILVESTRE
Esta corrente consiste na defesa da natureza intocada, em manter as reservas naturais livres da interferência humana, no amor às paisagens (bosques, florestas, rios e outros), sem vinculá-las a interesses materiais e sem se contrapor diretamente ao crescimento econômico, pois objetiva preservar e manter o que resta da natureza original fora da influência do mercado. É representada por biólogos conservacionistas e organizações não governamentais.
DIREITO AMBIENTAL - O Direito Ambiental surgiu da necessidade de criar normas jurídicas de proteção e preservação do meio ambiente e seus recursos naturais para as presentes e futuras gerações do planeta.
É um Direito que tem como objetivo restaurar, conservar e preservar o bem ambiental, e para tanto, é: 
Preventivo (esfera administrativa); Reparador (esfera civil); Repressivo (esfera penal). 
Doutrinariamente, existem diferentes conceituações sobre Direito Ambiental, em que cada autor aborda aspectos, diferentes ou semelhantes, de forma mais detalhada ou mais objetiva, sobre os conteúdos.
PARA PAULO DE BESSA ANTUNES (2011), o Direito Ambiental: “[...] é o ramo do direito positivo que regula as relações entre os indivíduos, os governos e as empresas com o meio ambiente [...]”.
INTRODUÇÃO
Nesta aula analisaremos os princípios norteadores do Direito Ambiental.
Para tanto, iniciaremos o conteúdo esclarecendo a importância dos princípios para o estudo do Direito, principalmente para o Direito Ambiental.
Após esta análise preliminar verificaremos cada um dos princípios norteadores da disciplina para, ao final, fazer um estudo dos princípios ambientais que se enquadram no contexto da Constituição Federal de 1988.
PRINCÍPIOS NORTEADORES DO DIREITO AMBIENTAL
Você conhece a origem do termo princípio?
Ele vem do latim principium e significa a ideia de começo, início, origem, ponto de partida, ou, ainda, a ideia de verdade primeira, que serve de fundamento ou de base para algo. Etimologicamente, princípio origina-se de principal, primeiro, demonstrando origem de algo, de uma ação ou de um conhecimento.
No Direito, os princípios são vetores, considerados os mandamentos, o alicerce de determinado sistema jurídico, influenciando todas as normas que o compõem, criando um sentido lógico, harmônico, racional e coerente. Deles se extraem as diretrizes básicas que permitem compreender a forma pela qual a proteção do meio ambiente é vista na sociedade.
NA CONCEITUAÇÃO DE CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELO: “é o mandamento nuclear de um sistema, verdadeiro alicerce dele”. Constituem, as proposições primárias do direito, estão vinculados àqueles valores fundamentais de uma sociedade.
PARA LUIS CLÁUDIO MARTINS DE ARAÚJO: “princípios são normas jurídicas impositivas que traduzem os valores ou os conceitos básicos materiais da sociedade, superada a concepção que via nos Princípios simples diretivas teóricas”.
PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTALPor ser uma ciência autônoma, o Direito Ambiental é fundamentado por princípios próprios que regulam seus objetivos e diretrizes e que auxiliam no entendimento e na identificação da unidade e coerência existentes entre todas as normas jurídicas que compõem o sistema legislativo ambiental.  
DE ACORDO COM ROMEU THOMÉ: “o direito ambiental, ciência dotada de autonomia científica, apesar de apresentar caráter interdisciplinar, obedece a princípios específicos, pois de outra forma, dificilmente se obteria a proteção eficaz pretendida sobre meio ambiente. Nesse sentido, seus princípios caracterizadores tem, como escopo fundamental, orientar o desenvolvimento e a aplicação de políticas públicas que servem como instrumento fundamental de proteção ao meio ambiente, conseqüentemente, à vida humana”.
Pelos princípios, se extraem as diretrizes básicas que permitem compreender a maneira pela qual a proteção do meio ambiente é vista na sociedade.
MARCELO ABELHA RODRIGUES esclarece que os princípios encontram-se enraizados na Constituição Federal, e deles decorrem outros que lhe são derivados, mas não são expressos pelo legislador, por isso, a enumeração dos princípios do Direito Ambiental não é uniforme na doutrina.
