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DIREITO EMPRESARIAL E TRIBUTÁRIO

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DIREITO 
EMPRESARIAL E 
TRIBUTÁRIO
Professora Esp. Renata Monteiro de Andrade
GRADUAÇÃO
Unicesumar
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a 
Distância; ANDRADE, Renata Monteiro de. 
 
 Direito Empresarial e Tributário. Renata Monteiro de Andrade. 
 (Reimpressão)
 Maringá-Pr.: UniCesumar, 2018. 
 188 p.
“Graduação - EaD”.
 
 1. Direito. 2. Empresarial. 3. Tributário. 4. EaD. I. Título.
CDD - 22 ed. 341
CIP - NBR 12899 - AACR/2
Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário 
João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828
ISBN 978-85-459-0534-9
Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de Administração
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de EAD
Willian Victor Kendrick de Matos Silva
Presidente da Mantenedora
Cláudio Ferdinandi
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Direção Operacional de Ensino
Kátia Coelho
Direção de Planejamento de Ensino
Fabrício Lazilha
Direção de Operações
Chrystiano Mincoff
Direção de Mercado
Hilton Pereira
Direção de Polos Próprios
James Prestes
Direção de Desenvolvimento
Dayane Almeida 
Direção de Relacionamento
Alessandra Baron
Head de Produção de Conteúdos
Rodolfo Encinas de Encarnação Pinelli
Gerência de Produção de Conteúdo
Juliano de Souza
Supervisão do Núcleo de Produção de 
Materiais
Nádila de Almeida Toledo
Coordenador de Conteúdo
José Manoel da Costa
Lideranças de área
Angelita Brandão, Daniel F. Hey, Hellyery Agda
Design Educacional
Isabela Agulhon Ventura
Iconografia
Ana Carolina Martins Prado
Projeto Gráfico
Jaime de Marchi Junior
José Jhonny Coelho
Arte Capa
André Morais de Freitas
Editoração
Victor Augusto Thomazini
Revisão Textual
Daniela Ferreira dos Santos
Pedro Afonso Barth
Ilustração
Bruno Pardinho
Viver e trabalhar em uma sociedade global é um 
grande desafio para todos os cidadãos. A busca 
por tecnologia, informação, conhecimento de 
qualidade, novas habilidades para liderança e so-
lução de problemas com eficiência tornou-se uma 
questão de sobrevivência no mundo do trabalho.
Cada um de nós tem uma grande responsabilida-
de: as escolhas que fizermos por nós e pelos nos-
sos farão grande diferença no futuro.
Com essa visão, o Centro Universitário Cesumar 
assume o compromisso de democratizar o conhe-
cimento por meio de alta tecnologia e contribuir 
para o futuro dos brasileiros.
No cumprimento de sua missão – “promover a 
educação de qualidade nas diferentes áreas do 
conhecimento, formando profissionais cidadãos 
que contribuam para o desenvolvimento de uma 
sociedade justa e solidária” –, o Centro Universi-
tário Cesumar busca a integração do ensino-pes-
quisa-extensão com as demandas institucionais 
e sociais; a realização de uma prática acadêmica 
que contribua para o desenvolvimento da consci-
ência social e política e, por fim, a democratização 
do conhecimento acadêmico com a articulação e 
a integração com a sociedade.
Diante disso, o Centro Universitário Cesumar al-
meja ser reconhecido como uma instituição uni-
versitária de referência regional e nacional pela 
qualidade e compromisso do corpo docente; 
aquisição de competências institucionais para 
o desenvolvimento de linhas de pesquisa; con-
solidação da extensão universitária; qualidade 
da oferta dos ensinos presencial e a distância; 
bem-estar e satisfação da comunidade interna; 
qualidade da gestão acadêmica e administrati-
va; compromisso social de inclusão; processos de 
cooperação e parceria com o mundo do trabalho, 
como também pelo compromisso e relaciona-
mento permanente com os egressos, incentivan-
do a educação continuada.
Diretoria Operacional 
de Ensino
Diretoria de 
Planejamento de Ensino
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está 
iniciando um processo de transformação, pois quando 
investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou 
profissional, nos transformamos e, consequentemente, 
transformamos também a sociedade na qual estamos 
inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportu-
nidades e/ou estabelecendo mudanças capazes de 
alcançar um nível de desenvolvimento compatível com 
os desafios que surgem no mundo contemporâneo. 
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de 
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo 
este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens 
se educam juntos, na transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógica 
e encontram-se integrados à proposta pedagógica, con-
tribuindo no processo educacional, complementando 
sua formação profissional, desenvolvendo competên-
cias e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em 
situação de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado 
de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal 
objetivo “provocar uma aproximação entre você e o 
conteúdo”, desta forma possibilita o desenvolvimento 
da autonomia em busca dos conhecimentos necessá-
rios para a sua formação pessoal e profissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de cresci-
mento e construção do conhecimento deve ser apenas 
geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos 
que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. Ou 
seja, acesse regularmente o AVA – Ambiente Virtual de 
Aprendizagem, interaja nos fóruns e enquetes, assista 
às aulas ao vivo e participe das discussões. Além dis-
so, lembre-se que existe uma equipe de professores 
e tutores que se encontra disponível para sanar suas 
dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de aprendiza-
gem, possibilitando-lhe trilhar com tranquilidade e 
segurança sua trajetória acadêmica.
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A
Professora Esp. Renata Monteiro de Andrade
Especialização em Empreendimentos e Negócios Imobiliários pelo Centro 
Universitário Cesumar (Unicesumar/2015). Especialização em Direito 
Empresarial pela Universidade Paranaense (UNIPAR/2006). Graduação em 
Direito pela UNIPAR (2005). Atualmente é professora titular do Unicesumar. 
Tem experiência na área de Direito, com ênfase em Direito Empresarial.
Lattes: <http://lattes.cnpq.br/9101607861095025>.
SEJA BEM-VINDO(A)!
Olá, caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a)!
Neste livro, trataremos de temas importantes tanto para o desenvolvimento profissional 
quanto para o pessoal, tendo em vista que se trata do Direito Empresarial e Tributário, 
duas esferas do direito de grande importância para desenvolvimento econômico e so-
cial, visto que, em nossa sociedade capitalista, as empresas possuem objetivo principal 
em auferir lucro, e dessa forma por meio dos pagamentos dos impostos e salários mo-
vimentam a economia.
Dois ramos do Direito diferentes, mas relacionados entre si, e para tanto, imprescindível 
entender conceito do Direito Empresarial, bem como os princípios específicos relacio-
nados à atividade, para entender quem pode exercer atividade empresarial, quais seus 
requisitos diante do entendimento do que significa empresa e atividade, sem esquecer 
do estabelecimento e da legalização da empresa.
Após visualizar conceitos sobre empresas e empresários, entendemos que alguns as-
pectos sobre as sociedades e suas classificações, formas de constituição e, principal-
mente, como constituir estabelecendo as diferenças entre cada uma delas, como ocorre 
a administração de acordo com as leis aplicadas para discernir qual a melhor forma de 
sociedade é mais adequada à sua necessidade, finalizando com as operações societárias 
que podem ser realizadas.
Seguimos para as noções do Direito Tributário e seus aspectos relevantes principalmen-
te na existência da relação jurídica entre as pessoas e o ente público sendo primordial 
entender o momento do surgimento dessa relação e o motivo pelo qual ela surge, par-
tindo do pressuposto de conceitos do direito tributário seguindo para fontes que são 
essenciais para interpretação dequalquer direito.
Como funciona o sistema tributário nacional, como são instituídos os tributos e quais 
são os princípios e limites desse poder tão relevante atualmente, são temas debatidos 
atualmente em nossas câmaras legislativas.
Em seguida, passaremos a conhecer as principais leis aplicadas ao Direito Tributário para 
entender sua aplicabilidade e conhecer as formas de aplicação. Para que não haja qual-
quer sanção, é necessário compreender o motivo do surgimento da obrigação tributária 
para instituir a responsabilidade tributária a quem for de direito, finalizando esta unida-
de com formas de suspensão, exclusão e extinção do crédito tributário.
E, finalmente, conheceremos a competência tributária e as espécies de tributos, princi-
palmente, os principais tributos instituídos pela União, Estados e Municípios, apresen-
tando algumas regras encerrando nossos estudos com funcionamento das taxas, contri-
buições de melhoria, empréstimos compulsórios e contribuições especiais. 
Bons estudos!
