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A competitividade logística 1

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Ano XXXIV 
	
	Mais Que Notícia, Compromisso Com Nossa Gente 
	 Boa Vista - RR. Quinta-feira, 11 de outubro de 2012 
11/10/2012 01h04 
A competitividade logística
   
Carlos Augusto Carvalho *
A competitividade é tema imperativo no mundo corporativo e preocupação crescente para as políticas de estado. Com a volatilidade do capital, acrescidas acusações e defesas multilaterais de medidas protecionistas, ventiladas por muitos países, principalmente entre os desenvolvidos e os chamados em desenvolvimento, a competitividade se apresenta com contornos e desafios mais amplos e complexos para as empresas e países sedes da firma. 
A logística, por seu mister de procurar racionalizar o fluxo (movimento) simultâneo de materiais, informações e pessoas, é componente imprescindível de gradação da competitividade. Nesse contexto, alguns aspectos condicionantes da competitividade como a infraestrutura, a acessibilidade e o adensamento de cadeias produtivas (se deficientes os processos) representam custos ocultos, esses decorrentes de atrasos ou esperas, de ineficiência dos sistemas, de modais não integrados e maus hábitos de gestão, que são de difícil percepção e mensuração. 
Outros representam custos visíveis como o transporte, a armazenagem, os serviços a clientes, a administração, o estoque e a infraestrutura empresarial. Ambos compõem o custo Brasil de logística. Essa dinâmica de custos explica porque, por vezes, é mais barato transportar do território brasileiro para o exterior do que movimentar cargas dentro do nosso país. Estudiosos sugerem o investimento de 2% do PIB anual em logística de transporte no Brasil, pois argumentam que para o desenvolvimento é necessário uma boa base infraestrutural, além de pessoas, tecnologia inovadora e segurança. 
Sob o prisma sistêmico, o país mostra disparidades na priorização desses investimentos, que só aumentam os custos dos transportes. A novíssima Lei 12.619, que estabelece o tempo de direção e a jornada de trabalho dos motoristas profissionais (empregados ou autônomos, de cargas e passageiros), com descanso de meia hora a cada quatro horas de pilotagem, dentre outras regras, embora represente avanços extraordinários na relação capital e trabalho, trará, indubitavelmente, aumento dos custos operacionais e a possibilidade de incremento inflacionário. 
E a modernização da infraestrutura de transportes (rodovias, ferrovias, portos, hidrovias e aeroportos), que deveria ser garantida pela CIDE – Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico e pelo Plano de Aceleramento do Crescimento - PAC II, segue a passos lentos. Portanto, hoje é impossível o respeito à Lei plenamente, não por desobediência, mas por falta de condições infraestruturais adequadas. As empresas também carecem de visão integrada do negócio logístico, por exemplo, na medição de tempos totais de movimentação, gerando gargalos.
Assim, países e empresas, em conjunto, devem traçar diretrizes logísticas que propiciem maior assertividade competitiva, portanto estudar e estabelecer políticas para o setor, definir prioridades de investimento, diversificar modais de transporte, analisar custos ocultos e visíveis para a diminuição de gastos com combustíveis (e emissão de carbono), reduzir lead times, set ups e ciclos de repetição de processos, além de melhorar esses processos produtivos através de benchmarking industrial e buscar ganhos de produtividade com a automação, qualificação de pessoal e novos modelos de gestão.
* Administrador, Mestre em Economia, Professor da UFRR e UERR.

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