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a dm in is tr aç ão de c ap ita l de g ir o, o rç am en to e f lu xo de c ai xa O símbolo de percentagem (%), comumente usado pelos profissionais dos segmentos de administração e custos, é empregado nesta obra para representar o grupo de disciplinas que tratam dessas áreas. administração de capital de giro, orçamento e fluxo de caixa Obra coletiva organizada pela Universidade Luterana do Brasil (Ulbra). Informamos que é de inteira responsabilidade do autor a emissão de conceitos. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem a prévia autorização da Ulbra. A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na Lei nº 9.610/98 e punido pelo art. 184 do Código Penal. A edição desta obra é de responsabilidade da Editora Ibpex. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Índices para catálogo sistemático: 1. Capital de giro: Orçamento e fluxo de caixa: Administração financeira 658.15244 Administração de capital de giro: orçamento de fluxo de caixa / [organizado pela] Universidade Luterana do Brasil – ULBRA . -- Curitiba: Editora Ibpex, 2009. isbn 978-85-7838-423-4 1. Administração financeira 2. Capital de giro – Administração I. Universidade Luterana do Brasil – ULBRA. 09-05716 cdd-658.15244 pdi Ulbra 2006-2016 Plano de Desenvolvimento Institucional Mantida pela Comunidade Evangélica Luterana São Paulo (Celsp), a Universidade Luterana do Brasil (Ulbra) tem uma história de conquistas. Desde a primeira escola, fundada em 1911, até hoje, a Ulbra caracteriza-se por ser uma instituição voltada para o futuro, buscando sempre o melhor em todas as suas áreas de atuação. Assim, disponibiliza para acadêmi- cos, profissionais e toda a comunidade serviços de qualidade em todas as áreas. Missão A Ulbra assume como Missão Institucional desenvolver, difundir e pre- servar o conhecimento e a cultura por meio do ensino, da pesquisa e da extensão, buscando permanentemente a excelência no atendimento das necessidades de formação de profissionais qualificados e empreendedores nas áreas de educação, saúde e tecnologia. Visão Ser uma instituição de referência no ensino superior em cada localidade em que atua e estar entre as dez melhores do País. Valores Busca permanente da qualidade em educação, saúde e tecnologia; ▪ Preocupação permanente com a satisfação das pessoas que fazem ▪ parte do Complexo Ulbra; Foco primordial no aluno e na qualidade acadêmica; ▪ Foco no ser humano e na qualidade de vida em saúde e cultura; ▪ Vivência e difusão dos valores e da ética cristãos; ▪ Cultivo do convívio social em termos de mútuo respeito e coopera- ▪ ção, bem como da consciência crítica da sociedade; Promoção do bem-estar social por todos os meios legítimos; ▪ Fidelidade ao lema: “A Verdade Vos Libertará”; ▪ Formação integral da pessoa humana em conformidade com a filoso- ▪ fia educacional luterana, cuja existência se desenrola na presença de Deus, o Criador; Desenvolvimento do senso crítico e da autocrítica, sem perda dos ▪ valores legítimos do amor, dos sentimentos, das emoções. Informações sobre PDI – Telefone: (51) 3477-9195 – E-mail: pdi@ulbra.br apresentação Esta obra trata de uma área da gestão financeira denominada administração do capital de giro, orçamento e fluxo de caixa. A administração financeira de curto prazo, que corresponde à gestão dos ativos circulantes e passivos circulan- tes, é uma das atividades mais importantes e mais intensas do administrador financeiro. O objetivo da administração financeira de curto prazo consiste em gerenciar adequadamente cada ativo circulante (caixa e aplicações financeiras, contas a receber e estoques) e cada passivo circulante (dívidas com os fornecedores, com os bancos, tributos, impostos etc.) de maneira a alcançar o equilíbrio financeiro da empresa na relação rentabilidade-risco, que contribua positivamente com o valor da empresa. viii A obra foi dividida em dez capítulos, desenvolvendo-se os temas em uma ordem lógica e ordenada. Os primeiros dois capítulos tratam da função finan- ceira nas empresas e dos sistemas financeiros empresariais de decisões de investimento, decisões operacionais e decisões de financiamento. Do capítulo três ao sete, apresenta-se a gestão do fluxo de caixa e o dimensionamento do capital de giro. Os últimos dois capítulos tratam dos motivos que levam as empresas a se depararem com dificuldades financeiras e quais as formas de enfrentá-las e, ainda, como avaliar uma empresa pelo potencial de geração de lucros futuros em relação aos seus ativos existentes. Ao final de cada capítulo o aluno encontrará atividades para exercitar sua aprendizagem e, no final da obra, referências bibliográficas para leituras complementares. sumário ( 1 ) Função financeira na empresa, 11 1.1 Importância da contabilidade para a administração financeira, 14 1.2 Balanço patrimonial (BP), 15 1.3 Demonstração do resultado do exercício (DRE), 18 1.4 Demonstração das origens e aplicações de recursos (Doar), 19 1.5 Demonstração das mutações do patrimônio líquido (DMPL), 21 1.6 Demonstração dos fluxos de caixa (DFC), 22 ( 2 ) Contexto dos sistemas financeiros empresariais, 25 2.1 Decisões de investimento, 30 2.2 Decisões operacionais, 31 2.3 Decisões de financiamento, 32 x ( 3 ) Fluxo de caixa da empresa, 37 3.1 Fontes e aplicações de caixa, 41 3.2 Orçamento empresarial, 45 3.3 Planejamento de caixa (orçamento de caixa), 47 3.4 Linhas de crédito, 50 ( 4 ) Planejamento financeiro, 53 4.1 Método das demonstrações projetadas, 56 ( 5 ) Análise das relações entre custo, volume e lucro, 75 5.1 Ponto de equilíbrio operacional (PEO), 78 5.2 Ponto de equilíbrio por regime de caixa (PECX), 78 5.3 Ponto de equilíbrio em moeda (PEMO), 79 5.4 Alavancagem operacional e financeira da empresa, 79 ( 6 ) Administração do capital de giro, 85 6.1 Necessidade de capital de giro (NCG), 89 6.2 Saldo de tesouraria (ST), 90 6.3 Efeito tesoura, 94 6.4 Desequilíbrio econômico-financeiro, 97 ( 7 ) Ciclo das atividades e determinação do saldo mínimo de caixa, 101 7.1 Estratégias de administraçãodo ciclo de caixa (CC), 109 7.2 Técnicas de administração de caixa, 110 ( 8 ) Concessão de crédito, 115 8.1 Informações sobre o cliente, 118 8.2 Análise e classificação de crédito, 119 8.3 Garantias às operações de crédito, 120 8.4 Alterações nos padrões de crédito, 121 ( 9 ) Dificuldades financeiras, 129 9.1 Previsão de falências, 133 9.2 Formas de enfrentar as dificuldades financeiras, 134 ( 10 ) Avaliação de empresas, 139 10.1 Avaliação pelo método de mensuração dos ativos e passivos, 142 10.2 Avaliação pelo método do fluxo de caixa descontado (FCD), 143 Referências por capítulo, 155 Referências, 157 Gabarito, 159 ( 1 ) função financeira na empresa Nestor Alberto Rancich Filho é natural da cidade de Rio Grande, RS. Cursou a graduação em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS (1971); o curso de pós-graduação em Pedagogia pela Universidade Luterana do Brasil – Ulbra (1983); e o doutorado em Administração e Ciências Empresariais pela Universidade de Leon, na Espanha (2002). Possui mais de 30 anos de experiência profissional, cujo início deu-se na função de técnico, tornando-se mais tarde gerente, tendo alcançado a posição de diretor – nas áreas de materiais, de produção e financeira. Trabalhou nas empresas Varig (1969- 1973), Grupo Gerdau (1974-1976) e Aeromot (1976-2005), todas localizadas na cidade de Porto Alegre, RS.É professor da Ulbra desde 1981, lecio- nando disciplinas do curso de Administração nas áreas de materiais, produção logística e financeira. Atualmente, além de exercer a docência, é consul- tor de pequenas e médias empresas nas áreas de seu conhecimento. Nestor Alberto Rancich Filho ( ) neste capítulo vamos apresentar a importância da administração financeira nas empresas, sua área de abrangência e seus principais objetivos. Veremos também a contabilidade como instrumento de análise e acompanha- mento para o administrador financeiro, bem como as possibilidades de con- trole estabelecidas a partir dos relatórios contábeis. Quando uma empresa é constituída, o propósito de seus acionistas é a obten- ção de lucros para a maximização de sua riqueza. Com esse objetivo, torna-se necessário o acompanhamento e o controle das atividades empresariais, permi- tindo garantir que as receitas obtidas com as operações sejam suficientes para cobrir todos os custos e as despesas incorridas e gerar lucro. A área financeira responde pela gestão de todos os recursos financeiros movimentados na empresa, desde sua captação para o financiamento das 14 atividades empresariais até a formulação de uma estratégia voltada para garan- tir o melhor aproveitamento desses recursos. Desse modo, a administração financeira é dividida em duas partes: administração financeira de curto prazo; e ▪ administração financeira de longo prazo. ▪ A administração financeira de curto prazo se preocupa com a captação e a aplicação de fundos nas atividades correntes da empresa, ou seja, com a gestão do capital de giro, a política dos estoques, dos valores a receber, dos fornecedo- res e empréstimos de curto prazo. A administração financeira de longo prazo busca a captação de recursos para o financiamento dos projetos de investimento da empresa, permitindo que ela possa crescer de forma consistente e de acordo com o objetivo maior do pro- prietário: a maximização de sua riqueza. (1.1) importância da contabilidade para a administração financeira Os administradores financeiros se valem dos instrumentos contábeis para auxi- liar em suas decisões. Dessa forma, temos como principais peças de análise o balanço patrimonial (BP), o demonstrativo de resultado do exercício (DRE), o demonstrativo das origens e aplicações de recursos (Doar), o demonstrativo das mutações do patrimônio líquido (DMPL) e o demonstrativo dos fluxos de caixa (DFC). A análise dessas demonstrações permite uma série de informações sobre a captação e a alocação dos recursos financeiros nas empresas, sua rentabili- dade, política de investimentos e de capital de giro, rentabilidade e lucrativi- dade, além de permitir uma avaliação do possível comportamento da empresa nos próximos exercícios. A contabilidade também auxilia na separação entre a administração finan- ceira de curto e de longo prazo. No curto prazo, temos as contas do ativo e do passivo circulante. Já a administração financeira de longo prazo trata do reali- zável e exigível a longo prazo, do permanente e do patrimônio líquido. Assim, o gestor financeiro será o responsável pela busca dos recursos finan- ceiros necessários às atividades empresariais e sua correta alocação, de forma a garantir o retorno para os acionistas da empresa. 