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Comunicação Empresarial Professora conteudista: Iara Yamamoto Sumário Comunicação Empresarial Unidade I 1 Introdução ............................................................................................................................................................1 1.1 A comunicação empresarial ................................................................................................................1 1.1.1 Estrutura interna da comunicação escrita ......................................................................................7 1.1.2 Concisão, coerência e coesão ...............................................................................................................7 1.1.3 Funções da linguagem .............................................................................................................................8 Unidade II 2 COMPONENTES PRINCIPAIS DE UM TEXTO ...........................................................................................11 2.1 Plano de trabalho ..................................................................................................................................11 2.2 Organização .............................................................................................................................................11 2.3 Montagem de parágrafos ................................................................................................................. 12 2.3.1 Tipos de parágrafos .............................................................................................................................. 12 2.4 Tipos de textos ..................................................................................................................................... 13 2.4.1 Montagem do texto ............................................................................................................................... 18 2.5 Resumo ..................................................................................................................................................... 18 2.5.1 Características de um resumo, segundo BARROS e LEHFELD ............................................... 18 2.6 Esquema ................................................................................................................................................... 19 2.6.1 Características de um esquema, segundo BARROS e LEHFELD ........................................... 19 2.7 Resenha .................................................................................................................................................... 19 2.8 Sinóptico .................................................................................................................................................. 20 2.9 Exemplos de resumo, resenha, esquema e sinóptico, a partir do seguinte texto, extraído de BARROS e LEHFELD, p. 23-24 ......................................................... 20 2.9.1 Resumo ....................................................................................................................................................... 21 2.9.2 Resenha ...................................................................................................................................................... 21 2.9.3 Esquema ..................................................................................................................................................... 22 2.9.4 Sinóptico .................................................................................................................................................... 22 Unidade III 3 OS NÍVEIS DE FALA E A COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL ................................................................. 23 3.1 A comunicação escrita no cotidiano da empresa: tipos e modelos de redação ........ 25 3.2 Veículos da redação administrativa (PIMENTA, p. 153) ........................................................ 26 3.3 Vantagens e desvantagens da comunicação verbal e não-verbal nas empresas ...... 29 3.4 Anexos ....................................................................................................................................................... 31 3.4.1 Modelo de Memorando Sintético: ................................................................................................... 31 3.4.2 Modelo de CI: ........................................................................................................................................... 31 3.4.3 Modelo de Requerimento: .................................................................................................................. 32 3.4.4 Modelo de Carta: .................................................................................................................................... 33 3.4.5 Modelo de Ata: ........................................................................................................................................ 34 3.4.6 Modelo de Circular: ................................................................................................................................ 