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Estudo Dirigido Medicina Legal – Diogo Borba Parte I

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Estudo Dirigido Medicina Legal – Diogo Borba Parte I
	
Introdução a medicina legal 
1.	O que é medicina legal?
A ampla abrangência do seu campo de ação e íntimo relacionamento entre o pensamento biológico e jurídico explicam por que até o momento não se definiu com precisão, a Medicina Legal. Assim, os autores têm, ao longo dos anos, intentado inúmeras definições, dentre as quais se destacam:
“É a aplicação de conhecimentos médicos aos problemas judiciais”. (Nério Rojas)
“É a disciplina que utiliza a totalidade das ciências medicas para dar respostas ás questões jurídicas
“É a medicina a serviço das ciências jurídicas e sociais”. (Genival V. de França)
“É o conjunto de conhecimentos médicos e paramédicos destinados a servir ao direito, cooperando na elaboração, auxiliando na interpretação e colaborando na execução dos dispositivos legais, no seu campo de ação e da medicina aplicada”. (Hélio Gomes)
Em suma, a Medicina Legal é a contribuição da medicina, e da tecnologia e outras ciências afins, às questões do Direito na elaboração das leis, na administração judiciária e na consolidação da doutrina.
Referência:
FRANÇA, G. V. Medicina Legal. 11 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.
PEREIRA, G. O. Medicina Legal. Disponível em:<encurtador.com.br/atEVY>.
2. Quais as subdivisões da medicina legal?
Para maior facilidade de estudo dividiremos a Medicina Legal em várias partes, a saber:
· Antropologia Forense: Estuda a identidade e a identificação do homem. A identificação médico legal é determinada através de métodos, processos e técnicas de estudo dos seguintes caracteres: idade, sexo, raça, altura, peso, sinais individuais, sinais profissionais, dentes, tatuagens, etc. e a identificação judiciária é feita através da antropometria, datiloscopia etc.
· Traumatologia Forense: Estuda as lesões corporais, (queimaduras, sevícias, infanticídio e asfixias) sob o ponto de vista jurídico e das energias causadoras do dano.
· Sexologia Forense: Vê a sexualidade sob o ponto de vista normal, anormal e criminoso (estudo do matrimônio, gravidez, aborto, himeneologia, atentado aos costumes, contaminação venérea, etc.).
· Tanatologia Forense: Estuda os aspectos médico-legais da morte, fenômenos cadavéricos, autópsias, embalsamamento, direitos sobre o cadáver, etc.
· Toxicologia Forense: É o estudo dos venenos, envenenamentos, intoxicações médicas legais, abuso de drogas, e etc.
· Psicologia Judiciária: É o estudo da capacidade civil e responsabilidade penal, psicologia do testemunho e da confissão, inteligência, fatores e avaliação.
· Psiquiatria Forense: É o estudo das doenças mentais, psicoses, psiconeuroses, personalidades psicopatias, simulação, dissimulação etc.
· Criminologia: É o estudo do crime e do criminoso.
· Infortunística: Estuda os acidentes do trabalho, doenças profissionais.
· Jurisprudência Médica: Decisões dos tribunais relativas à Medicina e ao exercício profissional, portanto de interesse específico da ciência médica e particularmente de uma classe. Como por exemplo, o erro médico.
Referência:
PEREIRA, G. O. Medicina Legal. Disponível em:<encurtador.com.br/atEVY>.
OBS: no livro do autor Genival V. de França não foi encontrada nenhuma divisão.
 
 Perícia e peritos 
3. Conceitue e diferencie perícia e peritos.
Define-se perícia médico-legal como um conjunto de procedimentos médicos e técnicos que tem como finalidade o esclarecimento de um fato de interesse da Justiça. Ou como um ato pelo qual a autoridade procura conhecer, por meios técnicos e científicos, a existência ou não de certos acontecimentos, capazes de interferir na decisão de uma questão judiciária ligada à vida ou à saúde do homem ou que com ele tenha relação.
Perícia-Médica: É todo procedimento médico, promovido por um profissional de medicina visando prestar esclarecimento à justiça.
Peritos: Todo técnico que designado pela justiça, recebe o encargo de mediante exames específicos, prestar esclarecimentos necessários e indispensáveis a solução de uma demanda processual.
Referência:
FRANÇA, G. V. Medicina Legal. 11 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.
PEREIRA, G. O. Medicina Legal. Disponível em:<encurtador.com.br/atEVY>.
4. O que é uma perícia complementar?
CPP - Decreto Lei nº 3.689 de 03 de Outubro de 1941
Art. 168. Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame pericial tiver sido incompleto, proceder-se-á a exame complementar por determinação da autoridade policial ou judiciária, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público, do ofendido ou do acusado, ou de seu defensor.
§ 1o No exame complementar, os peritos terão presente o auto de corpo de delito, a fim de suprir-lhe a deficiência ou retificá-lo.
§ 2o Se o exame tiver por fim precisar a classificação do delito no art. 129, § 1o, I, do Código Penal, deverá ser feito logo que decorra o prazo de 30 dias, contado da data do crime.
5. O juiz tem a obrigação de aceitar o laudo pericial? Comente.
O juiz não tem obrigação de aceitar o laudo policial, de acordo com o princípio da livre convicção, e análise da jurisprudência. Pode, também, solicitar nova perícia, todavia lentifica a resolução do processo. Não existe uma maneira totalmente correta de se determinar uma sentença! 
6. Defina peritos oficiais, nomeados e assistentes.
OFICIAL- portador de diploma de curso superior, contratados, passaram em concurso público
AD HOC (NOMEADO)-criação de algo provisório, que vai atender apenas determinado propósito.