Prof.ª Renata Monteiro de Andrade
APRESENTAÇÃO
DIREITO EMPRESARIAL E TRIBUTÁRIO
SUMÁRIO
09
UNIDADE I
DO DIREITO EMPRESARIAL
15 Introdução
16 Direito Empresarial 
21 Conceitos de Empresário 
27 Cônjuges 
28 Empresa e Atividade Empresarial 
33 Registro e Legalização das Empresas 
39 Contabilista 
40 Considerações Finais 
45 Referências 
47 Gabarito 
UNIDADE II
SOCIEDADES
53 Introdução
54 Conceito de Sociedades 
55 Classificação das Sociedades 
73 Sociedade Comum 
76 Desconsideração da Personalidade Jurídica 
78 Considerações Finais 
83 Referências 
84 Gabarito 
SUMÁRIO
10
UNIDADE III
NOÇÕES DE DIREITO TRIBUTÁRIO
87 Introdução
88 Noções de Direito Tributário 
90 Fontes do Direito Tributário 
95 Sistema Tributário Nacional 
96 Funções dos Tributos 
100 Princípios e Limitações do Poder de Tributar 
105 Considerações Finais 
110 Referências 
111 Gabarito 
UNIDADE IV
DAS OBRIGAÇÕES TRIBUTÁRIAS
115 Introdução
116 Legislação Tributária 
126 Relação Jurídica Tributária 
131 Capacidade Tributária 
133 Crédito Tributário 
141 Considerações Finais 
147 Referências 
148 Gabarito 
SUMÁRIO
11
UNIDADE V
DA COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA E OS TRIBUTOS EM ESPÉCIE
153 Introdução
154 Competência Tributária 
158 Espécies de Tributos 
181 Considerações Finais 
185 Referências 
186 Gabarito 
188 CONCLUSÃO
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Professora Esp. Renata Monteiro de Andrade
DO DIREITO EMPRESARIAL
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Entender os conceitos do Direito Empresarial.
 ■ Compreender os princípios específicos da atividade empresarial.
 ■ Conceituar empresário e saber quem possui capacidade para ser 
empresário.
 ■ Aprender quem não pode ser empresário.
 ■ Assimilar conceito de empresa e atividade empresarial.
 ■ Instruir-se de como se realiza o registro e legalização das empresas.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ Direito empresarial
 ■ Conceitos de empresário
 ■ Cônjuges
 ■ Empresa e atividade empresarial
 ■ Registro e legalização das empresas
 ■ Contabilista
INTRODUÇÃO
Olá, caro(a) aluno(a), esta unidade tem por objetivo a sua compreensão sobre 
o Direito Empresarial, assunto que estará presente tanto na vida profissional de 
qualquer gestor ou administrador.
Devemos entender os conceitos trazidos pelos grandes doutrinadores sobre 
Direito Empresarial para que possamos delinear as obrigações estabelecidas na 
legislação, principalmente motivos e as relações existentes entre as pessoas e a 
empresa para que não haja qualquer prejuízo à empresa ou ao profissional.
Em sequência, entendemos as características próprias do Direito empresa-
rial, baseada na simplicidade e facilidade na compreensão, bem como princípios 
constitucionais estabelecidos.
O conteúdo trazido nesta unidade não será utilizado apenas como forma de 
avaliação ou em trabalhos posteriores, visto que faz parte de um universo repleto 
de informações que serão utilizadas no cotidiano da vida de cada um.
O mundo da legislação é repleto de informações e, para que exista uma 
compreensão desta, devemos absorver os conceitos de empresário, empresa, 
atividade comercial e, principalmente, as exceções existentes, sem esquecer que 
para todos os atos esbarramos na plena capacidade civil, visto que para exercí-
cio da atividade deve o empresário possuir requisitos legais para tal e proibições 
que devem ser conhecidas.
Vamos aprender o conceito de empresário individual, a nova modalidade 
de Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI). Após enten-
der conceitos essenciais e suas aplicações, teremos uma breve explanação sobre 
registro e legalização das empresas, que será tratado mais profundamente na 
próxima unidade.
Seria imprudente entender sobre espécies de empresa sem abranger os con-
ceitos de estabelecimento e ponto comercial, por isso, vamos também abordar 
este tema.
Nosso objetivo é trazer o máximo de conhecimento e informação para que 
haja a construção desse universo cheio de dúvidas que surgirão no decorrer de 
nossos estudos, lembrando que estaremos juntos nesta busca incessante.
Vamos lá! Ótimo estudo!
Introdução
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DO DIREITO EMPRESARIAL
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rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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DIREITO EMPRESARIAL
Caro(a) aluno(a), precisamos compreender as mudanças ocorridas na legisla-
ção que foram muito importantes para o desenvolvimento do instituto. Antes da 
vigência do Código Civil ocorrida em 2002, o Direito Empresarial era tratado 
como Direito comercial, havendo inclusive um código específico que foi revo-
gado quase inteiramente pelo Código Civil de 2002, mantendo somente em vigor 
a segunda parte que trata exclusivamente do comércio marítimo.
Essa modificação na terminologia se deve à modificação da teoria adotada 
pelos códigos, ou seja, o Código Comercial adotava a teoria dos atos do comér-
cio, por isso, era tratado como Direito comercial. O Código Civil atualizado em 
2002 adotou a teoria de empresa passando a ser mais abrangente que a teoria ante-
rior, não considerando atividade empresarial apenas as de natureza intelectual.
Para Teixeira (2013, p. 32): 
Direito empresarial seria apenas a expressão ‘Direito Comercial’ atuali-
zada. Boa parte da doutrina continua a usar Direito Comercial, inclusi-
ve nos títulos das obras. Independentemente da terminologia, trata-se 
de um ramo do Direito.
Segundo Santos (2010, p. 13): “[...] o Direito Empresarial é o ramo do Direito que 
tem por objeto a regulamentação da atividade econômica daqueles que atuam na 
circulação ou produção de bens, bem como na prestação de serviços”.
Direito Empresarial
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Nossa Constituição Federal (1988) assegura autonomia do Direito Empresarial 
estabelecida em seu artigo 22, inciso II que define: “Art. 22. Compete privativamente 
à União legislar sobre: I - Direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, 
agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho” (BRASIL, 1988, on-line)1.
Coelho (2002, p. 04) nos ensina:
O direito comercial cuida do exercício dessa atividade econômica orga-
nizada de fornecimento de bens ou serviços, denominada empresa. Seu 
objeto é o estudo dos meios socialmente estruturadosde superação dos 
conflitos de interesses envolvendo empresários ou relacionados às em-
presas que exploram. As leis e a forma pela qual são interpretadas pela 
jurisprudência e doutrina, valores prestigiados pela sociedade, bem as-
sim o funcionamento dos aparatos estatal e paraestatal, na superação 
desses conflitos de interesses e formam o objeto da disciplina.
Lembremo-nos que as regras do Direito também são estabelecidas por suas fon-
tes, de acordo com ensinamentos de Teixeira (2013) tratadas como primárias 
ou secundárias em que as primeiras são as leis, por exemplo, Lei de falência, 
Lei da franquia, Lei da Duplicata mercantil, inclusive a Constituição Federal, 
entre outras. A segunda ou secundárias são usos e costumes que são as práticas 
reiteradas que passam a ser aceitas pelos empresários como regras, passando a 
vigorar quando não houver norma expressa sobre assunto, por exemplo, emis-
são de pagamento de boletos bancários.
Dentro do Direito Empresarial, tratamos de direito societário, direito falimen-
tar, direito industrial, direito cambiário, direito concorrencial, direito bancário, 
direito de mercado de capitais, direito marítimo, direito securitário, entre outros.
Segundo Teixeira (2013, p. 38): “[...] objeto do direito empresarial é essen-
cialmente, regular as relações entre empresários e dispor sobre as regras das 
sociedades empresariais”.
Gomes (2007) apresenta algumas características que diferenciam o Direito 
Empresarial por apresentar características próprias que são:
 ■ Simplicidade: afigura-se como um elemento próprio do comércio, visto 
que ele atende às necessidades da sociedade e tais necessidades (como ali-
mentos, o vestuário e mesmo o crédito) são imediatas, daí a ausência de 
formas rígidas para prática dos atos jurídicos no Direito comercial, que 
valoriza as práticas adotadas, ou seja, os costumes.
DO DIREITO EMPRESARIAL
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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 ■ Universalismo: todas as pessoas em qualquer lugar no mundo necessitam 
de alimentos e de vestuário, tais necessidades são muitas vezes comuns e 
universais, tudo isso, inegavelmente, imprimiu no direito comercial um 
caráter universal ou cosmopolita e conduziu à padronização de muitas 
das normas nesta matéria.
 ■ Onerosidade: a onerosidade é um elemento incluído a toda relação 
comercial. O empresário desenvolve sua atividade de produção de bens, 
circulação de bens ou de serviços de forma a obter lucro. O elemento-
-chave nesse ponto é a especulação com a finalidade de lucro.
 ■ Individualismo: o lucro é a preocupação imediata do interesse individual.
 ■ Fragmentarismo: há um conjunto de regras que os norteiam, pois, direito 
empresarial vincula-se a outros ramos do direito, mesmo que haja carac-
terísticas próprias, ela deve estar em harmonia com outras leis.
 ■ Dinamismo: o Direito Empresarial é dinâmico e está sempre em cons-
tante desenvolvimento, aderindo a novas tecnologias, o que resulta na 
prática de novas práticas comerciais.
Como todos os ramos do Direito, atividade empresarial também possui seus prin-
cípios específicos, estes trazidos pela Constituição Federal (1988), que estabelece:
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho 
humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência 
digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes 
princípios:
 I - soberania nacional.
II - propriedade privada.
III - função social da propriedade.
IV - livre concorrência.
V - defesa do consumidor.
VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferen-
ciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus 
processos de elaboração e prestação.
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IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte cons-
tituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração 
no País.
Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer ati-
vidade econômica, independentemente de autorização de órgãos públi-
cos, salvo nos casos previstos em lei (BRASIL, 1988, on-line)1.