34 Unidade IV 4 COMUNICAÇÃO ORAL: APRESENTAÇÃO EM AMBIENTES DE TRABALHO, ACADÊMICOS E EM DEBATES ................................................................................................. 35 4.1 A importância da comunicação interna e externa no mundo corporativo ................. 37 4.1.1 Comunicação interna ............................................................................................................................ 38 4.1.2 Redes de mensagens ............................................................................................................................. 39 4.1.3 Comunicação externa ........................................................................................................................... 39 4.1.4 Atendimento ao cliente ....................................................................................................................... 40 4.2 Gerenciando o relacionamento com o cliente: CRM (Customer Relationship Management) ...........................................................................................41 4.2.1 SAC - Serviço de Atendimento ao Cliente .................................................................................... 41 4.2.2 Ombudsman .............................................................................................................................................. 41 4.2.3 Assessoria de imprensa ......................................................................................................................... 42 4.3 Bases para a boa comunicação na empresa e na vida (MATOS, p. 77) ........................... 42 4.3.1 Imagem organizacional ........................................................................................................................ 44 4.3.2 Planeje sua imagem ............................................................................................................................... 44 4.3.3 Divulgue sua imagem ........................................................................................................................... 45 4.3.4 Comunicação interna = marketing interno = endomarketing ............................................ 45 4.3.5 Planejamento estratégico ................................................................................................................... 46 4.3.6 Ações integradas ..................................................................................................................................... 46 4.3.7 Plano estratégico de comunicação é a solução? ....................................................................... 47 4.4 PICE – Plano Integrado de Comunicação Empresarial (extraído de PIMENTA, p. 111-118) ............................................................................................................48 1 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL Unidade I 1 INTRODUÇÃO Do latim communicare, a expressão comunicar significa “pôr em comum” ou “tornar comum”. Todas as atividades humanas envolvem a comunicação, de alguma forma, em suas muitas manifestações. Desde os primórdios, o homem sente a necessidade imperiosa de trocar idéias, sentimentos e experiências. Até a invenção da escrita, há aproximadamente 5 mil anos, essas transmissões eram passadas oralmente, de geração a geração. Com a criação da tipografia, há aproximadamente 500 anos, as informações passaram a ser registradas, conhecimento esse acumulado e compartilhado. Em pleno século XXI, o que vemos é uma “aldeia global”, cujas informações cruzam o Planeta em questão de segundos e, em muitos casos, concomitantemente aos acontecimentos. “O mundo da comunicação é vastíssimo, embora ainda seja predominante a idéia da comunicação verbal, falada e escrita. Existem, porém, muitos outros meios de comunicação, como gestos, imagens, sons, artes e até o sinal do computador, que constituem formas de comunicação não-verbal.” (ANDRADE, 2004, p. 15) 1.1 A comunicação empresarial 1. Introdução: a empresa e a comunicação empresarial “O mais importante na comunicação é SABER OUVIR, para poder compreender e interpretar, com exatidão, o conteúdo da mensagem transmitida e a intenção do seu emissor, Processo tão natural, como: respi- rar, comer, beber água, rir, chorar ou caminhar, a comunicação é a força que movimenta a vida das pessoas, das empresas e das sociedades. 