ASSISTENTES- cabe diligenciar criteriosamente no sentido de verificar as diferentes hipóteses de abordagem da matéria técnica objeto da prova pericial, tentando fazer com que o perito nomeado pelo juízo perceba as diferentes interpretações da matéria fática sob estudo. Apresentar ao perito do juízo, diferentes formas de interpretação.
PERITUS PERITORUM- juiz
7. Quais os impedimentos legais que devem ser levados em consideração na nomeação de um perito.
O Perito Judicial deve se declarar impedido quando não puder exercer suas atividades com imparcialidade e sem qualquer interferência de terceiros, ou ocorrendo uma das seguintes situações:
I. for parte do processo;
II. tiver atuado como Assistente Técnico ou prestado depoimento como testemunha no processo; 
III. tiver cônjuge ou parente, consangüíneo ou afim, em linha reta ou em linha colateral até o terceiro grau, postulando no processo ou entidades da qual esses façam parte de seu quadro societário ou de direção; 
IV. tiver interesse, direto ou indireto, mediato ou imediato, por si, seu cônjuge ou parente, consangüíneo ou afim, em linha reta ou em linha colateral até o terceiro grau, no resultado do trabalho pericial; 
V. exercer cargo ou função incompatível com a atividade de Perito Judicial, em função de impedimentos legais ou estatutários; 
VI. tiver mantido, nos últimos cinco anos, ou mantenha com alguma das partes ou seus procuradores, relação de trabalho como empregado, administrador ou colaborador assalariado;
 VII. tiver atuado, pessoalmente, como advogado de uma das partes ou de algum de seus procuradores.
8.	Defina corpo de delito.
EXAME DE CORPO DE DELITO visa o diagnóstico de lesões corporais, são os ferimentos, lesões ou perturbações no ser humano, em crimes contra vida ou saúde. Busca-se conjunto de provas ou vestígios do fato criminoso- idade, sexo, grupo racial, diagnóstico de gravidez, parto e puerpério, diagnósticos de conjução carnal ou atos libinosos em caso de crime sexual, determinação de doenças venéreas, moléstia grave, doenças ou perturbações graves-. 
Ao final do exame, o perito deverá responder:
Se há sinal de ofensa à integridade corporal ou à saúde do paciente;
Qual instrumento ou meio que produziu a ofensa;
Se foi produzido por meio de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura;
Se resultou incapacidade para ocupações habituais por mais de trinta dias;
Se resultou em perigo à vida;
Seresultou em debilidade permanente, perda ou inutilização de membro, sentido ou função;
Se resultou em incapacidade permanente para o trabalho ou enfermidade incurável, ou deformidade permanente;
Sendo, a PERÍCIA COMPLEMENTAR a solicitação por parte do perito de exame neurológico forense. Geralmente para responder os tópicos 6 e 7. (incapacidade da vítima, laudos, determinar graus de invalidez)
 Documentos médico-legais 
9. Quais são os principais documentos médico-legais?
Denominam-se documentos médico-judiciários a simples exposição verbal e os instrumentos escritos por médicos objetivando elucidar a Justiça e servir pré-constituidamente para a prova ou de prova do ato neles representados. Observa-se, então, que os documentos médico-judiciários podem ser escritos ou verbais. Os documentos médico-judiciários ou médico-legais são de cinco espécies: notificações, atestados, relatórios, pareceres e depoimentos orais (MANUAL DE MEDICINA LEGAL).
OBS.: No livro MEDICINA LEGAL DE GERSON PEREIRA é citada mais uma espécie: CONSULTA. Esta é a solicitação na qual o(s) interessado(s) ouvem a opinião de um ou mais especialistas a respeito do valor científico de determinado relatório médico-legal, quando o mesmo deixa dúvidas a respeito de seu conteúdo
10. O que é notificação?
São comunicações compulsórias feitas pelos médicos às autoridades competentes de um fato profissional, por necessidade social ou sanitária, como acidentes de trabalho, doenças infectocontagiosas e a morte encefálica à autoridade pública, quando em instituição de saúde pública ou privada. Não são mais notificados, de forma compulsória, os viciados em substâncias capazes de determinar dependência física ou psíquica, e, finalmente, os crimes de ação pública de que tiverem conhecimento e que não exponham o cliente a procedimento criminal.
11. O que é relatório e quais são as suas partes?
O relatório médico-legal é a descrição mais minuciosa de uma perícia médica a fim de responder à solicitação da autoridade policial ou judiciária frente ao inquérito (peritia percipiendi). Se esse relatório é realizado pelos peritos após suas investigações, contando para isso com a ajuda de outros recursos ou consultas a tratados especializados, chama-se laudo. E quando o exame é ditado diretamente a um escrivão e diante de testemunhas, dá-se-lhe o nome de auto. 
▶ Preâmbulo. Constam dessa parte a hora, data e local exatos em que o exame é feito. Nome da autoridade que requereu e daquela que determinou a perícia. Nome, títulos e residências dos peritos. Qualificação do examinado. 
▶ Quesitos. Nas ações penais, já se encontram formulados os chamados quesitos oficiais. Mesmo assim, podem, à vontade da autoridade competente, existir quesitos acessórios. (São perguntas perguntas feitas pelo requerente e que o perito vai responder).
▶ Histórico. Consiste no registro dos fatos mais significativos que motivam o pedido da perícia ou que possam esclarecer e orientar a ação do legisperito. Isso não quer dizer que a palavra do declarante venha a torcer a mão do examinador. Outra coisa: essa parte do laudo deve ser creditada ao periciado, não se devendo imputar ao perito nenhuma responsabilidade sobre seu conteúdo. 
