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EXERCÍCIO- DIREITO PENAL ALUNA: Eloisa Nunes da Silva 1)O que é o Direito Penal? Direito Penal é o conjunto de normas positivadas por parte do Estado que tendem a proteger os bens jurídicos mais importantes (vida, patrimônio, liberdade sexual, honra, etc), pelo fato desses bens serem importantes, o Estado pode punir (apenar) de maneira mais severa os infratores (os que lesam) tais bens. 2) Legalidade: Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal. Princípio da Legalidade (Reserva Legal). ↳Não existe pena sem que ela tenha sido cominada pelo legislador. Não existe pena a alguém que cometeu um ‘’crime’’, que não esteja legislado. Para que haja aplicação da pena, ela já deve existir. 3)a- Analogia: Utilização de determinado instituto penal em que se assemelha com situação fática a qual não regula, podendo ser essa aplicação a favor do réu ( In Bonam Partem) ou contra (In Mala m Partem), sendo certo que a lei penal só admite a analogia a favor do réu ( In Bonam Parte) haja vista que o contrário feriria o princípio da legalidade. Interpretação analógica: É a interpretação necessária a extrair o sentido da norma mediante os próprios elementos fornecidos por ela. b) Sujeito Ativo: É aquele que pratica a conduta tipificada pela lei ou então aquele que colabora para a pratica do tipo penal. Sujeito Passivo: O sujeito passivo é aquela pessoa contra quem é praticada conduta típica. c) Objeto jurídico: Significa o bem jurídico que é tutelado pela norma incriminadora, o crime só se configura quando a conduta do agente produz lesão ou risco de lesão, ao bem jurídico, protegido pelo tipo penal. Objeto Material: é a pessoa ou a coisa, sobre a qual recai a conduta criminosa. Todo crime tem objeto jurídico, mas nem todo crime tem objeto material. d)Crime instantâneo (Teoria da atividade): O Direito Penal Brasileiro adotou em seu Art. 4°, C.P, a teoria da atividade, por proclamar que o tempo de crime se dará no momento da ação ou omissão do tipo criminoso, e não no do resultado. Crime Permanente: A ação criminosa se perpetua no tempo, vindo a produzir efeitos sucessivos até que ação criminosa cesse. e) Crimes Comissivos: São aqueles em que para que se consume o resulta do, há a exigência d e u m fazer, uma ação. Crimes Omissivos: Já nesses, já um deixa de fazer do agente, que configura na produção do resultado. Crimes Comissivos por omissão (Omissivos Impróprios): Nesta modalidade de crime, o fazer do agente com o fim de produzir o resultado, nada mais é que um deixar de fazer, caso o agente que deixe de fazer seja um garante (indivíduo que tem o dever legal de cuidado, proteção e prudência sobre a vítima do crime) a omissão se dará na sua forma própria, crime omissivo próprio. f) Crime próprio: é aquele que para se configurar exige uma qualidade especial do agente, ou seja, do sujeito ativo do crime. Ao contrário do crime comum, que é aquele tipo do crime que qualquer um pode praticar. Ex: Peculato. g) Crime Material: São aqueles que necessitam da ocorrência do resultado descrito no tipo penal para que o delito seja consumado. Todos os crimes dolosos e materiais admitem tentativa e somente estarão consumados quando a alteração no mundo dos fatos prevista na norma incriminadora estiver configurada. Art. 121, Art. 157. E 155. Crime Formal: É aquele que possui para a consumação do crime. Nesta espécie d e crime. A descriminação típica da norma incriminadora prevê a consumação do delito mesmo que o resultado previsto no tipo não aconteça. Art. 317. (Também é chamado de crime de consumação antecipada uma vez que o crime formal está consumado antes mesmo de o resultado ocorrer. Ex: Art. 158. O crime Formal e doloso admite teoricamente à tentativa, mas na prática é muito difícil da tentativa se caracterizar. Crime de mera conduta: Não possui nenhum resultado material previsto na norma incriminadora, onde a simples conduta adotada pelo agente já consuma o delito independente de qualquer resultado. Ex: Art. 14. Estatuto do desarmamento. Art. 135. Omissão de socorro. h) Crime de Perigo. É aquela espécie de injusto penal que se satisfaz/se consuma com a mera ameaça de lesão (ou perigo de lesão) ao bem jurídico tutelado. Ex.: art. 132 do CP (perigo para a vida ou a saúde de outrem). Crime de Dano. O injusto penal configura-se com o dano efetivo, ou seja, concreta