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Função social da posse

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Função social da posse
Pela doutrina estrangeira muito se discute sobre a função social da posse, mas é algo que não foi internado no nosso direito brasileiro. Existe uma corrente doutrinária que vai dizer que a função social da posse ela decorre da função social da propriedade, já que há CF defende a função social da propriedade, por uma via reflexa também tem que observar a função social da posse. O fato de ter a posse de algo traz varias consequências jurídicas e a maior parte vai justamente ser extraída pelo menos desse reflexo sobre a função social da posse. 
Ex: João é possuidor da posse de um terreno o qual se encontra a 30 anos, sem que o proprietário José procurasse João para satisfações necessárias. Vale lembrar que se João está no imóvel é porque o proprietário José não está, proprietário e possuidor não podem ocupar o mesmo imóvel. Depois de 30 anos José resolve aparecer e reivindicar o seu direito de propriedade. Vejamos que se falarmos na função social da propriedade é obvio que José foi relapso, ele descuidou de seu patrimônio, porque ele permitiu que João usasse daquele bem imóvel por um período prolongado de 30 anos sem contestar o que estava acontecendo. É evidente que neste exemplo a legislação vai criar mecanismo e institutos que vão tornar possível a reversão dessa situação e mais ainda em 2 fatores primordiais, primeiro a função social da propriedade/posse e segundo, o Direito não socorre a quem dorme. A legislação por exemplo criou o instituto do usucapião, passado um tempo de determinada posse, mansa, pacifica que não foi contestada, etc. É possível a aplicação desse instituto, e não só a posse vai ser assegurada, como também a titularidade, a propriedade vai ser passada para aquele que continha a posse por mais de 30 anos. 
A função social da posse situa-se em plano distinto, pois, preliminarmente, a função social é mais evidente na posse e muito menos evidente na propriedade, que mesmo sem uso, pode se manter como tal. A função social da propriedade corresponde a limitações fixadas no interesse público e tem por finalidade instituir um conceito dinâmico de propriedade em substituição ao conceito estático, representando uma projeção da relação anti-individualista. O fundamento da função social da propriedade é eliminar da propriedade privada o que há de eliminável. O fundamento da função social da posse revela o imprescindível, uma expressão natural de necessidade.
Ana Rita Vieira Albuquerque manifesta-se:
 
                                               A função social da posse não constitui uma nova figura da dogmática do direito privado, mas tem a sua importância ditada como forma de se reinterpretar o direito de posse, que deve passar a ser contemplado sob a sua feição social, sob a importância da sua utilidade social, o que se faz não só com fincas nos princípios constitucionais em vigor, de onde se extrai a sua concretização e interpretação, mas como base em sua essência e nos caminhos metodológicos do Direito Civil Constitucional e da interpretação sistemática do Direito.
  Atualmente a posse não é mais vista apenas como um fenômeno individual, mas sim como um fato social e jurídico dotado de uma função social. Desse novo ponto de vista resulta uma mudança na importância do instituto da posse, que assume um outro papel na sociedade, e não mais se ajusta ao simples fato de ser considerada a exteriorização do direito de propriedade, ou então, uma mera relação material entre o sujeito e a coisa possuída, sem qualquer conteúdo econômico ou social.
            Dessa forma, a função social da posse tem sua importância destacada como forma de se reinterpretar o direito de posse, que deve passar a ser analisada sob sua feição social, sob a importância de sua utilidade social, e não unicamente como uma forma de proteger o direito de propriedade.

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