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EQUIPAMENTOS DE PERFURAÇÃO DE POÇOS 1 Prof. Patricia Braga Disciplina: Engenharia de Petróleo e Gás Figura 1. Armadilha estrutural. Objetivo da Perfuração O objetivo das operações de perfuração é permitir o acesso a camadas de petróleo. 2 é o conjunto de atividades destinadas a projetar, programar e realizar a abertura de poços. só ocorre quando há um estudo prévio do campo a ser perfurado. Perfuração 3 Histórico 1859 – Método Percussivo 1º poço: Cel. Edwin Drake, Pensilvânia Possuía 21 m de profundidade Produzia 2 m3/dia Substituía o querosene de carvão e o óleo de baleia. Figura 2. Primeiro poço de petróleo. 4 Histórico Figura 3. Poço de Lucas em 19/01/1901. 1900 – Método Rotativo Marco na perfuração: Anthony Lucas, Texas Achou petróleo a uma profundidade de 370 m Produziu 16.000 m3/dia, equivalente a 100.000 barris 5 6 Somente após uma análise de campo verificando os possíveis acidentes naturais ou não naturais é que se pode perfurar um poço. Existem 2 métodos de perfuração: Método percussivo Método rotativo Mateus Coelho Realce Mateus Coelho Nota Acidente Natural seria como um relevo diferente. Empecilho natural. 7 a rocha é golpeada com uma broca causando a sua fragmentação por esmagamento. os cascalhos gerados são retirados através de uma alça que possui na sua extremidade uma caçamba. esse método é limitado, atingindo profundidades máximas entre 200 e 250 metros. Método Percussivo Figura 4. Equipamento percussivo. 8 a rocha é comprimida pelo movimento de rotação de uma broca, causando esmerilhamento. os fragmentos são retirados pelo fluido de perfuração, que é injetado pelo interior de tubos de aço até o fundo do poço, retornando à superfície pelo espaço anular entre o poço e as paredes externas da tubulação. Fonte: Souza, P.J.B. e Lima, V.L. Monografia de Graduação, Salvador, 2002. Método Rotativo 9 Fonte: http://www.tecnicodepetroleo.ufpr.br/apostilas/engenheiro_do_petroleo/perfuracoes.PDF acessado em fevereiro de 2011. Figura 5. Esquema representativo do método rotativo de perfuração de poços. 10 Figura 6. Esquema sonda rotativa. 11 O desenvolvimento da perfuração de poços pode ser dividida em 7 sistemas: 1. Sustentação de Cargas 2. Movimentação de Cargas 3. Rotação 4. Circulação de Fluidos 5. Monitoração 6. Segurança de Poço 7. Geração de Energia 12 função: suportar e transferir todas as cargas a serem içadas durante a perfuração. A coluna de perfuração é composta pela junção de vários tubos (mais de 100 kg cada). componentes: mastro ou torre da sonda subestrutura fundações ou base Sistema de Sustentação de Cargas 13 Torre ou Mastro da Sonda sustenta as colunas de perfuração e de revestimento. estrutura de aço especial, de forma piramidal, de modo a promover o espaçamento vertical livre acima da plataforma de trabalho para permitir a execução das manobras. Fonte: Mansano, R.B, UFSC, Florianópolis, 2004. Sistema de Sustentação de Cargas 14 Fonte: Mansano, R.B, UFSC, Florianópolis, 2004. Figura 7. Torre ou mastro da sonda. Sistema de Sustentação de Cargas (a) (b) (c) 15 Subestrutura é responsável por apoiar o mastro e receber suas cargas. espaço de trabalho no qual são instalados os equipamentos de segurança, formado por vigas de aço especial. Fonte: Mansano, R.B, UFSC, Florianópolis, 2004. Sistema de Sustentação de Cargas Sistema de Sustentação de Cargas Fundações ou base estruturas rígidas construídas de concreto, aço ou madeira que, apoiadas sobre solo resistente, suportam com segurança as deflexões, vibrações e deslocamentos provocados pela sonda. 