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TELECOMUNICAÇÕES NO BRASIL

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TELECOMUNICAÇÕES NO BRASIL – PDF OI
A história das telecomunicações no Brasil é um caminho povoado de contradições. Por um lado, tivemos um imperador visionário, que incentivou a pesquisa e a descoberta de tecnologias muito avançadas para a época, como o próprio aparelho de Graham Bell instalado em sua residência. Em contrapartida, não valorizávamos nossas próprias descobertas, condenando ao ostracismo inventores como o cientista e padre Roberto Landell de Moura. Nesse mesmo ritmo contraditório, avançamos o século XX percorrendo altos e baixos no processo de desenvolvimento das telecomunicações e, por conseguinte, da telefonia nacional. Apesar de haver, desde 1877, um par de telefones que comunicavam o Palácio de São Cristóvão ao Paço Imperial, somente dois anos depois foi feita a primeira concessão para o estabelecimento de uma linha telefônica no Rio de Janeiro.
Entre 1879 e 1890, as concessões das linhas telefônicas, em qualquer ponto do Brasil, eram feitas pelo Governo Imperial e, mais tarde, pelo Governo Provisório. Somente a 24 de fevereiro de 1891, depois da Proclamação da República, os serviços telefônicos foram completamente modificados e divididos em municipal, intermunicipal, estadual, interestadual e federal. No início, não havia números: um aparelho era conectado apenas a outro. Tempos depois surgiriam as centrais com mesas telefônicas, que por possuírem várias linhas e assinantes, permitiam o acesso a diversos nomes a partir de um mesmo aparelho. Porém, era necessário o auxílio da telefonista, que conectava o cordão ao ponto de quem chamava, ouvia seu pedido e fazia a ligação com o número (ou nome), girava a manivela, o telefone tocava no outro lado da linha e, finalmente, podia-se falar! 
Nas primeiras décadas do século XX, o processo de desenvolvimento caminhava em plena ascensão, apresentando uma rápida expansão da telefonia brasileira que, então, ultrapassava 160 mil aparelhos instalados em todo o país. Todavia, continuavam os problemas técnicos a serem resolvidos, junto às crescentes demandas de assinantes e, consequentemente, de uma maior quantidade de cabos, além de postes mais altospara sustentá-los. Assim, o desenvolvimento da telefonia, para cumprir com essas novas demandas e o avanço da tecnologia, culminou na construção de dutos sob a terra, recebendo os novos cabos – agora, subterrâneos.
Durante quase um século, a comunicação elétrica foi transportada através de milhares de pares de fios, em tubos de chumbo que atravessavam o subsolo das cidades. Tecnicamente, essas transmissões foram se aperfeiçoando e os tubos de chumbo sendo substituídos pelo uso de cabos coaxiais. Estes eram feitos de cobre e transportavam, no seu interior, os canais de voz. Mais tarde, surgiram as fibras ópticas, que revolucionaram a comunicação eletrônica, acelerando ainda mais a velocidade das ligações. As primeiras foram produzidas pelos japoneses em 1969 e, na década seguinte, já eram usadas nos Estados Unidos, chegando ao Brasil apenas em 1984. Hoje em dia, as fibras ópticas cortam as cidades e atravessam oceanos, permitindo a multiplicação do número de chamadas telefônicas, o envio de vídeos e mensagens eletrônicas, numa velocidade jamais imaginada pelos pioneiros das telecomunicações.
Entretanto, durante o período que vai de 1920 a 1960, o desenvolvimento das telecomunicações prosseguiu em ritmo lento. A estagnação da infra-estrutura para os serviços de telefonia, telex, telegrafia, comunicações internacionais e radiocomunicação revelavam uma precariedade insustentável. A Companhia Telefônica Brasileira (CTB), devido à deficiência de seus serviços, viria a sofrer intervenção do Governo João Goulart no início da década de 1960. Somente depois da criação do Código Brasileiro das Telecomunicações, em 1962, quando o país formularia uma política nacional para o setor, é que começaríamos a nos recuperar do atraso. Em 1969, era inaugurada a primeira estação de comunicação via satélite; em 1971, surgia a primeira central internacional semiautomática do país; e quatro anos depois, o serviço de discagem direta internacional (DDI). 
Em um país praticamente mudo na área de telefonia, a institucionalização dos nossos meios de comunicação promoveu a modernização e estruturação do sistema. Para isso, passamos a contar com o Conselho Nacional de Telecomunicações (Contel) – que funcionava como órgão executivo e regulador, até a criação do Ministério das Comunicações – e a Empresa Brasileira de Telecomunicações (Embratel), responsável pela implantação do sistema básico (conjunto de troncos de micro-ondas de longa distância) e pelas comunicações internacionais. A Embratel foi criada em setembro de 1965, para atender às crescentes necessidades do mercado, tendo em vista que os serviços de telecomunicações se tornavam cada vez mais amplos e complexos. O objetivo era instalar e explorar os grandes troncos nacionais de micro-ondas, integrantes do Sistema Nacional de Telecomunicações, e suas conexões com o exterior. O primeiro sistema de micro-ondas da América Latina foi inaugurado entre o Rio de Janeiro, São Paulo e Campinas. Em 1967, seria criado o Ministério das Comunicações e, em 1972, a Telecomunicações Brasileiras S/A. (Telebrás), que acumulou a função de explorar os serviços de telecomunicação, além de tornar-se responsável pelo funcionamento de todo o sistema no Brasil.
