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Direito da Concorrência [Ano] Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 2 Unidade: Colocar o nome da unidade aqui Unidade: Direito da Concorrência Unidade - Direito da Concorrência MATERIAL TEÓRICO Responsável pelo Conteúdo: Prof. Ms Reinaldo Zychan de Moraes Revisão Textual: Prof a . Dr. Patricia Silvestre Leite Di Iorio Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 3 Unidade: Colocar o nome da unidade aqui Unidade: Direito da Concorrência 1. Introdução O Direito da Concorrência é o ramo do Direito Econômico voltado à prevenção e repressão de fatores econômicos que dificultem ou impeçam a formação de mercados perfeitamente competitivos. Seu objetivo maior é propiciar condições para que haja a concorrência nos mercados, o que cria significativas vantagens para os consumidores. Nossa Constituição Federal, como vimos anteriormente, estabelece como um dos princípios que regem a atividade econômica o da LIVRE CONCORRÊNCIA (inciso IV do artigo 170 do texto constitucional), sendo que para que ela ocorra há necessidade de uma atividade estatal voltada para a prevenção e a repressão de desvios que podem inviabilizar, em termos práticos, que essa determinação constitucional se realize plenamente. Para que esses desvios não ocorram estabelece nossa Lei Maior que: Artigo 173 [...] § 4º - A lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à dominação dos mercados, à eliminação da concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros. Objetivando dotar o poder público de mecanismos para prevenir e reprimir o abuso do poder econômico foi criado o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência – regido atualmente pela Lei n.º 12.529, de 30 de novembro de 2011. 2. A Concorrência Vamos então discutir um pouco mais sobre a importância da concorrência? Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 4 Unidade: Colocar o nome da unidade aqui Unidade: Direito da Concorrência Os significados mais comuns para a palavra “concorrência” nos dicionários é o de pretensão de mais de uma pessoa sobre determinada coisa ou bens, disputa e rivalidade. Mas por qual razão a concorrência é importante para os mercados? Muito mais do que uma questão de rivalidade entre empresas de um mesmo ramo de atividade, a existência de uma plena concorrência objetiva atingir interesses que dizem respeito a toda a coletividade. Com a ampliação dos mercados resultantes da globalização a concorrência ganhou contornos ainda mais relevantes, pois, em muitos casos, essas questões afetam os interesses nacionais, pois podem causar: o fechamento de empresas, o que repercute diretamente no número de empregos e na arrecadação de tributos, além de acarretar o agravamento da situação de outras empresas ante a perda do poder aquisitivo das populações atingidas; a falta de mercadorias e serviços essenciais para a sociedade. Dentre outras, decorrem da plena concorrência nos mercados as seguintes consequências: organiza e integra a economia, em especial, quando o Estado não está presente (liberalismo econômico) ou sua presença se faz de forma limitada; estabelece um dinâmico equilíbrio entre demanda, consumo e preços, impedindo que, por ação de um ou de poucos agentes econômicos, ocorra a distorção desses fatores; mantém os preços dos produtos e serviços equilibrados à realidade do mercado, pois se qualquer dos agentes econômicos buscar aumentá-los correrá o risco de perder parte de suas vendas e de sua clientela; Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 5 Unidade: Colocar o nome da unidade aqui Unidade: Direito da Concorrência os fornecedores de produtos e serviços passam a ter uma especial atenção aos desejos e expectativas dos consumidores, pois estão constantemente ameaçados por seus concorrentes que podem lançar novos produtos ou aperfeiçoar modelos mais antigos; protege o interesse público e assegura condições para que haja livre iniciativa; impede a criação de barreiras à entrada de outras empresas que pretendam ingressar no mercado; cria condições para que haja um constante aperfeiçoamento dos processos produtivos e a melhoria técnica dos produtos e serviços; estabelece condições propícias ao desenvolvimento técnico e científico, já que gera a necessidade de constantes pesquisas. O principal obstáculo à criação de um regime de concorrência plena de um mercado é a concentração da produção de bens e serviços em um único fornecedor ou em uma pequena quantidade deles. Além disso, a indevida atuação desses agentes econômicos com poder de mercado pode causar a eliminação da concorrência e o domínio desse setor econômico, com evidentes prejuízos para os consumidores. Assim, para que haja plena concorrência se faz necessário que haja uma especial atenção do poder público para questões econômicas referentes: aos atos de concentração; às condutas ilícitas na operação da economia que se caracterizam como infrações à ordem econômica. Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 6 Unidade: Colocar o nome da unidade aqui Unidade: Direito da Concorrência 3. Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência O Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência é, atualmente, estruturado pela Lei n.º 12.529/11, que praticamente revogou a principal norma que regia a matéria – Lei n.º 8.884/94. 3.1 Finalidade O Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência foi criado com a finalidade de prevenir e reprimir as infrações contra a ordem econômica, sendo que sua atuação está orientada pelos seguintes preceitos constitucionais: livre iniciativa; livre concorrência; função social da propriedade; defesa dos consumidores; e repressão ao abuso do poder econômico. Esse sistema visa a proteger esses bens jurídicos difusos que pertencem a toda coletividade. 3.2 Territorialidade As regras e princípios atinentes ao Direito da Concorrência veiculadas, em especial, pela Lei n.º 12.529/11 devem ser aplicadas às práticas: ocorridas, no todo ou em parte, no território nacional; que produzam ou possam produzir efeitos no território nacional. Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 7 Unidade: Colocar o nome da unidade aqui Unidade: Direito da Concorrência Essa aplicabilidade, contudo, poderá ser modificada nas situações em que houver a incidência de convenções ou tratados internacionais em que o Brasil faça parte. Consideradas essas condições, o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência poderá incidir suas atividades sobre a conduta de agentes econômicos nacionais ou estrangeiros, sendo que em relação às empresas estrangeiras: é considerada domiciliada em território nacional a empresa estrangeira que opere ou tenha em nosso país filial, agência, sucursal, escritório, estabelecimento, agente ou representante; elas são notificadas e intimada de todos os atos processuais previstos na Lei n.º 12.529/11, “independentemente de procuração ou de disposição contratual ou estatutária, na pessoa do agente ou representante ou pessoa responsável por sua filial, agência, sucursal, estabelecimentoou escritório instalado no Brasil” (§ 2º do artigo 2º). 3.3 Composição O Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência é composto: pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica – CADE; pela Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda. Deve ser destacado que estamos diante de uma autarquia e de um órgão público, sendo que o primeiro está vinculado ao Ministério da Justiça e o segundo subordinado ao Ministério da Fazenda. Ambos, portanto, pertencem ao Poder Executivo da União, sendo que suas decisões, como não poderia deixar de ser, são passíveis de serem questionadas no intermédio de processos judiciais. Anteriormente à Lei n.º 12.529/11, também fazia parte desse sistema a Secretaria de Direito Econômico do Ministério da Justiça. Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 8 Unidade: Colocar o nome da unidade aqui Unidade: Direito da Concorrência 3.3.1 Conselho Administrativo de Defesa Econômica - CADE O Conselho Administrativo de Defesa Econômica - CADE foi criado como órgão público subordinado ao Ministério da Justiça pela Lei n.º 4.137, de 10 de setembro de 1.962, sendo transformado em autarquia pela Lei n.º 8.884, de 11 de junho de 1994, mantendo, dessa norma em diante, uma relação de vinculação com aquele ministério. 3.3.1.1 Estrutura do CADE Esse conselho é composto dos seguintes órgãos: Tribunal Administrativo de Defesa Econômica; Superintendência-Geral; Departamento de Estudos Econômicos. Deve ser destacado que junto ao CADE atuam: uma Procuradoria Federal Especialidade – ProCADE, órgão vinculado à Procuradoria Geral Federal (PGF) da Advocacia Geral da União (AGU), cujas funções estão discriminadas, em especial, no artigo 15 da Lei n.