15 (1.2) balanço patrimonial (bp) É uma das principais demonstrações financeiras, refletindo a situação patri- monial da empresa no momento de apuração, ou seja, na data de fechamento do balanço. O balanço patrimonial é composto por duas colunas: no lado direito temos o passivo, formado pelas dívidas e pelo patrimônio líquido; no lado esquerdo temos o ativo, formado pelos bens e direitos, conforme exemplificamos no Quadro 1.1. Quadro 1.1 – Estrutura do Balanço Patrimonial Ativo Passivo Circulante Disponibilidades Direitos realizáveis no curso do exercício social Despesas do exercício seguinte Realizável a longo prazo Direitos realizáveis após tér- mino do exercício social corrente Direitos realizáveis com partes relacionadas Permanente Investimentos Imobilizado Diferido Circulante Obrigações com terceiros no curto prazo Exigível a longo prazo Obrigações com terceiros no longo prazo Patrimônio líquido Capital social Reservas de capital Reservas de reavaliação Reservas de lucro Lucros ou prejuízos acumulados Ativo É formado pelos bens e direitos da empresa, tendo como critério de disposição das contas o grau de liquidez em ordem decrescente dos elementos nelas regis- trados nas mesmas, ou seja, a possibilidade de conversão em dinheiro desses elementos, dos itens de maior para os itens de menor liquidez. Exemplo: a conta 16 Caixa, que representa o próprio dinheiro em tesouraria, é a primeira conta do ativo. Este divide em: ativo circulante, ativo realizável a longo prazo e ativo permanente. O ativo circulante é composto por três subgrupos: Disponibilidades ▪ – Elementos do ativo que representam fundos (dinheiro) ou que nele podem ser convertidos imediatamente, podendo ser utilizá- veis como meios de pagamento. Como exemplo temos as contas caixa, bancos conta movimento e aplicações financeiras de liquidez imediata. Direitos realizáveis no curso do exercício social ▪ (despesas pagas anteci- padamente) – Refere-se ao exercício subsequente e às aplicações de recur- sos em despesas do exercício seguinte; são os direitos da empresa sobre determinados créditos ou bens, como, por exemplo: estoques, clientes e impostos a recuperar. Despesas do exercício seguinte ▪ – São as despesas pagas antecipadamente, referentes às obrigações do exercício seguinte. Como exemplo temos a conta de seguros. O prêmio pago pela empresa para garantir indeniza- ções futuras, quando corresponder a períodos de exercício subsequente, será uma despesa antecipada, classificada dentro do ativo circulante. O ativo realizável a longo prazo é composto por dois subgrupos: direitos realizáveis após o término do exercício seguinte, como aplicações ▪ financeiras de longo prazo; direitos realizáveis provenientes de vendas, adiantamentos ou emprésti- ▪ mos a sociedades coligadas ou controladas, diretores (administradores em geral), acionistas ou participantes no lucro da empresa, que não constituí- rem negócios usuais na exploração da atividade da empresa. Como exem- plo podemos ter um empréstimo realizado a um diretor da empresa. O ativo permanente é composto por três subgrupos: Investimentos ▪ – São as participações com caráter permanente em outras sociedades ou outros direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não se destinem à manutenção da atividade da empresa. Como exemplo podemos citar a participação da empresa no capital de uma controlada ou coligada. Imobilizado ▪ – É representado pelos recursos aplicados em bens utilizados na atividade da empresa, mas cujos fins não se voltam à comercialização ou à incorporação de produtos fabricados para a venda. Como exemplo temos as instalações da empresa, veículos, terrenos etc. 17 Diferido ▪ – É representado pelas aplicações de recursos em despesas que contribuam para a formação do resultado de mais de um exercício social, ou seja, despesas já incorridas, mas correspondentes a receitas ainda não realizadas. Um exemplo dessa situação ocorre nas despesas com pessoal para desenvolvimento de um software, que somente irá gerar receitas com as vendas após a sua conclusão. Passivo É formado pelas obrigações da empresa, com terceiros e com os acionistas. Embora sem obrigatoriedade legal, por analogia ao ativo, o passivo tem como critério de disposição das contas o grau de exigibilidade em ordem decrescente dos elementos registrados nas mesmas, ou seja, o vencimento da obrigação. Por esse critério, aparecem primeiramenteas contas que tenham o vencimento mais próximo. O passivo divide-se em: passivo circulante; ▪ passivo exigível a longo prazo; ▪ resultados de exercícios futuros; e ▪ patrimônio líquido. ▪ Nas obrigações com terceiros, formadas pelo passivo circulante e pelo passivo exigível a longo prazo, a divisão ocorre em função do prazo de ven- cimento das dívidas, ou seja, as obrigações com vencimento no exercício sub- sequente ao encerramento do balanço classificam-se como de curto prazo, no passivo circulante. As demais obrigações com terceiros são classificadas no exigível a longo prazo. Nos resultados de exercícios futuros são classificadas as receitas de exercí- cios futuros, diminuídas dos custos e das despesas a elas correspondentes. O critério mais utilizado pela doutrina contábil para a classificação dessa conta tem sido o de receitas antecipadas que afetarão exercícios futuros, sobre as quais não pese nenhuma obrigatoriedade futura de entrega de bens ou ser- viços ou de devolução do valor pela empresa. Como exemplo podemos citar o recebimento antecipado de receita de aluguel, estabelecendo em contrato que em nenhuma hipótese haverá restituição do valor recebido. O patrimônio líquido é dividido em: Capital social ▪ – Representa o capital da empresa. Reservas de capital ▪ – Representam receitas que não transitam pelo resul- tado do exercício, como o ágio na emissão de ações e o prêmio recebido na emissão de debêntures. 18 Reservas de reavaliação ▪ – Classificam-se como reservas de reavaliação as contrapartidas de aumentos de valor que se atribuem a elementos do ativo em virtude de novas avaliações, com base em parecer aprovado por uma assembleia geral. Reservas de lucros ▪ – Representam uma destinação do lucro e são calcula- das com base no lucro líquido do exercício. São subdivididas em reserva legal, reservas estatutárias, reservas para contingências, reserva para retenção de lucros, reserva de lucros a realizar e reserva especial para dividendos obrigatórios não distribuídos. Lucros ou prejuízos acumulados ▪ – Representa uma parcela dos lucros ou prejuízos da empresa acumulados ao longo de diversos exercícios. (1.3) demonstração do resultado do exercício (dre) A DRE reflete os resultados obtidos pela empresa em um determinado período de tempo, ou seja, se está tendo lucro ou não em seus negócios. Podemos con- siderar a DRE como sendo a exposição ordenada das receitas realizadas e das despesas incorridas no exercício, registradas de acordo com o princípio da com- petência, ou seja, registradas no período em que ocorreram. Ao fim do exercício social, as contas de resultado têm os saldos encerrados, fazendo com que os saldos destas não sejam afetados por receitas e despesas de períodos anteriores. Dessa forma, o resultado corresponde exclusivamente às receitas e às despesas do exercício social encerrado. A seguir apresentamos uma estrutura-padrão de DRE. 19 Quadro 1.2 – Estrutura da demonstração do resultado do exercício – DRE Receita Bruta das vendas e serviços 100 (–) Deduções da receita bruta das vendas e serviços (devoluções de vendas, abatimentos, tributos incidentes sobre as vendas) (=) Receita líquida das vendas e serviços (–) Custo das mercadorias vendidas e dos serviços prestados (=) Lucro bruto (–) Despesas operacionais (despesas com vendas, despesas finan- ceiras, deduzidas das receitas financeiras, despesas gerais e admi- nistrativas, outras despesas operacionais) (+) Outras receitas operacionais (=) Lucro ou prejuízo operacional líquido (+) ou (–) resultados não operacionais (–) Despesa com provisão para a contribuição social sobre o lucro (=) Resultado antes do Imposto de Renda (–) Despesa com provisão para o Imposto de Renda (–) Participações (de debenturistas, empregados, administradores, titulares de partes beneficiárias, contribuições para instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados) (=) Lucro ou Prejuízo Líquido do Exercício Lucro ou Prejuízo líquido por ação. (1.000 açoes) 5 95 45 50 20 5 35 5 3 37 11 6 5 0,005 (1.4) demonstração das origens e aplicações de recursos (Doar) Outra importante demonstração financeira fornecida pela contabilidade é a Doar, que nos permite ter conhecimento da situação de curto prazo da empresa, tornando possível avaliar a capacidade de pagamento das obrigações circulan- tes da empresa, além de expor a política de financiamentos e investimentos de recursos não circulantes. Essa demonstração evidencia as variações ocorridas no capital circulante líquido durante o exercício. Em capítulos posteriores abordaremos mais especificamente o conceito de capital circulante líquido. 