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Finanças e controle

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lu
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 de
 c
ai
xa
O símbolo de percentagem 
(%), comumente usado pelos 
profissionais dos segmentos 
de administração e custos, 
é empregado nesta obra 
para representar o grupo 
de disciplinas que tratam 
dessas áreas.
administração de capital 
de giro, orçamento 
e fluxo de caixa
Obra coletiva organizada 
pela Universidade Luterana 
do Brasil (Ulbra).
Informamos que é de 
inteira responsabilidade 
do autor a emissão de 
conceitos.
Nenhuma parte desta 
publicação poderá ser 
reproduzida por qualquer 
meio ou forma sem a prévia 
autorização da Ulbra.
A violação dos direitos 
autorais é crime 
estabelecido na Lei 
nº 9.610/98 e punido pelo 
art. 184 do Código Penal.
A edição desta obra é 
de responsabilidade da 
Editora Ibpex.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Índices para catálogo sistemático:
1. Capital de giro: Orçamento e fluxo de caixa:
Administração financeira 658.15244
Administração de capital de giro: orçamento de 
fluxo de caixa / [organizado pela] Universidade 
Luterana do Brasil – ULBRA . -- Curitiba: Editora 
Ibpex, 2009.
isbn 978-85-7838-423-4
1. Administração financeira 2. Capital de giro –
Administração I. Universidade Luterana do 
Brasil – ULBRA.
09-05716 cdd-658.15244
pdi Ulbra 2006-2016
Plano de Desenvolvimento Institucional
Mantida pela Comunidade Evangélica Luterana São Paulo (Celsp), a 
Universidade Luterana do Brasil (Ulbra) tem uma história de conquistas. 
Desde a primeira escola, fundada em 1911, até hoje, a Ulbra caracteriza-se 
por ser uma instituição voltada para o futuro, buscando sempre o melhor 
em todas as suas áreas de atuação. Assim, disponibiliza para acadêmi-
cos, profissionais e toda a comunidade serviços de qualidade em todas as 
áreas.
Missão
A Ulbra assume como Missão Institucional desenvolver, difundir e pre-
servar o conhecimento e a cultura por meio do ensino, da pesquisa e da 
extensão, buscando permanentemente a excelência no atendimento das 
necessidades de formação de profissionais qualificados e empreendedores 
nas áreas de educação, saúde e tecnologia.
Visão
Ser uma instituição de referência no ensino superior em cada localidade em 
que atua e estar entre as dez melhores do País.
Valores
Busca permanente da qualidade em educação, saúde e tecnologia; ▪
Preocupação permanente com a satisfação das pessoas que fazem ▪
parte do Complexo Ulbra;
Foco primordial no aluno e na qualidade acadêmica; ▪
Foco no ser humano e na qualidade de vida em saúde e cultura; ▪
Vivência e difusão dos valores e da ética cristãos; ▪
Cultivo do convívio social em termos de mútuo respeito e coopera- ▪
ção, bem como da consciência crítica da sociedade;
Promoção do bem-estar social por todos os meios legítimos; ▪
Fidelidade ao lema: “A Verdade Vos Libertará”; ▪
Formação integral da pessoa humana em conformidade com a filoso- ▪
fia educacional luterana, cuja existência se desenrola na presença de 
Deus, o Criador;
Desenvolvimento do senso crítico e da autocrítica, sem perda dos ▪
valores legítimos do amor, dos sentimentos, das emoções.
Informações sobre PDI – Telefone: (51) 3477-9195 – E-mail: pdi@ulbra.br
apresentação
Esta obra trata de uma área da gestão financeira denominada administração do 
capital de giro, orçamento e fluxo de caixa. A administração financeira de curto 
prazo, que corresponde à gestão dos ativos circulantes e passivos circulan-
tes, é uma das atividades mais importantes e mais intensas do administrador 
financeiro. 
O objetivo da administração financeira de curto prazo consiste em gerenciar 
adequadamente cada ativo circulante (caixa e aplicações financeiras, contas a 
receber e estoques) e cada passivo circulante (dívidas com os fornecedores, com 
os bancos, tributos, impostos etc.) de maneira a alcançar o equilíbrio financeiro 
da empresa na relação rentabilidade-risco, que contribua positivamente com o 
valor da empresa. 
viii
A obra foi dividida em dez capítulos, desenvolvendo-se os temas em uma 
ordem lógica e ordenada. Os primeiros dois capítulos tratam da função finan-
ceira nas empresas e dos sistemas financeiros empresariais de decisões de 
investimento, decisões operacionais e decisões de financiamento. Do capítulo 
três ao sete, apresenta-se a gestão do fluxo de caixa e o dimensionamento do 
capital de giro. Os últimos dois capítulos tratam dos motivos que levam as 
empresas a se depararem com dificuldades financeiras e quais as formas de 
enfrentá-las e, ainda, como avaliar uma empresa pelo potencial de geração de 
lucros futuros em relação aos seus ativos existentes.
Ao final de cada capítulo o aluno encontrará atividades para exercitar sua 
aprendizagem e, no final da obra, referências bibliográficas para leituras 
complementares.
sumário
( 1 ) Função financeira na empresa, 11
1.1 Importância da contabilidade para a administração financeira, 14
1.2 Balanço patrimonial (BP), 15
1.3 Demonstração do resultado do exercício (DRE), 18
1.4 Demonstração das origens e aplicações de recursos (Doar), 19
1.5 Demonstração das mutações do patrimônio líquido (DMPL), 21
1.6 Demonstração dos fluxos de caixa (DFC), 22
( 2 ) Contexto dos sistemas financeiros empresariais, 25
2.1 Decisões de investimento, 30
2.2 Decisões operacionais, 31
2.3 Decisões de financiamento, 32
x
( 3 ) Fluxo de caixa da empresa, 37
3.1 Fontes e aplicações de caixa, 41
3.2 Orçamento empresarial, 45
3.3 Planejamento de caixa (orçamento de caixa), 47
3.4 Linhas de crédito, 50
( 4 ) Planejamento financeiro, 53
4.1 Método das demonstrações projetadas, 56
( 5 ) Análise das relações entre custo, volume e lucro, 75
5.1 Ponto de equilíbrio operacional (PEO), 78
5.2 Ponto de equilíbrio por regime de caixa (PECX), 78
5.3 Ponto de equilíbrio em moeda (PEMO), 79
5.4 Alavancagem operacional e financeira da empresa, 79
( 6 ) Administração do capital de giro, 85
6.1 Necessidade de capital de giro (NCG), 89
6.2 Saldo de tesouraria (ST), 90
6.3 Efeito tesoura, 94
6.4 Desequilíbrio econômico-financeiro, 97
( 7 ) Ciclo das atividades e determinação do saldo mínimo de caixa, 101
7.1 Estratégias de administraçãodo ciclo de caixa (CC), 109
7.2 Técnicas de administração de caixa, 110 
( 8 ) Concessão de crédito, 115
8.1 Informações sobre o cliente, 118
8.2 Análise e classificação de crédito, 119
8.3 Garantias às operações de crédito, 120
8.4 Alterações nos padrões de crédito, 121
( 9 ) Dificuldades financeiras, 129
9.1 Previsão de falências, 133
9.2 Formas de enfrentar as dificuldades financeiras, 134
( 10 ) Avaliação de empresas, 139
10.1 Avaliação pelo método de mensuração dos ativos e passivos, 142
10.2 Avaliação pelo método do fluxo de caixa descontado (FCD), 143
Referências por capítulo, 155
Referências, 157
Gabarito, 159
( 1 )
função financeira na empresa
Nestor Alberto Rancich Filho é natural da cidade 
de Rio Grande, RS. Cursou a graduação em 
Engenharia Mecânica pela Universidade Federal 
do Rio Grande do Sul – UFRGS (1971); o curso de 
pós-graduação em Pedagogia pela Universidade 
Luterana do Brasil – Ulbra (1983); e o doutorado 
em Administração e Ciências Empresariais pela 
Universidade de Leon, na Espanha (2002). Possui 
mais de 30 anos de experiência profissional, cujo 
início deu-se na função de técnico, tornando-se 
mais tarde gerente, tendo alcançado a posição de 
diretor – nas áreas de materiais, de produção e 
financeira. Trabalhou nas empresas Varig (1969-
1973), Grupo Gerdau (1974-1976) e Aeromot 
(1976-2005), todas localizadas na cidade de Porto 
Alegre, RS.É professor da Ulbra desde 1981, lecio-
nando disciplinas do curso de Administração nas 
áreas de materiais, produção logística e financeira. 
Atualmente, além de exercer a docência, é consul-
tor de pequenas e médias empresas nas áreas de seu 
conhecimento.
Nestor Alberto Rancich Filho 
( )
neste capítulo vamos apresentar a importância da administração 
financeira nas empresas, sua área de abrangência e seus principais objetivos. 
Veremos também a contabilidade como instrumento de análise e acompanha-
mento para o administrador financeiro, bem como as possibilidades de con-
trole estabelecidas a partir dos relatórios contábeis.
Quando uma empresa é constituída, o propósito de seus acionistas é a obten-
ção de lucros para a maximização de sua riqueza. Com esse objetivo, torna-se 
necessário o acompanhamento e o controle das atividades empresariais, permi-
tindo garantir que as receitas obtidas com as operações sejam suficientes para 
cobrir todos os custos e as despesas incorridas e gerar lucro.
A área financeira responde pela gestão de todos os recursos financeiros 
movimentados na empresa, desde sua captação para o financiamento das 
14
atividades empresariais até a formulação de uma estratégia voltada para garan-
tir o melhor aproveitamento desses recursos.
Desse modo, a administração financeira é dividida em duas partes:
administração financeira de curto prazo; e ▪
administração financeira de longo prazo. ▪
A administração financeira de curto prazo se preocupa com a captação e a 
aplicação de fundos nas atividades correntes da empresa, ou seja, com a gestão 
do capital de giro, a política dos estoques, dos valores a receber, dos fornecedo-
res e empréstimos de curto prazo.
A administração financeira de longo prazo busca a captação de recursos para 
o financiamento dos projetos de investimento da empresa, permitindo que ela 
possa crescer de forma consistente e de acordo com o objetivo maior do pro-
prietário: a maximização de sua riqueza.
(1.1) importância da contabilidade 
para a administração financeira
Os administradores financeiros se valem dos instrumentos contábeis para auxi-
liar em suas decisões. Dessa forma, temos como principais peças de análise o 
balanço patrimonial (BP), o demonstrativo de resultado do exercício (DRE), o 
demonstrativo das origens e aplicações de recursos (Doar), o demonstrativo 
das mutações do patrimônio líquido (DMPL) e o demonstrativo dos fluxos de 
caixa (DFC).
