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Í N D I C E D e c r e t o nº 5 4 . 9 9 9 , de 13 de n o v e m b r o de 1964 ( a l t e r a d o pe los D e c r e t o s 57 .347 , de 2 5 - 1 1 - 6 5 , e 5 7 . 8 1 3 , de 2 5 - 2 - 66) 11 Reg imen to 13 L i s t a dos P a r t i c i p a n t e s 17 D i s c u r s o s 31 Do M i n i s t r o T a r s o D u t r a 33 Do G o v e r n a d o r Luiz Vianna F i lho 37 Do P e . J o s é de V a s c o n c e l l o s 43 Documento B á s i c o 47 A p r e s e n t a ç ã o 49 T e m a - E x t e n s ã o da E s c o l a r i d a d e 53 Subtema I - C r i a ç ã o das C l a s s e s de 5a . e 6a . Se_ r i e s do C u r s o P r i m á r i o 78 Subtema II - A r t i c u l a ç ã o e n t r e o Ens ino P r i m á r i o e o Ginas i a l 81 Subtema III - P r i m e i r o Cic lo Médio 85 Antepro je to de R e c o m e n d a ç õ e s 93 D o c u m e n t o s d e T r a b a l h o Extensão da Escoiaridade 101 Articuiação entre o Ensino Pr imár io e o Ginas ia l . . 109 Pr imei ro Ciclo do Ensino Médio 119 O Artigo l l 6 da Lei de Diretrizes e seu Cumpri- mento 128 Currículo Ginasial Secundário no Brasil , depois da Lei de Diretrizes e Bases 134 Ginásio Orientado para o Trabalho (Ginásio Polivalente ) 150 Organização do Ensino Médio em Dois Ciclos e em Ciclo Único por Países (Dados de Educa ção Comparada) 158 Reorganização da Educação de Base no B r a s i l . . . 163 Provas de Rendimento Escolar no Curso Pr ima rio 179 Bases para uma Reforma de Educação no Perío do de Escoiaridade Obrigatória 197 Destino das Crianças que Concluíram o Curso Pr imár io no Estado da Guanabara 289 Serão Adequados os Programas Brasi le i ros de Curso Pr imár io ? 295 Bibliografia Seletiva sôbre Extensão da Escola- ridade 323 Implantação das Classes de 5a. e 6a. S e r i e s na Cidade de São Paulo 341 Centro Educacional Carneiro Ribeiro 377 Educação — Problema de Formação Nacional 385 Uma Experiência da Educação Pr imár ia Integral . . 397 O Problema de Formação do Magistério 409 Educação Complementar 420 Temas de Reflexão sôbre as 5a. e 6a. Séries P r imár ias 429 Organizada pelo INEP, reuniu-se em Salvador, B a h i a , em abril de 1967, a I I I Conferência Nacional de Educação, de que participaram líderes da Educação e representantes de entida- desde nosso País e de agências internacionais. Criadas por força do Decreto n° 54.999, estas reuniões de educadores já se constituíram em um fórum de debates sobre os mais relevantes problemas do ensino e conduzem, como é na- tural, a uma tomada de posição diante desses mesmos p r o b l e - mas. A I Conferência, realizada em Brasí l ia , em fins de mar- ço e início de abri l de 1º65, abordou um tema geral — Coordê- nação de recursos e medidas para o desenvolvimento da educação nacional", com dois subtemas "Piano nacional e p i a n o s e s t a - duais de educação" e "Normas para a eiaboração, articuiação, execução e avaliação dos pianos de educação . A II Conferência, realizada em Porto Alegre, em fins de abri l de 1º66, focalizou tema mais específico — ''Desenvolvi- mento do ensino pr imário; Treinamento, formação e aperfeiçoa- mento de professores pr imár ios ; Construção e equipamento de escoias". E a I I I Conferência, numa seqüência lógica, caracte_ r í s t ica destas reuniões, teve como tema principal — 'Extensão da escoiaridade" e subtemas "Criação de ciasses de 5a. e 6a. s e r i e s do curso primário; Articuiação entre o ensino primário e o ginasial; Pr imeiro ciclo médio", matérias destacadas na pro_ blemát ica educacional bras i le i ra . Do trabalho realizado, que se condensa nas Recomenda- ções Finais ; dos depoimentos e opiniões dos participantes da reu- nião através dos quais se podem t raçar as linhas da nossa reali- dade educacional e avaliar a necessidade de modificações; dos do- currietvtos básicos, que servi ram de subsídios aos temas t r a t a - dos; das contribuições t razidas pelos organismos nacionais e in- ternacionais ligados à educação; de toda a problemática debatida e d a s conclusões aprovadas — procura-se dar uma visão global nos Anais agora publicados, em obediência ao Regimento da Con- ferência. Buscam os Anais, desse modo, condensar o pensamen- to dos educadores bras i le i ros , numa equilibrada visão crí t ica da realidade do ensino em nossa t e r r a , suas deficiências e so- luções indicadas para sanar tais deficiências. Que esta publicação possa atingir os objetivos q u e se propõe, contribuindo para o esciarecimento dos problemas, não somente reiacionados com o tema especifico da I I I Conferen- cia, mas a toda a conjuntura educacional bras i le i ra são os vo- tos dos E d i t o r e s . PRESIDENTE DA REPÚBLICA MARECHAL ARTHUR DA COSTA E SILVA MINISTRO DE ESTADO DA EDUCAÇÃO E CULTURA DEPUTADO T A R S O D U T R A PRESIDENTE DO CONSELHO FEDERAL DE EDUCAÇÃO PROFESSOR D E O L I N D O C O U T O SECRETARIO GERAL DO M E C PROFESSOR EDSON R. DE SOUZA FRANCO DIRETOR DO INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS PEDAGÓGICOS PROFESSOR C A R L O S C O R R Ê A M A S C A R O DECRETO Nº 54.999 - DE 13 DE NOVEMBRO DE 1º64 ALTERADO PELOS DECRETOS nºs 57.347, de 25.11.65, 57.813, de 15.2.66 e 57.876, de 25.2.66 Institui a Conferência Nacional de Educação e dá outras pro- vidências. O P R E S I D E N T E DA R E PÚ B L I CA , usando das atribuições que lhe confere o artigo 87, inciso I, da Constituição, e tendo em vista o disposto no artigo 93, § 1º, alínea C, da Lei Nº 4.024, de 20 de dezembro de 1º61, DECRETA: Art . 1º - O Governo Federal convocara, anualmente, a Conferência Nacional de Educação, para estudo das questões re_ iativas à coordenação de pianos de educação. Art . 2º - Constituirão a Conferência Nacional de Educa_ ção os membros do Conselho Federal de Educação, os Diretores Gerais dos Departamentos, os Diretores das Diretorias de Ensi no e do Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos do Ministe rio da Educação e Cultura, os Secretários de Educação dos Esta_ dos e do Distrito Federal, um representante de cada C o n s e l h o Estadual de Educação, um representante de cada Terr i tór io F£ deral, um representante do Fórum de Reitores das Universida des, o Presidente da Associação Brasileira de Educação, o Pre sidente da Federação Nacional dos Estabelecimentos Particuia_ res de Ensino, o Presidente da Federação Interestadual dos Tra balhadores em Estabelecimentos de Ensino, o Presidente da Con federação dos Professôres Pr imár ios do Brasil e o Presidente da União Nacional das Associações Familiais (Decretos nºs 57.347, de 25.11.1º65 e 57.813, de 15. 2 .1 º66) . § 1º - Presidirá a Conferência o Ministro de Estado da Educação e Cultura. § 2? - Na forma do Regimento poderão ser convidados a participar da Conferência, na qualidade de observadores, r e p r e sentantes das organizações internacionais ou estrangeiras q u e exerçam-no Pais atividades de assistência técnica ou financeira à Educação. Art . 3º - A Conferência Nacional de Educação rea l izar- - se -á entre 1º de março a 30 de abril de cada ano,rotativamente, nas Capitais dos Estados (Decreto nº 57.876, de 25.2 .1º66) Art . 49 - Os trabalhos de cada reunião da Conferência Nacional de Educação versarão sobre tema geral e subtemas, ea_ colhidos na reunião anter ior . § 1º - O tema e os subtemas de cada reunião serão obje_ to de pesquisas e levantamentos prévios e a eles se circunscreve rão os trabalhos da reunião. § 2º - As conclusões e recomendações aprovadas em ca da reunião serão comunicadas aos órgãos técnicos da administra ção pública e terão ampia divulgação. § 3º - Cada reunião estabelecerá o local, a data, o te ma e subtemas da reunião seguinte. Art. 5º - O Ministro da Educação e Cultura expedira o Regimento da Conferência Nacional de Educação e fixaraa data, o tema e subtemas da pr imeira reunião. Art . 6º - Este Decreto entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário. Brasília, 13 de novembro de 1º64; 143º da Independência e 769 da República. R E G I M E N T O Aprovado peia I Conferência e expedida Portar ia Ministerial nº 348, de 8 de dezembro de 1º65, publicada no Diário Ofi_ ciai de 20 de dezembro de 1º65. Art . 1º - A Conferência Nacional de Educação,instituída pelo Decreto Nº 54.999, de 13 de novembro de 1º64, modificado elo Decreto Nº 57. 347, de 25. 11. 1º65, será convocada a n u a l - lente pelo Ministro da Educação e Cultura, no mês de março, pa ra estudos de questões reiativas à coordenação de pianos de edu cação. Art . 2? - Constituirão a Conferência Nacional de Educa_ ção os membros do Conselho Federal de Educação, os d i r e t o - res -gera i s dos Departamentos, os diretores das Diretorias de Ensino e do Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos do Minis_ tério da Educação e Cultura, os Secretários de Educação dos Es- tados e do Distrito Federal, um representante de cada Conselho Estadual de Educação, um representante do Fórum de Reitores das Universidades, o presidente da Associação Brasileira de Edu- cação, o presidente da Federação Nacional dos Estabelecimentos Part icuiares de Ensino, o presidente da Confederação dos P r o - fessôres Pr imár ios do Brasil e o presidente da União Nacional das Associações Famil iais . Parágrafo Único - Poderão ser convidados para partici- par da Conferência, na qualidade de observadores, representantes das organizações internacionais ou estrangeiras que exerçam, no Pais , atividades de assistência técnica ou financeira à educação, em termos de convênio celebrado com o Governo Federal . Art . 