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GE Psicomotricidade 02

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Psicomotricidade
 
UNIDADE 2
1
DISCIPLINA: PSICOMOTRICIDADE - UNIDADE 2
Prof.ª: Adriana Martins Ianino
 Para início de conversa
Bem-vindo novamente, caro aluno! Estaremos iniciando agora os estudos da unidade II. Aproveite ao 
máximo este conteúdo e bons estudos!
 Orientações da Disciplina
1. Conteúdos abordados 
Na unidade I conhecemos um pouco da história da Psicomotricidade, os autores que mais contribuíram 
para o crescimento desta ciência e o seu conceito. Refletimos também sobre a prática psicomotora na 
educação, suas colaborações e dificuldades enfrentadas. Nesta segunda unidade, estudaremos as fases 
do desenvolvimento infantil, as bases psicomotoras e a relação dos aspectos do desenvolvimento psico-
motor com a aprendizagem. 
Lembre-se de que temos disponível para você, um amplo material de estudos: textos, vídeos e atividades 
teóricas e práticas, não deixe responder ao questionário de autoavaliação e realizar a consulta ao livro-
texto da disciplina (E-book); assim como, acessar a Biblioteca Virtual, em busca de referênciais teóricos 
que irão servir de base aos seus estudos. 
2. Objetivos esperados
Esperamos com o decorrer dos estudos desta unidade que você possa:
ü	Conhecer as etapas do desenvolvimento infantil;
ü	Conhecer as bases psicomotoras inerentes ao desenvolvimento do ser humano;
ü	Compreender a importância da psicomotricidade na sua relação com a aprendizagem;
ü	Reconhecer a influência dos fatores orgânicos, psicossociais históricos e culturais no processo do 
desenvolvimento humano.
Preparado(a)? Acredito que sim.
Vamos lá!
2
FASES DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL
 Palavras do Professor
Neste tópico citarei, de forma sucinta, o processo de desenvolvimento na infância e a evolução psicomo-
tora do ser humano. Não tenho a intenção aqui, de trazer conhecimentos específicos da área da medicina, 
mas é importante que você se aproprie o máximo que puder destes estudos, pois serão de grande con-
tribuição para sua formação em Pedagogia. Sugiro que durante sua leitura, caso você desconheça algum 
termo, não o deixe passar “despercebido”; pesquise-o ou anote para pesquisá-lo posteriormente. Você 
irá perceber como a simples ação contribui para seu aprendizado! E outra informação importante: não 
pesquise apenas uma fonte. Pelo menos três referências são importantes para que você possa analisar e 
fazer seu próprio julgamento do que achar mais coerente.
Vamos seguindo então, com nossos estudos.
Atualmente, podemos observar que, a partir das pesquisas que vêm sendo realizadas ao longo dos anos, 
já temos a compreensão que o desenvolvimento psicomotor é um processo contínuo, dinâmico e em per-
manente evolução em degraus sucessivos desde o nascimento. Dessa forma, organismo e meio ambiente 
são dependentes, e essa adaptação, quando construtiva e sadia contribui para o raciocínio e socialização 
do sujeito. 
O estudo da evolução humana nos permite entender melhor a adaptação sensório-motora dos seres vi-
vos, pois mesmo o mais primitivo dos humanos, deve se ajustar continuamente ao meio ambiente, que 
também é imutável. 
Ao observar a estrutura do sistema nervoso, percebemos que ela tem partes situadas dentro do cérebro, 
da coluna vertebral e outras distribuídas por todo corpo. Dessa forma, podemos “visualizar” como o corpo 
é totalmente interligado entre corpo e mente. No Sistema Nervoso Central (SNC) está a grande maioria 
das células; e no Sistema Nervoso Periférico (SNP) encontram-se poucas células, porém, uma grande 
quantidade de fibras nervosas que funcionam como fios condutores de informações motoras e sensitivas.
Uma forma de perceber a integração entre esses dois sistemas e a influência dos neurotransmissores na 
cognição, é observando exercícios motores orientados em uma criança realizando movimentos corporais. 