A análise dessas demonstrações permite uma série de informações sobre 
a captação e a alocação dos recursos financeiros nas empresas, sua rentabili-
dade, política de investimentos e de capital de giro, rentabilidade e lucrativi-
dade, além de permitir uma avaliação do possível comportamento da empresa 
nos próximos exercícios.
A contabilidade também auxilia na separação entre a administração finan-
ceira de curto e de longo prazo. No curto prazo, temos as contas do ativo e do 
passivo circulante. Já a administração financeira de longo prazo trata do reali-
zável e exigível a longo prazo, do permanente e do patrimônio líquido.
Assim, o gestor financeiro será o responsável pela busca dos recursos finan-
ceiros necessários às atividades empresariais e sua correta alocação, de forma a 
garantir o retorno para os acionistas da empresa.
15
(1.2) balanço patrimonial (bp)
É uma das principais demonstrações financeiras, refletindo a situação patri-
monial da empresa no momento de apuração, ou seja, na data de fechamento 
do balanço.
O balanço patrimonial é composto por duas colunas: no lado direito temos 
o passivo, formado pelas dívidas e pelo patrimônio líquido; no lado esquerdo 
temos o ativo, formado pelos bens e direitos, conforme exemplificamos no 
Quadro 1.1.
Quadro 1.1 – Estrutura do Balanço Patrimonial
Ativo Passivo
Circulante
Disponibilidades
Direitos realizáveis no curso do 
exercício social
Despesas do exercício seguinte
Realizável a longo prazo
Direitos realizáveis após tér-
mino do exercício social corrente 
Direitos realizáveis com partes 
relacionadas
Permanente
Investimentos
Imobilizado
Diferido
Circulante
Obrigações com terceiros no curto 
prazo
Exigível a longo prazo
Obrigações com terceiros no 
longo prazo
Patrimônio líquido
Capital social
Reservas de capital
Reservas de reavaliação
Reservas de lucro
Lucros ou prejuízos acumulados
Ativo
É formado pelos bens e direitos da empresa, tendo como critério de disposição 
das contas o grau de liquidez em ordem decrescente dos elementos nelas regis-
trados nas mesmas, ou seja, a possibilidade de conversão em dinheiro desses 
elementos, dos itens de maior para os itens de menor liquidez. Exemplo: a conta 
16
Caixa, que representa o próprio dinheiro em tesouraria, é a primeira conta do 
ativo. Este divide em: ativo circulante, ativo realizável a longo prazo e ativo 
permanente.
O ativo circulante é composto por três subgrupos: 
Disponibilidades ▪ – Elementos do ativo que representam fundos (dinheiro) 
ou que nele podem ser convertidos imediatamente, podendo ser utilizá-
veis como meios de pagamento. Como exemplo temos as contas caixa, 
bancos conta movimento e aplicações financeiras de liquidez imediata.
Direitos realizáveis no curso do exercício social ▪ (despesas pagas anteci-
padamente) – Refere-se ao exercício subsequente e às aplicações de recur-
sos em despesas do exercício seguinte; são os direitos da empresa sobre 
determinados créditos ou bens, como, por exemplo: estoques, clientes e 
impostos a recuperar.
Despesas do exercício seguinte ▪ – São as despesas pagas antecipadamente, 
referentes às obrigações do exercício seguinte. Como exemplo temos a 
conta de seguros. O prêmio pago pela empresa para garantir indeniza-
ções futuras, quando corresponder a períodos de exercício subsequente, 
será uma despesa antecipada, classificada dentro do ativo circulante.
O ativo realizável a longo prazo é composto por dois subgrupos:
direitos realizáveis após o término do exercício seguinte, como aplicações ▪
financeiras de longo prazo; 
direitos realizáveis provenientes de vendas, adiantamentos ou emprésti- ▪
mos a sociedades coligadas ou controladas, diretores (administradores em 
geral), acionistas ou participantes no lucro da empresa, que não constituí-
rem negócios usuais na exploração da atividade da empresa. Como exem-
plo podemos ter um empréstimo realizado a um diretor da empresa.
O ativo permanente é composto por três subgrupos:
Investimentos ▪ – São as participações com caráter permanente em outras 
sociedades ou outros direitos de qualquer natureza, não classificáveis 
no ativo circulante, e que não se destinem à manutenção da atividade 
da empresa. Como exemplo podemos citar a participação da empresa no 
capital de uma controlada ou coligada.
Imobilizado ▪ – É representado pelos recursos aplicados em bens utilizados 
na atividade da empresa, mas cujos fins não se voltam à comercialização 
ou à incorporação de produtos fabricados para a venda. Como exemplo 
temos as instalações da empresa, veículos, terrenos etc.
17
Diferido ▪ – É representado pelas aplicações de recursos em despesas que 
contribuam para a formação do resultado de mais de um exercício social, 
ou seja, despesas já incorridas, mas correspondentes a receitas ainda não 
realizadas. Um exemplo dessa situação ocorre nas despesas com pessoal 
para desenvolvimento de um software, que somente irá gerar receitas com 
as vendas após a sua conclusão.
Passivo
É formado pelas obrigações da empresa, com terceiros e com os acionistas. 
Embora sem obrigatoriedade legal, por analogia ao ativo, o passivo tem como 
critério de disposição das contas o grau de exigibilidade em ordem decrescente 
dos elementos registrados nas mesmas, ou seja, o vencimento da obrigação. 
Por esse critério, aparecem primeiramenteas contas que tenham o vencimento 
mais próximo. O passivo divide-se em:
passivo circulante; ▪
passivo exigível a longo prazo; ▪
resultados de exercícios futuros; e ▪
patrimônio líquido. ▪
Nas obrigações com terceiros, formadas pelo passivo circulante e pelo 
 passivo exigível a longo prazo, a divisão ocorre em função do prazo de ven-
cimento das dívidas, ou seja, as obrigações com vencimento no exercício sub-
sequente ao encerramento do balanço classificam-se como de curto prazo, no 
passivo circulante. As demais obrigações com terceiros são classificadas no 
exigível a longo prazo.
Nos resultados de exercícios futuros são classificadas as receitas de exercí-
cios futuros, diminuídas dos custos e das despesas a elas correspondentes. O 
critério mais utilizado pela doutrina contábil para a classificação dessa conta 
tem sido o de receitas antecipadas que afetarão exercícios futuros, sobre as 
quais não pese nenhuma obrigatoriedade futura de entrega de bens ou ser-
viços ou de devolução do valor pela empresa. Como exemplo podemos citar o 
recebimento antecipado de receita de aluguel, estabelecendo em contrato que 
em nenhuma hipótese haverá restituição do valor recebido.
O patrimônio líquido é dividido em:
Capital social ▪ – Representa o capital da empresa.
Reservas de capital ▪ – Representam receitas que não transitam pelo resul-
tado do exercício, como o ágio na emissão de ações e o prêmio recebido 
na emissão de debêntures.
18
Reservas de reavaliação ▪ – Classificam-se como reservas de reavaliação 
as contrapartidas de aumentos de valor que se atribuem a elementos do 
ativo em virtude de novas avaliações, com base em parecer aprovado por 
uma assembleia geral. 
Reservas de lucros ▪ – Representam uma destinação do lucro e são calcula-
das com base no lucro líquido do exercício. São subdivididas em reserva 
legal, reservas estatutárias, reservas para contingências, reserva para 
retenção de lucros, reserva de lucros a realizar e reserva especial para 
dividendos obrigatórios não distribuídos.
Lucros ou prejuízos acumulados ▪ – Representa uma parcela dos lucros ou 
prejuízos da empresa acumulados ao longo de diversos exercícios.
(1.3) demonstração do resultado 
do exercício (dre)
A DRE reflete os resultados obtidos pela empresa em um determinado período 
de tempo, ou seja, se está tendo lucro ou não em seus negócios. Podemos con-
siderar a DRE como sendo a exposição ordenada das receitas realizadas e das 
despesas incorridas no exercício, registradas de acordo com o princípio da com-
petência, ou seja, registradas no período em que ocorreram. 
Ao fim do exercício social, as contas de resultado têm os saldos encerrados, 
fazendo com que os saldos destas não sejam afetados por receitas e despesas 
de períodos anteriores. Dessa forma, o resultado corresponde exclusivamente 
às receitas e às despesas do exercício social encerrado. A seguir apresentamos 
uma estrutura-padrão de DRE.
19
Quadro 1.2 – Estrutura da demonstração do resultado do exercício – DRE
Receita Bruta das vendas e serviços 100
(–) Deduções da receita bruta das vendas e serviços (devoluções 
de vendas, abatimentos, tributos incidentes sobre as vendas)
(=) Receita líquida das vendas e serviços
(–) Custo das mercadorias vendidas e dos serviços prestados
(=) Lucro bruto
(–) Despesas operacionais (despesas com vendas, despesas finan-
ceiras, deduzidas das receitas financeiras, despesas gerais e admi-
nistrativas, outras despesas operacionais)
(+) Outras receitas operacionais
(=) Lucro ou prejuízo operacional líquido
(+) ou (–) resultados não operacionais
(–) Despesa com provisão para a contribuição social sobre o lucro
(=) Resultado antes do Imposto de Renda
(–) Despesa com provisão para o Imposto de Renda
(–) Participações (de debenturistas, empregados, administradores, 
titulares de partes beneficiárias, contribuições para instituições 
ou fundos de assistência ou previdência de empregados)
(=) Lucro ou Prejuízo Líquido do Exercício
Lucro ou Prejuízo líquido por ação. (1.000 açoes)
5
95
45
50
20
5
35
5
3
37
11
6
5
0,005
(1.4) demonstração das origens 
e aplicações de recursos (Doar)
Outra importante demonstração financeira fornecida pela contabilidade é a 
Doar, que nos permite ter conhecimento da situação de curto prazo da empresa, 
tornando possível avaliar a capacidade de pagamento das obrigações circulan-
tes da empresa, além de expor a política de financiamentos e investimentos de 
recursos não circulantes. Essa demonstração evidencia as variações ocorridas 
no capital circulante líquido durante o exercício.
Em capítulos posteriores abordaremos mais especificamente o conceito de 
capital circulante líquido.
20
Quadro 1.3 – Estrutura da Doar
Origens de Recursos
Lucro líquido do exercício
+ Despesas com depreciação, amortização e exaustão.
