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CIVIL IV AULA 2 POSSE

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CIVIL IV – AULA 02 – POSSE 
Origem da Posse Teoria de Niebuhr (adotada por Savigny):
 • Surgiu da distribuição de terras conquistadas pelos romanos
 • Uma parte das terras eram loteadas (possessiones) e cedidas aos cidadãos
 • Por não serem proprietários não tinham ação reivindicatória contra invasões
 • Aparecimento de processo especial (interdito possessório) destinado a proteger esse estado de fato
Origem da Posse Teoria de Niebuhr (adotada por Savigny):
 • Surgiu da distribuição de terras conquistadas pelos romanos
• Uma parte das terras eram loteadas (possessiones) e cedidas aos cidadãos
 • Por não serem proprietários não tinham ação reivindicatória contra invasões
 • Aparecimento de processo especial (interdito possessório) destinado a proteger esse estado de fato
Posse – 1ª abordagem
 • Propriedade -> Estado de direito 
• Posse -> Estado de aparência protegido pelo direito
Posse:
Presunção de propriedade.
Presumindo-se proprietário -> garante-se a situação fática, por segurança jurídica e pacificação social. 
Propriedade conformada pela CF88 subordinando-se à chamada função social da propriedade (arts. 5º, inc. XXIII; 182, §§ 2º e 4º; 184 e 186, etc) 
Posse (chamada propriedade social) fortalecida pela previsão constitucional expressa da usucapião (arts. 183 e 191 CF/88)
O QUE É?
Exprime a detenção física ou material, a ocupação de uma coisa. 
É a conduta de dono daquele que detém, de fato, algum dos poderes inerentes à propriedade
Situação jurídica de fato apta a, atendidas certas exigências legais, transformar o possuidor em proprietário (situação de direito real) (NERY, Nelson e NERY, Rosa Maria de Andrade. Código civil comentado: e legislação extravagante. 3.ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005. p. 608). 
A posse é o exercício de fato, em nome próprio, de um dos poderes inerentes ao domínio.
TEORIA SUBJETIVA DE SAVIGNY:
Para caracterização da posse seriam necessários dois elementos: 
Corpus --> poder físico sobre a coisa, não implicando em apreensão física da coisa, mas em um poder de dominação
 Animus --> componente volitivo consistente no propósito de manter o objeto como se dono fora.
 O Para Savigny, quem detém a coisa, na condição de representante, não exerce a posse, mas simples detenção, pois estaria destituído do elemento animus.
Pode ter a intenção de exercer o direito de propriedade do outro * A DETENÇÃO NÃO GERA POSSE.
Pode ter a intenção de exercer um direito de propriedade próprio. * A DETENÇÃO GERA POSSE.
(posto que o animus possidendi seria semelhante a animus domini)
TEORIA OBJETIVA DE IHERING:
Entendia a posse como sendo o exercício de algum dos direitos inerentes à propriedade, independentemente da intenção do possuidor.
 O A posse seria uma exteriorização da propriedade. 
O Diferentemente de Savigny que entendia posse como poder de fato e não como o exercício de um direito. 
O A proteção da propriedade, para ser eficaz, pressupõe a da posse, que é a sua exteriorização
Crítica a obra de Savigny. 
 Analisa a posse nos seus elementos, corpus e animus, oferecendo uma visão completamente diferente.
Corpus (elemento físico):
• Relação exterior que há normalmente entre proprietário e a coisa, ou aparência da propriedade. 
• É a conduta externa da pessoa, que se apresenta numa relação semelhante a que é exercida pelo proprietário;
Animus (elemento psíquico):
• É a vontade de proceder como habitualmente o proprietário o faz. (affectio tenendi).
Teorias de Posse e o Código Civil:
A teoria objetiva de Ihering foi consagrada pelo Código Civil (Art. 1.196).
Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade.
Há elementos da teoria de Savigny impregnados no Código Civil, havendo referências ao animus domini, em expressões como “possuir como seu”(art. 1.238, CC) ou “possuir coisa móvel como sua” (art. 1.260, CC), assim como também às teorias sociológicas (Exs. Art. 1.238, p. ú., Art. 1.240, do CC).