As células motoras e sensitivas são estimuladas, produzindo energia celular, obtendo-se a conexão sináp-
tica (transmissões iônicas e/ou químicas que garantem ao sistema nervoso a sua enorme diversidade e 
capacidade de processamento de informação), responsável pela motricidade corporal da criança.
O estímulo, desde cedo, a estas conexões sinápticas é de grande importância, pois além de desenvolver 
suas competências quanto a aspectos de musicalidade, raciocínio lógico-matemático, inteligência espa-
cial e inteligência cinestésica; favorece a plasticidade cerebral (capacidade do cérebro de remodelar-se, 
para aprender a sentir melhor, ou ser induzido a se autorreparar, ou até mesmo controlar outras funções).
3
 Leitura complementar
Para uma maior apropriação do conhecimento sobre a Plasticidade Cerebral, sugiro a pesquisa 
individual sobre o termo e a leitura de artigos acadêmicos, que citem a neurociência cognitiva e sua 
aplicação à educação/aprendizagem. Segue a sugestão de um artigo para leitura: 
http://201.86.97.2/ojs/index.php/RevistaCientificaCENSUPEG/article/view/160/63
Os primeiros anos de vida são fundamentais para o desenvolvimento infantil. O desenvolvimento é cres-
cente tanto no aspecto físico, quanto no intelectual e afetivo; e tudo depende de influências do ambiente 
familiar e meio social.
Os primeiros estudiosos a desenvolverem pesquisas sobre o desenvolvimento motor foram Arnold Gesell, 
Thompson e Myrtle McGraw (ver abaixo esquema de desenvolvimento motor elaborado por McGraw). 
Estes teóricos defendiam que o desenvolvimento é a função de processos inatos, que resultam em uma 
sequência universal de aquisição das habilidades de movimentos pelo bebê.
Fonte: http://ededfisica.blogspot.com.br/2009/10/fatores-que-afetam-o-desenvolvimento.html
Para complementar e se aprofundar neste assunto, recomendo a você, a leitura dos livros: compreen-
dendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos (David Gallahue) e Educação 
Motora Infantil (Lobo e Vega); este último encontra-se disponível na Biblioteca Virtual.
Os bebês vão desenvolvendo progressivamente as suas capacidades motoras, intelectuais e a relação 
com o que os rodeia. E embora a sequência de aquisições seja igual para todos; a velocidade com que 
aparecem não é, havendo muitas variações de uma criança para outra. Portanto, um modelo único não 
deve ser a norma, servindo apenas como indicativo. 
4
No primeiro trimestre de vida do bebê, existe uma tentativa de alinhamento da cabeça no espaço. O re-
cém-nascido tem a postura em flexão, devido à postura fletida imposta dentro do útero durante o período 
pré-natal. Neste período, o bebê ainda não senta, nem fica de pé sozinho.
No segundo trimestre o bebê passa a combater a força da gravidade. Já consegue manter a cabeça 
na linha média em relação ao corpo e é capaz de sentar-se sozinho em curtos intervalos de tempo. Com 
relação à motricidade fina, já é capaz de agarrar e soltar objetos voluntariamente.
Dos 7 aos 10 meses, terceiro trimestre, a criança é capaz de se movimentar constantemente e o rolar e 
engatinhar, inicialmente, são seus meios de locomoção. Nesta fase, desenvolve-se também a preensão 
digital. Com o tempo o padrão de marcha vai sendo adquirido, porém ainda de forma imatura.
Dos 12 aos 15 meses a criança anda sem apoio e sua marcha é rápida. Quanto às atividades mais finas, 
a criança é capaz, por exemplo, de marcar o papel com lápis e/ou construir torres.
A partir dos 2 anos, as atividades mais simples vão dando lugar às mais complexas, a motricidade fina 
fica cada vez mais aperfeiçoada e a marcha torna-se estável.
