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TÓPICO 1- FUNDAMENTOS GERAIS DA ECOLOGIA yes Introdução Durante milênios, proteger-se dos elementos naturais, defender-se de os seus predadores e, posteriormente, dominar a natureza, constituiu uma obsessão para o homem. Esta larga epopéia se culmina para mediada do século passado com a revolução industrial, em que a confiança profunda na tecnologia, dá segurança ao homem de sua capacidade de domínio do meio natural. Ao longo deste período de tempo o homem modificou seu entorno e condicionado como conseqüência das suas atividades seu futuro, e deveu adaptar-se ao médio transformado. A fumaça das fábricas, o ruído e a agitação fabril conseqüência da revolução industrial, foi signo de orgulho e de progresso. Assim começou o homem a sua aventura tecnológica, sem dar-se conta que com ela levava também uma série de aspectos negativos, cujo alcance não podia então adivinhar. Mas, esta equivocada imagem do progresso foi logo bem-posta em evidência. Nas grandes concentrações urbanas e industriais dos países mais desenvolvidos manifesta-se pela primeira vez a preocupação pelo meio ambiente e posteriormente pela qualidade de vida. A origem desta nova preocupação terá que buscá-lo na deterioração do meio ambiente produzido pela influência negativa de um desenvolvimento exposto, fundamentalmente, sob ópticas de caráter econômico, no que se persegue o lucro de elevadas taxas de crescimento econômico, sem ter em conta os custos sociais, nem pretender de forma paralela o melhoramento qualitativo das condições de vida. Apesar das idéias ecológicas que aparecem nos escritos dos antigos filósofos gregos, foi até princípios do último século que a ecologia se considerou uma ciência por direito próprio. Aceitou-se como um ramo das ciências biológicas devido a que se desenvolveu dentro da história natural. Freqüentemente, lhe denomina biologia ambiental. Para os países menos favorecidos a preocupação fundamental é o desenvolvimento econômico, sem preocupar-se em princípio da qualidade de vida, nem pela qualidade do meio físico, posto que o objetivo fundamental é cobrir as necessidades básicas de ordem material e se referem a dispor de comida suficiente, moradias adequadas, assistência médica, vestidos, calçados, etc. O conceito de qualidade de vida é uma visão sociológica que foi aceita pela maior parte de países, devido à tira de consciência das deteriorações produzidas pelo desenvolvimento econômico pouco controlado. ECOLOGIA. ORÍGENES E CONCEITO O término Ecologia se deriva do grego oikos (morada) e logo (tratado estudo). No sentido literal, Ecologia seria o estudo dos seres vivos em sua casa, no seu ambiente, ou ainda, a ciência que estuda as relações dos seres vivos com o meio ambiente. Mas como podemos definir a ecologia? Em geral, a ecologia pode definir-se como a ciência que estuda as relações dos organismos entre si e médio que lhes rodeia. Alguns conceitos que integram a ecologia surgiram do século XVII. Assim, Antón vão Leeuwenhoek (S XVII), um engenhoso construtor de microscópios, estudou as cadeias alimentícias e a regulação das populações. Alexander von Humboltd (1769-1859) foi o primeiro em considerar as planta em relação com seu ambiente. Bates (1825-1882) introduziu os conceitos evolutivos na biogeografía e outros como Forbes, Hensen, Wegener, etc. Contribuíram com novos enfoques ecológicos a seus estudos respectivos. Charles Darwin (1809-1882), em a sua obra "a origem das espécies", considerou os conceitos de luta pela existência, sobrevivência do mais apto e evolução nas condições do hábitat. Wallace (1823-1913) considera-se o fundador da zoogeografía apoiada na evolução. Não é até 1930 que se considera que se estrutura uma Ecologia geral, a qual estabelece uns princípios gerais e uma metodologia, aplicáveis a todos os organismos vivos no estudo de suas relações entre si e com o meio em que habitam. A partir deste momento a Ecologia experimentou um grande desenvolvimento e continua despertando o interesse de estudiosos e científicos. Ante os complexos