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ISSN 1415-4765 TEXTO PARA DISCUSSÃO No 908 INDICADORES DE COMPETITIVIDADE E DE COMÉRCIO EXTERIOR DA AGROPECUÁRIA BRASILEIRA José Garcia Gasques Júnia Cristina P. R. da Conceição Brasília, setembro de 2002 ISSN 1415-4765 TEXTO PARA DISCUSSÃO No 908 INDICADORES DE COMPETITIVIDADE E DE COMÉRCIO EXTERIOR DA AGROPECUÁRIA BRASILEIRA* José Garcia Gasques** Júnia Cristina P. R. da Conceição*** Brasília, setembro de 2002 * Agradecemos o apoio de Eliana Teles Bastos na realização deste estudo. Este trabalho é uma síntese do resultado da Pesquisa “Indica- dores de Competitividade e de Comércio Exterior da Agropecuária Brasileira”, financiada com recursos do Programa Rede-Ipea. ** Coordenador Geral de Políticas Públicas do Ipea. *** Técnica de Pesquisa e Planejamento do Ipea. ISSN 1415-4765 Governo Federal Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão Ministro – Guilherme Gomes Dias Secretário-Executivo – Simão Cirineu Dias Fundação pública vinculada ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, o Ipea fornece suporte técnico e institucional às ações governamentais – possibilitando a formulação de inúmeras políticas públicas e programas de desenvolvimento brasileiro –, e disponibiliza, para a sociedade, pesquisas e estudos realizados por seus técnicos. Presidente Roberto Borges Martins Chefe de Gabinete Luis Fernando de Lara Resende Diretor de Estudos Macroeconômicos Eustáquio José Reis Diretor de Estudos Regionais e Urbanos Gustavo Maia Gomes Diretor de Administração e Finanças Hubimaier Cantuária Santiago Diretor de Estudos Setoriais Luís Fernando Tironi Diretor de Cooperação e Desenvolvimento Murilo Lôbo Diretor de Estudos Sociais Ricardo Paes de Barros TEXTO PARA DISCUSSÃO Publicação cujo objetivo é divulgar resultados de estudos direta ou indiretamente desenvolvidos pelo Ipea, bem como trabalhos que, por sua relevância, levam informações para profissionais especializados e estabelecem um espaço para sugestões. As opiniões emitidas nesta publicação são de exclusiva e de inteira responsabilidade dos autores, não exprimindo, necessariamente, o ponto de vista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada ou o do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. É permitida a reprodução deste texto e dos dados nele contidos, desde que citada a fonte. Reproduções para fins comerciais são proibidas. Esta publicação contou com o apoio financeiro do Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID, via Programa Rede de Pesquisa e Desenvolvimento de Políticas Públicas – Rede-Ipea, o qual é operacionaliza- do pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvol- vimento – Pnud, por meio do Projeto BRA/97/013. SUMÁRIO SINOPSE ABSTRACT 1 INTRODUÇÃO 7 2 CONCEITUAÇÃO DE COMPETITIVIDADE 7 3 METODOLOGIA 8 4 RESULTADOS DOS INDICADORES DE COMÉRCIO EXTERIOR DA AGROPECUÁRIA PARA BRASIL E PAÍSES SELECIONADOS 17 5 INDICADORES PARA O BRASIL 20 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 29 ANEXO I 30 ANEXO II 42 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 91 SINOPSE Este trabalho tem por objetivo estimar um conjunto de indicadores de comércio exte- rior da agropecuária brasileira no período 1990/2001, e representa uma síntese de uma pesquisa feita no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) com o propó- sito de estimar indicadores de comércio exterior da agropecuária. A importância desse tema foi também sistematizar os principais resultados do comércio exterior a fim de facilitar uma análise mais abrangente da agricultura. Os resultados encontrados cons- tituem importante instrumento para o acompanhamento e para a avaliação de políti- cas públicas que tenham impacto no desempenho exportador. ABSTRACT This work analyses some indicators of international commerce of agricultural during the period of 1990 to 2001. It represents a sintesis of a research that has made in Ipea, with the purpose of to estimate indicators of international commerce of agriculture. The issues of this research represents importants instruments for evaluation of public policies in Brazil. ipea texto para discussão | 908 | set 2002 7 1 INTRODUÇÃO As baixas taxas de crescimento da economia brasileira registradas nos últimos anos reacendem as discussões sobre os caminhos possíveis do crescimento. Esse ponto é bem explicitado no recente trabalho de Bielschowsky e Mussi (2002), o qual reúne opiniões e estudos de economistas brasileiros de diferentes tendências analíticas sobre estratégias de desenvolvimento do país. Os autores são unânimes em reconhecer que o setor externo da economia é uma questão-chave para o crescimento. Nesse sentido, estudos que procurem analisar o tema da competitividade fornecem importantes sub- sídios para a definição e para a orientação de políticas públicas. Nesse sentido, este trabalho teve por objetivo estimar um conjunto de indicadores de comércio exterior da agropecuária brasileira no período 1990/2001, e representa uma síntese de uma pesquisa feita no Ipea com o propósito de estimar indicadores de comércio exterior do setor agropecuário (Gasques e Conceição, 2002). A importância deste tema foi, também, sistematizar os principais resultados do comércio exterior, a fim de facilitar uma análise mais abrangente da agricultura. Os resultados encontra- dos constituem importante instrumento para o acompanhamento e para a avaliação de políticas públicas que tenham impacto no desempenho exportador. O trabalho foi organizado da seguinte forma, além desta introdução. Na segun- da seção são apresentadas conceituações de competitividade além de serem relaciona- dos estudos sobre o tema. Na terceira seção é apresentada a metodologia utilizada para a obtenção das estimativas dos indicadores de comércio exterior da agropecuária e também destacada a fonte dos dados utilizados. Na seção 4 são apresentadas as es- timativas dos indicadores de comércio exterior para os diversos países analisados, bem como são discutidos os principais resultados obtidos. Na quinta seção é feita uma análise específica para o Brasil a partir dos dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Secex). O uso desta fonte possibilitou que a análise se estendesse até 2001. Nesta seção são incorpo- rados e discutidos os resultados de estimativas de equações de oferta de exportações agropecuárias obtidas por Barros, Bacchi e Burnquist (2002). 2 CONCEITUAÇÃO DE COMPETITIVIDADE A literatura sobre comércio internacional é bastante rica e há vários conceitos de competitividade internacional. Valdés (1996) coloca que existe um consenso sobre o fato de a competitividade internacional ser a habilidade de os empresários criarem, produzirem e comercializarem mercadorias e serviços com mais eficiência do que seus rivais nos mercados domésticos ou internacionais. A literatura aponta autores que associam a baixa competitividade das firmas às questões macroeconômicas, tais como taxas de juros, política tributária e outras. Entretanto, são vários os fatores que deter- minam a posição competitiva das firmas nos diferentes países. Não existe um único indicador que possa explicar a baixa competitividade dos produtos. Ainda no estudo de Valdés (1996), identificaram-se seis principais fatores que de alguma maneira afe- 8 texto para discussão | 908 | set 2002 ipea tam a competitividade das unidades de produção: dinamismo macroeconômico, di- namismo financeiro, dinamismo comercial, elementos de infra-estruturae recursos humanos das firmas. Há estudos como o de Gopinath et alii (1997) que mostram que a competiti- vidade é um conceito relativo com duas dimensões: a doméstica e a internacional. Se em um país o crescimento real da agricultura for maior que o crescimento da economia, então conclui-se que a agricultura do país está ganhando competitividade em relação ao resto da economia. E se o crescimento da agricultura de um país é maior que o de outro, então, segundo esses autores, diz-se que o primeiro está ganhando competitividade bilateral sobre o segundo. O trabalho de Haguenauer (1989) indica que, do ponto de vista do desempenho das exportações de um setor (indústria), seriam competitivas as indústrias que ampliam sua participação na oferta internacional de determinados produtos. Conforme a auto- ra, a competitividade consiste na capacidade de um país em manter e em expandir sua participação nos mercados internacionais e em elevar simultaneamente o nível de vida de sua população Segundo ela, quando se expande o conceito também para a capaci- dade de competir no mercado doméstico, é utilizado o índice de penetração das im- portações, o saldo entre exportações e importações ou o grau de exposição à competi- ção externa. Este último combina a participação de exportações e de importações na produção e na demanda internas. Outros autores vêem a competitividade como a capacidade de um país em pro- duzir determinados bens igualando ou superando os níveis de eficiência observáveis em outras economias. O crescimento das exportações seria uma provável conseqüên- cia da competitividade, e não sua expressão. A literatura associa também o conceito da competitividade a diferenciais de preços, problemas tecnológicos, salários e produ- tividade, em que a medida mais usual é a produtividade do trabalho. Um estudo realizado pelo Ipea analisou a competitividade de grãos e de algumas cadeias a partir de preços, custos e tecnologia. O trabalho mostrou que outros fatores relacionados a políticas são decisivos na determinação da competitividade (Gasques e Villa Verde, 1998). Martin, Westgren e Van Duren (1991) utilizam o conceito de competitividade como a habilidade de um país em obter e em manter sua participa- ção, além de afirmarem que a competitividade envolve um conceito comparativo. O trabalho de David e Nonnenberg (1997) foi a base para a definição e para a escolha dos indicadores usados no presente trabalho, além do contato pessoal com o primeiro autor, o que possibilitou a discussão dos indicadores utilizados. Finalmente, o trabalho de Barros, Bacchi e Burnquist (2002) também tratou da questão da com- petitividade de produtos agropecuários e estimou equações de exportação para onze complexos agropecuários. 