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GABARITO PENAL

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Assinale C (certo) ou E (errado) e JUSTIFIQUE suas marcações. 
1) Tendo a casa invadida, Juca e toda a sua família ficaram reféns de um assaltante, que se rendeu, após dois dias, aos policiais que participaram das negociações para a sua rendição. Quando estava sendo algemado, o assaltante sorriu ironicamente para Juca, que, sob o domínio de violenta emoção, sacou repentinamente a pistola do coldre de um dos policiais e matou o assaltante. Nessa situação, a circunstância em que Juca cometeu o delito de homicídio constitui causa de redução de pena.
Comentários CERTO:Homicídio-privilegiado, sob violenta emoção, causa de redução de pena de 1/6 a 1/3
2) É pacífico, na jurisprudência do STJ, o entendimento acerca da possibilidade de homicídio privilegiado por violenta emoção ser qualificado pelo emprego de recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido, e nesse caso, haverá crime hediondo.
INCORRETA, NÃO É CRIME HEDIONDO Nada impede que um homicídio seja privilegiadoqualificado, desde que a qualificadora seja de natureza objetiva, como o é a narrada pela questão.
3) Na hipótese de homicídio qualificado por duas causas, uma pode ser utilizada para caracterizar a qualificadora e a outra, considerada circunstância judicial desfavorável, vedado que a segunda seja considerada circunstância agravante.
ERRADA: Havendo mais de uma qualificadora, uma deve qualificar o delito e a outra ser considerada como circunstância judicial desfavorável, ou como causa agravante, caso prevista como tal.
4) No homicídio mercenário, a qualificadora da paga ou promessa de recompensa é elementar do tipo qualificado, aplicando-se apenas ao executor da ação, não ao mandante, segundo a jurisprudência do STJ.
ERRADA: A qualificadora é elementar do tipo qualificado, sim, mas se estende ao mandante e não apenas ao executor.
5) A qualificadora relativa à ação do agente mediante traição, emboscada, dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido, como modo de execução do delito, ocorrerá independentemente de o agente ter agido de forma preordenada.
ERRADA: Para a caracterização desta qualificadora é necessário que a ação tenha sido preordenada. A qualificadora inserta no inciso IV do parágrafo 2º do artigo 121do Código Penal reclama, para a sua caracterização, a preordenação do agente à traição, emboscada, dissimulação ou a outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido, como modo de execução do delito.
6) O cobrador que mata a pessoa que lhe deve, porque não quitou, na data prometida, a dívida de R$ 1,00 comete homicídio qualificado por motivo fútil.
CORRETA: O motivo fútil, uma das causas qualificadoras do crime de homicídio, nos termos do §2° do art. 121 do CP, é a desproporcional relação entre o motivo do crime e o bem jurídico lesado, conforme o caso citado;
7) O herdeiro que provoca a morte do testador, no intuito de apressar a posse da herança, comete crime de homicídio qualificado pela dissimulação.
ERRADA: Aqui, temos o motivo torpe, pois decorre de um sentimento ignóbil, vil, repugnante. A dissimulação não é um motivo do crime, mas um meio para se praticar o crime;
8) O pai, que deixa de colocar tela de proteção na janela do apartamento e cujo filho, no momento que não é observado, debruça-se no parapeito e cai, falecendo com a queda, comete homicídio doloso, pois assumiu o risco de produzir o resultado.
ERRADA: O pai foi apenas negligente, mas não se pode dizer que assumiu o risco de ver a morte do próprio filho, donde se conclui que não há que se falar em dolo eventual, mas culpa, decorrente de negligência;
9) O cidadão que, inconformado com as denúncias de corrupção de determinado político, mata o corrupto, age em legítima defesa da honra.
ERRADA: A legítima defesa da honra é tese que já não é mais admitida, há muito tempo, como causa excludente de ilicitude no crime de homicídio.
10) O rapaz que, inconformado com o fim do relacionamento, obriga a ex-namorada a ingerir veneno causando sua morte comete homicídio qualificado pela torpeza.
ERRADA: Nesse caso, não há necessariamente torpeza, pois a torpeza é um motivo do crime. No caso, a afirmativa traz um “meio”, que é a utilização do veneno. Entretanto, como a vítima sabia que estava ingerindo veneno, a Doutrina entende que o crime é QUALIFICADO PELO MEIO CRUEL.
11) No delito de infanticídio incide a agravante prevista na parte geral do CP consistente no fato de a vítima ser descendente da parturiente.
ERRADA: Como a condição de ascendência e descendência é elementar do tipo, não se aplica a agravante genérica da parte geral do CP;
12) Jarbas entrega sua arma a Josias, afirmando que a mesma está descarregada e incita-o a disparar a arma na direção de Mévio, alegando que se tratava de uma brincadeira. No entanto, a arma estava carregada e Mévio vem a falecer, o que leva ao resultado pretendido ocultamente por Jarbas. Nessa hipótese, o crime praticado por Josias e por Jarbas, em concurso de pessoas, foi o homicídio doloso.
