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Estudos Linguisticos 2013

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Estudos Linguísticos: 
textos selecionados/ABRALIN-2013 
 
 
 
 
 
 
Marco Antonio Martins 
Lucrécio Araújo de Sá Júnior 
Kássia Kamilla de Moura 
Aryonne da Silva Morais 
 
(Organizadores) 
 
 
 
Estudos Linguísticos: 
textos selecionados/ABRALIN-2013 
 
 
 
 
Marco Antonio Martins 
Lucrécio Araújo de Sá Júnior 
Kássia Kamilla de Moura 
Aryonne da Silva Morais 
 
Organizadores 
 
 
 
 
E82 Estudos linguísticos: textos selecionados / Abralin-2013. 
Marco Antonio Martins, Lucrécio Araújo de Sá Júnior, 
Kássia Kamilla de Moura, Aryonne da Silva Morais 
(Orgs.). – João Pessoa: Ideia, 2016. 
2989p. 
 
1. Linguística - Estudos 
 
CDU: 81'1 
 
 
Apresentação 
 
Nesta coletânea, Estudos Linguísticos – textos selecionados/ABRALIN-2013, publica-se 
uma seleção de duzentos e quatorze capítulos organizados em torno de diferentes subáreas 
temáticas que têm orientado trabalhos na linguística brasileira: fonética e fonologia, sintaxe, 
morfologia, semântica, pragmática, linguística da enunciação, linguística do texto, análise do 
discurso, linguística histórica, historiografia linguística, sociolinguística e dialetologia, 
linguística centrada no uso, semiótica, linguística aplicada, psicolinguística, aquisição e 
ensino de língua materna e de línguas adicionais, neurolinguística, cognição, letramentos, 
gêneros textuais/discursivos, lexicologia, lexicografia e terminologia, estudos da tradução, 
línguas de sinais e políticas linguísticas. 
Esta publicação é mais um produto do VIII Congresso Internacional da Associação Brasileira 
de Linguística (ABRALIN), realizado em Natal/Rio Grande do Norte, sob a organização da 
diretoria do biênio 2011-2013, sediada na Universidade Federal do Rio Grande do 
Norte/UFRN. A ABRALIN é uma associação civil de caráter cultural que congrega 
professores universitários, pesquisadores e estudiosos de Linguística em âmbito nacional, 
sendo a maior e mais importante das entidades da área no Brasil. 
O trabalho de seleção e organização dos capítulos aqui reunidos tem por objetivo principal 
disponibilizar à comunicade científica um panorama das produções na área, considerando 
temáticas e teorias diversas em foco na linguística brasileira. Agradecemos de modo especial 
ao comitê científico que muito contribuiram para a avaliação e seleção dos capítulos reunidos 
nesta coletânea. 
 