No caput, apresenta-se Valorização do Trabalho humano, em resumo, o empre-
sário realiza sua atividade empregando seu capital na valorização do trabalho 
humano assumindo os riscos do negócio para obtenção do lucro.
O princípio da livre iniciativa nos ensinamentos de Coelho (2007) se 
desdobra em quatro condições fundamentais para o funcionamento eficiente 
do modo de produção capitalista: 1) imprescindibilidade da empresa privada 
para que a sociedade tenha acesso aos bens e serviços de que necessita para 
sobreviver; 2) busca do lucro como principal motivação dos empresários; 
3) necessidade jurídica de proteção do investimento privado e 4) reconhe-
cimento da empresa privada como polo gerador de empregos e de riquezas 
para a sociedade. Não havendo necessidade de autorização do Estado para 
exercício da atividade econômica, o governo exerce somente a função de fis-
calização e regulamentação, lembrando que sem a livre iniciativa não há 
economia de mercado.
O princípio da Soberania Nacional, diferentemente do apresentado pelo 
art. 1.º da Constituição Federal, é o poder do Estado por meio dos instrumen-
tos legais para gerenciar a ordem econômica fazendo com que sejam cumpridas.
Princípio Função Social da propriedade: garantir e defender a proprie-
dade privada dos meios de produção é pressuposto fundamental do regime 
capitalista de livre mercado. Ausente a propriedade privada, não há também 
mercado, obviamente. “Não havendo mercado, não há como negociar os bens 
e serviços em produção e circulação de forma legítima e eficiente” (RAMOS, 
2014, p. 49).
Princípio da livre concorrência estabelecida pela Constituição Federal 
(1988) em seu art. 173 § 4.º determina:
DO DIREITO EMPRESARIAL
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a explora-
ção direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quan-
do necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante 
interesse coletivo, conforme definidos em lei.
[...]
§ 4.º A lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à dominação 
dos mercados, à eliminação da concorrência e ao aumento arbitrário 
dos lucros (BRASIL, 1988, on-line)1.
Esse princípio foi regulamentado pela Lei nº 12.529/2011, dispondo sobre sis-
tema brasileiro de defesa da concorrência e prevenção e repressão às infrações 
contra a ordem econômica.
Os empresários possuem a garantia constitucional de concorrer livremente 
entre si sem a intervenção do Estado, desde que não pratique qualquer infra-
ção legal.
Princípio da Defesa do consumidor: ganhou bastante importância no 
decorrer dos tempos, tanto que passou a ser regulamentado pelo seu próprio 
código. Este princípio determina que a atividade econômica deve sempre pro-
teger a parte mais fraca na relação.
Princípio da Defesa do meio ambiente: a partir da Emenda Constitucional 
42, inovou o tratamento a esse princípio valorando àquele que se preocupa com 
o meio ambiente e penalizando aquele que o desrespeita, trazendo obrigações 
constitucionais e submetendo responsabilidades aos Estados de acordo com o 
agente que o pratica.
Princípio do Tratamento favorecido às empresas de pequeno porte: 
visando a redução das desigualdades, o Estado cria Leis para incentivar os 
pequenos empresários para que exerçam sua atividade econômica em igual-
dade com as grandes empresas. Esse princípio foi regulamentado por uma Lei 
complementarnº 123/2006, estabelecendo empresa de pequeno porte, criando 
o sistema SIMPLES.
Contudo, nos ensina Teixeira (2013, p. 43):
[...] a todos é assegurado o direito de participar da economia, por meio 
desenvolvimento de atividade industrial, comercial ou prestação de 
serviço, desde que atendidos os requisitos de capacidade do agente e o 
respeito aos impedimentos legais.
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21
CONCEITOS DE EMPRESÁRIO
Coelho (2012, p. 145) define empresário como sendo:
[...] a pessoa que toma a iniciativa de organizar uma atividade econô-
mica de produção ou circulação de bens ou serviços. Essa pessoa pode 
ser tanto a física, que emprega seu dinheiro e organiza a empresa indi-
vidualmente como a jurídica, nascida da união de esforços de seus in-
tegrantes. A pessoa jurídica empresária é cotidianamente denominada 
‘empresa’, e os seus sócios são chamados ‘empresários’.
O conceito de empresário é apresentado pelo Código Civil em seu artigo 966 que 
determina: “Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente 
atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de 
serviços” (BRASIL, 2002, on-line)2.
Para melhor compreensão, utilizaremos os ensinamentos de Coelho (2002, 
p. 11) para entendermos a definição de cada parte:
Profissionalismo: a noção de exercício profissional de certa atividade 
é associada, na doutrina, às considerações de três ordens. A primeira 
diz respeito à habitualidade. Não se considera profissional quem reali-
za tarefas de modo esporádico. Não será empresário, por conseguinte, 
aquele que organizar episodicamente a produção de certa mercadoria, 
mesmo destinando-a à venda no mercado. Se está apenas fazendo um 
teste, com o objetivo de verificar se tem apreço ou desapreço pela vida 
empresarial ou para socorrer situação emergencial em suas finanças, e 
não se torna habitual o exercício da atividade, então, ele não é empresá-
rio. O segundo aspecto do profissionalismo é a pessoalidade. O empre-
sário, no exercício da atividade empresarial, deve contratar empregados. 
São estes que, materialmente falando, produzem ou fazem circular bens 
ou serviços. O requisito da pessoalidade explica por que não é o em-
DO DIREITO EMPRESARIAL
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pregado considerado empresário. Enquanto este último, na condição 
de profissional, exerce a atividade empresarial pessoalmente, os empre-
gados, quando produzem ou circulam bens ou serviços, fazem-no em 
nome do empregador. Estes dois pontos normalmente destacados pela 
doutrina, na discussão do conceito de profissionalismo, não são os mais 
importantes. A decorrência mais relevante da noção está no monopólio 
das informações que o empresário detém sobre o produto ou serviço 
objeto de sua empresa. Este é o sentido com que se costuma empre-
gar o termo no âmbito das relações de consumo. Como o empresário é 
um profissional, as informações sobre os bens ou serviços que oferecem 
ao mercado — especialmente as que dizem respeito às suas condições 
de uso, qualidade, insumos empregados, defeitos de fabricação, riscos 
potenciais à saúde ou vida dos consumidores — costumam ser de seu 
inteiro conhecimento. Porque profissional, o empresário tem o dever de 
conhecer estes e outros aspectos dos bens ou serviços por ele forneci-
dos, bem como o de informar amplamente os consumidores e usuários.
Atividade: se empresário é o exercente profissional de uma atividade 
econômica organizada, então, empresa é uma atividade; a de produção 
ou circulação de bens ou serviços. É importante destacar a questão. Na 
linguagem cotidiana, mesmo nos meios jurídicos, usa-se a expressão 
“empresa” com diferentes e impróprios significados. Se alguém diz “a 
empresa faliu” ou “a empresa importou essas mercadorias”, o termo é 
utilizado de forma errada, não técnica. A empresa, enquanto atividade, 
não se confunde com o sujeito de direito que a explora, o empresário. É 
ele que fale ou importa mercadorias. Similarmente, se uma pessoa ex-
clama “a empresa está pegando fogo!” ou constata “a empresa foi refor-
mada, ficou mais bonita”, está empregando o conceito equivocadamen-
te. Não se pode confundir a empresa com o local em que a atividade é 
desenvolvida. O conceito correto nessas frases é o de estabelecimento 
empresarial; este sim pode incendiar-se ou ser embelezado, nunca a 
atividade. Por fim, também é equivocado o uso da expressão como si-
nónimo de sociedade. Não se diz “separam-se os bens da empresa e os 
dos sócios em patrimônios distintos”, mas, “separam-se os bens sociais 
e os dos sócios”; não se deve dizer “fulano e beltrano abriram uma em-
presa”, mas “eles contrataram uma sociedade”.
Econômica: a atividade empresarial é econômica no sentido de que 
busca gerar lucro para quem a explora. Note-se que o lucro pode ser 
o objetivo da produção ou circulação de bens ou serviços, ou apenas o 
instrumento para alcançar outras finalidades. Religiosos podem prestar 
serviços educacionais (em uma escola ou universidade) sem visar espe-
cificamente o lucro. É evidente que, no capitalismo, nenhuma atividade 
econômica se mantém sem lucratividade e, por isso, o valor total das 
mensalidades deve superar o das despesas também nesses estabeleci-
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mentos. Mas a escola ou universidade religiosa pode ter objetivos não 
lucrativos, como a difusão de valores ou criação de postos de emprego 
para os seus sacerdotes. Neste caso, o lucro é meio e não fim da atividade 
econômica.
Organizada: a empresa é atividade organizada no sentido de que nela 
se encontram articulados, pelo empresário, os quatro fatores de pro-
dução: capital, mão de obra, insumos e tecnologia. Não é empresário 
quem explora atividade de produção ou circulação de bens ou servi-
ços sem alguns desses fatores. O comerciante de perfumes que leva ele 
mesmo, à sacola, os produtos até os locais de trabalho ou residência dos 
potenciais consumidores explora atividade de circulação de bens, fá-lo 
com intuito de lucro, habitualidade e em nome próprio, mas não é em-
presário, porque em seu mister não contrata empregado, não organiza 
mão de obra. A tecnologia, ressalte-se, não precisa ser necessariamente 
de ponta, para que se caracterize a empresarialidade. 