20 Quadro 1.3 – Estrutura da Doar Origens de Recursos Lucro líquido do exercício + Despesas com depreciação, amortização e exaustão. + ou (–) Outras receitas e despesas que não afetam o Capital Circulante Líquido (CCL) + ou (–) Variações nos resultados de exercícios futuros + ou (–) Ajustes de exercícios anteriores que afetam o CCL = Total das origens geradas pelas operações da empresa + Realização do capital social + Contribuições para reservas de capital + Recursos de terceiros, originários: do aumento do passivo exigível a longo prazo da redução do ativo realizável a longo prazo da alienação de investimentos permanentes da alienação de direitos do ativo imobilizado = Total das origens de recursos Aplicações de Recursos Dividendos distribuídos + Aquisição de direitos do imobilizado + Aumento do ativo realizável a longo prazo + Aumento dos investimentos permanentes + Aumento do ativo diferido + Redução do passivo exigível a longo prazo = Total das aplicações de recursos Excesso ou insuficiência das origens sobre as aplicações Total das origens de recursos (Total das aplicações de recursos) Aumento ou redução do CCL 21 (1.5) demonstração das mutações do patrimônio líquido (dmpl) A DMPL expõe as variações ocorridas durante o exercício, em todas as contas do patrimônio líquido, inclusive na conta Lucros ou Prejuízos Acumulados, sendo mais abrangente que a Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA). Além disso, a DMPL deve indicar o montante do dividendo por ação do capital social, discriminando a parcela de dividendo das ações ordinárias e preferenciais, inclusive por classe de ações, se for o caso. O dividendo é a par- cela do lucro a ser paga aos acionistas. No caso do lucro ou prejuízo líquido, é expresso na DRE. Como exemplo, apresentamos no Quadro 1.4, a seguir, uma possível estru- tura da DMPL. Quadro 1.4 – Estrutura da DMPL C ap ita l r ea liz ad o Re se rv a de c ap ita l Re se rv a de re av al ia çã o Re se rv as d e lu cr os Lu cr os a cu m ul ad os A çõ es te so ur ar ia To ta l - P at ri m ôn io lí qu id o Saldos em 32/12/XXX0 Aumento de capital mediante novas subscrições ▪ com lucros e reservas ▪ Lucro líquido do Exercício Proposta de destinação dos lucros transferências para reservas ▪ legal ▪ estatutária ▪ (continua) 22 para contingências ▪ para plano de expansão ▪ de lucros a realizar ▪ juros a pagar sem o capital próprio ▪ dividendos a pagar ▪ Reversões de reservas para contingências ▪ de lucros a realizar ▪ Parcela realizada da res. reavaliação Ajustes de exercícios anteriores mudança de critério contábil ▪ retificação de erro de exercícios ▪ anteriores Saldos em 31/12/XXX1 (1.6) demonstração dos fluxos de caixa (dfc) A DFC mostra as variações ocorridas nas disponibilidades da empresa, em um determinado exercício ou período, por meio da exposição dos fluxos de recebimentos e pagamentos.Além das variações ocorridas no saldo da conta caixa, a DFC deve apresentar as alterações sofridas pelas demais disponibili- dades, inclusive a conta banco conta movimento e os investimentos de elevada liquidez. A DFC pode ser elaborada levando-se em conta a movimentação ocorrida nas disponibilidades, todas as contas que tenham tido pagamentos ou recebi- mentos durante o período de apuração da DFC. (conclusão) 23 A DFC é dividida em fluxos das atividades operacionais, atividades de financiamentos e atividades de investimentos, conforme é apresentado no Quadro 1.5. Quadro 1.5 – Estrutura da DFC Atividades operacionais Recebimentos Pagamentos Pagamentos de clientes De fornecedores Recebimentos de juros e dividendos De despesas operacionais e antecipadas Outros recebimentos De salários, encargos sociais e benefícios. De impostos e contribuições Outros pagamentos Atividades de financiamentos Da realização de capital (novo sócio, subscrição de novas ações) De parcelas de empréstimos e finan- ciamentos (principal mais juros) De empréstimos e financiamentos Outros pagamentos de financiamentos Atividades de investimentos De empréstimos e financiamentos concedidos De investimentos em bens imobili- zados e do permanente Do resgate de investimentos temporários De bens do diferido Vendas de bens imobilizados e do permanente Saldo inicial menos saldo final das disponibilidades atividades Descreva as principais funções e atribuições de um administrador finan ceiro.1. Qual a contribuição da contabilidade empresarial ao administrador finan-2. ceiro? Como são classificados os 3. ativos e os passivos de uma empresa e qual a dife- rença que pode existir entre seus valores relativos relacionados a uma indús- tria fabricante de produtos e ao comércio? Qual é o objetivo do administrador financeiro na avaliação e na análise da 4. DRE de uma empresa em determinado período? Qual é o objetivo do administrador financeiro na avaliação e análise da DFC 5. de uma empresa em determinado período? ( 2 ) contexto dos sistemas financeiros empresariais ( ) a área das finanças afeta diretamente a vida das pessoas e das organizações. Portanto, é ampla e dinâmica. Gitman1 define finanças como a arte e a ciência da gestão do dinheiro. Praticamente todos os indivíduos e as organizações recebem, gastam ou investem dinheiro. A administração financeira é a ciência de administrar recursos financeiros considerados os mais diversos tipos de organizações: indústria, comércio, ser- viços, empresas estatais, empresas privadas, governo, escolas, hospitais, clubes recreativos, ONGs, igrejas, entre outras. A função financeira das empresas pode ser simples ou muito complexa. Nas pequenas empresas é usual que um dos socioproprietários cuidem das finan- ças da empresa, inclusive acumulando ou não com outras funções, tais como comercial, administrativa ou operacional. Sua atividade basicamente consiste 28 na gestão do caixa do dia a dia da empresa, as cobranças, pagamentos e rela- ção com os bancos para tomada ou aplicação de recursos. A contabilidade da empresa, nesse caso, é na maioria das vezes terceirizada, realizada por escritó- rios contábeis. Já nas grandes empresas existe sempre uma estrutura bem maior, em nível de vice-presidência ou diretoria financeira, e as funções são divididas em tesou- raria e controladoria. O Quadro 2.1 a seguir detalha as principais atividades. Quadro 2.1 - Funções da administração financeira de tesouraria e controladoria Tesouraria Controladoria (Controller) Administração de caixa ▪ Administração de crédito e cobrança ▪ Administração de risco ▪ Administração de câmbio ▪ Decisão de financiamento ▪ Decisão de investimento ▪ Planejamento e controle financeiro ▪ Proteção dos ativos ▪ Relações com acionistas e ▪ investidores Relações com os bancos ▪ Administração de custos e ▪ preços Auditoria interna ▪ Contabilidade ▪ Controle do orçamento ▪ Controle do patrimônio ▪ Planejamento tributário ▪ Emissão dos relatórios geren- ▪ ciais das finanças Desenvolvimento e acom- ▪ panhamento de sistemas de informação financeira Fonte: Adaptado de Lemes Jr., Rigo, Cherobim, 2005, p. 5. As funções financeiras também são classificadas pelo período de tempo entre curto e longo prazo. A administração financeira de curto prazo é também chamada de administração do capital circulante. O Quadro 2.2 a seguir apresenta as funções de curto e longo prazo. 