Os organizadores 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
Fonética e Fonologia ....................................................................................................................................... 12 
A ENTONAÇÃO PRÉ-LINGUÍSTICA DO ESPANHOL E DO ESPANHOL FALADO POR BRASILEIROS: ANÁLISE 
CONTRASTIVA ................................................................................................................................................. 12 
ALÇAMENTO DAS VOGAIS POSTÔNICAS MEDIAIS NO PORTUGUÊS SAPEENSE ................................................ 27 
AS VOGAIS MÉDIAS PRETÔNICAS E POSTÔNICAS NÃO FINAIS NA ORALIDADE DE MONTES CLAROS/MG: 
UM CASO DE DIFUSÃO LEXICAL ...................................................................................................................... 48 
CARACTERIZAÇÃO ACÚSTICA DO PADRÃO MELÓDICO DAS INTERROGATIVAS TOTAL E PARCIAL EM 
FALANTE CONQUISTENSE: ESTUDO DE CASO .................................................................................................. 60 
COARTICULAÇÃO NO ATAQUE COMPLEXO : PISTAS ACÚSTICAS ..................................................................... 72 
DISPERSÃO VOCÁLICA EM SUJEITOS COM DOWN: AVALIAÇÃO DAS ZONAS ESPECTRAIS ................................ 83 
ESTUDO DA VARIAÇÃO PROSÓDICA DO DIALETO CAPIXABA NO ÂMBITO DO PROJETO AMPER ..................... 98 
O APAGAMENTO DAS VOGAIS ÁTONAS EM PORTUGUÊS: UMA ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE AS 
VARIEDADES BRASILEIRA E EUROPEIA .......................................................................................................... 115 
THE INTONATION OF ABSOLUTE QUESTIONS IN BRAZILIAN PORTUGUESE ................................................... 131 
Sintaxe .......................................................................................................................................................... 146 
A CONCORDÂNCIA EM NÚMERO COM O POSSUIDOR: UM ESTUDO DA SINTAXE DO DP .............................. 146 
ADVÉRBIOS LOCATIVOS NA POSIÇÃO DE SUJEITO NO PB .............................................................................. 164 
CASO E ESPECIFICIDADE NOS REDOBROS PRONOMINAIS DO DIALETO MINEIRO .......................................... 174 
EXPANSÃO DA SUBESPECIFICAÇÃO DA CAUSA NO PORTUGUÊS BRASILEIRO ................................................ 190 
FORÇA ILOCUCIONÁRIA, CP CINDIDO E EFEITO V2 ........................................................................................ 206 
POR UMA ABORDAGEM FUNCIONAL DO ALÇAMENTO DE CONSTITUINTES ARGUMENTAIS ......................... 224 
UMA ABORDAGEM UNIFICADA PARA A POSIÇÃO DE CLÍTICOS EM PORTUGUÊS BRASILEIRO E EM 
FRANCÊS ....................................................................................................................................................... 243 
Morfologia .................................................................................................................................................... 260 
“EU IA PUM LADO... ELA IA TAMBÉM”: DESCRIÇÃO PROSÓDICA DO CLÍTICO PREPOSICIONAL “PARA” NA 
VARIEDADE DO NOROESTE PAULISTA ........................................................................................................... 260 
A MORFOSSINTAXE DA COMPOSIÇÃO NEOCLÁSSICA .................................................................................... 274 
CATEGORIZAÇÕES E CONFIGURAÇÕES LINGUÍSTICAS: OS NOMES E OS VERBOS ........................................... 290 
INCORPORAÇÃO DE NUMERAL NA LIBRAS .................................................................................................... 305 
O COMPORTAMENTO MORFOLÓGICO E SEMÂNTICO DE VERBOS TERMINADOS EM -ICAR E –ISCAR NO 
PORTUGUÊS BRASILEIRO: DIMINUTIVIZAÇAO E PLURALIDADE ..................................................................... 323 
VARIAÇÃO PARAMÉTRICA EM PREDICADOS COMPLEXOS E NOMES COMPOSTOS: UM ESTUDO 
TRANSLINGUÍSTICO ...................................................................................................................................... 340 
