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RESENHA ESCRITORES DA LIBERDADE

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
METODOLOGIA DO ENSINO DE GEOGRAFIA
DOCENTE: Jéssica Lima
DISCENTE: Sara Gusmão Guimarães
FILME: ESCRITORES DA LIBERDADE
RESENHA
	O filme Escritores da liberdade é baseado na história real da professora Erin Gruwell e aborda alguns dos desafios enfrentados pela educação de maneira comovente. Apesar da história se passar nos Estados Unidos, poderia muito bem se tratar da realidade de inúmeros países, inclusive do Brasil. O filme conta como a professora encarou os obstáculos que encontrou ao ensinar seus alunos que faziam parte de um contexto socioeconômico problemático. 
	A trama tem início com a entrada da professora, jovem e idealista, na escola Woodrow Wilson que fica localizada em uma cidade da Califórnia, para ensinar literatura e língua inglesa. A turma 203 a que foi direcionada era composta por adolescentes de diferentes origens e nacionalidades, inclusive refugiados, que viviam em uma situação econômica preocupante. O contexto social era ainda mais preocupante, uma vez que esses adolescentes viviam uma guerra local motivada por questões territoriais e étnico-raciais. Muitos alunos estavam envolvidos nessa guerra, sendo membro dessas gangues ou mesmo sendo vítima da sua violência. 
	É interessante ver na tela como esses alunos estão constantemente divididos por fronteiras “invisíveis”. Nas ruas ou na sala de aula, a professora enfrenta um cenário de segregação onde cada um desses estudantes determina seu espaço e une-se apenas a seus “semelhantes”. Nos primeiros minutos de exibição do filme temos um vislumbre de um trecho do diário de Eva, uma das alunas, em que afirma ter descoberto quem ela era naquele ambiente, e que a sua raça determinava o lugar o qual pertencia. Lugar esse onde mata-se por orgulho e respeito. 
	A professora e sua turma tiveram ainda que enfrentar o descrédito por parte do corpo docente e da gestão escolar. Ainda que esse fosse um problema já instaurado na escola, o que Erin encontra não é uma equipe disposta a trabalhar esses problemas, e sim uma equipe desiludida com uma postura defensiva. Os alunos da 203 eram marginalizados dentro da escola tanto quanto pela sociedade fora dela. A escola os negava oportunidade como lhes negava os livros novos a que tinham direito, pois não os julgava merecedores e portanto não deveriam ser recompensados. Diante desse contexto, não haveria como Erin ser recebida pela sua turma com nenhum outro sentimento além de desdém. 
	Em outra passagem importante do filme, Erin enfrenta uma turma que lhe questiona sobre o porquê de lhe dever respeito, uma vez que ela não conhecida a realidade deles. É importante chamar atenção para essa cena, pois na Educação nos deparamos constantemente com esse problema. Para ensinar o aluno o seu lugar na sociedade, é preciso conhecer a sua realidade. É difícil levar uma educação libertadora quando não se sabe o que aprisiona. Por conta disso, os diários propostos por Erin foram providenciais. Eles deram a ela uma perspectiva que a sua realidade distinta da dos seus alunos não permitia que ela tivesse. 
	Decidida a promover a diversidade em sua sala de aula, Erin Gruwell passa a intervir nos conflitos motivados pelo preconceito entre os seus alunos. Mesmo sendo uma professora de Literatura e Língua Inglesa, a professora os presenteia com uma “aula” sobre o Holocausto. Essa pequena aula de História despertou o interesse dos alunos pelo tema e motivou o aprendizado em outras áreas, inclusive Literatura, e retrata bem a importância de transversalizar os conteúdos em sala de aula. 
	Todo esse contexto social trabalhado na obra permite que o filme sirva para algo que vai além do entretenimento. O filme retrata problemas que a boa parte dos professores brasileiros encontra nas salas de aula. A realidade do nosso país é tão assustadora quanto a retratada na obra americana, com suas próprias particularidades. É válido chamar atenção para o fato de que a própria Erin, por mais motivada que estivesse, sofre com questionamentos acerca do seu papel como professora e sua vocação, principalmente quando não encontra apoio em sua família. 
	E ainda há quem diga que amar o que faz não é importante.

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