lesão ao bem jurídico tutelado. Ex.: art. 121 do CP (homicídio). Crimes de Perigo Presumido ou Abstrato: é o perigo já considerado pela lei (de maneira presumida) pela simples prática da conduta típica, o tipo penal se limita a descrever a conduta, sem qualquer referência a resultado naturalístico. Justamente por isso foram batizados pela doutrina (em geral) como “crimes de mera conduta. Crimes de Perigo Concreto: é o perigo que necessita de efetiva comprovação no caso concreto mediante atividade probatória regular, não há qualquer presunção legal. A configuração do crime depende da prova concreta do risco de lesão ao bem jurídico protegido. Ex.: crime de perigo para a vida ou a saúde de outrem (art. 132 do CP): prova do perigo direto e iminente (perigo real) / crime de explosão (art. 251 do CP): prova do risco de ofensa à bem jurídica vida ou integridade física ou patrimônio de outrem. i)Os crimes principais são aqueles que não dependem de qualquer outra infração penal para que se configurem. Já os crimes acessórios são aqueles que pressupõem a ocorrência de um delito anterior. Crimes acessórios – receptação (art. 180, CP), nesse sentido, vale ressaltar que só se configura crime quando alguém adquire, recebe, oculta ou transporta coisa que sabe ser produto de (outro crime). j)Crime simples: É aquele que protege um único bem jurídico e o crime complexo, aquele que tutela mais de um bem jurídico. Crime Complexo: Ofende mais de um bem jurídico por possuir diversos núcleos na esfera de seu iter criminisCrime Material: São aqueles que necessitam da ocorrência do resultado descrito no tipo penal para que o delito seja consumado. Todos os crimes dolosos e materiais admitem tentativa e somente estarão consumados quando a alteração no mundo dos fatos prevista na norma incriminadora estiver configurada. Art. 121, Art. 157. E 155. k) Crime Consumado: Conceito: Punido é o agente pela cominação completa do tipo, haja vista que ao gente completou todas as fases do iter criminis: 1) Cogitação: Não é punida penalmente. 2) Preparação: Punem-se os atos de preparação apenas quando constituem infração penal autônoma. Crime Tentado: Previsto no art. 14, II, o delito será tentado quando, iniciada a execução, o crime não chegar a se consumar, em virtude de circunstâncias alheias à vontade do agente. Significa dizer que não se alcança a consumação devido a algo que está fora do intento do agente, sendo algo alheio à sua vontade. Crime exauridos l) Crime unissubjetivo é aquele que pode ser praticado por uma só pessoa, embora nada impeça a co-autoria ou a participação. Ex: Calúnia (art. 138, CP) e estelionato (art. 171, CP). Crime plurissubjetivo por sua conceituação típica exige dois ou mais agentes para a prática da conduta criminosa. As condutas podem ter o mesmo objetivo, como no crime de bigamia, em que duas pessoas, ou de rixa, que uns agem contra os outros. Ex: Crime de formação de quadrilha (art. 288, CP). 4)a) CRIMEHABITUAL É aquele cuja caracterização pressupõe uma reiteração de atos. Ex.: curandeirismo (art.284, CP). Ressalta-se que a prática de um ato isolado é atípica. b) CRIME DE AÇÃO MÚLTIPLA –(ALTERNATIVO) São aqueles em relação aos quais a lei descreve várias condutas (possui vários verbos) separadas pela conjunção alternativa “ou “. Nesse contexto, há a prática de mais de uma conduta, em relação à mesma vítima, constitui dessa forma crime único. Ex.: o crime de participação em suicídio (art. 122, CP) ocorre quando alguém induz, instiga ou auxilia outrem a cometer suicídio. Dessa forma, conclui-se, que se o sujeito realiza as três condutas, em relação à mesma vítima, pratica ele o mesmo delito. c) CRIME PUTATIVO O delito putativo ocorre quando o agente considera erroneamente que a conduta realizada por ele constitui crime, quando na verdade, é um fato atípico; só existe na imaginação do sujeito. d)Crime Doloso: O agente quer o resultado, pode se manifestar essa vontade de maneira direta (dolo direto) ou na forma do dolo eventual (o agente prevê o resultado e assume o risco de produzi-lo, porém, desprezando a sua ocorrência). e) Crime Culposo: O agente pratica o crime p ela simples falta da observação do dever d e cuidado, ou seja, pela imprudência, negligência ou imperícia. Obs. Para que a conduta criminosa seja culposa, o tipo incriminador deve assim estabelecer, pois em regra, os crimes são dolos, salvo se a lei penal prescrever sua forma culposa. 