problemas ambientais, os eccologistas tratam de organizar o conhecimento humano a respeito das interações que se apresentam na natureza, construindo modelos científicos que permitam predizer o que ocorrerá no futuro. A ecologia está profunda e inseparavelmente unida com outras disciplinas como a zoologia, a geografia, a botânica, a geologia, a pedologia, a estatística, etc. Os conhecimentos elaborados por outros ramos do saber lhe permitem à ecologia elaborar, aplicando os seus próprios métodos uma visão específica da natureza e uma formulação de novos princípios biológicos. A ecologia é uma ciência de síntese e análise. Andrewartha (1961), define ecologia como o estudo científico da distribuição e abundância dos organismos, deixando no segundo plano as relações inter específicas. Odum (1963), define a ecologia como o “estudo da estrutura e o funcionamento da natureza”, dando ênfase à idéia de grupo de organismos que funcionam como unidade biológica definida como ecossistema. O término Ecologia foi proposto pela primeira vez pelo biólogo alemão Ernest Haeckel (1969). O assinalou à ecologia como a ciência da manutenção da natureza. Haeckel considerou dito conceito adequado para fazer efetiva o transação entre o paradigma do evolucionismo darwinista, da seleção natural dos caracteres dos melhor dotados, como estratégia adaptativa, inscrita no patrimônio genético das espécies, com a sua analogia metafórica do organismo social. Krebs (1985), modifica o conceito anterior definindo ecologia como o estudo científico das inter-relações que regulam a distribuição e abundância dos organismos retomando desta maneira a definição do Odum. Um dos conceitos que mais se reconhece, situa-a como a ciência que estuda as condições de existência dos seres vivos e as interações de toda natureza, entre eles e seu ambiente. Quer dizer, a ecologia estuda as inter-relações que regulam a distribuição e abundância dos seres vivos. Mas como é impossível estudar todas as inter-relações do planeta, estudam-se principalmente três níveis de integração: A melhor maneira de entender o campo de estudo da ecologia moderna é utilizando conceito de níveis de organização dos seres vivos (Odum, 1972). Nestes, um arranjo hierárquico agrupa os seres vivos partindo de sistemas biológicos simples – genes - para biossistemas cada vez mais complexos – biosfera -, formando um todo unificado, conforme esquema abaixo. Genes - Células -Tecido -Órgão -Sistema -Organismo - População -Comunidade - ecossistema -biosfera A ecologia estuda fundamentalmente os quatro últimos níveis desta sequência. Organismo- É a unidade conceptual mínima e fundamental no estudo da ecologia. População - O conjunto de indivíduos da mesma espécie vivendo na mesma área. Comunidade - O conjunto de organismos de diferentes espécies que habitam em um determinado lugar. Exemplo: O conjunto de animais e plantas em um lago constituem uma comunidade. Ecossistema - O conjunto das interrelacoes que os seres vivos de um dado lugar estabelecem entre si e com o meio circundante. Num ecossistema, o conjunto de seres vivos (biocenose) interage entre si e com o meio natural (biótipo) de maneira equilibrada, pela reciclagem de matéria e pelo uso eficiente da energia solar. A união entre esses conjuntos, biótipo e biocenose, forma o ecossistema. Ex: - O oceano é um ecossistema - Um aquário é um ecossistema - Uma floresta é um ecossistema - Um reservatório hídrico, exemplifica um ecossistema ECOSSISTEMA POPULAÇÕES COMUNIDADES Bioma- Conjunto de ecossistemas que apresentam características comuns e estão sujeitas aos mesmos determinantes climáticas. Biosfera - O conjunto detodos os Biomas, isto é, o espaço que a vida ocupa na atmosfera, crusta terrestre e na água. Esses conceitos, elementares funcionam como ladrilhos que servem para construir um prédio mais global que a ciência da ecologia. Vejamos em esquema como se articulam estes conceitos: Organismo ou indivíduo Conjunto de organismos da mesma espécie População Várias populações numa determinada área Comunidade Interacção entre comunidade e