PRINCIPAIS PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL
1-Princípio do meio ambiente ecologicamente equilibrado como direito fundamental da pessoa humana;
 2-Princípio do Desenvolvimento sustentável;
 3-Princípio da Ubiquidade ou Princípio da Cooperação;
 4-Princípio da Participação ou Democrático;
 5-Princípio da Educação Ambiental;
 6-Princípio do Poluidor–Pagador;
 7-Princípio da Prevenção;
 8-Princípio da Precaução;
 9-Princípio da Precaução;
 10-Princípio do Usuário–Pagador;
 11-Princípio da Responsabilidade ou da Responsabilização;
 12-Princípio da Obrigatoriedade da Intervenção Estatal na Defesa do Meio Ambiente;
 13-Princípio do Equilíbrio Resultado global;
 14-Princípio do Limite;
 15-Princípio da função socioambiental da propriedade.
PRINCÍPIO DO MEIO AMBIENTE ECOLOGICAMENTE EQUILIBRADO COMO DIREITO FUNDAMENTAL DA PESSOA HUMANA 
Esse princípio é considerado uma extensão do direito à vida, portanto um direito humano.
A Constituição da República Federativa do Brasil (CRFB) de 1988 estabelece, em seu art. 1º, que entre os fundamentos do Estado Democrático de Direito, está o da dignidade da pessoa humana, art. 1º, inciso III, o fundamento precípuo de todo o sistema constitucional.
O princípio Fundamental do Direito Humano está vinculado ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, como direito fundamental à sadia qualidade de vida, que deve ser protegido para as gerações presentes e futuras, conforme dispõe o artigo 225, caput da CRFB.
Esse princípio também está previsto na Declaração de Estocolmo como princípio comum para inspirar e guiar os povos do mundo na preservação e na melhoria do meio ambiente.
Dentro da Declaração de Estocolmo esse princípio encontra-se consagrado nos princípios n. 1 e 8.
PRINCÍPIO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
É um dos mais importantes princípios do Direito Ambiental, sabe por quê? 
Ele procura coadunar a proteção ao meio ambiente com o desenvolvimento socioeconômico com o objetivo de gerar melhoria na qualidade de vida do homem.
A Constituição Federal de 1988, expressa esse princípio ao referenciar o dever de defender e preservar o meio ambiente para as presentes e futuras gerações, no caput do artigo 225 ao afirmar que, “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.
Ainda na Constituição, no capítulo da Ordem Econômica, também se faz menção à defesa do meio ambiente ao afirmar que a ordem econômica que é fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observado, dentre outros princípios, a proteção ambiental, art. 170, VI da CRFB. 
PRINCÍPIO DA UBIQUIDADE OU PRINCÍPIO DA COOPERAÇÃO
Qual o objetivo desse princípio? Ele vem evidenciar que o objeto de proteção do meio ambiente, deve ser levado em consideração sempre que uma política, atuação, legislação sobre qualquer tema, atividade ou obra tiver que ser criada e desenvolvida. Isso ocorre porque o Direito Ambiental tutela a vida e a qualidade de vida, assim, tudo que se pretende fazer, criar ou desenvolver, deve antes passar por uma consulta ambiental para saber se há ou não possibilidade de degradação ambiental.  É indispensável cooperar para controlar, evitar, reduzir e eliminar eficazmente os efeitos prejudiciais que determinadas atividades venham a produzir no meio ambiente.
ESTÁ PRESENTE NA CONFERÊNCIA DE ESTOCOLMO:
PRINCÍPIO 22
Os Estados devem cooperar para continuar desenvolvendo o direito internacional, no que se refere à responsabilidade e à indenização das vítimas da poluição e outros danos ambientais, que as atividades realizadas dentro da jurisdição ou sob controle de tais Estados, causem às zonas situadas fora de sua jurisdição.
PRINCÍPIO 24
Todos os países, grandes e pequenos, devem ocupar-se com espírito e cooperação e em pé de igualdade das questões internacionais relativas à proteção e melhoramento do meio ambiente.
PRINCÍPIO DA PARTICIPAÇÃO OU DEMOCRÁTICO
Esse princípio assegura a todos os cidadãos o direito pleno de participar na elaboração de políticas públicas ambientais.