Dessa forma, se quisermos garantir que haja uma maturação normal na criança e que sua inteligência 
seja desenvolvida, é necessário que exista um ambiente favorável. Por isso, é preciso que os responsáveis 
pela criança sejam orientados com relação às fases do desenvolvimento da mesma.
Estas fases foram classificadas em três pelo médico neurologista e criador da Psicanálise, Sigmund Freud.
Fase oral- 0 a 18meses. Nesta fase, a criança é totalmente dependente em relação às suas necessidades 
básicas de fome, sede, higiene e emergências. É a fase do olhar, mexer e imaginar. É através do toque 
que a criança fortalece o vínculo emocional com o outro, além de contribuir para o desenvolvimento físico 
do bebê.
Fase anal – 18 meses a 03 anos. Os grandes músculos se desenvolvem, a percepção de espaço e forma 
vai se definindo, a preensão vai se aprimorando e o equilíbrio se estabilizando. É a fase do “mexa-se!”.
Fase fálica – 04 a 06 anos. É o início de autoaceitação e do outro. É a fase do tocar, encontrar e conviver. 
Nesta fase, a criança aprende a partilhar brincadeiras; encontra no outro as semelhanças e as diferenças 
corporais e começa a conhecer sua composição.
 Guarde essa ideia!
Diante do que foi exposto, passamos a compreender melhor não só a importância, mas a necessidade 
de uma infância bem vivenciada. É preciso que estejamos atentos ao contexto de vida das crianças que 
chegam até nós. Muitas delas são provenientes de lares com uma dinâmica familiar atribulada, sejam por 
problemas afetivos, problemas sociais e/ou problemas econômicos.
5
Muitas crianças vivem em pequenos apartamentos que não dispõem de áreas de lazer; outras vivem em 
casas com espaço mínimo e que em muitos casos, abrigam uma grande família. São crianças que passam 
muito tempo em frente à televisão ou muito tempo envolvidas em jogos eletrônicos e/ou redes sociais 
virtuais.
Não podemos simplesmente tirar as crianças do contexto atual de nossa sociedade, a evolução tecnoló-
gica surge e com ela a sociedade procura acompanhar seu crescimento. Mas precisamos ter em mente os 
aspectos que fazem parte de um desenvolvimento saudável do ser humano e que não podem (pelo menos, 
não ainda...) ser substituídos por algumas tecnologias; como correr, pular, brincar, conversar através da 
linguagem oral, ou seja, se movimentar.
CORPO E MOVIMENTO
Para darmos continuidade a este conteúdo, falaremos agora da interação entre corpo e cérebro, através 
do estabelecimento entre o tempo e o modo em que a criança está apta a integralizar e aperfeiçoar cada 
uma das bases que estruturam os alicerces do desenvolvimento humano.
Você deve estar lembrado das três unidades funcionais de Luria que vimos na unidade I. Então estudare-
mos agora, as bases psicomotoras a partir dos aspectos pesquisados por este autor.
Primeira Unidade Funcional
Tonicidade – é o que assegura a preparação da musculatura para a maioria dos movimentos e ativida-
des práxicas (coordenação voluntária de movimentos). Os tônus exercem a função de alerta, atenção e 
vigilância, assegurando o bom desempenho da atividade mental. Ele comanda os gestos, as expressões e 
as mímicas, exteriorizando as expressões e emoções individuais e únicas do sujeito. Apresentando, dessa 
forma, não uma ação puramente muscular, mas o universo particular de cada indivíduo. 
Por meio da tonicidade controlamos a preensão, capacidade que favorece a maioria das atividades esco-
lares e da vida diária. Portanto, uma criança tonicamente equilibrada tem um maior controle de seu corpo, 
um controle mais refinado da mão ao desenhar, pintar e escrever; assim como maior autonomia, o que 
favorece seu processo de aprendizagem.