Exige-se apenas que o empresário se valha dos conhecimentos próprios aos bens 
ou serviços que pretende oferecer ao mercado — sejam estes sofisticados ou de 
amplo conhecimento — ao estruturar a organização econômica.
 ■ Produção de bens ou serviços: produção de bens é a fabricação de 
produtos ou mercadorias. Toda atividade de indústria é, por definição, 
empresarial. Produção de serviços, por sua vez, é a prestação de serviços. 
São exemplos de empresários que produzem bens: os donos de monta-
dora de veículos, fábrica de eletrodomésticos, confecção de roupas; e dos 
que produzem serviços: os de banco, seguradora, hospital, escola, esta-
cionamento, provedor de acesso à internet.
 ■ Circulação de bens ou serviços: a atividade de circular bens é a do comér-
cio, em sua manifestação originária: ir buscar o bem no produtor para 
trazê-lo ao consumidor. E a atividade de intermediação na cadeia de esco-
amento de mercadorias. O conceito de empresário compreende tanto o 
atacadista como o varejista, tanto o comerciante de insumos como o de 
mercadorias prontas para o consumo. Os donos de supermercados, con-
cessionárias de automóveise lojas de roupas são empresários. Circular 
serviços é intermediar a prestação de serviços. A agência de turismo não 
presta os serviços de transporte aéreo, traslados e hospedagem, mas, ao 
montar um pacote de viagem, os intermedia.
 ■ Bens ou serviços: até a difusão do comércio eletrônico via internet, no 
DO DIREITO EMPRESARIAL
Reprodução proibida. A
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fim dos anos 1990, a distinção entre bens ou serviços não comportava, na 
maioria das vezes, maiores dificuldades. Bens são corpóreos, enquanto os 
serviços não têm materialidade. A prestação de serviços consistia sem-
pre em uma obrigação de fazer. Com a intensificação do uso da internet 
para a realização de negócios e atos de consumo, certas atividades resis-
tem à classificação nesses moldes.
Para Teixeira (2014, p. 58):
As modalidades podem ser desenvolvidas individualmente ou conco-
mitantemente pelo empresário. Hipoteticamente, uma empresa pode 
produzir e circular bens ao mesmo tempo (como uma fábrica que man-
tém loja varejista na porta do seu estabelecimento industrial); ou pode 
circular bens e prestar serviço concomitantemente (por exemplo, uma 
concessionária que vende veículos e realiza assistência técnica).
CAPACIDADE DE SER EMPRESÁRIO 
A Lei determina que poderá exercer atividade como empresário aquele que esteja 
em pleno gozo da capacidade civil (art. 972 Código Civil), e não haja qualquer 
impedimento legal para exercício. Desse modo, primeiro, vamos entender o que 
apresenta o Código Civil acerca da capacidade em seu art. 5.º e parágrafo único:
Art. 5.º A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pes-
soa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil.
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante 
instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou 
por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos 
completos.
II - pelo casamento.
III - pelo exercício de emprego público efetivo.
IV - pela colação de grau em curso de ensino superior.
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de re-
lação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis 
anos completos tenha economia própria (BRASIL, 2002, on-line)2.
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Observa-se o inciso V, “[...] se o menor tem autonomia econômica, o juiz deve 
reconhecer essa autonomia para que uma situação de fato passe a ser de direito, 
devendo assim ser levado a registro” (FERREIRA, 1962, p. 109).
Ainda com relação à capacidade, importante observar que poderá um inca-
paz por meio de seu representante ser empresário, de acordo com a legislação, 
conforme art. 974 do Código Civil:
Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente 
assistido, continuar a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, 
por seus pais ou pelo autor de herança.
§ 1º Nos casos deste artigo, precederá autorização judicial, após exame 
das circunstâncias e dos riscos da empresa, bem como da conveniência 
em continuá-la, podendo a autorização ser revogada pelo juiz, ouvidos 
os pais, tutores ou representantes legais do menor ou do interdito, sem 
prejuízo dos direitos adquiridos por terceiros.
§ 2º Não ficam sujeitos ao resultado da empresa os bens que o incapaz 
já possuía, ao tempo da sucessão ou da interdição, desde que estranhos 
ao acervo daquela, devendo tais fatos constar do alvará que conceder 
a autorização.
§ 3º O Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Co-
merciais deverá registrar contratos ou alterações contratuais de socie-
dade que envolva sócio incapaz, desde que atendidos, de forma conjun-
ta, os seguintes pressupostos: 
I – o sócio incapaz não pode exercer a administração da sociedade.
II – o capital social deve ser totalmente integralizado. 
III – o sócio relativamente incapaz deve ser assistido e o absolutamente 
incapaz deve ser representado por seus representantes legais (BRASIL, 
2002, on-line)2.
No entanto, existem alguns impedimentos legais para exercício da atividade, tra-
zidos pela legislação:
O Falido não reabilitado de acordo com Lei de falências nº 11.101/2005 
em seu art. 102 e 181 § 1.º:
Art. 102. O falido fica inabilitado para exercer qualquer atividade em-
presarial a partir da decretação da falência e até a sentença que extingue 
suas obrigações, respeitado o disposto no § 1o do art. 181 desta Lei.
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Parágrafo único. Findo o período de inabilitação, o falido poderá re-
querer ao juiz da falência que proceda à respectiva anotação em seu 
registro.
Art. 181. São efeitos da condenação por crime previsto nesta Lei:
[...]
§ 1º Os efeitos de que trata este artigo não são automáticos, devendo 
ser motivadamente declarados na sentença, e perdurarão até 5 (cinco) 
anos após a extinção da punibilidade, podendo, contudo, cessar antes 
pela reabilitação penal (BRASIL, 2005, on-line)3. 
Funcionário Público: eis que não devem se preocupar com situações que não 
se referem ao cargo que ocupam, e ainda dependendo do cargo, o exercício da 
atividade pode favorecer uma empresa ou pessoa, o que é vedado por lei, neste 
sentido estabelece a Lei nº 8.112/90:
Art. 117. Ao servidor é proibido: X - participar de gerência ou adminis-
tração de sociedade privada, personificada ou não personificada, exer-
cer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditá-
rio (BRASIL, 1990, on-line)4.
Caso o funcionário público descumpra o que estabelece a legislação, estará sujeito 
à sanção administrativa, podendo até perder seu cargo.
Militar: considerado um funcionário público, valendo-se da mesma justifica-
tiva, no entanto, há disposição específica Decreto-lei nº 1.001/69 em seu art. 204:
Art. 204. Comerciar o oficial da ativa, ou tomar parte na administração 
ou gerência de sociedade comercial, ou dela ser sócio ou participar, 
exceto como acionista ou cotista em sociedade anônima, ou por cotas 
de responsabilidade limitada:
Pena - suspensão do exercício do pôsto, de seis meses a dois anos, ou 
reforma (BRASIL, 1969, on-line)5.
Devedor do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS): Lei nº 8.212/91, art. 
95, § 2º:
§ 2º A empresa que transgredir as normas desta Lei, além das outras 
sanções previstas, sujeitar-se-á, nas condições em que dispuser o re-
gulamento: [...] d) à interdição para o exercício do comércio, se for so-
ciedade mercantil ou comerciante individual (BRASIL,1991, on-line)6.
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Há outras restrições aos devedores do INSS, como o impedimento para participar 
de licitações públicas; além de eventuais dificuldades para realizar o encerra-
mento da atividade econômica, entre outras.
Estrangeiros podem exercer atividade comercial, mas os limites estão estabeleci-
dos na Constituição Federal (1988), especificamente art. 176 §1.º e 222 que determina:
Art. 176. As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais e 
os potenciais de energia hidráulica constituem propriedade distinta 
do solo, para efeito de exploração ou aproveitamento, e pertencem à 
União, garantida ao concessionário a propriedade do produto da lavra. 
§ 1º A pesquisa e a lavra de recursos minerais e o aproveitamento dos 
potenciaisa que se refere o “caput” deste artigo somente poderão ser 
efetuados mediante autorização ou concessão da União, no interesse 
nacional, por brasileiros ou empresa constituída sob as leis brasileiras 
e que tenha sua sede e administração no País, na forma da lei, que esta-
belecerá as condições específicas quando essas atividades se desenvol-
verem em faixa de fronteira ou terras indígenas.
Art. 222. A propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão so-
nora e de sons e imagens é privativa de brasileiros natos ou naturali-
zados há mais de dez anos, ou de pessoas jurídicas constituídas sob as 
leis brasileiras e que tenham sede no País (BRASIL, 1988, on-line, grifo 
nosso)1.
CÔNJUGES
De acordo com o Código Civil, 
os cônjuges podem constituir 
sociedades empresárias entre 
si ou com terceiros, mas a lei 
reserva uma exceção para 
aqueles casados em regime 
comunhão universal de bens 
ou em separação obrigatória, 
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IU N I D A D E28
conforme estabelece o artigo: “Art. 977. Faculta-se aos cônjuges contratar socie-
dade, entre si ou com terceiros, desde que não tenham casado no regime da 
comunhão universal de bens, ou no da separação obrigatória” (BRASIL, 2002, 
on-line)2.