3 METODOLOGIA As informações utilizadas nesta pesquisa são as publicadas pela Organização das Nações Unidas (ONU), cujos dados são compatibilizados para mais de 100 países, por meio da Standart International Trade Classification (SITC). Essas informações são consolidadas ipea texto para discussão | 908 | set 2002 9 e publicadas no International Trade Statistics Yearbook. A opção pelo uso dos dados da ONU incorreu numa limitação quanto ao detalhe, pois não foi possível utilizar a classi- ficação de cinco dígitos, e sim de três dígitos. As informações individuais por país e por grupos de produtos são apresentadas em até cinco dígitos. Quando se tomam as infor- mações entre países por grupo de produtos a abertura máxima da classificação é de ape- nas três dígitos. Daí o fato de a análise ter sido feita até esse detalhamento quando se tratou de comparações entre países. Além dessa fonte, utilizou-se também a Secex, o que permitiu uma análise mais detalhada e atual para o Brasil. 3.1 DEFINIÇÃO DOS INDICADORES Os indicadores utilizados neste documento são detalhados a seguir: a) Posição no Mercado Mundial (Sik) Sik = (X ik – Mik)/ Wk) . 100 (1) em que: Xik = exportações do produto ou setor referentes ao país ou grupo i; Mik = importações do produto ou setor k referentes ao país ou grupo i; Wk = comércio mundial do produto ou setor k. Como é expresso em porcentagem, os valores do indicador variam entre zero e 100. Quanto mais alto for esse valor, maior é a intensidade de participação do país no comércio internacional do produto ou do setor selecionado, seja como exportador ou como importador. O indicador pode ser calculado para um produto ou setor. b) Participação do Saldo Comercial dos Produtos no PIB (yi) yik = 100 . ((Xik – Mik)/ Yi) (2) em que: Xik = exportações do produto ou setor k referentes ao país ou grupo i; Mik = importações do produto ou setor k referentes ao país ou grupo i; Yi = PIB do país ou grupo i. c) Participação do Saldo Total no PIB yi = 100 . ((Xi – Mi)/ Yi) (3) em que: Xi = exportações totais do país ou grupo i; Mi = importações totais do país ou grupo i; Yi = PIB do país ou grupo i. Como o indicador é expresso em porcentagem, quanto mais alto for seu va- lor, maior é o impacto, positivo ou negativo, do saldo da balança comercial sobre o PIB nacional. 10 texto para discussão | 908 | set 2002 ipea d) Índice para Eliminação da Influência das Mudanças Não Específicas do País Estudado (ek(n)) ek1(n) = (Wk (r) / W(r) ) / (Wk(n) / W(n) ) (4) ek2(n) = (Wu (r) / W(r) ) / (Wu (n) / W(n) ) Ü Para o Total de Produtos Agrícolas (5) em que: Wu (r) comércio mundial dos produtos agrícolas no ano de referência; Wu (n) comércio mundial dos produtos agrícolas no ano estudado. Os cálculos são os mesmos utilizados no indicador anterior, com a diferença de que, em vez de utilizarmos o comércio mundial do produto k no ano de referência e em todos os anos estudados, utilizamos o comércio mundial de produtos agrícolas nos mes- mos anos. e) Participação do Saldo Comercial por Produto na Média das Trocas do País pik= 100 . ((Xik – Mik) / ((Xi + Mi) /2)) (6) em que: Xik = exportações do produto ou setor k referentes ao país ou grupo i; Mik = importações do produto ou setor k referentes ao país ou grupo i; Xi = exportações totais do país ou grupo i; Mi = importações totais do país ou grupo i; Xik = exportações do produto ou setor k referentes ao país ou grupo i; Mik = importações do produto ou setor k referentes ao país ou grupo i; Xi = exportações totais do país ou grupo i; Mi = importações totais do país ou grupo i. Para cada ano, esse indicador mostra a razão entre o saldo comercial para deter- minado produto ou setor e a média das trocas [(exportações totais + importações)/ 2] de um país. Caso pik seja maior que zero, o país é um exportador líquido; caso seja menor que zero, o país é um importador líquido. f) Participação do Saldo Comercial Total de Produtos Agrícolas na Média das Trocas do País pi = 100 . ((Xi – Mi) / ((Xi + Mi) / 2)) (7) em que: Xi = exportações totais do país ou grupo i; Mi = importações totais do país ou grupo i; pi = >0 país é um exportador líquido; pi = <0 país é um importador líquido. g) Participação do Comércio do Produto k no Comércio Total de Produtos Agrícolas do País ipea texto para discussão | 908 | set 2002 11 qik = (Xik + Mik) / (Xi + Mi) (8) em que: Xik = exportações do produto ou setor k referentes ao país ou grupo i; Mik = importações do produto ou setor k referentes ao país ou grupo i; Xi = exportações totais do país ou grupo i; Mi = importações totais do país ou grupo i. Tal indicador mostra o peso relativo do produto ou setor selecionado no comér- cio exterior do país, independemente de este ser um exportador ou importador líqui- do do produto. h) Vantagem Comparativa (fik) fik = (yik – qik . yi ) (9) em que: yik = participação do saldo comercial dos produtos no PIB = 100. ((Xik – Mik)/ Yi); yi = participação do saldo comercial total no PIB = 100 . ((Xi – Mi) / Yi); qik = participação do comércio do produto k no comércio total do país = (Xik + Mik) / (Xi + Mi); Xik = exportações do produto ou setor k referentes ao país ou grupo i; Mik = importações do produto ou setor k referentes ao país ou grupo i; Xi = exportações totais do país ou grupo i; Mi = importações totais do país ou grupo i; Yi = PIB do país ou grupo i. Valores positivos do indicador determinam que o país apresenta uma vantagem comparativa para aquele produto ou setor específico. Valores negativos, ao contrário, indicam uma desvantagem comparativa. i) Contribuição Corrigida ao Saldo dos Produtos Agropecuários C’ik = p’ik – q’ik . p’i (10) p’ik = participação corrigida do saldo comercial na média = 100 . ((X’ik – M’ik) / (1/2 (Xi + Mi))) (11) q’ik = participação corrigida do comércio do produto k no comércio total de pro- dutos agrícolas do país i = (X’ ik + M’ik) / (Xi + Mi) (12) p’i = participação corrigida do saldo comercial do total de produtos agrícolas na média de trocas = 100 . ((Xi – Mi) / (1/2 (Xi + Mi))) (13) X’ik = exportações corrigidas do produto ou setor k referentes ao país ou grupo i; 12 texto para discussão | 908 | set 2002 ipea M’ik = importações corrigidas do produto ou setor k referentes ao país ou grupo i; Xi = exportações totais do país ou grupo i; Mi = importações totais do país ou grupo i. Esse indicador faz parte do cálculo do indicador de adaptação à demanda mun- dial, mas também pode ser analisado isoladamente. Foi calculado com base nos dados corrigidos de exportações e de importações. Nesses dados são eliminadas as influên- cias que não são específicas do país estudado, e sim decorrentes da evolução dos pesos dos produtos ou dos setores no comércio internacional. Para tanto, é necessário esco- lher um ano base em relação ao qual toda a série permanece referenciada. Para cada ano, esse indicador mostra a diferença entre as contribuições efetiva e esperada, corri- gidas, de um produto ou setor selecionado ao saldo comercial de um país, em relação à média das trocas. Por contribuição esperada entende-se a participação relativa das trocas (exportações + importações) do produto ou setor selecionado na contribuição ao saldo da balança comercial em relação à média das trocas que seria vigente caso o produto ou setor em questão tivesse conservado a mesma participação no comércio internacional que apresentava no ano de referência (David e Nonnemberg, 1997). Da mesma forma, contribuição efetiva corrigida é a participação que o saldo comercial do produto ou do setor selecionado teria na média das trocas do país, caso esse produto ou setor tivesse mantido a mesma participação no comércio internacio- nal que tinha nos anos de referência. Valores positivos do indicador determinam que o produto ou setor selecionado contribuiria mais que o esperado para o saldo comer- cial do país se houvesse mantido a mesma posição no comércio internacional apresen- tada no ano de referência. Nas mesmas condições, valores negativos selecionados con- tribuiriam menos que o esperado (David e Nonnemberg, 1997). j) Taxa Tendencial de Crescimento da Demanda Mundial Calcula-se a tendência do Comércio Mundial para cada um dos produtos estu- dados, mediante a utilização dos valores logaritmizados (ln) das exportações mundiais. Em seguida, são calculados dois tipos diferentes de dk. Entenda-se por demanda mundial as exportações mundiais no valor do produto ou do setor em questão. j.1) Taxa tendencial de crescimento da demanda mundial em relação ao ano de referência (dk1). dk1 = tendência (ln Wk(n) ) / tendência (ln Wk (ano de referência)); dki = taxa tendencial de crescimento da demanda mundial em relação ao ano de referência. Tendência ((ln Wkln) = tendência do valor logaritimizado do comércio mundial no ano estudado. Tendência (ln Wk (ano de referência)) = tendência do valor logaritimizado do comércio mundial no ano de referência. j.2) Taxa tendencial de crescimento da demanda mundial em relação ao ano anterior dk2 = tendência (ln Wk(n) / tendência ((ln Wk(n-1)) ipea texto para discussão | 908 | set 2002 13 dk2 = taxa tendencial de crescimento da demanda mundial em relação ao ano an- terior. Tendência ln (Wk(n-1)) = tendência do valor logaritimizado do comércio mundial no ano anterior ao estudado. Esse indicador mostra a taxa tendencial de crescimento da demanda internacional do produto ou setor selecionado no período estudado. Entenda-se por demanda in- ternacional as exportações mundiais no valor do produto ou do setor em questão. k) Indicador de Desempenho PERFkij = ( )/.