Equilibração – tem como principais aptidões o controle postural (domínio da gravidade) e o desenvolvi-
mento das aquisições de locomoção (marcha). A partir do desenvolvimento da tonicidade e da equilibra-
ção, o indivíduo adquire a postura bípede, possibilitando a liberação das mãos. Com a automatização da 
equilibração, o indivíduo vai adquirindo o dinamismo bimanual e bipedal, em equilíbrio estático (capaci-
dade de manter certa postura sobre a base de sustentação) e equilíbrio dinâmico (orientação controlada 
do corpo em situações de deslocamento no espaço com os olhos abertos).
Pela equilibração, a criança é capaz de locomover-se e então explorar todos os objetos e relações que 
necessita para seu aprendizado. A criança com uma equilibração adequada executa suas atividades com 
menos esforço e menos desgaste, mantendo uma movimentação harmônica e coordenada.
6
Segunda Unidade Funcional
Esquema Corporal–é a noção do corpo. Ou seja, é a capacidade de reconhecer e nomear as partes do 
corpo e as funções que desempenham. 
Entre os aspectos que compõem o esquema corporal estão: conhecimento do corpo e duas partes interliga-
das (segmentação); consciência do corpo enquanto realidade vivenciada (ação); construção de esquemas 
(experiências sensório-motoras) e; construção concreta dos limites corporais (o corpo no espaço físico).
Imagem corporal – caracteriza-se pelos aspectos emocionais e necessidades biológicas do corpo; e 
pela imagem que se tem do próprio corpo, em um contexto psíquico e subjetivo. A criança descobre seu 
corpo e cria sua imagem em função da utilização e dos significados que lhe são atribuídos, por meio dos 
resultados de experiências psicomotoras e da relação com o outro. No entanto, o indivíduo está sempre 
em mudança, motivado pelo meio e momento histórico do qual faz parte; e sua imagem corporal acompa-
nha essas mudanças, transformando-se de acordo com o momento particular do indivíduo.
Alguns dos aspectos que compõem a imagem corporal são: percepção e organização do eu; percepção da 
imagem total no espelho e; percepção dos limites corporais.
O esquema corporal é uma habilidade que implica o conhecimento do próprio corpo, de suas partes, dos 
movimentos, das posturas e das atitudes. É indispensável na formação do eu, onde a criança percebe 
os outros a partir da percepção que ela passa a ter de si mesma, adquirindo assim uma autonomia de 
atitudes.
E para que você compreenda melhor esta relação, citarei a seguir uma divisão de aspectos proposta pelos 
autores Mattos e Neira (1999): 
ü	 Estrutura corporal: que é noção da nomenclatura e localização das partes do corpo.
ü	 Postura: diz respeito ao posicionamento do corpo parado ou movimento.
ü	 Respiração: troca gasosa com o meio. Liga- se intimamente a atenção.
ü	 Relaxamento: refere-se à capacidade de descontração da musculatura voluntária.
Você deve estar percebendo, então, o quanto a noção de corpo favorece o conhecimento de seus limites 
e possibilidades dentro do espaço e traz a consciência do ser como vivente e pertencente ao seu meio 
ambiente. A criança com boa noção de corpo executa suas ações apoiando-se nos segmentos corporais, 
atribuindo a cada um deles a sua porcentagem de responsabilidade por um movimento bem executado. 
Por este motivo, é importante que a criança vivencie os conceitos de limite e desejo, em seu corpo, para 
depois ser capaz de transferir esses conceitos para fora dele.
Lateralidade – é função de dominância lateral, tendo em um dos hemisférios cerebrais (hemisfério es-
querdo: área da linguagem e da lógica e hemisfério direito: área de execução motora e percepção es-
pacial) a iniciativa da organização do ato motor, e o outro, a função de apoio e auxílio, que incidem no 
aprendizado e no desempenho das praxias.
7
A lateralização exprime a capacidade de integração sensório-motora dos órgãos pares, como pés, mãos, 
olhos, ouvidos, etc., tornando-os funcionais e competentes no direcionamento das variadas formas de 
orientação do indivíduo.