Caro(a) aluno(a), para explicar as exceções, pensemos que no caso da união 
com comunhão universal de bens, ou seja, comunicam-se todos os bens adqui-
ridos antes ou depois do casamento, de modo que seria como uma sociedade a 
uma só pessoa, portanto, não haveria segurança jurídica, já que se trata de uma 
universalidade de bens, além da falha na administração acarretaria um grande 
prejuízo familiar. Já o regime de separação obrigatória é para evitar fraudes, um 
ficar transferindo para outros os bens e prejudicando terceiros.
Todos os atos (inclusive os da vida civil) que envolvam o empresário 
devem ser registrados no Registro Público das Empresas Mercantis, 
como doação, pacto antenupcial, separação etc. (CC, arts. 979 e 980), 
visando que aqueles que contratem com o empresário possam ter aces-
so às informações e noção de como está o seu patrimônio, para fins de 
cumprimento das obrigações, principalmente no caso de desconsidera-
ção da personalidade jurídica (TEIXEIRA, 2016, p. 88).
EMPRESA E ATIVIDADE EMPRESARIAL
Caro(a) aluno(a), diante 
do conceito de empresário, 
ficou evidente a definição de 
empresa que é atividade eco-
nômica organizada exercida 
profissionalmente. Asquini 
(apud TEIXEIRA, 2016, p. 
58) define empresa segundo 
teoria poliédrica explicita-
dos da seguinte forma:
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1) objetivo: a empresa significa patrimônio, ou melhor, estabeleci-
mento, enquanto conjunto de bens destinados ao exercício da empresa 
(nesse sentido: art. 1.142 do Código Civil).
2) subjetivo: a empresa é entendida como sujeito de direitos, no caso, o 
empresário, individual (pessoa natural) ou sociedade empresária (pes-
soa jurídica), que possui personalidade jurídica, com a capacidade de 
adquirir direitos e contrariar obrigações (nesse sentido: arts. 966 e 981 
do Código Civil).
3) corporativo: a empresa significa uma instituição, como um conjun-
to de pessoas (empresário, empregados e colaboradores) em razão de 
um objetivo comum: um resultado produtivo útil.
4) funcional (ou dinâmico): a empresa significa atividade empresa-
rial, sendo uma organização produtiva a partir da coordenação pelo 
empresário dos fatores de produção (capital, trabalho, matéria-prima e 
tecnologia) para alcançar sua finalidade (que é o lucro).
Para Coelho (2012, p. 145):
A pessoa jurídica empresária é cotidianamente denominada “empre-
sa”, e os seus sócios são chamados “empresários”. Em termos técnicos, 
contudo, empresa é a atividade, e não a pessoa que a explora; e empre-
sário não é o sócio da sociedade empresarial, mas a própria sociedade. 
É necessário, assim, acentuar, de modo enfático, que o integrante de 
uma sociedade empresária (o sócio) não é empresário; não está, por 
conseguinte, sujeito às normas que definem os direitos e deveres do 
empresário.
Atividade empresarial é “[...] o elemento da empresa que implica a organização 
racional dos fatores de produção” (GOMES, 2007, p. 36). Já Teixeira (2016, p. 60) 
esclarece que “[...] pode-se dizer que a atividade é uma organização profissional 
para produção ou circulação de bens ou de serviços com a finalidade de lucro”.
No entanto, existem atividades que não são consideradas empresariais em 
razão das exceções trazidas pelo Código Civil no parágrafo único do artigo 966 
que estabelece:
Art. 966 [...]
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão 
intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o 
concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profis-
são constituir elemento de empresa (BRASIL, 2002, on-line)2.
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Para Teixeira (2016, p. 61):
As atividades intelectuais são aquelas que necessitam de um esforço 
criador que, por sua vez, está na mente do profissional que a realiza, 
como no caso de médicos, arquitetos etc. São atividades personalíssi-
mas, por não se admitir, via de regra, a fungibilidade do devedor quan-
to à sua prestação, ou seja, o devedor não pode ser substituído.
Para melhor entender, o autor complementa com conceitos de atividades cien-
tífica, literária e artística:
A atividade de natureza científica está relacionada com quem é pesqui-
sador ou cientista, ou seja, alguém especializado em uma ciência (co-
nhecimentos sistêmicos). As atividades realizadas pelos profissionais de 
uma das áreas do conhecimento (humanas, exatas e biológicas) podem 
se enquadrar na atividade intelectual, citando-se, como exemplos, o 
preparador físico, o fisioterapeuta, o psicólogo, o químico, médico etc. 
Pode-se dizer que esses são cientistas nas suas respectivas áreas.
Já a atividade de natureza literária está relacionada com a expressão 
da linguagem, ideias, sentidos e símbolos, especialmente por meio da 
escrita. Nesse sentido, o escritor, o compositor, o poeta, o jornalista etc. 
São exemplos de profissionais que exercem atividade de natureza literá-
ria. O literário é intelectual, mas pode não ser universitário.
Por sua vez, a atividade de natureza artística está relacionada com a 
arte, que é a produção de algo extraordinário com a utilização de ha-
bilidades e certos métodos para a realização. Também está relacionada 
com a expressão de sentidos e símbolos por meio de linguagem não es-
crita. Exercem atividade de natureza artística o ator e o cantor (que são 
intérpretes), o desenhista, o fotógrafo, o artista plástico etc. A contra-
tação de auxiliares ou colaboradores pelo profissional intelectual não 
caracteriza sua atividade como empresarial (TEIXEIRA, 2016, p. 64).
Para ilustrar os conceitos, podemos citar o exemplo do médico, se ele atuar sozi-
nho, mesmo que contrate uma secretária e uma enfermeira ou auxiliar ainda 
continua a exercer atividade intelectual, pois é em razão do trabalho “específico 
daquele médico” que ele é procurado por seus pacientes, por isso, não desenvolve 
atividade empresarial. Entretanto, se este médico passar a ser uma clínica ou um 
hospital passará a exercer uma atividade empresarial, visto que será conhecido 
por sua empresa e não pelo seu trabalho, ele passou a ser organizador na fun-
ção de médico fundador deixando sua profissão intelectual em segundo plano.
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EMPRESÁRIO INDIVIDUAL
Para o exercício da atividade empresarial individual, é necessário possuir capa-
cidade plena de exercício no qual de acordo com nossa legislação pátria ocorre 
aos 18 anos de idade, ou o incapaz que for emancipado ou ainda pelas hipóte-
ses legais trazidas pelo parágrafo único do artigo 5º do Código Civil. Além da 
capacidade, ainda devemos considerar que inexiste qualquer impedimento para 
o exercício da atividade.
Campinho (2009, p. 12): 
[...] chama a atenção para o fato de que o empresário individual é a 
pessoa física titular de uma atividade empresarial, que por sua vez não 
se confunde com o sócio da sociedade empresária. O sócio não é em-
presário, mas, sim, integrante do quadro social de uma sociedade em-
presária.
Ressalta-se que o empresário individual não goza de limitação de responsabili-
dade e da separação patrimonial. Os benefícios de se tornar empresário individual 
restringe-se a alguns direitos assegurados como: recuperação de empresas, uso 
dos livros contábeis como prova em processo judicial; vantagens tributárias (que 
somente são possíveis se tiver um Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) 
mantido pela Receita Federal do Brasil, sem prejuízo de outros requisitos).
EMPRESA INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA 
(EIRELI)
Essa figura de empresa surgiu em razão da dificuldade de encontrar sócios em 
caso de dissolução parcial da empresa, para evitar o fechamento que ocorria após 
180 dias, agora, surgiu a faculdade da transformação da empresa em EIRELI, 
regulamentada pela lei nº 12.441/2011.
Como a própria designação apresenta, embora seja uma empresa individual, 
responsabilidade limitada, desde que o capital esteja integralizado, este capital 
não poderá ser inferior a 100 salários mínimos. A designação também apre-
senta-se pelo termo EIRELI conforme estabelece o art. 980-A do Código Civil.
DO DIREITO EMPRESARIAL
Reprodução proibida. A
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IU N I D A D E32
Santos (2012) apresenta um quadro explicativo sobre as diferenças entre as 
regras aplicáveis ao empresário individual e EIRELI:
Quadro 01 - Diferenças entre empresário individual e EIRELI
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL EIRELI
Não adquire personalidade jurídica Adquire personalidade jurídica.
Patrimônio: dívidas pessoais e dívidas 
empresariais.
Patrimônio do titular: responde pelas 
dívidas pessoais.
Patrimônio da EIRELI: responde pelas 
dívidas empresariais.
Não é possível desconsideração da 
pessoa jurídica.
É possível desconsideração da pessoa 
jurídica nas hipóteses legais.
Não possui capital social mínimo. Capital social mínimo de 100 salários mínimos.
Nome: Firma individual. Nome: firma ou denominação + EIRELI.
Fonte: Santos (2012, p. 24).
Os Direitos e as Obrigações do Titular do Capital Social da Empresa Individu-
al de Responsabilidade Limitada (EIRELI)
A Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI), instituída pela 
Lei nº 12.441, de 11 de julho de 2011, que entrou em vigor em 8 de janeiro 
de 2012, constitui a mais recente espécie de pessoa jurídica no Direito brasi-
leiro a ser analisada no presente trabalho.