3º - Presidirá a Conferência o Ministro da E d u c a ção e Cultura. Parágrafo Único - A Mesa Diretora dos trabalhos c o m por - se -á de t r ê s Vice-Presidentes . O primeiro Vice-Presiden te será o Presidente do Conselho Federal de Educação e os ou tros dois serão indicados, respectivamente, pelos Secretários de Educação e pelos representantes dos Conselhos de Educação dos Estados. DA ORDEM DO Dia, DAS SESSÕES E DA SECRETARia Art . 4º - As reuniões serão realizadas em rodízio nas capitais dos Estados, em dias úteis, consecutivos, havendo ses soes solenes, preparatórias , plenárias e de comissões, em hora rios previamente estabelecidos peia Presidência. § 1º - Os trabalhos versarão exclusivamente sobre . t e ma geral e subtemas escolhidos na reunião anterior . § 2º - A secretar ia da Conferência apresentara informa ções minuciosas sobre a adoção das recomendações da r e u n i ã o anterior e dos resultados alcançados. Art . 5º - O tema e subtemas serão objeto de pesquisa e levantamento prévios, extensivos a todos os Estados e T e r r i t ó r ias , realizados peia Secretaria da Conferência. § 1º - Os formulários para coleta dos dados reiativos à matéria a que se refere este artigo serão distribuídos aos o r gãos administrativos e às entidades competentes, ate 30 de julho de cada ano, devendo as respostas ser devolvidas ate 31 de outu b ro . § 2º - O material referido neste artigo será analisado de modo que sirva de base à eiaboração de reiatório sobre o te ma e os subtemas, o qual deverá concluir por um anteprojeto de recomendações. Art . 6º - A Secretaria da Conferência solicitara de ca da unidade federada reiatório sucinto das atividades educativas no ano anterior, distribuindo-o para troca de informações e co mentarios durante uma sessão plenária, especialmente destinada a esse fim. Parágrafo Único - Os formulários para coleta dos dados reiativos à matéria a que se refere este artigo serão d i s t r i b u j _ dos aos órgãos administrativos e as entidades competentes ate 30 de novembro de cada ano, devendo as respostas ser devolvidas ate 15 de fevereiro do ano seguinte. Art . 7º - Nas sessões plenárias, cada membro poderá usar da paiavra por cinco minutos e apresentar emendas, em tex to escrito sobre a matéria em exame. Art . 8º - Constituirão documentos do trabalho para a Conferência os resultados das pesquisas e dos levantamentos pre vios, os reiatórios das atividades federadas, o Reia tór io-Geral , o anteprojeto de Recomendações e outros que a Presidência en tender oportuno divulgar entre os participantes. Art . 99 - Os documentos de trabalho serão distribuídos aos membros da Conferência ate 30 dias antes da data de sua ins_ taiação. Art . 10 - O Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos, do Ministério da Educação e Cultura, organizara e superintende^ rá os serviços de Secretaria da Conferência, articuiando-se em cada caso com a Diretoria do Ministério com que se reiacionar a matéria do temário. DAS COMISSÕES Art . 11 - Ao instaiar-se a Conferência, a Mesa organi zara duas Comissões: uma de Recomendações e outra encarrega da de apresentar anteprojeto de deliberação sobre o tema, subte_ mas e local da conferência subseqüente. § 1º - A primeira Comissão, constituída de oito m e m bros, sendo dois designados pelo Ministro da Educação e C u l t u ra, dois indicados pelo Presidente do Conselho Federal de Educa_ ção, dois representantes dos Secretários de Educação e dois dos Conselhos Estaduais de Educação, escolhidos, os quatro últimos, pelos respectivos pa res . § 2º - A segunda Comissão será constituída de q u a t r o membros, indicados, respectivamente, pelo Ministro da Educação e Cultura, pelo Presidente do Conselho Federal de Educação, pe los Secretários de Educação e pelos representantes dos C o n s e lhos Estaduais de Educação. Art. 12 - As Comissões reunir-se-ão em horário diver so do das sessões plenárias, sob a presidência de um dos mem bros, eleito pelos seus pares , podendo receber emendas,apresen tadas por escrito, aos anteprojetos. DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 13 - As Recomendações aprovadas peia Conferên cia serão comunicadas aos órgãos competentes da administração publica, sendo também objeto de ampia divulgação. Art . 14 - A Secretaria organizará e publicará em volu me os anais da Conferência. Parágrafo Único - Constarão do volume de cada ano a lista dos participantes da Conferência, a súmuia dos te r r i tór ios das atividades educativas nas várias Unidades da Federação, as Recomendações aprovadas sobre o tema e subtemas, o R e i a t o r io-Geral apresentado peia Secretaria e o resumo dos d e b a t e s nas sessões plenárias e das comissões. Art . 15 - Cada reunião indicará a sede da seguinte,fican_ do a cargo do Estado escolhido organizar o programa social e submetê-lo à prévia aprovação do Presidente da Conferência. Parágrafo Único - Cabe ao Estado, exclusivamente, as despesas referentes ao programa social. Art . 16 - Este Regimento poderá ser modificado p o r proposta de um terço dos membros da Conferência, apreciada por uma Comissão Especial de quatro membros, designada peia Pre_ sidência. I I I CONFERÊNCia NACIONAL DE EDUCAÇÃO LISTA DOS PARTICIPANTES MEMBROS NATOS CONSELHO FEDERAL DE EDUCAÇÃO Cons. Anísio S. Teixeira Cons. Antônio de Almeida Júnior Cons. Celso Kelly Cons. Durmeval Trigueiro Mendes Cons. Edson Raimundo P. Souza Franco Cons. Pe . José Vieira de Vasconcellos Cons. Newton Sucupira Cons. Péricles Madureira de Pinho Cons. Raimundo Moniz de Aragão Cons. Raimundo Valnir C. Chagas Cons. Roberto Figueira Santos SECRETÁRIOS DE EDUCAÇÃO E PRESIDENTES DOS CONSELHOS ESTADUAIS DE EDUCAÇÃO ACRE Secretário da Educação Florentina Esteves Conselho Estadual de Educação Cons. Osmar Sabino de Pauia - Representante AMAZONAS Secretário da Educação Antônio Vinícius Raposo de Câmara Conselho Estadual de Educação Cons. Con. Walter Gonçalves Nogueira- Representante PARÁ Secretario da Educação Acy de Jesus N. Barros Pere i ra Conselho Estadual de Educação Cons. Clóvis Silva de Moraes Rego - Representante MARANHÃO Secretário da Educação Maria José Santos Rego - Representante Conselho Estadual de Educação Cons. Elimar Figueiredo A. Silva - Representante P iaUÍ Secretário da Educação Pe . Balduino Barbosa de Deus Conselho Estadual de Educação Cons. Itamar Souza Brito - Representante CEARÁ Secretario da Educação José Lúcio Fe r re i r a de Mello Conselho Estadual de Educação Cons. Antonieta Rabelo de Castro Andrade -Representante RIO GRANDE DO NORTE Secretário da Educação Jarbas Fer re i ra Bezerra Conselho Estadual de Educação Cons. Jessé Dantas Cavalcanti - Representante PARAÍBA Secretário da Educação Mylton Fer re i ra Paiva - Representante PERNAMBUCO Secretário da Educação José Barreto Guimarães Conselho Estadual de Educação Gilberto Osório de Andrade - Presidente AiaGOAS Secretário da Educação Benedito Hibi Cerqueira Conselho Estadual de Educação Cons. Pe . Humberto Cavalcanti - Representante SERGIPE Secretário da Educação Carlos Alberto Barros Sampaio Conselho Estadual de Educação Cons. Neyde de Albuquerque Mesquita - Representante BAHia Secretario da Educação Luiz Augusto Fraga Navarro de Brito Conselho Estadual de Educação Cons. Ângelo Lyrio Alves de Almeida - Representante ESPÍRITO SANTO Secretario da Educação José Aquino Oliveira - Representante Conselho Estadual de Educação Ruy Lora - Presidente MINAS GERAIS Secretario da Educação Emanuel Brandão Fontes - Representante Conselho Estadual de Educação José Guerra Pinto Coelho - Presidente ESTADO DO RIO DE JANEIRO Secretário da Educação Elio Monerat Solon de Pontes Conselho Estadual de Educação Paulo do Couto Pfeil - Presidente GUANABARA Secretario da Educação Benjamin de Morais Filho Conselho Estadual de Educação Cons. Edilia Coelho Garcia - Representante Cons. Maria Mesquita de Siqueira - Representante SAO PAULO Secretario da Educação Antônio Barros Ulhoa Cintra Conselho Estadual de Educação Cons. Erasmo de Frei tas Nuzzi - Representante PARANÁ Secretario da Educação Carlos Alberto Moro Conselho Estadual de Educação Cons. Otávio Mazziotti - Representante SANTA CATARINA Secretario da Educação Galileu Craveiro Amorim Conselho Estadual de Educação Oriando Fer re i ra de Melo- Presidente Oswaldo Fer re i ra de Melo - Observador ( P i a M E G ) RIO GRANDE DO SUL, Secretário da Educação Luis Lesseigneur de Faria Conselho Estadual de Educação Pe . José Carlos Nunes - Presidente MATO GROSSO Secretário da Educação Wilson Rodrigues Conselho Estadual de Educação Pe. Raimundo C. Pombo - Presidente GOiaS Secretário da Educação Jarmund Nasser Conselho Estadual de Educação Cons. Pe . Ormindo Viveiros de Castro - Representante BRASÍLia Secretario da Educação Maria Melo de Araújo Lopes- Representante Conselho Estadual de Educação Maria Melo de Araújo Lopes - Vice-Presidente PAR T E R R I T Ó R I O S RONDÔNia H e r b e r t A l e n c a r de Souza - R e p r e s e n t a n t e da Divisão de DO Educação AMAPÁ Rubens Andre l lo - R e p r e s e n t a n t e da Divisão de Educação MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA SECRETÁRIO GERAL E dson Ra imundo P . Souza F r a n c o D E P . NACIONAL DE EDUCAÇÃO Celso Kelly - D i r e t o r INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS PEDAGÓGICOS C a r l o s C o r r ê a M a s c a r o - D i r e t o r DIRETOR DO ENSINO SUPERIOR C a r l o s A l b e r t o Del Cas t i lho DIRETOR DO ENSINO SECUNDÁRIO Gi ldás io Amado DIRETOR DO ENSINO INDUSTRiaL R o b e r t o Gomes Leobons - D i r e to r Subst i tuto DIRETOR DO ENSINO C O M E R C i a L ia faye t t e Belfor t G a r c i a Manoel M a r q u e s de Carva lho DIRETOR DO ENSINO A G R Í C O i a Wal t e r Wolf Saur DIRETOR DO DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO Henr ique