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Trabalho filosófico

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
	“JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
 Faculdade de Ciências -­ Bauru
TRABALHO DE FILOSOFIA 
Mateus de Sousa Ferreira
Dualidade Entre Corpo e Alma
Resenha com base em textos passados em aula e pesquisas na internet.
Aluno: Mateus de Sousa Ferreira
RA: 151021244
Curso: Ed. Física
Período: Noturno
A dualidade entre corpo e alma começa a ser registrada no que podemos chamar de Período Clássico da Filosofia. Nessa época entre 428 a 348 a.C., aproximadamente, tivemos o grande filosofo Platão, que vem introduzir uma perspectiva dualista, onde existe o mundo das ideias (inteligível) e o mundo concreto. Ele expõe bem essas ideias nos textos “o mito da linha dividida”, e o “a alegoria da caverna”. No primeiro texto ele divide o mundo inteligível do mundo concreto e as concepções que os homens têm destes mundos, o homem comum só tem o conhecimento do mundo concreto através da visão das imagens, contornos e reflexos dos objetos, tendo assim um conhecimento incompleto, enquanto um conhecimento mais aprofundando do mundo material consideraria por exemplo as ciências da natureza como a botânica por exemplo, e em relação ao mundo inteligível que seria o mundo das ideias, realidades abstratas, perfeitas e eternas (da alma), este seria acessado através da dialética e da geometria por exemplo, que representa formas perfeitas tais como um cubo ou um círculo que representam abstratamente a realidade. No segundo texto, “a alegoria da caverna”, Platão descreve um diálogo entre Sócrates e Glauco, onde Sócrates conta uma história para ilustrar como ele acredita que nós vivemos e enxergamos o mundo, basicamente o que ele diz é que o que enxergamos são apenas reflexos da verdadeira realidade, esta que só seria acessível através da alma. 
Aristóteles, que foi aluno de Platão por muitos anos, traz uma concepção diferente e até contraria a de Platão. Aristóteles rejeita esta ideia de dualismo, trazendo a concepção de realidade onde o que existe é a substância individual, que seria o indivíduo material concreto, este seria dividido em matéria, que é o princípio da individuação (processo pelo qual uma parte do todo se torna progressivamente mais independente), e forma, a maneira como a matéria se organiza em cada indivíduo. Assim sendo a matéria e forma se tornam parte de um só, uma unidade, a matéria só existe com uma forma e a forma é sempre forma de algo material. Assim Aristóteles nega a dualidade pura platônica afirmando existir sim uma unidade indissociável. 
René Descartes, no que poderíamos chamar de filosofia moderna, em busca de verdades irrefutáveis traz o argumento de cogito, penso, logo existo, tomando este como uma verdade irrefutável, ele associa a essência, a alma ao pensamento, e seguindo uma linha que pode se encaixar em partes com a de Platão, uma linha que defende a ideia da dualidade, no caso entre a essência, que está diretamente ligada ao pensamento à consciência, e a existência que é segundo este provada devido ao fato do pensar necessitar de algum existir. Reconhecendo a existência de uma substância espiritual e uma corpórea, que são diferentes entre si.
Já Friedrich Nietzsche traz uma abordagem totalmente critica a esse conceito de alma. Na concepção de Nietzsche a alma é apenas uma criação do homem para tornar mais aceitável a vida ao criar uma ilusão de que há algo após a morte. Uma fraqueza do ser humano pois não consegue aceitar que pode não haver nada após a morte. Essa criação foi possível somente devido a um acaso de um dos seres mais despreparados fisicamente para a sobrevivência ter acesso à inteligência e através desta criar a linguagem, o meio pelo qual ele cria suas metáforas da realidade para assim tentar expressá-la, somente através da linguagem o homem pode criar a ilusão de uma alma, uma essência imortal. 
Venho expor então nas próximas linhas minha opinião pessoal sobre o tema da dualidade entre o corpo e a alma. 
De fato não consigo encontrar argumento para comprovar o que quero acreditar, que existe uma alma que habita este corpo. A não ser o de Descartes “Cogito, ergo sum” (“Penso, logo existo”), o que me traz a sensação de uma verdade, já que é inegável que há um pensamento, ainda que possa haver a possibilidade de não ser “eu” que pense, o pensamento é inegável, e se há pensamento, há algo de onde este veio, devendo assim haver algo que crie este pensamento, isto que cria o pensamento não posso saber o que é, porém me parece que este algo que cria o pensamento também necessitou ser criado e assim por diante, e chegamos ao ponto de nos questionar qual o ponto inicial deste ciclo, que há de ser algo superior, talvez perfeito como disse Descartes. E de fato, caso exista esta coisa superior que foi o princípio de tudo, minha tendência é seguir os pensamentos de Platão de haver uma alma, assim como também acredito na explicação de Aristóteles de que nesse mundo se há uma alma (uma forma), ela deve estar necessariamente associada a um corpo (uma matéria). Mas vem-me a dúvida quando Nietzsche fala da criação da linguagem, que é uma maneira falha de tentar expressar a realidade, e de fato uma criação do homem, sem a qual não poderíamos expressar nossas ideias de alma. Sendo a linguagem uma criação do homem e a ideia de alma uma expressão da linguagem, seria talvez a ideia de alma apenas mais uma criação falha do homem, para tentar manter-se pela eternidade, e se dar uma esperança de que quando acaba a vida nesta matéria, continua uma vida em outra forma. Talvez libertadora essa visão, talvez aterrorizante, porém não acho argumentos para refutá-la, ainda assim, na minha pequena compreensão, as palavras de Nietzsche também não refutam muitas das ideias dos filósofos anteriores, até porque se há pensamento e este veio de algum lugar, algo existe, e chegamos num ponto onde não podemos comprovar de onde iniciou-se este algo, assim como não podemos afirmar com toda certeza haver uma alma e um corpo, porém assim também não podemos afirmar que não há alma nem corpo com toda a certeza, pois nos explica o próprio Nietzsche que as palavras são apenas metáforas a que nada corresponde de real, logo suas próprias palavras nunca poderão passar de metáforas e seria impossível o mesmo afirmar ser verdade a ausência de uma alma.

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