( ºº t kj t kj t kij t kij VVVV - (14) em que: Vtkij = exportações do produto k no ano t originárias do país ou grupo i, e dire- cionadas para o país ou grupo j; Vtºkij = exportações do produto k no ano to originárias do país ou grupo i, e di- recionadas para o país ou grupo j; Vtkj = importações totais do produto realizadas pelo país j no ano t; Vtºkj = importações totais do produto k realizadas pelo país j no ano to; Valores positivos do indicador significam que o país exportador ganhou espaço, em relação ao ano inicial, no mercado do país importador, para o produto ou setor selecionado. Ao contrário, valores negativos indicam que o país exportador perdeu espaço no mercado do país importador. 3.2 CONSTRUÇÃO DOS INDICADORES A relação que compreende o setor agropecuário totaliza 60 (sessenta) produtos apre- sentados na tabela 1, os quais constituem o comércio total do setor agropecuário para os países analisados. Desse total de produtos agropecuários, as comparações entre países foram possí- veis com 23 (vinte e três), conforme a tabela 1.2, os quais foram os produtos utiliza- dos para a construção dos indicadores de competitividade e de comércio exterior. O nível de agregação de três dígitos foi determinado pela disponibilidade das in- formações existentes no anuário das Nações Unidas. Esse nível de agregação é aquele que possibilita que as informações de comércio dos países sejam comparadas. Embora as informações disponibilizadas pelas Nações Unidas atinjam cinco dígitos, as compa- rações entre países ficam limitadas a três dígitos. Na tabela 2 observa-se a lista dos 102 (cento e dois) países utilizados na pesquisa. Adotou-se como critério para a seleção dos países a sua importância no total das ex- portações de cada produto. 14 texto para discussão | 908 | set 2002 ipea TABELA 1 Relação de Produtos de Origem Agropecuária Cód. Produto Cód. Produto 011 Carne fresca congelada e resfriada 081 Ração para Animais (forragem) 012 Carne salgada, defumada e ressecada 091 Margarina e gordura 014 Carne preparada, preservada 098 Produtos comestíveis, mantimentos 022 Leite e creme 121 Tabaco 023 Manteiga 211 Couro, pele brutos 024 Queijo e coalho 212 Peles não trabalhadas 025 Ovos de aves, frescos e preservados 222 Sementes (p/ óleos) 034 Peixe fresco congelado e resfriado 223 Sementes para outros óleos 035 Peixe salgado e defumado 232 Borracha natural e gomas 036 Outros peixes(moluscos) frescos e congelados 233 Borracha sintética 037 Peixe preparado, preservado 244 Cortiça natural, não trabalhada 041 Trigo não triturado 246 Polpa da madeira 042 Arroz 247 Outras madeiras brutas 043 Cevada não processada 248 Lã 044 Milho não triturado 251 Polpa para Papel 045 Cereais não processados 263 Algodão 046 Trigo, farinha e farinha refinada 274 Sulphur, unrstd irn pyrte 047 Outros cereais (farinha e pó) 261 Seda 048 Cereais 264 Juta, outras fibras têxteis 054 Vegetais frescos e outros 265 Fibras vegetais 056 Vegetais preparados e preservados 267Outras fibras 057 Frutas, nozes e outros 268 Lã, cabelos de animais 058 Frutas preparadas e preservadas 291 Materiais animais crus 061 Açúcar 292 Materiais vegetais brutos 062 Balas e doces de açúcar 411 Óleos animais 071 Café e substitutos 423 Óleos vegetais 072 Cacau 423 Óleos vegetais refinados 073 Chocolate e produtos 424 Óleos vegetais não refinados 074 Chá e mate 431 Óleos animais processados 075 Tempero, condimentos 625 Tubos de borracha p/ pneus Fonte: ONU. Para alguns indicadores, foram utilizados apenas 33 (trinta e três) países, cuja se- leção justifica-se pela freqüência no comércio dos produtos trabalhados e pela impor- tância de tais países no comércio mundial (ver tabela 2.1 adiante). ipea texto para discussão | 908 | set 2002 15 TABELA 1.2 Produtos Analisados Cód. Produto 011 Carne fresca congelada e resfriada 022 Leite e creme 024 Queijo e coalho 034 Peixe fresco congelado e resfriado 035 Peixe salgado e defumado 041 Trigo não triturado 042 Arroz 044 Milho não triturado 048 Cereais 054 Vegetais frescos e outros 057 Frutas, nozes e outros 058 Frutas preparadas e preservadas 061 Açúcar 071 Café e substitutos 072 Cacau 121 Tabaco 222 Sementes (p/ óleos) 232 Borracha natural e gomas 233 Borracha sintética 248 Lã 251 Papel 263 Algodão 423 Óleos vegetais Fonte: ONU. 16 texto para discussão | 908 | set 2002 ipea TABELA 2 Relação de Países Países África do Sul Etiópia Mianma Alemanha Fiji Nigéria Arábia Saudita Filipinas Noruega Argentina Finlândia Nova Zelândia Austrália França Países Baixos Áustria Gana Panamá Azerbaijão Grécia Papua-Nova Guiné Bélgica Guatemala Paquistão Benin Guiana Paraguai Brasil Holanda Peru Bulgária Honduras Polônia Burkina Faso Hong Kong Portugal Camarões Hungria Reino Unido Canadá Índia República Dominicana Casaquistão Indonésia Romênia Chade Iran Rússia Chile Irlanda Síria China Islândia Sri Lanka Chipre Israel Suécia Cingapura Itália Suíça Colômbia Iugoslávia Suriname Coréia Japão Tajiquistão Costa Rica Kenya Tailandia Côte d'lvoire Líbano Tanzânia Cuba Lituânia Tchecoslováquia Dinamarca Macedônia Tunísia Equador Malásia Turcomenistão Egito Malawi Turquia El Salvador Mali Ucrânia Emirados Árabes Unidos Marrocos Uganda Eslováquia Maurício Uruguai Espanha Mauritânia Usbequistão Estados Unidos México Vietnã Estônia Moldávia Zimbabwe Fonte: ONU. ipea texto para discussão | 908 | set 2002 17 TABELA 2.1 Relação de Países mais Importantes no Comércio Mundial dos Produtos Agropecuários Analisados Países Alemanha Estados Unidos Nova Zelândia Argentina França Países Baixos Austrália Grécia Paraguai Bélgica Hong Kong Peru Brasil Índia Polônia Canadá Indonésia Portugal Chile Itália Reino Unido China Japão Rússia Colômbia Malásia Suécia Dinamarca México Tailândia Espanha Noruega Uruguai Fonte: ONU. A análise da importância desses países no comércio mundial dos produtos anali- sados mostra que os países relacionados na tabela 2.1 representam mais de 90% das exportações mundiais de cada produto considerado (Gasques e Conceição, 2002). 4 RESULTADOS DOS INDICADORES DE COMÉRCIO EXTERIOR DA AGROPECUÁRIA PARA BRASIL E PAÍSES SELECIONADOS Os resultados comparativos dos indicadores de comércio para os principais países exportadores estão apresentados no quadro 1 adiante. Para maiores detalhes e verifi- cação das magnitudes dos indicadores para os países e produtos, pode-se consultar o Anexo 1 deste trabalho. O relatório original desta pesquisa apresenta esses resultados para 33 países analisados (Gasques e Conceição, 2002). Verificando-se o que mais se destaca no quadro 1, nota-se que, no comércio mundial do açúcar, os países que se encontram em melhores posições são Brasil, Cu- ba e Tailândia. Seus indicadores de posição no mercado mundial são os mais eleva- dos. O Brasil mostra uma característica única quanto a esse produto: a expansão da importância do açúcar nas trocas e no comércio interno do país. Outro destaque entre os diversos países refere-se ao arroz. A importância desse produto no PIB e no comércio em relação ao total dos produtos cresce de maneira surpreendente no Uruguai que, por sua vez, apresentou a maior expansão dos indica- dores de comércio, tais como Participação do Saldo Comercial dos Produtos no PIB, Participação do Comércio do Arroz no Comércio Total e Participação Crescente na Média das Trocas. Porém, é importante também notar que os Estados Unidos, como país que não possui tradição no que diz respeito a esse produto, têm melhorado sensi- 18 texto para discussão | 908 | set 2002 ipea velmente sua posição no mercado mundial. Contudo, a China, como produtor tradi- cional de arroz, também melhora sua posição no mercado mundial. O café, apesar de constar como um importante formador do saldo comercial em vários países do mundo, não mostra tendência de expansão nos diversos indicadores. A carne fresca congelada e resfriada tem a Nova Zelândia como melhor represen- tante em termos de Posição no Mercado Mundial. Entretanto, há uma tendência de perda de importância desse produto nos principais países produtores no indicador Participação do Saldo Comercial por Produto na Média das Trocas. Na classificação mundial, os países que ocupam as melhores posições quanto ao indicador Posição no Mercado Mundial são Estados Unidos e Países Baixos. Há certa estabilidade dos indicadores referentes a frutas e nozes. No Chile, entre os poucos produtos com os quais o país se destaca no comércio mundial, frutas e