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MANDETTA CONCURSOS - PC MS 2017 05/07/2017 PROF. ENILTON ZALLA 1 EMENTA DO EDITAL MANDETTA CONCURSOS - PC MS 2017 05/07/2017 PROF. ENILTON ZALLA 2 1. PROCESSO PENAL BRASILEIRO 1. PROCESSO PENAL BRASILEIRO MANDETTA CONCURSOS - PC MS 2017 05/07/2017 PROF. ENILTON ZALLA 3 2. PROCESSO PENAL CONSTITUCIONAL A CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA DE 1988 E O PROCESSO CONSTITUCIONAL • Mudanças radicais na perspectiva teórica do CPP; • Instituiu-se um sistema de amplas garantias fundamentais <> artigo 5o, LVII - estado ou situação jurídica de inocência; • Processo não é visto apenas como veículo de aplicação da lei penal <> transforma-se em instrumento de garantia do indivíduo em face do Estado • O processo penal constitucional busca igualdade efetiva entre os litigantes • > O processo justo deve atentar para a desigualdade material que normalmente ocorre no curso de toda a persecução penal, em que o Estado ocupa posição de proeminência, respondendo pelas funções investigatórias e acusatórias • > O processo justo a ser realizado sob a instrução contraditória, perante juiz natural da causa, e no qual seja exigida a participação efetiva da defesa técnica, com única forma de construção válida do convencimento judicial, que deverá ser sempre motivado, como garantia do adequado exercício da função judicante e para que se possa impugná- lo com maior amplitude perante o órgão recursal • > processo ético – vedação das provas obtidas ilicitamente (art. 5o, LVI da CF) • > Judiciário e MP devem atuar com imparcialidade. 3. SISTEMAS PROCESSUAIS PENAIS • 5. SISTEMAS: • a) INQUISITÓRIO: • surge no Direito romano (ápice da Idade Média) • se caracteriza pelo acúmulo de funções acusarem, julgar e defender. • o juiz age de ofício (inclusive para a instauração da investigação) em busca da verdade real. • antes do advento da CF/88 existia no Brasil o processo judicialiforme nos casos de contravenções penais (CPP, art. 26), homicídio culposo e lesões corporais culposas o art. 129, I, da CF outorgou ao MP a exclusividade da propositura da ação penal pública, extinguindo a possibilidade de o juiz dar início a qualquer processo penal ex officio. • é sigiloso e não escrito. • é marcado pela ausência de contraditória e ampla defesa. • existe hierarquia entre as provas (prova tarifária) a confissão é a rainha das provas. • a tortura é admitida como meio para alcançar a verdade (provas para embasar a condenação). • o acusado não é sujeito do processo, mas objeto da investigação desprovido de garantias. MANDETTA CONCURSOS - PC MS 2017 05/07/2017 PROF. ENILTON ZALLA 4 3. SISTEMAS PROCESSUAIS PENAIS • b) Acusatório: na Inglaterra feudal começa a divisão entre acusador e julgador – a busca da verdade se dá não pela pesquisa, mas pelo debate. • Ninguém pode ser chamado a juízo sem que haja uma acusação. • STF: o ponto definidor do sistema acusatório é a proibição do juiz produzir prova pré-processual • No Brasil adota-se o sistema acusatório flexível ou não ortodoxo (contraponto ao sistema acusatório puro), no qual o magistrado não é mero expectador estático da persecução; • O JUIZ PERSEGUE A VERDADE REAL • STF e STJ entendem que o Brasil adotou esse sistema. 3. SISTEMAS PROCESSUAIS PENAIS MANDETTA CONCURSOS - PC MS 2017 05/07/2017 PROF. ENILTON ZALLA 5 DISTINÇÃO ENTRE PRINCÍPIO ACUSATÓRIO E SISTEMA ACUSATÓRIO •PRINCÍPIO ACUSATÓRIO- Distinção entre as funções de acusar, Defender e julgar • SISTEMA ACUSATÓRIO - “normas eprincípios fundamentais,orde nadamente dispostos eorientados a parti r do principalprincípio, tal seja, aquele d o qualherda o nome: acusatório” JUIZ DE GARANTIAS •Caberia ao juiz de garantias impedir a prática de qualquer ato em descumprimento à ordem jurídico- constitucional, bem como decidir sobre a adoção de atos investigatórios, a exemplo da decretação da prisão preventiva, quebra de sigilo, interceptação de conversas telefônicas etc MANDETTA CONCURSOS - PC MS 2017 05/07/2017 PROF. ENILTON ZALLA 6 • c) MISTO OU ACUSATÓRIO FORMAL: coleta de provas (compromete imparcialidade). •3 fases • (1) investigação preliminar; • (2) instrução preparatória (inquisitiva e secreta conduzida por juiz - Juizado de Instrução); • (3) julgamento com a observância das garantias processuais ao acusado. • sistema adotado na França desde 1908. 