Até os seis anos de idade a criança já está apta a perceber seu eixo corporal e seus hemi-lados. Posterior-
mente, quando a prevalência hemisférica já estiver definida (por volta dos 7 a 8 anos), a criança começa a 
compreender o conceito de direita e de esquerda em si, no outro e na relação com o todo.
Uma lateralização bem definida se apoia na construção da noção de corpo, esquema e imagem corporal. 
Por volta dos três anos, já é possível verificar a preferência lateral de uma criança. Quando uma criança 
percebe no seu corpo o seu eixo corporal e os seus dois lados, ela consegue transpor esse conhecimentopara além do seu corpo. Dessa forma, perceberá, por exemplo, que “p” é diferente de “q”.
Estruturação espaço-temporal – resulta da integração das estruturas espacial e temporal, que estão rela-
cionadas a diferentes modalidades sensoriais: a visual, a auditiva e a cinestésica. Por meio do movimento 
no espaço, pode-se conhecer a distância que se está do objeto ou a distância percorrida no espaço. 
As noções espaciais como direita, esquerda, em cima, embaixo, atrás e na frente são referenciadas a par-
tir da ação do corpo no espaço externo, que nos leva à antecipação da ação. O cérebro elabora sistemas 
funcionais de acordo com a dimensão do tempo; ele considera as experiências anteriores, adapta-se às 
condições presentes e antecipa o futuro.
Considerando o esquema corporal como um elemento básico indispensável para a formação da persona-
lidade da criança, vejamos a descrição elaborada por Le Boulch, que dividiu o esquema corporal em três 
fases, que nos auxiliam a compreender melhor esse processo.
1ª Etapa: corpo vivido (até 03 anos de idade): corresponde à fase de inteligência sensório-motora de Pia-
get. Nesse período, a criança tem uma necessidade muito grande de movimentação e através desta, vai 
enriquecendo a experiência subjetiva de seu corpo e ampliando a sua experiência motora. À medida que 
cresce, com um maior amadurecimento de seu sistema nervoso, vai ampliando suas experiências e passa, 
pouco a pouco a diferenciar de seu meio ambiente. 
2ª Etapa: corpo percebido ou descoberto (03 a 07 anos): corresponde à organização do esquema corporal 
devido à maturação da “função de interiorização”. Esta função de interiorização permite a passagem do 
ajustamento espontâneo, a um ajustamento controlado que, propicia um maior domínio do corpo, cul-
minando em uma maior dissociação dos movimentos voluntários. A criança descobre sua dominância e, 
com ela, seu eixo corporal. O corpo passa a ser um ponto de referência para se situar e situar os objetos 
em seu espaço e tempo. Neste momento, assimila conceitos como embaixo, acima, direita, esquerda e 
adquire também noções temporais como a duração dos intervalos de tempo e de ordem e sucessão.
3ª Etapa: corpo representado (07 a 12 anos): observa-se a estruturação do esquema corporal. Os pontos de 
referência não estão mais centrados no corpo próprio, mas são exteriores ao sujeito, podendo ele mesmo 
criar os pontos de referência que irão orientá-lo. No início desta fase, a representação mental da imagem 
do corpo consiste numa simples imagem reprodutora e é uma imagem de corpo estática. A criança só dis-
põe de uma imagem mental do corpo em movimento a partir de 10/12 anos, significando que atingiu uma 
8
representação mental de uma sucessão motora, com a introdução do fator temporal.  É correspondente 
ao estágio preconizado por Piaget de operações concretas. 
 
 Dica!
Caro aluno; sei que este se trata de um conteúdo um tanto denso. Então, quando se você se sentir um 
pouco cansado da leitura, sugiro que dê uma pausa e retorne posteriormente. Aliás, é sempre importante 
dar uma pausa entre os estudos para alongar o corpo e descansar a mente (lembre-se de seus presentes 
estudos sobre este tema!). Tenho certeza que ao retornar, seu aproveitamento será favorável.
Terceira Unidade Funcional
Praxia global – é uma ação complexa, tem por objetivo a realização e automação dos movimentos glo-
bais, num determinado período de tempo; com a exigência da ação conjunta de vários grupos musculares. 