29 Quadro 2.2 – Funções da administração financeira de curto e longo prazo Curto Prazo Longo Prazo Administração do caixa ▪ Administração do crédito ▪ Administração das contas a receber ▪ e a pagar Administração dos estoques ▪ Administração dos financiamentos ▪ de curto prazo Elaboração do planejamento ▪ financeiro Elaboração do planejamento ▪ tributário Orçamento das fontes de capital ▪ Estrutura do capital ▪ Custo do capital ▪ Relacionamento com inves ti dores ▪ Fonte: Adaptado de Lemes Jr., Rigo e Cherobim, 2005, p. 5. Independente do tamanho da empresa – pequena, média ou grande –, a administração financeira pode ser descrita como um sistema de relações finan- ceiras e de movimentações de dinheiro acionado por decisões meramente administrativas. Uma empresa administrada com sucesso gerará sempre flu- xos monetários positivos ou, nas palavras de Helfert2, “o sucesso da operação do desempenho e da viabilidade a longo prazo de qualquer negócio depende de uma sequência contínua de decisões individuais ou coletivas tomadas pela equipe gerencial”. O autor observa também que o mundo empresarial apre- senta uma variedade infinita de atividades. Empreendimentos de todos os tamanhos ocupam-se de atividades como fabricar, comercializar, financiar e prestar uma variedade enorme de serviços, usando estruturas legais e organi- zacionais muito diferentes e envolvendo, frequentemente, operações interna- cionais e investimentos de longo prazo. (2.1) decisões de investimento Para Helfert3, “o investimento é a força motriz básica da atividade empresa- rial”, consistindo na aplicação de capital em algum ativo tangível ou intangí- vel. Também “é a fonte de crescimento que sustenta as estratégias competitivas explícitas da administração e, normalmente, está baseado em planos (orça- mento de capital) comprometidos com fundos novos ou já existentes”, destina- dos a três áreas principais: 30 Capital de giro ▪ – Capital necessário para suportar o ciclo operacional da empresa. Ativos fixos ou permanentes ▪ – Terrenos, prédios, máquinas e equipamen- tos (de segurança e para reduzir impactos ambientais), móveis e utensí- lios, veículos etc., necessários para as operações da empresa. Pesquisa e desenvolvimento ▪ (P&D) – Despesas com desenvolvimento de novos produtos, conquista de novos mercados, pesquisa e desenvolvi- mento de novas tecnologias etc. Lemes Jr., Rigo e Cherobim4 citam alguns dos principais investimentos rea- lizados de acordo com diferentes atividades econômicas. Para os autores, nas indústrias, a maioria dos investimentos ocorre na tecnologia de processo e pro- duto, através dos equipamentos de bens de capital, do desenvolvimento de produtos e melhorias, da adoção de novas tecnologias etc. No setor de agro- negócios, os investimentos ocorrem nas máquinas e nos implementos agríco- las, na construção de silos e armazéns, no melhoramento genético do solo, no aumento da produtividade, na formação de cooperativas, na informatização do controle da produção e nos canais de comercialização. No setor de serviços, os investimentos ocorrem nas instalações, nos sistemas de informações gerenciais e de comunicações com o mercado. No comércio, os investimentos ocorrem nas instalações necessárias para o atendimento, nos sistemas computacionaisde controle de estoques, na mercadoria de giro em estoque, entre outros. Para todo e qualquer investimento que se faça em qualquer organização, deve-se sempre questionar dois pontos: O que o investimento irá agregar de valor para a empresa perante seus clientes e mercado? O que o investimento irá reduzir de custos ou desperdícios para a organização? Se essas duas questões não tiverem respostas convincentes, certamente o investimento torna-se desnecessário. Outras questões também devem ser respondidas, levando-se em conside- ração a estrutura do ativo, o que por sua vez dependerá do tipo de negócio de cada empresa. Algumas empresas necessitam mais investimentos nos ativos permanentes, como é o caso das indústrias, enquanto outras necessitarão mais de investimentos no circulante, como é o caso do varejo e comércio. 31 Quadro 2.3 – Decisão de investimentos Ativo Questões a serem respondidas Ativo circulante Caixas e bancos ▪ Contas a receber ▪ Estoques ▪ Outros ▪ Realizável a longo prazo Contas a receber ▪ Adiantamento a coligadas ▪ Ativo permanente Imobilizado ▪ Investimentos ▪ Diferido ▪ Onde estão aplicados os recursos ▪ financeiros? Quanto foi aplicado no circulante? ▪ Quanto foi aplicado no permanente? ▪ Quais os riscos dos investimentos? ▪ Qual o retorno dos investimentos? ▪ Como maximizar a rentabilidade dos ▪ investimentos? O que deve ser descartado, reduzido ▪ ou eliminado por não agregar valor no negócio da empresa? Quais as novas alternativas de inves- ▪ timentos, para melhorar as vantagens competitivas da empresa? Fonte: Lemes Jr., Rigo, Cherobim, 2005, p. 7. (2.2) decisões operacionais As decisões operacionais consistem na utilização efetiva dos capitais investi- dos. Isso torna necessário, segundo Helfert5, “selecionar o mercado-alvo e fixar políticas adequadas de preços e serviços que sejam competitivos para atender as necessidades dos clientes e que se baseiem nas competências essenciais da empresa”. Todas as operações de uma empresa ou de um negócio devem ser executa- das a um custo eficiente e mantidas como tal para obter sucesso sobre a con- corrência. O lucro operacional do negócio será consequência do volume das vendas, do preço e da relação dos custos fixos e variáveis. Os resultados opera- cionais dependem em parte de entender e de explorar a alavancagem operacio- nal, ou seja, o efeito sobre a rentabilidade da empresa causado pela relação dos custos fixos em relação aos custos variáveis resultantes da operação. Algumas das principais questões que devem ser respondidas nas decisões operacionais são apresentadas no Quadro 2.4. 32 Quadro 2.4 – Resultado das operações Demonstração de resultados Questões a serem respondidas Receita operacional bruta (–) Deduções de impostos (–) Devoluções (=) Receita operacional líquida (–) Custos operacionais (=) Lucro operacional bruto (–) Despesas administrativas (–) Despesas com vendas (–) Despesas financeiras (+) Resultado não operacional (=) Lucro antes do Imposto Renda (Lair) (–) Provisão para o Imposto de Renda (=) Lucro Líquido Quais os resultados obtidos das ▪ operações? Como melhorá-los? ▪ Qual o crescimento das vendas? ▪ Dos custos? Das despesas? Qual a participação dos custos e ▪ despesas em relação às receitas? Qual a margem líquida? ▪ Quais custos e despesas podem ser ▪ reduzidos? As receitas estão compatíveis com ▪ os investimentos? O lucro tem atingido as metas? ▪ Como estão os lucros compara- ▪ dos com as melhores empresas do ramo? Fonte: Lemes Jr., Rigo e Cherobim, 2005, p. 9. (2.3) decisões de financiamento As decisões de financiamento envolvem a escolha da estrutura de capital e seus respectivos custos. Segundo Rosa Filho, tais decisões implicam lidar com as “várias opções disponíveis de financiamento para a administração lastrear os investimentos e as operações do negócio a longo prazo”6. Os financiamentos são sustentados por fundos que podem ser representa- dos por capital próprio, lucros retidos da empresa, recursos de órgãos finan- ciadores de negócios, tais como BNDES, Finame, Finep, Eximbank e outros. No Quadro 2.5 apresentamos algumas questões cujas respostas visam a susten- tar a tomada de decisão em financiamento. De forma semelhante às decisões de investimento sobre os ativos, as decisões de financiamento são levantadas sobre os passivos. As decisões de financiamento devem ser estruturadas de tal forma que permitam obter o menor custo do capital para a empresa. 33 Quadro 2.5 – Decisão de financiamento Passivo Questões a serem respondidas Passivo circulante Fornecedores ▪ Empréstimos e Financiamentos ▪ Debêntures ▪ Outros ▪ Exigível de longo prazo Financiamentos ▪ Patrimônio líquido Capital social ▪ Reservas ▪ Lucros ou prejuízos acumu lados ▪ Total do ▪ passivo Qual a estrutura de capital? ▪ Qaul a origem dos recursos? ▪ Qual a participação de capital ▪ pró prio? Qual o perfil do endividamento? ▪ Qual o custo do capital? Como ▪ reduzi-lo? Fontes dos financiamentos e res- ▪ pectivos custos? Qual o risco financeiro? ▪ Qual o sincronismo entre os ven- ▪ cimentos das dívidas e a geração dos meios de paga mentos? Fonte: Lemes Jr., Rigo e Cherobim, 2005, p. 7. A Figura 2.1 apresenta o contexto dos sistemas financeiros empresariais. Figura 2.1 – Contexto dos sistemas financeiros empresariais Destinado à: Capital de giro ▪ Ativos fixos ▪ P&D ▪ Medidas-chave: Valor presente líquido ▪ Taxa interna de retorno ▪ Payback ▪ Estratégias-chave: Orçamento de capital ▪ Destino do investimento ▪ Medidas-chave: Lucro por ação ▪ Retorno sobre PL ▪ Custo de capital ▪ Endívidamento ▪ Estratégias-chave: Distribuição de lucros ▪ Retenção de lucros ▪ Dividendo por ação ▪ Alavancagem financeira ▪ Risco/retorno ▪ Medidas-chave: Índices operacionais ▪ Análise de atividades ▪ Análise de contribuição ▪ Dados comparativos ▪ Paradigmas ▪ Estratégias-chave: Uso de recursos ▪ Seleção do mercado ▪ Posição competitiva ▪ Eficácia nos custos ▪ Estratégia de preços ▪ força motriz para o crescimento e a sustentação da estratégia competitiva da empresa custos variáveis custos fixos Operações Financiamento Lucro dividendos juros Patrimônio Líquido – ELP Investimento preço volume Fonte: Adaptado de Helfert, 2000, p. 22. Segundo Helfert7, a base para uma administração próspera consiste em “desenvolver e manter um conjunto coerente de estratégias empresariais, de objetivos de investimento, de metas operacionais e de políticas financeiras que se reforcem uns aos outros, ao invés de gerar conflitos entre si. As estratégias devem ser escolhidas por análise consciente e cuidadosa das várias compensa- ções econômicas envolvidas, individualmente e em conjunto”. As estratégias devem ser alvo de um desempenho-padrão de longo prazo, que estabelecerá e reforçará as expectativas positivas dos acionistas sobre os fluxos de caixa futuro provenientes de investimentos prósperos existentes e de novos investi- mentos sólidos ou advindos de desinvestimentos ou de desempenhos ruins das divisões da empresa. Figura 2.2 – Demonstrativo geral do contexto e sistemas financeiros Passivo circulante Exigível a longo prazo Mutações do PL Lucros (prejuí zos) acumulados Investimentos Investimentos, aumen- tos, em qualquer tipo de ativo são usos de caixa. Desinvestimentos, redu- ções, em qualquer tipo de ativo são fontes de caixa. Financiamentos Crédito comercial e novo financiamento (aumentam obrigações e patrimônio líquido) são fontes de caixa; amortizações de dívidas e dividendos são usos de caixa. Operações Operações lucrativas são fontes de caixa; pre- juízos reduzem caixa. Ajustes contábeis que não afetamo caixa mas afetam o