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* Origem e evolução das Angiospermas Profa. Msc. Maria Tereza Faria Disciplina: Sistemática Vegetal Profa. Maria Tereza Faria Disciplina : Sistemática vegetal * ORIGEM DAS ANGIOSPERMAS A origem das angiospermas foi chamada por Darwin de o Abominável Mistério. Isso porque elas aparecem no registro fóssil já diversificadas, sem uma transição aparente. Elas surgiram no Cretáceo Inferior (ca. 140 Ma) e no Terciário (ca. 90 Ma) já dominavam o ambiente terrestre. Atualmente, contam com cerca de 250.000 espécies, incluindo uma enorme diversidade de formas. O número de características compartilhadas evidenciam o monofiletismo das angiospermas. * Predomínio de clima tropical e subtropical * O Cretáceo Cretáceo Os continentes se dividiram em territórios menores, algumas placas colidiram, formando montanhas rochosas na América do Norte e outras cordilheiras. * * Fig. a) Archaefructus liaoningensis, a mais antiga angiosperma conhecida, identificada no nordeste da China; b) Reconstrução de Archaefructus liaoningensis; c) Flor fóssil do Cretáceo inferior da Inglaterra, com sépalas e pétalas muito reduzidas; d) Nympheacea fóssil do Cretáceo de Portugal. * A monofilia das Angiospermas (origem a partir de um ancestral comum) é fortemente suportada pelas análises filogenéticas atuais, com base em morfologia e características moleculares, como constituintes químicos e DNA. * As chamadas monocotiledôneas, isoladamente, formam um grupo monofilético, suportado por sinapomorfias (características evolutivas em comum) como: folhas com nervuras paralelas, embrião com um único cotilédone, raízes adventícias e caule com sistema vascular disperso no córtex. * As dicotiledôneas, no entanto, formam um complexo parafilético (com grupos originados de diferentes ancestrais) e características como a presença de dois cotilédones, radícula persistente, caule com sistema vascular organizado em anel e crescimento secundário são plesiomórficas (não evolutivas) não revelando, portanto, uma relação filogenética entre os grupos. * Duas teorias procuravam explicar a origem das flores das angiospermas A teoria Antostrobilar ou Euantial relacionava as flores com estróbilos bissexuados e supunha que as flores mais primitivas seriam grandes, com muitas partes, sem maiores especializações do androceu e do gineceu, semelhantes às encontradas nas atuais Magnoliaceae. * Ho: Euantial Magnoliaceae Receptáculo cônico * Essa teoria era corroborada por fósseis de Winteraceae e de Archaeanthus, grupo extinto semelhante as Magnoliaceae. Archaefructus liaoningensis * A teoria do Pseudanto, por outro lado, acreditava que as primeiras flores eram inconspícuas e unissexuadas, reunidas em inflorescências, semelhantes às encontradas em Amentíferas, posteriormente relacionando-as com as Chloranthaceae, fazendo uma ligação entre as Gnetales e as angiospermas. * Ho: Pseudantial Piperaceae Bráctea peltada Estigma Antera * Estudos moleculares vem contestando ambas as teorias, demostrando que a linhagem que primeiro divergiu na evolução das angiospermas foi a Amborella. Esse gênero conta com apenas uma espécie da Nova Caledônia e possui flores medianas, unissexuadas, com peças livres, não muito numerosas, um número não muito grande de estames na flor masculina, nem muitos carpelos na feminina. Amborella. * * Nelumbo lutea Nymphaea As magnoliidae são conhecidas por incluírem grupos com um mosáico de características supostamente primitivas (plesiomorfias) em angiospermas. Flores radiadas; receptáculo cônico, estames laminados; gineceu apocárpico. * * TENDÊNCIAS EVOLUTIVAS DAS FLORES A polinização por insetos provavelmente desencadeou o início da evolução das angiospermas e conseqüentemente das flores; Tanto pela possibilidade que ela criou de isolamento de pequenas populações, quanto pela polinização indireta, a