POSSE PODER DE FATO PROPRIEDADE PODER DE DIREITO
Posse protegida para evitar a violência e assegurar a paz social. 
A situação de fato aparenta ser uma situação de direito
IUS POSSIDENDI => direito de posse e propriedade
 IUS POSSESSIONIS => fundado unicamente na posse, consoante com o aspecto externo da relação da pessoa com a coisa)
3 CORRENTES: 
1a Corrente (Beviláqua, ...):
 • É um fato, que é protegido pelo direito em atenção à propriedade da qual é a manifestação exterior. 
2a Corrente (Savigny,...) 
• Natureza dupla: fato e direito 
• Considerada em si mesmo é um fato; 
• Pelos efeitos que gera é um direito (usucapião, interditos possessórios)
 3a Corrente (Ihering, ...)
 • É um direito (o direito são os interesses juridicamente protegidos)
 • É a exteriorização do direito real de propriedade (não há propriedade sem posse)
Posse:
 • Exercício do poder e fato em nome próprio, exteriorizando a propriedade e fazendo uso econômico da coisa (animus tenendi – intenção de usar a coisa tal qual o proprietário)
Propriedade (art. 1228, § 1º CC) :
• Direito real sobre coisa própria 
Detenção :
• Estado de fato que não corresponde a nenhum direito (art 1198) 
• É aquele que, achando-se em relação de dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas.
SIGNIFICADO:
Situação em que uma pessoa, mesmo exercendo poderes de fato sobre uma coisa, não é considerada possuidora. 
DETENTOR:
 É aquele que, achando-se em relação de dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas.
Art. 1.198 - Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas. Parágrafo único. Aquele que começou a comportar-se do modo como prescreve este artigo, em relação ao bem e à outra pessoa, presume-se detentor, até que prove o contrário.
FÂMULO DA POSSE (ou detentor):
• Aquele que em razão de sua situação de dependência econômica ou vínculo de subordinação em relação a outra pessoa (possuidor direto ou indireto), exerce sobre o bem, não uma posse própria, mas a posse desta última e em nome desta, em obediência a uma ordem ou instrução.
 Ex: soldado em relação às armas do quartel, mecânico em relação às ferramentas da qual é responsável, caseiros, administradores, bibliotecários, diretores de empresa (que, por presunção juris tantum, são considerados detentores de bens sobre os quais não exercem posse própria).
ATENÇÃO Posse Natural ou "Naturalis possessio". Detentor da coisa tem apenas a posse natural, que se baseia na mera detenção, Não possui direito de invocar a proteção possessória (elemento econômico da posse está afastado).
POSSE DIRETA:
• É a do possuidor direto que recebe o bem, em razão de direito real ou de contrato. Ex. Usufruto, o usufrutuário tem o uso e o gozo da coisa frutuária. 
• É a de quem detém materialmente, utilizando-a como o faria o proprietário.
POSSE INDIRETA:
• É a posse do proprietário que cede o uso do bem a outrem. 
• No usufruto, o proprietário tem a posse indireta, porque concedeu ao usufrutuário o direito de possuir, conservando apenas a nua propriedade, ou seja, a substância da coisa.
 • É a posse de quem, temporariamente concedeu a outrem (possuidor direto) o exercício do direito de possuir a coisa, enquanto durar a relação jurídica.
 • Extinta a relação jurídica, readquire o possuidor indireto a posse plena.
NUA PROPRIEDADE (nuda proprietas):
Designa a propriedade que não é plena, em referência ao proprietário que está despojado (despido) do gozo da coisa. 
O titular da nua propriedade é o nu-proprietário, 
A nua propriedade pode ainda resultar do direito de uso ou de habitação, em que o usuário ou o habitante gozam a coisa, enquanto o dono permanece com o mesmo direito real sobre a coisa em uso ou em habitação.
Posse justa:Posse desprovida dos vícios específicos (art. 1.200, CC). Art. 1.200. É justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária. Posse justa é mansa, pacífica, pública e adquirida sem violência
Posse injusta Posse maculada por um dos vícios da posse. Posse violenta Adquirida através do emprego de violência contra a pessoa. Posse clandestina Adquirida às escondidas. Posse precária Decorrente da violação da obrigação de restituir. (abuso de confiança).