5 10 15 20 2 Unidade I favorecendo, assim, o RETORNO DA INFORMAÇÃO, que marca o início do DIÁLOGO, que, por sua vez, pode garantir a qualidade do RELACIONAMENTO HUMANO. Muitos desentendimentos, brigas, rupturas, guerras e conflitos sociais seriam evitados e solucionados pelo simples entendimento dessa questão de BOM SENSO.” (MATOS, 2004, p. 7) Para Chiavenatto, prefaciando MATOS (op. cit.), “muitas definições utilizadas na literatura administrativa enfatizam o uso de símbolos e imagens para transferir o significado da informação. Para muitos autores, a comunicação representa a compreensão não apenas do visível e supérfluo, mas também do invisível e profundo. Os elementos profundos e simbólicos envolvidos na cultura é que dão o significado para o processo visível de comunicação. Para outros autores, a comunicação é um processo pessoal que envolve o intercâmbio de comportamentos. Para outros, a comunicação não depende da tecnologia, mas fundamentalmente das forças nas pessoas e nas situações. Ela é um processo que ocorre dentro das pessoas em diferentes situações. Essa perspectiva pessoal na comunicação alega que as pessoas tendem a assumir o conhecimento que as outras pessoas têm e se comunicam nessa mesma base. A aprendizagem depende disso. Mas a comunicação pode ter outras implicações. Alguns autores enfatizam que o significado mais importante que as pessoas compartilham com outras é transmitido através do comportamento. O intercâmbio de comunicação entre as pessoas proporciona a maneira pela qual elas se influenciam reciprocamente. Em outras palavras, os comportamentos são vitais para o processo de comunicação. O intercâmbio pessoal e comportamental da comunicação assume muitas formas, desde a comunicação não-verbal, passando pela comunicação interpessoal até a comunicação massiva através da mídia e da tecnologia. E a retroação (feedback) é sempre fundamental, pois torna a comunicação um processo de duas vias que se realimenta natural e espontaneamente. Além disso, comunicação tem a ver com as influências externas que recebemos (como sensação, percepção). Tem a ver com os processos internos (como interpretação, compreensão, “Para muitos autores, a comunica- ção representa a compreensão não apenas do visível e supérfluo, mas tam- bém do invisível e profundo.” “...a retroação (feedback) é sempre fundamental, pois torna a comunicação um processo de duas vias que se reali- menta natural e espontaneamente”. 5 10 15 20 25 30 35 3 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL significado, atribuição, atenção). E tem a ver com as influências externas que provocamos em nossos semelhantes (como influenciação, liderança, motivação, sugestão, emulação). Mas, acima de tudo, a comunicação tem a ver com relacionamento, interação, conectividade, convivência, coesão, compartilhamento, cooperação, comprometimento, aprendizado, mudança, inovação e, também, com ética, transparência e responsabilidade”. Como vimos, o processo da comunicação não se limita apenas à falada e escrita. O importante no desenvolvimento das funções organizacionais é interagir com os diversos meios. Daí ser tão importante o sistema organizacional no processamento das funções internas e do relacionamento das organizações com o meio externo. Empresas de destaque em qualquer lugar do mundo montam departamentos exclusivos de comunicação para trabalhar seus públicos interno e externo, visando a desempenhar melhor a comunicação entre seus públicos, como a sociedade de uma maneira geral, formadores de opinião, consumidores, colaboradores (trabalhadores, distribuidores, fornecedores e parceiros), sindicatos e órgãos governamentais. Sempre tendo como referência básica o planejamento estratégico da empresa. Todas as ações de comunicação, nos dias atuais, estão preocupadas em agir de forma conjunta e integrada, para mostrar a “personalidade” da empresa. Essa mostra, geralmente, é bem- aceita principalmente se as empresas mostram preocupação com o social. A sociedade quer saber de que modo a empresa trata o meio ambiente e de onde retira as matérias-primas para a produção. Onde joga seus resíduos, seus efluentes, se tem projetos de logística reversa, se usa materiais biodegradáveis, se possui projetos de reutilização da água, se respeita a camada de ozônio, entre outros. As empresas estão investindo na construção de imagens confiáveis. A verdadeira ação de comunicação empresarial faz a integração entre a empresa e seu público, arrebentando com as ilhas internas de informação – guetos, e transforma a comunicação na interface entre todos os públicos de interesse da empresa. Empresas de destaque em qual- quer lugar do mundo montam depar- tamentos exclusivos de comunicação, para trabalhar seu público interno e ex- terno... 5 10 15 20 25 30 35 4 Unidade I 2. Elementos da comunicação A comunicação é um processo e, como todo ele, envolve alguns elementos fundamentais, como: • Fonte: Nascente de mensagens e iniciadora do ciclo da comunicação (pessoa, máquina, organização e instituição); de onde provém a mensagem, no processo comunicacional; • Emissor: Um dos protagonistas do ato da comunicação, aquele que, num dado momento, emite uma mensagem para um receptor ou destinatário; • Receptor: Um dos protagonistas do ato da comunicação, aquele a quem a mensagem é dirigida, aquele que recebe a informação e a decodifica, isto é, transforma os impulsos físicos (sinais) em mensagem recuperada; • Mensagem: Comunicação, notícia ou recado verbal ou escrito. Estrutura organizada de sinais que serve de suporte à comunicação. A mensagem é o objeto da comunicação, “é um produto físico real do codificador/fonte” (David Berlo). “Quando conversamos, o discurso é a mensagem; quando sorrimos, a alteração característica da face é a mensagem; quando somos surpreendidos, o silêncio e a imobilidade momentânea são a mensagem.” (Marcelo Casado d’Azevedo); • Ruído: Todo sinal considerado indesejável na transmissão de uma mensagem por um canal. Tudo o que dificulta a comunicação, interfere na transmissão e perturba a recepção ou a compreensão da mensagem; • Canal (meios de comunicação): Todo suporte material que veicula uma mensagem de um emissora um receptor, pelo espaço e o tempo. Meio pelo qual a mensagem, já A comunicação só se realiza quando os seus elementos funcionam adequa- damente. Elementos fundamentais da comu- nicação: • Fonte; • Emissor; • Receptor; • Mensagem; • Referente; • Canal; • Código; • Feedback. 