º 12.529/11, cabendo maior destaque para as seguintes: prestar consultoria e assessoramento jurídico ao CADE (inciso I); representar o CADE judicial ou extrajudicialmente (inciso II); promover a execução judicial das decisões e julgados do CADE (inciso III). Fonte: http://www.cade.gov.br/Imgs/BGs/cadeLogo.jpg Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 9 Unidade: Colocar o nome da unidade aqui Unidade: Direito da Concorrência o Ministério Público Federal, representado por um Procurador da República que emite pareceres nos processos administrativos para a imposição de sanções administrativas por infrações à ordem econômica. 3.3.1.1.1 Tribunal Administrativo de Defesa Econômica O Tribunal Administrativo é um órgão judicante administrativo composto por um Presidente e por seis Conselheiros, escolhidos: dentre cidadãos com mais de trinta anos de idade; de notório saber jurídico e econômico e reputação ilibada. Eles são nomeados pelo Presidente da República após aprovação do Senado Federal e exercem um mandato de quatro anos, sendo vedada a recondução a esses cargos. As competências desse tribunal estão definidas no artigo 9º da Lei n.º 12.529/11, cabendo ser destacadas as seguintes: decidir sobre a existência de infração à ordem econômica e aplicar as penalidades previstas em lei (inciso II); decidir os processos administrativos para imposição de sanções administrativas por infrações à ordem econômica instaurados pela Superintendência-Geral (inciso III); apreciar processos administrativos de atos de concentração econômica, na forma desta Lei, fixando, quando entender conveniente e oportuno, acordos em controle de atos de concentração (inciso X). Fonte: http://3.bp.blogspot.com/_GdsD PMB59nc/TEnUgVZOSFI/AAA AAAAABXI/hNdEfSdQi9w/s160 0/presidencia.gif Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 10 Unidade: Colocar o nome da unidade aqui Unidade: Direito da Concorrência 3.3.1.1.2 Superintendência-Geral A Superintendência-Geral tem suas funções estipuladas no artigo 13 da Lei n.º 12.529/11, cabendo-lhe, em especial: o monitorando e acompanhando as práticas de mercado (inciso I); acompanhar, permanentemente, as atividades e práticas comerciais de pessoas físicas ou jurídicas que detiverem posição dominante em mercado relevante de bens ou serviços, para prevenir infrações da ordem econômica (inciso II); promover, em face de indícios de infração da ordem econômica, procedimento preparatório de inquérito administrativo e inquérito administrativo para apuração de infrações à ordem econômica (inciso III); instaurar e instruir processo administrativo para imposição de sanções administrativas por infrações à ordem econômica, procedimento para apuração de ato de concentração, processo administrativo para análise de ato de concentração econômica e processo administrativo para imposição de sanções processuais incidentais instaurados para prevenção, apuração ou repressão de infrações à ordem econômica (inciso V). 3.3.1.1.3 Departamento de Estudos Econômicos O Departamento de Estudos Econômicos do CADE tem a incumbência de realizar estudos e pareceres econômicos que objetivam dar condições para um maior rigor e atualização técnica nas decisões proferidas por esse Conselho. Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 11 Unidade: Colocar o nome da unidade aqui Unidade: Direito da Concorrência 3.3.1.2 Atuação do CADE Podemos dividir a atuação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica – CADE em dois grupos: CADE ATUAÇÃO PREVENTIVA ATUAÇÃO REPRESSIVA ATOS DE CONCENTRAÇÃO INFRAÇÕES DA ORDEM ECONÔMICA 3.3.1.2.1 Atuação Preventiva Em sua atuação preventiva o CADE acompanha os mercados relevantes, em especial, procedendo à análise dos atos de concentração ou qualquer outra reformulação estrutural que possa afetar negativamente a concorrência. Dessa forma, toda vez que houver a pretensão de realização de fusões, incorporações ou associações de empresas que possam causar sensível modificação de mercado relevante deve haver prévia comunicação ao CADE para que sejam apreciadas, antes de sua final efetivação, quais serão as consequências dessas operações para concorrência. 