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Aula 7: Fundamentos gerais da ética grega
Por onde começa a Ética?
 
 
Oriente versus Ocidente
Precedentes da ética grega
A ética aristotélica: introdução
Período platônico – corresponde aos anos que Aristóteles permaneceu na Academia (367-348/7 a.C), nome da escola fundada por Platão em Atenas (ali ensinava-se dialética, encontrando-se o saber por constantes questionamentos, o que trouxe para o termo Academia, desde então, a acepção de local onde o saber não apenas é ensinado, mas produzido). Uma primeira obra desse período é o Eudemo (352 a.C, aproximadamente), em que mantém as teses características do platonismo: a existência do mundo das idéias separadas, a substancialidade da alma, a imortalidade e a transmigração. A esse período pertenceriam também diálogos que se relacionam com o livro I da Metafísica, bem como partes mais antigas dos textos de lógica;
Período de transição (347-335 a.C) – Aristóteles critica as doutrinas platônicas, nomeadamente a teoria das idéias transcendentes, dos números ideais e da eternidade do mundo tal como Platão desenvolveu no Timeu, e revisa suas próprias concepções, esboçando já um pensamento original. A composição dos livros da Metafísica aparece em três séries: (primeira) – dominada pelo conceito da Filosofia como ciência de substâncias transcendentes e supra-sensíveis, mas iniciando já uma crítica do platonismo; (segunda) – a Filosofia entendida como ciência de um ser suprasensível, contraposta à Física que versa sobre os seres sensíveis; (terceira) – a Filosofia primeira possuindo como objeto o ser enquanto ser, em toda a sua amplitude;
Período aristotélico – corresponde à segunda estância em Atenas, quando o Liceu é fundado (335-323 a.C). Aristóteles chega à formulação do seu próprio sistema, ainda que conserve alguns traços do platonismo inicial. Relega a Filosofia a um segundo plano, ocupando-se preferencialmente de estudos sobre as ciências naturais, em que se ressaltam a valorização do que é empírico, ou seja, o mundo concreto dos seres viventes (cf. FRAILLE:1965a).
Entendendo a ética aristotélica
 
 
Como determinar o bem?
O conceito de realidade, assim, condiciona a formulação da ética aristotélica, dominada por um relativismo radical. Ele considera que toda ação humana está orientada para a realização de algum bem, ao qual estão unidos o prazer e a felicidade. O problema é determinar em que consiste esse bem. Para tal, algumas condições deveriam ser preenchidas:
	1. o bem deve ser perfeito e suficiente por si mesmo, para que o homem que o possua seja feliz;
2. o bem deve buscar-se por si mesmo e não com o fim de conseguir outro bem qualquer;
3. o bem deve ser uma coisa presente;
4. o bem deve consistir de atividade mais elevada que o homem possa consagrar-se;
5. o bem deve tornar o homem bom;
6. a posse do bem deve ser fixa, estável e contínua, encontrada ao longo de uma vida completa.
Começando a terminar...
O homem ético seria aquele que conseguisse viver conforme manda a razão, alcançando o ideal de uma vida virtuosa. No primeiro livro da Ética a Nicômaco, com você viu na Aula 1, Aristóteles apenas esboça seu ideal de perfeição humana; no décimo livro, no entanto, demonstra que o bem próprio do homem consiste na realização de uma vida teórica ou contemplativa, na qual se manifeste a atividade da maior potência humana que é a inteligência.
 
Para Aristóteles, os prazeres sensíveis, assim como as riquezas, seriam excluídos da noção de bem.
Antes de finalizar esta aula, leia o texto sobre Aristóteles e a ética aristotélica.
Para Aristóteles, a ética está subordinada à política; o bem individual e particular deveria estar condicionado ao bem familiar e comum, pois o homem não é um ser que existe de modo único e isolado, mas se individualiza segundo o estabelecimento de diversas relações. 
É assim que o vínculo teológico que une o homem a Deus se complica em virtude da coexistência dos seres humanos; e é no conjunto de relações humanas que encontramos a comunidade política, que também é considerada um ser, possuindo, como tal, um bem próprio. Nesse quadro, o homem é considerado, por natureza, um “animal político”. 
Na natureza individual de cada homem há uma tendência inata a alcançar a sua própria perfeição, em torno da qual são formados o que julga como bom e feliz para si. Mas, o indivíduo isolado não pode alcançá-los, necessitando agrupar-se com seus semelhantes, criando, assim: 
(a) a família, unidade social básica, abrangendo o marido, a esposa, os filhos, os escravos e o animal que possa arar a terra. É uma associação natural, na qual o varão tem autoridade real sobre os filhos e os escravos e autoridade democrática sobre a esposa; 
(b) a aldeia, que resulta da conjugação de várias famílias; 
(c) a cidade, ou comunidade política, que agrupa várias aldeias ou um número maior de famílias. Como prova da sociabilidade natural do homem, Aristóteles ressalta o dom da palavra, da razão e do diálogo. Podemos dizer que suas considerações éticas colocam a maior parte dos problemas com os quais se ocuparam os filósofos morais no Ocidente: as relações normas/bens, ética individual/social, vida teórica/ prática e a classificação bens/virtudes. Após a sua obra, nos séculos III e II a.C, três escolas investigaram fundamentos filosóficos da vida moral: 
 1. Escola cínica, fundada por Antístenes (aproximadamente, 444-365/370) e Diógenes (413-324 a.C, aproximadamente) não formando um sistema filosófico e caracterizando-se pelo desprezo às convenções; 
2. Escola cirenaica, fundada por Aristipo (aproximadamente, 435-360 a.C), marcada pela definição do bem como prazer imediato (hedonismo, do grego hedoné, prazer), sendo alcançado sob o primado das sensações; 
3. Estoicismo, escola grega e greco-romana, nos séculos II e I a.C, abrangendo um conjunto de doutrinas filosóficas, cuja ética, (a) diz respeito à eudemonia, exercício constante da virtude, pela qual o homem consegue rejeitar os bens externos, (b) é pensada sob o binômio razão-natureza, visto que o natural seria racional, (c) concebe a felicidade como aceitação do destino, considerando mal o que é contrário à vontade da razão do mundo (o vício, as paixões que destroem e perturbam o equilíbrio), (d) engloba uma crítica social e política, voltada para o cosmopolitismo.

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