3. SISTEMAS PROCESSUAIS PENAIS 3. PRINCIPIOS FUNDAMENTAIS • 1 – Princípio do Devido Processo Legal (art. 5º, LIV, CF) - origem: • Magna Carta – cap. 39: law of the land • Não pode haver condenação sem processo. • Duas dimensões (art. 5º, LIV, da CF), implícita ou explicitamente: • DIMENSÃO PROCESSUAL (ou procedimental) - todo processo deve se desenvolver conforme a lei e respeitar estritamente as garantias do devido processo legal. • DIMENSÃO SUBSTANTIVA – a criação dessas regras jurídicas possui limites. O legislador deve produzir regras ―justas. Não só deve seguir o procedimento legislativo como deve ser proporcional, equilibrada (razoabilidade ou proporcionalidade). • Há dois devidos processos penais vigentes no Brasil: DEVIDO PROCESSO PENAL CLÁSSICO (CPP) e o DEVIDO PROCESSO PENAL CONSENSUAL (Lei 9099/95 – Juizados Especiais). 3. PRINCIPIOS FUNDAMENTAIS 6. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS PROCESSUAIS: MANDETTA CONCURSOS - PC MS 2017 05/07/2017 PROF. ENILTON ZALLA 7 • PRINCÍPIO DO FAVOR REI: • É um princípio óbvio no DPP, e tem aplicações práticas: • 1) na dúvida, em favor do réu; • 2) em caso de empate, a decisão é em favor do réu. jus puniendi x jus libertatis do acusado • PRINCÍPIO DA DEMANDA, PRINCÍPIO DA INICIATIVA DAS PARTES OU PRINCÍPIO DA AÇÃO: • Fundamento - PRINCÍPIO ACUSATÓRIO • nemo judex sine atore - Não há juiz sem autor • ne procedat judex ex officio - O juiz não pode proceder (dar início ao processo) sem a provocação da parte. • PRINCÍPIO NE BIS IN IDEM (da Inadmissibilidade da Persecução Penal Múltipla): • ninguém pode ser processado e julgado duas vezes pelo mesmo fato. • não tem previsão expressa na nossa CF. • expressamente previsto na Convenção Americana de Direitos Humanos - Pacto de São José da Costa Rica). • PRINCÍPIO DA SUFICIÊNCIA DA AÇÃO PENAL: • O processo penal é promovido independentemente de qualquer outro e nele se resolvem todas as questões que interessarem à decisão da causa • O artigo 92 do CPP constitui exceção ao princípio da suficiência, uma vez que a questão prejudicial heterogênea obrigatória referente ao estado civil da pessoa deve ser, peremptoriamente, resolvida através do processo civil, suspendendo-se o processo penal até o deslinde da causa cível. 3. PRINCIPIOS FUNDAMENTAIS 6. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS PROCESSUAIS: MANDETTA CONCURSOS - PC MS 2017 05/07/2017 PROF. ENILTON ZALLA 8 • PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO: • Art. 5º, LV, CF – é garantia de participação, enquanto a ampla defesa é garantia de reação - é a possibilidade de contraditar argumentos e provas da parte contrária. • Consagrado na CF, por ele há a igualdade de partes e toda prova permite uma contraprova, ele é inerente à acusação e à defesa. • Exige a bilateralidade e a igualdade formal e material entre as partes. • O IP não é processo, é procedimento, não há litigante ou acusado, trata-se de indiciado; a possibilidade de consulta dos atos pelo advogado não coloca a natureza contraditória ao IP. • Há duas espécies de contraditório: • Contraditório direto ou imediato – é o praticado no ato. EXEMPLO: oitiva de testemunha, que pode ser contraditada na hora. • Contraditório mediato ou diferido – é o contraditório adiado ou postergado. EXEMPLO: interceptação telefônica, somente se toma ciência depois, oportunidade na qual pode ser exercido o contraditório. • Pressuposto do contraditório: é o direito de serinformado da acusação e de todos os atos processuais. • CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA: • Contraditório: ciência. • Ampla defesa: exercício. • O princípio do contraditório não se aplica à fase do inquérito policial, segundo a majoritária doutrina. Por essa razão é que a condenação não pode ser proferida com base em provas exclusivamente colhidas durante o inquérito, em razão da ausência de contraditório. 