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DIREITO PENAL I COMPLETO

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1 
 
 
 
 
 
 
DIREITO PENAL I 
PROFESSORA: NACHARA PALMEIRA SADALLA 
TURMA: 3002 
 
 
 
 2 
 
 
DOS DELITOS E DAS PENAS 
 
NELSON RODRIGUES I 
ERICA SANTOS II 
AMANDA GOIS III 
RODRIGO AMARAL IV 
LUIZA FERNANDA V 
LUCINEIDE VI 
LUANA DE BRITO PANTOJA VII 
VIII. MARCELO FURTADO 
IX. CAROLINA ANTUNES 
VICTOR RODRIGO X 
ODETE ANTUNES XI 
ALAN FIEL XII 
XIII JOÃO PAULO AMORINM 
XVI GABRIELA ALICE ALVES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 3 
 
SUMÁRIO 
 
I. INTRODUÇÃO .............................................................................................4 
II. ORIGEM DAS PENAS E DIREITO DE PUNIR ...........................................5 
III. CONSEQUÊNCIA DESSES PRINCÍPIOS .................................................7 
IV. DA INTERPRETAÇÃO DAS LEIS ............................................................7 
V- OBSCURIDADE DAS LEIS ........................................................................7 
VI - DA PRISÃO ..............................................................................................8 
VII. DOS INDÍCIOS DO DELITO E DA FORMA DOS JULGAMENTOS ........8 
VIII – DAS TESTEMUNHAS .............................................................................9 
IX. DAS ACUSAÇÕES SECRETAS ................................................................9 
X - DOA INTERROGATÓRIOS SUGESTIVOS ............................................10 
XI. DOS JURAMENTOS ...............................................................................10 
XII. DA QUESTÃO OU TORTURA ...............................................................11 
XIII. DOS CRIMES INICIADOS; DOS CÚMPLICES; DA IMPUNIDADE .....11 
XVI. DA PENA DE MORTE ..........................................................................11 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 4 
 
I. INTRODUÇÃO 
Uma obra do século XVlll, 1764, fundamente inspirada pela filosofia do 
iluminismo, trouxe de elementos, argumentos e de críticas a sociedade da época 
e sistema penal na forma como demonstrava sua estrutura. 
Nesta obra Beccaria faz uma síntese de profundos argumentos sobre sua 
opinião adversa e por isso propondo uma reforma no sistema penal. 
Beccaria filosofo italiano, que teve sua formação com o Jesuítas na França foi 
fortemente influenciado pelo iluminismo movimento filosófico que estava em 
voga na época. 
Sua é um clássico muito estudado no meio jurídico, sobre tudo ligado ao direito 
penal. 
Ele faz uma série de argumentações favorável a reforma do sistema penal da 
época. 
Criticando penas infames, contra os castigos, contra perseguição religiosa, 
também elenca uma série de direitos, princípios e garantias que entendia ser 
dever do Estado para preservar o contrato social. 
Beccaria era contrário pena de morte e sua proposta era que no lugar fosse 
aplicada a prisão perpétua. 
Ele defendia que a pena de reclusão perpétua, como poder de persuasão era 
mais eficaz que a pena de morte. Esta mesma tinha se transformado em um 
mero espetáculo de horror, que não surtia o efeito esperado na sociedade. 
Inclusive ele toca no sentido de proporcionalidade, quando expõe em sua obra 
que fossem atribuídas penas mais humanas proporcionais as gravidades dos 
delitos. 
A obra de Beccaria tem uma forte crítica ao sistema penal e moral religiosa que 
acabaram se misturando e trazendo consequências que implicavam em 
injustiças direcionadas a sociedade. 
Mas, também nos chama a atenção que as ideias de Beccaria estavam bem a 
frente do seu tempo, até hoje 254 anos ainda fazemos analogia trazendo muito 
de suas concepções para os dias atuais. ’ 
 
 
 