no- zes são aqueles sobre os quais o país tem Vantagem Comparativa. Observando-se os resultados desses produtos, verifica-se que poucos países têm vantagem comparativa. Tradicionais produtores, como Espanha, têm perdido vantagem; outros, como Chile, têm ganho vantagem comparativa. Em frutas preservadas e preparadas poucos países têm Vantagem Comparativa. Os únicos países que apresentam sinal positivo quanto a esse indicador são Alemanha, Bélgica, Brasil e Tailândia. Vários países, como Espanha, Estados Unidos, França e Itália vêm perdendo vantagem. No comércio mundial de milho, sem dúvida, a melhor posição é a dos Estados Unidos, mas é na Argentina onde há melhor comportamento dos demais indicadores. Poucos países têm vantagem comparativa nesse produto; entre estes encontram-se Argentina, Alemanha, Bélgica, Estados Unidos e França. Óleos vegetais apresentam pouca expressão no PIB dos países. A melhor posição no mercado mundial se observa no Brasil, Alemanha, Espanha e Argentina. Peixe fresco, congelado e resfriado é um produto que tem grande expressão na formação do PIB em países como a Islândia. Mas chama a atenção o aumento de sua importância em alguns grandes países, embora a Noruega mantenha o melhor indi- cador de Posição no Mercado mundial. Poucos países têm Vantagem Comparativa nesse produto. Entre os que a têm encontram-se Canadá, Chile, Dinamarca e Espanha. Em sementes e óleos, cujo principal produto é a soja em grão, as melhores posi- ções no mercado mundial são de Estados Unidos e Brasil. Mas vêm aumentando sua importância no comércio desse produto a Argentina e a China. Sementes e óleos têm grande expressão no indicador Participação do Saldo do Produto na Média de Tro- cas, na Argentina e no Brasil. Muitos países apresentam vantagem comparativa nesse produto. Entre os que não têm vantagem encontram-se Rússia e Países Baixos. Em relação ao fumo, os países que detêm as melhores posições são Brasil e Esta- dos Unidos, Turquia e Zimbawe. É um dos produtos sobre os quais o Brasil tem Vantagem Comparativa, juntamentecom Itália e Índia. Finalmente, no que se refere ao trigo, as melhores posições no mercado mundial são Austrália, Canadá, Estados Unidos, França e Argentina, embora este último país se encontre numa posição inferior em relação aos demais. ipea texto para discussão | 908 | set 2002 19 Pelo fato de os dados dos países serem muito agregados, não são percebidas de- terminadas mudanças que possam estar ocorrendo na distribuição dos diversos pro- dutos no comércio do país. Para procurar perceber as eventuais mudanças que ocor- rem em cada país, construiu-se a composição dos produtos exportados ao longo dos anos em cada país (ver Anexo 2). Percebem-se, assim, algumas mudanças importantes nos indicadores. Na Argen- tina, tem sido crescente a participação do saldo de óleos vegetais na média das trocas. Substanciais mudanças têm ocorrido no Brasil em relação a esse indicador para lã, óleos vegetais, soja, tabaco e frutas preservadas e preparadas. A participação do saldo desses produtos na média das trocas tem-se elevado. Outras mudanças têm ocorrido no Chile quanto ao aumento da importância de peixe e frutas. Também na China é visível o aumento da importância de arroz, frutas preservadas e preparadas, peixe fresco e tabaco. Estados Unidos têm aumentado seus negócios no produtos nos produtos arroz e óleos vegetais. QUADRO 1 Resultados Comparativos dos Indicadores de Comércio Exterior para os Principais Países Exportadores Indicadores Produtos Particip. do Saldo Comercial dos Produtos no PIB Particip. do Comércio do Produto K no Comércio Total de Produtos Agrícolas do País Particip. do Saldo Comercial por Produto na Média das Trocas Vantagem Comparativa Posição no Mercado Mundial (061) Açúcar Cuba e Maurício são os países onde esse indicador é mais importante.Para o Brasil, embora esse indicador seja pequeno, revela um sinal sempre positivo. O Brasil tem uma participação crescente do açúcar no comércio total de produtos agr ícolas do país. A importância desse indicador é crescente para o Brasil e o país é um exportador líquido. O Brasil revela vantagem comparati- va no açúcar e há tendência de crescimento desse indicador. Brasil, Cuba, França e Tailândia apresentam as melhores posições e Brasil e Cuba apresentam tendência de crescimento do indicador. (042) Arroz Uruguai e Vietnã são os países onde esse indicador é mais importante, mas o Uruguai apresenta tendên- cia de crescimento, e o Vietnã, de queda. Uruguai é o país que vem apresentando a maior expansão desse indicador. Esse indicador revela-se muito expressivo no Uruguai. Maior vantagem mundial é do Uruguai, onde há também tendência de crescimento. Países estão mantendo sua posição no mercado mundial. Os Estados Unidos, embora apresen- tem uma posição inferior à da Tailândia, vêm melhorando de maneira acentuada sua posição. Surpreende a melhoria da posição da China. (263) Algodão Os países que apresentam o maior destaque nesse indicador são Turcomenis- tão, Mali e Benin --- Tal indicador mostra-se importante em alguns países e crescente na Austrália. As maiores vanta- gens são da Austrália e da Argentina Os maiores destaques para esse indicador são Estados Unidos e Usbe- quistão. (072) Cacau Esse indicador, no que se refere a esse produto, se mostrou importante para alguns países. Indonésia apresentou aumento expressivo desse indicador. --- Malásia tem a melhor vantagem comparativa. O Brasil é o sétimo país em relação a esse indicador. (071) Café Este produto é importante na formação do saldo comercial em diversos países. Em nenhum dos países analisados esse indica- dor mostra tendência de expansão. Mesmo na Colômbia e no Brasil a tendência é mais de perda de importância do que de aumento. Esse indicador é muito alto na Colômbia, agora com importância decres- cente tanto naquele país como no Braisil. Colômbia e Brasil apresentam vanta- gem comparativa. Brasil e Colômbia sem dúvida têm a melhor posição no mercado mundial. (Continua) 20 texto para discussão | 908 | set 2002 ipea (Continuação) (011) Carne Fresca Congelada e Resfriada O país com maior destaque nesse indicador é a Nova Zelândia. Os países mantêm esse indicador relativamente estável no tempo. Há uma tendência de perda de importância desse produto nos principais países produto- res: Austrália, Dinamarca e Nova Zelândia. A vantagem compa- rativa é observada na Nova Zelândia. As melhores posições no mercado mundial são ocupadas por Estados Unidos e Países Baixos. (057) Frutas, Nozes e Outros Costa Rica e Equador são os países onde esse indicador é mais relevante. Há certa estabilidade do indicador. Sem grandes alterações. Mas na Espanha foi muito importante há cinco anos. Chile e Espanha são os países de maior desta- que. Nesse indicador o Chile é o país de maior destaque. As melhores posições são ocupadas por Espanha, Equador, Chile e Turquia. (058) Frutas Preservadas e Prepara- das --- O indicador praticamen- te não apresenta alterações ao longo do tempo. Esse indicador se revela mais importante para o Brasil. Poucos países têm vantagem comparati- va. O Brasil apresenta a melhor posição mundial. Milho (044) Este indicador é pouco expressivo nos diversos países. Este indicador mostra um comportamento crescente na Argent ina. Argentina tem a melhor posição nesse indicador. A Argentina é o país onde se apresenta o melhor comporta- mento desse indica- dor. A melhor posição mundial é dos Estados Unidos. O Brasil é um importador, pois mostra um indicador negativo. (423) Óleos Vegetais Esse indicador mostra-se pouco expressivo para os países estudados. Constatou-se aumento desse indicador em Argentina, Brasil, Estados Unidos e Países Baixos. Esse indicador mostra-se mais expressivo na Argent ina. A maior vantagem comparativa é da Argentina. A melhor posição no mercado mundial é observada no Brasil, Alemanha, Espanha, Argentina. (034) Peixe Fresco Congelado e Resfriado Islândia é o país que apresenta destaque para esse indicador. Destaque de aumento do indicador no Chile, China e Noruega. Destacam-se nesse indicador o Chile e a Noruega. Chile apresenta a melhor vantagem comparativa. A melhor posição no mercado mundial é, sem dúvida, da Noruega. (222) Sementes para Óleos (soja em grão) O indicador apresenta tendência de crescimento no Brasil e no Paraguai. Os maiores destaques para esse indicador são Brasil, Argentina e China. Para esse indicador, Brasil e Argentina são os principais países. A maior vantagem é apresentada pelo Paraguai. Brasil tem pouca vantagem comparativa, embora o indicador seja crescente. As melhores posições são do Estados Unidos e do Brasil. O Brasil apr esenta melhora de posição e os Estados Unidos apresen- tam piora de posição. (121) Fumo --- --- Esse indicador revela-se importante para Brasil e Grécia. O Brasil apresenta vantagem comparati- va para esse produto. As melhores posições no mercado mundial são de Brasil, Est ados Unidos, Turquia e Zimbabwe. (041) Trigo não Triturado Os países onde esse indicador é mais expressivo são Argentina, Austrália e Casaquistão. Esse indicador se mostra mais expressivo na Argentina e na Austrália. Esse indicador mostra-se muito relevante para Argentina e Austrália. A maior vantagem comparativa é para a Argentinae Austrá- lia. Destacam-se quanto a esse indicador Austrália, Canadá, Estados Unidos e França. Em uma posição pouco inferior encontra- se a Argentina. Fonte: Elaboração dos autores. 