Semântica ..................................................................................................................................................... 358 
A EXPRESSÃO DO DESLOCAMENTO NAS LÍNGUAS NATURAIS: ANÁLISE DA ESTRUTURA [Vmaneira + Preploc] .. 358 
A PRESSUPOSIÇÃO NO GÊNERO TIRA: UMA INTERPRETAÇÃO SEMÂNTICO-PRAGMÁTICA............................ 376 
CATÁLOGO DE VERBOS DO PORTUGUÊS BRASILEIRO ................................................................................... 389 
FOCO SOBREINFORMATIVO E ALARGAMENTO DE DOMÍNIO ........................................................................ 406 
PLURACIONALIDADE DE EVENTOS EXPRESSA POR REDUPLICAÇÃO NO PORTUGUÊS BRASILEIRO ................. 419 
SER E ESTAR E A DISTINÇÃO PREDICADO-DE-INDIVÍDUO X PREDICADO-DE-ESTÁGIO ................................... 437 
UM OLHAR SOBRE O MUITO(A) NO PORTUGUÊS BRASILEIRO: O CASO (OU NÃO) DA AMBIGUIDADE .......... 453 
VERBOS DE MOVIMENTO NAS LÍNGUAS ROMÂNICAS: ANÁLISE COMPARATIVA (PORTUGUÊS, 
ESPANHOL, FRANCÊS, ITALIANO E ROMENO)................................................................................................ 471 
Pragmática .................................................................................................................................................... 484 
(IM)POLIDEZE ATENUÇÃO NO DISCURSO JURÍDICO: UMA ANÁLISE DE PETIÇÕES INICIAIS .......................... 484 
A MODALIDADE DEÔNTICA EM WEBCOMENTÁRIOS: UM ESTUDO FUNCIONALISTA DA LÍNGUA 
ESPANHOLA .................................................................................................................................................. 500 
MODALIDADE DEÔNTICA EM LÍNGUA ESPANHOLA: UMA ANÁLISE EM GÊNEROS TEXTUAIS (EDITORIAL E 
ARTIGO DE OPINIÃO) .................................................................................................................................... 511 
PERTINÊNCIA E ENUNCIAÇÃO: A INSTITUIÇÃO DO SENTIDO TEXTUAL-DISCURSIVO ...................................... 525 
RELEVÂNCIA E MANIPULAÇÃO MIDIÁTICA: ANÁLISE DE ENTREVISTAS COM OS CANDIDATOS À 
PRESIDÊNCIA DOS ESTADOS UNIDOS ............................................................................................................ 540 
Linguística da enunciação ............................................................................................................................. 556 
DIÁRIO REFLEXIVO NO AMBIENTE VIRTUAL (AVA) DO CURSO DE LETRAS: DIZER A SI ATRAVÉS DO 
OUTRO .......................................................................................................................................................... 556 
Linguística do Texto ...................................................................................................................................... 569 
A CORREÇÃO DE TEXTO NO ENSINO SUPERIOR: UM DIÁLOGO (POSSÍVEL) ENTRE PROFESSORES E 
ALUNOS DO CURSO DE LETRAS ..................................................................................................................... 569 
A ESCRITA ALÉM DA LÍNGUA PORTUGUESA: UMA COMPARAÇÃO DE PROPOSTAS DE PRODUÇÃO 
TEXTUAL ENTRE LIVROS DIDÁTICOS DE HISTÓRIA E DE GEOGRAFIA ............................................................. 583 
A ESTRUTURA MASSN NA PRODUÇÃO DO TEXTO DE OPINIÃO: CONSIDERAÇÕES SEMÂNTICO-
DISCURSIVAS ................................................................................................................................................ 593 
A RESPONSABILIDADE ENUNCIATIVA EM ITINÉRAIRE D’UN VOYAGE EN ALLEMAGNE E TROIS ANS EN 
ITALIE, SUIVIS D’UN VOYAGE EN GRÈCE ........................................................................................................ 606 
A RESPONSABILIDADE ENUNCIATIVA EM TEXTOS ACADÊMICOS: EM FOCO AS INDICAÇÕES DE QUADROS 
MEDIADORES ................................................................................................................................................ 619 
ABORDAGEM DO TEXTO NAS PROVAS DO SAEPE: UM SISTEMA DE DECODIFICAÇÃO. .................................. 631 
ARGUMENTAÇÃO EM QUESTÃO: ANÁLISE DO DISCURSO ARGUMENTATIVO EM TEXTOS DE OPINIÃO 