São mecanismos de participação popular na elaboração de políticas públicas ambientais:
A participação de iniciativa popular nos procedimentos legislativos, a realização de referendos sobre leis e a atuação de representantes da sociedade civil em órgãos colegiados dotados de poderes normativos.
A sociedade também pode atuar diretamente na defesa do meio ambiente, participando na formulação e na execução de políticas ambientais, por intermédio da atuação de representantes da sociedade civil em órgãos colegiados responsáveis pela formulação de diretrizes e pelo acompanhamento da execução de políticas.
A utilização de instrumentos processuais que permitem a obtenção da prestação jurisdicional na área ambiental e que estão à disposição do cidadão e da coletividade brasileira na tutela do meio ambiente, como a Ação Popular, a Ação Civil Pública e o Mandado de Segurança Coletivo.
A participação popular e o acesso à informação são elementos básicos para garantir a proteção do meio ambiente e um permanente envolvimento nas questões ambientais.
Este princípio está previsto no Princípio n. 10 da Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, estabelecida na Rio-92. 
PRINCÍPIO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Educação ambiental está outorgada como um direito do cidadão desde 1988, através da Lei nº 9.795/99 que instituiu a Política Nacional de Educação Ambiental.
A Lei 9.795/99, que dispõe sobre a Educação Ambiental e institui a Política Nacional de Educação Ambiental, em seu artigo 1° conceitua a educação ambiental como sendo:
“os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade”.
A norma continua em seu artigo 2° esclarecendo que:
“a educação ambiental é um componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não formal”.
VOCÊ SABE QUAL É O OBJETIVO FUNDAMENTAL DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL?
O objetivo fundamental da educação ambiental é fazer com que os indivíduos e a coletividade compreendama natureza complexa do meio ambiente natural e do meio ambiente criado pelo homem, resultante da interação de seus aspectos biológicos, sociais, econômicos e culturais.
O princípio da educação ambiental está expressamente previsto no art. 225, § 1º, inciso VI da Constituição Federal de 1988 e na Política Nacional do Meio Ambiente, Lei 6.938/81, em seu art. 2º, inciso X.Esse princípio está ainda previsto na Declaração de Estocolmo, princípio n. 19.
PRINCÍPIO DO POLUIDOR-PAGADOR
Impõe ao poluidor o dever de arcar com as despesas de evitar a ocorrência de danos ambientais (caráter preventivo) e, ocorrido o dano, em razão da atividade desenvolvida, ser responsável por sua reparação (caráter repressivo).
Objetiva evitar o dano e ser responsabilizado quando o dano houver sido causado.
Como escreve Romeu Thomé, o princípio é “considerado como fundamental na política ambiental, pode ser entendido como um instrumento econômico que exige do poluidor, uma vez identificado, suportar as despesas de prevenção, reparação e repressão dos danos ambientais. Para sua aplicação, os custos sociais externos que acompanham o processo de produção (v.g. valor econômico decorrentes de danos ambientais) devem ser internalizados, ou seja, o custo resultante da poluição deve ser assumido pelos empreendedores de atividades potencialmente poluidoras, nos custos da produção. Assim, o causador da poluição arcará com os custos necessários à diminuição, eliminação ou neutralização do dano ambiental.”
Tem como fundamento legal o artigo 14, § 1º da PNMA, Lei 6.938/81 e o artigo art.225, § 3º da CRFB.
O princípio do Poluidor Pagador tem como fundamento o princípio n. 16 da Declaração da Rio-92.
Sobre o tema também escreveu o Ministro Relator Herman Benjamin, no Recurso Especial nº 1.165.284 - MG (2009/0217030-6) de 12/04/2012.
“[...] Com efeito, vigora em nosso sistema jurídico o princípio da reparação integral do dano ambiental, do qual é corolário o princípio do poluidor-pagador, a impor a responsabilização por todos os efeitos decorrentes da conduta lesiva, incluindo o prejuízo suportado pela sociedade, até que haja a fundamental e absoluta recuperação in natura do bem lesado. Se a recuperação é imediata e plena, não há, como regra, falar em indenização. Contudo, casos existem em que ela é lenta, podendo haver um remanescente de prejuízo coletivo (e também individual) até o completo retorno ao status quo ante ecológico [...]”.
PRINCÍPIO DA PREVENÇÃO
A prevenção refere-se ao dano conhecido.