▶ Descrição. É a parte mais importante do relatório médico-legal. Por isso, é necessário que se exponham todas as particularidades que a lesão apresenta, não devendo ser referida apenas de forma nominal, como, por exemplo, ferida contusa, ferida de corte, queimadura, marca elétrica, entre outras. Devem-se deixar para a última parte do documento: respostas aos quesitos, a referência ao meio ou o tipo de ação que provocou a ofensa. Assim, a descrição deve ser completa, minuciosa, metódica e objetiva, não chegando jamais ao terreno das hipóteses. 
▶ Discussão. Nesta fase, serão postas em discussão as várias hipóteses, afastando-se o máximo das conjecturas pessoais, podendo-se inclusive citar autoridades recomendadas sobre o assunto. O termo discussão não quer dizer conflito entre as opiniões dos peritos, mas um diagnóstico lógico a partir de justificativas racionais. 
▶ Conclusão. Compreende-se nesta parte a síntese diagnóstica redigida com clareza, disposta ordenadamente, deduzida pela descrição e pela discussão. É a análise sumária daquilo que os peritos puderam concluir após o exame minucioso. 
▶ Respostas aos quesitos. Ao encerrarem o relatório, respondem os peritos de forma sintética e convincente, afirmando ou negando, não deixando escapar nenhum quesito sem resposta. É certo que, na Medicina Legal, que é ciência de vastas proporções e de extraordinária diversificação, em que a certeza é às vezes relativa, nem sempre podem os peritos concluir afirmativa ou negativamente. Não há nenhum demérito se, em certas ocasiões, eles responderem “sem elementos de convicção”, se, por motivo justo, não se puder ser categórico. 
12. O que é parecer médico-legal?
É um relatório médico-legal que suscite dúvidas enseja, das partes, solicitação de esclarecimento a perito oficial e mesmo a médico que não tenha participado da perícia, objetivando dirimi-las. Para isso, consultam, escrita ou verbalmente, um ou vários especialistas, sobre o valor científico do laudo em questão, buscando elucidar dúvidas; a resposta à consulta é o parecer médico--legal, laudo extrapericial ou, ainda, perícia extrajudicial. O parecer é, então, a resposta da questão referente a assunto médico-forense, suscitadora de dúvidas em relatório pertinente ao mesmo, feita por uma das ou pelas partes a profissional de Medicina ou a uma comissão científica.
O parecer é documento particular que vale pelo conceito científico de quem o subscreve, ao qual se atribui moralmente o mesmo dever de veracidade atinente aos peritos e às testemunhas. Contudo, se o parecerista falta a essa obrigação, não incide no crime de falsa perícia definido no art. 342 do Código Penal.
Possui o valor de simples prova técnica a ser estimada de maneira muito relativa pelo juiz, que dará a esse documento particular a importância que entender (art. 182 do CPP), fundamentando a sua decisão de modo a possibilitar às partes a apreciação crítica da mesma. Assim, se o honrado sentenciador sequer dignar-se motivar a refutação ao laudo extrajudicial, que contraria a peça oficial e é o fulcro principal da defesa do réu, acaba contaminando de nulidade o processo, pois a não fundamentação do peritus peritorum é pedra entravadora do rolar sereno da caleça judiciária no macadame sem ressaltos da Justiça.
Outrossim, nada obsta ao Magistrado optar pela orientação científica porventura existente no parecer médico-legal.
Insta dizer que somente o parecer escrito faz fé e se integra nos autos; dessarte, a consulta e o parecer verbal são juridicamente despidos de valor.
Excetuada a descrição ou visum et repertum, todas as demais partes do relatório integram o laudo extrajudicial. À guisa de todo documento legal, o parecer deve ser redigido com meridiana clareza e concisão e apoiar-se em documentação rigorosamente científica, visando exclusivamente dissolver dúvidas, objetos da consulta.
Resposta de outro livro: PARECER MÉDICO-LEGAL:
É a resposta escrita de autoridade médica, de comissão de profissionais ou de sociedade científica, a consulta formulada com o intuito de esclarecer questões de interesse jurídico (Preâmbulo, Exposição, Discussão, Conclusão).
13. Qual a importância do prontuário médico?
constitui-se não apenas no registro da anamnese do paciente, mas em todo o acervo documental padronizado, organizado e conciso, referente ao registro dos cuidados médicos prestados, assim como dos documentos pertinentes a essa assistência. Mesmo sendo um documento criado para interesses médicos, o prontuário pode produzir efeitos jurídicos de grande significação médico-legal.
Consta de exame clínico do paciente, suas fichas de ocorrências e de prescrições terapêuticas, os relatórios da enfermagem, da anestesia e da cirurgia, a fichado registro dos resultados de exames complementares e, até mesmo, cópias de solicitação e de resultado de exames complementares.
Constituem um verdadeiro dossiê que tanto serve para a análise da evolução da doença, como para fins estatísticos que alimentam a memória do serviço e como defesa do profissional, caso ele venha ser responsabilizado por algum resultado atípico ou indesejado.
Não se pode admitir que o prontuário seja uma peça meramente burocrática para fins da contabilização da cobrança dos procedimentos ou das despesas hospitalares. Pensar sempre em possíveis complicações de ordem técnica, ética ou jurídica que possam eventualmente ocorrer, quando o prontuário seria um elemento de valor probante fundamental nas contestações sobre possíveis irregularidades. Pode em certos momentos ter significativa contribuição quando da elaboração de relatórios ou pareceres médico-legais sobre a assistência ao paciente ou, ainda, parte dele servir de subsídios informativos como peças dos autos processuais. Por outro lado, não existe nenhum dispositivo ético ou jurídico que determine ao médico ou ao diretor clínico de uma instituição de saúde entregar os originais do prontuário, de fichas de ocorrências ou de observação clínica a quem quer que seja, autoridade ou não, porque “ninguém está obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude da lei”.