Cab ra l L i m a A S S O C i a Ç Õ E S ASSOCiaÇÃO BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO ( A B E ) Benjamin Albagl i - P r e s i d e n t e U N i a O NACIONAL DAS ASSOCiaÇÕES FAMILia IS Hel i Meriegali - R e p r e s e n t a n t e FEDERAÇÃO NACIONAL DOS ESTABELECIMENTOS TICU iaRES DE ENSINO Oswaldo Querino S imões , Pres idente CONFEDERAÇÃO DOS PROFESSÔRES P R I M Á R I O S BRASIL Ocyron Cunha, Pres idente O B S E R V A D O R E S FULBRIGHT COMMISSION Arthur Hehl Neiva U . N . E . S . C . O . John Howe - Representante Geral no Bras i l Michel Debrun Jacques Torfs P ierre Furter FORD FOUNDATION Morris L. Cogan 0 > E . A. Germano Jardim C . L . A . P . C . S . Regina Helena Tavares - Representante O. N. Ui Eduardo Albertal F . I . S . I . do Bras i l Al ice Shaffer F . I . S . I . / U . N . E . S . C O . / I . N . E . P . Ângelo D. Marques U . S . A . I . D . - Rio Rosson L. Cardwell Adwin Dolio Monroe Cohen - Educação Complementar George Little F loresta de Miranda Rurik Leite U . S . A . I . D . - Nordeste (Recife) Alvim Bis set Norman Lyons Alzira Coimbra Dais / Tarrozo S . E . N . A . C . Maurício Carvalho S .E .S . I . João Climaco Bezerra Maria Braz - ( Departamento Regional de São Paulo ) S .E .N .A. I . Mario Lisboa Sampaio E . P . E . A . - Ministério do Pianejamento José Nilo Tavares U . F . R . J . - Faculdade de Filosofia Mariana Álvares da Cunha EQUIPE DE PiaNEJAMENTO DO ENSINO SUPERIOR Henry W. Hoge EQUIPE DE PiaNEJAMENTO E ASSESSORia DAS FACULDA DES DE FILOSOFia Alexis Stepanenko EQUIPE DE PiaNEJAMENTO DO ENSINO MÉDIO Floyd Mullinix Albert Hamel Rudolph Sando Manfred Schrupp A s s e s s o r e s : Vicente Umbelino de Souza Pery Porto Teofolino A. Cerqueira Guaracy Gouveia EQUIPE DE ASSISTÊNCia TÉCNICA DO ENSINO PRIMA RIO - I N E P Frank iane Lyra Paixão Charles Turner Diva D. Costa Harold Keeler Maria Ivone Araújo Haias Jackim Zenaide Schultz Edith Berner Wilson H. Pinto Harry White C O N V I D A D O S CENTROS REGIONAIS DE PESQUISAS EDUCACIONAIS - INEP CRPE - INEP - Bahia Hildérico Pinheiro de Oliveira, Diretor CRPE - INEP - Rio Grande do Sul Álvaro Magalhães, Diretor CRPE - INEP - São Paulo J. Quefino Ribeiro, Diretor Hélio ítalo Serafino CRPE - INEP - Minas Gerais Doris Melo Brito, Representante Lygia Maria Araújo CRPE - INEP - Pernambuco Grazielia Pelegrino, Representante CARPE - (Campanha de Reparo e Restauração dos Prédios Es- coiares do Estado) Paulo Diniz Chagas Galileu Reis A S S E S S O R E S ACRE Maria Tereza Figueiredo - ( S . E . ) AMAZONAS Ignês de Vasconcelos Dias - ( C . E . E . ) CEARÁ Maria Lúcia Tavares Ramos - ( S . E . ) Ivanira de Castro Souza - ( C . E . E . ) RIO GRANDE DO NORTE João Wilson Mendes Melo - ( C . E . E . ) Max Cunha de Azevedo - ( C . E . E . ) Zilda Lopes do Rego Edgar Martins de Paiva PERNAMBUCO José Brasi leiro Viianova - (Representante S .E. ) Itamar de Abreu Vasconcelos - ( S . E . ) Maria Elisa Viegas Medeiros - ( S . E . ) Maria Angeia G. de Melo - ( C . E . E . ) AiaGOAS Elias Passos Tenório - ( C . E . E . ) SERGIPE Belmiro da Silveira Góes - ( C . E . E . ) Celina de Oliveira Lima - ( C . E . E . ) BAHia Maria Isabel Bittencourt de :01iveira Dias - ( S . E . ) Maria Constância Xavier de Lima - (S .E . ) MINAS GERAIS Jurema D*Aviia Daumas Tavares - ( C . E . E . ) ESPÍRITO SANTO Michel Elias Mameri - (Conselheiro do C . E . E . ) RIO DE JANEIRO Plínio Leite - ( C . E . E . ) GUANABARA João Pedro de Oliveira - ( S . E . ) Oriando de Almeida - (S .E . ) Delia Christina Gifford- (S .E . ) José Alian Leo Caruso - (S .E . ) SAO PAULO José Mario P i res Azanha - (S .E . ) Maria Aparecida Tanoso Garcia - (S .E . ) PARANÁ Felipe de Souza Miranda Júnior - ( S . E . ) Zelia Mileo Pavão - ( C . E . E . ) SANTA CATARINA Pe . Eugênio Rohr - ( C . E . E . ) 26 RIO GRANDE DO SUL Itália Záccaro Faraco - ( S . E . ) Cleci Mayer - ( C . E . E . ) Steia Fialho Velho - ( C . E . E . ) Edy Fracasso - ( C . E . E . ) MATO GROSSO Miguel Aiagna - ( C . E . E . ) MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA S E C R E T A R i a G E R A L P i a N O NACIONAL DE EDUCAÇÃO Floripes Nunes do Nascimento SanfAna - Chefe Abdias Bispo Wilma P i res Antonieta Souza C O L T E D , Leósthenes Christino - Diretor Executivo DEPARTAMENTO NACIONAL DE EDUCAÇÃO Paulo Ramos Reinaldo Dias Amorim Steia Bastos Tigre Giraldo Adolfo Galvao Vianna Airton Barros Menezes A S S O C i a Ç Õ E S CONFEDERAÇÃO DOS PROFESSÔRES PRIMÁRIOS DO BRASIL Deusolina Salles de Far ias - (Amapá) Maria Elisa Viegas de Medeiros - (Pernambuco) Maria Ângeia G. de Melo - (Pernambuco) Lucy Monteiro - (Rio Grande do Sul) Zilda Levergger Barbosa - (Goiás) Ivonilde Marcos - (Goiás) Maria Aparecida R. Rodrigues - (Goiás) lida de Almeida Nunes - (Goiás) Raydalva Vieira Bitencourt - (Bahia) Olga C Menezes - (Bahia) Helena C. Maia - (Bahia) Jair Simão da Silva - (Santa Catarina) Olga José Vidal - (Paraná) Irene Margarida Sprenger - (Paraná) Maria Luiza Merkle - (Pa raná) Lucília iamêgo Passos - (Espír i to Santo) Maria Gisselda Pel issar i - (Espiri to Santo) Nise Araguaiana Felix - (Mato Grosso) Inalda Franco Lytton - (Mato Grosso) Ignez Vasconcelos Dias - (Amazonas) SECRETARia DA CONFERÊNCia I N E P Prof. Carlos Corrêa Mascaro - Diretor COMISSÃO EXECUTIVA Prof. Zitelmann Oliva Chefe do Gabinete do Reitor da Universidade Federal da Bahia Dr. Pér ic les Madureira de Pinho Diretor Substituto do I N E P Prof. Luiz Augusto Fraga Navarro de Brito Secretário da Educação e Cultura da Bahia ASSESSORES Lúcia Marques Pinheiro - INEP, CBPE Jayme Abreu - INEP, CBPE Heraldo Guimarães Reif de Pauia - INEP Maria Avany da Gama Rosa - INEP Wanda Rolim Pinheiro Lopes - INEP Jaime Simões Aguiar - INEP Stelia Cunha Santos - INEP COiaBORADORES Júlia Azevedo Acioli - CFE - Secretária do Plenário Terezinha Carneiro Luz - CFE - Secretaria das Comis_ soes e Atas Decio Leal Pere i ra de Souza - INEP - Saia de Imprensa Fernando Augusto Pitol de Andrade - CRPE P r o f . Queirosr Filho, Sao Paulo - Plenário Silvio de Moraes Filho - CRPE Prof. Queiroí Filho Sao Paulo - Plenário Luiz de Miranda Corrêa - Serviços Gerais, Recepção Wilma Souza Oliveira - INEP - Secretaria Geral Heloísa iage Ornelias de Souza - CBPE - S e c r e t a r i a Geral Ovidio de Frei tas - SE - São Paulo - Secretaria Eliomar Brito Viana - INEP - Serviços Auxiliares Euclides da Silva - CBPE - Comunicações Fernando Barbosa - UFB - Chefe da Por tar ia João Fausto Nascimento - INEP - Auxiliar MOTORISTAS Antônio Pere i ra - INEP Newton Xavier da Rocha - CBPE Raimundo Alves de Souza - CRPE Bahia Ambrosio Bispo Santana - CRPE Bahia CRPE DA BAHia Zelia Alves de Oliveira - Datilografa Moacir Barbosa Silva - Datilografo Vilebaldo Magalhães Setúbal Filho - Datilografo Josemar Teixeira Monteiro - Datilografo Nerivaldo Sebastião de Almeida - Auxiliar Helena Maria da Silva Dias - Auxiliar Antônio Gonzaga - Material Pedro Barbosa de Jesus - Gravador Alfredo Ramos Pinheiro - Mimeógrafo Oriando Lino da Silva - Mimeógrafo Pedro Damião - Continuo Nelson Vileia - Continuo REPRESENTANTES DA IMPRENSA Luis Inácio Fe r re i r a Castro - Correio da Manhã Wauner Milian - O Globo Adolfo Martins de Oliveira - Diário de Noticias Magda Soares Sparano - Estado de São Paulo Hilson Carvalho Waehneldt - Agência Nacional DCT - TELEX Roberto Carlos Leão Figueiredo - Operador Edgard Santana Bahia - Operador Almir Montenegro - Operador D I S C U R S O S 1. Deputado Tarso Dutra Ministro da Educação e Cultura 2. Prof. Luiz Vianna Filho Governador do Estado da Bahia 3 . P e . José de Vasconce l los Representante do Pres idente do Conselho Federal de Educação Discurso do Ministro Tarso Dutra A I I I Conferência, que ora se instaia na tradicional ci- dade de Salvador, por onde começou a educação no Brasi l ,ocorre após dois importantes acontecimentos: a Reforma Administrati va, de que será próxima conseqüência a reestruturação do Minis_ terio da Educação e Cultura, e a Conferência Presidencial Inter- -Americana de Punta dei Este, que, empenhada na integração con tinental, atribui à educação "alta prioridade da política de desen volvimento integral dos países iatino-americanos". No preâmbu Io do documento, e afirmativo o compromisso: "serão intensifi cadas as campanhas de alfabetização, será levada a efeito grande expansão em todos os níveis de ensino e será elevada sua qualida_ de, a fim de que o rico potencial humano de nossos povos possa prestar a máxima contribuição para o desenvolvimento economic co, social e cultural da America iatina", modernizados os siste mas de ensino, utilizadas ao máximo as inovações educacionais , ampliado o intercâmbio de professores e estudantes. Quem re£ ponde no âmbito nacional pelo cumprimento do compromisso a.s_ sumido? O Ministério da Educação e Cultura,' ao qual caberão a intensificação e o desdobramento de todos esses propósitos; o es_ timulo aos Estados e à iniciativa privada pelos iargos caminhos da assistência financeira e da assistência técnica; o delineamento realista dos Pianos Nacionais de Educação e de Cultura, dos pro gramas de atividades dos órgãos do Ministério, dos c o n v ê n i o s com às entidades regionais. A Reforma Administrativa instituiu, de pronto, em cada Ministério, a Secretaria Geral, com a preci pua função de pianejar, e encontrou, no Ministério da Educação e Cultura, os órgãos precursores desses esforços, os Egrégios Conselhos Federais de Educação e de Cultura, à sabedoria de cujos membros continuará a tarefa final da formuiação d o s Pia_ nos, suas diretr izes e normas de desdobramento. Dada a compo siçao dos órgãos supremos, com educadores e homens de cultura recrutados nas