 5 
 
II. ORIGEM DAS PENAS E DIREITO DE PUNIR 
Antes de tratar exclusivamente “Dos Delitos e das Penas”, deve-se tratar de 
sua origem, as leis em que é baseada, o direito de punir e a sua origem, os 
princípios que os rondam e as suas consequências. Para Cesare Beccaria: 
A moral política não pode oferecer à sociedade qualquer vantagem perdurável, 
se não estiver baseada em sentimentos indeléveis do coração do homem. (...) 
façamos uma consulta, portanto, ao coração humano; encontraremos nele os 
preceitos essenciais do direito de punir. 
Para ele, assim como o que acontece nos dias atuais, ninguém oferece parte 
da sua liberdade apenas pelo bem público, as pessoas visam o seu próprio 
bem, de maneira individualista, e caso isso favoreça os outros será algo 
involuntário. 
A sociedade há muito tempo se tornou individualista, o homem como “lobo do 
próprio homem; um ser individual, que vive em Estado de natureza (uma 
constante guerra de todos contra todos) ”. O crescimento humano, apesar de 
lento, é considerável, o que gera a necessidades para todos, e os levam ao 
agrupamento, que formam as sociedades. Essa sociedade vivia em estado de 
guerra, de “beligerância”, como disse Beccaria, criaram-se as Leis, para que 
fosse possível a sobrevivência em grupo. Tiveram também que sacrificar parte 
das suas liberdades individuais, para evitar os ataques inimigos. Essa parte de 
liberdade sacrificada ficou nas mãos de uma pessoa, o encarregado pelas leis, 
que deveria administrá-la, sendo este escolhido pelo povo. Segundo Beccaria: 
(...) somente a necessidade obriga os homens a ceder uma parcela de sua 
liberdade; (...) A reunião de todas essas pequenas parcelas de liberdade 
constitui o fundamento de punir. Todo exercício do poder que esse fundamento 
se afaste constitui abuso e não justiça; é um poder de fato e não de direito; 
constitui usurpação e jamais um poder legitimo. 
Esses princípios propostos por Beccaria geram consequências, que são 
segundo ele: 
A primeira consequência (...) é que 
apenas as leis podem indicar as 
penas de cada delito e que o direito 
de estabelecer leis penais não pode 
ser senão da pessoa do legislador, 
que representa toda a sociedade, 
ligada por um contrato social.(...) A 
segunda consequência é a de que o 
soberano, representando a 
sociedade mesma, apenas pode 
fazer leis gerais, às quais todos 
devem obediência; não é de sua 
competência, contudo, julgar se 
alguém violou tais leis (...) 
 6 
 
Desse modo Beccaria chega à conclusão que aos magistrados incumbidos de 
fazer as leis é concedido um direito que “contraria o fim da sociedade, que é a 
segurança pessoal”. Esse direito citado seria o: 
(...) direito de prender, de modo discricionário, os cidadãos, de vedar a 
liberdade ao inimigo sob pretextos frívolos e, consequentemente, de deixar em 
liberdade seus protegidos, apesar de todas as evidências do delito. 
De acordo com o marquês de Bonesana, através do trecho acima, caracteriza 
um erro prejudicial. E conclui que a “lei deve estatuir, de maneira fixa, por que 
indícios de delito um acusado pode ser preso e submetido à interrogatório”. 
Segundo ele: 
O clamor público, a fuga, as confissões particulares, o depoimento de um 
cúmplice do crime, as ameaças que o acusado pode fazer seu ódio inveterado 
ao ofendido, um corpo de delito existente, e outras presunções semelhantes, 
bastam para permitir a prisão de um cidadão. Tais indícios devem, porém, ser 
especificados de maneira estável pela lei, e não pelo juiz, cujas sentenças se 
tornam um atentado à liberdade pública, quando não são simplesmente a 
aplicação particular de uma máxima geral emanada do código das leis. (...) o 
sistema atual da jurisprudência criminal apresenta aos nossos espíritos a ideia 
da força e do poder, em lugar da justiça; é porque se lançam, indistintamente, 
na mesma masmorra, o inocente suspeito e o criminoso convicto; é porque a 
prisão, entre nós, é antes um suplício que um meio de deter um acusado; (...) 
 
A partir das discussões de Cesare Beccaria, podemos buscar na legislação,na 
história e na sociedade, do Brasil e do mundo, os temas e debates trazidos na 
obra “Dos Delitos e das Penas”, comprovando que uma obra de três séculos 
consegue, e é, tão atual e condizente com a realidade do século XXI. 
 