16 17 Estaleiro espaço reservado para armazenar os tubos a serem utilizados ou substituídos durante a perfuração do poço. é uma estrutura metálica constituída de diversas vigas apoiadas acima do solo por pilaretes. o estaleiro fica posicionado na frente da sonda. Fonte: Mansano, R.B, UFSC, Florianópolis, 2004. Sistema de Sustentação de Cargas Sistema de Sustentação de Cargas Figura 8. Estaleiro. 18 19 função: movimentar todas as cargas (tubos de perfuração e acessórios). componentes: bloco de coroamento gancho cabo de perfuração Fonte: http://www.tecnicodepetroleo.ufpr.br/apostilas/engenheiro_do_petroleo/perfuracoes.PDF acessado em fevereiro de 2011. catarina guincho elevador Sistema de Movimentação de Cargas 20 Bloco de Coroamento conjunto de polias apoiadas na torre ou mastro de sonda por onde passa o cabo de perfuração. suporta todas as cargas que lhe são transmitidas pelo cabo ou tubo de perfuração. Fonte: Mansano, R.B, UFSC, Florianópolis, 2004. Figura 9. Bloco de coroamento. Sistema de Movimentação de Cargas 21 Catarina responsável por sustentar diretamente os tubos a serem descidos no poço e permitir a movimentação para cima e para baixo do mastro. conjunto de 3 a 6 polias móveis montadas em um eixo que se apoia nas paredes externas da própria estrutura da catarina. Sistema de Movimentação de Cargas 22 Figura 10. Catarina. Sistema de Movimentação de Cargas 23 Gancho na parte inferior da catarina encontra-se uma alça pela qual é preso o gancho. o gancho é um corpo cilíndrico que internamente contém um sistema de amortecimento para evitar que os golpes causados na movimentação das cargas se propaguem para a catarina. Sistema de Movimentação de Cargas Gancho Figura 11. Gancho. Sistema de Movimentação de Cargas Guincho é o elemento que movimenta o cabo, sendo por isso responsável pela movimentação vertical das tubulações no poço. é responsável por enrolar ou desenrolar o cabo de perfuração. apresenta um sistema de freios que permite controlar a velocidade com que se faz este enrolamento. 24 Sistema de Movimentação de Cargas Figura 12. Guincho. 25 Cabo de Perfuração cabo de aço trançado em torno de um núcleo ou alma, sendo que cada trança é formada por diversos fios de pequeno diâmetro de aço especial. é preso ao guincho em uma extremidade e preso a um carretel contendo o cabo novo em outra. É passado no sistema bloco-catarina e enrolado e fixado no tambor do guincho. Sistema de Movimentação de Cargas Figura 13. Sistema bloco-catarina. 26 27 Sistema de Movimentação de Cargas Elevador é um equipamento com a forma de anel bipartido em que as duas partes estão ligadas por dobradiça resistente, contendo um trinco especial para o seu fechamento. é utilizado para movimentar elementos tubulares – tubos de perfuração e comandos. 28 função: fornecer movimento de rotação a broca. Sondas convencionais: a coluna de perfuração é girada pela mesa rotativa localizada na plataforma da sonda. A rotação é transmitida a um tubo de parede externa poligonal, o kelly, que fica enroscado no topo da coluna de perfuração. Sondas com top drive: a rotação é transmitida diretamente ao topo da coluna de perfuração por um motor acoplado à catarina. Sonda com motor de fundo: o motor é colocado logo acima da broca. Sistema de Rotação 29 Mesa Rotativa é o equipamento que transmiterotação à coluna de perfuração. permite o livre deslizamento do kelly no seu interior. em certas operações, deve suportar o peso da coluna de perfuração. Figura 14. Sistema de rotação por mesa rotativa. Sistema de Rotação (a) (b) Sistema de Rotação Kelly é o elemento que transmite a rotação proveniente da mesa rotativa à coluna de perfuração. em sondas de terra a mais comum é a quadrada, e em sondas marítimas é a hexagonal, devido a sua maior resistência à torção, tração e flexão. Figura 15. (a) Mesa rotativa com o kelly; (b) kelly de seção quadrada e hexagonal. 