+ ou (–) Outras receitas e despesas que não afetam o Capital Circulante 
Líquido (CCL)
+ ou (–) Variações nos resultados de exercícios futuros
+ ou (–) Ajustes de exercícios anteriores que afetam o CCL
= Total das origens geradas pelas operações da empresa
+ Realização do capital social
+ Contribuições para reservas de capital
+ Recursos de terceiros, originários:
 do aumento do passivo exigível a longo prazo 
 da redução do ativo realizável a longo prazo
 da alienação de investimentos permanentes
 da alienação de direitos do ativo imobilizado
= Total das origens de recursos
Aplicações de Recursos
Dividendos distribuídos
+ Aquisição de direitos do imobilizado
+ Aumento do ativo realizável a longo prazo
+ Aumento dos investimentos permanentes
+ Aumento do ativo diferido
+ Redução do passivo exigível a longo prazo
= Total das aplicações de recursos
Excesso ou insuficiência das origens sobre as aplicações
Total das origens de recursos
(Total das aplicações de recursos)
Aumento ou redução do CCL
21
(1.5) demonstração das mutações 
do patrimônio líquido (dmpl)
A DMPL expõe as variações ocorridas durante o exercício, em todas as contas do 
patrimônio líquido, inclusive na conta Lucros ou Prejuízos Acumulados, sendo 
mais abrangente que a Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados 
(DLPA). Além disso, a DMPL deve indicar o montante do dividendo por ação 
do capital social, discriminando a parcela de dividendo das ações ordinárias e 
preferenciais, inclusive por classe de ações, se for o caso. O dividendo é a par-
cela do lucro a ser paga aos acionistas. No caso do lucro ou prejuízo líquido, é 
expresso na DRE. 
Como exemplo, apresentamos no Quadro 1.4, a seguir, uma possível estru-
tura da DMPL.
Quadro 1.4 – Estrutura da DMPL
C
ap
ita
l r
ea
liz
ad
o
Re
se
rv
a 
de
 c
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l
Re
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To
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 P
at
ri
m
ôn
io
 lí
qu
id
o
Saldos em 32/12/XXX0
Aumento de capital
mediante novas subscrições ▪
 com lucros e reservas ▪
Lucro líquido do Exercício
Proposta de destinação dos lucros
transferências para reservas ▪
legal ▪
estatutária ▪
(continua)
22
para contingências ▪
para plano de expansão ▪
de lucros a realizar ▪
juros a pagar sem o capital próprio ▪
dividendos a pagar ▪
Reversões de reservas
para contingências ▪
de lucros a realizar ▪
Parcela realizada da res. reavaliação
Ajustes de exercícios anteriores
mudança de critério contábil ▪
retificação de erro de exercícios ▪
anteriores
Saldos em 31/12/XXX1
(1.6) demonstração dos fluxos 
de caixa (dfc)
A DFC mostra as variações ocorridas nas disponibilidades da empresa, em 
um determinado exercício ou período, por meio da exposição dos fluxos de 
recebimentos e pagamentos.Além das variações ocorridas no saldo da conta 
caixa, a DFC deve apresentar as alterações sofridas pelas demais disponibili-
dades, inclusive a conta banco conta movimento e os investimentos de elevada 
liquidez.
A DFC pode ser elaborada levando-se em conta a movimentação ocorrida 
nas disponibilidades, todas as contas que tenham tido pagamentos ou recebi-
mentos durante o período de apuração da DFC.
(conclusão)
23
A DFC é dividida em fluxos das atividades operacionais, atividades de 
financiamentos e atividades de investimentos, conforme é apresentado no 
Quadro 1.5.
Quadro 1.5 – Estrutura da DFC
Atividades operacionais
Recebimentos Pagamentos
Pagamentos de clientes De fornecedores
Recebimentos de juros e 
dividendos
De despesas operacionais e 
antecipadas
Outros recebimentos De salários, encargos sociais e 
benefícios.
De impostos e contribuições
Outros pagamentos
Atividades de financiamentos
Da realização de capital (novo 
sócio, subscrição de novas ações) 
De parcelas de empréstimos e finan-
ciamentos (principal mais juros)
De empréstimos e financiamentos Outros pagamentos de 
financiamentos
Atividades de investimentos
De empréstimos e financiamentos 
concedidos
De investimentos em bens imobili-
zados e do permanente
Do resgate de investimentos 
temporários
De bens do diferido
Vendas de bens imobilizados e do 
permanente
Saldo inicial menos saldo final das 
disponibilidades
atividades 
Descreva as principais funções e atribuições de um administrador finan ceiro.1. 
Qual a contribuição da contabilidade empresarial ao administrador finan-2. 
ceiro?
Como são classificados os 3. ativos e os passivos de uma empresa e qual a dife-
rença que pode existir entre seus valores relativos relacionados a uma indús-
tria fabricante de produtos e ao comércio?
Qual é o objetivo do administrador financeiro na avaliação e na análise da 4. 
DRE de uma empresa em determinado período?
Qual é o objetivo do administrador financeiro na avaliação e análise da DFC 5. 
de uma empresa em determinado período?
( 2 )
contexto dos sistemas 
financeiros empresariais
( )
a área das finanças afeta diretamente a vida das pessoas e 
das organizações. Portanto, é ampla e dinâmica. Gitman1 define finanças como 
a arte e a ciência da gestão do dinheiro. Praticamente todos os indivíduos e as 
organizações recebem, gastam ou investem dinheiro.
A administração financeira é a ciência de administrar recursos financeiros 
considerados os mais diversos tipos de organizações: indústria, comércio, ser-
viços, empresas estatais, empresas privadas, governo, escolas, hospitais, clubes 
recreativos, ONGs, igrejas, entre outras. 
A função financeira das empresas pode ser simples ou muito complexa. Nas 
pequenas empresas é usual que um dos socioproprietários cuidem das finan-
ças da empresa, inclusive acumulando ou não com outras funções, tais como 
comercial, administrativa ou operacional. Sua atividade basicamente consiste 
28
na gestão do caixa do dia a dia da empresa, as cobranças, pagamentos e rela-
ção com os bancos para tomada ou aplicação de recursos. A contabilidade da 
empresa, nesse caso, é na maioria das vezes terceirizada, realizada por escritó-
rios contábeis. 
Já nas grandes empresas existe sempre uma estrutura bem maior, em nível 
de vice-presidência ou diretoria financeira, e as funções são divididas em tesou-
raria e controladoria. O Quadro 2.1 a seguir detalha as principais atividades.
Quadro 2.1 - Funções da administração financeira de tesouraria e controladoria
Tesouraria Controladoria (Controller)
Administração de caixa ▪
Administração de crédito e cobrança ▪
Administração de risco ▪
Administração de câmbio ▪
Decisão de financiamento ▪
Decisão de investimento ▪
Planejamento e controle financeiro ▪
Proteção dos ativos ▪
Relações com acionistas e ▪
investidores
Relações com os bancos ▪
Administração de custos e ▪
preços
Auditoria interna ▪
Contabilidade ▪
Controle do orçamento ▪
Controle do patrimônio ▪
Planejamento tributário ▪
Emissão dos relatórios geren- ▪
ciais das finanças
Desenvolvimento e acom- ▪
panhamento de sistemas de 
informação financeira
Fonte: Adaptado de Lemes Jr., Rigo, Cherobim, 2005, p. 5.
As funções financeiras também são classificadas pelo período de tempo 
entre curto e longo prazo. A administração financeira de curto prazo é também 
chamada de administração do capital circulante. O Quadro 2.2 a seguir apresenta 
as funções de curto e longo prazo.
29
Quadro 2.2 – Funções da administração financeira de curto e longo prazo
Curto Prazo Longo Prazo
Administração do caixa ▪
Administração do crédito ▪
Administração das contas a receber ▪
e a pagar
Administração dos estoques ▪
Administração dos financiamentos ▪
de curto prazo
Elaboração do planejamento ▪
financeiro
Elaboração do planejamento ▪
tributário
Orçamento das fontes de capital ▪
Estrutura do capital ▪
Custo do capital ▪
Relacionamento com inves ti dores ▪
Fonte: Adaptado de Lemes Jr., Rigo e Cherobim, 2005, p. 5.
Independente do tamanho da empresa – pequena, média ou grande –, a 
administração financeira pode ser descrita como um sistema de relações finan-
ceiras e de movimentações de dinheiro acionado por decisões meramente 
administrativas. Uma empresa administrada com sucesso gerará sempre flu-
xos monetários positivos ou, nas palavras de Helfert2, “o sucesso da operação 
do desempenho e da viabilidade a longo prazo de qualquer negócio depende 
de uma sequência contínua de decisões individuais ou coletivas tomadas pela 
equipe gerencial”. O autor observa também que o mundo empresarial apre-
senta uma variedade infinita de atividades. Empreendimentos de todos os 
tamanhos ocupam-se de atividades como fabricar, comercializar, financiar e 
prestar uma variedade enorme de serviços, usando estruturas legais e organi-
zacionais muito diferentes e envolvendo, frequentemente, operações interna-
cionais e investimentos de longo prazo.
(2.1) decisões de investimento
Para Helfert3, “o investimento é a força motriz básica da atividade empresa-
rial”, consistindo na aplicação de capital em algum ativo tangível ou intangí-
vel. Também “é a fonte de crescimento que sustenta as estratégias competitivas 
explícitas da administração e, normalmente, está baseado em planos (orça-
mento de capital) comprometidos com fundos novos ou já existentes”, destina-
dos a três áreas principais: 
30
Capital de giro ▪ – Capital necessário para suportar o ciclo operacional da 
empresa.
Ativos fixos ou permanentes ▪ – Terrenos, prédios, máquinas e equipamen-
tos (de segurança e para reduzir impactos ambientais), móveis e utensí-
lios, veículos etc., necessários para as operações da empresa.
Pesquisa e desenvolvimento ▪ (P&D) – Despesas com desenvolvimento de 
novos produtos, conquista de novos mercados, pesquisa e desenvolvi-
mento de novas tecnologias etc.