É possível que você esteja se perguntando... Quando ele ocorre?
Ocorre quando o perigo é certo e se tem elementos seguros para afirmar que uma atividade específica é efetivamente perigosa.
Neste caso, existe o conhecimento dos efeitos de determinadas atividades e das medidas que se impõem ações no sentido de evitá-las ou, pelo menos, minimizá-las.
Este princípio tem o objetivo de impedir a ocorrência de danos ao meio ambiente, adotando-se medidas acautelatórias prévias à instalação, obra ou implantação de determinado empreendimento ou atividade consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras.
O princípio da prevenção, está previsto no caput do artigo 225 da Constituição Federal de 1988, ao narrar que é dever do Poder Público e à coletividade defender e preservar o meio ambiente para as presentes e futuras gerações.
Um exemplo de aplicação do princípio da prevenção é o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) para a instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente.
Romeu Thomé disciplina que este princípio é:
“orientador no Direito Ambiental, enfatizando a prioridade que deve ser dada às medidas que previnam (e não simplesmente reparem) a degradação ambiental. A finalidade ou o objetivo principal do princípio da prevenção é evitar que o dano possa chegar a produzir-se. Para tanto, necessário se faz adotar medidas preventivas”.
PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO
Por este princípio, não existe prova definitiva de que o dano ao meio ambiente ocorrerá, trata-se de mera possibilidade, ameaça de que o dano ambiental se materializará.
Como escreve Romeu Thomé, “o princípio da precaução é considerado uma garantia contra os riscos potenciais que, de acordo com o estado atual do conhecimento, não podem ser ainda identificados.”
EXPLICA ÉDIS MILARÉ QUE “a invocação do princípio da precaução é uma decisão a ser tomada quando a informação científica é insuficiente, inconclusiva ou incerta e haja indicações de que os possíveis efeitos sobre o meio ambiente, a saúde das pessoas ou dos animais ou a proteção vegetal possam ser potencialmente perigosos e incompatíveis com o nível de proteção escolhido”.
IMPORTANTE: Este princípio não deve ser confundido com o princípio da prevenção, muito embora possa ser entendido, para alguns autores, como um desdobramento deste. O princípio da prevenção pressupõe uma razoável previsibilidade dos danos que poderão ocorrer a partir de um determinado impacto, já o princípio da precaução pressupõe, ao contrário, uma razoável imprevisibilidade dos danos que poderão ocorrer, dada a incerteza científica dos processos ecológicos envolvidos.
O Princípio da Precaução decorre do princípio n. 15 da Declaração do Rio-92.
PRINCÍPIO DO USUÁRIO PAGADOR
Consiste na cobrança de um valor econômico pela utilização de um bem ambiental. Este princípio estabelece que quem utiliza o recurso ambiental deve suportar seus custos. Este valor não se deve constituir em uma taxa abusiva ou um enriquecimento sem causa.
Não tem a natureza reparatória e punitiva prevista no princípio do poluidor pagador, pois não está associado à infração ou ilicitude.
A Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), Lei 6.938/81, em seu art. 4º, inciso VII, dispõe que a Política Nacional do Meio Ambiente visará “à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados e, ao usuário, da contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos”.
PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE OU DA RESPONSABILIZAÇÃO
Engloba a responsabilidade Civil, Penal e Administrativa da Pessoa Física e da Pessoa Jurídica que causa dano ao meio ambiente. Tem sua origem na responsabilidade objetiva e está previsto no art. 14, § 1º da Lei nº 6.938/81 (Política Nacional do Meio Ambiente), e no § 3º do art. 225 da Constituição Federal de 1988.
Por este princípio, o poluidor, pessoa física ou jurídica, responde por suas ações ou omissões que causaram dano ao meio ambiente, ficando sujeito a sanções cíveis, penais ou administrativas.
Parte do relatório proferido pelo Ministro relator Herman Benjamin, no Recurso Especial nº 1.328.753 - MG (2012/0122623-1). 03.02.2015.
