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Recurso Ordinário

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA 2ª VARA DO TRABALHO DE PASSO FUNDO/RS
Processo n° XXXXXX-07.2015.5.04.0662
Recorrente, já qualificado nos autos em epígrafe, em que contende com recorrido, também qualificado, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado adiante assinado, com fulcro nos arts. 893, II e 895, I, ambos da CLT, interpor
RECURSO ORDINÁRIO
Requerendo o recebimento do presente recurso, bem como intimação do Recorrido para apresentar contrarrazões ao Recurso Ordinário, nos termos do art. 900, da CLT, e a posterior remessa dos autos ao Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região.
Segue comprovante do recolhimento das custas e depósito recursal.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Passo Fundo, 17 de agosto de 2016
Carlos Henrique Garcias dos Reis
OAB/RS n° xx.xxx
EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO
Origem: 2ª Vara do Trabalho da Comarca de Passo Fundo/RS
Recorrente: CZLTDA
Recorrido: JSJ
Processo: XXXXXX-07.2015.5.04.0662
RAZÕES DO RECURSO ORDINÁRIO
I – PRELIMINAR
INÉPCIA DO PEDIDO
Ocorre que há inépcia da petição inicial quanto ao pedido de pensionamento. Levando em conta o fato de que o autor é segurado do sistema de previdência social e, considerando a existência de acidente do trabalho, a responsabilidade por eventual pensionamento é do INSS. 
O pagamento do seguro é feito justamente para que ocorra pagamento de indenização por eventual acidente de trabalho. Sabendo que, o deferimento de pensionamento vitalício acarretaria duplicidade de pagamento pelo mesmo fato gerador, importando em carência de ação. 
II – DOS FATOS
O recorrido ingressou com pedido de indenização por dano material, estético e moral decorrentes de acidente de trabalho, alegando em síntese que:
O recorrido alega ter desenvolvido doença ocupacional, agravada com uma queda ao solo em serviço, lesionando assim a coluna. Referiu ter sofrido procedimentos cirúrgicos. Alegando ter passado por procedimentos cirúrgicos.
Com isso, foi proferida após os trâmites normais do feito, o MM. Juiz "a quo" em r. sentença, entendeu por bem dar pela integral procedência da ação, condenando a ora recorrente no pagamento dos valores e verbas consignadas no pedido exordial, quais cito: pagamento do pensionamento pela perda da capacidade laborativa no que se equivale à 100% da remuneração mensal em parcela única, indenização por danos morais, indenização por danos estéticos, diferenças relativas ao recolhimento mensal de FGTS e honorários assistenciais à base de 15% do valor da condenação.
A r. sentença não pode prosperar, pois, inexiste nos autos, prova suficiente para imputar à recorrente qualquer culpa pelo acidente, conforme se demonstrará a seguir:
Para o caso, cumpria ao recorrido provar a culpa da recorrente, ônus do qual não se desincumbiu, como se observa claramente através dos laudos periciais, onde foi constatado que na verdade, que a doença alegada pelo reclamante, é de natureza degenerativa, excluindo assim a responsabilidade do reclamado pela não caracterização de doença laboral. Sabendo que, os laudos apresentados não foram capazes de proporcionar segura convicção de que a inculpação narrada na exordial seja verdadeira. Porquanto, sem a efetiva comprovação da conduta culposa, inexiste a obrigação de indenizar. 
Levando em conta que a culpa pela queda é exclusivamente da vítima e a força maior, sendo o fato alheio à vontade da recorrente e impossível de por ela ser evitado. Além disso, cabe a cada profissional precaver-se contra eventos danosos à sua saúde, a não ser nos casos previstos em lei. Com isso, a agravação do grau de sua doença, é devido ao tipo pois relaciona-se à doença degenerativa, fazendo com que seus movimentos fiquem mais lentos e rígidos com o passar do tempo.
III – DO CABIMENTO DO PRESENTE RECURSO ORDINÁRIO
A decisão proferida na 2ª Vara do Trabalho da Comarca de Passo Fundo/RS trata-se de uma sentença, dessa forma encerrando a atividade jurisdicional do Douto Juízo de primeira instância.
Neste contexto, o reexame da decisão supra citada só poderá ser feita através de Recurso Ordinário, conforme preceitua o artigo 895, inciso I da CLT.
Cumpre ressaltar que segue cópia das custas e depósito recursal devidamente recolhidas, além do presente recurso ter sido interposto tempestivamente.
Dessa forma, preenchidos os pressupostos de admissibilidade, requer seja o presente recurso processado e o seu mérito apreciado.
IV – DO MÉRITO
A recorrente foi condenada ao pagamento dos valores e verbas consignadas no pedido exordial. Levando em conta os pedidos, deve-se levar em conta a necessidade de reforma da decisão, sabendo que a jurisprudência é taxativa no que tange a inexistência do nexo de causalidade, assim, é indevida a reparação por danos que, aliás, são os elementos integrantes do dever de indenizar.
O nexo de causalidade do acidente com o trabalho do empregado é pressuposto indispensável tanto para a concessão dos benefícios da lei do seguro acidentário, quanto para a condenação do empregador por responsabilidade civil.
Para que haja o dever de indenizar é necessário o nexo de causalidade entre o fato e a conduta do ofensor, porquanto, diante da culpa exclusiva do recorrido e de força maior ou caso fortuito, não há que se falar em relação de causalidade entre o dano e a conduta do recorrente, como se denota da Jurisprudência:
O Tribunal Regional do Trabalho da 4ª região compreende:
DOENÇA OCUPACIONAL EQUIPARADA A ACIDENTE DE TRABALHO. DOENÇA DEGENERATIVA. DESCARACTERIZAÇÃO. A doença degenerativa é hipótese legal de exceção para a configuração de doença do trabalho equiparada a acidente de trabalho, nos termos do artigo 20, § 1º, a, da Lei nº 8.213/91. Concluindo a prova técnica pela descaracterização do nexo causal ou concausal entre a moléstia apresentada pelo trabalhador e suas atividades laborais, não há falar em responsabilidade civil do empregador pela reparação civil pretendida. 
(TRT-4 - RO: 00207678120145040406 RS 0020767-81.2014.5.04.0406, Relator: Denise Pacheco, Data de Julgamento: 21/01/2016, 7ª Turma)
DOENÇA OCUPACIONAL EQUIPARADA A ACIDENTE DE TRABALHO. AUSÊNCIA DE NEXO CAUSAL. Não constatado nexo de causalidade entre a doença e a natureza das atividades prestadas durante o período de vigência do contrato, inviável deferir indenização por dano moral. Recurso não provido.
(TRT-4 - RO: 00522007620095040019 RS 0052200-76.2009.5.04.0019, Relator: MARÇAL HENRI DOS SANTOS FIGUEIREDO, Data de Julgamento: 19/09/2012, 19ª Vara do Trabalho de Porto Alegre)
Não sendo assim, comprovado pelo reclamante a causalidade da doença com a atividade laborada. Ainda, evidenciando assim o não pagamento de FGTS das parcelas devidas posterior ao seu afastamento.
Requer a reforma da sentença para julgar improcedente o pedido de indenização pela caracterização de doença laboral, pois não foram demonstrados os requisitos pertinentes à sua caracterização.
V – DOS PEDIDOS
Assim, respeitosamente, Diante do exposto, requer o conhecimento e o provimento do presente Recurso Ordinário, para fins de reforma da r. Sentença, nos moldes dos itens supramencionados.
Nesses Termos,
Pede Deferimento.
Passo Fundo, 17 de agosto de 2016.
Carlos Henrique Garcias dos Reis
OAB/RS n° 142.293

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