5 10 15 20 25 5 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL codificada pelo emissor, atinge o receptor, que a recebe (em código) e a interpreta (decodifica); • Contexto: A situação a que a mensagem se refere, também chamado de referente; • Código: Conjunto de signos relacionados de tal modo que estejam aptos para a formação e transmissão da mensagem. Por exemplo: a escrita é um código que permite transformar uma mensagem acústica em uma mensagem gráfica; • Signos: Combinação de um significado com um significante. Em bola, por exemplo, a seqüência de sons b- o-l-a é o significante e a idéia do objeto é o significado; • Linguagem: Qualquer sistema de signos (não só vocais ou escritos, como também visuais, fisionômicos, sonoros, gestuais, entre outros), capaz de servir à comunicação entre os indivíduos; • Língua: É o produto social da faculdade da linguagem de uma sociedade. É um conjunto de convenções necessárias, adotadas pelo corpo social, para permitir o exercício da linguagem. Fontes: Dicionário de Comunicação. Carlos Alberto Rabaça e Gustavo Barbosa, Elsevier Editora e Novo Aurélio – Dicionário da Língua Portuguesa Século XXI, apud MATOS. 3. Comunicação escrita Precisamos ter em mente que colocar palavras no papel não é escrever um texto! Para que a escrita seja considerada um texto, é necessário haver significação, isto é, precisamos trabalhar as palavras, combiná-las de tal forma que o produto tenha significação, isto é, seja um texto. 5 10 15 20 25 6 Unidade I Falar é muito mais simples, pois não há grande preocupação com as regras gramaticais. Mas, quando escrevemos, há esse cuidado maior com a gramática normativa, preocupação com a clareza e seleção do vocabulário. Para PIMENTA, escrever bem é: • obedecer às regras gramaticais, evitando erros de sintaxe, pontuação, ortografia, entre outros; • procurar a clareza, evitando palavras e frases obscuras ou de duplo sentido; • agradar o leitor, empregando expressões elegantes e fugindo de um estilo muito seco. Para que a comunicação escrita seja eficaz, é necessário: • clareza e objetividade, para que a mensagem implique uma resposta; • precisão, para que o outro compreenda o que se está pensando; • persuasão, para obter a colaboração e resposta esperadas. É preciso tomar cuidado com: • interferência física: dificuldade visual, má grafia das palavras, cansaço, falta de iluminação, entre outros; • interferência cultural: palavras ou frases complicadas ou ambíguas, diferenças de nível social; • interferência psicológica: mensagem que contenha agressividade, aspereza, antipatia, entre outros. No ato comunicativo, as idéias do remetente poderão ser conhecidas pelo destinatário quando: • o remetente transformar suas idéias em mensagem, associando-as a signos; No cotidiano da empresa, expressar- se por meio da palavra escrita, redigir, é uma prática comum e necessária entre os profissionais que nela trabalham. 5 10 15 20 25 7 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL • o remetente enviar a mensagem, constituída de signos, ao destinatário; • o destinatário receber os signos, captando os significantes e entendendo os significados ou idéias a eles associados. A partir do momento em que o destinatário entender o significado, ele estará apto a produzir uma resposta, isto é, dar o feedback. Para escrever um texto de maneira original e criativa, para formar frases fluentes, bem-estruturadas e de fácil assimilação, basta utilizar palavras conhecidas por todos. É bom lembrar que um texto simples não implica, necessariamente, a repetição de formas e frases desgastadas. 1.1.1 Estrutura interna da comunicação escrita O texto é formado de parágrafos ou raciocínios progressivos. Normalmente, introduzimos no início do parágrafo a idéia central, também chamada de tópico frasal. Ele, uma vez identificado, ajuda-nos a separar o que é relevante do que não o é. Ao redor dessa idéia central, girarão as idéias secundárias ou complementares. 1.1.2 Concisão, coerência e coesão 1. Concisão: Em oposição a textos prolixos que subestimam a compreensão (e a paciência) dos leitores, tornando-se enfadonhos, repetitivos e até irritantes. Ser conciso é escrever pouco e transmitir muito, com o cuidado de não prejudicar a clareza; é não “encher lingüiça”: a - Comunica com a medida precisa de palavras e idéias; b - Dispensa clichês; c - Preserva a exatidão e nitidez da informação; d - Evita excessos. 2. Coerência: Responsável pela construção de sentido que Um texto pode ser vazado em di- versas formas, consoante a sua funcio- nalidade. Nunca é demais lembrar que uma redação comporta três partes: 1. Introdução; 2. Desenvolvimento; 3.Conclusão. 