Posse de boa-fé :
• Consciência da aquisição da coisa por meios legítimos.
 • Conceito fundado em critério subjetivo. 
• Presunção da boa-fé para quem possui justo título.
 • Caracteriza a posse de boa-fé a crença do possuidor de se encontrar em uma situação legítima. 
• Posse de boa-fé se ignora existência de vício na aquisição da posse 
Art. 1.201. É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que impede a aquisição da coisa.
Posse de má-fé
Não se considera de boa-fé a posse de quem, por erro inescusável ou ignorância grosseira, desconhece o vício que macula a sua posse.
Boa-fé relevante para usucapião, disputa dos frutos e benfeitorias da coisa possuída ou para definição da responsabilidade pela perda ou deterioração. 
Posse de boa-fé pode se transfigurar em posse de má-fé (art. 1.202 CC).
Art. 1.202. A posse de boa-fé só perde este caráter no caso e desde o momento em que as circunstâncias façam presumir que o possuidor não ignora que possui indevidamente
POSSE ORIGINÁRIA E POSSE DERIVADA :
Posse originária: Quando não há vínculo entre o sucessor e o antecessor da posse, Causa da posse não é negocial. 
Posse derivada: quando há ato de transferência (da posse, e não necessariamente da propriedade) entre antecessor e sucessor. Haverá sempre tradição na posse derivada. 
POSSE AD INTERDICTA E AD USUCAPIONEM:
 Ad interdicta: posse que pode ser protegida através dos interditos possessórios. 
Ad usucapionem: posse que pode ser pressuposto de usucapião
Composse x Posse Exclusiva x Posses Paralelas
COMPOSSE:
 • Quando 2 ou mais pessoas se tornam possuidoras do mesmo bem, em virtude de contrato ou herança. 
• Cada possuidor exerce a posse, por quota ideal, sem embaraçar a da outra. ex: herdeiros antes da partilha; 
• Compossuidor => pode valer-se isolada ou conjuntamente, da proteção possessória contra terceiro ou mesmo contra outro compossuidor que perturbar sua posse.
Pressupostos da posse comum ou com possessão: 
Pluralidade de sujeitos
Coisa indivisa Art. 1.199 - Se duas ou mais pessoas possuírem coisa indivisa, poderá cada uma exercer sobre ela atos possessórios, contanto que não excluam os dos outros com possuidores.
 EFEITO: Possuidores exercem o seu direito sobre o TODO, independentemente de sua quota parte.
1) Cada possuidor pode se defender contra terceiro; Cada possuidor pode se defender contra o outro copossuidor. (Resp 537.363/RS)
 2) Não é possível usucapião da coisa copossuida por um dos copossuidores contra os demais porque todos exercem os seus poderes sobre o TODO. 
EXCEÇÃO: 
1) Se for estabelecida POSSE COM EXCLUSIVIDADE, afastando os demais do exercício da posse. (STJ, Resp 10978/RJ) 2) Usucapião conjugal
Usucapião em composse em específica 
Art. 1.240-A: Usucapião conjugal (usucapião por abandono do lar) Cônjuge pode usucapir a meação do outro cônjuge quando houver: Abandono do lar + prazo de 2 anos. 
Tecnicamente => usucapião de composse, usucapião de meação. EFEITO PROCESSUAL DA COMPOSSE: 
Novo CPC 
Art. 73. O cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor ação que verse sobre DIREITO REAL IMOBILIÁRIO, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de bens. 
§ 1 o Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para a ação: I - que verse sobre DIREITO REAL IMOBILIÁRIO, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de bens; 
§ 2 o Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou do réu somente é indispensável nas hipóteses de composse ou de ato por ambos praticado.
Posse não é direito real Ação possessória não é ação real :
 a) em ação possessória um cônjuge não precisa do consentimento do outro.
 b) Em ação possessória um cônjuge sendo réu o outro não vai formar litisconsórcio passivo necessário.
 EXCEÇÃO: Art. 73, § 2º, NovoCPC: 
COMPOSSE: Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou do réu é indispensável no caso de composse (em razão da qualidade de copossuidor). 
§ 2 o nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou do réu somente é indispensável nas hipóteses de composse ou de ato por ambos praticado

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