No Parecer-Consulta CFM no 02/94, ficou estabelecido que as instituições de saúde não estão
obrigadas a enviar, mesmo por empréstimo, os prontuários aos seus contratantes públicos ou médico privados, e, segundo o Parecer-Consulta CFM no 05/96, “o diretor clínico não pode liberar cópia de prontuários de paciente para Conselhos de Saúde, porém tem o dever de apurar quaisquer fatos comunicados, dando-lhes conhecimento de suas providências, sob pena de responsabilidade ética ou mesmo criminal”.
O Supremo Tribunal Federal, em acórdão do Recurso Extraordinário Criminal no 91.218-5SP, 2
A Turma, entendeu que a instituição ou o médico não tem a obrigação de atender a requisição de fichas clínicas, admitindo que apenas ao perito cabe o direito de consultá-la, mesmo assim obrigando-o ao sigilo pericial, como forma de manter o segredo profissional (RT, 562, ago./1982, 407/425). Uma questão bem interessante: A quem pertence o prontuário? Antes pensava-se que ele pertencia ao médico assistente ou à instituição para a qual ele prestava seus serviços. Mesmo sendo o médico, indubitavelmente, o autor intelectual do dossiê por ele recolhido, é claro que esse documento pertence ao paciente naquilo que é mais essencial: nas informações contidas. É de propriedade do paciente a disponibilidade permanente das informações que possam ser objeto da sua necessidade de ordem pública ou privada.
Em síntese, são de propriedade do paciente de forma permanente as informações que possam ser objeto da necessidade de ordem social ou de outro profissional que venha a tê-lo na sua relação, dentro da conveniência que a informação possa merecer. Do médico e da instituição, apenas o direito de guarda.
14. O que é um atestado médico?
O atestado é um documento médico revestido de fé pública, que goza de presunção de veracidade e assim deve ser pautado. Não deve, em hipótese alguma, ser fornecido de maneira graciosa. O emprego inadequado deste documento, cujo objetivo visa garantir ao paciente o tempo necessário de repouso ou de afastamento de suas atividades laborais ou escolares, suscita freqüentes questionamentos aos Conselhos de Medicina.
Deve o médico, na elaboração do atestado, especificar o tempo concedido de dispensa, necessário para a recuperação do paciente, estabelecer o diagnóstico, apenas quando expressamente autorizado pelo mesmo e com a sua concordância expressa, acompanhada do registro do número de seu documento de identificação, o que é obrigatório e deve ser exigido pelo médico. Em caso de menor ou interdito, a prova de identidade deverá ser a de seu representante legal.
Todos os registros no documento devem ser feitos de forma legível e o médico deve identificar-se, mediante assinatura e carimbo, com o seu número de registro no CRM. Somente aos médicos e odontólogos é facultada a prerrogativa do fornecimento de atestados de afastamento de trabalho. Portanto, todo e qualquer médico e toda e qualquer instituição médica devem recusar atestados fornecidos por outros profissionais.
Em nosso Código de Ética Médica há artigos que vedam ao médico: fornecer atestado sem ter praticado o ato profissional que o justifique, ou que não corresponda à verdade (Art. 110), utilizar-se do ato de atestar como forma de angariar clientela (Art. 111), deixar de atestar quando solicitado pelo paciente ou responsável, pois atestar é parte integrante do ato médico, é um direito inquestionável do paciente e não importa em majoração de honorários (Art. 112), e utilizar-se de formulários de instituições públicas para atestar fatos verificados em clínicas privadas (Art. 113).
No Código Penal, em seu Art. 302, há previsão de pena de detenção de um mês a um ano pela emissão de atestado falso. Deve o médico, portanto, tomar muito cuidado com a emissão dos seguintes tipos de atestados: assinados em branco, para aptidão de exercícios físicos, para visitar familiares, para fins de interdição, com indicação de CID, de acompanhamento e com data retroativa.
15. O que é atestado gracioso?
O atestado gracioso, também chamado de complacente ou de favor, vem sendo concedido por alguns profissionais menos responsáveis, desprovidos de certos compromissos e que buscam através deste condenável gesto uma forma de obter simpatia, sem nenhum apreço ao Código de Ética Médica. Muitos destes atestados graciosos são dados na intimidade dos consultórios ou das clínicas privadas, tendo como finalidade a esperteza de agradar o cliente e ampliar, pela graciosidade, os horizontes da clientela.
16. Qual os tipos de atestados mais frequentes em relação a sua finalidade?
Os mais comuns são:
Atestado de portador de doença ( pode ser utilizado pelo paciente ou pelo acompanhante)- é solicitado pelo paciente ou representante legal. Precisa ser escrito de forma objetiva e sucinta descrevendo o que houve na consulta após o atendimento médico, expressando a existência de um estado mórbido anterior ou atual. Não cabe colocar neste a expressão “atesto para os devidos fins” pois se trata de um documento mais específico. Usado para faltas ao trabalho; faltas à escola; comprovar deficiência física em admissão de emprego; viagem aérea, a pacientes especiais; declarar a incapacidade de familiares, entre outros. O CID só será colocado se o paciente autorizar. 
Atestado de saúde ou de sanidade- Um atestado médico de saúde presta-se a várias finalidades, como especificar qual é o tipo de atividade física ou esportiva adequada a um paciente; facilitar a viagem de avião de pessoas com condições especiais, usado também para atestar às gestantes, e indicar a saúde ocupacional de candidatos a emprego, entre outras. Fornecido APENAS após exame físico (e, se necessário, realização de exames complementares), o documento servirá para confirmar que o paciente, no momento do atendimento, goza de plena saúde física e mental para realizar a atividade física ou esportiva escolhida; serve para viajar ou para exercer certa função profissional.