varias regiões geográficas do pais, e dada a regu iar convocação e reuniões de Secretários e Conselhos Estaduais, o encontro nacional deixa de ser um episódio para t ransformar- -se em indispensável dialogo e tentar a linguagem do entendimen- to, a meta de eficiência progressiva. Dai porque, a esta altura e diante de tais circunstâncias, a diretr iz maior será a mobiliza- ção geral de todas as forças da Nação e do povo a serviço da edu- cação. O Ministério da Educação e Cultura, apesar de datar de 1931 e contar tão poucos anos, ja se encontra envelhecido. Nas- ceu numa fase em que o ensino era assistematico, sem responsa- bilidades, definidas. Experimentou, depois, atração inequívoca, peia centralização, na esperança de que a ação federal tudo pode- ria resolver . Desceu à quantidade e variedade dos reguiamentos e injs- t ruções . Ate que a Constituição de 1946, confirmada, neste pon- to, peia de 1967, e a Lei de Diretr izes e Bases impiantaram a dupia sistemática: unidade de diretr izes e descentralizaçãoadmi- nistrativa. Houve quem, àqueia altura, julgasse que o Ministe- rio da Educação se esvaziava. Equívoco dos que perdem velhas funções, esquecidos de outros, de equivalente ou maior vulto, que passariam a enriquecer o quadro de suas responsabilidades. Dai as atitudes contraditórias: o apego ao que ja passara, a insistêri- cia em formuias superadas, a proteiação ante novos encargos, o gosto de transitório, a indecisão em reiação a certos deveres fun- damentais. O Ministério da Educaçãoe Cultura aguardava, paci- ente e conformado, o momento da anunciada Reforma Administra- tiva. Enquanto isso, Departamentos, Diretorias e Serviços prós- seguiam suas atividades, em áreas mais ou menos autônomas, co- mo se constituíssem, não um todo unitário, porem, um arquipeia- go de boas intenções e de comprovada eficiência em m u i t o s de seus setores, apesar do isoiacionismo em que viviam.Crescimen- to pouco ordenado conduziu à proliferação de serviços, tarefas e programas repetidos por vezes, em compartimentos estanques, sem definição orgânica e sem comunicação reciproca, desconheci- dos de uns os esforços de outros. Eis, pois, a paiavra de ordem: mobilização geral de re- cursos e elementos humanos, para a realização dos programas que são atribuídos ao Ministério da Educação e Cultura. Tal como esta recomendado às Universidades pelo Decre- to-lei Nº 53, a concentração se impõe peia melhor utilização de recursos — em pais que não nada em riquezas — e peia meta da maior eficiência ou da rentabilidade progressiva. Dai, a necessi- dade de evitar duplicidades e a urgência de estabelecer coopera- ção entre os órgãos federais e entre os federais, autárquicos, es_ taduais, municipais e privados. Somente o Piano Nacional e seu desdobramento em programas sucessivos assegurarão o proposi to. A reestruturação do Ministério se processara dentro desse espir i to: a concentração de recursos e elementos, complementa da peia articuiação de todos, tornando produtiva a esperançosa mobilização geral . Ha, pois, que pensar em termos de p r o g r a _ mas e em reaparelhar o Ministério em função do sistema pianeja_ do de trabalho. Impõe-se, de um iado, a necessidade de precisar e objeti_ var as tarefas da União; e de outro, o sistema federal de ensino, com ênfase no grau superior e os sistemas federais dos Terr i to rios, predominantes nos graus primário e médio. Tais sistemas atendem ao caráter supletivo, à responsabilidade direta ou às ex- periências e pesquisas essenciais ao programa pedagógico. Contemporaneamente, apresenta-se o problema da ass is- tência financeira e técnica; aqueia, em proporções de vencer os deficits escoiares; esta, em condições de qualificar o ensino. Três preocupações desafiam a argúcia de administrado- res e mes t r e s : o da educação de base para adultos iletrados, o do aperfeiçoamento do magistério, como a mais positivadas con tribuições e o da integração de serviços universitários nas co munidades correspondentes. Cabe, aqui, manifestar a crença nos valiosos resultados da extensão da escoiaridade, que e um dos temas centrais desta Conferência. A Constituição atual fixou entre 7 e 14 anos a faixa etária obrigada à escoiaridade. Tal obrigatoriedade será cumpri da na escoia primaria ou nos primeiros anos da escoia m e d i a ; não corresponde a grau, porem à idade. Em rumo paralelo, a escoia primaria , em regra de 4 anos, tem sua extensão prevista nas Diretrizes e Bases a mais duas se r i es . Insiste a lei na ar- ticuiação entre os graus de ensino. Pr imário e ginásio c o n t i - nuam-se. O acento vocacional e sua projeção na capacidade cria- tiva do aluno são exigências das 5a. e 6a. ser ies; não poderão ser omitidos no 1º ciclo dos cursos médios. Assim, a educação comum será o it inerário do aluno entre 7 e 14 anos,a começar pe_ ia escoia primaria gratuita. Os debates da I I I Conferência assumirão especial im- portância, peia oportunidade, peia objetividade, peia produtivi- dade, no desenvolvimento dessa relevante tese educacional. Assim, pois, a paiavra conclusiva do Ministro e de apoio a esta iniciativa, de esperança na validade de seus trabalhos, de congratuiações com seus integrantes, quer o s Conselheiros de Educação, quer os t i tuiares do Ministério, quer os Secretá- rios estaduais, quer as entidades nacionais e internacionais aqui representadas. A todos, a afetuosa saudação do Governo da Republica. Discurso do Governador Prof. Luiz Vianna Filho Senhor Ministro: Embora habituada a ass is t i r importantes e numerosos con ciaves, que nos distinguem com a sua preferência, ra ras vezes teve a Bahia a honra de acolher Conferência de igual significado para a vida nacional, quanto esta que Vossa Excelência agora ins_ taia entre nossas alegrias e esperanças . Não empresto qualquer exagero nesta afirmativa, pois eia se esteia, fundamentalmente, na arraigada convicção da importância vital da Educação na pro blemática bras i le i ra . Mas, se nos desvanece a vossa presença, senhores i n t e grantes da I I I Conferência Nacional de Educação, acredito que também seja para vos motivos de satisfação e estimulo vos r e u - nides na t e r ra natal de Ruy Barbosa, por toda a vida dos nossos mais infiamados e vigorosos propugnadores das causas da educa ção. Dizia êle que a "instrução não tem preço". E podeis estar certos de que continuamos fieis a esse pensamento. Nem e por outro motivo que vos peço licença para evocar estas incisivas pa- iavras de Ruy Barbosa, escr i tas aqui mesmo na Bahia, em 1881: "A primeira dessas questões vitais para a nossa pátria e a instru- ção publica em todos os seus graus . Ai ha reformas s u b s t a n - ciais que introduzir, e esforços heróicos que empreender. Enor- mes são os sacrifícios essenciais a um movimento útil nesse sen- tido; mas, no meu entender, em matéria de Educação popuiar, como em matéria de defesa nacional, não e o peso dos sacrifícios o que se mede, mas a extensão das necessidades. A esse respei- to exprimirei, não figurada, mas literalmente, a minha opinião, dizendo que não considero mais imprescindíveis à existência de um povo os sacrifícios de guerra do que os exigidos para o derra- mamento do ensino. Em tais assuntos condenarei sempre como verdadeira monstruosidade toda economia que tenda a restr ingir despesas cuja precisão se confesse". Ainda hoje, passadas tantas décadas, não pode ser outra a nossa cartilha nessa matér ia . Ha muito, alias, que se afirma ostentar o sistema educacional do pais um dos traços mais fortes da política paternalista de nossos governos. Por mais s é r i o s que tenham sido os últimos esforços, este revigoramento não al- cançará ainda as expectativas do estagio econômico e social con quistado. Ora, de fato, toda politica educacional reflete conflitos in f ra-es t ruturais . No particuiar do Brasil , eia resulta do antago_ nismo entre um complexo institucional decadente e as forças cr i adas peia sociedade industrial. A este choque de estruturas , de projeção inevitável no sis- tema de ensino, nem sempre correspondeu uma compreensão pre cisa da realidade circunstante e, o que e pior, muitas poucas vê zes, esta identificação estimulou a vontade decidida de superá-ia . Dai toda a distância e descompasso medeando entre as exigências do momento e o contexto da educação no pais. Seus objetivos li mi taram-se durante muitas décadas, desde ao preparo de profis- sionais de categorias limitadas, à negligência e mesmo r e c u s a em utilizar a pesquisa como instrumental de cultura. As distor- ções se acumuiaram desse modo, comprometendo métodos e me tas operacionais, requeridos peia sociedade em mudança. Muita coisa, e certo, tem sido realizada. Mas os feitos testemunhados aparecem bastante modestos em reiação a outros países, mais pobres do que o Brasil, como Honduras, Bolívia ou Venezueia. Alias, ressalvado o ensino primário,doloroso e cons tatar que os índices de concessão de matrícuias alcançados pelo Brasil em 10 anos foram inferiores ao percentual médio de toda America iatina. Sendo assim, e preciso repensar a educação; adequa-ia às transformações processadas; fazê-ia responder aos reciamos do grande numero que deseja participar das decisões nacionais. A historia ja soterrou, de ha muito, o pretexto dos dirigentes des preparados, para os quais,seria "difícil governar um povo que sabe demais" . Nos dias presentes, ao contrario, o homem de go- vêrno não pode desconhecer que a educação e o progresso se a- cham dinamicamente condicionados. Inclusive o progresso e o aperfeiçoamento político, pois somente peia educação l o g r a r e - mos fortalecer efetivamente a democracia