É a expressão da informação do córtex motor, como resultado da percepção de informações sensoriais 
táteis, visuais e vestibulares acumuladas durante anos, por meio da nossa experiência com o mundo 
humano.
Exemplificando, para a realização de um salto à distância, é necessário antecipar o trajeto que se deve 
correr antes de saltar, a capacidade de executar o salto, assim como, a confiança para executá-lo.
Praxia distal – integra todas as competências psiconeurológicas adquiridas na praxia global, compreen-
dendo a micromotricidade e a perícia manual. A mão é o instrumento central da praxia fina, pois é o maior 
órgão exploratório existente e o grande diferencial da espécie humana.
Neste contexto, gostaria de expor a figura abaixo:
Fonte http://ceah-uepb.blogspot.com.br/2013/06/homem-deformado-homunculo-de-penfield.html
Se você nunca viu esta imagem, lhe apresento o “Homúnculo de Penfield”. Esta é uma representação do 
corpo humano, sugerida pelo neurocirurgião canadense Wilder Penfield. Mas não irei falar muito sobre 
esta imagem porque gostaria que você realizasse uma pesquisa individual sobre a mesma.
9
 
 Visite a Página
 
Como sugestão, deixo o seguinte link para acesso: 
http://ceah-uepb.blogspot.com.br/2013/06/homem-deformado-homunculo-de-penfield.html
 
Falemos agora sobre a “Consciência Corporal”. Gostaria de chamar sua atenção para este item em es-
pecífico, pois acredito que a percepção e compreensão deste aspecto serão de grande valia para seus 
estudos sobre a psicomotricidade. Reflita um pouco agora sobre seu corpo. Pense se você conhece todas 
as funções que ele é capaz de exercer. Pergunte-se também porque algumas pessoas conseguem fazer 
determinados movimentos e outras não. Qual sua conclusão?
 Palavras do Professor
Imagino que você, assim como a maioria de nós, desconhece seu próprio corpo, infelizmente. Fazemos 
parte de uma cultura que valoriza predominantemente e exaustivamente apenas o desenvolvimento cog-
nitivo e intelectual. Tentando, porém, não conseguindo, desvincular o corpo da mente. O corpo pode estar 
parado, mas pode ter certeza que mesmo em seu “silêncio”, ele está expressando algo.
Mas é o que nos diferencia daqueles que conseguem realizar movimentos que jamais pensamos em exe-
cutar? Justamente, a consciência corporal. Quando conhecemos nosso corpo, é como quando se aprende 
a tocar um instrumento musical.
Por este motivo, gostaria que você, aluno e futuro educador, refletissem bastante sobre este assunto, 
principalmente quando estiver ministrando suas aulas. Pense no corpo das crianças em constante ebu-
lição de aprendizado, totalmente interligado com as conexões cerebrais, com o meio ambiente e com o 
outro. Imagine o quanto privamos as crianças de um pleno aprendizado quando não as deixamos correr, 
se movimentar e se expressar através de sua linguagem corporal.
Lembre-se que, atividades que propiciem à criança a localização e conhecimento das diferentes partes 
do corpo em si e no outro; exploração das diferentes posições do corpo, como de pé, deitada (decúbito 
dorsal, ventral ou lateral), sentada, invertida, inclinada, na posição de bípede, etc.; a exploração sensorial 
do corpo (ver figura abaixo); o conhecimento dos tipos e as fases da respiração e o relaxamento global 
e das partes que não estão sendo solicitadas em determinadas atividades são de extrema importância 
para o aprendizado integral da criança. Lembre-se que, o corpo evolui do macro para o micro, ou seja, é 
importante trabalharmos a base, para aprimorarmos as funções mais complexas (como o desenvolvimento 
da habilidade escrita, por exemplo).