30 31 TOP DRIVE é um motor capaz de gerar a rotação, ficando posicionado abaixo do swivel. como o motor fica posicionado no topo da coluna de perfuração (top drive), elimina o uso da mesa rotativa e do kelly. permite a perfuração de três em três tubos. Sistema de Rotação Figura 16. Sistema de rotação por top drive. 32 Motor de Fundo motor colocado acima da broca, fornecendo rotação pela passagem de fluido de perfuração pelo seu interior. Como a coluna de perfuração não gira, o torque empregado a ela é nulo e o seu desgaste fica bastante reduzido. Figura 17. Sistema de rotação girando somente a broca com o motor de fundo. Sistema de Rotação broca Motor de fundo 33 Swivel elemento que liga as partes girantes às fixas, permitindo livre rotação da coluna. em sua lateral, possui um tudo que permite a injeção de fluido no interior da coluna de perfuração. Fonte: Mansano, R.B, UFSC, Florianópolis, 2004. Figura 18. Swivel. Sistema de Rotação 34 função: circular e tratar o fluido (lama) de perfuração. componentes: tanque de lama bombas de lama tubo de bengala swivel subsistema de tratamento Fonte: http://www.tecnicodepetroleo.ufpr.br/apostilas/engenheiro_do_petroleo/perfuracoes.PDF acessado em fevereiro de 2011. Sistema de Circulação de Fluidos 35 O fluido de perfuração é bombeado através da coluna de perfuração até a broca, retornando pelo espaço anular até a superfície trazendo consigo os cascalhos cortados pela broca. Na superfície, o fluido permanece dentro de tanques para receber o tratamento adequado. Sistema de Circulação de Fluidos Coluna de perfuração Parede do poço Broca de perfuração Figura 19. Esquema de injeção de fluido. 36 Tanque de Lama: armazena o fluido de perfuração que será injetado pela coluna de perfuração. Bomba de Lama: bombeia o fluido de perfuração. Tubo de Bengala: tubo que leva o fluido de perfuração até a torre da sonda. Subsistema de tratamento: é responsável por tratar os fluidos que retornam do poço misturados com o cascalho. Sistema de Circulação de Fluidos 37 Fonte: Mansano, R.B, UFSC, Florianópolis, 2004. Figura 20. Sistema de circulação do fluido de perfuração. 38 Fonte: Thomas, J.E., Fundamentos de Engenharia de Petróleo, ed. Interciência, RJ, 2001. separar os sólidos grosseiros retirar areia do fluido descartar partículas de dimensões menores dessiltador + peneira descartar partículas ainda menores Figura 21. Subsistema de tratamento do fluido de perfuração. 39 função: controlar e gerenciar as atividades de perfuração. componentes: manômetros (pressão de bombeio) indicadores de peso (gancho e sobre a broca) torquímetro (torque na coluna de perfuração) tacômetro (velocidade da mesa rotativa e da bomba de lama) registrador (taxa de penetração da broca) Fonte: http://www.tecnicodepetroleo.ufpr.br/apostilas/engenheiro_do_petroleo/perfuracoes.PDF acessado em fevereiro de 2011. Sistema de Monitoração 40 função: proteger a superfície de eventuais erupções durante a perfuração de poços. componentes: cabeça do poço: permite a ancoragem e vedação das colunas de revestimento na superfície. BOP (BLOWOUT PREVENTER): impedir que os fluidos cheguem a superfície de maneira descontrolada. Fonte: http://www.tecnicodepetroleo.ufpr.br/apostilas/engenheiro_do_petroleo/perfuracoes.PDF acessado em fevereiro de 2011. Sistema de Segurança do Poço 41 função: fornecer e transmitir energia elétrica para os equipamentos de perfuração. fornecimento: motores diesel: movimentam geradores que permitirão o funcionamento de bombas de lama, motores da mesa rotativa, guincho, iluminação e outros. turbinas a gás: comuns na perfuração em alto mar. rede pública Fonte: http://www.tecnicodepetroleo.ufpr.br/apostilas/engenheiro_do_petroleo/perfuracoes.PDF acessado em fevereiro de 2011. Sistema de Geração de Energia 42 função: receber rotação para transmitir a broca. componentes: comandos tubos pesados tubos de perfuração Fonte: Thomas, J.E., Fundamentos de Engenharia de Petróleo, ed. Interciência, RJ, 2001. Coluna de Perfuração 43 Comandos fornecem peso sobre a broca e provêem rigidez a coluna, permitindo melhor controle sobre a trajetória do poço. Pode ser liso ou espiralado. Fonte: Thomas, J.E., Fundamentos de Engenharia de Petróleo, ed. Interciência, RJ, 2001. Figura 22. Comando do tipo espiralado. Coluna de Perfuração 44 Tubo Pesado promove uma transição de rigidez entre os comandos e os tubos de perfuração, diminuindo a possibilidade de falha por fadiga. Fonte: Thomas, J.E., Fundamentos de Engenharia de Petróleo, ed. Interciência, RJ, 2001. Figura 22. Tudo pesado da coluna de perfuração. Coluna de Perfuração 45 Tubo de Perfuração tubos de aço tratados internamente com resina para diminuir o desgaste interno e corrosão. Fonte: Thomas, J.E., Fundamentos de Engenharia de Petróleo, ed. Interciência, RJ, 2001. Figura 23. Tudo de perfuração. Coluna de Perfuração 46 substitutos: servem para movimentar os comandos, conectar a broca e permitir a conexão de tubos de diferentes roscas e diâmetros. estabilizadores: fornecem maior rigidez a coluna de perfuração. escareadores: também fornecem maior rigidez a coluna, porém são utilizados em rochas duras e abrasivas. alargadores: aumentam o diâmetro de um trecho do poço já aberto. amortecedores de vibração: absorvem as vibrações verticais da coluna de perfuração. Fonte: Thomas, J.E., Fundamentos de Engenharia de Petróleo, ed. Interciência, RJ, 2001. Acessórios da Coluna de Perfuração 47 Fonte: Thomas, J.E., Fundamentos de Engenharia de Petróleo, ed. Interciência, RJ, 2001. (a) (b) Figura 24. Acessórios da coluna: (a) substitutos e (b) estabilizadores. 48 função: promover ruptura e desagregação das rochas ou formações. classificação: sem partes móveis: integral de lâminas de aço diamantes naturais diamantes artificiais com partes móveis: tricônicas Fonte: Thomas, J.E., Fundamentos de Engenharia de Petróleo, ed. Interciência, RJ, 2001. Brocas 49 Brocas sem partes móveis Fonte: Thomas, J.E., Fundamentos de Engenharia de Petróleo, ed. Interciência, RJ, 2001. características perfura por cisalhamento tempo de vida curto pouco utilizada atualmente Figura 25. Broca integral de lâmina de aço. 50 Brocas sem partes móveis Fonte: Mansano, R.B, UFSC, Florianópolis, 2004. características perfura por esmerilhamento utilizada para perfurar rochas duras Figura 26. Broca de diamantes naturais.51 Brocas sem partes móveis Fonte: Mansano, R.B, UFSC, Florianópolis, 2004. características conhecidas como PDC perfura por cisalhamento utilizada para perfurar rochas moles Figura 27. Broca de diamantes sintéticos. 52 Brocas com partes móveis Fonte: Mansano, R.B, UFSC, Florianópolis, 2004. (a) (b) Figura 28. Brocas tricônicas: (a) dentes de aço e (b) insertos de tungstênio.
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