que não deve existir por concessão ou conveniência de ciasses mais poderosas, m a s como decorrência de imperativo da nacionalidade .Havendo ingres- sado na fase definitiva da impiantação da vida democrática, com todas as conseqüências a eia imanentes, o Brasil precisa também contar com uma popuiação crescentemente consciente dos d e v e res inerentes aos cidadãos de um país protegido peia liberdade. Tanto ass im que ainda os Estados mais industrializados no mim do moderno continuam a proceder constantes reformas dos seus sistemas de ensino. este progresso de "fermentação pedagógica" repele qualquer atitude de conformismo em soluções definitivas para os problemas educativos. Ora, tal postura de renovação pressupõe, antes de tudo, que Educação é desenvolvimento. Por isso mesmo, ao enunciar para os meus conterrâneos os objetivos do Governo, tive, ha pou- cos dias, oportunidades de lhes dizer que julgava essencial edu- carmos para enriquecer e m vez de pensar em enriquecer p a r a educar. Não enunciava, alias, nenhuma novidade tanto esta hoje provada a íntima e inelutavel reiação existente entre educação e prosperidade. Ambas andam de mãos dadas. E nos desejamos e esperamos fazer com que essas mãos se apertem cada vez mais seguros de que nenhum investimento e mais remunerador do que aquele que nos fôr dado fazer no campo da educação. Realmente na medida em que um povo deseja acelerar ou resguardar o seu crescimento econômico, a ebulição nas escoias não pode esmore_ cer . Ha que se considerar, de um iado, que quando mais densa a oferta, menos estará comprometida, em principio, a expansão dos serviços ou a adaptação às novas técnicas de produção. Uma oportunidade de aprender para todos não somente significa o re conhecimento de um direito ou a presença de um fator de integra ção social, como também a certeza da eiasticidade de um capital reprodutivo, altamente rendável. A democratização de ensino re veia-se como uma garantia para o desenvolvimento. Por outro iado, parece inadmissível separar os aspectos quantitativos da natureza qualitativa de um programa e d u c a c i o nal. Certo, a mensuração dos primeiros ignora as dificuldades da avaliação qualitativa, sempre subordinada aos imponderáveis do julgamento subjetivo. Mas, nenhuma soma se efetua na educa ção, nenhuma saia de auia se acrescenta sem que, concomitante mente, se enriqueça o nivel e patrimônio da qualidade do aprendi- zado. Nem por isso, entretanto, permite-se ao Estado descui- dar do aprimoramento de suas escoias ou do nivel de sua armadu- ra como um todo operacional. Faz-se mister, por exemplo, res ponder as prioridades emergentes e diversificar o preparo profis sional, de acordo com a demanda dos mercados mais elást icos. Alem disso, a pouco e pouco, mesmo nos países mais pobres, es boça-se desde ja, o dialogo entre a competição econômica e a for mação técnico-profissional. No Brasil, não e de hoje a alerta para a situação do ensi no médio. Muito se tem advertido que a sua inautenticidade pode_ ra comprometer, em curto prazo, o desenvolvimento nacional. No setor do ensino comercial, a percentagem de alunos m a t r i - cuiados é inferior à de Honduras, El Salvador ou Faraguai . En quanto Costa Rica acolhe em estabelecimentos industriais 18,4% dos alunos do ensino médio, o Peru 8, 4% e o México 6, 4%.o nos so pais não ultrapassou, em 1960, a casa de 2, 2%. Inútil lem- brar as escoias agrícoias, onde o indice nacional se estioia em 0,6%. Esta atitude que bem se identifica a velhos preconceitos da sociedade ocidental estranguia, a pouco e pouco, as expectati vas crescentes da mão de obra especializada, sobretudo n o s nu cleos mais recentes de crescimento econômico. Ainda mais, uma educação para o desenvolvimento suben- tende uma escoia educativa. Vale dizer, a escoia, qualquer que seja o seu nivel, não representa apenas um estagio no c a m i n h o das universidades. Ao contrario, cada uma deias deve esgotar e perfazer a sua missão, consciente de que prepara um homem pa- ra a vida, na grande maioria das vezes sem a atração ou o privi- legio de freqüentar os bancos universi tár ios. Esta e uma p o s i - ção realista que a falácia dos demagogos não pode desmentir e a sensibilidade dos homens públicos não deve negligenciar. Em suma, repito, a educação brasi leira precisa s e r res- pensada. Esta deliberação exigira muito de cada um de vós. Mas todo o esforço, todo o sacrifício, toda a luta contra as resisto; cias inevitáveis, robustecera a fé nesta Nação que nasceu p a r ; ser grandiosa. Bem sei, Senhor Ministro, que a Vossa Excelência n ã o faltam ânimo, espirito publico e capacidade para levar a b o m têrmo tarefa de tanta monta. Por muitos anos, colega de Vossa Excelência na Câmara dos Deputados, cedo aprendi a admirar - lhe as qualidades do homem publico voltado e votado aos interês- ses da coletividade. Por isso mesmo, chamado a integrar o Mi nisterio do eminente Presidente Costa e Silva, não muda V o s s a Excelência a sua caminhada: apenas a prossegue com mais pode- rosos instrumentos, para alcançar bem servindo, aqueia meta ad- miravel, apontada pelo Chefe do Governo: o homem brasi le iro, na realidade o objetivo desta Conferência. Vêde, portanto, que não exagerei o orgulho de. Bahia ao ser escolhida para sede da III Conferência Nacional da Educa ção. Resta-me apenas formuiar votos por que, em meio aos vos sos frutuosos trabalhos, também encontreis em nossa terra, que é também a vossa terra, os momentos de enlevo propiciados pelo afeto com que vos abrimos os braços de irmãos mais velhos de todos os brasileiros. Discurso do Pe . José de Vasconcellos Impedido por motivos de saúde de aqui comparecer, pe_ diu-me o Prof. Deolindo Couto, Presidente do Conselho Federal de Educação, que aqui o representasse nesta I I I Conferência Na_ cional de Educação na minha qualidade de Presidente, no mesmo Conselho, da Câmara de Ensino Pr imár io e Médio, C â m a r a à qual estão afetos os problemas que serão objeto de estudos, neste Conciave. "Cada dia se torna maior o numero de homens e mulheres de diversos grupos e nações que tomam consciência de serem os criadores e autores da cultura de sua comunidade. No mundo in- teiro cresce cada vez mais o senso de autonomia e ao m e s m o tempo de responsabilidade, que é de máxima importância para o amadurecimento espiritual e moral do gênero humano. Isto apare_ ce mais ciaramente quando colocamos diante dos olhos a unifica_ ção do universo e a tarefa que nos e imposta de edificar um mun_ do melhor na verdade e na just iça. Portanto, desta maneira, tes- temunhamos o nascimento de um nôvo humanismo no qual o ho- mem se define, em primeiro lugar, por sua responsabilidade pe_ rante os seus irmãos e a historia. Nestas condições não e de se admirar que o homem, seri- tindo a responsabilidade no progresso da cultura, alimente u m a esperança maior, mas ao mesmo tempo contemple de alma angus tiada as inúmeras antinomias existentes que êle deve resolver : Que fazer para que os intercâmbios culturais m a i s fre_ quentes, que deveriam levar os diversos grupos e nações a um dialogo verdadeiro e frutuoso, não perturbem a vida das comum dades, não destruam a sabedoria dos antepassados e nem c o l e - quem em perigo a índole própria de cada povo? Como se deve favorecer o dinamismo e expansão da nova cultura, sem que pareça a fidelidade viva para com a h e r a n ç a das tradições? E isto surge, particuiarmente,onde a cultura, que se origina de um progresso enorme das ciências e da t e c n i - ca, deve harmonizar-se com aqueia civilização que se alimenta dos estudos clássicos, segundo as diversas t radições . Como se pode conformar uma dispersão tão rápida e pro- gressiva das ciências part icuiares com a necessidade de eiaborar a sua síntese e de conservar nos homens as faculdades de contem piação e admiração que encaminham para a sabedoria? Que se deve fazer para que todos os h o m e n s participem dos bens culturais do mundo, quando simultaneamente a cultura humana dos mais peritos se torna cada vez mais sublime e mais complexa? No meio destas antinomias é necessário que a cultura hu- mana se desenvolva de tal modo que aperfeiçoe de maneira equili- brada a pessoa humana integral e ajude os homens a desempenhar as funções a que são chamados, sobretudo os cristãos, unidos fra ternalmente na única família humana." (GAUDIUM ET SPES, n º s 55 e 56) . Estas paiavras tão altas, fruto da reflexão de m a i s de dois mil graduados representantes de todas as iatitudes do globo, bem podem servir de inspiração aos trabalhos desta Conferência que hoje se inicia nesta nobilissima Província, cultuada, mereci damente, como Mãe e Mestra — MATER ET MAGISTRA — da própria nacionalidade. O tema justifica todo o in teresse : a articuiação e n t r e o ensino pr imário e médio nos seus aspectos de extensão da escoia_ ridade, da criação da 5a. e 6a. series pr imar ias , do ingresso nos cursos de nivel médio. Como representante do Conselho, e para mim motivo de satisfação encontrar nos documentos de t ra- balho desta Conferência identidade perfeita de vistas, como se po- dera verificar pelos pareceres que serão distribuidos aos p a r t i - cipantes. O que, no entanto, Senhores, me empenha neste m o m e n - to, do alto desta solenidade, e renovarmos juntos, os educadores aqui presentes , a profissão de nossa confiança na tarefa alta e no bre de educar. Creio, firme e inabalàvelmente, no futuro deste pais, mas fundamento minha crença somente na boa formação das gerações que sobem. Na educação destes brasileir inhos que passam peias nossas escoias joga-se com o futuro da própria