Lemes Jr., Rigo e Cherobim4 citam alguns dos principais investimentos rea-
lizados de acordo com diferentes atividades econômicas. Para os autores, nas 
indústrias, a maioria dos investimentos ocorre na tecnologia de processo e pro-
duto, através dos equipamentos de bens de capital, do desenvolvimento de 
produtos e melhorias, da adoção de novas tecnologias etc. No setor de agro-
negócios, os investimentos ocorrem nas máquinas e nos implementos agríco-
las, na construção de silos e armazéns, no melhoramento genético do solo, no 
aumento da produtividade, na formação de cooperativas, na informatização do 
controle da produção e nos canais de comercialização. No setor de serviços, os 
investimentos ocorrem nas instalações, nos sistemas de informações gerenciais 
e de comunicações com o mercado. No comércio, os investimentos ocorrem nas 
instalações necessárias para o atendimento, nos sistemas computacionaisde 
controle de estoques, na mercadoria de giro em estoque, entre outros.
Para todo e qualquer investimento que se faça em qualquer organização, 
deve-se sempre questionar dois pontos: O que o investimento irá agregar de 
valor para a empresa perante seus clientes e mercado? O que o investimento irá 
reduzir de custos ou desperdícios para a organização?
Se essas duas questões não tiverem respostas convincentes, certamente o 
investimento torna-se desnecessário. 
Outras questões também devem ser respondidas, levando-se em conside-
ração a estrutura do ativo, o que por sua vez dependerá do tipo de negócio de 
cada empresa. Algumas empresas necessitam mais investimentos nos ativos 
permanentes, como é o caso das indústrias, enquanto outras necessitarão mais 
de investimentos no circulante, como é o caso do varejo e comércio.
31
Quadro 2.3 – Decisão de investimentos 
Ativo Questões a serem respondidas
Ativo circulante
Caixas e bancos ▪
Contas a receber ▪
Estoques ▪
Outros ▪
Realizável a longo prazo
Contas a receber ▪
Adiantamento a coligadas ▪
Ativo permanente
Imobilizado ▪
Investimentos ▪
Diferido ▪
Onde estão aplicados os recursos ▪
financeiros?
Quanto foi aplicado no circulante? ▪
Quanto foi aplicado no permanente? ▪
Quais os riscos dos investimentos? ▪
Qual o retorno dos investimentos? ▪
Como maximizar a rentabilidade dos ▪
investimentos?
O que deve ser descartado, reduzido ▪
ou eliminado por não agregar valor 
no negócio da empresa?
Quais as novas alternativas de inves- ▪
timentos, para melhorar as vantagens 
competitivas da empresa? 
Fonte: Lemes Jr., Rigo, Cherobim, 2005, p. 7.
(2.2) decisões operacionais
As decisões operacionais consistem na utilização efetiva dos capitais investi-
dos. Isso torna necessário, segundo Helfert5, “selecionar o mercado-alvo e fixar 
políticas adequadas de preços e serviços que sejam competitivos para atender 
as necessidades dos clientes e que se baseiem nas competências essenciais da 
empresa”. 
Todas as operações de uma empresa ou de um negócio devem ser executa-
das a um custo eficiente e mantidas como tal para obter sucesso sobre a con-
corrência. O lucro operacional do negócio será consequência do volume das 
vendas, do preço e da relação dos custos fixos e variáveis. Os resultados opera-
cionais dependem em parte de entender e de explorar a alavancagem operacio-
nal, ou seja, o efeito sobre a rentabilidade da empresa causado pela relação dos 
custos fixos em relação aos custos variáveis resultantes da operação. Algumas 
das principais questões que devem ser respondidas nas decisões operacionais 
são apresentadas no Quadro 2.4.
32
Quadro 2.4 – Resultado das operações
Demonstração de resultados Questões a serem respondidas
Receita operacional bruta
(–) Deduções de impostos
(–) Devoluções
(=) Receita operacional líquida
(–) Custos operacionais
(=) Lucro operacional bruto
(–) Despesas administrativas
(–) Despesas com vendas
(–) Despesas financeiras
(+) Resultado não operacional
(=) Lucro antes do Imposto 
Renda (Lair)
(–) Provisão para o Imposto de 
Renda 
(=) Lucro Líquido
Quais os resultados obtidos das ▪
operações?
Como melhorá-los? ▪
Qual o crescimento das vendas? ▪
Dos custos? Das despesas?
Qual a participação dos custos e ▪
despesas em relação às receitas?
Qual a margem líquida? ▪
Quais custos e despesas podem ser ▪
reduzidos?
As receitas estão compatíveis com ▪
os investimentos?
O lucro tem atingido as metas? ▪
Como estão os lucros compara- ▪
dos com as melhores empresas do 
ramo?
Fonte: Lemes Jr., Rigo e Cherobim, 2005, p. 9.
(2.3) decisões de financiamento
As decisões de financiamento envolvem a escolha da estrutura de capital e seus 
respectivos custos. Segundo Rosa Filho, tais decisões implicam lidar com as 
“várias opções disponíveis de financiamento para a administração lastrear os 
investimentos e as operações do negócio a longo prazo”6.
Os financiamentos são sustentados por fundos que podem ser representa-
dos por capital próprio, lucros retidos da empresa, recursos de órgãos finan-
ciadores de negócios, tais como BNDES, Finame, Finep, Eximbank e outros. No 
Quadro 2.5 apresentamos algumas questões cujas respostas visam a susten-
tar a tomada de decisão em financiamento. De forma semelhante às decisões 
de investimento sobre os ativos, as decisões de financiamento são levantadas 
sobre os passivos. As decisões de financiamento devem ser estruturadas de tal 
forma que permitam obter o menor custo do capital para a empresa.
33
Quadro 2.5 – Decisão de financiamento
Passivo Questões a serem respondidas
Passivo circulante
Fornecedores ▪
Empréstimos e Financiamentos ▪
Debêntures ▪
Outros ▪
Exigível de longo prazo
Financiamentos ▪
Patrimônio líquido
Capital social ▪
Reservas ▪
Lucros ou prejuízos acumu lados ▪
Total do ▪ passivo
Qual a estrutura de capital? ▪
Qaul a origem dos recursos? ▪
Qual a participação de capital ▪
pró prio?
Qual o perfil do endividamento? ▪
Qual o custo do capital? Como ▪
reduzi-lo?
Fontes dos financiamentos e res- ▪
pectivos custos?
Qual o risco financeiro? ▪
Qual o sincronismo entre os ven- ▪
cimentos das dívidas e a geração 
dos meios de paga mentos?
Fonte: Lemes Jr., Rigo e Cherobim, 2005, p. 7.
A Figura 2.1 apresenta o contexto dos sistemas financeiros empresariais. 
Figura 2.1 – Contexto dos sistemas financeiros empresariais
 Destinado à:
Capital de giro ▪
Ativos fixos ▪
P&D ▪
 Medidas-chave:
Valor presente líquido ▪
Taxa interna de retorno ▪
Payback ▪ 
 Estratégias-chave:
Orçamento de capital ▪
Destino do investimento ▪
 Medidas-chave:
Lucro por ação ▪
Retorno sobre PL ▪
Custo de capital ▪
Endívidamento ▪
 Estratégias-chave:
Distribuição de lucros ▪
Retenção de lucros ▪
Dividendo por ação ▪
Alavancagem financeira ▪
Risco/retorno ▪
 Medidas-chave:
Índices operacionais ▪
Análise de atividades ▪
Análise de contribuição ▪
Dados comparativos ▪
Paradigmas ▪
 Estratégias-chave:
Uso de recursos ▪
Seleção do mercado ▪
Posição competitiva ▪
Eficácia nos custos ▪
Estratégia de preços ▪
força motriz para o 
crescimento e a 
sustentação da estratégia 
competitiva da empresa custos variáveis
custos fixos
Operações Financiamento
Lucro
dividendos
juros
Patrimônio 
Líquido – ELP
Investimento
preço volume
Fonte: Adaptado de Helfert, 2000, p. 22.
Segundo Helfert7, a base para uma administração próspera consiste em 
“desenvolver e manter um conjunto coerente de estratégias empresariais, de 
objetivos de investimento, de metas operacionais e de políticas financeiras que 
se reforcem uns aos outros, ao invés de gerar conflitos entre si. As estratégias 
devem ser escolhidas por análise consciente e cuidadosa das várias compensa-
ções econômicas envolvidas, individualmente e em conjunto”. As estratégias 
devem ser alvo de um desempenho-padrão de longo prazo, que estabelecerá 
e reforçará as expectativas positivas dos acionistas sobre os fluxos de caixa 
futuro provenientes de investimentos prósperos existentes e de novos investi-
mentos sólidos ou advindos de desinvestimentos ou de desempenhos ruins das 
divisões da empresa. 
Figura 2.2 – Demonstrativo geral do contexto e sistemas financeiros 
Passivo
circulante
Exigível a
longo prazo
Mutações do PL
Lucros 
(prejuí zos) 
acumulados
Investimentos
Investimentos, aumen-
tos, em qualquer tipo de 
ativo são usos de caixa.
Desinvestimentos, redu-
ções, em qualquer tipo 
de ativo são fontes de 
caixa.
Financiamentos
Crédito comercial e 
novo financiamento 
(aumentam obrigações 
e patrimônio líquido) 
são fontes de caixa; 
amortizações de dívidas 
e dividendos são usos 
de caixa.
Operações
Operações lucrativas 
são fontes de caixa; pre-
juízos reduzem caixa.
Ajustes contábeis que 
não afetamo caixa mas 
afetam o lucro devem 
ser considerados.
Ativo
circulante
Ativo
imobilizado
Ativo
total
Ativo Balanço patrimonial Passivo
Demonstrativo do Fluxo de Caixa
Ativo
total
+
+
=
+
=
Receitas
Custo de vendas
Margem bruta
Despesas operacionais
Lucro (prejuízo) operacional
Impostos de Renda
+
–
=
–
=
–
=
Demonstração de resultado
Lucro (prejuízo) líquido
Fonte: Adaptado de Helfert, 2000, p. 41.
Para verificar os efeitos combinados das decisões de investimento, opera-
cionais e de financiamento, a análise conjunta do demonstrativo de resultado 
operacional do período e dos balanços do início e do final do período propor-
ciona mais informações do que a análise isolada de qualquer demonstrativo. 
As decisões administrativas não só afetam o lucro do período, mas também 
causam mudanças na maioria dos ativos e passivos, particularmente nas con-
tas que compõem o capital de giro, como caixa, contas a receber, estoques e 
36
contas a pagar. O demonstrativo do fluxo de caixa concentra os resultados ope-
racionais correntes e as consequentes mudanças no balanço patrimonial. Na 
Figura 2.2 apresentamos o demonstrativo geral do contexto e sistemas finan-
ceiros, considerando a DRE, a DFC e as consequentes alterações no balanço ao 
final do período, a partir do balanço no início do períodoa. 
atividades 
Descreva a importância da administração financeira para a gestão da 1. 
empresa.