Nessa época, as telecomunicações brasileiras se expandiriam vertiginosamente. As comunicações telefônicas e telegráficas, então exploradas por empresas estrangeiras, não atendiam às demandas do país e seriam assumidas pela Embratel em 1973, que passaria a monopolizar a exploração dos serviços internacionais. Em 1975, a empresa criava a discagem direta a distância (DDD) e a discagem direta internacional (DDI); já a Telebrás absorveria mais de 900 pequenas concessionárias municipais e particulares, em 27 operadoras estatais. 
Ainda na década de 1970, a televisão também receberia forte incentivo governamental que viria contribuir para a expansão e o desenvolvimento de um meio de comunicação até então pouco explorado. Investindo em modernas tecnologias e buscando impulsionar o novo veículo que vinha alicerçando suas bases – ainda que timidamente –, o governo brasileiro passaria a apoiar também o setor. Expandindo-se técnica e comercialmente, o mundo do entretenimento e da mídia televisiva no Brasil cresceria numa velocidadeabsurda, até a década seguinte. Em 1972, a televisão a cores chega ao país. Contudo, o caminho do desenvolvimento tecnológico – em conseqüência da estagnação econômica e da inflação dos anos 1980 – novamente entra em declínio, inclusive na área da telefonia, cujo sistema começa a ruir com a demanda não atendida.
Somente ao término da década de 1990, com a implantação de um modelo econômico neoliberal e a onda de privatizações das estatais, surge uma retomada na modernização que seria impulsionada pela competitividade do setor. Em 1997 é sancionada, pelo Presidente da República, a Lei Geral das Telecomunicações, regulamentando a quebra do monopólio estatal; autorizando o governo a privatizar todo o Sistema Telebrás e criar a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), com a função de órgão regulador. Submetida a regime autárquico especial e vinculado ao Ministério das Comunicações, a agência se torna uma entidade da Administração Pública Federal indireta. Em seguida, de acordo com a nova Lei Geral das Telecomunicações, vem a privatização do Sistema Telebrás, que seria dividido em 12 empresas: três, de telefonia fixa; oito, de telefonia móvel; e a Embratel, como operadora de longa distância. No ano seguinte, entram em vigor os novos códigos das prestadoras de longa distância (interurbano) e das operadoras de telefonia fixa.
Retroagindo um pouco no tempo, ainda no princípio dos anos 1990 aconteceria a maior revolução na história da telefonia no Brasil: o sistema móvel dos telefones celulares. Sua primeira transmissão foi no Aterro do Flamengo, Rio de Janeiro. Cada aparelho pesava meio quilo e era carregado em bateriasde carro – por isso, passaram a ser chamados de telefones móveis. Embora a primeira ligação de um aparelho que deu origem aos celulares modernos tenha ocorrido em 1973, nos Estados Unidos, as pesquisas desse novo sistema foram iniciadas e motivadas pelas demandas dos tempos de guerra, nos longínquos anos 1940, nesse mesmo país. E o resultado dessas pesquisas surgiu com um aparelho que pesava 40 quilos! Somente em 1979 foi lançado, em Tóquio, um sistema precursor do usado hoje e, em 1983, entrava em operação o primeiro sistema comercial norte-americano. 