o meio físico Ecossitema Conjunto de ecossitemas semelhantes Bioma Conjunto de todos biomas Biosfera Biosfera É um sistema que inclui o espaço onde se desenvolve toda a vida que existe na Terra. Está constituído pela vida e sua área de influência, do subsolo até a atmosfera. Seus limites são difíceis de precisar pois se encontraram bactérias a 2.800 m de profundidade clandestinamente (e não se acredita que seja um fato isolado, provavelmente haja a muita mais profundidade) e se viram voar aves a 9 km de altura e há uma enorme diversidade de espécies na profundidade do oceano (adaptadas à obscuridão total e a enorme pressão da água). “Na atualidade com o término biosfera está acostumado referir-se unicamente a todos os seres vivos que povoam nosso planeta”. A matéria viva está distribuída sobre a superfície terrestre, formando uma camada ou envoltório mais ou menos uniforme, embora bastante contínua, e relativamente delgada para poder concentrar e aproveitar a energia química livre procedente do Sol. A biosfera compreende (aproximadamente) a hidrosfera, a zona mais superficial da litosfera e a parte inferior da troposfera, quer dizer, ate 50 km de altitude na atmosfera, até os recursos dos oceanos mais profundos. Na biosfera a vida depende da circulação de nutrientes essenciais, calor e energia solar. A Terra, que alberga a biosfera é de superfície irregular, mede em total 510.101.000 km2. O diâmetro no Equador é de 12.756 km. A circunferência no Equador é de 40.076 km. O máximo desnível é de 20 km, existente entre o monte Everest (8.848 m) o mais alto do planeta, e a fossa marinha das Marianas superior a 11.000 m de profundidade. Em sua maioria está coberta de água salgada, e tão-somente uma quarta parte de sua superfície fica por cima do nível das águas. O meio em que se desenvolve a vida, a biosfera, consta pois de troposfera, hidrosfera (mares, oceanos e águas continentais), e a parte mais externa da casca terrestre (litosfera). Na biosfera existe vida em todas as áreas emersas, e até uns poucos metros de profundidade do solo. O meio terrestre As condições ambientais são muito mais extremas sobre terra firme que na água: as mudanças de temperatura são mais acentuados, é major a incidência de radiações, para os deslocamentos se precisa empregar uma maior força muscular, e assim sucessivamente. O meio aquático O meio aquático foi, ao parecer, o primeiro onde a vida apareceu, e possui umas características físicas e químicas que lhe fazem distinto aos outros dois num aspecto fundamental: em certo sentido, continua-se nos próprios organismos, quer dizer, embora sua composição seja hoje diferente a do meio interno dos seres vivos, uma pequena porção dela, delimitada por uma membrana, foi o que fez possível a aparição de uma unidade de vida, isto é, uma célula. Em maior ou menor grau, a composição interna de qualquer organismo recorda a que originalmente deveu ter o meio aquático naqueles charcos costeiros de faz 3.500 milhões de anos, onde se formaram os primeiros compostos orgânicos antecessores da vida No mar, a maior parte dos organismos aquáticos se concentram em profundidades inferiores a 200 m, mas é evidente que a vida se estende inclusive até as grandes fossas marinhas, como resulta da observação de peixes e moluscos a 6.000 M. de profundidade, e cujas investigações não transbordam essa distância pelas dificuldades tecnológicas para superá-la, e que provavelmente desvelaria que a vida não se limita a profundidades inferiores às observadas. O meio aéreo ou atmosférico É um meio que deve considerar-se de passagem para a maioria dos organismos, pois salvo alguns esporos, os restantes solo o utilizam em seus deslocamentos. A ATMOSFERA. SEUS COMPONENTES Todo o planeta está envolto por uma capa refrigerante, a atmosfera, que se estende até 300 km de altura. A atmosfera da Terra não tem comparação em nenhum outro planeta de nosso sistema solar. Sem a existência de vida sobre a superfície não teria podido formar- se, nem a própria vida desenvolver-se, já que a atual composição é fruto de múltiplos