Ocorre, porém, que se tem procurado identificar na EIRELI uma proximidade 
com o empresário individual, embora as normas que disciplinam tal pessoa 
jurídica prevejam a aplicação subsidiária da sociedade limitada.
Independentemente da alusão ao “empresário individual”, contida na ex-
pressão que identifica a EIRELI e a aplicação subsidiária da disciplina da 
sociedade limitada, em vista de se tratar de uma pessoa jurídica, há de se 
precisar as características e as funções que lhe são próprias, a exemplo do 
que se faz com as demais espécies de pessoa jurídica.
Fonte: Pigliesi et al. (2013, p. 306, on-line)7.
Registro e Legalização das Empresas
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REGISTRO E LEGALIZAÇÃO DAS EMPRESAS
A inscrição é uma obrigação legal estabelecida também pelo Código Civil em 
seu art. 1.150 que estabelece:
Art. 1.150. O empresário e a sociedade empresária vinculam-se ao Re-
gistro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais, 
e a sociedade simples ao Registro Civil das Pessoas Jurídicas, o qual 
deverá obedecer às normas fixadas para aquele registro, se a sociedade 
simples adotar um dos tipos de sociedade empresária (BRASIL, 2002, 
on-line)2.
A regularidade do exercício da atividade empresarial depende do registro de sua 
atividade, de acordo com a Lei nº 8.934/1994 que estabelece quais são os órgãos 
responsáveis pelo registro: 
Art. 3º Os serviços do Registro Público de Empresas Mercantis e Ativi-
dades Afins serão exercidos, em todo o território nacional, de manei-
ra uniforme, harmônica e interdependente, pelo Sistema Nacional de 
Registro de Empresas Mercantis (Sinrem), composto pelos seguintes 
órgãos:
I - O Departamento Nacional de Registro do Comércio, órgão central 
Sinrem, com funções supervisora, orientadora, coordenadora e norma-
tiva, no plano técnico; e supletiva, no plano administrativo.
II - As Juntas Comerciais, como órgãos locais, com funções executora e 
administradora dos serviços de registro (BRASIL, 1994, on-line)8.
Lembremos que para ser levado a registro o ato constitutivo deve obedecer aos 
requisitos trazidos pelos artigos 997 a 1.000 do Código Civil. Teixeira (2016, p. 
66) explica que a inscrição do empresário tem como finalidade:
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a) tornar pública a sua atividade, bem como sua finalidade empresarial 
e suas disposições do ato constitutivo.
Conforme os arts. 29 e 30 da Lei nº 8.934/94, qualquer pessoa, sem 
precisar demonstrar a razão, pode consultar os registros existentes nas 
Juntas Comerciais desde que pague o preço fixado pelo órgão, podendo 
assim requerer a expedição de certidões.
b) efetuar o cadastro do empresário, o que gera um número de matrí-
cula conhecido como Número de Inscrição no Registro de Empresas 
(NIRE) que, entre outras coisas, servirá para a obtenção do Cadastro 
Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) – junto à Receita Federal.
c) proteger sua identificação e seu nome empresarial, o que é garantido 
pelo princípio da anterioridade, ou seja, quem primeiro registrar aque-
le nome goza de proteção.
d) estabelecer o início de sua existência (CC, art. 45) e assegurar a se-
paração patrimonial e a limitação de responsabilidade patrimonial dos 
sócios por dívidas sociais, pois com a inscrição a sociedade adquire 
personalidade jurídica (CC, art. 985).
Como a toda regra há uma exceção, a sociedade de advogados, embora não 
seja considerada atividade empresarial, ela deve ser registrada e regulamentada 
pelo Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) (Lei nº 8.906/94) que 
estabelece:
Art. 15. Os advogados podem reunir-se em sociedade simples de pres-
tação de serviços de advocacia ou constituir sociedade unipessoal de 
advocacia, na forma disciplinada nesta Lei e no regulamento geral.
§ 1.º A sociedade de advogados e a sociedade unipessoal de advocacia 
adquirem personalidade jurídica com o registro aprovado dos seus atos 
constitutivos no Conselho Seccional da OAB em cuja base territorial 
tiver sede.
[...]
Art. 16. Não são admitidas a registro nem podem funcionar todas 
as espécies de sociedades de advogados que apresentem forma ou ca-
racterísticas de sociedade empresária, que adotem denominação de 
fantasia,que realizem atividades estranhas à advocacia, que incluam 
como sócio ou titular de sociedade unipessoal de advocacia pessoa não 
inscrita como advogado ou totalmente proibida de advogar (BRASIL, 
1994, on-line)9.
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Sendo assim além da Junta Comercial a OAB também é responsável pelo regis-
tro apenas das sociedades de advogados. Além do registro, a Lei ainda prevê 
algumas obrigações ao empresário que são ensinadas por Teixeira 2016, p. 67:
1. a escrituração uniforme de livros mercantis (CC, art. 1.179, caput, 
1ª parte) significa que a escrituração deve ser feita respeitando os 
princípios da Contabilidade, como a ordem crescente de datas em 
dia, mês e ano.
2. o levantamento anual do balanço patrimonial e do resultado eco-
nômico (CC, art. 1.179, caput, 2ª parte). O balanço patrimonial re-
flete todo o histórico da empresa, ativo passivo e patrimônio líqui-
do. Já o balanço de resultado econômico mostra apenas as receitas 
e as despesas de determinado período, por exemplo, o último ano 
de exercício.
3. a adoção de livros obrigatórios (CC, art. 1.180, caput) – o Diário 
é obrigatório para todos os empresários; porém, dependendo da 
circunstância, existem outros livros obrigatórios, como o Livro de 
Registro de Duplicatas para empresários que emitem duplicatas.
4. a boa guarda da escrituração, da correspondência e dos demais 
documentos concernentes à atividade empresarial (CC, art. 1.194) 
– a conservação deve ocorrer pelo período mínimo dos prazos de 
prescrição e decadência, dependendo de cada tipo de obrigação.
O registro para a atividade empresarial não é requisito para o exercício dessa ati-
vidade; apenas delineia a sua regularidade.
Santos nos enriquece ressaltando que:
[...] cooperativa por ser uma sociedade simples, o local adequado para 
seu registro deveria ser no Cartório de Registro Civil de Pessoas jurídi-
cas, de acordo com o art. 998, caput, do CC, mas, de acordo com o art. 
18 da Lei nº 5.764/1971 - Lei do Cooperativismo - e com o art. 32, II, 
da Lei nº 8.934/1994, o registro da cooperativa deve ocorrer na Junta 
Comercial, o que faz com que, na prática, a cooperativa continue tendo 
seus atos registrados na Junta Comercial (SANTOS, 2010, p. 23).
E complementa que quem exerce atividade “rural” pode requerer seu registro na 
Junta Comercial do Estado no qual se encontra (art. 971 do CC). “Quem exerce 
a atividade rural tem, portanto, a faculdade de registrar sua atividade e não a 
obrigação de registrar sua atividade. E nesse caso, só será considerado empre-
sário, se for realizado o registro na junta Comercial” (SANTOS, 2010, p. 23).
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LIVROS EMPRESARIAIS 
Além da regularidade com registro da empresa, é necessário adotar, de acordo 
com o que estabelece o nosso Código Civil, que determina: “Art. 1.179., em cor-
respondência com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço 
patrimonial e o de resultado econômico” (BRASIL, 2002, on-line)2.
O sistema deve demonstrar anualmente os balanços contábeis e o resultado 
econômico.
A obrigatoriedade se apresenta em apenas um livro que pode ser substitu-
ído pelo livro de balancetes Diários e Balanços, se adotados o sistema de fichas 
de lançamento, de acordo com Art. 1.185 do Código Civil:
Art. 1.185. O empresário ou sociedade empresária que adotar o siste-
ma de fichas de lançamentos poderá substituir o livro Diário pelo livro 
Balancetes Diários e Balanços, observadas as mesmas formalidades ex-
trínsecas exigidas para aquele (BRASIL, 2002, on-line)2.
Além dos livros obrigatórios, o empresário ou sociedade empresária podem ado-
tar outros livros que acharem necessários (parágrafo único do art. 1.181 do CC), 
por exemplo, o Livro de Contas Correntes, o Livro de Vendas etc.
ESTABELECIMENTO COMERCIAL E PONTO COMERCIAL
Estabelecimento comercial é um elemento essencial para o desenvolvimento do 
negócio. Filho definiu como um “[...] complexo de meios materiais e imateriais, 
pelos quais o comerciante explora determinada espécie de comércio” (BARRETO 
FILHO, 1969, p. 73).
Diante do cenário brasileiro, o empreendedor precisa compreender os fato-
res que interferem na decisão. É melhor manter a empresa na informalidade 
ou regularizar?
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Nosso Código Civil define em seu artigo 1.142: “Considera-se estabelecimento 
todo complexo de bens organizado, para exercício da empresa, por empresário, 
ou por sociedade empresária” (BRASIL, 2002, on-line)2.
Ao tratar do estabelecimento, Bulgarelli (1999, p. 320) transcreve interes-
sante lição de Barreto Filho:
Economicamente, o capital é a base do estabelecimento e se compõe de 
elementos estáticos (os bens) e de elementos dinâmicos (os serviços). 