PRODUZIDOS POR ALUNOS RECÉM-INGRESSOS NO ENSINO SUPERIOR ........................................................ 641 
AS REPRESENTAÇÕES DISCURSIVAS DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER ....................................................... 656 
BLOG JORNALÍSTICO: GÊNERO DISCURSIVO .................................................................................................. 672 
ESTRATÉGIAS DISCURSIVAS DE ENVOLVIMENTO ENUNCIATIVO NA ESCRITA ACADÊMICA: ANÁLISE DE 
TRABALHOS DA PRÁTICA COMO COMPONENTE CURRICULAR ...................................................................... 685 
ETHOS E ESTILO NOS TEXTOS DE ARNALDO JABOR ....................................................................................... 700 
FOLDER INSTRUCIONAL: UM MÉTODO GRÁFICO-TEXTUAL POTENCIALIZADOR NA APREENSÃO DE 
INFORMAÇÕES.............................................................................................................................................. 718 
LEITURA E INTERTEXTUALIDADE NO LIVRO DIDÁTICO DE PORTUGUÊS ......................................................... 730 
LINGUÍSTICA E CRÍTICA GENÉTICA: UMA APROXIMAÇÃO POSSÍVEL .............................................................. 740 
LITERATURA E BULLYING: UMA IMAGEM REFLETIDA A PARTIR DO OLHAR DO OUTRO................................. 757 
MECANISMOS DE REFERENCIAÇÃO NO GÊNERO CARTA ABERTA: UMA ANÁLISE DOS TEXTOS 
PRODUZIDOS PELOS ALUNOS DO CURSO FIC LINGUAGEM E ARGUMENTAÇÃO – IFRN NOVA CRUZ ............. 772 
O PROCESSO DE REFERENCIAÇÃO ANAFÓRICA EM TEXTOS DE ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL ........... 786 
O TESAURO JURÍDICO: UM ESTUDO DO GÊNERO NO DIREITO AMBIENTAL .................................................. 799 
ORIENTAÇÃO ARGUMENTATIVA: RECATEGORIZAÇÃO DE REFERENTES EM DISCURSOS POLÍTICOS .............. 815 
PETIÇÃO INICIAL: UM ESTUDO DA RESPONSABILIDADE ENUNCIATIVA ATRAVÉS DAS CONSTRUÇÕES 
MEDIATIZADAS ............................................................................................................................................. 828 
REFERENCIAÇÃO E INTERTEXTUALIDADE: UMA ANÁLISE INTERACIONAL-DIALÓGICA DE TEXTOS DE 
ALUNOSDO 5º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL .......................................................................................... 845 
REFERENCIAÇÃO E MULTIMODALIDADE EM ANÁLISE DE TIRINHAS: A NECESSIDADE DE NOVAS 
ABORDAGENS PARA O DESENVOLVIMENTO DAS HABILIDADES DE LEITURA E DE PRODUÇÃO TEXTUAL ...... 859 
REFERENCIAÇÃO EM GÊNEROS JORNALÍSTICOS: REVISITANDO AS ANÁFORAS INDIRETAS ........................... 871 
Análise do Discurso ....................................................................................................................................... 887 
“GRACINHA”: UM ESTUDO DAS CONSTRUÇÕES IDENTITÁRIAS DE UMA CELEBRIDADE................................. 887 
A ANÁLISE DISCURSIVA CRÍTICA DE METÁFORAS SOBRE A CORRUPÇÃO POLÍTICA ....................................... 903 
A CONSTRUÇÃO DO SUJEITO PRESIDENCIAL, DO BRASIL E DO BRASILEIRO NO DISCURSO DE POSSE ............ 924 
A CONSTRUÇÃO DOS ETHÉ DE CHICO XAVIER NA BIOGRAFIA AS VIDAS DE CHICO XAVIER ........................... 938 
A MEMÓRIA DISCURSIVA E CONSTITUIÇÃO DA RESISTÊNCIA XAVANTE NA/PELA ESCOLA/ESCRITA 
OCIDENTAL ................................................................................................................................................... 950 
A POLÊMICA DISCURSIVA NA CONSTITUIÇÃO DO SENTIDO DE SUSTENTABILIDADE EM UMA PEÇA 
PUBLICITÁRIA ............................................................................................................................................... 966 
A RESSOCIALIZAÇÃO DE DETENTOS E A COPA DO MUNDO FIFA 2014: OS DISCURSOS INSTITUCIONAIS E 
AS RESISTÊNCIAS .......................................................................................................................................... 980 
ANÁLISE DE ATIVIDADES DIDÁTICAS DE LINGUA PORTUGUESA NO ENSINO MÉDIO: O CASO DA 