O Estado objetivando a manutenção da paz social e o bem comum instituiu 
regras de convivência que devem ser respeitadas, assim, qualquer indivíduo que 
transgrede uma norma violando o direito de outrem, Capez (2007) assegura que, 
no momento em que é cometida uma infração, esse poder, até então genérico, 
concretiza-se, transformando-se numa pretensão individualizada, dirigida 
especificamente contra o transgressor. 
 Apesar dessa expressão já estar consagrada na doutrina e na 
jurisprudência, não é exato dizer que o Estado tem o direito de punir o infrator, 
mas um poder-dever de exercitar essa punição, pois, a própria Constituição 
Federal coloca que a segurança pública é dever do Estado e direito e 
responsabilidade de todos (art. 144, caput). 
 
 
 
 7 
 
 
III. CONSEQUÊNCIA DESSES PRINCÍPIOS 
 Somente a lei pode fixar pena 
 Somente o legislador, que representa a sociedade unidade por meio do 
contrato social, pode fazer tais leis. 
 O soberano só pode fazer leis gerais, ou seja, que competem a todos. 
Entretanto ele não possui o direito de julgar se essa lei foi cumprida ou 
não por um indivíduo. 
 Se a crueldade de uma pena for inútil, isso já deveria ser o bastante para 
ela se tornar arcaico por ferir a natureza do contrato social. 
 
IV. DA INTERPRETAÇÃO DAS LEIS 
 
Acerca da interpretação das leis de acordo com beccaria, a interpretação das 
leis cabe ao poder soberano, pois os juízes não são legisladores, ou seja cabe 
ao mesmo o dever de fazer o silogismo ou seja o termo filosófico exposta por 
Aristóteles que designa uma “conexão de ideias”, a argumentação lógica perfeita 
para deduzir uma conclusão e guiar os interesses particulares para o bem geral. 
Assim como a norma penal especifica que primeiramente deve-se descrever com 
objetividade a infração penal e após isso designar a pena, o juiz deve se ater a 
lei geral, assim evitasse recorrer ao espirito da lei resultado da má lógica ou 
paixão do magistrado já que cada homem pode ter uma interpretação diferente 
acerca do mesmo caso, assim como Aristóteles citou “a lei é a razão livre da 
paixão”. 
Deve se ater a letra da lei, fixas e literais, pois assim tanto o ignorante quanto o 
instruído estarão sujeitos ao conhecimento que poderá desvia-los do crime em 
cumprimento da lei que será justa para que ambos possam cumprir a mesma, já 
que “dura lex sed lex”, A lei é dura, mas é a lei. 
 
 
V- OBSCURIDADE DAS LEIS 
Nos tempos antigos as leis eram feitas pelos nobres, e sempre favorecia o que 
lhe convinham, ou seja, benefício próprio, para que se possa saber o que é certo 
ou errado, devemos ter através das leis escritas um juízo de valor para identificar 
o que é certo ou errado. 
Toda sociedade tem que regida por estatuto que irá ditar as regras, que não 
poderá ser modificada ao seu bel prazer, podemos relacionar a constituição de 
um país, que tem que ser seguida por todos, que é a lei máxima de um país. A 
lei tem a capacidade hermenêutica de interpretação, o mesmo juízo poderá ser 
traçado de várias formas pelas diversas pessoas que a interpretam, não devendo 
centralizar em uma só pessoa a interpretação das leis. Ex; O supremo tribunal 
federal sendo defensor da constituição, e mesmo assim tendo onde ministros 
que divergem entre si, sempre sendo soberanos a decisão do colegiado. 
 8 
 
 
 
 VI - DA PRISÃO 
 " À medida que as penas forem mais brandas, que se eliminem a miséria a fome 
das prisões, quando a piedade e a humanidade penetrem além das grades, 
quando enfim os ministros da justiça abrirem os corações á compaixão, as leis 
poderão contentar-se com indícios sempre mais leves para efetuar a prisão." 
Beccaria faz duras críticas aos abusos dos séculos anteriores a ele. O autor 
aponta uma série de questões sobre a finalidade da lei, sua eficácia e sobre a 
influência dos costumes sobre ela. 
Cesare Beccaria defendia que a prisão tinha que ser um espaço de 
ressocialização, ser mais humana e não uma masmorra que sirva apenas para 
depósito de condenado. 
Não cabendo ao juiz essa função, a lei deve estabelecer claramente quais os 
critérios necessários para que o acusado seja preso. Que sua pena seja 
proporcional ao seu delito. 
 