5) O QUE É CRIME? Conceito analítico de crime (ou estratificado de crime): O conceito analítico de crime compreende a estrutura do delito. Quer se dizer que crime é composto por fato típico, ilícito e culpável. Com isso, podemos afirmar que majoritariamente o conceito de crime é tripartite e envolve a análise destes três elementos. Dentro do fato típico é preciso analisar a conduta; nexo causal; resultado e se há previsão legal. Na ilicitude será verificado se o agente não atuou em: legitima defesa; estado de necessidade, estrito cumprimento do dever legal; exercício regular do direito ou consentimento do ofendido. Por fim, na culpabilidade, será analisada a imputabilidade; a potencial consciência da ilicitude; a exigibilidade de conduta diversa. 6)Defina os 4 elementos do fato típico? São elementos do fato típico a conduta, o resultado, o nexo causal entre a conduta e o resultado e a tipicidade. Na falta de qualquer destes elementos, o fato passa a ser atípico e, por conseguinte, não há crime. 7)O que é fato antijurídico? Quais são as causas de ilicitude(descriminantes)? No Direito Penal, a antijuridicidade é a relação de contrariedade entre o fato típico praticado e o ordenamento jurídico. Exemplo: matar alguém é fato típico se o agente o fez dolosa ou culposamente, mas não será antijurídico se o agente praticar a conduta em estado de necessidade, em legítima defesa, etc. CAUSAS EXCLUDENTES DA ANTIJURIDICIDADE OU ILICITUDE – art. 23 do CP • Estado de necessidade; • Legítima defesa. • Estrito cumprimento de dever legal. • Exercício regular de direito. Estado de necessidade 8)Explique a culpabilidade? Quando o autor não é culpável(dirimentes)? Segundo o Direito Penal, um humano, ao praticar uma conduta ilícita, pode ter culpa latu sensu por suas ações, se a praticou com dolo, isto é, teve intenção e estava consciente de praticar a conduta antijurídica (ato ilícito) pra obter o resultado. Pode ainda haver culpa strictu sensu, quando o agente não tinha a intenção de produzir o ato ilegal, mas, por agir com imprudência, imperícia ou negligência, tornou-se penalmente responsável por seus atos. Para que se configure plenamente a culpabilidade, ainda é necessário averiguar a presença dos elementos essenciais da culpabilidade, que são a imputabilidade penal; a potencial consciência da ilicitude do fato; e a exigibilidade de conduta diversa. O não cumprimento de um desses elementos exclui a culpabilidade do agente e a infração resta não configurada. 9)a) Diferencia-se um Autor de um Partícipe, porque o Autor (ou Coautor) tem poder de mandar, ordena o ato inflacionário ao agente executor, enquanto o partícipe não tem poder de ordenar o agente direto, ele pode, no máximo, influenciar irresistivelmente ao agente. Induzir e instigar o autor a cometer o ato criminoso é típica conduta de partícipe. O ex-juiz e doutrinador brasileiro, Mirabete, diz que a participação é “a atividade acessória daquele que colabora para a conduta do autor com a prática de uma ação que, em si mesma, não é penalmente relevante.” b) A pena de reclusão é aplicada a condenações mais severas, o regime de cumprimento pode ser fechado, semi-aberto ou aberto, e normalmente é cumprida em estabelecimentos de segurança máxima ou media. A detenção é aplicada para condenações mais leves e não admite que o início do cumprimento seja no regime fechado. Em regra, a detenção é cumprida no regime semi-aberto, em estabelecimentos menos rigorosos como colônias agrícolas, industriais ou similares, ou no regime aberto, nas casas de albergado ou estabelecimento adequados. c) regime fechado: a execução da pena em estabelecimento de segurança máxima ou média; regime semiaberto: a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar; regime aberto: a execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento adequado. A penitenciária destina-se ao condenado à pena de reclusão, em regime fechado. 10)Quais são as espécies de pena no Brasil? As Espécies de Penas no Brasil se dividem em: pena privativa de liberdade, pena restritiva de direitos e multa. 