FORMAÇÃO CRÍTICA DOS ESTUDANTES NAS PRÁTICAS SOCIAIS QUE ENVOLVEM A LEITURA E A ESCRITA ... 995 
ANÁLISE DE DISCURSO DOS ALUNOS DE PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA SOBRE O BRASIL .................. 1010 
ANÁLISE DO DISCURSO DE DEMÓSTENES TORRES NO CONSELHO DE ÉTICA DO SENADO ........................... 1041 
AS CENAS DE ENUNCIAÇÃO DOS DISCURSOS SOBRE A SECA NO SEMIÁRIDO BAIANO (HOJE) ..................... 1057 
CASO YOKI: A CONSTRUÇÃO DISCURSIVA DO ETHOS PELA VEJA E ISTOÉ .................................................... 1069 
CIBERATIVISMO EM DESTAQUE: UM ESTUDO DO DISCURSO FEMINISTA NAS REDES SOCIAIS .................... 1086 
CONTRIBUIÇÕES DA PSICANÁLISE PARA A FORMAÇÃO DOCENTE: O QUE PODEMOS APRENDER COM OS 
ANALISTAS? ................................................................................................................................................ 1097 
DA MÍDIA AO SENSO COMUM: O DISCURSO DA INTOLERÂNCIA CONTRA O LINGUISTA ............................. 1114 
DISCURSO DE (REMEMORAÇÃO) E DISCURSO SOBRE(COMEMORAÇÃO): FUNCIONAMENTOS DA 
MEMÓRIA ................................................................................................................................................... 1131 
DO SABER/PODER E DA GOVERNAMENTALIDADE: A FORMAÇÃO DE NOVOS SUJEITOS DE ENSINO NO 
CURSO DE LETRAS ....................................................................................................................................... 1142 
EFEITOS DE SENTIDO DAS NOMEAÇÕES NAS ENCÍCLICAS SOBRE TRABALHO: RELAÇÕES ENTRE LÍNGUA E 
IDEOLOGIA .................................................................................................................................................. 1163 
ETHOS E MORAL DO REBANHO NO DISCURSO RELIGIOSO: UMA ANÁLISE DE UM TESTEMUNHO NO 
BLOG DE EDIR MACEDO .............................................................................................................................. 1177 
GOVERNAMENTALIDADE E CONTROLE: A PRODUÇÃO DE SENTIDOS NOS DISCURSOS SOBRE O 
GRAFISMO E A PICHAÇÃO NA CIDADE JOÃO PESSOA .................................................................................. 1193 
GOVERNAMENTALIDADE E CONTROLE: A DISCIPLINARIZAÇÃO DOS CORPOS NAS PLACAS URBANAS ........ 1204 
HERMENÊUTICA E LUGARES DE MEMÓRIA DISCURSIVA: A APLICAÇÃO DA LEI DA “FICHA LIMPA” ÀS 
ELEIÇÕES 2010 ............................................................................................................................................ 1216 
IMAGENS DE SI NA IMPRENSA - UM OLHAR SOBRE A FÊMEA DO SÉCULO XXI ............................................ 1228 
LATAE SENTENTIAE: IGREJA Vs. CIÊNCIA – UMA CONCEPÇÃO TRIDIMENSIONAL DE DISCURSOS – O CASO 
DA MENINA DE ALAGOINHA, PERNAMBUCO .............................................................................................. 1241 
MÍDIA E PRODUÇÃO TEXTUAL ESCOLAR: O DISCURSO SOBRE AS PRÁTICAS DE ESCRITA ESCOLARES NA 
REVISTA LÍNGUA PORTUGUESA. ................................................................................................................. 1258 
MODALIZAÇÃO AUTONÍMICA NA ESCRITA DE DISSERTAÇÕES .................................................................... 1274 
MST E REFORMA AGRÁRIA NO DISCURSO DA MÍDIA: INVESTIGANDO CONCEITOS E ESTEREÓTIPOS .......... 1291 
O CABELO EM LUGAR DO VÉU: ANÁLISE DISCURSIVA DE UMA POLÊMICA NOS DISCURSOS 
PROTESTANTES ........................................................................................................................................... 1302 
O CARNAVAL ENTRE A IDENTIDADE E A INTERDIÇÃO: ANÁLISE DO CORPO FEMININO NO DISCURSO 
TURÍSTICO DO BRASIL ................................................................................................................................. 1313 
O DISCURSO DA VIRADA PRAGMÁTICA NOS TEXTOS DE APRESENTAÇÃO DAS GRAMÁTICAS 
PEDAGÓGICAS DO PORTUGUÊS .................................................................................................................. 1330 
O ETHOS DA MULHER NA LITERATURA ESPÍRITA ........................................................................................ 1349 