lucro devem ser considerados. Ativo circulante Ativo imobilizado Ativo total Ativo Balanço patrimonial Passivo Demonstrativo do Fluxo de Caixa Ativo total + + = + = Receitas Custo de vendas Margem bruta Despesas operacionais Lucro (prejuízo) operacional Impostos de Renda + – = – = – = Demonstração de resultado Lucro (prejuízo) líquido Fonte: Adaptado de Helfert, 2000, p. 41. Para verificar os efeitos combinados das decisões de investimento, opera- cionais e de financiamento, a análise conjunta do demonstrativo de resultado operacional do período e dos balanços do início e do final do período propor- ciona mais informações do que a análise isolada de qualquer demonstrativo. As decisões administrativas não só afetam o lucro do período, mas também causam mudanças na maioria dos ativos e passivos, particularmente nas con- tas que compõem o capital de giro, como caixa, contas a receber, estoques e 36 contas a pagar. O demonstrativo do fluxo de caixa concentra os resultados ope- racionais correntes e as consequentes mudanças no balanço patrimonial. Na Figura 2.2 apresentamos o demonstrativo geral do contexto e sistemas finan- ceiros, considerando a DRE, a DFC e as consequentes alterações no balanço ao final do período, a partir do balanço no início do períodoa. atividades Descreva a importância da administração financeira para a gestão da 1. empresa. Descreva as principais funções e aponte as diferenças entre a 2. tesouraria e a controladoria na administração financeira? Sob o enfoque das 3. finanças, quais são os principais fatores a serem conside- rados nas decisões de investimento? Sob o enfoque das 4. finanças, quais são os principais fatores a serem conside- rados nas decisões das operações? Sob o enfoque das 5. finanças, quais são os principais fatores a serem conside- rados nas decisões de financiamento? a. O capítulo 4 apresenta um exemplo de planejamento financeiro onde as correlações entre a DRE, a DFC e as consequentes alterações no balanço ao final do período, a partir do balanço no início do período, poderão ser melhor percebidas. ( 3 ) fluxo de caixa da empresa ( ) neste capítulo vamos ver como funciona o fluxo de caixa de uma empresa e, através de projeções, verificar se as operações e decisões gerenciais da empresa irão gerar caixa ao longo do tempo ou déficit de caixa. No momento em que as projeções operacionais revelam déficit ou falta de caixa, tem-se à mão um instrumento de tomada de decisão. Na realidade, o saldo de caixa nunca pode ser negativo. Quando isso ocorre, existem duas possibilidades: alguma(s) conta(s) não é (são) paga(s) ou a empresa obtém recursos em operações de cré- dito junto ao mercado para suprir o déficit de caixa. A Figura 3.1 ilustra os fluxos de caixa da empresa. As aplicações financei- ras (títulos negociáveis), nesse caso, são consideradas como disponibilidades de caixa. Mesmo que não tenham liquidez imediata podem servir de garantia para operações de crédito que suprirão o caixa. O fluxo de caixa é dividido em: flu- xos operacionais, fluxos de investimentos e fluxos de financiamentos. Figura 3.1 – Representação do fluxo de caixa da empresa Custos indire- tos de fabrica- ção (incluindo depreciação) Produto em processo Despesas operacionais (administrativas e vendas) Matérias primas Contas a pagar Caixa e títulos negociáveis Salários Vendas Imposto de Renda Ativo fixo Participação Patrimônio líquido Exigível (curto e longo prazo) Compra ou venda Compra ou venda Venda/compra de ações Pagamento de dividendos Pagamentos, empréstimos, juros e dividendos À vista ou cobrança a crédito Mão de obra Produto pronto (1) Fluxos operacionais (2) Fluxos de investimentos (3) Fluxos de financiamentos Fonte: Adaptado de Gitman, 2004, p. 87. Os fluxos operacionais são as entradas e saídas de dinheiro resultantes das operações da empresa (venda de produtos fabricados, vendas de serviços ou revenda de mercadorias). Os pagamentos dos clientes representam entradas de caixa e todos os pagamentos da mão de obra, matérias-primas e custos indire- tos de fabricação geram saídas de caixa. Os fluxos de investimentos são aqueles associados à compra ou à venda de ativos imobilizados da empresa (terrenos, prédios, máquinas e equipamentos, veículos etc.) e a participações na estrutura de capital em outras empresas. As operações de compra de ativos ou participações geram saídas de caixa enquanto a venda desses ativos gera entradas de caixa. Os fluxos de financiamentos decorrem de operações de captações de recur- sos de terceiros e de capital próprio. A empresa pode captar recursos de terceiros 41 por meio de empréstimos em instituições financeiras ou pela venda de ações e essas operações geram entradas de caixa. A empresa, ao pagar empréstimos, juros e dividendos a acionistas, terá saídas de caixa. Uma vez combinados os três fluxos (operacionais, de investimentos e de financiamentos) em um determinado período de tempo, obtém-se o resultado do saldo final de caixa de cada dia do período. O fluxo de caixa de uma empresa é realizado diariamente partindo-se do saldo inicial de caixa mais todas as entradas de caixa, menos todas as saídas de caixa do dia, resultando no saldo final do dia que será o saldo inicial do dia seguinte. (3.1) fontes e aplicações de caixa Na realidade, a demonstração de fluxos de caixa sintetiza as entradas e as saídas de caixa em um determinado período de tempo. As entradas de caixa são consi- deradas fontes de caixa e as saídas de caixa resultam nas aplicações de caixa. Fontes de caixa são recursos financeiros que aumentam o caixa da empresa. Exemplos: venda de ativos, depreciações dos ativos permanentes, venda de ações da empresa, aumento na margem dos produtos, reduções nos custos operacionais. Aplicações de caixa são recursos financeiros que reduzem o caixa da em presa. Exemplos: compra de ativos, prejuízos operacionais, diminuição de um passivo exigível, pagamento de dividendos, recompra de ações, amortiza- ções de empréstimos. Em resumo, qualquer redução das contas do ativo ou aumento de qualquer conta do passivo resultará em entrada (fontes) de caixa. Por outro lado, qual- quer aumento na conta dos ativos ou redução de qualquer conta do passivo resultará em saída (aplicações) de caixa. Elaboração da demonstração de fluxos de caixa A demonstração de fluxos de caixa para o período de um ano é elaborada a par- tir da demonstração de resultados juntamente com os balanços de início e final de período. Apresentamos a seguir um exemplo de demonstração de resultados de uma empresa no período de um ano e os balanços do início e final de ano (ano 1 e ano 2) para mostrar como as variações das contas dos ativos e passivos se corre- lacionam e fecham com os saldos de caixa e aplicações financeiras. 42 A Tabela 3.1 apresenta as demonstrações de resultados do ano encerrado, referenciado como 2, para referenciar o balanço inicial como sendo o ano 1. Os balanços correspondentes encerrados no final do ano 1 e ano 2 estão na tabela 3.2. Tabela 3.1- Demonstração de resultados (Ano 2) Ano 2 Demonstração de resultados 1.000 Vendas líquidas Custo dos produtos vendidos (CPV) 1.700 1.000 Lucro Bruto 700 Imposto de Renda (40%) Lucro líquido Dividendos 120 180 80 Lucro antes dos juros e do Imposto de Renda (LAJIR) 370 Despesas financeiras Lucro tributável 70 300 Despesas de vendas Despesas administrativas Depreciação 70 160 100 Lucros retidos 100 Tabela 3.2 – Balanços encerrados em 31 dez. do Ano 2 e do Ano 1 Ano 2 Ano 1 Ano 2 Ano 1 Ativo circulante 2.000 1.900 Passivocirculante 1.400 1.400 Caixa 400 300 Contas a pagar 700 500 Aplicações Financeiras 600 200 Empréstimos Bancos 600 700 Contas a receber 400 500 Despesas a pagar 100 200 Estoques 600 900 Ativo fixo 1.200 1.000 Empréstimos longo prazo 600 400 Terrenos e prédios 1.200 1.050 Máquinas e equipamentos 850 800 Patrimônio líquido Moveis e utensílios 300 220 Capital social 700 700 Veículos, outros 150 130 Lucros retidos 600 500 Depreciação 1.300 1.200 Participações 100 100 Total ativos 3.300 3.000 Total passivos 3.300 3.000 A demonstração do fluxo de caixa encerrado no ano 2 é apresentada na Tabela 3.3. O fluxo de caixa das operações (Tabela 3.3) igual a 780 resulta do lucro líquido (180) da DRE, mais a depreciação (100), pois ela não é uma saída de caixa, mas sim uma reserva contábil para a empresa renovar seus ativos depois de depreciados, mais a redução dos estoques no período (300 = 900 – 600), mais a redução das contas a receber no período (100 = 500 – 400), mais o aumento das contas a pagar no período (200 = 700 – 500), mais a redução das despesas a pagar no período (– 100 = 100 – 200). Assim, o aumento do caixa pelas operações foi dado por: 780 = 180+100+300+100+200-100. 