“[...] Álvaro Luiz Valery Mirra, magistrado em São Paulo, leciona que o princípio da reparação integral "deve conduzir o meio ambiente e a sociedade a uma situação na medida do possível equivalente à de que seriam beneficiários se o dano não tivesse sido causado" (Ação Civil Pública e a Reparação do Dano Ambiental , 2ª ed., São Paulo, Editora Juarez de Oliveira, 2004, fl. 314). Prossegue o autor (p. 315, grifos no original):
Nesse sentido, a reparação integral do dano ao meio ambiente deve compreender não apenas o prejuízo causado ao bem ou recurso ambiental atingido, como também, na lição de Helita Barreira Custódio, toda a extensão dos danos produzidos em consequência do fato danoso, o que inclui os efeitos ecológicos e ambientais da agressão inicial a um bem ambiental corpóreo que estiverem no mesmo encadeamento causal, como, por exemplo, a destruição de espécimes, habitats, e ecossistemas inter-relacionados com o meio afetado; os denominados danos interinos, vale dizer, as perdas de qualidade ambiental havidas no interregno entre a ocorrência do prejuízo e a efetiva recomposição do meio degradado; os danos futuros que se apresentarem como certos, os danos irreversíveis à qualidade ambiental e os danos morais coletivos resultantes da agressão a determinado bem ambiental.”
PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADEDA INTERVENÇÃO ESTATAL NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE
Dispõe o artigo 225, caput da Constituição Federal que cabe ao poder público o dever de defender e preservar o meio ambiente ecologicamente equilibrado para as presentes e futuras gerações, nesse sentido este princípio decorre da natureza indisponível do direito ao meio ambiente saudável.
Esse princípio tem por base a atuação obrigatória do Estado na proteção ambiental em decorrência da natureza indisponível do meio ambiente, “cuja a proteção é reconhecida hoje como indispensável à dignidade e à vida de toda pessoa – núcleo essencial dos direitos fundamentais” (Thomé, 2016).
Está disciplinado no artigo 174, da Constituição Federal de 1988, ao consagrar que “como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado”.
Também consta no item 17 da Declaração de Estocolmo de 1972 (Conferência da ONU sobre meio ambiente).
Dispõe a declaração que:
“Deve ser confiada, às instituições nacionais competentes, a tarefa de planificar, administrar e controlar a utilização dos recursos ambientais dos Estados, com o fim de melhorar a qualidade do meio ambiente”.
Princípio do Equilíbrio Resultado global
É o princípio pelo qual devem ser pesadas todas as implicações de uma intervenção no meio ambiente, buscando-se adotar a solução que melhor concilie um resultado globalmente positivo. Esse princípio é voltado para a Administração Pública, a qual deve sopesar todas as implicações que podem ser desencadeadas por determinada intervenção no meio ambiente, devendo adotar a solução que busque alcançar o desenvolvimento sustentável. Ele possui como característica básica a ponderação de valores.
PRINCÍPIO DO LIMITE
É o princípio pelo qual a administração pública tem o dever de fixar parâmetros para as emissões de partículas, de ruídos e de presença a corpos estranhos no meio ambiente, levando em conta a proteção da vida e do próprio meio ambiente. Está diretamente ligado ao exercício do Poder de Polícia do Estado, pois cabe a este fiscalizar e orientar a sociedade quanto aos limites em usar e aproveitar o bem ambiental.
ÉDIS MILARÉ escreve que este princípio:
“resulta de intervenções necessárias à manutenção, preservação e restauração dos recursos ambientais com vista á sua utilização racional e disponibilidade permanente.”
PRINCÍPIO DA FUNÇÃO SOCIOAMBIENTAL DA PROPRIEDADE
Este princípio consagra a sobreposição do interesse público ao interesse privado. O poder estatal, que é em tese ilimitado, será limitado todas as vezes que atingir direitos e garantias individuais, contudo, o interesse na proteção do meio ambiente, por ser de natureza pública, deve prevalecer sempre sobre os interesses individuais privados, ainda que legítimos.
A Constituição Federal de 1988, ao mesmo tempo em que garante o Direito de Propriedade em seu art. 5º, inciso XXII, deixa claro que este tem uma função social a cumprir, prevista no:
ARTIGO 5º, INCISO XXIII
ARTIGO 170, INCISO III
ARTIGO 182, §2º(FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE URBANA)
ARTIGO186, INCISO II (FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE RURAL)
INTRODUÇÃO
Nesta aula estudaremos o Direito Ambiental e sua proteção constitucional e a Competência Constitucional Ambiental.