Descreva as principais funções e aponte as diferenças entre a 2. tesouraria e a 
controladoria na administração financeira? 
Sob o enfoque das 3. finanças, quais são os principais fatores a serem conside-
rados nas decisões de investimento?
Sob o enfoque das 4. finanças, quais são os principais fatores a serem conside-
rados nas decisões das operações?
Sob o enfoque das 5. finanças, quais são os principais fatores a serem conside-
rados nas decisões de financiamento?
a. O capítulo 4 apresenta um exemplo de planejamento financeiro onde as 
correlações entre a DRE, a DFC e as consequentes alterações no balanço 
ao final do período, a partir do balanço no início do período, poderão ser 
melhor percebidas.
( 3 )
fluxo de caixa da empresa
( )
neste capítulo vamos ver como funciona o fluxo de caixa de uma 
empresa e, através de projeções, verificar se as operações e decisões gerenciais 
da empresa irão gerar caixa ao longo do tempo ou déficit de caixa. No momento 
em que as projeções operacionais revelam déficit ou falta de caixa, tem-se à mão 
um instrumento de tomada de decisão. Na realidade, o saldo de caixa nunca 
pode ser negativo. Quando isso ocorre, existem duas possibilidades: alguma(s) 
conta(s) não é (são) paga(s) ou a empresa obtém recursos em operações de cré-
dito junto ao mercado para suprir o déficit de caixa.
A Figura 3.1 ilustra os fluxos de caixa da empresa. As aplicações financei-
ras (títulos negociáveis), nesse caso, são consideradas como disponibilidades de 
caixa. Mesmo que não tenham liquidez imediata podem servir de garantia para 
operações de crédito que suprirão o caixa. O fluxo de caixa é dividido em: flu-
xos operacionais, fluxos de investimentos e fluxos de financiamentos. 
Figura 3.1 – Representação do fluxo de caixa da empresa
Custos indire-
tos de fabrica-
ção (incluindo 
depreciação)
Produto em
processo
Despesas operacionais
(administrativas e vendas)
Matérias
primas
Contas 
a pagar
Caixa
e títulos
negociáveis
Salários
Vendas
Imposto de Renda
Ativo fixo
Participação
Patrimônio 
líquido
Exigível 
(curto e 
longo prazo)
Compra ou venda
Compra ou venda
Venda/compra 
de ações
Pagamento de 
dividendos
Pagamentos,
empréstimos, juros 
e dividendos
À vista ou cobrança a crédito
Mão de obra
Produto pronto
(1) Fluxos operacionais (2) Fluxos de investimentos
(3) Fluxos de financiamentos
Fonte: Adaptado de Gitman, 2004, p. 87. 
Os fluxos operacionais são as entradas e saídas de dinheiro resultantes das 
operações da empresa (venda de produtos fabricados, vendas de serviços ou 
revenda de mercadorias). Os pagamentos dos clientes representam entradas de 
caixa e todos os pagamentos da mão de obra, matérias-primas e custos indire-
tos de fabricação geram saídas de caixa.
Os fluxos de investimentos são aqueles associados à compra ou à venda de 
ativos imobilizados da empresa (terrenos, prédios, máquinas e equipamentos, 
veículos etc.) e a participações na estrutura de capital em outras empresas. As 
operações de compra de ativos ou participações geram saídas de caixa enquanto 
a venda desses ativos gera entradas de caixa. 
Os fluxos de financiamentos decorrem de operações de captações de recur-
sos de terceiros e de capital próprio. A empresa pode captar recursos de terceiros 
41
por meio de empréstimos em instituições financeiras ou pela venda de ações 
e essas operações geram entradas de caixa. A empresa, ao pagar empréstimos, 
juros e dividendos a acionistas, terá saídas de caixa.
Uma vez combinados os três fluxos (operacionais, de investimentos e de 
financiamentos) em um determinado período de tempo, obtém-se o resultado 
do saldo final de caixa de cada dia do período. O fluxo de caixa de uma empresa 
é realizado diariamente partindo-se do saldo inicial de caixa mais todas as 
entradas de caixa, menos todas as saídas de caixa do dia, resultando no saldo 
final do dia que será o saldo inicial do dia seguinte.
(3.1) fontes e aplicações de caixa
Na realidade, a demonstração de fluxos de caixa sintetiza as entradas e as saídas 
de caixa em um determinado período de tempo. As entradas de caixa são consi-
deradas fontes de caixa e as saídas de caixa resultam nas aplicações de caixa.
Fontes de caixa são recursos financeiros que aumentam o caixa da empresa. 
Exemplos: venda de ativos, depreciações dos ativos permanentes, venda de 
ações da empresa, aumento na margem dos produtos, reduções nos custos 
operacionais.
Aplicações de caixa são recursos financeiros que reduzem o caixa da 
em presa. Exemplos: compra de ativos, prejuízos operacionais, diminuição de 
um passivo exigível, pagamento de dividendos, recompra de ações, amortiza-
ções de empréstimos. 
Em resumo, qualquer redução das contas do ativo ou aumento de qualquer 
conta do passivo resultará em entrada (fontes) de caixa. Por outro lado, qual-
quer aumento na conta dos ativos ou redução de qualquer conta do passivo 
resultará em saída (aplicações) de caixa.
Elaboração da demonstração de fluxos de caixa
A demonstração de fluxos de caixa para o período de um ano é elaborada a par-
tir da demonstração de resultados juntamente com os balanços de início e final 
de período. 
Apresentamos a seguir um exemplo de demonstração de resultados de uma 
empresa no período de um ano e os balanços do início e final de ano (ano 1 e 
ano 2) para mostrar como as variações das contas dos ativos e passivos se corre-
lacionam e fecham com os saldos de caixa e aplicações financeiras.
42
A Tabela 3.1 apresenta as demonstrações de resultados do ano encerrado, 
referenciado como 2, para referenciar o balanço inicial como sendo o ano 1. 
Os balanços correspondentes encerrados no final do ano 1 e ano 2 estão na 
tabela 3.2.
Tabela 3.1- Demonstração de resultados (Ano 2)
Ano 2
Demonstração de resultados 1.000
Vendas líquidas
Custo dos produtos vendidos (CPV)
1.700
1.000
Lucro Bruto 700
Imposto de Renda (40%)
Lucro líquido
Dividendos
120
180
80
Lucro antes dos juros e do Imposto de Renda (LAJIR) 370
Despesas financeiras
Lucro tributável
70
300
Despesas de vendas
Despesas administrativas
Depreciação
70
160
100
Lucros retidos 100
Tabela 3.2 – Balanços encerrados em 31 dez. do Ano 2 e do Ano 1
Ano 2 Ano 1 Ano 2 Ano 1
Ativo circulante 2.000 1.900 Passivocirculante 1.400 1.400
Caixa 400 300 Contas a pagar 700 500
Aplicações 
Financeiras
600 200
Empréstimos 
Bancos
600 700
Contas a receber 400 500 Despesas a pagar 100 200
Estoques 600 900
Ativo fixo 1.200 1.000
Empréstimos 
longo prazo
600 400
Terrenos e prédios 1.200 1.050
Máquinas e 
equipamentos
850 800 Patrimônio líquido
Moveis e utensílios 300 220 Capital social 700 700
Veículos, outros 150 130 Lucros retidos 600 500
Depreciação 1.300 1.200
Participações 100 100
Total ativos 3.300 3.000 Total passivos 3.300 3.000
A demonstração do fluxo de caixa encerrado no ano 2 é apresentada na 
Tabela 3.3. O fluxo de caixa das operações (Tabela 3.3) igual a 780 resulta do 
lucro líquido (180) da DRE, mais a depreciação (100), pois ela não é uma saída de 
caixa, mas sim uma reserva contábil para a empresa renovar seus ativos depois 
de depreciados, mais a redução dos estoques no período (300 = 900 – 600), mais 
a redução das contas a receber no período (100 = 500 – 400), mais o aumento das 
contas a pagar no período (200 = 700 – 500), mais a redução das despesas a pagar 
no período (– 100 = 100 – 200). Assim, o aumento do caixa pelas operações foi 
dado por: 780 = 180+100+300+100+200-100.
44
O fluxo dos investimentos (Tabela 3.3) igual a – 300 resulta do aumento que 
houve nos ativos no período de 300 sem considerar a depreciação já incluída 
no fluxo das operações. A variação dos ativos é obtida pela variação de 150 
(1200 – 1050 de terrenos e prédios), mais a variação de 50 (850 – 800 de máquinas 
e equipamentos) mais a variação de 80 (300 – 220 de móveis e utensílios), mais a 
variação de 20 (150 – 130 de veículos e outros). Desse modo, a redução do caixa 
pelo investimento em ativos imobilizados foi dada por: 300 = 150 + 50 + 80 + 20. 
O fluxo de financiamentos (Tabela 3.3 inferior direita) igual a 20 resulta da 
redução do valor de empréstimos de bancos (– 100 = 600 – 700) mais o aumento 
de 200 (600 – 400) do exigível de longo prazo (ELP), mais os dividendos pagos 
aos acionistas de 80. Assim, o aumento do caixa pelo fluxo de financiamento foi 
dado por: 20 = – 100 + 200 – 80.
A variação no saldo de caixa e aplicações financeiras do balanço igual a 500 
(400 + 600 – 300 – 200) fecha com os valores das entradas e saídas de caixa pelo 
fluxo das operações, dos investimentos e financiamentos (780 – 300 + 20 = 500).
Tabela 3.3 – Demonstração do saldo final de caixa e aplicações financeiras
Fluxo de caixa das 
operações
780 Fluxo dos investimentos –300
Lucro líquido 180 Variação no ativo fixo 300
Depreciação 100 Variação participações 0
Variação nos estoques 300
Variação das contas a 
receber
100 Fluxo dos financiamentos 20
Variação das contas a 
pagar
200
Variação empréstimos 
Bancos
–100
Variação das despesas a 
pagar
–100 Variação ELP 200
Variação capital social 0
Variação no saldo de 
Caixa e aplicações 
financeiras 
500 Dividendos pagos -80
45
(3.2) orçamento empresarial
O orçamento de qualquer organização é um dos enfoques mais importantes 
ao processo de administração e gestão, compreendendo os conceitos e as técni-
cas de planejamento e controle de resultados. O orçamento empresarial deve, 
segundo Moraes1, incluir 
um enfoque sistemático e formal à execução das responsabilidades de planejamento, 
coordenação e controle da administração. Especificamente, envolve a preparação e 
utilização de: (1) objetivos globais e de longo prazo da empresa; (2) um plano de 
resultados em longo prazo, desenvolvido em termos gerais; (3) um plano de resulta-
dos em curto prazo detalhado de acordo com diferentes níveis relevantes de responsa-
bilidade (divisões, produtos, projetos etc.); e (4) um sistema de relatórios periódicos 
de desempenho, mais uma vez para os vários níveis de responsabilidade.