E contempla também o atestado de óbito.
17. Comente sobre as diferenças entre atestado e declaração médica.
De acordo com o dicionário Michaelis, o ato de “declarar” corresponde a “dar a conhecer”, “expor”, “manifestar” e até “confessar”, entre outros significados. Já “atestar” vincula-se a “certificar por escrito”; “testemunhar”; “demonstrar” e “provar”. Muitos autores consideram o mesmo significado para ambos. Na avaliação do Cremesp, atestados e declarações médicas contam com o mesmo peso ético. Isso significa que inverdades e imprecisões em qualquer um dos dois podem acarretar em infrações à ética. Declaração pode ser feito por qualquer pessoa que tenha participação no procedimento declarado,seja exame médico, consulta, atendimento de emergência, entre outros, já o atestado só o médico pode dar, segundo o artigo 6º da resolução do conselho Federal de Medicina n º 1658 de 20 de dezembro de 2002. Outra diferença é que na declaração não se pede afastamento do paciente de suas atividades, somente informa o dia ou horário em que ele esteve presente na consulta, já no atestado vem informando quantos dias o paciente precisará se ausentar de suas atividades diárias, conforme o artigo 3º da resolução acima.
18. O carimbo é obrigatório?
Instrumento de uso pessoal, o carimbo tem a finalidade de simplificar o trabalho do médico em sua identificação obrigatória, por conter nome e número de CRM. Apesar da praticidade, seu uso não é obrigatório, desde que haja, no documento expedido pelo médico, a possibilidade de identificá-lo como emissor. Assim, é perfeitamente substituível por simples assinatura e grafia do número de CRM, conforme esclarece resolução do CFM
 Declaração de óbito 
19. Qual a diferença entre atestado de óbito, certidão de óbito e guia de sepultamento?
Declaração/Atestado de Óbito (DO): Documento que confirma o óbito, fornecido pelo médico a paciente ao qual vinha prestando assistência (exceto em situações específicas). Possui a finalidade de definir uma causa mortis e responder aos interesses de ordem legal, ética e médico-sanitária, sendo considerado como o documento-base do Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde (SIM/MS)
Certidão de Óbito: Também conhecida como Certificado de Óbito é o documento emitido pelos cartórios, utilizando os dados constantes na Declaração de Óbito.
20. Pra que serve cada guia da D.O.?
Retificação que fizeram no grupo: 
"Primeira via: recolhida nas unidades notificadoras, devendo ficar em poder do setor responsável pelo processamento dos dados, na instância municipal ou estadual;
Segunda via: entregue pela família ao cartório do registro cívil, devendo nele ficar arquivada para os procedimentos legais; 
Terceira via: permanence nas unidades notificadoras, em casos de óbitos notificados pelos estabelecimentos de saúde, IML ou SVO, para ser anexada à documentação médica pertencente ao falecido."
A DO é composta por nove blocos de informações de preenchimento obrigatório, a saber:
I. É a parte da DO preenchida exclusivamente pelo Cartório de Registro
Civil.
II. Identificação do falecido: o médico deve dar especial atenção a esse bloco, dada a importância jurídica do documento.
III. Residência: endereço habitual.
IV. Local de ocorrência do óbito.
V. Específico para óbitos fetais e de menores de um ano: são dados extremamente importantes para estudos da saúde materno-infantil.
VI. Condições e causas do óbito: destacam-se os diagnósticos que levaram à morte, ou contribuíram para a mesma, ou estiveram presentes no momento do óbito. Dar especial atenção a óbitos de mulheres em idade fértil visando os estudos sobre mortalidade materna.
VII. Os dados do médico que assinou a DO são importantes e devem ser preenchidos de maneira legível, pois trata-se de documento oficial, cujo responsável é o médico. Para elucidação de dúvidas sobre informações prestadas, o médico poderá ser contatado pelos órgãos competentes.
VIII. Causas externas: os campos deverão ser preenchidos sempre que se tratar de morte decorrente de lesões causadas por homicídios, suicídios, acidentes ou mortes suspeitas.
IX. A ser utilizado em localidade onde não exista médico, quando, então, o registro oficial do óbito será feito por duas testemunhas
21. Quem é o responsável por assinar a D.O?
Em casos de morte por causas naturais:
- Com assistência médica:
• O médico que vinha prestando assistência ao paciente, sempre que possível, em todas as situações. 
• O médico assistente e, na sua falta, o médico substituto ou plantonista, para óbitos de pacientes internados sob regime hospitalar.
• O médico designado pela instituição que prestava assistência, para óbitos de pacientes sob regime ambulatorial.
• O médico do Programa de Saúde da Família, Programa de Internação Domiciliar e outros assemelhados, para óbitos de pacientes em tratamento sob regime domiciliar.
• Nota: O SVO pode ser acionado para emissão da DO, em qualquer das situações acima, caso o médico não consiga correlacionar o óbito com o quadro clínico concernente ao acompanhamento registrado nos prontuários ou fichas médicas dessas instituições.
- Sem assistência médica:
• O médico do SVO, nas localidades que dispõem deste tipo de serviço.
• O médico do serviço público de saúde mais próximo do local onde ocorreu o evento; e na sua ausência, por qualquer médico, nas localidades sem SVO.
• Nota: Deve-se sempre observar se os pacientes estavam vinculados a serviços de atendimento ambulatorial ou programas de atendimento domiciliar, e se as anotações do seu prontuário ou ficha médica permitem a emissão da DO por profissionais ligados a esses serviços.
Em casos de morte por causas não-naturais:
- Em localidade com IML:
• O médico legista, qualquer que tenha sido o tempo entre o evento violento e a morte propriamente.
