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O Esqueleto Anatomia I Medicina Veterinária Edgar Cardoso Os ossos são compostos primariamente de cálcio e fósforo, ele é relativamente denso e sua opacidade contrasta bem com os tecidos circundantes. Como é um tecido vivo, ele reflete com frequência as alterações do metabolismo geral, embora elas possam levar tempo para se desenvolver. O termo esqueleto é aplicado para a armação de estruturas duras que suporta e protege os tecidos moles dos animais. Em anatomia descritiva dos animais mais evoluídos na escala zoológica ele é comumente restrito aos ossos e cartilagens, embora os ligamentos que os unem possam muito bem ser incluídos. Quando estas estruturas duras estão situadas externamente, elas formam um exoesqueleto (conchas, cascos de tartaruga...), o ENDOESQUELETO, com o qual nos envolveremos, é envolvido pelos tecidos moles. O esqueleto é formado por ossos e articulações. Ele é responsável pela sustentação e proteção do corpo e permite a movimentação iniciada pelo sistema nervoso e promovida pelo músculo. O esqueleto pode ser separado em: axial (cabeça, vértebras, costelas e externo), apendicular (membros torácicos e pélvicos) e visceral ou esplanico (osso peniana do cão). O osso se desenvolve de dois modos diferentes: 1- por ossificação endocondral, 2- por ossificação intramembranosa. Na ossificação endocondral, o osso se desenvolve sobre uma matriz cartilaginosa pré- formada. Os osso longos aumentam de comprimento dessa maneira. Os ossos longos possuem três principais centros de ossificação: um para DIÁFISE (haste) e outro para cada EPÍFISE (extremidade). As matrizes cartilaginosas são produzidas nas placas de crescimento e nas cartilagens articulares. A ossificação intramembranosa ocorre em faixas de tecido conjuntivo sem qualquer matriz cartilaginosa. Osso planos, como os do crânio e da pelve formam-se deste modo Os ossos são comumente divididos em 4 classes de acordo com sua forma e função: Ossos longos: são tipicamente de forma cilíndrica alongada com extremidades alargadas. A parte cilíndrica designada de DIÁFISE é tubular e limita a cavidade medular que contêm a medula óssea. E as extremidades alargadas que são as EPÍFISES PROXIMAIS E DISTAIS. Entre ambos encontramos uma pequena região chamada METÁFISE, importante nos indivíduos jovens pois possuem uma cartilagem responsável pelo crescimento do osso em comprimento. A cartilagem chama-se linha EPIFISEAL. Externamente ainda encontramos uma fina membrana revestindo a diáfise permitindo o crescimento do osso em expessura e possuindo atividade osteogênica, ou seja possui a propriedade de gerar novo osso. Importante quando osso é fraturado, pois a consolidação inicia através dessa membrana que reveste a diáfise. A membrana é chamada de periósteo. Internamente no corpo ou diáfise encontramos um tipo de tecido ósseo extremamente resistente denominado de tecido ósseo compacto (cortical). No interior da diáfise observamos um espaço chamado de canal ou cavidade medular onde encontramos a medula óssea, responsável pela hematopoiese (produção de células do sangue). Nas epífises há um tipo de tecido ósseo que possui a forma de uma esponja ou de uma rede e por isto é chamado de tecido ósseo esponjoso ou rabecular. Revestindo internamente o tecido ósseo compacto do corpo ou diáfise encontramos uma fina membrana sem atividade osteogênica chamada de endósteo. Ossos curtos: são ossos em que as três dimensões se equivalem: comprimento, largura e espessura.Externamente possuem uma fina camada de tecido ósseo compacto e internamente tecido ósseo esponjoso ou tecido com pouca quantidade de medula óssea encontramos na região do pulso (membro torácico) e na região do jarrete (membro pélvico), sua função é absorver e redistribuir forças (choques e impactos). Existe um tipo especial de osso curto, chamado de osso sesamóide. Sesa= sésamo= gergelim , Móide= forma de: Forma de uma semente de gergelim. Sua função é diminuir o atrito entre o tendão (parte do músculo e o osso); modificar o ângulo da força de tração do músculo, permitindo maior vantagem mecânica. O maior osso sesamóide do corpo chama-se PATELA e está localizada no joelho. Existem 3 ossos sesamóides por dedo. Sendo eles: 2 proximais, entre o metacarpo e a falange proximal e 1 distal entre as falanges média e distal. Ossos planos ou chatos: são ossos que possuem a largura maior que espessura e comprimento. Possuem duas lâminas de tecido ósseo compacto, uma externa e uma interna e entre elas tecido ósseo esponjoso ou trabecular. O tecido ósseo esponjoso ou trabecular recebe o nome de díploe. Há pequena quantidade de medula óssea. São encontrados na maioria dos ossos da cabeça e na escápula no membro torácico. Função: proteção e servem de área para a fixação de músculos. Ossos irregulares: são ossos que naum se enquadram em nem uma classificação. Exemplo: alguns ossos da cabeça (osso occipital) e ossos da coluna vertebral (vértebras). São ossos que se localizam ao longo do plano mediano e são ímpares. Externamente apresentam uma fina lâmina de tecido ósseo compacto e internamente osso esponjoso ou trabecular com pouca quantidade de medula óssea. Função: proteção e fixação de músculos. Ossos alongados: são ossos que possuem o comprimento maior que largura e espessura, porém não apresentam medula óssea. Exemplo: costelas. Possuem externamente uma lâmina de tecido ósseo compacto e internamente tecido ósseo esponjoso ou trabecular. Função: proteção e área de fixação de músculos. Ossos Pneumáticos: são ossos que apresentam espaços ou cavidades com ar no seu interior, revestidos por uma membrana mucosa, e que se comunicam com o meio exterior. Os espaços com ar são chamados de sinus ou seios. São encontrados na cabeça e são chamados de seios paranasais. Exemplo: Seio Frontal, Seio Maxilar, Seio Esfenoidal (no osso esfenóide) Seio Palatino (só no bovino) Função: leveza a cabeça e maior resistência. Bibliografia 1. KEALY, J. Kevin e McALLISTER, Hester. Ossos e articulações. In: Radiologia e ultrassonografia do cão e do gato. 1.ed. Barueri, SP: Manole, 2005. Cap. 4. p. 253-297. 2. GETTY, Robert. Osteologia Geral. In: GETTY, Robert. Anatomia dos Animais Domésticos: Sisson e Grossman. 5.ed. Rio de Janeiro: Interamericana, 1981. Cap. 2. p. 19 -32. 3. WEISBRODE, Steven E. Ossos e articulações. In: McGAVIN, M. Donald e ZACHARY, F. James. Bases da patologia em veterinária. 4. Ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. Cap. 16.p. 1041-1094.
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