Daí conclui Oscar Barreto Filho:
Os bens (oriundos do capital) e serviços (provenientes do trabalho) são 
conjugados com função do fim colimado, e aí surge o elemento estru-
tural: a organização - a combinação do capital, trabalho e organização 
para o exercício da atividade produtiva é que se denomina estabeleci-
mento comercial.
[...]
Com base no exame da doutrina e das várias legislações, o professor 
Oscar Barreto Filho alinhou os seus elementos principais, a saber:
1. é um complexo de bens, corpóreos e incorpóreos, que constituem os 
instrumentos de trabalho do comerciante, no exercício de sua atividade 
produtiva.
2. não se configura com o complexo de relações jurídicas do comer-
ciante no exercício do comércio, e não constitui um patrimônio comer-
cial distinto do patrimônio civil.
3. é formado por bens econômicos, ou seja, por elementos patrimo-
niais, sendo duvidoso se compreende elementos pessoais.
4. é uma reunião de bens ligados por uma destinação unitária que lhe é 
dada pela vontade do comerciante.
5. apresenta um caráter instrumental em relação à atividade econômica 
exercida pelo comerciante.
Constituem como elementos do estabelecimento comercial os bens móveis e 
imóveis como balcões, vitrines, máquinas, veículos e imóveis. Os bens incor-
póreos que não possuem expressão propriamente física ainda que podem ser 
visualmente perceptíveis: ponto comercial, nome empresarial, título de esta-
belecimento, marcas e patentes, tecnologia, contratos, créditos, clientela e 
freguesia.
DO DIREITO EMPRESARIAL
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Importante entender com as palavras de Gomes (2007, p. 34) que ensina a 
definição de estabelecimento comercial: 
[...] é um ativo totalmente incorpóreo, integrante do estabelecimento 
empresarial, e como tal se reveste de extrema importância, não somen-
te na hipótese em que o imóvel seja de propriedade do empresário ou 
sociedade empresária, mas também naquelas hipóteses, muito comuns 
na prática empresarial, em que o imóvel ocupado pelo empresário ou 
pela sociedade empresária seja alugado. Em ambos os casos é comum 
surgir a cobrança das chamadas “luvas”.
É interessante a esse respeito a lição de Silva (2001, p. 132):
São chamadas popularmente de “luvas” as quantias pagas pelos locatá-
rios para obtenção do contrato de locação. 
Em princípio, pode-se argumentar que a cobrança de “luvas” por parte 
do locador está vedada pela Lei de Locações: “Art. 43. Constitui con-
travenção penal, punível comprisão simples de 5 (cinco) dias a 6 (seis) 
meses ou multa de 3 (três) a 12 (doze) meses do valor do último aluguel 
atualizado, revertida em favor do locatário: I - exigir, por motivo de 
locação ou sublocação, quantia ou valor além do aluguel e encargos 
permitidos; [...]”.
Contudo, é de se admitir a cobrança de “luvas” por parte do locatário 
que pretenda vender o seu direito ao ponto comercial ou mesmo todo 
o estabelecimento a terceiro. Essas “luvas” correspondem ao valor eco-
nômico do ponto comercial.
O ponto comercial, elemento incorpóreo do estabelecimento, é juridicamente 
protegido porque também é dotado de valor econômico. Trata-se do endereço 
em que o empresário desenvolve sua atividade. É o local onde está a empresa, 
lugar físico em que foi fixado o estabelecimento. Quando o empresário ou a 
sociedade empresária desenvolve suas atividades econômicas em imóvel alu-
gado, essa locação será chamada de não residencial e estará amparada pela Lei 
de Locações (Lei nº 8.245/91), nos arts. 51 e 52 e 71 a 75.
Contabilista
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CONTABILISTA
Contabilista é o profissional responsável por toda a escrituração dos livros do 
empresário. Ele pode ser empregado contratado da empresa ou apenas presta-
dor de serviços. Deve ser profissional inscrito no órgão competente, estando 
legalmente habilitado (art. 1.182 do Código Civil). A atuação de contabilista é 
obrigatória, mas a lei dispensa sua presença se na localidade não houver pro-
fissional da área.
O contabilista faz os assentos em livros e fichas da empresa e, salvo se fei-
tos de má-fé, valem como se tivessem sido elaborados pelo próprio preponente 
(art. 1.177 do Código Civil).
Os resultados provêm do aproveitamento das oportunidades e não da solu-
ção dos problemas. A solução de problemas só restaura a normalidade. As 
oportunidades significam explorar novos caminhos.
(Peter Drucker)
DO DIREITO EMPRESARIAL
Reprodução proibida. A
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IU N I D A D E40
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Querido(a) aluno(a), nesta unidade, podemos compreender os aspectos do Direito 
Empresarial, sua evolução de acordo com o tempo e por qual motivo houve alte-
ração na forma de tratar Direito Empresarial ou Direito Comercial. Vimos que 
estão relacionados com a teoria adotada que devemos entender para compreen-
der o funcionamento deste ramo do direito atualmente.
Em seguida, passou-se ao estudo do Conceito e a finalidade desse direito, 
compreendendo como devemos tratar e de que maneira vamos reconhecer essa 
disciplina dentre tantas outras relacionadas ao Direito, principalmente em sua 
autonomia trazida pela Constituição Federal de 1988.
Ainda tratamos das fontes das últimas atualizações legislativas e inovações, 
bem como as fontes do Direito Comercial, importantes pois nele são aceitas 
práticas reiteradas. Depois vêm os princípios importantes para vislumbrar e 
interpretar as leis de acordo com as situações que serão vivenciadas no dia a dia 
do profissional.
O Sistema legislativo brasileiro passa por constantes modificações, pois 
muito embora saibamos que o processo na maioria das vezes se torna demo-
rado, passamos por grandes transformações nos últimos 15 anos. As mudanças 
não pararam por aí, o processo ainda continua evoluindo, e com isso o profissio-
nal deve acompanhar todas essas modificações sendo imprescindível conhecer 
o passado e as evoluções para entender o presente.
Adentramos sobre o universo do Direito Comercial apresentado por suas 
características e princípios específicos descritos na nossa Constituição Federal 
de 1988 e, posteriormente, entender quem pode ser empresário, quais as exigên-
cias legais e, o melhor, quais são os impedimentos e exceções.
Vimos ainda os conceitos de Empresa e atividade empresarial, notáveis dife-
renças necessárias para aplicabilidade na vida profissional exemplificando com 
casos práticos. Finalizamos com as formas de registro e legalização das empresas. 
41 
1. O que é Direito Empresarial?
2. A que se deve a mudança na utilização dos termos Direito empresarial e Direi-
to comercial?
3. Quais são as fontes do Direito Comercial?
4. Quais são as características próprias do Direito Empresarial?
5. Quais os princípios específicos do Direito Empresarial?
6. Qual a definição de empresário e empresa segundo Asquini?
7. Quem possui capacidade para ser empresário? Podem cônjuges participarem 
juntos da sociedade?
8. Quem não pode ser empresário?
9. Qual a diferença entre a empresa individual e EIRELI?
10. Explique em que consiste Estabelecimento Comercial.
42 
Fórum permanente se reúne para debater lei geral
Durante dois dias, integrantes do Fórum vão discutir sobre Desoneração e 
Desburocratização para facilitar a vida das micro e pequenas empresas
Em Brasília, na sede da Secretaria da Micro e Pequena Empresa (SMPE), a Reunião de 
Grupos de Trabalho do Fórum Permanente das Microempresas e Empresas de Peque-
no Porte, que tem o objetivo de divulgar e promover o fortalecimento das micro e pe-
quenas empresas brasileiras. A pauta principal abordada no encontro é a questão da 
desoneração e desburocratização, temas que têm sido discutidos e que são de extrema 
importância para simplificar as atividades das MPEs.
Na abertura da Reunião de Grupos o secretário executivo da SMPE, Nelson Hervey, falou 
sobre a importância da realização desse encontro tão perto do sanção da Lei Geral das 
MPE (LC nº 123/2006). “Estamos vivendo um momento muito importante, próximo da 
sanção. Já tivemos muitos avanços, mas ainda é preciso fazer mais. Temos limitações, 
a questão da substituição tributária, limitação de produtos. Precisamos continuar de-
batendo no Fórum para fazermos um esforço conjunto com objetivo de simplificar e 
facilitar a vida das micro e pequenas empresas”, disse Nelson Hervey.
O secretário de Racionalização e Simplificação da SMPE, José Constantino de Bastos Jú-
nior, também esteve na abertura e lembrou a importância de se criar mecanismos para 
facilitar o processo de encerramento de empresas. “Os pontos de simplificação são de 
extrema importância. É preciso ter um cadastro único, um sistema virtual para que não 
haja burocracia na abertura e encerramento de uma empresa. Outro assunto importan-
te é o licenciamento, os estados ainda não tiveram avanço nisso. A ideia é que tudo seja 
feito pela internet e que as empresas que não representam risco, ou seja 95% dos casos, 
possam tirar seu licenciamento. E também regularizar a situação de quem precisa do 
licenciamento ao invés de impedir a licença”, afirmou.
Entre outros assuntos que serão tratados nas reuniões do Fórum estão as compras pú-
blicas, comércio exterior, Redesim, faixa das tabelas, ESocial e mudança de microempre-
endedor para microempresário.