nacionalidade; ne nhum problema lhe toma o passo em importância e urgência. Co mo num circulo vicioso, todos os gravames que retardam ou es_ tranguiam entre nos as melhores idéias incidem em ultima anali se na educação do povo. Creio nos mes t res deste país, dos mais altos aos mais hu rnildes, persuadidos como estão — sem o prociamar — que os que militam neste campo não precisam pedir a esmoia de uma au reoia, bastando-lhes servir ; persuadidos como estão de que a verdadeira influência não consiste em modeiar por fora o espirí- to de outrem à nossa imagem, mas em despertar nele o ar t is ta iatente que esculpira do interior uma estatua viva, imprevisível ao nosso pensamento e talvez estranha aos nossos in te resses . Por este motivo, endossamos todos a afirmação de que "e de toda a conveniência, para atendermos ao espirito da lei, que se comece a dar ao educador, como tem o medico, a necessária liberdade e autonomia na fixação das normas do processo educativo" (Anísio Teixeira, in Doc. 2, pg. 22) . Creio na necessária e harmoniosa integração da cultura e da técnica, firmado na certeza de que a educação profissional e o ensino fundamental não devem ser tidos como dois compartimen tos estanques nem, muito menos, como dois elementos antagôni cos, mas como as duas faces necessár ias da mesma formação hu mana. Neste sentido, como acentuava ainda ha pouco o I Semina_ rio de Ensino Industrial, "a adjetivação do têrmo ginásio cor re o perigo de insinuar uma opção que, além de prematura à f a i x a etária dos educandos, viria romper o necessário equilíbrio da formação integral". No entanto, "os cursos de nível elementar e médio devem ter nos seus currículos a preocupação de introduzir o aluno no mundo da técnica e do trabalho" (I Seminário de Ensi- no Industrial - Brasília, 17 a 20 de abril de 1967). Creio nas virtudes descentralizadoras da Lei de Diretri zes e Bases, estribado na convicção de que "não é uma lei alta mente centralizadora o meio mais apto a c r ia r um alto nível de instrução, mas, ao contrario, o esforço do educador, seus acer- tos e seus e r ros reconhecidos e sanados, o debate franco entre professores, administradores, pais e alunos num assunto que é de natureza técnica e que interessa a eles antes de ninguém". No entanto, "centralização não significa somente a sede do poder uni ficada e distante, porem o fato de alguém comandar sem e s t a r presente e a absorção do poder pelo órgão controiador". D e s t e modo, "descentral izar não e apenas substituir a centralização fe deral peia estadual, mas — num clima estimuiador de confiança mútua — parti lhar com a escoia os encargos e responsabilidades da educação" (Cf. Indicação da Câmara de Ensino Pr imár io e Me dio, in Doc. 20, pg. 48-49) . Creio na eficácia da dualidade dos orgaos que são as duas fontes dos sistemas de ensino: um de natureza normativa, outro administrativo e de execução, independentes na esfera de s u a competência expressa, harmoniosamente articuiados n a s ques- toes que envolvem simultaneamente aspectos técnicos e adminis t ra t ivos. Creio, por isso, nos Conselhos de Educação, criados nos cr i tér ios representativos da lei e que inspiram "a necessa ria confiança peia isenção de seus pronunciamentos, ausência de rigidez e acerto de suas resoluções" (Id. , Doc. 20, pg. 50). Creio, por fim, na eficácia das Conferências e Congres sos . Em abono desta crença quero citar somente uma autorida_ de, a do Prof. Almeida Júnior, mest re de todos nos. Ha para ês tes periódicos certames nacionais, diz êle, "uma finalidade me diata e efetiva, qual seja a de disciplinar a multiplicidade de opi_ niões e sentimentos que nascem e tumultuam de norte a sul, redu zindo-os a correntes sinérgicas e eficazes que trabalhem coorde- nadamente para o bem do Brasi l . Um Congresso que aproxima, que reiaciona e une os afastados núcleos culturais deste imenso ter r i tór io realiza, por certo, a mais sólida e sadia obra de pa trioti.smo". Caberá depois "aos que cortam e recortam à mesa do Orçamento, aos que têm a obrigação de realizar, e não ao Con gresso — o dever de pôr em execução aquilo que os t é c n i c o s aconselham" (A. Almeida Júnior: A Escoia Pitoresca e outros estudos. Rio, INEP-CBPE, 1966, pg. 145 e 150). Dentro desta crença, haveremos de trabalhar pelo Brasil , servindo, com desapego e humildade, na missão de educar o seu povo. D O C U M E N T O B Á S I C O 1. Apresentação 2. Extensão da Escoiaridade 3. Criação de ciasses de 5a. e 6a. ser ies do curso pri mário 4. Articuiação entre o ensino primário e o ginasial 5. Pr imei ro ciclo médio 6. Dados Estatísticos 7. Anteprojeto de Recomendações A P R E S E N T A Ç Ã O O presente Documento Básico visa a constituir, como con tribuição do INEP à I I I Conferência Nacional de Educação, uma síntese integrada da matéria contida nos demais documentos de trabalho, estudos analíticos sôbre o tema e os subtemas fixa_ dos para a reunião de Salvador, trabalhos cujo valor se nos afigu ra desnecessário enaltecer. Completa esta síntese uma coleção sumária de dados que dão idéia da ordem de grandezas com que os assuntos estudados existem na conjuntura educacional brasi lei- r a . A base das constatações e conclusões que deles decorrem foi que se eiaborou o Anteprojeto de Recomendações a ser subme_ tido ao esciarecido plenário da Conferência. Na preparação dês_ te documento contou o Autor com a inestimável ajuda dos Drs-. Carlos Pasquale e Jayme Abreu, a quem, agora, com este regis_ t ro , comovidamente agradece. A este ensejo, cumpre-nos pôrem evidência a oportunida_ de com que se realizam estas Conferências que se têm transfor- mado em um amplo fórum de debates dos responsáveis peia edu- cação nacional sobre os seus problemas mais relevantes, e que suscitam necessária tomada de consciência e de posição diante da realidade educacional. Outro aspecto, não menos relevante, e que igualmente de ve se r mencionado é o da seqüência lógica, da coerência interna que se vai caracterizando ao longo do natural desdobramento das sucessivas reuniões. A pr imeira , realizada em Brasíl ia, de 27 de março a 2 de abri l de 1965, constou, como devera, da exposi- ção e abordagem crítica de um tema geral — "Coordenação de recursos e medidas para o desenvolvimento da educação n a c i o nal", com dois subtemas: "Piano nacional e pianos estaduais de educação" e "Normas para a eiaboração, articuiação, execução e avaliação dos pianos de educação". A segunda, em Porto Alegre, de 26 a 30 de abril de 1966, versou tema mais específico — "De_ senvolvimento do ensino pr imár io; Treinamento, formação e aper_ feiçoamento de professores pr imár ios ; Construção e equipamen to de escoias" . A I I I Conferência, que ora se real iza em Salva dor, num encadeamento ordenado de abordagens de assuntos ine_ rentes aos sistemas escoiares , tem como tema principal — "Ex tensão da escoiaridade" e subtemas : "Criação de ciasses de 5a. e 6a. sé r ies do curso pr imário; Articuiação entre o ensino primário e o ginasial; P r imei ro ciclo médio" — matérias a que não se pode negar importância na problemática educacional bras i - le i ra . Como documentário do que representam as Conferências ao mesmo tempo que expressão do pensamento dos educadores bras i le i ros , na sua visão crít ica da nossa realidade educacional, suas agudas deficiências e dos caminhos apontados para resolve- - ias , aí estão editados os respectivos Anais, destinados à mais ampia divulgação. Tra ta - se de publicações em que estão reuni_ dos lúcidos estudos que dão a medida do nível a que ja atingiu a competência dos responsáveis peia educação do povo no Bras i l . P a r a evitar tenham essas Conferências um cunho mera mente acadêmico, dispõe avisadamente o parágrafo segundo do artigo quarto do seu Regimento que a Secretaria da Conferência deve apresentar informação minuciosa sôbre a adoção das Reco_ mendações das reuniões anteriores e dos resultados alcançados. Em face da extensão te r r i to r ia l do país, de suas desigual dades regionais, assim como em virtude do elevado número e da especificidade de um grande número de recomendações, não há ainda condições para que seja prestada essa "informação minu_ ciosa" a que alude o Regimento. Além do que, um e dois anos a_ penas decorridos das reuniões, se r ia tempo insuficiente para se apurar a efetiva incorporação de seu conteúdo, o que não poderia ser também aferido propriamente pelo simples exame de medidas de puro formalismo. P a r a ser válida, a informação exigiria pes_ quisa e avaliação de resultados, instrumentos de que certamente saberá va le r - se a administração. Deve-se todavia reconhecer que, embora se imponha imperativa a utilização de procedimen tos novos para a obtenção das reformas que a Nação reciama, a educação institucionalizada é sabidamente das áreas de maior re_ sistência à mudança, seja pelo peso de tradições ainda subsisten- tes , seja peia presença irremovível de poderosos fatôres de ma nutenção do "status quo". Razões dessa índole explicam, c o n - quanto não justifiquem, certa inércia cultural numa d e s e j á v e l mais pronta adoção de Recomendações como as emanadas d a s Conferências. A máquina burocrática é lerda, faltam canais de comunicação coletiva, as estratificações sócio-culturais entorpe_ cem os mecanismos dinâmicos da mudança. Não obstante todos esses aspectos negativos, analisados os fatos dentro de uma perspectiva mais global, não se pode dei_ xar de afirmar que, enfrentando embora previsíveis dificuldades de implementação, a necessidade de pianejar racionalmente a educação já é, no Brasi l , uma idéia força em marcha, em busca de