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Caso Concreto 8 Prática Simulada IV Civel

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 4ª VARA CÍVEL
DA COMARCA DE ITAPERUNA – RJ
JOSÉ AFONSO, nacionalidade, solteiro, engenheiro, portador da Carteira de Identidade RG sob o nº, inscrito no CPF sob o nº, residente e domiciliado na Rua Central, nº 123, Bairro Funcionários, Murici – ES, vem respeitosamente, por seu advogado que a esta subescreve, com endereço profissional localizado no endereço, para onde, desde já, requer que sejam remetidas as futuras intimações, perante Vossa excelência, com fulcro nos Art. 528 c/c Art. 674 e seguintes do CPC/15, opor
EMBARGOS DE TERCEIRO COM TUTELA DE URGÊNCIA
em face de CARLOS BATISTA, solteiro, contador, portador da Carteira de Identidade RG sob o nº, inscrito no CPF sob o nº, residente e domiciliado na Rua Rio Branco, nº 600, ltaperuna - RJ, pelos fatos e fundamentos expostos a seguir:
I – DOS FATOS
O Embargante, de boa-fé, empregando as economias de uma vida de trabalho honesto, através de Instrumento Particular de Compromisso de Compra e Venda, sem cláusula de arrependimento, assinado pelas partes no dia 10 de janeiro de 2015, adquiriu de Maria Lúcia, para sua residência, o imóvel localizado na Rua Central, nº 123, no Bairro Funcionários, Mucurici - ES, tomando todas as cautelas.
Ao extrair todas as certidões para efetuar o registro do imóvel, para lavrar a escritura junto ao cartório oficial de Registro de Imóveis de Mucurici, tomou conhecimento de que o imóvel fora penhorado nos autos da ação de execução por quantia certa, Processo nº.6002/2015, aforada no dia, pelo Banco, em face de Maria Lúcia, que se processa perante essa MM. Juizo e Cartório de Protesto de Títulos.
Entretanto, o Embargante é legitimo possuidor do imóvel adquirido em 10 de janeiro de 2015 por Instrumento Particular de Compromisso de Compra e Venda por meio de depósito bancário em uma única parcela no valor de R$300.000,00 (trezentos mil reais).
Cumpre esclarecer a Vossa Excelência, que a penhora só foi deferida por esse MM. Juizo em face das informações prestadas pelo Exequente que, através da petição inicial, mencionou o imóvel objeto dos presentes embargos em nome da Executada, Maria Lúcia, acorde com o auto de penhora (fls...da execução). 
Em suma:
	Maria Lúcia prometeu vender o imóvel a JOSÉ AFONSO em 10 de janeiro de 2015;
	O débito da Executada de cheque emitido e vencido encontra sua origem em ...de ... de 20...,tendo sido aforada a execução apenas em ...de abril de 2015 e registrada a penhora em 29 de abril de 2016.
Consequentemente, seja sob a ótica da data da execução, seja sob a ótica da data do Instrumento Particular de Compromisso de Compra e Venda é passivei verificar que o crédito objeto da execução, já não pertencia mais a Executada 3 (três) meses antes da execução. Portanto, o imóvel penhorado não mais pertencia ao Executado, logrando, ainda, localizar outros imóveis em nome da Executada para a substituição da penhora. Esses imóveis encontram-se livres e desimpedidos.
A violência sofrida pelo Embargante é evidente, razão por que não participa, em hipótese alguma, da ação de execução do Embargado, sendo cabível, portanto, os presentes embargos para excluir o bem da penhora.
II – DO DIREITO
Por força de escritura pública de divórcio, título executivo extrajudicial, nos termos do artigo 784,lI do CPC/15:
Art. 784, do CPC/15. São títulos executivos extrajudiciais: (...)
lI - a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor;
É princípio geral de direito, que a penhora deva recair tão somente em bens do Executado, ou seja, daquele contra quem a sentença ou obrigação é exequível, devendo ser respeitado, portanto, o direito de propriedade ou posse de outrem.
Em consonância com o acatado, o Art. 674 e seguintes, do CPC/15, defere tutela através dos Embargos de Terceiro àquele que, não sendo parte no processo, sofre turbação ou esbulho na posse de seus bens por ato de apreensão judicial.
No caso em tela, a aquisição, bem anterior à execução o imóvel localizado na Rua Central, nº 123, no bairro Funcionários, CEP.., Mucurici – ES, se deu por compromisso de compra e venda.
Nesse sentido, poder-se-ia redarguir que o compromisso de compra venda sem registro não dá base aos embargos de terceiro. A teor do que dispõe a Súmula 84 do STJ, o direito pessoal, representado pela promessa de compra e venda sem registro, pode ser contraposto, com sucesso, a outro direito pessoal que lhe seja posterior, como é o caso do crédito do embargado.
SÚM. 84/STJ. Admissível a oposição de embargos de terceiro fundados em alegação de posse advinda do compromisso de compra e venda de imóvel, ainda que desprovido do registro.
IlI - DOS PEDIDOS
Provados de forma incontestável os fatos alegados, especialmente a qualidade de terceiro, a propriedade, a posse indireta e o ilegal ato de apreensão judicial, requer a Vossa Excelência:
	A citação do Réu, nos termos do Art. 246, II, do CPC/15, diante da urgência do pedido, por intermédio do Sr. Oficial de Justiça para, querendo, responder no prazo de 15(quinze) dias, com base no Art. 335, do CPC/15, sob pena de serem tidos por verdadeiros todos os fatos aqui alegados, conforme o Art. 344 do CPC/15, devendo o respectivo mandado conter as finalidades da citação, as respectivas determinações e cominações, bem como a cópia do despacho do(a) MM. Juiz(a), comunicando, ainda, o prazo para resposta, o juízo e o cartório, com o respectivo endereço, facultando-se ao Sr. Oficial de Justiça encarregado da diligência proceder nos dias e horários de exceção nos termos Art.212, §2º, do CPC/15;
	Sejam julgados procedentes os presentes Embargos, declarando-se insubsistente a penhora e a ineficácia da transmissão que recaem sobre o imóvel objeto da matrícula nº (..) (Av...,.e R...) junto ao (...) oficial de
Registro de Imóveis da (...), com o seu respectivo levantamento e cancelamento de eventual hasta pública;
	A condenação do Embargado ao pagamento dos honorários advocatícios, nos termos do Art. 133 da CF/88, do Art. 85,§2º, do CPC/15 e do Art. 22 da Lei nº 8.906/94.
	
IV - DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO
Tendo em vista a natureza do direito e demonstrando espírito conciliador, a par das inúmeras tentativas de resolver amigavelmente a questão, o autor desde já, nos termos do Art.334 do CPC/15, manifesta interesse em autocomposição, aguardando	a designação de audiência de conciliação.
V - DAS PROVAS
Requer-se provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, incluindo pericia, produção de prova documental, testemunhal, inspeção judicial, depoimento pessoal sob pena de confissão caso o réu (ou seu representante) não compareça, ou, comparecendo, se negue a depor nos termos do artigo 385,§ 1°,do CPC/15.
V - VALOR DA CAUSA
Atribui-se à presente causa o valor de R$300.000,00 (trezentos mil reais).
Nestes Termos,
Pede Deferimento. 
Local, 10 de abril de 2018.
JADERSON HIGINO – Advogado
OAB nº 201401032851

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