44 O fluxo dos investimentos (Tabela 3.3) igual a – 300 resulta do aumento que houve nos ativos no período de 300 sem considerar a depreciação já incluída no fluxo das operações. A variação dos ativos é obtida pela variação de 150 (1200 – 1050 de terrenos e prédios), mais a variação de 50 (850 – 800 de máquinas e equipamentos) mais a variação de 80 (300 – 220 de móveis e utensílios), mais a variação de 20 (150 – 130 de veículos e outros). Desse modo, a redução do caixa pelo investimento em ativos imobilizados foi dada por: 300 = 150 + 50 + 80 + 20. O fluxo de financiamentos (Tabela 3.3 inferior direita) igual a 20 resulta da redução do valor de empréstimos de bancos (– 100 = 600 – 700) mais o aumento de 200 (600 – 400) do exigível de longo prazo (ELP), mais os dividendos pagos aos acionistas de 80. Assim, o aumento do caixa pelo fluxo de financiamento foi dado por: 20 = – 100 + 200 – 80. A variação no saldo de caixa e aplicações financeiras do balanço igual a 500 (400 + 600 – 300 – 200) fecha com os valores das entradas e saídas de caixa pelo fluxo das operações, dos investimentos e financiamentos (780 – 300 + 20 = 500). Tabela 3.3 – Demonstração do saldo final de caixa e aplicações financeiras Fluxo de caixa das operações 780 Fluxo dos investimentos –300 Lucro líquido 180 Variação no ativo fixo 300 Depreciação 100 Variação participações 0 Variação nos estoques 300 Variação das contas a receber 100 Fluxo dos financiamentos 20 Variação das contas a pagar 200 Variação empréstimos Bancos –100 Variação das despesas a pagar –100 Variação ELP 200 Variação capital social 0 Variação no saldo de Caixa e aplicações financeiras 500 Dividendos pagos -80 45 (3.2) orçamento empresarial O orçamento de qualquer organização é um dos enfoques mais importantes ao processo de administração e gestão, compreendendo os conceitos e as técni- cas de planejamento e controle de resultados. O orçamento empresarial deve, segundo Moraes1, incluir um enfoque sistemático e formal à execução das responsabilidades de planejamento, coordenação e controle da administração. Especificamente, envolve a preparação e utilização de: (1) objetivos globais e de longo prazo da empresa; (2) um plano de resultados em longo prazo, desenvolvido em termos gerais; (3) um plano de resulta- dos em curto prazo detalhado de acordo com diferentes níveis relevantes de responsa- bilidade (divisões, produtos, projetos etc.); e (4) um sistema de relatórios periódicos de desempenho, mais uma vez para os vários níveis de responsabilidade. Cabe apresentarmos o significado de alguns termos e expressões usual- mente adotados na elaboração de um orçamento empresarial: Período orçamentário ▪ – normalmente de 12 meses, podendo ser inferior ou superior sem ser obrigatoriamente múltiplo de 12 meses; Unidade temporal ▪ – dia para período semanal, semana para período mensal e mês para período anual; Acompanhamento orçamentário ▪ – diário, semanal ou mensal, com aná- lise das causas e efeitos das variações; Revisões orçamentárias ▪ – geralmente mensais, bimensais, trimestrais (nem sempre coincidem com o acompanhamento); Simulações orçamentárias ▪ – processo de avaliação dos efeitos nos prin- cipais indicadores econômico-financeiros em função das mudanças de premissas das variáveis externas (cenários, ambiente dos negócios) e internas da empresa (redução de custos, melhoria de produtividade etc.). Recomenda-se trabalhar no mínimo com três simulações: otimista, mais provável e pessimista. Também devemos considerar as etapas previstas para o planejamento finan- ceiro e orçamento empresarial: Projeções das vendas ▪ – É prevista em função da análise da concorrên- cia, do cenário (ameaças e oportunidades) e tendências macroeconômi- cas. Possibilita que seja planejado o volume de produção dos produtos e serviços e respectivos preços. Projeções dos custos ▪ – Custos da matéria-prima da mão de obra direta e dos custos indiretos de fabricação, em função das previsões de vendas e da política de estoques adotada. 46 Projeções das despesas de administração e vendas ▪ – Projeções das despe- sas administrativas (RH, suprimentos, contabilidade, comercial, vendas). Resultado (orçamento de caixa) ▪ – Elabora-se o orçamento de caixa e se determina a necessidade de capital de giro, plano de imobilizações, plano de P&D e as fontes dos recursos. Resultado (contábil e patrimonial) ▪ – Elabora-se a DRE e o balanço patri- monial e calcula-se os índices de liquidez, rentabilidade, endividamento, taxas de retorno sobre ativos e patrimônio líquido. Para se elaborar um orçamento empresarial, recomendamos, ainda, detalhar todas as despesas e custos em todos os setores da empresa, tanto os produti- vos, como os indiretos e os administrativos. No Quadro 3.1 apresentamos e um plano que contém as principais contas para um orçamento. Quadro 3.1 - Plano de contas para setores produtivos, indiretos e administrativos. Pessoal Nº de pessoas no setor Salários Encargos sociais Provisão 13º salário Provisão férias Material de segurança Funcionamento Manutenção Depreciação Energia elétrica Telefone Despesa com veículos Viagens e estadias Material de expediente Serviços Terceiros Vigilância Refeitório Vale transporte Auditoria Serviços jurídicos Aluguel 47 (3.3) planejamento de caixa (orçamento de caixa) O planejamento de caixa, ou previsão de caixa, é uma demonstração que apre- senta as entradas e as saídas de caixa planejadas pela empresa, com a finalidade de identificar as necessidades de caixa no curto prazo. A seguir apresentamos um exemplo para elaborar o orçamento de caixa de uma empresa. Orçamento de caixa – exemplo A empresa ABC está desenvolvendo um orçamento de caixa para os meses de março, abril e maio. O saldo inicial de caixa no início do mês de março da empresa totaliza R$ 30.000 e, como segurança, para imprevistos, a empresa deseja ter todos os meses um saldo mínimo de caixa de R$ 5.000,00. As ven- das dos dois meses anteriores (janeiro e fevereiro) foram, respectivamente, de R$ 100.000 e R$ 200.000 e as suas condições de recebimento foram: 20% à vista, 50% com prazo de 30 dias e 30% das vendas com prazo de 60 dias. A empresa possui uma aplicação financeira em um banco que poderá ser resgatada no segundo mês (abril) no valor de R$ 30.000, incluindo principal e juros. As pre- visões de vendas dos próximos três meses são respectivamente de R$ 400.000, R$ 300.000 e R$ 200.000 e as condições de pagamento são consideradas idênti-cas às dos dois meses anteriores. As programações de pagamentos ocorrem segundo as seguintes infor mações: Compras de materiais ▪ – representam 60% das vendas do mês anterior; e os pagamentos aos fornecedores nas seguintes condições: 10% à vista, 70% em 30 dias e 20% em 60 dias. Salários e encargos ▪ – são calculados sob a base de 15% das vendas men- sais mais o custo fixo de R$ 20.000. Aluguel, energia, telefone ▪ – R$ 12.000 pagos mensalmente. Impostos ▪ – 26% das vendas pagos no mês seguinte. Aquisição de equipamento ▪ – um novo software integrado está sendo im plantado na empresa e há um saldo a pagar ao fornecedor de R$ 30.000 para o mês de abril. Consideradas essas informações, desejamos saber: O orçamento de caixa no período de março a maio. ▪ Haverá saldo excedente de caixa no período? ▪ 48 Para solucionar o problema proposto, elaboram-se três tabelas, conforme mostramos a seguir. A primeira (Tabela 3.4), dos recebimentos, representa as entradas de caixa da empresa no momento (mês) que efetivamente ocorrem. Por exemplo, quando se prevê que 20% das vendas de março ocorrerão à vista, significa dizer que o dinheiro entra no caixa da empresa no próprio mês de março (20% de R$ 400.000,00 = R$ 80.000,00). Já os 50% das vendas do mês de março ocorrem em 30 dias significam que o dinheiro entrará no caixa da empresa no mês de abril (50% de R$ 400.000,00 = R$ 200.000,00), e assim sucessivamente para todos os meses do período analisado. Tabela 3.4 – Recebimentos Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Vendas do mês 100.000 200.000 400.000 300.000 200.000 À vista 80.000 60.000 40.000 30 dias 100.000 200.000 150.000 60 dias 30.000 60.000 120.000 Outros 30.000 Total 210.000 350.000 310.000 O mesmo raciocínio aplica-se à Tabela 3.5, dos pagamentos, na qual deve- mos lançar os valores de cada categoria de despesa no momento (mês) em que efetivamente ocorrem. As compras representam 60% das vendas do mês ante- rior, e o pagamento a fornecedores, 10% à vista, 70% no mês seguinte e 20% dois meses depois. 49 Tabela 3.5 – Pagamentos Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Compras de materiais 45.273 60.000 120.000 240.000 180.000 À vista 12.000 24.000 18.000 30 dias 42.000 84.000 168.000 60 dias 9.055 12.000 24.000 Salários e encargos 50.000 80.000 65.000 Aluguel, energia, telefone etc. 12.000 12.000 12.000 Impostos 52.000 104.000 78.000 Aquisição de equipamentos 30.000 Outros Total 177.055 346.000 365.000 A Tabela 3.6, terceira e última, apresenta o orçamento de caixa, o qual con- siste na obtenção da diferença entre os totais dos recebimentos e dos pagamen- tos mês a mês. Esse cálculo permite obter o fluxo líquido de caixa de cada mês que, somado ao saldo inicial de caixa, permite que se chegue ao saldo final de caixa mês a mês. No saldo final de caixa de cada mês verifica-se se a empresa terá excedente ou não de caixa. Quando o saldo final de caixa resultar nega- tivo, a empresa será obrigada a deixar de pagar alguma conta ou deverá buscar recursos para suprir seu déficit de caixa. 