5 INDICADORES PARA O BRASIL A análise para o Brasil até o ano 2001 foi feita utilizando-se os dados da Secex para um conjunto de produtos selecionados para os quais foram estimados os seguintes indicadores: Posição no Mercado Mundial; Participação do Saldo Comercial por Produto na Média das Trocas do País; Participação do Saldo Comercial dos Produtos no PIB; Participação do Comércio do Produto K no Comércio Total de Produtos Agrícolas do País e Vantagem Comparativa. O indicador Posição no Mercado Mundial mostra, por meio de seus valores po- sitivos e relativamente elevados para vários produtos, que o Brasil ocupa uma boa posição no mercado mundial. Este é o caso do açúcar, café, carne, fumo, suco de la- ranja e soja. A posição em relação ao trigo é de um país francamente importador, o que pode ser visto pelo valor negativo desse indicador. ipea texto para discussão | 908 | set 2002 21 Entretanto, os resultados revelam um aspecto preocupante pelo fato de estarmos perdendo posição no mercado mundial de café, cacau, fumo e suco de laranja. Note-se que, para essas mercadorias, o indicador Posição no Mercado Mundial tem-se reduzi- do acentuadamente nos últimos seis anos. Felizmente, para outros produtos, tais co- mo carnes, açúcar e soja, o país encontra-se num processo de melhoria de sua posição no mercado mundial. A perda de importância relativa do café ocorre também quando se toma o indi- cador Participação do Saldo Comercial do Café na Média das Trocas, o qual é clara- mente decrescente no período 1996/2001. Os derivados da soja (farelo e óleo bruto) também têm uma redução da participação do Saldo Comercial na Média das Trocas. Outros produtos, como a soja em grãos e car- nes de bovinos e de suínos apresentam melhoria acentuada desse indicador ao longo do período analisado. Contudo, a carne de frango sofre no período analisado (1996/2001) acentuada redução da participação do seu saldo comercial na média das trocas. A tendência desse indicador em relação a esses produtos é apresentada, tam- bém, quando se estima o indicador Participação do Comércio de Cada Produto no Comércio de Produtos Agrícolas do País no período 1996/2001. Repete-se a perda de importância do café cru e solúvel, dos derivados da soja e da carne de frango e, em contrapartida, se eleva a participação de carnes de bovinos e de suínos e do açúcar no comércio de produtos agrícolas do país. Esses resultados mostram clara mudança na composição do comércio externo do país, pois observa-se uma flagrante redução de importância do café e dos derivados de soja. O indicador Vantagem Comparativa revela alguns pontos importantes sobre os produtos agropecuários do país. Especialmente nos últimos anos (1999/2001), os produtos analisados, com exceção de algodão, papel e celulose e trigo, mostram indi- cador positivo, o que comprova que eles apresentam vantagem comparativa em rela- ção aos produtos comercializados pelo país. Outro resultado importante é que esse indicador apresentou tendência de aumento da vantagem comparativa de 1996 a 1999 e de redução em todos os produtos analisados entre 1999 e 2001. Essa mudança de comportamento coincide com a mudança da política cambial ocorrida a partir de janeiro de 1999. Como um dos principais resultados dessa política foi a desvaloriza- ção cambial, esperava-se que houvesse aumento e não redução da vantagem compara- tiva dos produtos agrícolas. Finalmente, observando-se os resultados dos indicadores de comércio para o Brasil nos anos 2000 e 2001, conclui-se que, com exceção de café, laranja e, em certos casos de cacau, houve, em 2001, uma melhoria da situação do comércio dos produtos analisados em relação a todos os indicadores testados. Desse modo, o ano de 2001 foi favorável em relação ao comércio externo dos produtos agropecuários. 22 texto para discussão | 908 | set 2002 ipea TABELA 3 Brasil - Posição no Mercado Mundial PCM Sik=((Xik-Mik)/Wk) . 100 (em %) Produto 20011 2000 1999 1998 1997 1996 Açúcar 14,43 9,24 14,45 14,46 12,25 10,26 Cristal em bruto - - - - - - Refinado - - - - - - Algodão 2,30 -0,88 -1,82 -3,68 -5,98 -5,58 Em bruto - - - - - - Cacau 1,14 0,90 0,49 1,66 1,68 2,81 Café 7,04 10,72 15,10 16,27 18,16 21,20 Cru em grão - - - - - - Solúvel - - - - - - Carne 5,93 4,57 4,75 3,71 3,32 3,17 Bovino congelado - - - - - - Bovino fresco - - - - - - Frango inteiro - - - - - - Suíno congelado/fresco, miúdos - - - - - - Couro/calç. couro - - - - - - Fumo 12,16 12,31 14,44 23,00 22,18 21,38 Em folhas - - - - - - Laranja 5,63 8,12 10,14 10,30 9,49 11,87 Suco concentrado - - - - - - Papel e celulose 1,98 1,27 1,47 0,05 0,28 0,36 Soja 29,78 26,57 24,76 31,16 32,62 28,01 Em grão - - - - - - Farelo - - - - - - Óleo bruto - - - - - - Trigo -5,89 -6,57 -6,17 -6,10 -5,61 -6,78 Fonte: dos dados brutos: Secex/Decex. Nota: 1 2001 (janeiro a outubro). ipea texto para discussão | 908 | set 2002 23 TABELA 4 Brasil - Participação do Saldo Comercial dos Produtos no PIB Yik = 100 . ((Xik-Mik)/Yi) (em %) Produto 20011 2000 1999 1998 1997 1996 Açúcar 0,310 0,202 0,361 0,247 0,219 0,207 Cristal em bruto 0,192 0,128 0,220 0,139 0,129 0,154 Refinado 0,118 0,074 0,141 0,108 0,090 0,054 Algodão 0,040 -0,015 -0,036 -0,048 -0,086 -0,091 em bruto 0,006 -0,049 -0,067 -0,066 -0,100 -0,111 Cacau 0,015 0,011 0,007 0,014 0,013 0,022 Café 0,200 0,299 0,464 0,330 0,386 0,275 Cru em grão 0,171 0,262 0,421 0,296 0,340 0,221 Solúvel 0,029 0,037 0,043 0,034 0,047 0,053 Carne 0,372 0,282 0,325 0,168 0,159 0,158 Bovino congelado 0,067 0,053 0,058 0,022 0,012 -0,005 Bovino fresco 0,026 0,015 0,013 -0,007 -0,007 -0,011 Frango inteiro 0,068 0,061 0,080 0,049 0,108 0,108 Suíno congelado/fresco, miúdos 0,049 0,028 0,022 0,019 0,016 0,016 Couro/calç. couro 0,294 0,321 0,298 0,199 0,235 0,249 Fumo 0,139 0,138 0,179 0,188 0,190 0,182 Em folhas 0,130 0,129 0,160 0,108 0,122 0,121 Laranja 0,132 0,185 0,252 0,167 0,144 0,204 Suco concentrado 0,117 0,174 0,234 0,161 0,124 0,180 Papel e celulose 0,047 0,032 0,044 0,001 0,006 0,008 Soja 0,780 0,674 0,683 0,558 0,643 0,529 Em grão 0,427 0,345 0,285 0,251 0,257 0,100 Farelo 0,287 0,275 0,282 0,219 0,322 0,349 Óleo bruto 0,056 0,045 0,093 0,075 0,056 0,077 Trigo -0,132 -0,151 -0,164 -0,112 -0,121 -0,174 Fonte: dos dados brutos: Secex/Decex. Notas: 1 2001 (janeiro a outubro). 24 texto para discussão | 908 | set 2002 ipea TABELA 5 Brasil - Participação do Saldo Comercial por Produto na Média das Trocas do País Pik = 100 . ((Xik-Mik)/((Xi+Mi)/2)) (em %) Produto 20011 2000 1999 1998 1997 1996 Açúcar 17,014 10,405 19,884 14,796 12,571 12,293 Cristal em bruto 10,536 6,597 12,096 8,345 7,427 9,102 Refinado 6,478 3,808 7,788 6,451 5,145 3,190 Algodão 2,219 -0,795 -1,967 -2,901 -4,944 -5,418 Em bruto 0,313 -2,521 -3,672 -3,984 -5,764 -6,553 Cacau 0,812 0,576 0,363 0,863 0,733 1,313 Café 10,972 15,407 25,579 19,790 22,175 16,277 Cru em grão 9,383 13,506 23,208 17,756 19,500 13,122 Solúvel 1,589 1,900 2,371 2,034 2,675 3,154 Carne 20,423 14,553 17,894 10,068 9,129 9,361 Bovino congelado 3,702 2,712 3,171 1,318 0,707 -0,322 Bovino fresco 1,435 0,798 0,708 -0,402 -0,388 -0,664 Frango inteiro 3,763 3,124 4,414 2,922 6,209 6,413 Suíno congelado/fresco, miúdos 2,710 1,442 1,223 1,156 0,944 0,920 Couro/calç. couro 16,144 16,569 16,439 11,907 13,480 14,790 Fumo 7,644 7,132 9,864 11,276 10,896 10,813 Em folhas 7,160 6,655 8,839 6,457 6,999 7,198Laranja 7,260 9,547 13,891 10,008 8,258 12,100 Suco concentrado 6,425 8,953 12,893 9,632 7,128 10,646 Papel e celulose 2,607 1,659 2,424 0,064 0,357 0,492 Soja 42,871 34,774 37,635 33,471 36,912 31,361 Em grão 23,450 17,805 15,726 15,048 14,758 5,925 Farelo 15,764 14,159 15,533 13,108 18,477 20,688 Óleo bruto 3,053 2,298 5,102 4,484 3,218 4,539 Trigo -7,262 -7,813 -9,042 -6,708 -6,946 -10,288 Fonte: dos dados brutos: Secex/Decex Nota: 1 2001 (janeiro a outubro). ipea texto para discussão | 908 | set 2002 25 TABELA 6 Brasil - Participação do Comércio do Produto k no Comércio Total de Produtos Agrícolas do País qik = (Xik+Mik)/(Xi+Mi) Produto 20011 2000 1999 1998 1997 1996 Açúcar 0,085 0,052 0,099 0,074 0,063 0,062 Cristal em bruto 0,053 0,033 0,060 0,042 0,037 0,046 Refinado 0,032 0,019 0,039 0,032 0,026 0,016 Algodão 0,022 0,028 0,032 0,033 0,042 0,049 Em bruto 0,010 0,015 0,019 0,020 0,029 0,033 Cacau 0,008 0,010 0,013 0,010 0,005 0,007 Café 0,055 0,077 0,128 0,099 0,111 0,082 Cru em grão 0,047 0,068 0,116 0,089 0,098 0,066 Solúvel 0,008 0,010 0,012 0,010 0,014 0,016 Carne 0,107 0,083 0,099 0,064 0,063 0,063 Bovino congelado 0,020 0,015 0,018 0,010 0,010 0,005 Bovino fresco 0,011 0,011 0,009 0,006 0,005 0,003 Frango inteiro 0,019 0,016 0,022 0,015 0,031 0,032 Suíno congelado/fresco, miúdos 0,014 0,007 0,006 0,006 0,005 0,005 Couro/calç. couro 0,097 0,099 0,098 0,072 0,082 0,089 Fumo 0,040 0,037 0,051 0,062 0,061 0,059 Em folhas 0,038 0,034 0,045 0,036 0,040 0,040 Laranja 0,036 0,048 0,070 0,050 0,041 0,061 Suco concentrado 0,032 0,045 0,064 0,048 0,036 0,053 Papel e celulose 0,064 0,076 0,084 0,072 0,069 0,072 Soja 0,228 0,190 0,206 0,195 0,223 0,184 Em grão 0,127 0,101 0,087 0,091 0,100 0,048 Farelo 0,081 0,072 0,079 0,068 0,098 0,105 Óleo bruto 0,017 0,014 0,033 0,033 0,022 0,030 Trigo 0,036 0,039 0,045 0,034 0,035 0,052 Fonte: dos dados brutos: Secex/Decex Nota: 1 2001 (janeiro a outubro). 