transformações desde seus origens. A atmosfera, que começou a formar-se faz 4600 milhões de anos junto ao nascimento do planeta, é o envoltório refrigerante que rodeia à Terra. A atmosfera não tem uma composição similar em toda sua extensão, a qual alcança vários milhares de quilômetros de altura (embora somente 100 km são de interesse prático) mas sim dependendo da temperatura ou reação química de seus componentes, apresenta diferenças que podem ser estruturadas em capas. A composição básica da atmosfera é: 78% de nitrogênio, 20% de oxigênio, 0,9% de argónio e 1,1% de outros gases entre os que se encontram o dióxido de carbono, óxidos de nitrogênio, hidrogênio, hélio, metano e vapor de água, entre outros; supõem quase o 100% do volume do ar na atmosfera a uma altura de 80 km., procedentes da superfície da Terra. Existem além partículas sólidas e líquidas em suspensão (vapor de água, pó e outros gases); uma das mais importantes é o cloreto de sódio, que se distribui mediante as correntes de aeração dos oceanos, facilitando a condensação e precipitação; 20% das partículas em suspensão têm sua origem nas atividades humanas. O ar é uma mescla destes gases que rodeia a nosso planeta formando uma capa chamada atmosfera, de uma espessura aproximada dos 1000 km. A estabilidade da atmosfera. Os ciclos do carbono e do nitrogênio A estabilidade da composição atmosférica se apoia na diversidade da vida que alberga a Terra, e nos ciclos do carbono e o nitrogênio. Mediante o primeiro, o dióxido de carbono que produzem os animais é utilizado pelos vegetais, os quais, depois da fotossíntese, retêm a molécula do carbono e devolvem oxigênio à atmosfera que será posteriormente utilizado pelos animais para respirar. Por a sua parte, o ciclo do nitrogênio se mantém constante graças a animais e planta, que o mantêm em circulação através da biomassa, a litosfera e a própria atmosfera. Essa estabilidade da atmosfera poderia alterar-se mediante as atividades humanas as quais ingressam, a esse meio, substâncias que lhe são alheias e que não podem ser depuradas a maior velocidade do que são geradas. Disto se falará mais adiante. As capas da atmosfera Pode-se dividir a atmosfera terrestre em capas segundo sua temperatura. Assim, distinguem-se as seguintes: Ionosfera Se estende de uma altura de quase 80 km sobre a superfície terrestre até 640 km ou mais. A estas distâncias, o ar está rarefeito em extremo. Quando as partículas da atmosfera experimentam uma ionização por radiação ultravioleta, tendem a permanecer ionizadas devido às mínimas colisões que se produzem entre os íones A ionosfera tem uma grande influência sobre a propagação dos sinais de rádio. Uma parte da energia radiada por um transmissor para a ionosfera é absorvida pelo ar ionizado e outra é refratada, ou desviada, de novo para a superfície da Terra. Este último efeito permite a ressecção de sinais de rádio a distâncias muito maiores do que seria possível com ondas que viajam pela superfície terrestre. A região que há além da ionosfera recebe o nome de exosfera e se estende até os 9.600 km, o que constitui o limite exterior da atmosfera. Mais à frente se estende a magnetosfera,espaço situado ao redor da Terra no qual, o campo magnético do planeta domina sobre o campo magnético do meio interplanetário. Mesosfera Se estende entre os 50 e 80 km de altura, contém só perto de 0,1% da massa total do ar. É importante pela ionização e as reações químicas que ocorrem nela. A diminuição da temperatura combinada com a baixa densidade do ar na mesosfera determina a formação de turbulências e ondas atmosféricas que atuam a escalas espaciais e temporárias muito grandes. A mesosfera é a região onde as naves espaciais que voltam para a Terra começam a notar a estrutura dos ventos de fundo, e não só o freio aerodinâmico. Estratosfera Começa a partir da tropopausa e chega até um limite superior (estratopausa), a 50 km de altitude. A temperatura troca sua tendência e vai aumentando até chegar a ser de ao redor de 0ºC na estratopausa. Quase não há movimento em direção vertical do ar, mas