Cabe apresentarmos o significado de alguns termos e expressões usual-
mente adotados na elaboração de um orçamento empresarial:
Período orçamentário ▪ – normalmente de 12 meses, podendo ser inferior 
ou superior sem ser obrigatoriamente múltiplo de 12 meses;
Unidade temporal ▪ – dia para período semanal, semana para período 
mensal e mês para período anual;
Acompanhamento orçamentário ▪ – diário, semanal ou mensal, com aná-
lise das causas e efeitos das variações;
Revisões orçamentárias ▪ – geralmente mensais, bimensais, trimestrais 
(nem sempre coincidem com o acompanhamento);
Simulações orçamentárias ▪ – processo de avaliação dos efeitos nos prin-
cipais indicadores econômico-financeiros em função das mudanças de 
premissas das variáveis externas (cenários, ambiente dos negócios) e 
internas da empresa (redução de custos, melhoria de produtividade etc.). 
Recomenda-se trabalhar no mínimo com três simulações: otimista, mais 
provável e pessimista.
Também devemos considerar as etapas previstas para o planejamento finan-
ceiro e orçamento empresarial:
Projeções das vendas ▪ – É prevista em função da análise da concorrên-
cia, do cenário (ameaças e oportunidades) e tendências macroeconômi-
cas. Possibilita que seja planejado o volume de produção dos produtos e 
serviços e respectivos preços. 
Projeções dos custos ▪ – Custos da matéria-prima da mão de obra direta e 
dos custos indiretos de fabricação, em função das previsões de vendas e 
da política de estoques adotada.
46
Projeções das despesas de administração e vendas ▪ – Projeções das despe-
sas administrativas (RH, suprimentos, contabilidade, comercial, vendas).
Resultado (orçamento de caixa) ▪ – Elabora-se o orçamento de caixa e se 
determina a necessidade de capital de giro, plano de imobilizações, plano 
de P&D e as fontes dos recursos.
Resultado (contábil e patrimonial) ▪ – Elabora-se a DRE e o balanço patri-
monial e calcula-se os índices de liquidez, rentabilidade, endividamento, 
taxas de retorno sobre ativos e patrimônio líquido. 
Para se elaborar um orçamento empresarial, recomendamos, ainda, detalhar 
todas as despesas e custos em todos os setores da empresa, tanto os produti-
vos, como os indiretos e os administrativos. No Quadro 3.1 apresentamos e um 
plano que contém as principais contas para um orçamento.
Quadro 3.1 - Plano de contas para setores produtivos, indiretos e administrativos.
Pessoal
Nº de pessoas no setor
Salários
Encargos sociais
Provisão 13º salário
Provisão férias
Material de segurança
Funcionamento
Manutenção
Depreciação
Energia elétrica
Telefone
Despesa com veículos
Viagens e estadias
Material de expediente
Serviços Terceiros
Vigilância
Refeitório
Vale transporte
Auditoria
Serviços jurídicos
Aluguel
47
(3.3) planejamento de caixa 
(orçamento de caixa)
O planejamento de caixa, ou previsão de caixa, é uma demonstração que apre-
senta as entradas e as saídas de caixa planejadas pela empresa, com a finalidade 
de identificar as necessidades de caixa no curto prazo. A seguir apresentamos 
um exemplo para elaborar o orçamento de caixa de uma empresa.
Orçamento de caixa – exemplo
A empresa ABC está desenvolvendo um orçamento de caixa para os meses de 
março, abril e maio. O saldo inicial de caixa no início do mês de março da 
empresa totaliza R$ 30.000 e, como segurança, para imprevistos, a empresa 
deseja ter todos os meses um saldo mínimo de caixa de R$ 5.000,00. As ven-
das dos dois meses anteriores (janeiro e fevereiro) foram, respectivamente, de 
R$ 100.000 e R$ 200.000 e as suas condições de recebimento foram: 20% à vista, 
50% com prazo de 30 dias e 30% das vendas com prazo de 60 dias. A empresa 
possui uma aplicação financeira em um banco que poderá ser resgatada no 
segundo mês (abril) no valor de R$ 30.000, incluindo principal e juros. As pre-
visões de vendas dos próximos três meses são respectivamente de R$ 400.000, 
R$ 300.000 e R$ 200.000 e as condições de pagamento são consideradas idênti-cas às dos dois meses anteriores.
As programações de pagamentos ocorrem segundo as seguintes infor mações:
Compras de materiais ▪ – representam 60% das vendas do mês anterior; 
e os pagamentos aos fornecedores nas seguintes condições: 10% à vista, 
70% em 30 dias e 20% em 60 dias.
Salários e encargos ▪ – são calculados sob a base de 15% das vendas men-
sais mais o custo fixo de R$ 20.000.
Aluguel, energia, telefone ▪ – R$ 12.000 pagos mensalmente.
Impostos ▪ – 26% das vendas pagos no mês seguinte.
Aquisição de equipamento ▪ – um novo software integrado está sendo 
im plantado na empresa e há um saldo a pagar ao fornecedor de R$ 30.000 
para o mês de abril.
Consideradas essas informações, desejamos saber:
O orçamento de caixa no período de março a maio. ▪
Haverá saldo excedente de caixa no período? ▪
48
Para solucionar o problema proposto, elaboram-se três tabelas, conforme 
mostramos a seguir.
A primeira (Tabela 3.4), dos recebimentos, representa as entradas de caixa 
da empresa no momento (mês) que efetivamente ocorrem. Por exemplo, quando 
se prevê que 20% das vendas de março ocorrerão à vista, significa dizer que 
o dinheiro entra no caixa da empresa no próprio mês de março (20% de 
R$ 400.000,00 = R$ 80.000,00). Já os 50% das vendas do mês de março ocorrem 
em 30 dias significam que o dinheiro entrará no caixa da empresa no mês de 
abril (50% de R$ 400.000,00 = R$ 200.000,00), e assim sucessivamente para todos 
os meses do período analisado. 
Tabela 3.4 – Recebimentos
Jan. Fev. Mar. Abr. Maio
Vendas do mês 100.000 200.000 400.000 300.000 200.000
À vista 80.000 60.000 40.000
30 dias 100.000 200.000 150.000
60 dias 30.000 60.000 120.000
Outros 30.000
Total 210.000 350.000 310.000
O mesmo raciocínio aplica-se à Tabela 3.5, dos pagamentos, na qual deve-
mos lançar os valores de cada categoria de despesa no momento (mês) em que 
efetivamente ocorrem. As compras representam 60% das vendas do mês ante-
rior, e o pagamento a fornecedores, 10% à vista, 70% no mês seguinte e 20% dois 
meses depois. 
49
Tabela 3.5 – Pagamentos
Jan. Fev. Mar. Abr. Maio
Compras de 
materiais
45.273 60.000 120.000 240.000 180.000
À vista 12.000 24.000 18.000
30 dias 42.000 84.000 168.000
60 dias 9.055 12.000 24.000
Salários e 
encargos
50.000 80.000 65.000
Aluguel, energia, 
telefone etc.
12.000 12.000 12.000
Impostos 52.000 104.000 78.000
Aquisição de 
equipamentos
30.000
Outros
Total 177.055 346.000 365.000
A Tabela 3.6, terceira e última, apresenta o orçamento de caixa, o qual con-
siste na obtenção da diferença entre os totais dos recebimentos e dos pagamen-
tos mês a mês. Esse cálculo permite obter o fluxo líquido de caixa de cada mês 
que, somado ao saldo inicial de caixa, permite que se chegue ao saldo final de 
caixa mês a mês. No saldo final de caixa de cada mês verifica-se se a empresa 
terá excedente ou não de caixa. Quando o saldo final de caixa resultar nega-
tivo, a empresa será obrigada a deixar de pagar alguma conta ou deverá buscar 
recursos para suprir seu déficit de caixa. 
50
Tabela 3.6 – Orçamento de caixa
Jan. Fev. Mar. Abr. Maio
Recebimentos (+) 210.000 350.000 310.000
Pagamentos (–) 177.055 346.000 365.000
Fluxo líquido de caixa 
(=)
32.945 4.000 (55.000)
Saldo inicial de caixa 
(+)
10.000 42.945 46.945
Saldo final de 
caixa (=)
42.945 46.945 (8.055)
Saldo mínimo 
de caixa
5.000 5.000 5.000
Saldo ou suprimento 
de caixa
37.945 41.945 (13.055)
Note-se que nos meses de março e abril a empresa terá excedente de caixa 
e, no último mês, de maio, um déficit de R$ 13.055,00 (8.055 das operações mais 
5.000 de saldo mínimo de caixa), e terá de levantar esses recursos por operações 
de crédito junto ao mercado ou terá de postergar o pagamento de alguma das 
contas desse mês.
(3.4) linhas de crédito
Quando uma empresa apresentar déficit de caixa no seu orçamento de caixa, 
poderá buscar fontes de recursos junto a instituições financeiras para supri-lo 
ou a necessidade de capital de giro, em função do ciclo do seu negócio. A seguir 
apresentamos as principais linhas de crédito disponibilizadas pelas institui-
ções financeiras.
Adiantamento de contrato de câmbio (ACC) ▪ – Crédito utilizado para 
financiar o capital de giro de empresas exportadoras, sendo liberado 
antes do embarque efetivo da mercadoria para o exterior, com um prazo 
51
de até 360 dias antes do embarque. Essa linha de recursos somente poderá 
ser obtida por empresas exportadoras.
Adiantamento de contrato de exportação (ACE) ▪ – Operação semelhante 
ao ACC, sendo os recursos liberados após a comprovação do embarque da 
mercadoria para o exterior, com um prazo de até 180 dias após a data de 
embarque. Esta linha de recursos somente poderá ser obtida por empre-
sas exportadoras.
Export notEs ▪ – É uma operação com direitos creditórios de exportação, na 
qual são comprados e vendidos direitos a recebimentos em moeda estran-
geira provenientes de exportações já realizadas ou futuras exportações a 
realizar, cujo pagamento ainda não foi recebido.