Após a realização dos debates, no encerramento das atividades do Fórum, o Grupo de 
Trabalho formado por Instituições e Órgãos Governamentais Federais, Fóruns Estaduais 
das MPE e as Entidades de Apoio e de Representação Nacional do segmento, irá reunir 
sugestões que poderão ser regulamentadas no âmbito da desoneração e desburocra-
tização.
Sobre o Fórum
Como espaço de debates e conjugação de esforços entre o governo federal e as entida-
des nacionais de apoio e representação nacional, o Fórum Permanente é responsável 
por tratar dos aspectos não tributários da LC nº 123/06, excetuando-se a competência 
legal do Comitê para Gestão da Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da Le-
galização de Empresas e Negócios (CGSIM), também vinculado à SMPE/PR.
43 
O Fórum Permanente tem apresentado propostas que se consolidaram em efetivas me-lhorias para o segmento em todo o país. Entretanto, a própria evolução da organização 
definiu a necessidade de criação de um ponto focal governamental capaz de receber e 
transformar as propostas do Fórum Permanente em resultados positivos mais rápidos 
e consolidados. Nesse sentido, uma das propostas do Fórum Permanente era a criação 
no governo federal de uma sede das políticas públicas para o segmento das micro e 
pequenas empresas.
Sobre a Lei Geral n° 123/06 – Simples Nacional
O Projeto de Lei permite ao Simples ampliar o acesso a novos setores. É a chamada uni-
versalização do Simples, que apoia o princípio de que é o porte (receita) que determina 
o que é a microempresa e a empresa de pequeno porte, não a atividade. Isso porque 
essas empresas geram mais formalização, emprego, cidadania, proteção previdenciária 
para empresários e suas famílias, renda fluindo na sociedade, além de trazer desenvol-
vimento econômico e social. Essa medida, segundo as primeiras projeções, deve bene-
ficiar mais de 400 mil empresas.
Outro aspecto importante é a proposta de impedir que a substituição tributária conti-
nue anulando os efeitos do Simples Nacional. Quando foi estabelecido pela Lei Geral 
que a MPE pagaria o ICMS pelo faturamento, e não pelo valor agregado, imediatamente 
as Fazendas estaduais implantaram o contragolpe, expandindo a substituição tributária 
antes restrita às cadeias econômicas homogêneas (cigarros, bebidas, pneus, combustí-
veis, sorvetes etc.).
Nessas cadeias, o preço final é conhecido e as margens também, portanto é racional a 
substituição. Outro ponto fundamental é a vedação da substituição tributária incidindo 
sobre a micro e pequena empresa para uma série de produtos, na verdade ela fixa que 
só aqueles produtos podem incidir.
Fonte: Fernandes (2014, on-line)10.
MATERIAL COMPLEMENTAR
O Dilema da Inovação: Quando as Novas Tecnologias Levam Empresas ao Fracasso
Clayton M. Christensen
Editora: M Books
Sinopse: este livro assume a posição radical de que grandes empresas 
fracassam exatamente porque fazem tudo certo. Ele demonstra porque boas 
empresas, mesmo mantendo sua antena competitiva ligada, ouvindo os 
clientes e investindo agressivamente em novas tecnologias, perderam sua 
liderança no mercado quando se confrontaram com mudanças tecnológicas 
de ruptura e incrementais na estrutura do mercado. E conta como evitar um 
destino semelhante. Usando as lições de sucesso e fracasso de companhias 
líderes, ‘O Dilema da Inovação’ apresenta um conjunto de regras para capitalizar 
o fenômeno da inovação de ruptura/incremental. Esses princípios ajudarão os 
administradores a determinarem quando é certo não ouvir os clientes, quando 
investir no desenvolvimento de produtos com menor desempenho que 
prometem margens menores e quando podem buscar mercados menores às 
custas daqueles aparentemente maiores e mais lucrativos.
REFERÊNCIAS
45
BARRETO FILHO, O. Teoria do estabelecimento comercial. São Paulo: Max Limo-
nad, 1969.
BRASIL. Dispõe sobre a organização da Seguridade Social, institui Plano de 
Custeio, e dá outras providências. Lei 8.212/1991.
BULGARELLI, W. Sociedades Comerciais. 08. ed., São Paulo: Atlas, 1999.
CAMPINHO, S. O direito de empresa à luz do novo Código Civil. 10. ed., Rio de 
Janeiro: Renovar, 2009.
COELHO, F. U. Manual do Direito Comercial. 13. ed., São Paulo: Saraiva 2002.
_____. Manual do Direito Comercial. 18. ed., São Paulo: Saraiva 2007.
_____. Curso de direito comercial. 16. ed., São Paulo: Saraiva, 2012.
FERREIRA, W. M. Tratado de direito comercial. São Paulo: Saraiva, 1962.
GOMES, F. B. Manual de Direito Comercial. 02. ed., Barueri/SP: Manole, 2007.
RAMOS, A. L. S. C. Direito empresarial esquematizado. 04. ed., Rio de Janeiro: Fo-
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SANTOS, E. T. V. dos. Direito empresarial. 10. ed., rev e atual. São Paulo: Revista dos 
Tribunais, 2010.
______. Direito empresarial. 11. ed. rev e atual. São Paulo: Revista dos Tribunais, 
2012.
SILVA, B. M. Curso elementar de direito comercial: parte geral e contratos mercan-
tis. São Paulo: Juarez de Oliveira, 2001.
TEIXEIRA, T. Direito empresarial sistematizado: Doutrina e Prática. 02. ed., São 
Paulo: Saraiva: 2013.
_____. Direito empresarial sistematizado: Doutrina e Prática. 05. ed., São Paulo: 
Saraiva, 2016.
REFERÊNCIAS
Referências on-line
1 Em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm>. Aces-
so em: 14 out. 2016.
2 Em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm>. Acesso em: 14 
out. 2016.
3 Em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato20042006/2005/lei/l11101.htm>. 
Acesso em: 14 out. 2016.
4 Em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8112cons.htm>. Acesso em: 14 
out. 2016.
5 Em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del1001.htm>. Acesso em: 
14 out. 2016.
6 Em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8212orig.htm>. Acesso em: 14 out. 
2016.
7 Em: <https://periodicos.ufsc.br/index.php/sequencia/article/view/2177-7055.2013v-
34n66p305/25070>. Acesso em: 14 out. 2016.
8 Em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8934.htm>. Acesso em: 14 out. 
2016.
9 Em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8906.htm>. Acesso em: 14 out. 
2016.
10 Em: <http://www.smpe.gov.br/noticias/forum-permanente-se-reune-para-deba-
ter-lei-geral-das-mpes>. Acesso em: 15 out. 2016.
GABARITO
47
1. É o ramo do Direito que tem por objeto a regulamentação da atividade econô-
mica daqueles que atuam na circulação ou produção de bens, bem como na 
prestação de serviços.
2. Esta modificação na terminologia se deve à modificação da teoria adotada pe-
los códigos, ou seja, o Código Comercial adotava teoria dos atos do comércio, 
por isso, era tratado como Direito comercial. O Código Civil, atualizado em 2002, 
adotou a teoria de empresa passando a ser mais abrangente que a teoria ante-
rior, não considerando atividade empresarial apenas as de natureza intelectual.
3. Tratadas como primárias ou secundárias em que as primeiras são as leis, por 
exemplo, Lei de falência, Lei da franquia, Lei da Duplicata mercantil, inclusive a 
Constituição Federal, entre outras. A segunda ou secundárias são usos e costu-
mes que são as práticas reiteradas que passam a ser aceitas pelos empresários 
como regras, passando a vigorar quando não houver norma expressa sobre o 
assunto, por exemplo, emissão de pagamento de boletos bancários.
4. Simplicidade: afigura-se como um elemento próprio do comércio, visto que 
ele atende às necessidades da sociedade e tais necessidades (como alimentos, 
o vestuário e mesmo o crédito) são imediatas, daí a ausência de formas rígidas 
para prática dos atos jurídicos no Direito comercial, que valoriza as práticas ado-
tadas, ou seja, os costumes. 
Universalismo: todas as pessoas em qualquer lugar no mundo necessitam de 
alimentos e de vestuário; tais necessidades são muitas vezes comuns e universais 
e tudo isso, inegavelmente, imprimiu no direito comercial um caráter universal 
ou cosmopolita e conduziu à padronização de muitas das normas nessa matéria.
Onerosidade: é um elemento incluído a toda relação comercial. O empresário 
desenvolve sua atividade de produção de bens, circulação de bens ou de servi-
ços de forma a obter lucro. O elemento-chave nesse ponto é a especulação com 
a finalidade de lucro.
Individualismo: o lucro é a preocupação imediata do interesse individual.
Fragmentarismo: há um conjunto de regras que os norteiam, pois, direito em-
presarial vincula-se a outros ramos do direito; mesmo que haja características 
próprias, ela deve estar em harmonia com outras leis.
Dinamismo: o Direito Empresarial é dinâmico está sempre em constante de-
senvolvimento, aderindo a novas tecnologias o que resulta na prática de novas 
práticas comerciais.
GABARITO
5. Soberania nacional; propriedade privada; função social da propriedade; livre

Outros materiais