11)Explique de maneira sucinta como se calcula a pena a ser aplicada ao condenado. Dentro da aplicação da pena, o Código Penal adotou o critério trifásico de dosimetria da pena, o que significa que ela será aplicada em três fases. O artigo 68do CP adotou o critério trifásico para a dosimetria da pena. Na primeira fase, para fixar a pena-base, o juiz irá considerar as circunstâncias judiciais, que estão descritas no artigo 59. Na segunda fase, temos as circunstâncias agravantes e atenuantes, elencadas ao longo dos artigos 61 a 67; na terceira fase temos as causas de aumento e diminuição, presentes ao longo da parte geral e da parte especial do Código Penal. 12) O que é SURSIS? É a suspensão da execução da pena privativa de liberdade imposta sob determinadas condições. Visa reeducar criminosos, impedindo que os condenados a penas reduzidas sejam privados de sua liberdade. 13) O que é liberdade provisória? A liberdade provisória, instituto de benefício ao acusado, que atenta contra as formas cautelares de prisão pode ser classificada em três espécies: liberdade provisória obrigatória : é obrigatória a concessão de liberdade provisória, nas hipóteses previstas no artigo 321, do CPP; liberdade provisória vedada : em algumas hipóteses, entretanto, a lei veda a concessão de liberdade provisória; liberdade provisória permitida : por fim, fala-se em liberdade provisória permitida com fiança e sem fiança. As hipóteses de liberdade provisória permitida sem fiança estão no artigo 310, caput e parágrafo único, do CPP. 14)O que são e quais são as causas extintivas de punibilidade? Explique cada uma delas. Ocorre que este ius puniendi não é eterno, pois que existem ainda outras possibilidades de ocorrer a extinção da punibilidade ainda que não tenha sido devidamente cumprida a pena. É justamente isso que nós chamamos de causas extintivas da punibilidade. Elas são exemplificativamente aquelas previstas no Artigo 107, do Código Penal: 1) Morte do agente; A morte do agente é a única causa natural de extinção da punibilidade, sendo todas as demais causas jurídicas. Com a morte do agente cessa toda atividadedestinada à punição do crime, estando o processo em curso, este se encerra ou impede que ele seja iniciado, e a pena cominada ou em execução deixa de existir. 2) Anistia, graça ou indulto; A anistia, a graça e o indulto, são institutos pelos quais o Estado manifesta sua renúncia ao jus puniendi. A anistia é instituto pelo qual o Poder Público deixa de punir certos crimes. É manifestação do Congresso Nacional, por meio de lei, que pode ocorrer antes, durante ou após o processo penal condenatório. A graça, também chamada de indulto individual, é um benefício individual concedido mediante provação da parte interessada; por qualquer pessoa do povo; pelo Conselho Penitenciário ou pelo Ministério Público. Todavia, o Código de Processo Penal, ressalva ao Presidente da república a faculdade de concedê-la espontaneamente O indulto é perdão de caráter coletivo, concedido espontaneamente, ou seja, independentemente de provocação. 3) Retroatividade da lei que não mais considera o fato como criminoso; a lei penal retroage, atingindo fatos ocorridos antes de sua entrada em vigor, sempre que beneficiar o agente de qualquer modo. A lei posterior que deixa de considerar o fato como criminoso, faz surgir à descriminalização, retratando a tolerância social para com o comportamento anteriormente considerado merecedor de punição. 4) Prescrição, decadência ou perempção; Prescrição consiste na perda da pretensão concreta de punir o criminoso ou de executar a punição, em razão da inércia do Estado durante determinado período de tempo. Renúncia é a abdicação do direito de promover a ação penal pelo ofendido ou seu representante legal, ou seja, consiste na manifestação do desinteresse do ofendido em exercer o direto de queixa. 5) Renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação penal privada; Renúncia é a abdicação do direito de promover a ação penal pelo ofendido ou seu representante legal, ou seja, consiste na manifestação do desinteresse do ofendido em exercer o direto de queixa. 6) Retratação do agente, nos casos em que a lei a admite; significa retratar-se, desdizer-se, retirar o que foi dito. A legislação pátria dispõe que a retratação do agente ocorrerá apenas nas hipóteses previstas em lei. 7) Perdão judicial, nos casos previstos em lei, cuida-se de causa extintiva de punibilidade consistente em uma faculdade do juiz de, nos casos previstos em lei, deixar de aplicar a pena, em face de justificadas circunstâncias excepcionais.
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