3.3.1.2.2 Atuação Repressiva Em sua atuação repressiva o CADE procede à análise de condutas anticoncorrencias que possam se caracterizar como infrações da ordem econômica, impondo sanções ao final de processo administrativo regido pela Lei n.º 12.529/11. Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 12 Unidade: Colocar o nome da unidade aqui Unidade: Direito da Concorrência 3.3.2 Secretaria de Acompanhamento Econômico Como vimos acima, além do CADE, o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência é composto pela Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda. Seu papel nesse sistema é o de promover a participação de órgãos do governo e da sociedade para questões ligadas à promoção da concorrência, além disso, essa secretaria realiza o acompanhamento e se manifesta (de forma opinativa) sobre propostas de leis e outros tipos de atos normativos que digam respeito às relações entre agentes econômicos e consumidores ou usuários de serviços públicos. Além disso, ela realiza estudos sobre a situação concorrencial em áreas específicas de nossa economia, servindo suas conclusões para a proposição de políticas governamentais que tratam desse assunto.4. Elementos Necessários para a Análise dos atos de Concentração e da Existência de Infração da Ordem Econômica Para que possamos entender os mecanismos legais de análise dos atos de concentração e a apuração de infrações à ordem econômica, é necessário conhecer alguns dos principais conceitos utilizados pelo legislador e pela doutrina. Observe que esses conceitos são encadeados, ou seja, para que se entenda um conceito é necessário entender os anteriores. Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 13 Unidade: Colocar o nome da unidade aqui Unidade: Direito da Concorrência 4.1 Mercado Relevante O mercado relevante é um elemento de extrema importância para apreciação da existência de plena concorrência em determinado setor produtivo. Para que possamos verificar a sua extensão devemos considerar dois fatores: qual é o produto que é transacionado nesse mercado; em qual área geográfica ocorre a produção/comercialização desse produto. Vamos supor que esteja sendo analisada a situação do mercado de refrigerantes, em razão da proposta de compra da Empresa “A” pela Empresa “B”, sendo que na análise chegamos à seguinte conclusão: além de refrigerantes, esse mercado relevante abrange os seguintes produtos: água mineral, sucos de frutas e chás industrializados de pronto consumo; considerando os diversos detalhes (localização das fábricas, rede de distribuição, rede de varejo etc.) são três mercados regionais onde há atuação das Empresas “A” e “B”: Muito embora estejamos verificando a situação do mercado em relação à compra de uma empresa de refrigerantes devemos estender nossa análise para outras empresas que atuam no mesmo ramo de atividade, pois eles podem ser utilizados pelos consumidores como substitutos (no exemplo, água mineral, sucos de frutas e chás industrializados de pronto consumo), caso as condições de preço e distribuição, dentre outras, acarretem fatores que possam interferir na escolha. Mercado 1 – RS, SC e PR; Mercado 2 – SP, RJ, MG e ES; Mercado 3 – BA, AL,SE,PE e CE. Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 14 Unidade: Colocar o nome da unidade aqui Unidade: Direito da Concorrência Delimitar o mercado relevante é extremamente importante para se verificar como a aquisição de uma empresa pela outra (como em nosso exemplo) poderá afetar a concorrência dos produtos afetados por essa transação. Dessa forma, podemos com esse estudo do mercado relevante determinar quais são os produtos/serviços envolvidos na proposta de reestruturação empresarial e as localidades afetadas por essa medida. 4.2 Posição Dominante Segundo o § 2º do artigo 36 da Lei n.º 12. 