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Lava Jato
Prof. Rebecca Guimarães
O nome do caso, “Lava Jato”, decorre do uso de uma rede de postos de
combustíveis para movimentar recursos ilícitos pertencentes a uma das
organizações criminosas inicialmente investigadas.
Embora a investigação tenha avançado para outras organizações criminosas, o
nome inicial se consagrou. A operação Lava Jato é a maior investigação de
corrupção e lavagem de dinheiro que o Brasil já teve. Estima-se que o volume
de recursos desviados dos cofres da Petrobras, maior estatal do país, esteja na
casa de bilhões de reais. Soma-se a isso a expressão econômica e política dos
suspeitos de participar do esquema de corrupção que envolve a companhia.
No primeiro momento da investigação, desenvolvido a partir de março de
2014, perante a Justiça Federal em Curitiba, foram investigadas e processadas
quatro organizações criminosas lideradas por doleiros, que são operadores do
mercado paralelo de câmbio. Depois, o Ministério Público Federal recolheu
provas de um imenso esquema criminoso de corrupção envolvendo a
Petrobras.
Nesse esquema, que dura pelo menos dez anos,
grandes empreiteiras organizadas em cartel
pagavam propina para altos executivos da estatal e
outros agentes públicos. O valor da propina variava
de 1% a 5% do montante total de contratos
bilionários superfaturados. Esse suborno era
distribuído por meio de operadores financeiros do
esquema, incluindo doleiros investigados na
primeira etapa.
As empreiteiras 
Em um cenário normal, empreiteiras concorreriam entre si, em licitações,
para conseguir os contratos da Petrobras, e a estatal contrataria a
empresa que aceitasse fazer a obra pelo menor preço. Neste caso, as
empreiteiras se cartelizaram em um “clube” para substituir uma
concorrência real por uma concorrência aparente. Os preços oferecidos à
Petrobras eram calculados e ajustados em reuniões secretas nas quais se
definia quem ganharia o contrato e qual seria o preço, inflado em
benefício privado e em prejuízo dos cofres da estatal. O cartel tinha até
um regulamento, que simulava regras de um campeonato de futebol,
para definir como as obras seriam distribuídas. Para disfarçar o crime, o
registro escrito da distribuição de obras era feito, por vezes, como se
fosse a distribuição de prêmios de um bingo.
Funcionários da Petrobras 
As empresas precisavam garantir que apenas aquelas do cartel
fossem convidadas para as licitações. Por isso, era conveniente
cooptar agentes públicos. Os funcionários não só se omitiam em
relação ao cartel, do qual tinham conhecimento, mas o favoreciam,
restringindo convidados e incluindo a ganhadora dentre as
participantes, em um jogo de cartas marcadas. Segundo
levantamentos da Petrobras, eram feitas negociações diretas
injustificadas, celebravam-se aditivos desnecessários e com preços
excessivos, aceleravam-se contratações com supressão de etapas
relevantes e vazavam informações sigilosas, dentre outras
irregularidades.
Operadores financeiros 
Os operadores financeiros ou intermediários eram responsáveis
não só por intermediar o pagamento da propina, mas
especialmente por entregar a propina disfarçada de dinheiro limpo
aos beneficiários. Em um primeiro momento, o dinheiro ia das
empreiteiras até o operador financeiro. Isso acontecia em espécie,
por movimentação no exterior e por meio de contratos simulados
com empresas de fachada. Num segundo momento, o dinheiro ia
do operador financeiro até o beneficiário em espécie, por
transferência no exterior ou mediante pagamento de bens.
Agentes políticos 
Outra linha da investigação – correspondente à sua verticalização – começou em março de
2015, quando o Procurador-Geral da República apresentou ao Supremo Tribunal Federal
28 petições para a abertura de inquéritos criminais destinados a apurar fatos atribuídos a
55 pessoas, das quais 49 são titulares de foro por prerrogativa de função (“foro
privilegiado”). São pessoas que integram ou estão relacionadas a partidos políticos
responsáveis por indicar e manter os diretores da Petrobras. Elas foram citadas em
colaborações premiadas feitas na 1ª instância mediante delegação do Procurador-Geral. A
primeira instância investigará os agentes políticos por improbidade, na área cível, e na
área criminal aqueles sem prerrogativa de foro.Essa repartição política revelou-se mais
evidente em relação às seguintes diretorias: de Abastecimento, ocupada por Paulo
Roberto Costa entre 2004 e 2012, de indicação do PP, com posterior apoio do PMDB; de
Serviços, ocupada por Renato Duque entre 2003 e 2012, de indicação do PT; e
Internacional, ocupada por Nestor Cerveró entre 2003 e 2008, de indicação do PMDB.
Para o PGR, esses grupos políticos agiam em associação criminosa, de forma estável, com
comunhão de esforços e unidade de desígnios para praticar diversos crimes, dentre os
quais corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Fernando Baiano e João Vacari Neto
atuavam no esquema criminoso como operadores financeiros, em nome de integrantes do
PMDB e do PT.
Refinaria de Pasadena
A compra pela brasileira Petrobras de uma refinaria de petróleo em
Pasadena, Texas (EUA), em 2006, levantou suspeitas de
superfaturamento e evasão de divisas na negociação. Mas o caso
ganhou ainda mais repercussão porque, na época, quem presidia o
Conselho de Administração da estatal, que deu aval à operação, era a
atual presidente da República, Dilma Rousseff.
Em 2006, a Petrobras pagou US$ 360 milhões por 50% da refinaria (US$
190 milhões pelos papéis e US$ 170 milhões pelo petróleo que estava
em Pasadena). O valor é muito superior ao pago um ano antes pela
belga Astra Oil pela refinaria inteira: US$ 42,5 milhões.
