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MICROBIOLOGIA AIDS (Os Ricos para os Profissionais da Saúde

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AIDS – Os Riscos para os Profissionais da Saúde 
 
Com o advento da epidemia de AIDS, é compreensível que os agentes de saúde 
estejam preocupados com o risco de contraírem AIDS pela exposição a fluídos corpóreos 
de pacientes infectados. Se forem tomadas as devidas precauções, no entanto, o risco se 
torna muito pequeno, mesmo para os profissionais que atuam com os pacientes aidéticos. 
 
Compreendendo o Risco 
 
A primeira proteção para os profissionais de saúde é uma compreensão clara de 
como o HIV pode (e não pode) ser transmitido em seu trabalho. Até o momento, o único 
meio provado de transmissão é a inoculação direta com material contaminado. Os 
materiais infectados que podem transmitir o HIV são sangue, sêmem, secreções vaginais 
e leite materno. A rota de transmissão mais comum é através de ferimentos acidentais 
com agulhas hipodérmicas. Contudo, a inoculação é também possível pelo contato do 
material infectado com as mucosas ou lesões na pele. Não existem evidências de 
transmissão do HIV por aerossóis, por via fecal-oral, por contato boca-boca ou por contato 
com superfícies como pisos, paredes, cadeiras ou vasos sanitários. A transmissão do HIV 
por fluídos como saliva, lágrimas, líquido cerebroespinhal, líquido amni[ótico ou urina é 
improvável, embora o vírus já tenha sido detectado nesses fluidos. 
O número de profissionais da saúde infectados e as fontes das infecções estão 
sendo cuidadosamente monitorizadas pelos Centros de Prevenção e Controle de 
Doenças (CDC). Em meados de 2001, nos Estados Unidos, dos 57 profissionais que 
tiveram contato com sangue de pacientes com HIV, que negaram terem sido expostos a 
outros fatores de risco e que haviam sido soroconvertidos para HIV positivo e contraído 
infecções relacionadas ao HIV, 50 deles foram por acidentes com agulhas de injeção. 
Vinte e seis desses agentes desenvolveram AIDS. 
O CDC estima que a probabilidade de infecção decorrente de acidentes com 
agulhas contendo sangue contaminado com HIV é de três em cada 1000 acidentes, ou 
seja, 0,3%. A probabilidade de infecção de mucosas expostas a sangue contaminado é de 
0,1%. A probabilidade de contrair hepatite B por acidentes com agulhas com sangue 
contaminado com HBV (vírus da hepatite B) é de 6 a 30%. 
 
Precauções 
 
Os profissionais da saúde devem ser vacinados contra o HBV, e a principal defesa 
do agente contra o HIV é evitar a exposição ao vírus. O CDC elaborou uma lista de 
“precauções universais” que devem ser seguidas em todos os estabelecimentos de saúde 
e estão descritas a seguir: 
Luvas. Devem ser usadas luvas descartáveis quando houver exposição direta a 
sangue, a outros fluidos corporais e a tecidos contaminados. Durante os procedimentos 
cirúrgicos invasivos, recomenda-se o uso de luvas duplas. Devem ser impedidos de 
trabalhar os profissionais que apresentem lesões abertas de pele, dermatite que esteja 
exsudando fluidos ou ferimentos cutâneos. 
Aventais, Máscaras e Óculos de Proteção. É recomendado o uso de máscaras e 
protetores oculares quando da possibilidade de respingos como, por exemplo, durante 
manipulação de vias aéreas, endoscopia, em procedimentos dentários e no laboratório. 
Agulhas. Para minimizar os riscos de ferimentos acidentais, as agulhar não devem 
ser reencapadas e devem ser esterilizadas e descartadas em recipientes protetores 
adequados. Outros tipos de seringas mais caras e mais seguras que minimizam o risco de 
acidentes já estão disponíveis. 
Desinfecção. A limpeza rotineira das instalações deve incluir a limpeza de pisos, 
paredes e outras áreas normalmente não relacionadas com a transmissão de doenças, 
com uma solução de alvejante doméstico diluído 1:100.. Recomenda-se diluição de 
1:1000 na desinfecção de derramamentos. 
 
 
 
 
 
Tratamento Preventivo após Exposição 
 
Exposições acidentais nem sempre podem ser evitadas. Estudos indicam que 
indivíduos expostos podem reduzir os riscos de contrair a doença por meio do uso 
profilático (preventivo) de dois ou três drogas antivirais por quatro semanas. 
 
Risco para os Pacientes 
 
Têm sido relatados casos de transmissão do HBV de agentes de saúde para 
pacientes durante procedimentos dentários invasivos (extração de dentes). Os únicos 
casos documentados de transmissão do HIV de agentes de saúde para pacientes 
envolviam um dentista na Flórida e um cirurgião na França. O risco de transmissão do 
HIV de profissionais de saúde infectados para pacientes é baixo e pode ser reduzido com 
o uso das precauções universais. 
O risco de transmissão do HIV dos agentes para pacientes é maior durante 
procedimentos invasivos. As decisões de submeter pacientes aos cuidados de 
profissionais da saúde infectados devem ser tomados caso a caso. 
 
Fonte: Adaptado do MMWR 38 (S-2) (12/05/89); MMWR 47 (RR7) (15/05/98); CDC 
Fact Sheet (02/2) por Tortora, et. al.

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