529/11, há uma presunção da ocorrência da posição dominante sempre que: uma empresa ou grupo de empresas for capaz de alterar unilateral ou coordenadamente as condições de mercado; uma empresa controlar 20% ou mais do mercado relevante, podendo esse percentual ser alterado quando da análise de setores específicos da economia. As condições de mercado a que se refere o dispositivo são os preços praticados, a forma de pagamento, a distribuição, as condições de venda etc. Com base nesses dispositivos podemos sintetizar esse conceito no seguinte esquema: Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 15 Unidade: Colocar o nome da unidade aqui Unidade: Direito da Concorrência É PRESUMIDA A POSIÇÃO DOMINANTE EMPRESA OU GRUPO DE EMPRESAS FOR CAPAZ DE ALTERAR AS CONDIÇÕES DE MERCADO RELEVANTE DE FORMA UNILATERAL OU COORDENADA EMPRESA CONTROLAR 20% OU MAIS DE MERCADO RELEVANTE Seguindo nosso exemplo acima, vamos supor que a Empresa “A” concentra suas vendas no Mercado 1 (que engloba os Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná), sendo que nele detém 35% da produção e das vendas ao varejo, dessa forma, podemos afirmar que essa empresa detém posição dominante do Mercado 1. A lei presume que uma empresa que detém 20% de um mercado relevante possui posição dominante, contudo, esse percentual poderá ser alterado pelo CADE na apreciação de situações específicas. 4.3 Poder de Mercado A constatação da existência de poder de mercado é um dos elementos mais importantes para se verificar como está a competição no setor econômico em que elas atuam. O poder de mercado se caracteriza quando uma empresa ou um grupo de empresas tem a capacidade de estipular, de forma duradoura, os preços de seus produtos acima dos normalmente praticados no mercado relevante, sem que com isso venha a perder parcela significativa de seus clientes e de suas vendas. Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 16 Unidade: Colocar o nome da unidade aqui Unidade: Direito da Concorrência Se houver plena competição no mercado relevante, não é possível que uma empresa estipule preços acima daqueles praticados pelas demais empresas que dele participam, pois, se o fizer, perderá parte de seus clientes. Seguindo nosso exemplo acima, se no Mercado 1 a competição for bastante acirrada, a Empresa “A”, mesmo tendo posição dominante poderá não ter poder de mercado, pois, não tem a capacidade aumentar seus preços de forma duradoura sem perder sua participação nesse mercado relevante. PODEMOS CONCLUIR QUE: 1. o fato de uma empresa possuir posição dominante não significa que ela possua poder de mercado, já que, apesar de deter parcela significativa do mercado, ela não tem a capacidade de estipular preços acima daqueles normalmente realizados pelos demais competidores. 2. somente quem tem posição dominante tem condições de estabelecer e consolidar seu poder de mercado. DEVEMOS DESTACAR QUE: 1. o fato de uma empresa deter o poder de mercado, não significa que automaticamente sua conduta deva ser considerada ilícita. Nesse particular, menciona a Lei n.º 12.529/11 que “a conquista de mercado resultante de processo natural fundado na maior eficiência de agente econômico em relação a seus competidores” não caracteriza o abuso do poder econômico (§ 1º do artigo 36); 2. O abuso do poder econômico se caracteriza quando uma empresa (ou um grupo delas) utiliza o poder de mercado que possui para prejudicar a livre concorrência, utilizando-se, para tanto, de condutas anticompetitivas. 3. O abuso do poder econômico irá caracterizar as infrações da ordem econômica. Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 17 Unidade: Colocar o nome da unidade aqui Unidade: Direito da Concorrência Síntese Nesta Unidade vimos: ‒ o que é o Direito da Concorrência; ‒ a importância da concorrência para os mercados e a economia do país; ‒ detalhes sobre o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência; ‒ alguns conceitos importantes do Direito da Concorrência. Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 18 Unidade: Colocar o nome da unidade aqui Unidade: Direito da Concorrência Anotações _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 19 Unidade: Colocar o nome da unidade aqui Unidade: Direito da Concorrência Referências ALMEIDA, L. C. B. Introdução ao Direito Econômico. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2012 TAVARES, A. R. Direito Constitucional Econômico. 3. ed. São Paulo: Método, 2011. FIGUEIREDO, L. V. Lições de Direito Econômico. 3 ed. Rio de Janeiro: Forense, 2010. SILVA, J. A. Curso de Direito Constitucional Positivo. 35. ed. São Paulo: Malheiros, 2012. www.cruzeirodosul.edu.br Campus Liberdade Rua Galvão Bueno, 868 01506-000 São Paulo SP Brasil Tel: (55 11) 3385-3000 Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br
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