qual tornou possível a competição entre grãos de pólen crescendo através do tecido estigmatico. A demanda por mecanismos distintos para atração de polinizadores circunscreveu, em parte, a notável diversidade entre as angiospermas. * TENDÊNCIAS EVOLUTIVAS DAS FLORES A associação com insetos mais especializados ainda suscitou uma simetria bilateral em algumas espécies, ao passo que em outras introduziu a agregação de flores em inflorescências congestas, como em compostas. A maioria dos grupos passou a oferecer néctar, recurso menos dispendioso à planta, invés de pólen, como recompensa aos polinizadores. * Ao longo da evolução das angiospermas, houve estabilização no número de verticilos e de peças por verticilo (três como ocorre nas monocotiledôneas e cinco, nas eudicotiledôneas). Houve ainda uma redução paulatina dos gametófitos femininos (tornando o ciclo de vida mais curto) e uma maior especialização das estruturas, com diferenciação entre sépalas e pétalas. O ovário tornou-se ínfero em lugar de súpero e o perianto tornou-se diferenciado em cálice e corola; * Evolução do Androceu - Estames Estames com filetes não diferenciados em Chloranthaceae Estames com filetes lineares, distinção filete-antera * Flor amórfica, coripétala, Triássico 230 m.a. Flores radiais e haplomórficas, (= estruturas simplificadas) Cretáceo 130 m.a Flor pleomórfica (= estruturas diversificadas), Cretáceo-Terciário 130-60 m.a Flor simpétala, radial.Terciário 60 m.a. Flor simpétala, Bilateral Terciário 60 m.a A simetria radial (flores regulares) ou actinomorfa das flores mais antigas deu lugar à simetria bilateral (fores irregulares) ou zigomorfa nas flores mais avançadas * Ovário apocárpico evoluindo para ovário gamocárpico * * Flor perígena pela expansão do Receptáculo (ov. Súpero) * Ovário apocárpico fecundado, desenvolvendo frutos carnosos – bagas, as quais juntam-se formando um fruto agregado. Uma única flor, desenvolvendo vários carpelos: fruto agregado de bagas. * Fruto agregado de bagas Fruto agregado de aquênios Receptáculo * ANGIOSPERMAS (Magnoliophyta) Além de ser o grupo de plantas que predomina sobre a maioria das comunidades da Terra, ocorrendo em praticamente todos os biótopos, as angiospermas ou Magnoliophyta também apresentam grande importância econômica: das 3000 espécies que são utilizadas pelo homem, 12 são responsáveis por 70% da movimentação comercial dentro do setor primário, como o milho, soja, trigo, borracha, açúcar e algodão. * A estrutura definitiva das angiospermas, que a caracteriza como grupo monofilético, é o desenvolvimento de flores com carpelo. O nome, do grego angeion (urna), se refere ao carpelo. O androceu é o aparelho reprodutor masculino, ele é formado pelos estames O gineceu ou pistilo Ou carpelo é o aparelho Reprodutor feminino * * * Divisão Magnoliophyta Plantas vasculares dominantes nas floras do mundo Alta plasticidade e poder de adaptação às mais diversas condições ambientais Plantas verdes : fotossintéticas, aclorofiladas - parasitas Terrestres, epífitas, rupícolas, aquáticas Ervas, arbustos, árvores, lianas Flores com um conjunto externo de elementos (sépalas) Flores com um conjunto interno de elementos (pétalas) Androceu com 1 a muitos estames (microsporófilos) Gineceu com 1 a muitos carpelos (megasporófilos) Óvulos (megasporângios) - sementes em potencial dentro da convavidade do ovário * * Os sistemas serão utilizados no curso para o conhecimento da taxonomia das angiospermas: Cronquist (1981) e Judd. et al (1999, 2003, 2009). O sistema de Cronquist (1981) apresenta a divisão Magnoliophyta abrangendo duas classes: Magnoliopsida (dicotiledôneas) e Liliopsida (monocoltiledôneas), sendo utilizado por Barroso et al. (1978, 1986, 1991). E, até o momento, consistiu no sistema mais difundido no Brasil. * * * * Pelo sistemade Cronquist, constitue-se pelas seguintes subclasses: Magnoliidae, Hamamelidae, Caryophyllidae, Dilleniidae, Rosidae e Asteridae. As Magnoliidae apresentam o maior número de caracteres primitivos, constituindo-se no grupo basal, isto é, aquele que, direta ou indiretamente origina os demais. As Hamamelidae caracterizam-se pelas flores reduzidas, geralmente unissexuadas e anemófilas (amentilhos). Em Caryophyllidae encontram-se plantas de pequeno porte, muitas vezes suculentes, que produzem betalaninas. A placentação característica é central-livre ou basal e os estames diferenciam-se centrifugamente. Dilleniidae, Rosidae e Asteridae caracterizam-se pelo perianto desenvolvido e grande diversidade de mecanismos de atração de polinizadores. Sendo que as Asteridae possuem o maior número de caracteres avançados, com flores gamopétalas, zigomorfas e estames oligostemones ou isostemones e alternipétalos. * Divisão Magnoliophyta Subclasse MAGNOLIIDAE (8 ordens, 39 famílias e 12000 espécies) Apresentam alcalóides, taninos, ácido elágico Flores actinomorfas, às vezes zigomorfas Cantarofilia Flores hipóginas, períginas (lauraceae) Perianto constituído por tépalas- (lauraceae um é mais externo que o outro); piperaceae (aperiantada) Estames numerosos, centrípetos, laminares (característica primitiva) Pólen uniaperturado Gineceu apocárpico (magnoliaceae) a sincárpico (lauraceae) Espessamento do xilema simples ou escalariforme * * MAGNOLIÍDEAS 4 ORDENS (TODAS OCORREM EM ESTADO NATIVO NO BRASIL) * LAURALES, LAURACEAE LINDL. CARACTERÍSTICAS GERAIS 30-50 Gêneros (19 BR); 2000 sp (390 BR) Porte: árvores a arbustos (existe uma liana parasita Cassyta sp) Folhas: aromáticas, simples, inteiras, alternas, sem estípulas, presença de domácias Inflorescência com flores andróginas, cíclicas, trimeras. * LAURALES, LAURACEAE LINDL. Androceu: 9-6-3 estames, com ou sem estaminodios, 1 e 2 verticilos são férteis, anteras introrsas; 3 verticilo antera extrorsa; 4 verticilo pode faltar e sempre e de estaminodio, antera com deiscência VALVAR Gineceu: ovário súpero/SEMI-ÍNFERO, unicarpelar Plantas ricas em óleos essenciais Fruto carnoso, baga ou drupa * Distribuição geográfica: Trópicos,América do sul e Asia. Cultivado em todo o Brasil , existem espécies nativas do Sul do Brasil. Importância (comestíveis, medicinais): Persea americana- abacate, cultivado Laurus nobilis- louro, cultivado Cinnamomum zeylanicum- canela verdadeira (Ceilão) Cinnamomum camphora- canfora (japão) Ocotea porosa – imbuia (PR, SC) Ocotea sassafras- sassafras * Persea americana * * * * LAURALES, ANNONACEAE JUSS. CARACTERÍSTICAS GERAIS 122 Gêneros (29 BR); 1100 sp (260 BR) Porte: lianas a árvores Folhas: aromáticas, simples, inteiras, alternas, sem estípulas Inflorescência com flores andróginas, espiraladas Fruto apocárpico * Distribuição geográfica: Trópicos, Africa, Ásia e América Tropical. Em todo o Brasil principalmente na região norte. Importância (comestíveis, medicinais, reflorestamento): Annona squamosa- Fruta do conde, ata Annona muricata- ata, pinha, graviola Annona crassiflora- araticum do cerrado Duguetia furfuracea- sofre-do-rim-quem-quer Xilopia aromatica- pindaiba, pimenta de macaco * Annona muricata- ata, * * * * Xilopia aromatica- * * * * MAGNOLIIDAE, MAGNOLIALES, MAGNOLIACEAE JUSS. CARACTERÍSTICAS GERAIS 12 Gêneros (1 BR); 220 sp (4 BR) Porte: árvores a arbustos Folhas: simples, inteiras ou raramente lobadas, alternas, com estípulas grandes envolvendo a gema terminal, formando ócrea (duas estípulas que abraçam o caule) * * Flores Terminais, raramente inflorescências, entomófilas, cantarófilas, verticilos dispostos em espiral * * * * * * * * Distribuição geográfica: Regiões tropicais e sub-tropicais, temperadas hemisfério norte BRASIL: PR, RJ, MG, GO, DF, AM Importância: Talauma ovata- Madeira construção civil Magnolia grandiflora- Ornamentação *
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