Em 2008, a Petrobras e a Astra Oil se desentenderam e uma decisão judicial
obrigou a estatal brasileira a comprar a parte que pertencia à empresa belga.
Assim, a aquisição da refinaria de Pasadena acabou custando US$ 1,18 bilhão
à petroleira nacional, mais de 27 vezes o que a Astra teve de desembolsar.
A presidente Dilma afirmou, após a abertura de investigações no Tribunal de
Contas da União (TCU), Polícia Federal e Ministério Público, que só aprovou a
compra dos primeiros 50% porque o relatório apresentado ao conselho pela
empresa era "falho" e omitia duas cláusulas que acabaram gerando mais
gastos à estatal.
Qual a polêmica em relação à compra da refinaria?
A Petrobras teria desembolsado um valor muito alto pela usina, o que originou investigações no Brasil de 
evasão de divisas e de superfaturamento. A empresa belga Astra Oil pagou US$ 42,5 milhões por toda a 
refinaria em 2005 e, um ano depois, a estatal brasileira gastou US$ 360 milhões para ter apenas 50% das 
ações (US$ 190 milhões pelos papéis e US$ 170 milhões pelo petróleo que estava em Pasadena). Além 
dessa diferença, o custo total que saiu do caixa da Petrobras ficou muito maior porque o contrato assinado 
por ambas contava com uma cláusula (chamada Put Option) que iria prejudicar ainda mais a estatal no 
futuro. Uma segunda cláusula, a Marlim, também foi motivo de desavença entre Astra e Petrobras.
O que são as cláusulas Put Option e Marlim?
A Put Option determinava que, em caso de desacordo entre os sócios, a outra parte seria obrigada a 
adquirir o restante das ações. A Marlim garantia à sócia da Petrobras, Astra Oil, um lucro de 6,9% ao ano.
Por que a presidente Dilma Rousseff está envolvida nesse negócio?
Em 2006, a atual presidente da República era ministra da Casa Civil no governo Lula e presidia o conselho de 
administração da estatal.
Qual foi o papel de Dilma na compra?
Com conselheira, Dilma votou a favor da compra do primeiro bloco de 50% das ações, em 2006.
O que diz Dilma sobre a compra?
Em nota divulgada na última quarta-feira (19), a presidente Dilma afirma que votou a favor da compra da 
refinaria em 2006 – quando presidia o Conselho de Administração da Petrobras – baseada em parecer 
“falho” eem documentação que omitia duas cláusulas do contrato, chamadas Put Option e Marlim. Essas 
cláusulas, mais tarde, obrigariam a estatal a desembolsar mais dinheiro no negócio, o que gerou um gasto 
total de US$ 1,18 bilhão.
Como é formado e o que faz o Conselho de Administração da Petrobras?
O Conselho de Administração da Petrobras é composto por 10 integrantes escolhidos para um mandato de um ano. Eles são escolhidos pelos
acionistas, a maioria pelo acionista controlador, que é o governo. Apenas um conselheiro é eleito por empregados da companhia.
O conselho tem reuniões ordinárias uma vez por mês, e reuniões extraordinárias podem ser convocadas.
Qual o perfil e a situação financeira da Petrobras?
A Petrobras é uma empresa de capital aberto presente em 25 países, com papéis negociados na bolsa de valores e mais de 500 mil acionistas
(573.201). Seu acionista majoritário é o governo brasileiro. A dívida líquida da companhia alcançou a marca de R$ 221,56 bilhões em dezembro de
2013.
Por que a Petrobras foi acionada na Justiça pela empresa belga?
A sócio da Petrobras em Pasadena, a Astra Oil, entrou na Justiça em 2008 após as duas não chegarem a acordo sobre investimentos na refinaria.
Naquele mesmo ano, a Petrobras, segundo informações passadas na nota divulgada pela presidente Dilma, descobriu e questionou as duas cláusulas
do contrato, Put Option e Marlim. Esse questionamento ajudou a aumentar a desavença entre as duas empresas. A decisão judicial saiu em 2010,
quando o juiz federal do Texas ordenou que a Petrobras comprasse a parte da Astra Oil. A estatal recorreu, mas perdeu o litígio também na Câmara
Internacional de Arbitragem de Nova York e em Cortes Superiores norte-americanas.
Por que a investigação demorou tanto?
A primeira suspeita de superfaturamento e suposta evasão de divisas ocorreu em 2012, ano em que a Petrobras pagou a fatura final, por decisão
judicial, à sua ex-sócia Astra Oil. O valor de US$ 820,5 milhões desembolsado pela outra metade da empresa acabou despertando o interesse dos
órgãos de fiscalização.
Por que a Petrobras teve que pagar tão alto pelos últimos 50% das ações?
Principalmente porque a disputa jurídica e a derrota da estatal brasileira no processo contra a Astra Oil acabaram aumentando muito a despesa, mas
também por causa da valorização das ações da refinaria de Pasadena. Em abril de 2009, a Câmara Arbitral dos Estados Unidos definiu que a estatal
brasileira tinha, sim, a obrigação de comprar a outra metade da sociedade e estabeleceu na ocasião o valor de US$ 466 milhões para os papéis,
baseando-se no valor de mercado da usina em 1º de julho de 2008 (todos esses dados foram divulgados pela Petrobras em seu site). A esse montante
foram acrescidos US$ 173 milhões, correspondentes ao reembolso de parte de uma garantia bancária fornecida à companhia pelos sócios, juros,
honorários e despesas processuais. A Petrobras, no entanto, recorreu, perdeu em outras instâncias e só quitou o débito três anos depois, em 2012, o
que, com mais juros e custos legais, elevou a fatura para US$ 820,5 milhões.

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