Financiamento à importação (Finimp) ▪ – É um empréstimo destinado a 
financiar materiais e equipamentos importados. Apresenta o risco da 
variação cambial, por serem recursos de funding externo. Essa linha de 
recursos somente poderá ser obtida por empresas importadoras.
Desconto de duplicatas ▪ – Linha de crédito muito utilizada pela empresas 
para capital de giro, fornecendo como garantia valores recebíveis de ven-
das realizadas. Os bancos antecipam o valor ao emitente, descontando 
juros antecipados e, na falta de pagamento do cliente, exercem o direito 
de regresso contra a empresa. 
Vendor ▪ – Crédito que financia o comprador, mas o aval da operação é 
dado pelo emitente (vendedor).
Compror ▪ – Trata-se de financiamento ao capital de giro, em que o finan-
ciado é o vendedor e o emitente (comprador) é o avalista da operação.
Capital de giro ▪ – É um empréstimo para capital de giro sem vinculação a 
vendas. Exige garantias que pode ser hipoteca, recebíveis, como duplica-
tas a receber entregues em caução. 
Hot monEy ▪ – Crédito para atender suprimento de caixa de curtíssimo prazo 
ou para cobrir emergências.
Conta Garantia – ▪ É uma linha de crédito que também visa cobrir emer-
gências. É realizada por um contrato onde o banco assegura um limite de 
crédito disponível, no prazo do contrato. 
Factoring ▪ – Operação adotada por pequenas e médias empresas que possuem 
dificuldades de obter créditos junto aos bancos. É oferecido por empre-
sas de fomento mercantil que compram a carteira de cobrança de outras 
empresas que, nesse caso, estão terceirizando sua cobrança. Por outro lado, 
a empresa de fomento assume os riscos, com o direito de regresso. 
52
atividades 
O que são fontes de caixa? Dê três exemplos.1. 
O que são aplicações de caixa? Dê três exemplos.2. 
O que ocorre no saldo de caixa se as fontes de caixa forem inferiores às apli-3. 
cações de caixa?
Como os fluxos de investimentos podem aumentar ou diminuir o saldo de 4. 
caixa?
Uma empresa apresentou a seguinte movimentação de caixa, iniciando o 5. 
período com um saldo de 2.000,00:
Total Mês 1 Mês 2 Mês 3
Entradas 125.000 110.000 120.000
Saídas 118.000 120.000 115.000
Assinale a alternativa correta:
(A) O déficit máximo de caixa no período foi de R$ 10.000,00
(B) O déficit máximo de caixa no período foi de R$ 1.000,00
(C) O excedente máximo de caixa no período foi de R$ 1.000,00
(D) O excedente máximo de caixa no período foi de R$ 7.000,00
( 4 )
planejamento financeiro
( )
o desempenho financeiro futuro provável de uma 
empresa pode ser obtido a partir do desenvolvimento do seu planejamento 
financeiro através de três conjuntos de projeções. O primeiro é o Demonstrativo 
deResultado (DR), que representa um plano e análise operacional da empresa 
e permite verificar qual foi o seu lucro. O DR consiste em lançar os valores das 
vendas e de todos os custos e despesas ocorridas no período e alocadas nos pro-
dutos e ou serviços vendidos, inclusive os impostos. A segunda projeção trata 
do Fluxo de Caixa (FC), o qual apresenta e expõe os movimentos esperados por 
categoria de conta do caixa da empresa nas previsões futuras, fornecendo uma 
visão mais dinâmica das mudanças esperadas no cenário e dos recursos da 
empresa. A terceira projeção trata do Balanço Patrimonial (BP), o qual reflete 
o impacto cumulativo antecipado das decisões futuras presumidas conforme 
sua condição financeira. 
56
Todos os três demonstrativos são preparados tomando-se como base as esti-
mativas ou premissas consideradas nas atividades futuras do mercado e/ou da 
empresa e projetando-se, conta por conta, os resultados e as condições pres-
supostas. A abordagem não está baseada em transações contábeis detalhadas, 
mas principalmente no uso criativo do conjunto das receitas e contas como uma 
estrutura pela qual se organizam e desempenham as expectativas futuras.
O planejamento do lucro envolve a elaboração da demonstração do resul-
tado e do balanço patrimonial projetados. Para preparar corretamente as pro-
jeções do demonstrativo de resultados e do balanço, é necessário definir todas 
as premissas preliminares desejadas às previsões futuras. Sua elaboração exige 
uma integração cuidadosa de inúmeros procedimentos que levem em conta os 
cenários, as previsões das vendas, os custos e as despesas, as obrigações, os 
ativos e as participações acionárias, resultantes do nível de operações anteci-
padas. Os passos fundamentais nesse processo são apresentados na Figura 4.1.
(4.1) método das demonstrações projetadas 
O método para elaborar as demonstrações projetadas inicia com um plano das 
previsões de vendas, do qual se desenvolve um plano de produção que leva 
em conta o tempo necessário para se converter a matéria-prima em produto 
pronto. Com base nessas estimativas, programa-se quando e quanto comprar 
de matéria-prima, bem como são definidas as necessidades de mão de obra 
(custos diretos de produção). 
Os custos indiretos de produção podem ser estimados pelo comportamento 
histórico operacional da empresa, cujas despesas operacionais (vendas e admi-
nistrativas) são estimadas com base no nível de operações necessário para 
sustentar as vendas previstas. Depois de ter definidos esses pontos, pode-se 
elaborar o orçamento de caixa (trimestral, mensal e diário de pagamentos e 
recebimentos). Conhecendo-se o orçamento de caixa, o plano de investimen-
tos de capital e o balanço do período corrente, pode-se desenvolver o balanço 
projetado da empresa. A demonstração de resultados fornecerá a variação dos 
lucros retidos, depreciação e Imposto de Renda. O orçamento de caixa forne-
cerá o saldo de caixa, títulos a pagar, duplicatas a receber e a pagar, emprés-
timos de curto e longo prazo. O plano de investimentos de capital indica as 
variações esperadas nos ativos fixos.
A Figura 4.1 apresenta o fluxograma das etapas a serem elaboradas para 
projetar os resultados futuros de uma empresa com base em premissas 
preestabelecidas.
Figura 4.1 – Etapas do planejamento financeiro
Balanço do
período corrente
Custos dos 
produtos 
fabricados
Plano de 
produção
Previsão de
vendas
Estimativas do 
consumo de MP
Estimativas das 
compras de MP
Custos de 
fabricação
Necessidade 
de MOD
Estimativas DO
Projeção DR
Balanço 
projetado
Legenda:
MP – matéria-prima
MOD – Mão de obra direta
DO – Despesas operacionais
DR – Demonstrativo de 
resultado.
 Informações necessárias
 Resultados para análise
Orçamento 
de caixa
Plano de investi-
mento de capital
Cenário
Fonte: Adaptado de Gitman, 2004, p. 93.
58
Exemplo de aplicação: demonstrações projetadas
A empresa Mano Móveis (MM) produz e vende dois modelos básicos de móveis 
para escritórios (X e Y). As informações relativas ao ano anterior (últimos 12 
meses), tais como peças vendidas, preços de vendas, custos e despesas são as 
seguintes:
Tabela 4.1 – Preço unitário e quantidade vendida
Vendas X Y
Preço unitário de venda R$ 200,00 270,00
Unidades vendidas 1.000 3.000
Tabela 4.2 – Custo da mão de obra direta por produto
Mão de obra direta – (MOD) X Y
MOD (homens hora)/produto 2 hh 2,5 hh
Custo R$ MOD/hora R$ 30,00/hh R$ 30,00/hh
Custo total da MOD/produto R$ 60,00 R$ 75,00
Unidades vendidas 1.000 3.000
Custo total MOD no ano R$ 60.000,00 R$ 225.000,00
Tabela 4.3 – Custo da matéria-prima por produto
X Y
Matéria-prima A 1 unidade 1 unidade
Matéria-prima B 2 unidades 3 unidades
Custo matéria-prima A R$ 20,00 R$ 20,00
Custo matéria-prima B R$ 5,00 R$ 5,00
Custo total MP/produto R$ 30,00 R$ 35,00
Unidades vendidas 1.000 3.000
Custo total MP no ano R$ 30.000,00 R$ 105.000,00
59
Tabela 4.4 – Custos indiretos de fabricação
Custos de fabricação R$ / ano
MO indireta 60.000,00
Compras/almoxarifado 52.000,00
Energia e material de consumo 20.000,00
Supervisão 80.000,00
Manutenção 35.000,00
Engenharia 55.000,00
Impostos e seguros 28.000,00
Depreciação 50.000,00
Total 380.000,00
Tabela 4.5 – Despesas administrativas
Despesas administrativas R$ / ano
Salários e encargos 31.000,00
Materiais de escritório 7.000,00
Telefone 3.000,00
Serviços jurídicos 9.000,00
Total 50.000,00
Tabela 4.6 – Despesas com vendas
Despesas com vendas R$ / ano
Salários e encargos – vendedores 30.000,00
Propaganda 12.000,00
Despesas viagem 8.000,00
Total 50.000,00
60
As demonstrações dos resultados e o balanço do exercício em questão são 
apresentados a seguir: 
Tabela 4.7 – Demonstração de Resultados
Vendas R$ Origem dos Dados
Modelo X
Modelo Y
Totais
CPV
MOD
MP
Custo indireto
Total
Lucro bruto
Despesas operacionais
Vendas
Administrativas
Total
Lucro líquido opera cional
Despesas financeiras
Lucro antes do Imposto de 
Renda (LAJIR)
Provisão Imposto de 
Renda
Lucro Líquido
Distribuição de lucros
Lucro retido
200.000,00
810.000,00
1.010.000,00
285.000,00
135.000,00
380.000,00
800.000,00
210.000,00
50.000,00
50.000,00
100.000,00
110.000,00
10.000,00
100.000,00
22.000,00
78.000,00
40.000,00
38.000,00
Tabela 4.1 R$ 200 x 1000 un
Tabela 4.1 R$ 270,00 x 3000 un 
Tabela 4.2 (60.000 + 225.000)
Tabela 4.3 (30.000 + 105.000)
Tabela 4.4
R$ 1.010.000,00 – R$ 800.000,00
Tabela 4.5
Tabela 4.6
61
Tabela 4.8 – Ativo
Ativo R$ Origem dos Dados
Circulante
Caixa
Títulos negociáveis
Duplicatas a receber
Estoques
Fixo
Ativo Total
390.000,00
60.000,00
40.164,00
130.000,00
159.836,00
510.000,00
900.000,00
Ver tabela 3-9
Tabela 4.9 – Passivo
Passivo R$
Circulante
Duplicatas a pagar
Impostos a pagar
Outros exigíveis
Exigível de longo prazo
Patrimônio líquido
Cotas
Lucros retidos
Passivo Total
220.000,00
120.000,00
37.400,00
62.600,00
150.000,00
530.000,00
300.000,00
230.000,00
900.000,00
O estoque apresentado no balanço consiste basicamente em matérias-primas 
e produtos acabados, não havendo, portanto, estoque de produtos em processa-
mento no fim do ano. A tabela 4.10, a seguir, demonstra como os estoques estão 
formados no fim do ano.