50 Tabela 3.6 – Orçamento de caixa Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Recebimentos (+) 210.000 350.000 310.000 Pagamentos (–) 177.055 346.000 365.000 Fluxo líquido de caixa (=) 32.945 4.000 (55.000) Saldo inicial de caixa (+) 10.000 42.945 46.945 Saldo final de caixa (=) 42.945 46.945 (8.055) Saldo mínimo de caixa 5.000 5.000 5.000 Saldo ou suprimento de caixa 37.945 41.945 (13.055) Note-se que nos meses de março e abril a empresa terá excedente de caixa e, no último mês, de maio, um déficit de R$ 13.055,00 (8.055 das operações mais 5.000 de saldo mínimo de caixa), e terá de levantar esses recursos por operações de crédito junto ao mercado ou terá de postergar o pagamento de alguma das contas desse mês. (3.4) linhas de crédito Quando uma empresa apresentar déficit de caixa no seu orçamento de caixa, poderá buscar fontes de recursos junto a instituições financeiras para supri-lo ou a necessidade de capital de giro, em função do ciclo do seu negócio. A seguir apresentamos as principais linhas de crédito disponibilizadas pelas institui- ções financeiras. Adiantamento de contrato de câmbio (ACC) ▪ – Crédito utilizado para financiar o capital de giro de empresas exportadoras, sendo liberado antes do embarque efetivo da mercadoria para o exterior, com um prazo 51 de até 360 dias antes do embarque. Essa linha de recursos somente poderá ser obtida por empresas exportadoras. Adiantamento de contrato de exportação (ACE) ▪ – Operação semelhante ao ACC, sendo os recursos liberados após a comprovação do embarque da mercadoria para o exterior, com um prazo de até 180 dias após a data de embarque. Esta linha de recursos somente poderá ser obtida por empre- sas exportadoras. Export notEs ▪ – É uma operação com direitos creditórios de exportação, na qual são comprados e vendidos direitos a recebimentos em moeda estran- geira provenientes de exportações já realizadas ou futuras exportações a realizar, cujo pagamento ainda não foi recebido. Financiamento à importação (Finimp) ▪ – É um empréstimo destinado a financiar materiais e equipamentos importados. Apresenta o risco da variação cambial, por serem recursos de funding externo. Essa linha de recursos somente poderá ser obtida por empresas importadoras. Desconto de duplicatas ▪ – Linha de crédito muito utilizada pela empresas para capital de giro, fornecendo como garantia valores recebíveis de ven- das realizadas. Os bancos antecipam o valor ao emitente, descontando juros antecipados e, na falta de pagamento do cliente, exercem o direito de regresso contra a empresa. Vendor ▪ – Crédito que financia o comprador, mas o aval da operação é dado pelo emitente (vendedor). Compror ▪ – Trata-se de financiamento ao capital de giro, em que o finan- ciado é o vendedor e o emitente (comprador) é o avalista da operação. Capital de giro ▪ – É um empréstimo para capital de giro sem vinculação a vendas. Exige garantias que pode ser hipoteca, recebíveis, como duplica- tas a receber entregues em caução. Hot monEy ▪ – Crédito para atender suprimento de caixa de curtíssimo prazo ou para cobrir emergências. Conta Garantia – ▪ É uma linha de crédito que também visa cobrir emer- gências. É realizada por um contrato onde o banco assegura um limite de crédito disponível, no prazo do contrato. Factoring ▪ – Operação adotada por pequenas e médias empresas que possuem dificuldades de obter créditos junto aos bancos. É oferecido por empre- sas de fomento mercantil que compram a carteira de cobrança de outras empresas que, nesse caso, estão terceirizando sua cobrança. Por outro lado, a empresa de fomento assume os riscos, com o direito de regresso. 52 atividades O que são fontes de caixa? Dê três exemplos.1. O que são aplicações de caixa? Dê três exemplos.2. O que ocorre no saldo de caixa se as fontes de caixa forem inferiores às apli-3. cações de caixa? Como os fluxos de investimentos podem aumentar ou diminuir o saldo de 4. caixa? Uma empresa apresentou a seguinte movimentação de caixa, iniciando o 5. período com um saldo de 2.000,00: Total Mês 1 Mês 2 Mês 3 Entradas 125.000 110.000 120.000 Saídas 118.000 120.000 115.000 Assinale a alternativa correta: (A) O déficit máximo de caixa no período foi de R$ 10.000,00 (B) O déficit máximo de caixa no período foi de R$ 1.000,00 (C) O excedente máximo de caixa no período foi de R$ 1.000,00 (D) O excedente máximo de caixa no período foi de R$ 7.000,00 ( 4 ) planejamento financeiro ( ) o desempenho financeiro futuro provável de uma empresa pode ser obtido a partir do desenvolvimento do seu planejamento financeiro através de três conjuntos de projeções. O primeiro é o Demonstrativo deResultado (DR), que representa um plano e análise operacional da empresa e permite verificar qual foi o seu lucro. O DR consiste em lançar os valores das vendas e de todos os custos e despesas ocorridas no período e alocadas nos pro- dutos e ou serviços vendidos, inclusive os impostos. A segunda projeção trata do Fluxo de Caixa (FC), o qual apresenta e expõe os movimentos esperados por categoria de conta do caixa da empresa nas previsões futuras, fornecendo uma visão mais dinâmica das mudanças esperadas no cenário e dos recursos da empresa. A terceira projeção trata do Balanço Patrimonial (BP), o qual reflete o impacto cumulativo antecipado das decisões futuras presumidas conforme sua condição financeira. 56 Todos os três demonstrativos são preparados tomando-se como base as esti- mativas ou premissas consideradas nas atividades futuras do mercado e/ou da empresa e projetando-se, conta por conta, os resultados e as condições pres- supostas. A abordagem não está baseada em transações contábeis detalhadas, mas principalmente no uso criativo do conjunto das receitas e contas como uma estrutura pela qual se organizam e desempenham as expectativas futuras. O planejamento do lucro envolve a elaboração da demonstração do resul- tado e do balanço patrimonial projetados. Para preparar corretamente as pro- jeções do demonstrativo de resultados e do balanço, é necessário definir todas as premissas preliminares desejadas às previsões futuras. Sua elaboração exige uma integração cuidadosa de inúmeros procedimentos que levem em conta os cenários, as previsões das vendas, os custos e as despesas, as obrigações, os ativos e as participações acionárias, resultantes do nível de operações anteci- padas. Os passos fundamentais nesse processo são apresentados na Figura 4.1. (4.1) método das demonstrações projetadas O método para elaborar as demonstrações projetadas inicia com um plano das previsões de vendas, do qual se desenvolve um plano de produção que leva em conta o tempo necessário para se converter a matéria-prima em produto pronto. Com base nessas estimativas, programa-se quando e quanto comprar de matéria-prima, bem como são definidas as necessidades de mão de obra (custos diretos de produção). Os custos indiretos de produção podem ser estimados pelo comportamento histórico operacional da empresa, cujas despesas operacionais (vendas e admi- nistrativas) são estimadas com base no nível de operações necessário para sustentar as vendas previstas. Depois de ter definidos esses pontos, pode-se elaborar o orçamento de caixa (trimestral, mensal e diário de pagamentos e recebimentos). Conhecendo-se o orçamento de caixa, o plano de investimen- tos de capital e o balanço do período corrente, pode-se desenvolver o balanço projetado da empresa. A demonstração de resultados fornecerá a variação dos lucros retidos, depreciação e Imposto de Renda. O orçamento de caixa forne- cerá o saldo de caixa, títulos a pagar, duplicatas a receber e a pagar, emprés- timos de curto e longo prazo. O plano de investimentos de capital indica as variações esperadas nos ativos fixos. A Figura 4.1 apresenta o fluxograma das etapas a serem elaboradas para projetar os resultados futuros de uma empresa com base em premissas preestabelecidas. Figura 4.1 – Etapas do planejamento financeiro Balanço do período corrente Custos dos produtos fabricados Plano de produção Previsão de vendas Estimativas do consumo de MP Estimativas das compras de MP Custos de fabricação Necessidade de MOD Estimativas DO Projeção DR Balanço projetado Legenda: MP – matéria-prima MOD – Mão de obra direta DO – Despesas operacionais DR – Demonstrativo de resultado. Informações necessárias Resultados para análise Orçamento de caixa Plano de investi- mento de capital Cenário Fonte: Adaptado de Gitman, 2004, p. 93. 58 Exemplo de aplicação: demonstrações projetadas A empresa Mano Móveis (MM) produz e vende dois modelos básicos de móveis para escritórios (X e Y). As informações relativas ao ano anterior (últimos 12 meses), tais como peças vendidas, preços de vendas, custos e despesas são as seguintes: Tabela 4.1 – Preço unitário e quantidade vendida Vendas X Y Preço unitário de venda R$ 200,00 270,00 Unidades vendidas 1.000 3.000 Tabela 4.2 – Custo da mão de obra direta por produto Mão de obra direta – (MOD) X Y MOD (homens hora)/produto 2 hh 2,5 hh Custo R$ MOD/hora R$ 30,00/hh R$ 30,00/hh Custo total da MOD/produto R$ 60,00 R$ 75,00 Unidades vendidas 1.000 3.000 Custo total MOD no ano R$ 60.000,00 R$ 225.000,00 Tabela 4.3 – Custo da matéria-prima por produto X Y Matéria-prima A 1 unidade 1 unidade Matéria-prima B 2 unidades 3 unidades Custo matéria-prima A R$ 20,00 R$ 20,00 Custo matéria-prima B R$ 5,00 R$ 5,00 Custo total MP/produto R$ 30,00 R$ 35,00 Unidades vendidas 1.000 3.000 Custo total MP no ano R$ 30.000,00 R$ 105.000,00 59 Tabela 4.4 – Custos indiretos de fabricação Custos de fabricação R$ / ano MO indireta 60.000,00 Compras/almoxarifado 52.000,00 Energia e material de consumo 20.000,00 Supervisão 80.000,00 Manutenção 35.000,00 Engenharia 55.000,00 Impostos e seguros 28.000,00 Depreciação 50.000,00 Total 380.000,00 Tabela 4.5 – Despesas administrativas Despesas administrativas R$ / ano Salários e encargos 31.000,00 Materiais de escritório 7.000,00 Telefone 3.000,00 Serviços jurídicos 9.000,00 Total 50.000,00 Tabela 4.6 – Despesas com vendas Despesas com vendas R$ / ano Salários e encargos – vendedores 30.000,00 Propaganda 12.000,00 Despesas viagem 8.000,00 Total 50.000,00 60 As demonstrações dos