- Em localidade sem IML:
• Qualquer médico da localidade, investido pela autoridade judicial ou policial, na função de perito legista eventual (ad hoc).
22. Pode assinar em branco?
Não deve assinar declaração em branco, preencher o documento sem constatar pessoalmente o óbito e rasurar o documento, que o invalida legalmente. 
23. Pode cobrar?
Não. O ato médico de examinar e constatar o óbito, sim, poderá ser cobrado, desde que se trate de paciente particular, a quem o médico não vinha prestando assistência. 
24. Quando emitir?
1. Em todos os óbitos (natural ou violento). 
2. Quando a criança nascer viva e morrer logo após o nascimento, independentemente da duração da gestação, do peso do recém-nascido e do tempo que tenha permanecido vivo.
 3. No óbito fetal, se a gestação teve duração igual ou superior a 20 semanas, ou o feto com peso igual ou superior a 500 gramas, ou estatura igual ou superior a 25 centímetros.
25. Diferencie os Tipos de morte: natural X não natural
Morte natural: é aquela que sobrevem como conseqbrevem como conseqüência de um processo esperado e previsível. Por exemplo, nos casos de envelhecimento natural, com esgotamento progressivo das funções orgânicas. E m outros casos, o óbito é u m corolário de um a doença interna, aguda ou crônica, a qual pode ter acontecido e transcorrido sem intervenção ou uso de qualquer fator externo ou exógeno. É evidente que strictu senso, a causa do óbito não é "natural" e, sim, patológica. Todavia, habitual do termo considera o tipo de morte como natural. 
Morte não natural: é um fenômeno no qual interveio a força externa como causa desencadeante. Tem como as hipóteses de homicídio, suicídio ou acidente. 
26. Complete: 
Quem vai emitir? 
Morte Natural:
- com acompanhamento médico: O médico assistente. 	
- sem acompanhamento médico: Serviço de Verificação de Óbito. 
Causas externas:
- cidades com IML: O médico legista do IML 	
- cidades sem IML: O IML deve ser acionado pela polícia para recolher o corpo e fazer a necrópsia. 	
Morte suspeita em cidades com IML: As mortes de causa suspeita compreendem parte da morte violenta, até que se prove em contrário, trazendo para a sua compreensão a dúvida quanto ao nexo causal. Para que exista a suspeição deve haver uma pergunta: suspeita de quê? Ou seja, para que haja a suspeição, há que existir o interesse ativo de quem suspeita, vinculado a uma justificativa. É o caso do familiar ou de terceiros que conhecem desvios do contexto social e comportamental do falecido, ou mesmo suspeitam de peculiaridades durante um tratamento médico e até de ação de terceiros. Em qualquer destes casos, o cidadão que protagoniza a suspeição tema obrigação de comunicar a uma autoridade policial ou ao Ministério Público, que solicitarão, pelos procedimentos habituais, a perícia médico-legal. 	
27. Qual a Composição da D.O.
A DO é composta por nove blocos de informações de preenchimento obrigatório, a saber: 
I. É a parte da DO preenchida exclusivamente pelo Cartório de Registro Civil. 
II. Identificação do falecido: o médico deve dar especial atenção a esse bloco, dada a importância jurídica do documento. 
III. Residência: endereço habitual. 
V. Local de ocorrência do óbito. 
V. Específico para óbitos fetais e de menores de um ano: são dados extremamente importantes para estudos da saúde materno-infantil. 
VI. Condições e causas do óbito: destacam-se os diagnósticos que levaram à morte, ou contribuíram para a mesma, ou estiveram presentes no momento do óbito. Dar especial atenção a óbitos de mulheres em idade fértil ao preencher os campos respectivos (43 e 44 do modelo vigente), visando estudos sobre mortalidade materna. 
VII. Os dados do médico que assinou a DO são importantes e devem ser preenchidos de maneira legível, pois trata-se de documento oficial, cujo responsável é o médico. Para elucidação de dúvidas sobre informações prestadas, o médico poderá ser contatado pelos órgãos competentes. 
VIII. Causas externas: os campos deverão ser preenchidos sempre que se tratar de morte decorrente de lesões causadas por homicídios, suicídios, acidentes ou mortes suspeitas. 
IX. A ser utilizado em localidade onde não exista médico, quando, então, o registro oficial do óbito será feito por duas testemunhas.
28. Quem assina a D.O. em Ambulância com médico? E sem médico?
Com médico: A responsabilidade do médico que atua em serviço de transporte, remoção, emergência, quando o mesmo dá o primeiro atendimento ao paciente, equipara - se à do médico em ambiente hospitalar e, portanto, se a pessoa vier a falecer, caberá ao médico da ambulância a emissão da DO, se a causa for natural e se existirem informações suficientes para tal. Se a causa for externa, chegando ao hospital, o corpo deverá ser encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML).
Sem médico: O corpo deverá ser encaminhado ao Serviço de Verificação de Óbito (SVO) na ausência de sinais externos de violência ou ao IML em mortes violentas. A DO deverá ser emitida por qualquer médico em localidades onde não houver SVO, em caso de óbito por causa natural.
29. No nascido vivo de 450g. Assina?
Sim, se ele nasceu vivo (respirou). Entretanto, com gestação de menos de 20 semanas, ou feto com peso menor que 500 gramas, ou estatura menor que 25 centímetros. 
OBS: A legislação atualmente existente permite que, na prática, a emissão da DO seja facultativa para os casos em que a família queira realizar o sepultamento do produto de concepção. 
30. E a perna amputada. Assina?
Não.. Nesses casos, o médico elaborará um relatório em papel timbrado do hospital descrevendo o procedimento realizado. Esse documento será levado ao cemitério, caso o destino da peça venha a ser o sepultada.