5 10 15 20 25 8 Unidade I garante a interpretabilidade do texto, a harmonia dos fatos ou idéias transmitidos, evita ruídos ou contradições que poderiam dificultar a compreensão da comunicação ou impossibilitar a proposição: a - Coerência interna (não contradição do texto – elementos intratextuais): Ex.: Maria disse a João que iria na casa de Pedro. Logo de- pois, chegando à casa de Marcelo...; b - Coerência externa (não contradição do contexto – elementos extratextuais): Ex.: Chegando ao Rio de Janeiro ensolarado, o frio deixava nas planícies da cidade uma camada de neve que refletia as luzes da noite. 3. Coesão: Há coesão em um texto quando se empregam, de modo adequado, conjunções, pronomes e vocábulos, quando não há ambigüidades, regências incorretas, entre outros: Ex.: Achei a obra na biblioteca estragada. O fazendeiro vinha com um bezerro e a mãe dele. 1.1.3 Funções da linguagem Há uma correspondência entre os elementos da comunicação e as funções da linguagem, pois os objetivos a serem alcançados por meio da comunicação são variados, como: 1. Função emotiva (ou expressiva): Ocorre quando o emissor é posto em destaque, revelando sua emoção, sua opinião. É a linguagem dos livros autobiográficos, de memória, poemas líricos, bilhetes e cartas de amor. Subjetiva, nela prevalecem a 1ª pessoa do singular, interjeições e exclamações. Função da linguagem é a colocação das palavras na composição do texto, segundo a intenção do emissor de co- locar algo, para que aconteça a comuni- cação desejada. 5 10 15 20 25 9 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL Leia este texto de Lygia Fagundes Telles: “Não quero nem devo lembrar aqui por que me encontrava naquela barca. Só sei que em redor tudo era silêncio e treva. E me sentia bem naquela solidão. Na embarcação desconfortável, tosca, apenas quatro passageiros. Uma lanterna nos iluminava com sua luz vacilante: um velho, uma mulher, uma criança e eu.” 2. Função referencial (ou denotativa): Ocorre quando o referente é posto em destaque. O emissor procura oferecer informações; é a linguagem das notícias de jornal, dos textos científicos, uma vez que o importante é traduzir a realidade. Objetiva, direta e denotativa, nela prevalece a 3ª pessoa do singular. Leia o texto: “CHUVA ÁCIDA AFETA REGIÕES DO MUNDO Parte dos 120 mil km cúbicos de chuvas que, em média, a cada ano caem sobre os continentes, já não trazem mais a vida, mas a morte lenta e penosa para lagos, florestas, animais e pessoas numa escala sem precedentes, desde que a Segunda Revolução Industrial criou o motor a explosão e com ele libera a cada ano milhares de toneladas de resíduos combustíveis fósseis na atmosfera da Terra.” (Folha de S. Paulo) 3. Função metalingüística:Ocorre quando o código é posto em destaque. É o uso da linguagem para falar dela própria. Dizemos também que há metalinguagem ou função metalingüística da linguagem em, por exemplo, um poema que reflete a criação poética; um filme que tematiza o próprio cinema; um programa de televisão que debate o papel social da televisão; entre outros. O melhor exemplo da função metalingüística da linguagem são as aulas, os livros de gramática e os dicionários de língua. 5 10 15 20 25 30 10 Unidade I Leia este texto do lingüista Ferdinand de Saussure: “A língua é um sistema de signos que exprimem idéias, e é comparável, por isso, à escrita, ao alfabeto dos surdos-mudos, aos ritos simbólicos, às formas de polidez, aos sinais militares, etc. Ela é apenas o principal desses sistemas.” 4. Função fática: Ocorre quando o canal é posto em destaque. É o estabelecimento do contato, cujo objetivo é prolongar ou não o contato com o receptor, ou testar a eficiência do canal. É a linguagem das falas telefônicas e dos prefixos radiofônicos. Linguagem carregada de expressões, como: alô (que pode ter carga emotiva, dependendo da entonação de quem o falar), então, entende?, aí então, está-me ouvindo?, então tchau, aqui é a Rádio... Pronto! Oi, Tudo bem? Boa-tarde! As primeiras palavras de uma aula também são exemplos dessa função: Sentem-se, Vamos começar?, Atenção, gente! 5. Função conativa (ou apelativa): Ocorre quando o receptor é posto em destaque. O emissor procura influenciar o comportamento do receptor. É a linguagem de discursos, sermões, propagandas que se dirigem diretamente ao consumidor. Como o emissor se dirige ao receptor, é comum o uso dos pronomes você e tu, ou o nome da pessoa, além de vocativos e imperativos. Ex.: Crianças, fiquem quietas! 6. Função poética: Ocorre quando a mensagem é posta em destaque; é a valorização da mensagem em si mesma por recursos estilísticos, bem-elaborada, com jogos de sons, por meio de trocadilhos, a disposição das palavras no papel, entre outros. Na mensagem, o emissor revela recursos imaginativos, com uma linguagem afetiva, sugestiva, conotativa e metafórica. É a linguagem figurada presente em obras literárias tanto em prosa, como em verso, letras de músicas, algumas propagandas, a fala fantasiosa de crianças. Ex.: “A vida é pra valer / A vida é pra levar.” (Vinícius de Moraes) É bom observar que não teremos sempre todas as funções da linguagem presentes em um texto. Mas sempre haverá a predominância de uma delas. 5 10 15 20 25 30
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