VII. DOS INDÍCIOS DO DELITO E DA FORMA DOS JULGAMENTOS 
Existem dois tipos de provas “quantidade e qualidade”; quando falamos de 
quantidade os indícios não merecem tanta importância, em virtude de se 
apoiarem em uma única prova concreta, pois, se derrubada esta prova, ela 
levará consigo todos os outros supostos indícios, ou seja, se destruindo uma, as 
outras não valem. Quanto à qualidade, se houver várias provas que são 
independentes entre si, que levem a um mesmo julgamento, a probabilidade de 
o delito existir é muito maior. Além dos dois tipos de provas, também existe uma 
divisão entre elas que são denominadas como “perfeita e imperfeita”, sendo que 
a perfeita demonstra claramente a impossibilidade de o acusado ser inocentado, 
sendo necessária somente está para autorizar a condenação, por outro lado, as 
provas imperfeitas, não excluem a possibilidade de inocentar o acusado, nesse 
caso é necessário obtermos outros tipos de provas contundentes para então 
ocorrer a condenação. 
O autor sugere em casos complicados e difíceis, que pelo menos metade dos 
julgadores fossem magistrados e a outra metade deveriam ser cidadãos, para 
então haver um equilíbrio nos julgamentos, não havendo, então sentimentos de 
desigualdade, devendo, ainda, o julgamento ser público e obter a legitimidade. 
 
 
 9 
 
VIII – DAS TESTEMUNHAS 
A confiança que se deposita em uma testemunha deve ser medida pelo 
interesse que ela tem em dizer ou não a verdade; deve-se, portanto, ceder à 
testemunha maior ou menor confiança, na proporção do ódio ou da amizade 
que tem ao acusado e de outras relações mais ou menos estreitas que ambos 
mantenham. Houve abusos diversas vezes cometidos, como considerar nulos 
os testemunhos de condenados e de mulheres. 
Arrolar testemunhas pode parecer adiar um processo, entretanto, 
procrastinações são necessárias, pois, assim, não há arbítrio do juiz e faz o 
povo entender que julgamentos são feitos formalmente e não pelo interesse. 
Há necessidade de que não seja apenas uma testemunha. É dada maior 
importância às testemunhas quanto mais atrozes os crimes. O discurso da 
testemunha é, também, muito importante, pois se ele tiver a intenção de 
incriminar e não puder ser repetido com a mesma intensidade e tonalidade não 
pode ser considerado. 
 
IX. DAS ACUSAÇÕES SECRETAS 
Nossas leis proíbem os interrogatórios, isto é, os que se fazem sobre o fato 
mesmo do delito; porque, segundo os nossos jurisconsultos, só se deve 
interrogar sobre a maneira pela qual o crime foi cometido e sobre as 
circunstâncias que o acompanham. 
Um juiz não pode, contudo, permitir as questões diretas, que sugiram ao acusado 
uma resposta imediata. O juiz interroga e dizem os criminalistas, só deve ir ao 
fato indiretamente, e nunca em linha reta. 
Aquele que se obstina a não responder ao interrogatório o que é submetido 
merece sofrer uma pena que deve ser fixada pelas leis. Que essa pena seja 
muito pesado, porque o silêncio de um criminoso, perante o juiz que interroga, e 
para a sociedade um escândalo e para a justiça uma ofensa que cumpre prevenir 
tanto quanto possível. 
Essa pena particular já não é necessária quando o crime já foi constatado e o 
criminoso convencido. Nesse caso o interrogatório de tonar inútil, as confissões 
do acusadonão são necessárias quando se tem provas o suficiente para 
demostrar que ele é evidentemente culpado dos crimes que se trata. 
 
 
 
 10 
 
X - DOA INTERROGATÓRIOS SUGESTIVOS 
Neste ponto, Beccaria critica severamente os interrogatórios que utilizam a dor 
como meio de se obter informações do acusado. Segundo o autor, a proibição 
de interrogatórios sugestivos, que indiquem uma resposta direta do acusado, 
uma resposta que o faça escapar da tortura, seria uma proibição hipócrita e 
contraditória, pois não haveria nada mais sugestivo do que a dor infligida a umas 
pessoas ao ser questionada. Esta, na primeira oportunidade, inventaria uma 
história para escapar daquele momento. As confissões obtidas por força 
seguiriam o seguinte princípio: “a punição será aplicada por não ter você resistido 
a dor e ter confessado, não por ser uns criminosos. ” “E não lhe puniria se você 
houvesse resistido, mesmo sendo uns criminosos. ” 
 
XI. DOS JURAMENTOS 
O juramento é uma contradição entre leis e sentimentos, não há como exigir de 
um acusado que diga a verdade, quando seu interesse é esconder, isso destrói 
a força do sentimento religioso ao jurar em nome de Deus, por esse motivo, entre 
outros, o juramento é uma mera formalidade, tanto é inútil que o juramento nunca 
faz com que o acusado diga a verdade. 
 