resultados e o balanço do exercício em questão são apresentados a seguir: Tabela 4.7 – Demonstração de Resultados Vendas R$ Origem dos Dados Modelo X Modelo Y Totais CPV MOD MP Custo indireto Total Lucro bruto Despesas operacionais Vendas Administrativas Total Lucro líquido opera cional Despesas financeiras Lucro antes do Imposto de Renda (LAJIR) Provisão Imposto de Renda Lucro Líquido Distribuição de lucros Lucro retido 200.000,00 810.000,00 1.010.000,00 285.000,00 135.000,00 380.000,00 800.000,00 210.000,00 50.000,00 50.000,00 100.000,00 110.000,00 10.000,00 100.000,00 22.000,00 78.000,00 40.000,00 38.000,00 Tabela 4.1 R$ 200 x 1000 un Tabela 4.1 R$ 270,00 x 3000 un Tabela 4.2 (60.000 + 225.000) Tabela 4.3 (30.000 + 105.000) Tabela 4.4 R$ 1.010.000,00 – R$ 800.000,00 Tabela 4.5 Tabela 4.6 61 Tabela 4.8 – Ativo Ativo R$ Origem dos Dados Circulante Caixa Títulos negociáveis Duplicatas a receber Estoques Fixo Ativo Total 390.000,00 60.000,00 40.164,00 130.000,00 159.836,00 510.000,00 900.000,00 Ver tabela 3-9 Tabela 4.9 – Passivo Passivo R$ Circulante Duplicatas a pagar Impostos a pagar Outros exigíveis Exigível de longo prazo Patrimônio líquido Cotas Lucros retidos Passivo Total 220.000,00 120.000,00 37.400,00 62.600,00 150.000,00 530.000,00 300.000,00 230.000,00 900.000,00 O estoque apresentado no balanço consiste basicamente em matérias-primas e produtos acabados, não havendo, portanto, estoque de produtos em processa- mento no fim do ano. A tabela 4.10, a seguir, demonstra como os estoques estão formados no fim do ano. 62 Tabela 4.10 – Valores dos estoques Quantidades R$ Matéria-prima A (1 un. X e 1 un. Y) 600 12.000,00 Matéria-prima B (2 para X e 3 para Y) 4.000 20.000,00 Produto X 320 54.336,00 Produto Y 350 73.500,00 Estoque Total 159.836,00 Conhecidas todas essas informações da empresa do exercício anterior (últi- mos 12 meses), vamos elaborar agora as projeções de resultados e balanço para o exercícioseguinte (próximos 12 meses), considerando as seguintes premissas: Vendas e preços dos produtos1. X Y Preço de venda 250,00 330,00 Unidades vendidas 1.500 2.800 Estoque desejado no fim do exercício (política da empresa): produto 2. pronto de X = 120 unidades; produto pronto de Y = 150 unidades; estoque da matéria-prima A = 500 unidades e estoque da matéria-prima B = 3.000 unidades. O custo da mão de obra direta será de R$ 35,00 por homem-hora.3. custo indireto de fabricação anual previsto totaliza R$ 500.000,00 e inclui 4. R$ 70.000 de depreciação. Despesas com vendas no ano: R$ 80.000,00.5. Despesas administrativas previstas: R$ 60.000,00.6. A empresa programa a compra de uma nova máquina que custa R$ 7. 200.000,00. A máquina será depreciada linearmente em 10 anos e será paga em duas prestações iguais, uma em março e a outra em setembro; Considerar as despesas financeiras 50% superior ao valor do ano anterior 8. e pagos integralmente em dezembro. Estima-se 35% do lucro para provisão do Imposto de Renda.9. Estima-se que as vendas projetadas da empresa (todas a crédito) estejam 10. 63 assim distribuídas durante o ano: 20% no 1º trimestre; 40% no 2º trimes- tre; 25% no 3º trimestre e 15% no 4º trimestre. 75% das duplicatas a receber serão recebidas durante o trimestre da 11. venda; os restantes 25% serão recebidas no trimestre seguinte. 60% das compras de matéria-prima serão pagas no trimestre corrente; os 12. restantes 40% serão pagos no trimestre seguinte. Os pagamentos da mão de obra direta, custos indiretos de fabrica-13. ção e despesas operacionais, serão divididos igualmente entre todos os trimestres. Os impostos a pagar do exercício anterior serão pagos em parcelas trimes-14. trais idênticas no exercício seguinte. A empresa deseja manter um saldo final de caixa de pelo menos R$ 15. 40.000,00. Se possível, prever distribuição de lucros aos cotistas no montante de R$ 16. 50.000,00. Etapas para elaboração das projeções de resultados e balanço para o exercí- cio seguinte (próximos 12 meses): Etapa 1 ▪ – O primeiro passo é determinar o plano de produção do exercí- cio, considerando os estoques iniciais existentes, os estoques finais proje- tados e as previsões de vendas do exercício: X Y Estoque inicial dos produtos 320 350 Vendas previstas (premissa 1) 1.500 2.800 Estoque final dos produtos (premissa 2) 120 150 Plano de produção do exercício 1.300 2.600 Etapa 2 ▪ – A seguir calcula-se as necessidades de matérias primas para o plano de produção do exercício, considerando-se os estoques iniciais, os estoques finais projetados e as necessidades para atender o plano de pro- dução do exercício. 64 X (1.300) Y (2.600) Total Matéria-prima A (1 para X e Y) 1.300 2.600 3.900 Matéria-prima B (2 para X e 3 para Y) 2.600 7.800 10.400 A B Total Estoque inicial da MP 600 4.000 Consumo previsto 3.900 10.400 Estoque final desejado (premissa 2) 500 3.000 Quantidade necessária de MP 3.800 9.400 Custo unitário das MP (R$) 20,00 5,00 Total das compras de MP 76.000,00 47.000,00 123.000,00 Valores das compras trimestrais 19.000,00 11.750,00 30.750,00 Etapa 3 ▪ – Calcula-se os valores de custos da mão de obra direta (MOD), sabendo-se que a taxa hora passa a ser de R$ 35,00 por hh: MOD X Y Total MOD (homens hora)/produto 2 hh 2,5 hh Custo R$ MOD/hora (premissa 3) 35,00 35,00 Plano de produção 1.300 2.600 Custo anual da MOD R$ 91.000,00 227.500,00 318.500,00 Custo trimestral da MOD 22.750,00 56.875,00 79.625,00 % da MOD sobre o produto 28,57% 71,43% Etapa 4 ▪ – Calcula-se os custos indiretos de fabricação apropriando-os sobre os dois produtos na mesma proporção de incidência do custo da MOD. Os custos indiretos de fabricação (CIF) totalizam R$ 500.000,00, o 65 qual é desdobrado no mesmo percentual da MOD incidentes sobre os pro- dutos X e Y. Portanto, a parcela do CIF destinado ao produto X é 28,57% de R$ 500.000,00, que resulta em R$ 142.857,00. O valor do CIF destinado ao produto Y será o complemento de R$ 357.143,00. Esses valores, quando divididos respectivamente pelas quantidades do produto X e Y (a serem produzidos no ano) resultam na parcela do CIF por unidade de produto X e Y. O CIF por unidade de X é R$ 142.857,00, ao ser dividido por 1.300 unida- des de X por ano R$ 109,89. Para o produto Y tem-se R$ 357.143,00 que divi- dido por resulta em 2.600 unidades de Y por ano, resulta em R$ 137,36. CIF X Y Total Custo anual da MOD 91.000,00 227.500,00 318.500,00 Apropriação CIFs/produto/ano 142.857,00 357.143,00 500.000,00 Premissa 4 Apropriação CIFs/ produto/unidade 109,89 137,36 Etapa 5 ▪ – Conciliam-se os custos com matéria-prima, MOD e CIF para determinar o Custo dos Produtos Vendidos (CPV) anual da empresa. CPV X Y Total Custo MP/unidade 30,00 35,00 MOD p/unidade 70,00 87,50 CIF p/unidade 109,89 137,36 Custo total p/unidade 209,89 259,86 Produção vendida no ano 1.180 2.450 CPV do ano 247.670,33 636.663,46 884.333,79 Quantidades de X e Y para o cálculo do CPV Produto X = 1500 – 320 = 1.180 Produto Y = 2.800 – 350 un. = 2.450 66 Etapa 6 ▪ – Elaborar a demonstração de resultados do exercício: Vendas R$ Modelo X Modelo Y Total das vendas CPV Estoque inicial de produtos MOD MP Custo indireto Total Lucro bruto Despesas operacionais Vendas (premissa 5) Administrativas (premissa 6) Total Lucro líquido operacional Despesas financeiras (premissa 8) Lucro antes do IR Provisão Imposto de Renda (premissa 9) Lucro líquido Distribuição de lucros Lucro retido 375.000,00 924.000,00 1.299.000,00 127.836,00 296.975,00 121.150,00 466.208,79 1.012.169,79 286.830,21 80.000,00 60.000,00 140.000,00 146.830,21 15.000,00 131.830,21 46.140,57 85.689,64 50.000,00 35.689,64 67 Etapa 7 ▪ – Elaborar o orçamento de caixa: 1º Trim 2º Trim 3º Trim 4º Trim Vendas – total ano: R$ 1.299.000,00 Recebimentos (pre- missa 10) 75% das vendas cor- rentes (premissa 11) 25% das vendas do trimestre anterior Total 259.800,00 0,2 194.850,00 130.000,00 324.850,00 519.600,00 0,4 389.700,00 4.950,00 454.650,00 324.750,00 0,25 243.562,50 129.900,00 373.462,50 194.850,00 0,15 146.137,50 81.187,50 227.325,00 Compras (ver etapa 2) Pagamentos 60% das compras corrente (premissa 12) 40% das compras do trimestre anterior Mão de obra direta (ver etapa 3) CIF (500.000–70.000)/4 Despesas operacionais Aquisição de máquina Juros Distribuição de lucros (premissa 16) Impostos (Conta passivo/4) premissa 14 Total 30.750,00 18.450,00 120.000,00 79.625,00 107.500,00 35.000,00 100.000,00 9.350,00 469.925,00 30.750,00 18.450,00 12.300,00 79.625,00 107.500,00 35.000,00 9.350,00 262.225,00 30.750,00 18.450,00 12.300,00 79.625,00 107.500,00 35.000,00 100.000,00 9.350,00 362.225,00 30.750,00 18.450,00 12.300,00 79.625,00 107.500,00 35.000,00 15.000,00 50.000,00 9.350,00 327.225,00 Fluxo líquido de caixa (145.075,00) 192.425,00 11.237,50 (99.900,00) Saldo inicial de caixa 60.000,00 (85.075,00) 107.350,00 118.588,00 Saldo final de caixa (85.075,00) 107.350,00 118.588,00 18.687,50 Empréstimo 125.075,00 21.312,50 Saldo final de caixa Premissa 15 40.000,00 107.350,00 118.588,00 40.000,00 68 Etapa 8 ▪ – Elaborar o balanço projetado. A etapa 7 (orçamento de caixa) for- nece algumas informações para a projeção do balanço. São elas: Saldo final de caixa: R$ 40.000,00. ▪ Títulos a pagar: o empréstimo a curto prazo no fim do ano para suprir ▪ o caixa é igual a R$ 21.312,50. Duplicatas a receber: as duplicatas a receber no fim do período corres- ▪ ponde a 25% das vendas do 4º trimestre amontam em R$ 48.712,50. Duplicatas
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