A forma mais comum de conectar um usuário à central telefônica, em todo o mundo e até bem pouco tempo, era através do fio metálico. Durante muitos anos o sistema de rádio era usado pelas companhias telefônicas para interligar assinantes que se encontravam bem distantes das centrais ou em locais de difícil acesso. Assim como recebemos sinais de TV e rádio, recebemos também sinais de voz em freqüência – ao invés de usar o fio metálico –, permitindo que estes sinais sejam enviados e recebidos de automóveis e pessoas em movimento. Na comunicação móvel primordial, os sistemas eram de baixa qualidade devido à tecnologia existente, provocando sérias limitações em função da ocupação do espectro de freqüências. Ou seja, a comunicação móvel não suportava grande quantidade de ligações, devido a interferências. Porém, com a evolução tecnológica e o crescimento da procura por esse tipo de serviço, a telefonia móvel celular passou por um acelerado processo de desenvolvimento. A partir daí, a revolução do sistema transformou rapidamente um único aparelho, idealizado somente para enviar e receber ligações sem o auxílio de fios, em um instrumento de comunicação que engloba, em si, diferentes meios de comunicação do mundo contemporâneo. Os novos “aparelhos telephonicos”, que permitem receber e enviar e-mails, acessar Internet, criar planilhas, digitar textos, tirar e enviar fotos, gravar vídeos, ouvir música, jogar, despertar, calcular etc., mudaram profundamente os hábitos de nossa sociedade. Agora, possuímos um pequeno instrumento capaz de invadir nosso mundo privado e, ao mesmo tempo, proporcionar o deslocar-se no tempo e no espaço com grande liberdade. Os diversos meios de comunicação hoje existentes, propondo novos acessos a informações e diversificadas linguagens, produzem novos hábitos, condutas, trocas e relacionamentos entre as pessoas, em uma velocidade alucinante, como é o exemplo da transformação do universo daInternet em apenas sete anos: MSN, Orkut, blogs, telefonia via Internet etc. Essas novas linguagens tecnológicas começaram a surgir em 1971, quando cientistas da Intel inventaram o microprocessador, circuito integrado formado por numerosos e minúsculos componentes, montados sobre uma pastilha de silício que executa as funções de uma unidade central de processamento (CPU). Essa pastilha, conhecida internacionalmente como chip, armazena “inteligência” e está presente nos serviços telefônicos, computadores, videocassetes e CDs, bem como no videodisco interativo, na televisão digital de alta definição e nas novas gerações de antenas parabólicas, que captam mais de uma centena de canais de TV via satélite, de recepção direta.
No Brasil, a evolução tecnológica das telecomunicações começa a se fazer presente a partir de 1990, principalmente no final da década. Surgem, então, os satélites de órbita baixa, menores e mais econômicos, revolucionando a comunicação via telefone celular. Estes satélites, conhecidos pela sigla LEOS (Low Earth Orbit Satellite), são responsáveis pelos sistemas de comunicação pessoal de âmbito mundial. Além de permitirem a retransmissão de programas da televisão brasileira para qualquer localidade do país e da América Latina, eles abrem novas perspectivas para a comunicação telefônica, transmissão de dados, fax, Internet e muitos outros serviços especializados. A evolução tecnológica tem continuidade com a criação de antenas destinadas à captação de programas de TV via satélite, de recepção direta, que são transmitidos em freqüências muito altas. E hoje, com o advento da televisão digital de recepção direta, a DDBS (Digital Direct Broadcasting Satellite), será possível transmitir imagens de alta definição, com nitidez comparável a de um filme no cinema ou um som estereofônico com a qualidade de um CD. A digitalização é o maior avanço das comunicações no século XXI, pois é capaz de unificar as redes de computadores e as redes de faixa larga, utilizando uma única linguagem que transmite, exclusivamente, bits para representar sinais de voz, dados, imagens, textos e gráficos. A Internet é a primeira realidade na prática dessa linguagem. 
A digitalização das telecomunicações torna possível abranger a eletrônica profissional e a do entretenimento. Devido à possibilidade de transmissão de um volume muito maior de informações, a comunicação digital permite a criação de redes de serviços integrados de voz, dados e imagens, ou seja, telefone, telex, fac-símile, teleprocessamento, bancos de dados, serviços de videoconferência, videotexto e televisão. 
No romper do novo milênio, São Paulo alcançava a marca de 8 milhões de telefones fixos instalados, enquanto o avanço tecnológico continuava sua rápida escalada rumo ao universo das novas tecnologias da comunicação. Em 2000 seria introduzida a tecnologia ADSL (Asymmetrical Digital Subscriber Line), que possibilitaria enviar e receber dados e imagens em altíssima velocidade. Além disso, tem início a implantação do serviço de Internet banda larga e a operação do sistema Emergia cabo submarino de fibra óptica, que conecta Buenos Aires a São Paulo – primeira parte da rede de 23 mil quilômetros, que vai interligar as três Américas através de uma conexão de banda larga, para transmissão à velocidade da luz. O Brasil do século XXI absorve o ritmo acelerado das novas descobertas tecnológicas e suas inúmeras possibilidades de comunicação, gerando uma nova realidade nacional, embora globalizada, em que alguns setores da sociedade interagem ativa e criativamente na contemporaneidade, franqueando ao mundo nosso valor artístico, cultural e científico.
As questões relevantes, diante dos meios de comunicação atuais, remetem sistematicamente à necessidade de uma escolha individual, crítica e consciente. As novidades tecnológicas que surgem diariamente no nosso cotidiano são, muitas vezes, absorvidas com extremo entusiasmo ou grandes rejeições. Entretanto, a evolução tecnológica anuncia sempre a chegada do futuro no presente, que precisa ser aceito, avaliado e incorporado ao dia-a-dia, como um desafio individual e coletivo para, efetivamente, contribuir na evolução das relações humanas com seu habitat e no conviver em sociedade.

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