seus difíceis caminhos operacionais. Grande avanço t em-se verificado, por exemplo, na coiaboração interadministrativa das esferas de Poder Público responsáveis pelos rumos da educação nacional, maior acerto não se pode negar na aplicação dos recur_ sos destinados a financiar o investimento mais reprodutivo em que a Nação se deve empenhar, programas de formação e aperfei- çoamento de pessoal desenvolvem-se em crescente amplitude, es- tudos e pesquisas são estimuiados para garantir a adequada medi- da do desenvolvimento do processo educacional, r ees t ru tu ram-se antigos órgãos e c r i am-se novos organismos para que uma admi- nistração racional dos negócios da educação produza os frutos de_ sejados. Os resultados reiativos à formação e difusão de uma cons- ciência educacional responsável e capaz face ao desafio que é a educação brasi le i ra , e a contribuição trazida à ação político-ad_ ministrativa lúcida e conseqüente, que começa auspiciosamente a se desenvolver nesse campo, justificam, plenamente, a nosso entender, as reuniões da Conferência Nacional de Educação e mostram que é positivo o saldo de seus resultados. Há, ass im, que neias prosseguir , buscando cada vez mais aperfeiçoar as vi- as efetivas de livre comunicação e de coiaboração solidária den- tro da administração escoiar bras i le i ra , para que, do atendimen- to às Recomendações das Conferências Nacionais, surjam os aspi- rados caminhos mais amplos e seguros, para a manutenção e o desenvolvimento da educação no Brasi l . C a r l o s C o r r ê a M a s c a r o D i r e t o r T E M A EXTENSÃO DA ESCOiaRIDADE O tema geral proposto, com inegável acerto, al iás, para estudo e debate na t e rce i ra reunião da Conferência Nacional de Educação, segundo a justificativa da Comissão proponente, tendo em vista a conveniência de se obetíecer "ao cri tério de articuia- ção entre os temas das diversas reuniões", foi o da "Extensão da Escoiaridade" com os t r ê s subtemas : 1. "Criação de ciasses de 5a. e 6a. sér ies do curso pr imár io" . 2. "Articuiação entre o ensino primário e o ginasial". 3. "Pr imeiro ciclo médio". Extensão como universalização do ensino primário A "extensão da escoiaridade" pode ser entendida como a garantia efetiva de uma educação pr imár ia obrigatória e gratuita, destinada a todos aqueles a quem foi historicamente reconhecido o direito de recebê- ia como "primeiro degrau de promoção hu_ mana", direito geralmente admitido, em princípio, pelo unânime consenso dos povos civilizados, consagrado em muitas Constitui- ções ou em legisiação específica. A preocupação de universalizar esse tipo de educação, de mantê-ia, na extensão da demanda rea l , correspondente às di- mensões do grupo etário da popuiação com direito à oportunidade de educar-se , deu e continua dando margem, não poucas vezes, a pretexto do vulto excessivo da obra, em confronto com a ca- rência de recursos financeiros para custeá-ia, ao equívoco da impiantação de uma educação pr imár ia reduzida às proporções simplificadoras e simplistas de mera alfabetização, o dissimu_ iada sob a roupagem do que se convencionou denominar edu_ cação fundamental" ou "educação de base", a título de "for_ mas mínimas aceitáveis de uma iniciação cultural de emergên- cia". Extensão como prolongamento da duração Com o tempo, entretanto, e em decorrência das acele_ radas mudanças sócio-culturais que são caracter ís t icas d o s tempos modernos, a "extensão da escoiaridade" passou a signi_ ficar, também, sem prejuízo do cará ter fundamental de s u a universalidade, o "prolongamento" do processo em anos de du_ ração, desde que o período mínimo fixado de escoiarização compulsória passou a serconsiderado, do ponto de vista de seus resultados, como contribuição insuficiente e ineficaz para a formação integral do homem e do cidadão como os vem re_ querendo a sociedade contemporânea. Extensão — Imperativo do desenvolvimento Deitam raízes no passado mais ou menos distante os es- tudos referentes à extensão e ao conteúdo da educação compul- sória reiativamente à sua contribuição para a formação do i- divíduo no sentido de integrá-lo no contingente da popuiação ati- va e de fazê-lo partícipe da vida social, econômica e política do seu país , mas só recentemente, em virtude das profundas transformações a que temos assistido, decorrentes de revolu_ ções que têm seu lugar na história dos povos, de guerras que afetaram substancialmente o equilíbrio mundial neste século, e do acelerado ritmo de desenvolvimento científico e tecnológi- co dos nossos dias, é que se passou a insist ir , com redobra_ do vigor, na intensificação de um movimento tendente a condu- zir as nações ao reconhecimento da necessidade de se estabe_ lecerem padrões mínimos, idênticos ou semelhantes de exten- são da escoiaridade pr imária , nos dois sentidos do tê rmo. Se_ r iam esses padrões da extensão da escoiaridade pr imár ia o passo inicial e o mais seguro pa ra a progressiva impiantação de uma justa política universal de educação, renovada em seus fins, renovadora em seus métodos, sòlidamente a p o i a d a no princípio democrático da igualdade das oportunidades educacio_ nais . Com a adoção de uma escoiaridade assim estendida, su pe ra r - se - i am as tradicionais estruturas do ensino dual, isto é, do ensino organizado em dois s is temas escoiares distintos, pa- ralelos e estanques — o primeiro destinado às crianças ori- undas das ciasses popuiares, e o segundo para as c r i a n ç a s pertencentes às ciasses privilegiadas, São tantos os inconve- nientes já reveiados, desse duplo sistema de educação, que na- da mais justificaria, nas sociedades em processo de democra- tização, a presença de estruturas pedagógicas fundadas na es_ tratificação social. Muitas análises já haviam efetivamente de_ monstrado os inúmeros inconvenientes desse tipo de estrutura, assinaiando especialmente aqueles de que decorriam, de um ia_ do, perda para sociedade, dos talentos não descobertos p a r a levá-los ao pleno desenvolvimento de suas aptidões; de outro, para os indivíduos, a injustiça de lhes b a r r a r as vias de aces_ so social às posições a que ter iam direito pelos seus dons e capacidades. Extensão e seus problemas A extensão da escoiaridade posta em tais termos passa a compreender uma multiplicidade de complexos p r o b l e m a s , que têm constituído por si sós em objeto de debate e polêmica no campo da moderna problemática pedagógica e que p o d e m ser assim resumidos : 1) o da garantia de escoias para a educação de todas as crianças — meta que em virtude de vários fatô- re s grande número de nações alcançou no s é c u l o passado; 2) o da duração do curso pr imário , duração que tem va_ riado, dos estrei tos limites de um curso primário si- muiado, às famosas escoias de dez anos; 3) o da fusão do ensino primário com o primeiro c i c l o do ensino médio e a conseqüente eliminação das bar_ re i ras tradicionalmente mantidas entre um e o u t r o grau, peia fixação de novas e variadas formas e vias de articuiação; 4) o da revisão e reformuiação integral dos currículos e programas dos dois graus de ensino, visando a re_ construi-los sob duplo signo da continuidade e da um dade. Universalização do ensino pr imário O problema da universalização da escoia pr imária só con- tinua em pauta para os países que não lograram organizar sua rede de escoias desse grau para receber a totalidade da r e s - pectiva popuiação infantil. É o caso do Brasi l . Onde o ensino primário impiantou-se no séc . X I X , sua duração chegou aos nossos dias girando em têrmo de 6 anos, findos os quais a passagem para a escoia média não veio a constituir problema a não ser sob os aspectos das dificuldades decorrentes da dua- lidade do sistema. Aí, a questão se apresenta apenas em têr- mos da eliminação dessa dualidade e do estabelecimento da continuidade capaz de atender às imposições do desenvolvimen- to científico e tecnológico concomitantemente com as e x i g e n cias do advento da era industrial. Poder - se - ia pensar em pro- longar de 1 ou 2 anos o programa tradicional da escoia prima r ia , mas essa providência não t ra r ia , em si, grande v a n t a - gem, porque cedo nos veríamos na contingência de fazer en- t r a r esse acréscimo suplementar no sis tema global — restau_ rando a fórmuia dual de que pretendemos nos l iber tar . Prolongamento da escoiaridade Tornando-se insuficiente a educação básica oferecida pe_ ia escoia pr imária , sendo necessár ia a expansão quantitativa e qualitativa do sistema peia ampliação do próprio c o n c e i t o de ' educação de base" em face das exigências crescentes do orga- nismo social e do mercado de trabalho, não há outro caminho que o das vias de aperfeiçoamento da articuiação entre o pr i mário e o médio, promovendo-se a expansão deste como pare_ ce ser a tendência dominante. Examinando o problema do desenvolvimento do e n s i n o médio, nos últimos trinta anos, Parkyn (1) assinaia q u e "a tendência mais evidente para o observador é a vasta expansão adquirida pelo ensino médio no mundo inteiro, em parte devi_ da ao crescimento demográfico, mas , em parte, causada pelo desenvolvimento do próprio ensino". Observa que "nos países em que o ensino era quase inexistente antes da Segunda Guer_ ra Mundial, a ampliação do ensino pr imário está acarretando a do ensino médio; em outros países mais evoluídos, quase tô- das as crianças têm possibilidades de empreender estudos se- cundários e um número crescente, dentre eias , prossegue os seus estudos até o fim. E conclui afirmando que "a pr imei ra linha de força é, pois, em nossa época, a expansão e amplia_ ção do