 
XII. DA QUESTÃO OU TORTURA 
Diz-se que a tortura é inútil somente quando é certo que o delito foi cometido, 
tendo em vista que não há necessidade de o acusado confessar o crime. 
Porém, se o delito é incerto, é legal apelar para a tortura, mesmo que 
moralmente desprezada. O autor se posiciona contrastais castigos alegando 
que é inaceitável exigir que um homem acuse si mesmo, ainda mais sob 
tormentos físicos, como se fosse a única maneira de se conseguir a verdade. 
Muitas vezes, pode o inocente alegar que é culpado somente para que cessem 
tais tormentos, e em outras vezes, poderá o culpado aguentar tais dores pra 
ser inocentado. Mas será isto justo? O que está em questão é a bravura do ser 
humano ou seu mérito? 
O autor faz nobre e humilde protesto contra práticas abusivas dos tribunais, 
como a legitimidade dos testemunhos, os julgamentos secretos, os 
interrogatórios sugestivos, a utilização da tortura na obtenção de confissões, a 
duração e prescrição das penas, a utilidade da pena de morte, entre muitas 
outras. Nessa obra, o autor lança luz sobre princípios básicos que hoje regem 
as leis, por exemplo, a igualdade de julgamento para criminosos que cometem o 
mesmo crime, a necessidade da aplicação da mais moderada das penas 
 11 
 
aplicáveis, para que a justiça não seja instrumento de vingança particular ou 
punição e a proporção das penas considerando se exclusivamente o delito 
cometido. 
“Cabe tão-somente às leis determinar o espaço de tempo que se deve utilizar 
para a investigação das provas do crime, e o que se deve conceder ao acusado 
para que se defenda. ” 
Para crimes hediondos não deve haver qualquer prescrição em favor do 
culpado. 
O tempo que é empregado na investigação das provas e o que determina a 
prescrição não deve ser aumentado em virtude da gravidade do delito que se 
persegue. Separa- se então duas categorias de delitos: Grandes e Pequenos. 
São separados, dentre outros critérios, pela verossimilhança, sendo o primeiro 
menos verossimilhante e o segundo mais. 
XIII – DOS CRIMES INICIADOS; DOS CÚMPLICES; DA IMPUNIDADE 
 
O princípio de um crime deve ser castigado, mas de forma mais branda, por se 
tratar da vontade de cometer um crume. Busca-se prevenir até tentativas iniciais 
do crime; porém, a punição deve ser mais branda para também fazer com que a 
pessoa que iniciou o crime não busque completá-lo. 
 
Há tribunais que oferecem impunidade para cúmplice que trair seus colegas, 
considerado uma covardia do legislativo e, logo, do soberano, mas que pode 
funcionar. A impunidade pode encorajar o povo e prevenir grandes delitos; 
propõe que seja feita lei geral para isto, ao invés de declaração especial num 
caso particular. 
 
XVI. DA PENA DE MORTE 
 Ele inicia sua extensa argumentação posicionando se contra, listando os 
motivos a seguir: 
o A pena de morte não se baseia em nenhum direito e é contrária a analogia 
inicial que as leis e soberania nascem da cessão de direitos individuais a 
um bem maior (Você daria a liberdade de próximo retirar sua vida? Acho 
que não ) 
o A pena de morte torna se mero espetáculo e é facilmente esquecível. Ele 
explica que é melhor longas penas que traduzem medo do que vitoriosas 
penas que aplicam toda dor de uma vez só 
o Alguns simplesmente não tem medo da morte. Ela será rápida, sem dor 
e talvez até melhor, podendo ser adoçada com o sentido religioso de 
perdão e bênçãos eternas 
 12 
 
 Ele apresenta então como alternativa de pena máxima a escravidão 
perpétua. Ela é constante, dosada, causa constante estado de medo na 
população e inclusive no infrator que terá terror em passar a vida 
sofrendo, castigado e pertencente a outrem. Ele também dá a ideia de 
que essa escravidão poderia retornar algum bem à sociedade, através de 
seus serviços.

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