26 texto para discussão | 908 | set 2002 ipea TABELA 7 Brasil - Vantagem Comparativa fik=(yik-qik) . yi Produto 20011 2000 1999 1998 1997 1996 Açúcar 0,577 0,350 0,906 0,301 0,293 0,237 Cristal em bruto 0,358 0,222 0,551 0,170 0,173 0,176 Refinado 0,220 0,128 0,355 0,131 0,120 0,062 Algodão 0,048 -0,101 -0,235 -0,141 -0,241 -0,229 Em bruto -0,010 -0,150 -0,296 -0,151 -0,242 -0,234 Cacau 0,016 0,003 -0,023 0,008 0,014 0,025 Café 0,372 0,518 1,165 0,402 0,516 0,314 Cru em grão 0,318 0,454 1,057 0,361 0,454 0,253 Solúvel 0,054 0,064 0,108 0,041 0,062 0,061 Carne 0,681 0,467 0,784 0,180 0,181 0,155 Bovino congelado 0,123 0,087 0,137 0,021 0,004 -0,017 Bovino fresco 0,040 0,011 0,014 -0,023 -0,022 -0,024 Frango inteiro 0,128 0,105 0,201 0,059 0,144 0,124 Suíno congelado/fresco, miúdos 0,092 0,048 0,056 0,023 0,021 0,018 Couro/calç. couro 0,506 0,519 0,695 0,220 0,286 0,260 Fumo 0,254 0,236 0,445 0,219 0,241 0,201 Em folhas 0,238 0,221 0,401 0,124 0,154 0,133 Laranja 0,246 0,321 0,632 0,203 0,192 0,233 Suco concentrado 0,218 0,301 0,587 0,196 0,166 0,206 Papel e celulose -0,043 -0,102 -0,139 -0,124 -0,118 -0,103 Soja 1,419 1,133 1,654 0,632 0,788 0,561 Em grão 0,771 0,572 0,687 0,279 0,294 0,084 Farelo 0,528 0,473 0,704 0,263 0,419 0,397 Óleo bruto 0,100 0,070 0,206 0,073 0,064 0,076 Trigo -0,433 -0,446 -0,725 -0,253 -0,292 -0,366 Fonte: Secex/Decex Nota: 1 2001 (janeiro a outubro). 5.1 EQUAÇÕES DE OFERTA DE EXPORTAÇÕES AGROPECUÁRIAS E OS IMPACTOS DE VARIÁVEIS SELECIONADAS1 O modelo cujos resultados serão discutidos é um modelo geral, utilizado para repre- sentar a oferta das exportações, o qual expressa essa variável como resultado da dife- rença entre a oferta e a demanda interna. As estimativas desse modelo proporcionam elasticidades das exportações de produtos agropecuários brasileiros quanto a um con- junto de variáveis – preços domésticos, preços internacionais (em dólares), renda interna (PIB) e taxa de câmbio efetiva. As estimativas apresentaram sinais coerentes 1. Esta subseção está baseada no Texto para Discussão no 865 de Barros, Bacchi e Burnquist (2002). ipea texto para discussão | 908 | set 2002 27 com o modelo delineado, devendo ser consideradas as melhores alternativas, tendo em vista que o procedimento econométrico adotado assegura coeficientes não ten- denciosos e de variância mínima. Os resultados das elasticidades de oferta de exporta- ções estão apresentados na tabela seguinte. TABELA 8 Elasticidade das Equações de Oferta de Exportações de Produtos Agropecuários para o Brasil Elasticidades Produtos Preço Real do Mercado Interno (pir) Preço das Exportações (pe) Taxa de Câmbio Real Efetiva (Cr) Renda Nacional Real ( PIB) rr Frango -0,3253 1,187 0,268 -2,7373 Soja em grão -3,9033 2,8811 8,7542 -7,960 Farelo de soja -0,9662 3,3381 2,2022 -0,542 Óleo de soja -1,7323 1,187 3,9402 -5,4443 Café (grão) -0,328 0,1012 0,585 -1,9223 Carne bovina (1) resfriada e congelada -0,9391 0,581 1,3653 -2,7133 Carne bovina (2) resfriada e congelada -1,2272 0,400 0,969 -2,3943 Carne bovina (industrializada) -0,2153 1,4112 0,046 -3,2521 Açúcar -2,9051 2,4581 2,8261 -2,213 Algodão - 0,7841 0,224 -2,496 Suco de laranja - 0,009 0,431 -0,906 Fonte: Barros, C.S.C; Bacchi, M. R e Burnquist (2002). Notas: 1 Nível de significância de 1%. 2 Nível de significância de 5%. 3 Nível de significância de 10%. Entre os condicionantes analisados, a renda apresentou sempre coeficientes negati- vos, o que indica que o crescimento na absorção interna, associado a um aquecimento da demanda agregada da economia, reduz as exportações de agropecuários. Uma inter- pretação alternativa é a de que contenção da absorção doméstica contribui para a gera- ção de maiores volumes de excedentes exportáveis de produtos agropecuários. As exportações de óleo de soja apresentaram elasticidades estimadas elevadas em relação à renda doméstica, tendo-se obtido indicação de que a resposta a um incre- mento de 1% na renda interna seria a redução de 5,4% do volume exportado. As exportações de produtos animais, tais como carne de frango, carne bovina indus- trializada e in natura, também apresentam estimativas que sugerem resposta negativa considerável a um aumento na renda interna, sendo todas superiores a 2,0%. A taxa de câmbio também representa um fator importante para estimular as ex- portações do setor agropecuário, tendo-se mostrado como um determinante funda- mental da competitividade desses produtos. O efeito de mudanças na taxa de câmbio real efetiva sobre as exportações apresentou sinal positivo em todos os modelos esti- mados, o que indica que quando a moeda doméstica sofre uma desvalorização real em relação à moeda dos principais parceiros comerciais brasileiros, as exportações dos produtos agropecuários analisados são estimuladas. 28 texto para discussão | 908 | set 2002 ipea Os resultados indicaram que as magnitudes das elasticidades estimadas para as taxas de câmbio, sempre que significativas, foram superiores à unidade em pratica- mente todos os modelos, tendo atingido valores expressivos particularmente para os produtos que têm maior importância relativa na pauta exportadora brasileira, como é o caso dos produtos do complexo de soja (grão, farelo, óleo) e do açúcar. No caso da soja, considera-se que o câmbio pode mudar severamente a relação de preços domésticos entre ela e o milho, seu principal concorrente na agricultura nacional. Para o açúcar, a interpretação dessa relação parece ser um pouco mais com- plexa. É fato que o câmbio pode alterar o mix de produção de açúcar e de álcool combustível,e pode ser também considerado determinante das decisões quanto à venda de açúcar no mercado interno ou internacional. No caso de uma desvalorização da moeda nacional, há um encarecimento das importações de petróleo, aumentando, assim, o preço pelo qual os seus derivados são vendidos no mercado interno a ponto de estimular a expansão na produção de álcool às expensas de açúcar. Com isso pode ocorrer uma redução do excedente exportável deste último. É preciso que se conside- re, no entanto, que tal redução pode não se efetivar se o valor obtido pela exportação do açúcar, mediante a desvalorização relativa da moeda nacional, superar as vantagens que venham a ser estabelecidas no mercado interno. Nesse caso, o coeficiente estima- do para as exportações de açúcar sugere que um incremento de 1% no câmbio provo- ca um aumento da ordem de 2,8% nas exportações do produto, após o período de um mês. Os preços internacionais em dólares podem ser interpretados como um indica- dor do comportamento do mercado interno, visto que maiores preços indicam um mercado com excesso de demanda, o que possibilitaria uma expansão da participação das exportações brasileiras. Nesse caso, o efeito dessa variável expressou-se de forma coerente, sendo que todos os coeficientes estimados apresentaram-se positivos, quan- do estatisticamente diferentes de zero. As respostas relativamente mais acentuadas a mudanças nessa variável foram também associadas às exportações de açúcar, da soja, e da carne industrializada. Isso revela que, em casos de expansão de demanda e incre- mento dos preços no mercado internacional, esses mercados são os que apresentam condições mais favoráveis para incrementar a participação brasileira, rompendo blo- queios ou tradições preestabelecidas entre o conjunto de produtos considerados para a análise. Os preços domésticos (em reais) tendem a refletir de uma forma mais direta o resultado do balanço entre a produção interna e a demanda interna. As elasticidades estimadas para os excedentes exportados nos mercados analisados expressaram tal relação de forma coerente, o que indica que qualquer mudança que provoque uma reação positiva nos preços internos, como, por exemplo, uma quebra de safra, resulta- ria em retração nas exportações. Aparentemente, esse efeito é tanto menor quanto maior a facilidade em ajustar a produção (ou oferta por meio do manejo de estoques). Isso se evidencia no caso do frango, por este produto possuir elevada capacidade de ajuste de produção , e, no caso do café, em razão de sua disponibilidade de estoque. Tais produtos apresentaram os coeficientes estimados mais baixos, expressando, as- sim, menor impacto relativo de mudanças nos preços internos sobre as exportações. ipea texto para discussão | 908 | set 2002 29 Cabe ressaltar ainda que, entre os produtos analisados, o suco de laranja é aquele cujas exportações apresentaram-se menos sensíveis a variações dos condicionantes da oferta, o que pode ser explicado pela rígida estrutura do setor exportador desse produ- to. Isso tem sido associado a uma concentração relativamente elevada, além da utili- zação de contratos para a comercialização dos produtos no mercado internacional. 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS Os resultados dos diversos indicadores analisados permitem que se reflita sobre a ne- cessidade de o país ter maior preocupação com aqueles produtos que são importantes para nossa economia mas que vêm perdendo posição no mercado mundial, como café, cacau e suco de laranja. É pertinente a pergunta sobre o que fazer nesse caso? Quais as políticas que podem ser adotadas para esse produtos? Outro ponto diz res- peito à instabilidade de preços e de renda que pode ocorrer pela concentração do comércio em poucos produtos. É evidente que nesse grupo de produtos há alguns, como a soja, que têm passado por situações favoráveis no mercado internacional. Mas o fato de grande parte do saldo comercial do país depender desse produto traz algum grau de preocupação quanto a mudanças no comércio mundial. Finalmente, os resultados mostram que deve ser grande a preocupação com a diferenciação de produ- tos e até mesmo com novos produtos que o país possa oferecer para buscar situações de menores oscilações de preços mundiais. As possibilidades recentes abertas ao mer- cado de carnes brasileiras e o aproveitamento desse quadro pelo país evidencia a im- portância de explorar bem as possibilidades oferecidas a novos produtos. 