3. PRINCIPIOS FUNDAMENTAIS 6. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS PROCESSUAIS: • PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA: • Art. 5º, LV, CF – Garantia de REAÇÃO. Torna a defesa real, efetiva e concreta. • possibilidade de exercer a manifestação (do contraditório) pelos mais amplos meios possíveis (desde que lícitos) • No júri, é garantida a PLENITUDE de defesa em conceito maior do que a amplitude da defesa. • O juiz presidente pode destituir o advogado que não esteja exercendo corretamente a defesa do réu. • Esse princípio manifesta-se em duas vertentes: • DEFESA TÉCNICA realizada pelo advogado; • AUTODEFESA ou DEFESA MATERIAL exercida pelo próprio acusado, que se apresenta em 03 contextos: • Direito ao interrogatório; • Direito à presença nos atos processuais e • Direito às vias recursais. • DIREITO DE A DEFESA FALAR POR ÚLTIMO – essa é a regra. • DIREITO DE NÃO AUTOINCRIMINAR-SE – assegurado pelo princípio da ―nemo tenetur se detegere. • Esse direito consiste nos seguintes aspectos: Direito de ficar calado; Direito de não se declarar contra si mesmo; Direito de não confessar; • Direito de não praticar nenhum comportamento ativo incriminatório. EXEMPLO: reconstituição do crime. • A defesa material ou autodefesa é DISPENSÁVEL, já a defesa técnica é INDISPENSÁVEL. 3. PRINCIPIOS FUNDAMENTAIS 6. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS PROCESSUAIS: MANDETTA CONCURSOS - PC MS 2017 05/07/2017 PROF. ENILTON ZALLA 9 Falsa Identidade • Súmula 522-STJ: A conduta de atribuir-se falsa identidade perante autoridade policial é típica, ainda que em situação de alegada autodefesa. • Art. 307 — Falsa identidade • Consiste na simples atribuição de falsa identidade, sem a utilização de documento falso. Aqui há obrigatoriamente o uso de documento falso. • Art. 304 — Uso de documento falso • PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL: • Duas dimensões: juiz competente para o caso (art. 5º, LIII) e proibição de juízo ou tribunal de exceção (art. 5º, XXXVII). Toda pessoa somente pode ser processada por juiz previamente investido do poder jurisdicional, decorre da vedação de criação de tribunal de exceção (no que não se aplicam às justiças especializadas) e determina que o juiz deve ser competente para o julgamento da ação. • TRIBUNAL OU JUÍZO DE EXCEÇÃO – é o que é criado ou constituído depois do crime para julgá-lo. • PRINCÍPIO DO PROMOTOR NATURAL: • Significa que ninguém será processado senão pelo órgão do MP. • Não admiti o promotor de exceção. • Subscrição de denúncia por vários promotores? • STF- não há ofensa. 3. PRINCIPIOS FUNDAMENTAIS 6. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS PROCESSUAIS: MANDETTA CONCURSOS - PC MS 2017 05/07/2017 PROF. ENILTON ZALLA 10 • PRINCÍPIO DA VERDADE REAL OU MATERIAL: • Ao contrário do que ocorre com a verdade formal, em que o juiz depende da iniciativa das partes • No processo penal se adota o princípio da verdade real, em que é dever do magistrado superar a desidiosa iniciativa das partes na colheita do material probatório, • Tem prevalecido na doutrina mais moderna que o princípio que vigora no processo penal não é o da verdade material ou real, mas sim o da busca da verdade como fundamento da sentença 3. PRINCIPIOS FUNDAMENTAIS 6. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS PROCESSUAIS: • PRINCÍPIO DA INADMISSIBILIDADE DAS PROVAS OBTIDAS POR MEIOS ILÍCITOS: • PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE: • ART. 93, IX CF, Art. 792, CPP – a publicidade deve ser ampla e para todos; mas, em casos excepcionais o juiz pode limitar a publicidade dos atos processuais, visando à preservação da intimidade da vítima, desde que haja motivação e não prejudique o interesse público. Existem alguns procedimentos cautelares nos quais não existe publicidade ampla (escuta telefônica), para preservar a dignidade da pessoa humana. 3. PRINCIPIOS FUNDAMENTAIS 6. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS PROCESSUAIS: MANDETTA CONCURSOS - PC MS 2017 05/07/2017 PROF. ENILTON ZALLA 11 • O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, por este Código, ressalvados: • I - os tratados, as convenções e regras de direito internacional; • II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos ministros de Estado, nos crimes conexos com os do Presidente da República, e dos ministros do Supremo/Tribunal Federal, nos crimes de responsabilidade (CF, arts. 86, 89, § 22, e 100); • III - os processos da competência da Justiça Militar; • IV - os processos da competência do tribunal especial (CF, art. 122, n. 17); • V - os processos por crimes de imprensa. • Parágrafo único. Aplicar-se-á, entretanto, este Código aos processos referidos nos ns. IV e V, quando as leis especiais que os regulam não dispuserem de modo diverso" (sem grifos no original). EFICÁCIA DA LEI PROCESSUAL PENAL NO ESPAÇO • A lei processual penal aplica-se a todas as infrações penais cometidas em território brasileiro, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional. • VIGORA O PRINCÍPIO DA ABSOLUTA TERRITORIALIDADE, que impõe a aplicação da lex fori ou loeus regit actum, segundo a qual, aos processos e julgamentos realizados no território brasileiro, aplica-se a lei processual penal nacional. MANDETTA CONCURSOS - PC MS 2017 05/07/2017 PROF. ENILTON ZALLA 12 Conflito entre tratado e direito interno • Para a teoria DUALISTA há duas ordens jurídicas diversas: uma internacional e outra interna. Para que uma lei internacional seja admitida no ordenamento pátrio é preciso que o tratado seja transformado em lei interna. • É a teoria menos aplicada • Para a teoria MONISTA não há duas ordens jurídicas, mas apenas uma. Divergem se o tratado é superior a lei interna. INTERPRETAÇÃO DA NORMA PROCESSUAL PENAL • Interpretar uma norma significa buscar seu alcance e real significado. • Em matéria processual penal, o art. 3o. do Código de Processo Penal diz que a lei processual penal admite o emprego da interpretação analógica e extensiva, pois não contém dispositivo versando sobre o direito de punir. • Quanto a analogia, conquanto não prevista no artigo 3o, é admitido em matéria processual. MANDETTA CONCURSOS - PC MS 2017 05/07/2017 PROF. ENILTON ZALLA 13 INTERPRETAÇÃO DA NORMA PROCESSUAL PENAL - Espécies a) Quanto ao sujeito que elabora • Autêntica ou legislativa: feita pelo próprio órgão encarregado da elaboração da lei. Pode ser: • contextual: feita pelo próprio texto interpretado; • posterior: feita após a entrada em vigor da lei. • Doutrinária ou científica: feita pelos estudiosos e doutores do Direito. Observação: as exposições de motivos constituem forma de interpretação doutrinária, uma vez que não são leis. • Judicial: feita pelos órgãos jurisdicionais. INTERPRETAÇÃO DA NORMA PROCESSUAL PENAL - Espécies b) Quanto aos meios empregados • Gramatical, literal ou sintática: leva-se em conta o sentido literal das palavras. • Lógica ou teleológica: busca-se a vontade da lei, atendendo-se aos seus fins e à sua posição dentro do ordenamento jurídico. c) Quanto ao resultado • Declarativa: há perfeita correspondência entre a palavra da lei e sua vontade. • Restritiva: a interpretação vai restringir o seu significado, pois a lei disse mais do que queria. • Extensiva: a interpretação vai ampliar o seu significado, pois a lei disse menos do que queria. MANDETTA CONCURSOS - PC MS 2017 05/07/2017PROF. ENILTON