Pois bem, querido(a) aluno(a), podemos perceber que atualmente há muito conteúdo científico disponível 
para estudos sobre o corpo, e com certeza neste material de apoio não será possível abordar todos. Mas 
o que eu quero de verdade que você compreenda, é que o corpo não é uma simples forma de movimento 
isolado, você é o seu corpo. Sinta-se! E permita que o outro também se expresse com seu corpo. Como su-
10
gestão e por experiência própria (já que ministro aulas de dança); recomendo que você pratique Dança de 
Salão e/ou faça aulas de teatro. Estas são ótimas oportunidades de reconhecer o seu corpo e o do outro.
 
 Dica!
Há um livro do qual gosto muito e que coloco aqui como referência para seus estudos: Dança e 
educação em Movimento, de JulietaCalazans, Jacyan Castilho e Simone Gomes (organizado-
ras); que trata da consciência corporal com grande sensibilidade. Esta sensibilidade que espero 
que você desenvolva/aumente em si mesmo.
Maria Helena Imbassaí, autora de um dos capítulos deste livro, cita que nosso corpo é um instrumento de 
comunicação do homem com o mundo. No entanto, este intercâmbio sofre diversas interferências devido 
ao acúmulo de tensões que enrijecem os músculos, bloqueiam as articulações, afetam a respiração e 
restringem os movimentos, comprometendo o psiquismo a dessensibilização humana. Muito coerente em 
meu ponto de vista.
E neste contexto, não há como não citar a metodologia de Angel Viana. Para esta pesquisadora, a cons-
cientização do movimento é um aprendizado para aquele que se submete ao autoconhecimento partindo 
do corpo, do cérebro e do self (o “eu”). Para Angel Viana a educação do corpo se apoia nas seguintes 
instâncias: ter um corpo, sentir o corpo e saber que se tem um corpo. A primeira instância é a condição 
básica de existir: o corpo está em alguém o tempo todo, mas somente às vezes esse alguém se dá conta 
de que está com ele. Na segunda instância, podemos sentir o corpo por meio de sinalizações como: dor, 
irritação, prazer, etc., porém, as pessoas fazem uso dele como objeto, de forma automatizada. E na tercei-
ra instância, sabe-se, conhece-se, detém-se um corpo. Ou seja, o sujeito está consciente das adaptações 
às mudanças da vida cotidiana.
O corpo consciente é aquele que atua, pensa, vive, participa, interage. É consciente por contemplar todas 
as suas dimensões, suas características internas, externas e seu lugar no mundo. Assim sendo, refletir 
sobre corpos conscientes não se trata de refletir sobre o “que” se trata e sim sobre “quem”. O corpo 
consciente não é um padrão ou forma de ser, é justamente o inverso; é assumir a existência da diferença 
entre as pessoas, das particularidades que formam o subjetivo, o sujeito.
 Palavras do Professor
Portanto, querido(a) aluno(a), finalizo este tópico esperando ter colaborado para o despertar e/ou somar 
sobre o seu autoconhecimento através de seu corpo. 
Querido(a) aluno(a), chegamos ao encerramento desta segunda unidade. Novamente, lhe dou parabéns 
por sua dedicação a estes e outros estudos que fazem parte de sua formação profissional de nível superior.
11
Nesta unidade II, estudamos evolução humana do ponto de vista, predominantemente psicomotor, não 
nos esquecendo, porém, que o ser humano; o corpo humano se constitui em um organismo interativo, que 
está sob constante influência de aspectos biológicos, fisiológicos, afetivos, sociais e culturais.
Na próxima unidade voltaremos a nos encontrar, desta vez, para estudarmos o papel do movimento no 
trabalho educativo e refletirmos sobre a infraestrutura escolar e o trabalho corporal na escola.
Reforço à relevância de você acessar a Biblioteca Virtual (aproveite ao máximo este recurso oferecido 
pela Instituição) e o E-book da disciplina para embasar seus estudos. Assim como, realizar as atividades 
propostas no Fórum e também realizar sua autoavaliação através do questionário proposto.
Um grande abraço para você e até mais, na unidade III!

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