os ventos horizontais chegam a alcançar frequentemente os 200 km/h, o que facilita o que qualquer substância que chega à estratosfera se difunda por todo o globo com rapidez. Nesta parte da atmosfera, entre os 30 e os 50 quilômetros, encontra-se o ozônio, importante porque absorve as daninhas radiações de onda curta. Troposfera Chega até um limite superior (tropopausa) situado a 9 Km de altura nos pólos e os 18 km no Equador. Nela se produzem importantes movimentos verticais e horizontais das massas de ar (ventos) e há relativa abundância de água. É a zona das nuvens e os fenômenos climáticos: chuva, ventos, mudanças de temperatura, e a capa de mais interesse para a ecologia. A temperatura vai diminuindo conforme se vai subindo, até chegar a -70ºC em seu limite superior. Os fenômenos meteorológicos têm lugar em sua maioria na troposfera (10 km. de altura). O tempo mais turbulento ocorre precisamente nesta capa da atmosfera. A energia solar que alcança A Terra é absorvida como calor pela superfície terrestre, e solta depois em uma longitude de onda mais larga como calor no espectro infravermelho. Aproximadamente 175.000 milhões de megavatios alcançam A Terra provenientes do Sol. A maior parte desta energia é luz visível. Perto da metade chega até a superfície; a outra metade é absorvida pela atmosfera, refletida pelas nuvens, pelo pó atmosférico ou pela própria terra. A troposfera contém muito vapor de água; o vapor de água absorve a radiação infravermelha e isto significa que o calor fica perto da superfície. Com distâncias crescentes à superfície terrestre há menos vapor de água que retenha o calor, assim, os escapamentos de energia infravermelha e diminuição de temperatura na estratosfera cresce com a altitude. FUNDAMENTOS PARA O ESTUDO DA ECOLOGIA Por que estudar a ecologia? Curiosidade – Como funciona o mundo à nossa volta? Como somos moldados pelos nossos ambientes? Responsabilidade – Como suas ações modificam o nosso meio ambiente? Como minimizar os efeitos nocivos das acções humanas? Pesca excessiva, destruição de habitat, perda da biodiversidade, mudanças climáticas. A natureza como guia – O mundo em que vivemos existe há muito mais tempo do que nós e vem resolvendo muitos problemas através de soluções criativas. Os sistemas ecológicos são modelos de sustentabilidade. Como podemos alimentar a nossa crescente população? Onde viveremos? Sustentabilidade – uma característica relativa à sociedade humana onde os ecossistemas (inclusive os seres humanos) são controlados de tal forma que podem promover a continuidade das condições actuais que apóiam a vida na Terra. A ecologia tem que ver com tudo o relacionado com a "saúde" do planeta quer dizer: águas podas, incêndios, mudança climática, substâncias tóxicas, centrais nucleares, mantimentos transgénicos, consumismo, etc. Ajuda-nos a entender os problemas complexos, tais como: Aquecimento Global Biodiversidade Poluição ...otros. É importante cuidar nosso ambiente, nosso mundo para melhorar nossa presente, nossa vida, nosso futuro e o de nossos descendentes. Também é muito triste que por causa da contaminação global se perderam tantas espécies animais e partes de territórios a nível mundial. Por isso, acredita-se que é fundamental conscientizar à humanidade (culpados em major parte) para que estejam informados do que ocorre realmente e que tomem medidas urgentes. O crescimento da população mundial foi o resultado, em grande parte, de melhoras nas ciências médicas e agrícolas. A pergunta chave para o século XXI é como alimentar e obter uma qualidade de vida aceitável - e biologicamente sustentável - para mais de 6 mil e milhões de pessoas. À medida que a população humana se incrementa pomos maior pressão sobre o meio ambiente. Para manter a viabilidade do planeta precisamos manter a biodiversidade (ou os sistemas geradores dela). A importância de ESTUDAR ecologia é que o capacitado é capaz de reconhecer e analisar (dependendo o nível de sua capacitação), as relações existentes entre os seres vivos de um ecossistema ou de uma área definida, com o meio