30 texto para discussão | 908 | set 2002 ipea ANEXO I Posição no Mercado Mundial – PCM SIK = ((Xik-Mik)/Wk) . 100 Em % 061 - AÇÚCAR 263 - ALGODÃO Países 1994 1995 1996 1997 1998 Países 1994 1995 1996 1997 1998 Alemanha 1,809 1,378 1,119 1,743 1,607 Argentina 1,776 3,516 3,939 2,885 2,187 Bélgica 0,888 0,782 -0,601 -0,722 -1,371 Austrália 4,869 4,585 5,354 8,202 9,533 Brasil 8,180 12,719 10,330 12,331 14,535 Benin 2,499 2,386 2,335 2,620 2,919 Cuba 6,262 4,740 6,226 6,691 8,619 Estados Unidos 26,722 29,971 19,495 23,528 25,044 Estados Unidos -5,526 -4,463 -7,222 -7,637 -5,842 Grécia 2,807 3,173 3,914 2,877 2,420 França 9,674 8,361 9,136 7,558 8,024 Índia -1,161 -0,751 3,426 1,734 1,840 Maurício 2,691 2,453 2,899 2,548 2,915 Mali 2,207 2,848 2,932 4,183 4,439 Países Baixos 0,250 0,316 -0,150 0,817 1,055 Tajiquistão 2,166 2,653 2,566 2,752 2,189 Reino Unido -6,650 -5,542 -6,003 -5,308 -5,000 Turcomenistão 12,676 8,339 7,123 4,820 5,135 Tailândia 6,012 8,116 8,623 7,406 7,553 Usbequistão 17,673 14,260 20,856 19,105 17,741 042 - ARROZ 232 - BORRACHA NATURAL E GOMAS Países 1994 1995 1996 1997 1998 Países 1994 1995 1996 1997 1998 Argentina 1,261 1,897 1,912 2,808 2,718 Camarões 0,831 0,682 1,048 1,422 1,875 Austrália 4,235 2,791 3,347 3,867 2,720 Cingapura 4,001 2,999 2,463 1,675 1,483 China 5,896 -5,735 -2,399 1,718 9,699 Côte D'ivore 1,314 1,377 1,676 2,076 2,035 Estados Unidos 13,670 11,755 11,695 9,587 12,129 Hong Kong -0,319 -0,191 -0,204 -0,189 0,116 Índia 6,068 18,712 12,259 12,490 10,412 Indonésia 24,003 25,185 25,787 25,989 24,234 Itália 6,389 5,084 5,829 4,481 3,829 Malásia 18,128 17,742 15,067 12,098 9,233 Paquistão 5,001 6,580 6,869 6,685 6,916 Nigéria 1,412 1,999 2,779 2,089 0,946 Tailândia 24,622 26,820 27,463 28,903 24,025 Sri Lanka 1,367 1,100 1,242 1,453 1,130 Uruguai 2,391 2,240 3,135 3,514 3,298 Tailândia 31,356 31,531 33,584 32,159 38,535 Vietnã 7,520 5,901 6,597 4,675 6,961 Vietnã 2,370 2,530 0,349 0,969 1,058 233 - BORRACHA SINTÉTICA 072 - CACAU Países 1994 1995 1996 1997 1998 Países 1994 1995 1996 1997 1998 Alemanha 0,103 -0,169 0,037 -0,432 -0,478 Brasil 6,787 2,258 2,805 1,618 1,901 Bélgica 2,769 -3,638 -3,244 -3,841 -2,769 Camarões 3,070 3,012 2,979 3,124 2,933 Canadá 0,374 -0,301 -0,101 -0,277 -0,945 Cingapura 1,958 1,610 1,567 1,512 1,382 Coréia -1,882 -1,599 -0,789 0,163 1,682 Côte d´Ivoire 25,942 26,638 31,104 30,308 34,256 Estados Unidos 7,970 8,854 10,789 9,912 6,912 França -5,527 -5,274 -5,451 -4,933 -3,695 França 4,723 0,475 3,325 -0,731 -1,960 Gana 2,450 11,098 10,543 9,416 10,031 Japão 8,998 10,555 10,442 10,327 10,706 Indonésia 6,302 5,641 5,976 6,648 7,182 Países Baixos 1,057 0,769 1,123 2,890 2,636 Malásia 5,449 3,283 2,936 2,638 1,387 Reino Unido 2,463 2,444 1,287 1,556 2,222 Nigéria 4,074 3,362 4,592 4,039 4,183 Rússia 6,366 6,741 7,201 5,767 4,695 Países Baixos 3,266 2,849 -0,494 6,701 4,117 071 - CAFÉ E SUBSTITUTOS 011 - CARNE FRESCA CONGELADA E RESFRIADA Países 1994 1995 1996 1997 1998 Países 1994 1995 1996 1997 1998 Alemanha -8,749 -11,505 -8,543 -9,661 -8,975 Alemanha -8,278 -8,437 -8,618 -6,771 -5,853 Brasil 18,571 15,208 15,201 18,229 16,305 Austrália 8,077 6,702 5,740 6,499 6,793 Colômbia 15,111 12,08412,211 14,093 12,762 Bélgica 3,498 3,754 3,943 3,506 3,431 Costa Rica 2,216 2,585 2,746 2,440 3,391 Canadá 0,761 1,130 1,797 2,418 2,501 Côte d´Ivoire 1,998 2,767 2,629 2,306 2,985 Dinamarca 7,617 6,968 6,515 6,756 6,209 Estados Unidos -15,540 -18,232 -17,929 -20,576 -19,104 Estados Unidos 7,505 10,550 11,605 10,294 9,316 Guatemala 2,288 3,333 3,368 3,430 3,673 França 0,142 0,544 1,373 2,048 1,619 Indonés ia 5,413 3,792 4,314 3,082 3,855 Irlanda 4,444 4,101 3,559 3,282 3,489 México 3,132 5,057 5,662 5,617 4,769 Nova Zelândia 4,879 4,548 4,751 4,794 4,360 Vietnã 3,517 5,737 3,180 2,665 3,547 Países Baixos 10,390 9,515 8,756 7,610 7,975 048 - CEREAIS 057 - FRUTAS, NOZES E OUTROS Países 1994 1995 1996 1997 1998 Países 1994 1995 1996 1997 1998 Alemanha 1,378 0,816 1,104 2,056 2,024 Bélgica -0,955 -1,478 -2,781 -0,812 -0,250 Bélgica 2,851 3,657 3,380 3,680 3,664 Chile 3,345 3,341 3,816 3,378 3,698 Canadá -0,668 -0,155 0,564 0,615 0,528 Costa Rica 2,654 2,948 2,740 2,644 3,529 Dinamarca 2,512 2,224 1,958 2,000 1,793 Equador 2,907 3,130 3,470 4,470 3,749 Estados Unidos 0,576 -0,746 -0,686 -0,604 -1,105 Espanha 10,275 10,472 10,554 10,878 10,436 França 0,799 1,039 0,697 1,233 1,512 Estados Unidos 2,064 2,237 1,683 0,917 -0,965 Irlanda 1,496 1,926 1,766 1,817 1,945 França -4,836 -4,786 -3,611 -3,009 -3,476 Itália 7,498 8,027 8,712 8,139 8,302 Itália 3,821 3,561 3,166 2,485 2,545 Países Baixos 4,865 4,957 3,896 3,722 3,383 Países Baixos -1,407 -1,302 -1,293 -1,234 -1,341 Reino Unido 1,612 1,448 2,198 1,633 1,195 Turquia 4,407 4,459 3,887 4,254 4,340 (continua) ipea texto para discussão | 908 | set 2002 31 (continuação) 058 - FRUTAS PRESERVADAS E PREPARADAS 248 - Là Países 1994 1995 1996 1997 1998 Países 1994 1995 1996 1997 1998 Alemanha -7,982 -8,290 -7,895 -8,891 -7,912 Alemanha -5,810 -5,075 -3,852 -3,731 -3,321 Bélgica -0,872 -0,737 -0,637 0,086 0,051 Áustria 2,661 3,129 2,706 2,678 3,121 Brasil 9,658 8,902 10,677 8,439 9,882 Brasil 1,417 1,597 1,443 1,667 1,874 China 3,090 3,541 3,439 4,342 4,180 Canadá 32,386 29,382 33,548 32,537 30,986 Espanha 2,889 3,018 2,696 3,323 3,153 Estados Unidos -16,927 -14,019 -18,981 -20,156 -22,948 Esta dos Unidos -1,825 -1,881 -4,034 -4,438 -3,045 Finlândia 6,045 6,548 5,368 5,772 6,260 França -6,418 -6,438 -5,926 -5,855 -6,044 França -1,307 -1,294 -1,223 -1,345 -1,522 Itália 3,517 3,693 3,704 3,189 2,797 Malásia 7,482 6,697 5,515 4,447 3,239 Países Baixos 0,182 -0,456 -1,117 -1,093 -1,901 Rússia 1,919 2,197 2,386 2,469 2,363 Tailândia 5,131 4,639 4,985 4,149 3,776 Suécia 9,353 9,620 9,137 8,957 8,739 022 - LEITE E CREME 044 - MILHO NÃO TRITURADO Países 1994 1995 1996 1997 1998 Países 1994 1995 1996 1997 1998 Alemanha 17,734 18,353 19,074 17,791 17,092 África do Sul 5,227 0,485 2,345 2,058 1,925 Austrália 5,113 4,391 6,008 5,724 5,637 Alemanha -2,565 -2,145 -1,779 -1,788 -1,726 Bélgica 1,963 -0,131 1,603 1,665 1,275 Argentina 5,688 6,247 9,634 13,253 14,585 Dinamarca 3,388 2,801 2,791 2,891 2,716 Bélgica -3,354 -2,998 -2,190 -1,745 -1,242 Estados Unidos 2,129 2,333 1,145 1,946 1,578 Brasil -2,278 -1,607 -0,071 -0,400 -2,397 França 9,076 8,556 7,285 8,111 6,612 Canadá -0,317 -0,589 -0,421 -0,967 -1,247 Irlanda 2,963 3,839 1,894 2,314 1,340 China 10,919 -7,352 -0,333 8,450 5,460 Nova Zelândia 7,612 6,201 8,714 9,154 8,007 Estados Unidos 47,375 68,344 66,086 52,212 48,623 Países Baixos -0,645 -3,163 -1,117 -1,205 -0,366 França 18,043 14,074 11,813 12,873 14,243 Reino Unido 2,940 2,721 2,003 2,482 2,649 Hungria 0,864 1,001 0,327 1,548 2,229 423 - ÓLEOS VEGETAIS 251 - PAPEL RECICLADO P/ EMBRULHO Países 1994 1995 1996 1997 1998 Países 1994 1995 1996 1997 1998 Alemanha 3,606 4,474 3,366 4,084 4,682 Alemanha -11,900 -9,962 -10,678 -10,156 -10,783 Argentina 16,578 17,366 17,255 18,310 20,439 Brasil 4,630 4,678 4,673 4,788 5,142 Bélgica 1,210 2,004 1,529 1,232 0,755 Canadá 27,780 27,136 26,955 26,709 25,480 Brasil 7,213 7,210 4,364 2,968 4,278 Chile 4,341 4,636 4,260 3,891 4,158 Canadá 2,477 1,829 2,163 1,449 3,237 Estados Unidos 8,353 8,352 7,170 6,331 5,428 Espanha 7,084 3,884 7,761 11,144 9,116 Finlândia 3,794 3,222 3,862 4,186 3,889 Estados Unidos 2,060 4,608 -1,958 1,901 4,785 Indonésia -2,873 -1,343 -1,519 -0,714 0,463 França -0,477 -0,586 -1,433 -1,007 -0,618 Portugal 2,799 2,418 2,272 2,430 2,421 Itália -5,668 -1,559 -3,214 -5,180 -2,424 Rússia 2,057 1,489 2,503 2,106 2,138 Países Baixos 3,731 3,756 3,440 2,945 2,714 Suécia 7,157 6,340 7,114 7,282 6,790 034 - PEIXE FRESCO CONGELADO E RESFRIADO 035 - PEIXE SALGADO E DEFUMADO Países 1994 1995 1996 1997 1998 Países 1994 1995 1996 1997 1998 Canadá 3,294 2,150 2,175 2,606 2,532 Alemanha -6,112 -6,623 -5,968 -5,545 -5,165 Chile 3,589 3,965 4,006 4,535 4,998 Canadá 7,111 7,391 8,604 6,197 5,414 China 1,836 2,866 2,644 3,487 2,759 China 3,894 3,933 1,508 2,408 1,965 Dinamarca 3,479 2,396 1,942 2,132 1,697 Costa Rica 0,480 0,865 1,670 2,365 2,948 Espanha -4,553 -4,260 -4,030 -3,529 -4,856 Dinamarca 11,555 8,418 8,008 9,037 8,508 Estados Unidos -2,563 -2,103 -3,309 -5,734 -8,651 Estados Unidos -0,743 -1,186 -0,420 -2,599 -2,982 França -4,194 -4,518 -4,675 -3,877 -4,756 Hong Kong -7,351 -8,912 -7,358 -8,054 -6,931 Islândia 4,506 3,830 3,650 3,320 3,774 Islândia 8,028 8,328 9,398 9,560 10,447 Noruega 10,003 10,237 11,489 11,608 11,584 Noruega 25,315 25,471 24,401 23,959 28,089 Países Baixos 1,694 1,709 1,485 1,377 1,291 Reino Unido 2,628 2,535 2,108 2,466 2,153 024 - QUEIJO E COALHO 222 - SEMENTES P/ÓLEOS (SOJA EM GRÃOS) Países 1994 1995 1996 1997 1998 Países 1994 1995 1996 1997 1998 Alemanha -11,019 -8,832 -5,675 -4,718 -2,824 Argentina 