A Constituição da República Federativa do Brasil, sancionada em outubro de 1988, elevou o meio ambiente ao status constitucional, criando capítulo próprio sobre o tema no artigo 225.
A mesma Carta Magna disciplina a competência administrativa e legislativa dos entes federativos para editar normas de proteção e preservação ao bem ambiental.
OBJETIVOS
Analisar o Direito Ambiental e sua proteção constitucional;
Examinar a Competência Constitucional Ambiental.
O DIREITO AMBIENTAL E SUA PROTEÇÃO CONSTITUCIONAL
A Constituição da República Federativa do Brasil (CRFB), promulgada em 1988, elevou o meio ambiente a status constitucional, criando capítulo próprio para o mesmo no artigo 225 (Capítulo VI – Do Meio Ambiente, dentro do Título VIII - Da Ordem Social).
A norma constitucional deixa claro que:
“todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.
Desse modo, o bem ambiental é um direito de todos, bem de uso comum do povo e dever do Poder Público e da coletividade defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
A Constituição Federal é a principal fonte formal do Direito Ambiental. A norma trata a questão ambiental de forma abrangente, apresenta uma série de preceitos quanto à tutela ambiental em seu texto ou de forma fragmentada ou em diversos capítulos, além, é claro, do art. 225 e seus parágrafos.
Antes de continuar seus estudos, veja alguns exemplos de artigos da CRFB que tratam, de alguma maneira, do bem ambiental.
PARA POSSIBILITAR A AMPLA PROTEÇÃO, A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 PREVIU DIVERSAS REGRAS, DIVISÍVEIS EM QUATRO GRANDES GRUPOS, QUE SÃO:
REGRAS GERAIS - As Regras Gerais são aquelas previstas, de forma direta ou indireta, em vários textos da Constituição Federal.
REGRAS DE COMPETÊNCIA - As Regras de Competência são divididas em legislativas e administrativas; a primeira diz respeito ao poder de legislar dos Entes Federativos, e a segunda atribui ao Poder Público, a prática de atos administrativos em prol da preservação e proteção ambiental.
REGRAS ESPECÍFICAS - São Regras Específicas as previstas no capítulo do Meio Ambiente, isto é, no artigo 225 e seus parágrafos da Constituição Federal.
REGRAS DE GARANTIA - As Regras de Garantia são as tutelas processuais ambientais, como a ação popular, a ação civil pública, entre outras.
NESTE MOMENTO, FAREMOS UMA ANÁLISE DETALHADA DO ARTIGO 225, CAPUT E SEUS PARÁGRAFOS DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.
CRFB, art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
Para Paulo de Bessa Antunes, a palavra todos, existente no caput do artigo 225, “tem o sentido de qualquer indivíduo que se encontre em território nacional, independentemente de sua condição jurídica perante o nosso ordenamento jurídico”. São todos os seres humanos, não havendo a exigência da condição de cidadão.
Por este entendimento, até o estrangeiro não residente no país e aqueles que, por qualquer motivo, tenham suspensos seus direitos de cidadania, ainda que parcialmente, se encaixam como destinatários da norma contida no caput do artigo 225 da CRFB.
A Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), Lei n. 6.938, sancionada em 1981, em seu artigo 2°, inciso I, consagra que o meio ambiente como um patrimônio público deve ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo. Bom destacar que esta norma consagra o conceito de meio ambiente natural, em seu artigo 3°, inciso I que dispõe que meio ambiente é o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas.
Art. 225, §1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
No artigo 225, §1º e seus incisos, estão contidos os comandos, de natureza obrigatória, que deve o Poder Público dispor para a defesa do meio ambiente.
O Poder Público para assegurar a proteção do meio ambiente deve:
I - Preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas
II - Preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do país e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético
III - Definir, em todas as unidades da federação, espaços territoriais e seuscomponentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção
IV - Exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade
V- Controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente
VI- Promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente
VII - Proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade
Art. 225, §2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei.
O §2º do artigo 225 da Constituição Federal destaca que aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei.
Essa norma deixa cristalina a presença dos princípios ambientais do poluidor-pagador e da responsabilidade para aquele que explorar recursos minerais sendo este obrigado a recuperar o bem ambiental que veio a degradar fruto da atividade extrativista.