COMENTÁRIO: A questão induz a erro o candidato. Não há que se falar em concurso de agentes entre Jarbas e Josias, eis que não houve vínculo subjetivo entre ambos, ou seja, ambos não agiram em acordo para matar Mévio. Jarbas se valeu da ingenuidade de Josias para obter um resultado (que dolosamente pretendia) que Josias sequer imaginou (embora possa ter agido culposamente). Assim, Jarbas responderá pelo delito de homicídio doloso, mas não em concurso de agentes com Josias, que não tinha intenção de matar Mévio.
13) Márcia resolveu disputar corrida de automóveis no centro de uma cidade, em ruas com grande fluxo de veículos e pedestres. Ela anteviu que a corrida poderia causar acidente com conseqüências graves, mas, mesmo assim, assumiu o risco. De fato, Márcia, ao perder o controle do automóvel, acabou matando uma pessoa, em decorrência de atropelamento. Nessa situação, houve o elemento subjetivo que se conhece como dolo eventual, de modo que, se esses fatos fossem provados, Márcia deveria ser julgada pelo tribunal do júri.
COMENTÁRIO: O dolo é o elemento subjetivo por excelência, e a definição de crime doloso está contida no art. 18, I do CP: Art. 18 - Diz-se o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Crime doloso(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzilo;( Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Na questão em tela, o agente age com dolo eventual, eis que previu a possibilidade (grande) de ocorrência do resultado que, embora não pretendido, fora assumido pelo agente, sem se importar com sua eventual ocorrência. Além disso, o agente será julgado pelo tribunal do júri, eis que é o
competente para julgar os crimes dolosos contra a vida. Desta forma, a afirmativa está CORRETA.
14) Lúcia, maior, capaz, no final do expediente, ao abrir o carro no estacionamento do local onde trabalhava, percebeu que esquecera seu filho de seis meses de idade na cadeirinha de bebê do banco traseiro do automóvel, que permanecera fechado durante todo o turno de trabalho, fato que causou o falecimento do bebê. Nessa situação, Lúcia praticou o crime de abandono de incapaz, na forma culposa, qualificado pelo resultado morte.
COMENTÁRIOS: O item está errado. O delito de abandono de incapaz133 não admite forma culposa, apenas dolosa.Responde pelo 121, parágrafo 3, homicídio culposo.detenção de 1 a 3 anos.
15) Considere que Alfredo, logo depois de ter ingerido veneno com a intenção de suicidar-se, tenha sido alvejado por disparos de arma de fogo desferidos por Paulo, que desejava matá-lo. Considere, ainda, que Alfredo tenha morrido em razão da ingestão do veneno. Nessa situação, o resultado morte não pode ser imputado a Paulo. 
COMENTÁRIOS: O item está correto. Neste caso, temos uma causa absolutamente independente, que não se agregou à conduta de Paulo, produzindo ela, sozinha, o resultado. Paulo, neste caso, responde apenas portentativa de homicídio, nos termos do art. 13 do CP. 
16) Maria, três dias após a realização, por João, seu marido, de um aborto por ela consentido, passou mal e foi levada ao hospital por seu marido, onde se constatou que a expulsão do feto foi parcial, provocando infecção generalizada na gestante, que veio ao óbito. Nessa situação, João responderá por homicídio culposo mediante a imperícia nos meios abortivos empregados.
COMENTÁRIOS: Item errado. João, aqui, responderá pelo delito de “aborto consentido”, previsto no art. 126 do CP, em sua forma qualificada (pena duplicada), em razão de ter ocorrido a morte da gestante, nos termos do art. 127 do CP.
17) Uma mulher grávida, prestes a dar à luz, chorava compulsivamente na antessala de cirurgia da maternidade quando uma enfermeira, condoída com a situação, perguntou o motivo daquele choro. A mulher respondeu-lhe que a gravidez era espúria e que tinha sido abandonada pela família. Após dar à luz, sob a influência do estado puerperal, a referida mulher matou o próprio filho, com o auxílio da citada enfermeira. As duas sufocaram o neonato com almofadas e foram detidas em flagrante. Nessa situação hipotética, a mulher deverá ser autuada pelo crime de infanticídio e a enfermeira, pelo crime de homicídio, uma vez que o estado puerperal é circunstância personalíssima e não se comunica a todos os agentes.
Comentários: ERRADO a mulher e a enfermeira deverão ser autuadas pelo crime de infanticídio; a primeira na qualidade de autora e a segunda na qualidade de coautora, visto que o estado puerperal consiste em uma elementar normativa e se estende a todos os agentes

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