31. Se errar o preenchimento, o que fazer?
Se, por acaso, o médico preencher erroneamente a DO, seja qual for o campo, deverá inutilizá-la, preenchendo outra corretamente. Porém, se a Declaração já tiver sido registrada em Cartório de Registro Civil, a retificação será feita mediante pedido judicial por advogado, junto à Vara de Registros Públicos ou similar. Nunca rasgar a DO. O médico deverá escrever “anulada” na DO e devolvê-la à Secretaria de Saúde para cancelamento no sistema de informação.
 
 Antropologia Forense 
32. O que é antropologia forense?
Aplicação legal da ciência antropológica, com o objetivo de ajudar à identificação de cadáveres e à determinação da causa de morte. Utilizada em situações onde existem danos consideráveis induzidos ao cadáver, como decomposição, amputação, queimaduras ou qualquer outro elemento que cause deformação no corpo, tornando-o irreconhecível.
 A principal preocupação de um antropólogo forense, ao confrontar-se com um corpo, vestígios esqueléticos ou outro qualquer material que se assemelhe a tecido ósseo, é classifica-los como humanos, animais ou matéria inorgânica. Antropólogos forenses, atuam também em na escavação arqueológica, exames de cabelos, pegadas, insetos e material vegetal, reconstrução facial, sobreposição fotográfica, identificação de variações anatômicas e análise de históricos médicos, análise da cena do crime, manejo de provas, fotografia, toxologia ou balística e armamento. Os fatores que serão analisados são: idade , sexo, estatura, peso, filiação racial, patologias e historia médica do indivíduo.
33. Diferencie identidade e identificação
Conceitua-se identidade como o conjunto de caracteres que individualiza uma pessoa ou uma coisa, fazendo-a distinta das demais. É um elenco de atributos que torna alguém ou alguma coisa igual apenas a si próprio. Já identificação é o processo pelo qual se determina a identidade de uma pessoa ou de uma coisa, ou um conjunto de diligências cuja finalidade é levantar uma identidade. Portanto, identificar uma pessoa é determinar uma individualidade e estabelecer caracteres ou conjunto de qualidades que a fazem diferente de todas as outras e igual apenas a si mesma. 
34. O que é reconhecimento?
Reconhecimento é a identificação empírica
- Identificação é o reconhecimento científico
ASSIM: Não se deve confundir a identificação com o reconhecimento, que nada mais é que um procedimento empírico, baseado em conhecimento anterior, cuja base de sustentação é puramente testemunhal.
35. Cite os cinco fundamentos técnicos e biológicos para uma identificação ser considerada aceitável. Explique cada um deles.
Os fundamentos biológicos ou técnicos que qualificam e que preenchem as condições para um método de identificação ser considerado aceitável são:
BIOLOGICOS:
▶ Unicidade. Também chamado de individualidade, ou seja, que determinados elementos sejam específicos daquele indivíduo e diferentes dos demais. 
▶ Imutabilidade. São as características que não mudam e não se alteram ao longo do tempo. 
▶ Perenidade. Consiste na capacidade de certos elementos resistirem à ação do tempo, e que permanecem durante toda a vida, e até após a morte, como por exemplo o esqueleto.
TECNICOS:
▶ Praticabilidade. Um processo que não seja complexo, tanto na obtenção como no registro dos caracteres.
▶ Classificabilidade. Este requisito é muito importante, pois é necessária certa metodologia no arquivamento, assim como rapidez e facilidade na busca dos registros.
36. Diferencie identificação médico-legal e identificação policial ou judiciária.
Identificação médico-legal: Poderá ser feita no vivo, no cadáver inteiro ou espostejado, ou ainda reduzido a fragmentos ou a simples ossos. Requer o conhecimento da medicina 
Identificação policial ou judiciária: não sendo de natureza médica, dispensa os conhecimentos e diz respeito à Antropometria e à Dactiloscopia.
37. Cite os parâmetros utilizados na identificação médico-legal.
raça, o sexo, estatura, a idade, a identificação pelos dentes, o peso e conformação, as malformações, os sinais profissionais, os sinais individuais, como as cicatrizes, os tipos sanguíneos, as tatuagens, a dinâmica funcional, os caracteres psíquicos e a prosopografia.
38. O que é datiloscopia?
Datiloscopia ou papiloscopia é o processo de identificação humana por meio das impressões digitais, normalmente utilizado para fins judiciários. Esta área do conhecimento estuda as papilas dérmicas (saliências da pele) existentes na palma das mãos e na planta dos pés, também conhecida como o estudo das impressões digitais.
39. Quais são os quatro desenhos característicos utilizados na identificação papiloscópica? Explique cada um deles.
Chama-se desenho digital ao conjunto de cristas e sulcos existentes nas polpas dos dedos, apresentando muitas variedades; e de impressão digitalao reverso do desenho, exibindo-se como um ajuntamento de linhas brancas e pretas sobre determinado suporte.
Um dos elementos mais importantes do desenho digital é o Delta - pequeno ângulo ou triângulo formado pelo encontro dos três sistemas de linhas.
O delta é a característica fundamental na classificação de uma impressão digital. Esta, todavia, põe a vista dois ou três sistemas lineares: nuclear, basilar e marginal e na união deles o delta.
O sistema nuclear é representado por linhas colocadas entre as basilares e as marginais. o sistema marginal é constituído pelas linhas superiores que sobrepõem ao núcleo. O sistema Basilar é composto pelas linhas que ficam na base da impressão digital, isto é, abaixo do núcleo.
A presença de um, dois ou nenhum delta em uma impressão digital estabelece os quatro tipos fundamentais de sistema Dactiloscópico de Vucetich:
Verticilo: presença de dois deltas e um núcleo central
Presilha externa: presença de um delta à esquerda do observador e de um núcleo voltado em sentido contrário ao delta.