ensino de segundo grau". A duração da escoia pr imár ia varia, segundo os p a í - ses , de um mínimo de 4 a um máximo de 7 anos, sendo quê a par t i r dos exemplos de duração de 6 anos já se inicia o pro_ cesso de fusão p r i m á r i o - m é d i o . (1) George W. Parkyn — O Ensino de Segundo Grau -Es tudo de Educação Comparada - Sob os Auspícios da UNESCO - Ministério da Educação e Cultura - Diretoria do E n s i n o Secundário - 1966. Fusão ensino primário - ensino médio A fusão do ensino primário com o ensino médio e a eli- minação das ba r re i ras existentes entre um e outro sistema se vêm processando de vários modos, segundo cr i tér ios não coin- cidentes de organização escoiar, e dando nascimento a diferen- tes modelos em que varia o número de anos reservados à es_ coiarização pr imar ia e a duração do primeiro ciclo m é d i o : 4 - 4 ; 5 - 3 ; 6 - 3 ; 7 - 3 . Qualquer que seja a combinação nu- mérica, o grande esforço é no sentido de eliminar as ba r re i - ras que possam impedir a passagem do primário para secundá- r io . Onde o ensino médio oferece caminhos diversos, d e n t r o do sistema se assegura o direito de o aluno passar , durante o curso, de um para outro tronco. Parkyn alude a esse fato dizendo t r a t a r - s e , e n t r e as tendências que analisa, da correspondente à " p r o c u r a dos meios de ligar organicamente o ensino médio ao ensino prima- r io" , esciarecendo que "na maior parte dos países, estes dois níveis de ensino tinham objetivos distintos e se dirigiam a cri_ ancas diferentes", não sendo fácil, por isso, "assegurar a pas_ sagem de um para o outro". Chama a atenção para o fato de "até em sistemas de criação recente, onde não existe esta se_ paração tradicional, os dois graus de ensino nem sempre têm os mesmos objetivos e a dificuldade reside na organizaçãode um ensino bem articuiado". Reconstrução dos Currículos Embora ainda predominem os sistemas múltiplos de en sino médio, já se observa que se rá generalizada, dentro de prazo reiativamente curto, a tendência à fusão advinda da "con- cepção de um ginásio comum no primeiro ciclo, dominado pelo propósito de continuação da cultura geral iniciada na e s c o i a pr imár ia , enriquecido com o oferecimento de ampias o p ç õ e s de matérias e práticas educativas, com o sentido de verifica- ção das aptidões e tendências discentes, a serem encaminhei das adequadamente; daí" a ocorrência, em progressiva genera_ lização, da divisão da escoia média em dois ciclos didáticos de sentido e propósitos não coincidentes: o pr imeiro ciclo co mo estágio de ampliação da cultura iniciada na escoia p r i m á - ria e de observação e orientação; o segundo ciclo, ao. iado da continuação da cultura geral ministrada, visando a objetivos específicos, seja daqueles de formação profissional n e s s e ní- vel, seja os de realização de estágio preparatório a e s t u d o s mais avançados" ( 1 ) . Parkyn re fe re - se às modificações do currículo como a uma " te rce i ra grande linha de força ' nas reformas do ensino secundário e aduz: "Os progressos científicos e tecnológicos modernos e a evolução social complexa que se produziu recen temente conduziram necessariamente à modificação dos curr í - culos; mas uma transformação não menos notável resul ta da extensão do ensino médio a crianças às quais não se dirigia originàriamente, em particuiar àqueias pertencentes às cama_ das sócio-econômicas inferiores da sociedade e àqueias de me- nor aptidão para os estudos. Esta evolução do currículo f o i orientada, em geral , para a integração de elementos culturais e técnicos por muito tempo mantidos separados ou mesmo en sinados em escoias de tipos diferentes. Essa é a orientação implícita na Lei de D i r e t r i z e s e Bases que, segundo percuciente observação do Conselheiro Newton Sucupira, "conservou o conceito, já consagrado e n t r e nós, de ensino de grau médio como um gênero do qual o se cundário, o técnico, o normal e outros ramos ser iam as espé- c ies" . E acentua: "Mas o que há de inovador na Lei é a sua concepção orgânica da escoia média, ao mesmo tempo global e diversificada. A Lei diminui consideravelmente a segrega_ ção até agora existente entre os diversos ramos e procurou suprimir a tradicional distância hierárquica que separava o se_ cundário dos outros tipos de ensino médio. De acordo com o espírito e a le t ra da lei, ao afirmar o sentido formativo geral da escoia média, o pr imeiro c i c l o de todos os ramos deveria evitar toda especialização prematu- ra , toda profissionalização acentuada mesmo nos cursos técni- cos. — Aliás, o a r t . 35, determinando que o currículo d a s duas pr imei ras sé r ies do ciclo ginasial se rá comum a t o d o s os cursos do ensino médio, no que se refere às matérias obri_ gatórias, criou uma espécie de tronco comum, que visa, p r e - cisamente, assegurar um mínimo de educação geral para toda escoia média". (2) (1) Jayme Abreu — Articuiação entre o ensino primário e o ginasial - Documentos de Trabalho - INEP. (2) Princípios da Educação de Grau Médio na L D B - Re vista Brasi le i ra de Estudos Pedagógicos - M E C - I N E P , nº 91 - 1963. Exemplos internacionais A fusão primário-médio encontra seu melhor exemplo na experiência americana que é a que mais reflete o espírito democratizador da igualdade de oportunidades destinadas a ga_ rantir a todas as crianças o pleno desenvolvimento de suas ca- pacidades. "O que de mais nôvo, mais diferente da tradição européia, continha o sistema dos Estados Unidos e ra a escoia secundária geral, uma escoia ao mesmo tempo una e múltipia, nuclearmente única e complementarmente múltipia, idêntica em seu conteúdo, responsável peia formação geral e variada em seus desdobramentos, na medida das diversidades individuais", na observação de Gildásio Amado ( 1 ) . No sis tema americano se acha consagrada a total e l i m i - nação das ba r re i r a s entre os graus e os ramos , estabelecen_ do-se a continuidade de todo o sis tema de ensino, garantida a passagem do aluno de um para outro sem os entraves tradicio_ nais de provas e exames e sem o impacto decorrente da com_ posição do currículo, da orientação do ensino e da n a t u r e z a " das atividades. Na França, onde se processa a transformação "do pri_ meiro ciclo dos liceus em colégios de ensino secundário, have- ra ciasses intermediárias regidas por professores pr imár ios" . Vários projetos se vêm sucedendo reveiando os mesmos propó- sitos da "instituição de um tronco comum" e a abolição d o s "preconceitos e das tradições tão tenazes na hierarquia dos es tabelecimentos e das matér ias , assim como a 'cloisonement' compartimentação social que caracter iza o s is tema e s c o i a r francês". Pretende-se ali re te r por mais dois anos os jovens que tenham atingido, a par t i r de janeiro de 1967, a idade de 14 anos. As possibilidades de orientação para os alunos que terminam o primeiro ciclo serão ampliadas, prevendo-se um conjunto de estabelecimentos de segundo ciclo, com o ensino longo e curto, oferecendo variada gama de opções ( 2 ) . Mas o processo de mudança francês é lento e não se faz sem r e s i s tências e oposições por parte de pais e professores . (1) Gildásio Amado — "O ensino de Segundo Grau" - Separa ta de "A Faia dos Mes t res" . (2) "Le Monde" - Sélection hebdomadaire - nº 957 - 1967 - 16-22 fevrier . A mesma preocupação dominante nos diferentes países que se vêm empenhando em reformas do ensino de segundo grau ' inspirou a reforma inglesa de 1944, que previa a existência de t r ê s modalidades de escoias secundárias — clássicas , modernas e técnicas — mas procurava estabelecer a completa equivalência e igualdade de prestígio dessas t r ê s modalidades". Diante das dj_ ficuldades encontradas em face das tradições bri tânicas, "muitos dos mais recentes esforços se têm dirigido no sentido do estabe- lecimento, de início em caráter experimental, de escoias com preensivas ou multi iaterais, que são escoias destinadas a minis_ t r a r num mesmo 'campus' o ensino secundário tradicional, mo_ derno e técnico, ou conjuntos escoiares formados peia g e m i n a ção de dois diferentes tipos de escoias secundárias". (1) Na União Soviética, como sabemos, o regime de ensino adotado comporta um só sistema escoiar unificado, variando a obrigatoriedade escoiar, em duração, segundo as possibilidades, a par t i r de um mínimo de sete anos. Como se verifica dos sucessivos exemplos citados, as re formas a que estão sendo submetidos os sistemas de ensino vi- sam a torná-los instrumentos a serviço de uma educação para a formação do homem comum. A extensão da escoiaridade e suas mais imediatas conse qliências têm sido também constante tema objeto de debate em vá_ r ias conferências internacionais de educação. Nas Conferências Internacionais de Instrução Pública pro_ movidas pelo BIE em 1934 e 1957, e nas Reuniões Interamerica_ nas de Nivel Ministerial convocadas peia OEA em Lima (1956), Punta del Este (1961) e Santiago do Chile (1962) tais proble_ mas foram examinados sob todos os aspectos, sendo editadas re_ comendações minuciosas e específicas a título de sugestão a o s governos nacionais empenhados na promoção do desenvolvimento econômico, da paz mundial, do bem comum e da felicidade hu mana. Dentre essas recomendações destacam-se as reiativas aos "países onde o número de escoias não corresponde ainda à po_ puiação em idade escoiar — que o problema consiste mais em as_ segurar a cada criança a possibilidade de freqüentar a escoia du rante um mínimo de anos determinados do que em prolongar a es_ (1) Gildasio Amado
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