Art. 225, §3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.
O §3º do artigo 225 da CRFB, deixa claro a responsabilidade por aquele que causar dano ao meio ambiente. Esta responsabilidade pode ser tanto na esfera administrativa, quanto na criminal, sem esquecer da responsabilidade civil de reparar os danos causados.
A PNMA, em seu artigo 14, §1º, já consagrava a responsabilidade do agente que causa dano ambiental, dispõe a norma que:
“sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade”.
Art. 225, §4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais.
Quanto ao §4° do texto legal, merece destaque observar que a Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são considerados patrimônios nacionais, não se confundindo com propriedade pública. Essas áreas não são bens da União, destaca José Afonso da Silva que:
“declara a Constituição que os complexos ecossistemas referidos no art. 225, §4°, são patrimônio nacional. Isso não significa transferir para a União o domínio sobre as áreas particulares, estaduais e municipais situadas nas regiões mencionadas”.
Estando a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira em terras particulares, nada obsta a sua utilização por estes dos recursos naturais existentes nessas áreas, desde que observadas as prescrições legais e respeitadas as condições necessárias à preservação ambiental.
A Lei n. 13.123/2015 que disciplina sobre o acesso ao patrimônio genético, a proteção e o acesso ao conhecimento tradicional associado e a repartição de benefícios para conservação e uso sustentável da biodiversidade, também surgiu com o fim de regulamentar o §4°do artigo 225 da Carta Magna.
Art. 225, §5º São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais.
Neste parágrafo, importante destacar o conceito de terras devolutas. Terras devolutas podem ser conceituadas como:
“sendo todas as terras existentes no território brasileiro, que não se incorporaram legitimamente ao domínio particular, bem como as já incorporadas ao patrimônio público, porém não afetadas a qualquer uso público”. (Di Pietro, 2010).
Elas integram a categoria de bens públicos dominicais pois não há destinação pública.
Escreve Thomé que “há uma importante exceção constitucional às regras tradicionalmente adotadas para as terras devolutas, prevista no artigo 225, §5º da CRFB/1988.
Art. 225, §6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas.
Esse parágrafo do artigo 225 da Constituição Federal trata das usinas nucleares. Como se verá a seguir, a competência para legislar sobre as atividades nucleares é privativa da União, artigo 22, inciso XXXVI da CRFB. Da mesma forma, os recursos minerais são bens da União, conforme determina o artigo 20, inciso IX do texto legal.
COMPETÊNCIA CONSTITUCIONAL AMBIENTAL
A Constituição da República Federativa do Brasil, sancionada em 1988, reparte as competências entre todos os entes da federação brasileira, isto é, entre a União, Estados, Distrito Federal e Municípios, segundo destaca o artigo 18, caput da Constituição Federal.
A principal característica da Federação é a autonomia das unidades federadas, que caracteriza-se pela capacidade das unidades federativas de se auto-organizar, observando os princípios do pacto federal.
A doutrina divide a competência dos entes públicos em:
COMPETÊNCIA ADMINISTRATIVA OU MATERIAL E COMPETÊNCIA LEGISLATIVA.
Vejamos cada uma, com mais detalhes.
COMPETÊNCIA ADMINISTRATIVA OU MATERIAL
A Competência Administrativa atribui ao Poder Público a prática de atos administrativos e de atividades ambientais. Romeu Thomé destaca que esta competência:
“cuida da atuação concreta do ente, através do exercício do poder de polícia.”
A competência administrativa ou material se divide em:
-Competência administrativa (ou material) exclusiva; e Competência administrativa (ou material) comum. -Competência Legislativa. A Competência legislativa é atribuída aos entes federativos o ato de legislar. A Competência Legislativa é dividida em:
1 - COMPETÊNCIA LEGISLATIVA PRIVATIVA
2. COMPETÊNCIA LEGISLATIVA EXCLUSIVA
3 - COMPETÊNCIA LEGISLATIVA RESIDUAL
4 - COMPETÊNCIA LEGISLATIVA CONCORRENTE
5 - COMPETÊNCIA LEGISLATIVA SUPLEMENTAR
6 - COMPETÊNCIA LEGISLATIVA SUPLETIVA

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