Presilha interna: presença de um delta à direita do observador e de um núcleo voltado à esquerda.
Arco: ausência de deltas e apenas os sistemas de linhas basilares e marginais. Não tem núcleo.
Esses tipos essenciais são simbolicamente representados por letras maiúsculas para os polegares e por algarismos para os restantes dos dedos.
Verticilo = V - 4
Presilha externa = E - 3
Presilha interna = I - 2
Arco = A - 1
Anotam-se com X os desenhos com defeitos de cicatrizes ou por qualquer alteração
Coloca-se 0 para as amputações.
Denomina-se forma dactiloscópica a sucessão de letras e algarismos que configuram os tipos fundamentais de uma pessoa a partir do polegar direito até o mínimo esquerdo, sentida por meio de uma fração que tem como numerador a mão direita e denominador a mão esquerda.
40. Quais são as principais limitações no uso da papiloscopia como processo de identificação?
Não apresenta o quesito perenidade. Além disso, pode ter problemas de identificação com crianças (por não possuírem identidade prévia), cadáveres incompletos (restos humanos esquartejados) e cadáveres parcialmente destruídos (putrefeitos, carbonizados).
41. No meio forense , quais os principais usos do método de DNA no processo de identificação?
Justiça civil: 
	Testes de paternidade
Justiça criminal:
	Identificação humana, crises sexuais, crimes contra a vida, crimes contra o patrimônio, desastres de massa.
42. Quais as vantagens e desvantagens do processo de identificação por meio do DNA?
Vantagens:
• Elevada taxa de segurança na comprovação dos resultados;
• Polimorfismo do DNA;
-Obs¹.: Mesmo que a prática indique cada vez mais uma elevada taxa de segurança na comprovação dos resultados em que se empregou a técnica em DNA, essas provas deverão ser analisadas e avaliadas no conjunto de outros elementos probantes, quando se tiver de tomar uma decisão mais séria.
• Cada indivíduo é geneticamente diferente de todos os outros.
Obs².: A possibilidade de se encontrarem duas pessoas iguais por esse método é de uma em 10 trilhões, fazendo com que esse sistema se constitua em uma verdadeira impressão digital, e por isso foi chamada pelos ingleses de DNA Fingerprints (impressão digital do DNA)
 
- Desvantagens:
• Alto custo;
• Necessidade de técnicas e equipamentos mais complexos;
Obs³.: Nunca iniciar um processo de identificação com uma metodologia mais sofisticada, principalmente quando se leva em conta a carência dos setores especializados. Só em última instância ela deve ser utilizada.
• Recusa do réu em submeter-se à investigação e fornecer a amostra biológia.
Obs4.: A Constituição Federal consagra este direito e o indivíduo não está obrigado a oferecer provas que o condenem. Além disso, o réu não está obrigado nem pode ser compelido a se submeter a exame de sangue para testes de vinculação genética de paternidade.
• Dificuldade metodológica na ampliação de exames, na padronização e no eventual encontro de dados. Já não se levam em conta as dificuldades das minúsculas amostras, das amostras degradadas e do tempo de que se necessita para a obtenção dos resultados.
- Obs5.: A observação tem demonstrado que, cada dia que passa, os tribunais acreditam mais no resultado do polimorfismo do DNA em questões forenses, mas sem terem ainda uma ideia muito precisa de sua metodologia e de seus fundamentos. Qualquer que seja o ponto de vista de um ou outro analista, a prova em DNA não está ainda cientificamente consolidada e reconhecida como de inquestionável valor probatório, restando apenas à sua justa aplicação a credibilidade do laboratório e os seus imperativos éticos;
Obs6.: Todo resultado de uma prova em DNA não pode ser sempre aceito como de valor probante irrefutável, restando, por isso, à sua justa aplicação a necessidade de consolidar a credibilidade dos laboratórios e a contribuição de uma técnica padronizada.
Obs7 .: NO CASO DE PATERNIDADE: A principal causa de erros em exames da vinculação genética da paternidade tem por motivos as dificuldades de controlar a técnica. Outros mais seriam a falsa identificação dos examinados, troca de amostras, uso de marcadores genéticos inadequados ou insuficientes, falhas na leitura, na interpretação e na transcrição dos resultados, levando a uma exclusão ou a uma inclusão indevida e, mais raramente, às mutações genéticas. Desta forma, enquanto as técnicas atuais não tiverem resultados com caráter de certeza absoluta, ou seja, cem por cento de veracidade, elas continuarão a ser um meio de exclusão e não de identificação, pois por mais alto que seja o índice de probabilidade, isto não é igual a uma certeza científica.
• Não existência de nenhum organismo público ou privado que exerça fiscalização constante como controle de qualidade sob laboratórios que trabalhem com testes de DNA; por isso, não se tem como padronizar métodos e técnicas, nem muito menos como avaliar as condições operacionais dos laboratórios e a capacidade de seus técnicos.
• Ausência de legislação para tempo de conservação da amostra ou dos dados de pessoas indiciadas para se criarem os bancos de informação.
- Obs8.: Alguns defendem que as amostras obtidas nos locais do crime ou retiradas de indivíduos suspeitos possam ter um determinado tempo de guarda estabelecido em lei.
43. No processo de identificação por DNA, quais são os materiais biológicos coletados em pessoas vivas? E em cadáveres?
-Pessoas vivas:
• Sangue;
• Swab de mucosa oral;
• Pêlos;
• Sêmen (professor não colocou sêmen no slide, mas tinha no livro).
-Cadáveres:
• Sangue;
• Swab da mucosa da bexiga;
• Partes cadavéricas, como músculos e cartilagem, e por último, ossos e dentes.

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