8,234 7,220 6,459 0,625 6,329 Austrália 2,054 2,110 2,233 2,725 3,106 Brasil 9,880 4,722 5,167 12,863 14,713 Bélgica -3,369 -3,494 -3,055 -3,131 -3,275 Canadá 9,120 9,195 5,149 5,352 6,832 Dinamarca 7,552 8,399 7,664 8,102 7,830 China 5,040 3,247 0,881 -3,821 -6,725 França 14,253 13,765 12,921 12,795 12,269 Estados Unidos 39,007 47,223 51,497 47,604 35,593 Irlanda 2,897 2,350 2,675 2,281 2,282 França 0,156 1,807 2,347 3,661 4,382 Itália -6,460 -5,681 -4,245 -3,568 -3,305 Países Baixos -12,615 -11,723 -11,164 -7,307 -6,809 Nova Zelândia 3,549 3,561 4,348 5,275 4,789 Paraguai 1,965 1,476 2,221 3,115 4,202 Países Baixos 17,122 16,846 16,511 13,702 14,527 Rússia 2,600 2,955 2,684 1,267 1,460 Suíça 2,134 2,161 1,547 1,601 1,450 Ucrânia 1,034 0,284 1,653 2,482 2,697 (continua) 32 texto para discussão | 908 | set 2002 ipea (continuação) 121 - TABACO/FUMO 041 - TRIGO NÃO TRITURADO Países 1994 1995 1996 1997 1998 Países 1994 1995 1996 1997 1998 Brasil 13,229 13,970 14,726 14,779 13,782 Alemanha 4,183 3,114 3,397 3,452 4,545 China 1,300 1,378 0,757 1,613 2,277 Argentina 4,910 5,869 5,372 7,705 8,984 Estados Unidos 11,477 16,014 4,514 5,968 10,202 Austrália 12,243 7,637 15,751 18,762 15,274 Grécia 4,283 4,101 3,406 3,703 3,765 Bélgica -1,828 -2,452 -2,293 -2,379 -2,165 Índia 1,165 2,197 2,812 3,571 3,648 Canadá 18,892 16,733 14,318 18,116 13,961 Indonésia -0,932 -1,051 -0,753 -0,768 1,112 Casaquistão 0,523 1,396 1,445 1,807 1,791 Itália 0,835 0,985 1,779 0,460 0,506 Estados Unidos 27,558 30,397 30,504 21,833 23,638 Malauí 3,909 5,718 5,267 4,398 4,432 França 14,649 17,305 14,533 13,567 13,666 Turquia 7,854 4,759 8,141 8,165 8,084 Hungria 0,595 1,947 0,275 0,723 1,112 Zimbabwe 12,897 9,159 10,943 8,208 8,335 Reino Unido 1,987 2,009 2,775 2,108 2,385 054 - VEGETAIS FRESCOS Países 1994 1995 1996 1997 1998 Bélgica 2,0751,836 1,830 1,812 2,207 Canadá -1,141 -0,513 -0,101 -0,091 0,537 China 6,521 5,592 5,675 5,852 5,423 Espanha 5,919 6,823 7,981 9,084 8,655 Estados Unidos 0,052 -0,661 -2,284 -2,299 -4,015 França -2,144 -2,505 -2,277 -1,836 -1,471 Itália 2,617 2,953 3,405 3,001 2,894 México 5,604 6,981 6,272 6,772 7,378 Países Baixos 11,254 12,354 9,770 9,429 9,538 Turquia 2,168 1,915 2,542 2,713 2,187 Fonte dos dados brutos: ONU. Participação do Saldo Comercial dos Produtos no PIB Yik = 100 . ((Xik – Mik)/Yi) Em % 061 - AÇÚCAR 263 - ALGODÃO Países 1994 1995 1996 1997 Países 1994 1995 1996 1997 Alemanha 0,012 0,012 0,010 0,014 Argentina 0,090 0,231 0,253 0,157 Bélgica 0,053 0,057 -0,045 -0,048 Austrália 0,145 0,162 0,187 0,256 Brasil 0,205 0,380 0,310 0,330 Benin 11,747 13,016 12,336 12,128 Cuba 5,739 5,269 6,644 6,420 Estados Unidos 0,045 0,061 0,039 0,041 Estados Unidos -0,011 -0,011 -0,018 -0,017 Grécia 0,327 0,447 0,550 0,358 França 0,095 0,100 0,112 0,083 Índia -0,032 -0,024 0,103 0,045 Maurício 10,571 11,441 13,243 10,168 Mali 8,134 12,204 12,338 15,641 Países Baixos 0,010 0,015 -0,007 0,035 Tajiquistão 4,343 7,498 7,748 7,480 Reino Unido -0,080 -0,081 -0,088 -0,070 Turcomenistão 16,994 15,668 14,809 12,384 Tailândia 0,620 0,955 0,996 0,792 Usbequistão 4,397 4,455 6,582 5,392 042 - ARROZ 232 - BORRACHA NATURAL E GOMAS Países 1994 1995 1996 1997 Países 1994 1995 1996 1997 Argentina 0,040 0,073 0,071 0,095 Camarões 0,382 0,438 0,620 0,633 Austrália 0,079 0,058 0,067 0,075 Cingapura 0,408 0,413 0,303 0,148 China 0,060 -0,061 -0,023 0,015 Côte d´Ivoire 0,637 0,922 1,008 0,929 Estados Unidos 0,014 0,014 0,013 0,011 Hong Kong -0,018 -0,015 -0,015 -0,010 Índia 0,104 0,345 0,211 0,204 Indonésia 0,826 1,177 1,066 0,795 Itália 0,036 0,032 0,036 0,028 Malásia 1,621 2,133 1,593 0,920 Paquistão 0,561 0,811 0,851 0,783 Nigéria 0,207 0,420 0,540 0,304 Tailândia 1,318 1,517 1,474 1,553 Sri Lanka 0,739 0,829 0,861 0,733 Uruguai 1,505 1,650 2,197 2,336 Tailândia 1,407 1,911 1,842 1,372 Vietnã 5,431 4,475 4,586 3,141 Vietnã 1,435 2,056 0,248 0,517 233 - BORRACHA SINTÉTICA 072 - CACAU Países 1994 1995 1996 1997 Países 1994 1995 1996 1997 Alemanha 0,000 -0,001 0,000 -0,001 Brasil 0,060 0,024 0,033 0,018 Bélgica 0,072 -0,105 -0,095 -0,102 Camarões 1,151 1,322 1,447 1,477 Canadá 0,003 -0,003 -0,001 -0,002 Cingapura 0,163 0,152 0,158 0,142 Coréia -0,030 -0,026 -0,013 0,002 Côte d´Ivoire 10,278 12,198 15,364 14,422 Estados Unidos 0,007 0,009 0,011 0,009 França -0,019 -0,022 -0,026 -0,023 França 0,020 0,002 0,016 -0,003 Gana 1,431 7,637 7,912 6,716 Japão 0,015 0,020 0,020 0,018 Indonésia 0,177 0,180 0,203 0,216 Países Baixos 0,018 0,015 0,022 0,050 Malásia 0,398 0,270 0,255 0,213 Reino Unido 0,013 0,014 0,008 0,008 Nigéria 0,487 0,484 0,732 0,625 Rússia 0,054 0,068 0,077 0,057 Países Baixos 0,046 0,048 -0,009 0,122 (continua) ipea texto para discussão | 908 | set 2002 33 (continuação) 071 - CAFÉ E SUBSTITUTOS 011 - CARNE FRESCA CONGELADA E RESFRIADA Países 1994 1995 1996 1997 Países 1994 1995 1996 1997 Alemanha -0,069 -0,104 -0,066 -0,090 Alemanha -0,159 -0,181 -0,184 -0,141 Brasil 0,531 0,486 0,408 0,581 Austrália 0,811 0,732 0,611 0,673 Colômbia 4,414 3,879 3,328 4,563 Bélgica 0,582 0,690 0,719 0,621 Costa Rica 4,415 5,850 5,426 5,718 Canadá 0,043 0,070 0,111 0,144 Côte d´Ivoire 2,542 3,845 2,983 3,076 Dinamarca 1,868 1,881 1,722 1,734 Estados Unidos -0,036 -0,048 -0,039 -0,053 Estados Unidos 0,043 0,066 0,070 0,060 Guatemala 3,544 5,722 4,870 5,834 França 0,004 0,017 0,041 0,060 Indonésia 0,489 0,368 0,336 0,281 Irlanda 2,778 2,606 2,093 1,757 México 0,144 0,289 0,267 0,303 Nova Zelândia 3,441 3,498 3,577 3,498 Vietnã 5,589 9,681 4,259 4,236 Países Baixos 1,149 1,163 1,041 0,873 048 - CEREAIS 057 - FRUTAS, NOZES E OUTROS Países 1994 1995 1996 1997 Países 1994 1995 1996 1997 Alemanha 0,011 0,007 0,011 0,020 Bélgica -0,114 -0,192 -0,373 -0,111 Bélgica 0,191 0,281 0,283 0,300 Chile 1,971 1,973 2,194 1,904 Canadá -0,015 -0,004 0,016 0,017 Costa Rica 9,306 11,192 10,944 10,739 Dinamarca 0,247 0,251 0,238 0,237 Equador 5,759 6,715 7,629 9,984 Estados Unidos 0,001 -0,002 -0,002 -0,002 Espanha 0,492 0,541 0,557 0,583 França 0,009 0,013 0,010 0,017 Estados Unidos 0,008 0,010 0,007 0,004 Irlanda 0,375 0,511 0,477 0,448 França -0,096 -0,103 -0,080 -0,068 Itália 0,091 0,112 0,133 0,123 Itália 0,083 0,084 0,077 0,063 Países Baixos 0,216 0,253 0,213 0,197 Países Baixos -0,112 -0,112 -0,113 -0,109 Reino Unido 0,022 0,022 0,037 0,026 Turquia 0,656 0,686 0,584 0,626 058 - FRUTAS PRESERVADAS E PREPARADAS 248 - Là Países 1994 1995 1996 1997 Países 1994 1995 1996 1997 Alemanha -0,048 -0,057 -0,058 -0,059 Alemanha -0,082 -0,074 -0,056 -0,056 Bélgica -0,045 -0,043 -0,040 0,005 Áustria 0,385 0,465 0,400 0,404 Brasil 0,211 0,215 0,272 0,191 Brasil 0,073 0,082 0,073 0,085 China 0,053 0,063 0,061 0,065 Canadá 1,338 1,245 1,420 1,389 Espanha 0,060 0,070 0,067 0,073 Estados Unidos -0,070 -0,059 -0,079 -0,084 Estados Unidos -0,003 -0,004 -0,008 -0,008 Finlândia 1,208 1,305 1,045 1,108 França -0,055 -0,062 -0,062 -0,055 França -0,026 -0,027 -0,025 -0,028 Itália 0,033 0,039 0,042 0,033 Malásia 3,148 2,699 2,070 1,620 Países Baixos 0,006 -0,018 -0,046 -0,040 Rússia 0,076 0,096 0,109 0,117 Tailândia 0,462 0,440 0,489 0,376 Suécia 1,031 1,069 1,014 1,020 022 - LEITE E CREME 044 - MILHO NÃO TRITURADO Países 1994 1995 1996 1997 Países 1994 1995 1996 1997 Alemanha 0,111 0,146 0,142 0,126 África do Sul 0,420 0,048 0,263 0,179 Austrália 0,167 0,177 0,223 0,201 Alemanha -0,013 -0,013 -0,013 -0,010 Bélgica 0,107 -0,009 0,102 0,100 Argentina 0,248 0,360 0,627 0,629 Dinamarca 0,271 0,280 0,257 0,252 Bélgica -0,142 -0,157 -0,133 -0,081 Estados Unidos 0,004 0,005 0,002 0,004 Brasil -0,040 -0,035 -0,002 -0,008 França 0,081 0,096 0,077 0,081 Canadá -0,005 -0,010 -0,009 -0,015 Irlanda 0,604 0,902 0,388 0,421 China 0,153 -0,117 -0,006 0,105 Nova Zelândia 1,750 1,764 2,289 2,269 Estados Unidos 0,068 0,121 0,133 0,080 Países Baixos -0,023 -0,143 -0,046 -0,047 França 0,126 0,122 0,119 0,100 Reino Unido 0,032 0,037 0,025 0,030 Hungria 0,239 0,344 0,129 0,460 423 - ÓLEOS VEGETAIS 251 - PAPEL RECICLADO P/ EMBRULHO Países 1994 1995 1996 1997 Países 1994 1995 1996 1997 Alemanha 0,018 0,029 0,020 0,026 Alemanha -0,112 -0,153 -0,106 -0,097 Argentina 0,746 1,059 0,925 1,004 Brasil 0,158 0,254 0,160 0,157 Bélgica 0,053 0,111 0,077 0,066 Canadá 0,763 1,209 0,775 0,732 Brasil 0,132 0,164 0,088 0,065 Chile 1,732 2,771 1,549 1,306 Canadá 0,037 0,034 0,037 0,026 Estados Unidos 0,023 0,037 0,020 0,017 Espanha 0,124 0,085 0,153 0,235 Finlândia 0,504 0,675 0,511 0,516 Estados Unidos 0,003 0,009 -0,003 0,003 Indonésia -0,309 -0,221 -0,151 -0,067 França -0,003 -0,005 -0,012 -0,009 Portugal 0,633 0,881 0,524 0,534 Itália -0,045 -0,016 -0,029 -0,051 Rússia 0,054 0,068 0,077 0,064 Países Baixos 0,108 0,138 0,112 0,103 Suécia 0,525 0,741 0,536 0,532 034 - PEIXE FRESCO CONGELADO E RESFRIADO 035 - PEIXE SALGADO E DEFUMADO Países 1994 1995 1996 1997 Países 1994 1995 1996 1997 Canadá 0,087 0,063 0,064 0,076 Alemanha -0,009 -0,010 -0,009 -0,008 Chile 1,375 1,557 1,491 1,616 Canadá 0,030 0,033 0,038 0,025 China 0,047 0,076 0,065 0,080 China 0,016 0,016 0,006 0,008 Dinamarca 0,399 0,304 0,244 0,267 Costa Rica 0,177 0,335 0,654 0,826 Espanha -0,142 -0,146 -0,138 -0,120 Dinamarca 0,215 0,164 0,152 0,154 Estados Unidos -0,007 -0,006 -0,010 -0,016 Estados Unidos 0,000 -0,001 0,000 -0,001 França -0,054 -0,065 -0,067 -0,056 Hong Kong -0,203 -0,255 -0,202 -0,193 Islândia 11,218
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