ZALLA 14 EFICÁCIA DA LEI PROCESSUAL PENAL NO TEMPO conceitos importantes • Atividade: é o período situado entre a entrada em vigor e a revogação de uma lei, durante o qual ela está viva, vigente, produzindo efeitos e alcançando todas as situações ocorridas sob sua égide. Alei projeta seus efeitos durante seu período de atividade. • Extratividade: é a incidência de uma lei fora do seu período de vigência. Por ocorrer de duas formas: • Retroatividade: quando o período for anterior à sua entrada em vigor. • Ultratividade: se o período for posterior a sua revogação. EFICÁCIA DA LEI PROCESSUAL PENAL NO TEMPO conceitos importantes • Vacatio Legis: é o período entre a publicação e a entrada em vigor da lei. Neste período a lei não produz efeitos, pois ainda não esta em atividade. Para o mundo jurídico é como se ela ainda não existisse. Excepcionalmente, não haverá o período de espera, desde que haja disposição expressa neste sentido. • Revogação: é o fim da vigência da lei. Quanto ao modo, pode ser: • Expressa: quando a lei revogadora expressamente determina a cessação de sua eficácia • Tácita: quando a matéria tratada pela nova lei é seja com a lei anterior incompatível ou regule a matéria de forma diversa. MANDETTA CONCURSOS - PC MS 2017 05/07/2017 PROF. ENILTON ZALLA 15 EFICÁCIA DA LEI PROCESSUAL PENAL NO TEMPO conceitos importantes • Quanto a extensão: • Ab-rogação: revogação total • Derrogação: revogação parcial • Repristinação: Repristinação, do verbo repristinar: "restituir ao valor, caráter ou estado primitivo". Na acepção jurídica, é o fenômeno pelo qual a lei revogada restabelece sua vigência em face da revogação da norma revogadora. Não ocorre naturalmente, dependendo de expressa determinação legal (LICC, art. 22, § 3). EFICÁCIA DA LEI PROCESSUAL PENAL NO TEMPO • Em regra, uma lei só começa a viger decorrido um certo lapso temporal, a partir de sua publicação (LINDB, art. 12). • "A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo dos atos realizados sob a vigência da lei anterior" (CPP, art. 2o.). • O legislador pátrio adotou o princípio da APLICAÇÃO IMEDIATA DAS NORMAS PROCESSUAIS, sem efeito retroativo, uma vez que, se tivesse, a retroatividade anularia os atos anteriores, o que não ocorre. MANDETTA CONCURSOS - PC MS 2017 05/07/2017 PROF. ENILTON ZALLA 16 EFICÁCIA DA LEI PROCESSUAL PENAL NO TEMPO • Aplica-se, portanto, o princípio do TEMPUS REGIT ACTUM, do qual derivam dois efeitos: • a) os atos processuais realizados sob a égide da lei anterior são considerados válidos; • b) as normas processuais têm aplicação imediata, regulando o desenrolar restante do processo, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada (CF, art. 52, XXXVI; LICC, art. 62; CPP, art. 22). • → O ato processual é regido pela lei processual que estiver em vigor naquele dia, ainda que seja mais gravosa do que a anterior e mesmo que o fato que deu ensejo ao processo tenha sido cometido antes de sua vigência. • Conforme dito anteriormente, a lei processual não é retroativa, uma vez que só se aplica aos fatos processuais que ocorrerem após a sua entrada em vigor. OBSERVAÇÃO • O ato processual é regido pela lei processual que estiver em vigor naquele dia, ainda que seja mais gravosa do que a anterior e mesmo que o fato que deu ensejo ao processo tenha sido cometido antes de sua vigência. • A lei processual não é retroativa, uma vez que só se aplica aos fatos processuais que ocorrerem após a sua entrada em vigor. • APLICAÇÃO DE NORMAS MISTAS Existem normas mistas que abrigam natureza diversas, de caráter penal e de caráter processual penal. Se um preceito legal, embora processual, abriga uma regra de direito material, aplica-se a ela não o disposto no art. 2o. do CPP, mas os princípios constitucionais que regem a aplicação da lei penal, ou seja, a retroatividade e a ultratividade da lei mais benigna.
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