62
Tabela 4.10 – Valores dos estoques 
Quantidades R$
Matéria-prima A (1 un. X e 1 un. Y) 600 12.000,00
Matéria-prima B (2 para X e 3 para Y) 4.000 20.000,00
Produto X 320 54.336,00
Produto Y 350 73.500,00
Estoque Total 159.836,00
Conhecidas todas essas informações da empresa do exercício anterior (últi-
mos 12 meses), vamos elaborar agora as projeções de resultados e balanço para o 
exercícioseguinte (próximos 12 meses), considerando as seguintes premissas:
Vendas e preços dos produtos1. 
X Y
Preço de venda 250,00 330,00
Unidades vendidas 1.500 2.800
Estoque desejado no fim do exercício (política da empresa): produto 2. 
pronto de X = 120 unidades; produto pronto de Y = 150 unidades; estoque 
da matéria-prima A = 500 unidades e estoque da matéria-prima B = 3.000 
unidades.
O custo da mão de obra direta será de R$ 35,00 por homem-hora.3. 
custo indireto de fabricação anual previsto totaliza R$ 500.000,00 e inclui 4. 
R$ 70.000 de depreciação.
Despesas com vendas no ano: R$ 80.000,00.5. 
Despesas administrativas previstas: R$ 60.000,00.6. 
A empresa programa a compra de uma nova máquina que custa R$ 7. 
200.000,00. A máquina será depreciada linearmente em 10 anos e será 
paga em duas prestações iguais, uma em março e a outra em setembro;
Considerar as despesas financeiras 50% superior ao valor do ano anterior 8. 
e pagos integralmente em dezembro.
Estima-se 35% do lucro para provisão do Imposto de Renda.9. 
Estima-se que as vendas projetadas da empresa (todas a crédito) estejam 10. 
63
assim distribuídas durante o ano: 20% no 1º trimestre; 40% no 2º trimes-
tre; 25% no 3º trimestre e 15% no 4º trimestre.
75% das duplicatas a receber serão recebidas durante o trimestre da 11. 
venda; os restantes 25% serão recebidas no trimestre seguinte.
60% das compras de matéria-prima serão pagas no trimestre corrente; os 12. 
restantes 40% serão pagos no trimestre seguinte.
Os pagamentos da mão de obra direta, custos indiretos de fabrica-13. 
ção e despesas operacionais, serão divididos igualmente entre todos os 
trimestres.
Os impostos a pagar do exercício anterior serão pagos em parcelas trimes-14. 
trais idênticas no exercício seguinte.
A empresa deseja manter um saldo final de caixa de pelo menos R$ 15. 
40.000,00.
Se possível, prever distribuição de lucros aos cotistas no montante de R$ 16. 
50.000,00.
Etapas para elaboração das projeções de resultados e balanço para o exercí-
cio seguinte (próximos 12 meses): 
Etapa 1 ▪ – O primeiro passo é determinar o plano de produção do exercí-
cio, considerando os estoques iniciais existentes, os estoques finais proje-
tados e as previsões de vendas do exercício:
X Y
Estoque inicial dos produtos 320 350
Vendas previstas (premissa 1) 1.500 2.800
Estoque final dos produtos (premissa 2) 120 150
Plano de produção do exercício 1.300 2.600
Etapa 2 ▪ – A seguir calcula-se as necessidades de matérias primas para o 
plano de produção do exercício, considerando-se os estoques iniciais, os 
estoques finais projetados e as necessidades para atender o plano de pro-
dução do exercício.
64
X (1.300) Y (2.600) Total
Matéria-prima A (1 para X e Y) 1.300 2.600 3.900
Matéria-prima B (2 para X e 3 
para Y)
2.600 7.800 10.400
A B Total
Estoque inicial da MP 600 4.000
Consumo previsto 3.900 10.400
Estoque final desejado (premissa 2) 500 3.000
Quantidade necessária de MP 3.800 9.400
Custo unitário das MP (R$) 20,00 5,00
Total das compras de MP 76.000,00 47.000,00 123.000,00
Valores das compras trimestrais 19.000,00 11.750,00 30.750,00
Etapa 3 ▪ – Calcula-se os valores de custos da mão de obra direta (MOD), 
sabendo-se que a taxa hora passa a ser de R$ 35,00 por hh:
MOD X Y Total
MOD (homens hora)/produto 2 hh 2,5 hh
Custo R$ MOD/hora (premissa 3) 35,00 35,00
Plano de produção 1.300 2.600
Custo anual da MOD R$ 91.000,00 227.500,00 318.500,00
Custo trimestral da MOD 22.750,00 56.875,00 79.625,00
% da MOD sobre o produto 28,57% 71,43%
Etapa 4 ▪ – Calcula-se os custos indiretos de fabricação apropriando-os 
sobre os dois produtos na mesma proporção de incidência do custo da 
MOD. Os custos indiretos de fabricação (CIF) totalizam R$ 500.000,00, o 
65
qual é desdobrado no mesmo percentual da MOD incidentes sobre os pro-
dutos X e Y. Portanto, a parcela do CIF destinado ao produto X é 28,57% 
de R$ 500.000,00, que resulta em R$ 142.857,00. O valor do CIF destinado 
ao produto Y será o complemento de R$ 357.143,00. Esses valores, quando 
divididos respectivamente pelas quantidades do produto X e Y (a serem 
produzidos no ano) resultam na parcela do CIF por unidade de produto X e 
Y. O CIF por unidade de X é R$ 142.857,00, ao ser dividido por 1.300 unida-
des de X por ano R$ 109,89. Para o produto Y tem-se R$ 357.143,00 que divi-
dido por resulta em 2.600 unidades de Y por ano, resulta em R$ 137,36.
CIF X Y Total
Custo anual da 
MOD
91.000,00 227.500,00 318.500,00
Apropriação 
CIFs/produto/ano
142.857,00 357.143,00 500.000,00 Premissa 4
Apropriação CIFs/
produto/unidade
109,89 137,36
Etapa 5 ▪ – Conciliam-se os custos com matéria-prima, MOD e CIF para 
determinar o Custo dos Produtos Vendidos (CPV) anual da empresa.
CPV X Y Total
Custo MP/unidade 30,00 35,00
MOD p/unidade 70,00 87,50
CIF p/unidade 109,89 137,36
Custo total p/unidade 209,89 259,86
Produção vendida no ano 1.180 2.450
CPV do ano 247.670,33 636.663,46 884.333,79
Quantidades de X e Y para o cálculo do CPV
Produto X = 1500 – 320 = 1.180
Produto Y = 2.800 – 350 un. = 2.450
66
Etapa 6 ▪ – Elaborar a demonstração de resultados do exercício:
Vendas R$
Modelo X
Modelo Y
Total das vendas
CPV
Estoque inicial de produtos
MOD
MP
Custo indireto
Total
Lucro bruto
Despesas operacionais
Vendas (premissa 5)
Administrativas (premissa 6)
Total
Lucro líquido operacional
Despesas financeiras (premissa 8)
Lucro antes do IR
Provisão Imposto de Renda (premissa 9)
Lucro líquido
Distribuição de lucros
Lucro retido
375.000,00
924.000,00
1.299.000,00
127.836,00
296.975,00
121.150,00
466.208,79
1.012.169,79
286.830,21
80.000,00
60.000,00
140.000,00
146.830,21
15.000,00
131.830,21
46.140,57
85.689,64
50.000,00
35.689,64
67
Etapa 7 ▪ – Elaborar o orçamento de caixa:
1º Trim 2º Trim 3º Trim 4º Trim
Vendas – total ano: 
R$ 1.299.000,00
Recebimentos (pre-
missa 10)
75% das vendas cor-
rentes (premissa 11)
25% das vendas do 
trimestre anterior
Total
259.800,00
0,2
194.850,00
130.000,00
324.850,00
519.600,00
0,4
389.700,00
4.950,00
454.650,00
324.750,00
0,25
243.562,50
129.900,00
373.462,50
194.850,00
0,15
146.137,50
81.187,50
227.325,00
Compras (ver etapa 2)
Pagamentos
60% das compras 
corrente (premissa 12)
40% das compras do 
trimestre anterior
Mão de obra direta 
(ver etapa 3)
CIF (500.000–70.000)/4
Despesas operacionais
Aquisição de máquina
Juros
Distribuição de lucros 
(premissa 16)
Impostos (Conta 
passivo/4) premissa 14
Total
30.750,00
18.450,00
120.000,00
79.625,00
107.500,00
35.000,00
100.000,00
9.350,00
469.925,00
30.750,00
18.450,00
12.300,00
79.625,00
107.500,00
35.000,00
9.350,00
262.225,00
30.750,00
18.450,00
12.300,00
79.625,00
107.500,00
35.000,00
100.000,00
9.350,00
362.225,00
30.750,00
18.450,00
12.300,00
79.625,00
107.500,00
35.000,00
15.000,00
50.000,00
9.350,00
327.225,00
Fluxo líquido de 
caixa
(145.075,00) 192.425,00 11.237,50 (99.900,00)
Saldo inicial de caixa 60.000,00 (85.075,00) 107.350,00 118.588,00
Saldo final de caixa (85.075,00) 107.350,00 118.588,00 18.687,50
Empréstimo 125.075,00 21.312,50
Saldo final de caixa 
Premissa 15
40.000,00 107.350,00 118.588,00 40.000,00
68
Etapa 8 ▪ – Elaborar o balanço projetado. A etapa 7 (orçamento de caixa) for-
nece algumas informações para a projeção do balanço. São elas:
Saldo final de caixa: R$ 40.000,00. ▪
Títulos a pagar: o empréstimo a curto prazo no fim do ano para suprir ▪
o caixa é igual a R$ 21.312,50.
Duplicatas a receber: as duplicatas a receber no fim do período corres- ▪
ponde a 25% das vendas do 4º trimestre amontam em R$ 48.712,50.
Duplicatas

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