natural, assim como as prováveis influencias antropogénicas que causam alterações positivas ou negativas em seu entorno. A importância de APLICAR esses conhecimentos, é que o capacitado, é capaz de desempenhar-se em diversas atividades, tais como cientista em diversas especialidades, ser um decisório em áreas ambientais governamentais e privadas ou promover a consultoria ambiental. Poderá realizar diagnósticos ambientais, elaborar propostas de ação e manejo dos ecossistemas envoltos, identificar questões e instrumentos necessários para a gestão sustentáveis dos recursos naturais (renováveis e não renováveis) desenvolver alternativas científicas e tecnológicas que minimizem a degradação ou destruição da base ecológica da produção e melhorem as condições do hábitat humano. Como os ecologistas trabalham? 1° Observações e Descrições – Observar o que ocorre no campo; 2° Desenvolvimento de Hipóteses – Criar idéias sobre como o sistema funciona; 3° Teste das hipóteses (experiências) – Um ou um pequeno número de variáveis são manipulados para revelar seus efeitos específicos Microcosmos – Isolar uma porção, limitar os factores, manipular as condições (Ex:laboratório, estufas...) Modelos matemáticos – Descrever as interacções entre os ecossistemas como equações. Monitorar o meio ambiente e avaliar as mudanças causadas pelo homem. Determinar quais as melhores políticas para maneio do ambiente, especialmente dos recursos naturais. Prevenir e solucionar problemas ambientais, tanto em escala local quanto nas escalas regionais e globais. Gerar informações confiáveis que possam ser usadas por outros cientistas, economistas e políticos na tomada de decisões ENFOQUES DA ECOLOGIA. A Ecologia, como ciência, pode ser vista com diferentes enfoques, que constituem uma guia para o desenvolvimento e aplicação de diferentes atividades, tanto na aprendizagem como a investigação. Do ponto de vista de seu estudo, considera-se que tem três enfoques: funcional, evolutivo e descritivo. É importante conhecer estes três enfoques para entender a importância da ecologia como ciência. Estes enfoques se priorizaram ao longo da história de maneira diferente. 1. Enfoque funcional: Estuda as relações dentro dos ecossistemas; identifica e analisa os problemas dentro das populações e as comunidades. Desde este enfoque, o ecossistema é a unidade de funcionamento em que todos os elementos que a compõem realizam interações entre se. A deterioração de um ecossistema repercute portanto, em todos os seres vivos que o compõem e vice-versa. Este é o enfoque atual da ecologia. 2. Enfoque Evolutivo: Estuda as razões pelas que a seleção natural favoreceuao longo da história certas adaptações específicas que originaram aos organismos atuais. Este enfoque é o enfoque que apresenta Charles Darwin na origem das espécies. Estuda a evolução das espécies, entendendo a evolução das espécies como um processo contínuo com o passar do tempo que permitiu a sobrevivência e a adaptação das espécies às condições cambiantes. 3. Enfoque descritivo: Este é um dos primeiros enfoques da ecologia. Descreve os grupos de vegetação e os animais do planeta e suas relações entre si. Parte do ser vivo como unidade de estudo. Embora atualmente se prioriza o enfoque funcional, os três enfoques são válidos e devem se ter em conta já que abrangem aproximações diferentes ao estudo da ecologia. Do ponto de vista holístico, é um enfoque profundo, sistêmico, para o mundo, que une pensamento sentimento, espiritualidade e ação. Trata sobre como transcender o individualismo da cultura ocidental para nos ver nós mesmos como parte da terra, o que nos leva a uma conexão mais profunda com a vida, onde a ecologia não é algo que passa “ali fora”, a não ser algo do qual formamos parte. O término “ecologia profunda” o introduziu pela primeira vez o filósofo e activista Arne Naess, ao princípio da década dos anos 70 do século passado, ao enfatizar a necessidade de transcender as respostas superficiais para os problemas ecológicos e sociais que enfrentamos. Sua proposta era, que comecemos a fazer “perguntas e buscas mais profundas”, observando o “para que e como” da forma como vivemos, identificando como isto encaixa em nossas crenças, necessidades e valores mais profundos. Fazendo perguntas como, por exemplo: Como se pode viver de uma maneira que este bem para um indivíduo, outros e o planeta? Possivelmente uma simples pergunta como esta ajude a fazer mudanças profundas na forma como vivemos Ecologia profunda também se pode interpretar como parte de um processo mais amplo de questionar e os supostos fundamentais da sociedade de crescimento industrial, permitindo uma nova maneira de ver a ciência, política, cuidado da saúde, educação, espiritualidade, e muitas outras áreas. As normas últimas propostas pela ecologia profunda se apóiam em uma visão da natureza, da realidade e do lugar que ocupamos como indivíduos (múltiplos na unidade) no esquema global das coisas. Ditos princípios não podem ser abordados de um modo meramente intelectual mas sim tão somente podem ser aprendidos nas experiências vividas. O quadro que se apresenta a seguir resume a diferença existente entre a visão do mundo predominante na sociedade e a visão que nos propõe a ecologia profunda. Visão do mundo pre dominante Ecologia profunda Domínio sobre a Natureza Harmonia com a Natureza Entorno natural como fonte de proveito Toda forma natural tem valor intrínseco/ igualdade biocêntrica Crescimento econômico / material em detrás do crescimento da população Necessidades materiais simples (os objetivos materiais se acham sujeitos à meta superior da auto realização) Crença de que os recursos são inesgotáveis Bens terrestres finitos Progresso e soluções de caráter exclusivamente tecnológico Tecnologia adequada, ciência não dominante Consumismo Fazer com o suficiente, reciclagem RELAÇÕES DA ECOLOGIA COM OUTRAS CIÊNCIAS Podemos diferenciar duas categorias básicas: As que compartilham um nível de organização com ela: Fisiologia, história natural, botânica, genética. As que se sobrepõem ou se integram com a ecologia: encontram-se a níveis superiores: Bio-geoquímica, que se encarrega de analisar a transformação da terra devido à atividade dos organismos. A Bio-geografia se ocupa dos modelos de distribuição dos organismos no espaço e no tempo, e os fatores ambientais e históricos que os determinam. Há outras ciências auxiliares que são ferramentas importantes para os objetivos: estatística, matemática e física. Nível de Organização Disciplina da Biologia Moléculas orgânicas Bioquímica Organelos Biologia celular Células Biologia celular Tecidos Histologia Órgãos Anatomia, Fisiologia Sistemas e aparelhos Anatomia, Fisiologia Organismos Zoologia e Botânica População Ecologia Comunidades Ecologia Ecossistema Ecologia Métodos de trabalho da ecologia A ecologia teve uma grande incidência nos últimos anos. Em realidade, o ecologismo é um movimento social; convida a manter uma qualidade de vida razoável mas compatível com a saúde da natureza. O ecologismo necessita os conhecimentos da ecologia. Segundo o nível no qual se desenvolvam os métodos de trabalho, podem catalogar-se como: -Autoecológicos (estudo da ecologia do indivíduo) -Sineecológicos (estuda-se a biocenosis) A ecologia é uma disciplina que depende da experimentação, consiste na manipulação controlada para ver o efeito de uma mudança sobre seu funcionamento no sistema. Experimentos naturais. São os que se dão na natureza e que só precisam ser reconhecidos. Experimentos que requerem a comparação de uma situação normal com outra alterada. Os mais clássicos são os que se realizam no laboratório, mas também podem fazer-se no campo. Para trabalhar com animais maiores se utilizam simulações complexas, mas no meio natural: Macrocosmos. Outras vezes se requer a reprodução no laboratório de situações naturais: Microcosmos, é uma alternativa quando quer trabalhar com sistemas complexos. Tem a limitação de que só pudemos trabalhar a uma determinada escala. Isto se faz por exemplo para estudos pesqueiros, embora não sempre dão bons resultados.
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