ORAÇÃO E JEJUM PELOS MUÇULMANOS: UMA ANÁLISE DISCURSIVA DE UM GUIA EVANGELÍSTICO DA 
JUNTA DE MISSÕES MUNDIAIS ................................................................................................................... 1359 
OS PROFISSIONAIS EGRESSOS DE LETRAS E SEUS DISCURSOS: A CONSTITUIÇÃO DO ETHOS ....................... 1369 
PATHEMIZAÇÕES EM CAPAS DE FILME E DE LIVRO – UM ESTUDO DE MADAME BOVARY ........................... 1384 
PROCESSOS DE SUBJETIVAÇÃO NA REVISTA MEN’S HEALTH: CONFISSÃO E CONTROLE DO INDIVÍDUO DO 
GÊNERO MASCULINO ATRAVÉS DA SEXUALIDADE ...................................................................................... 1399 
RELAÇÕES ENTRE A ANÁLISE DO DISCURSO E O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA .................................... 1410 
REPRESENTAÇÕES SOBRE O ENSINO-APRENDIZAGEM DE LÍNGUA INGLESA EM ESCOLAS PÚBLICAS NA 
CIDADE DE PORTO NACIONAL, TOCANTINS ................................................................................................ 1422 
SER PROFESSOR: REPRESENTAÇÕES IDENTITÁRIAS EM JORNAIS MINEIROS ............................................... 1436 
UM OLHAR DISCURSIVO SOBRE O ALUNO DE ESCOLA PÚBLICA NA SOCIEDADE TECNOLÓGICA .................. 1451 
UMA ANÁLISE DISCURSIVA DA CRÔNICA “O NOVO MANIFESTO” DE LIMA BARRETO X “O CASTELÃO DE 
EDMAR E O FEUDALISMO” DE ARNALDO JABOR ...................................................................................... 1467 
Linguística Histórica .................................................................................................................................... 1480 
A EXPRESSÃO DE SEGUNDA PESSOA EM CARTAS NORTE-RIOGRANDENSES: UM OLHAR PARA A 
PRODUTIVIDADE DO VOCÊ ......................................................................................................................... 1480 
DESCRIÇÃO DO ESTATUTO PROSÓDICO DAS FORMAS ADVERBIAIS EM - MENTE NO PORTUGUÊS 
ARCAICO ..................................................................................................................................................... 1498 
O QUE DADOS RURAIS PODEM INDICAR SOBRE A COLOCAÇÃO DOS ADJETIVOS NO PORTUGUÊS 
BRASILEIRO ................................................................................................................................................. 1515 
OMOLOCUM: UM PRATO DE IGUARIAS, TRADIÇÕES E MAGIA .................................................................... 1531 
Historiografia linguística ............................................................................................................................. 1548 
“LÍNGUA É ESTOQUE E ESTILO”: O PROJETO DA GRAMÁTICA CONSTRUTURAL ........................................... 1548 
A LÍNGUA PORTUGUESA NO SÉCULO XIII E A CULTURA MEDIEVAL ............................................................. 1564 
Sociolinguística ........................................................................................................................................... 1580 
A ALTERNÂNCIA ENTRE O FUTURO DO PRETÉRITO E O PRETÉRITO IMPERFEITO NO PORTUGUÊS CULTO 
FALADO EM FEIRA DE SANTANA-BA ........................................................................................................... 1580 
A CN E A CV COMO MARCA DA CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE LINGUÍSTICA E SOCIAL: UM ESTUDO 
ETNOGRÁFICO EM COMUNIDADES DE PRÁTICA ......................................................................................... 1592 
A ESCRITA DIGITAL DE CARIOCAS E A VARIAÇÃO PRONOMINAL TU vs VOCÊ .............................................. 1609 
A INFLUÊNCIA DOS SONS DA FALA NA ESCRITA DE ALUNOS DAS SÉRIES INICIAIS ....................................... 1622 
A MARCAÇÃO DE PLURALIDADE NO SN NA FALA E NA ESCRITA DE ADOLESCENTES DA REGIÃO DE SÃO 
JOSÉ DO RIO PRETO .................................................................................................................................... 1637 
A PALATALIZAÇÃO DAS OCLUSIVAS DENTAIS EM CONTEXTOS DE ASSIMILAÇÃO PROGRESSIVA: UMA 
ANÁLISE SOCIOLINGUÍSTICA DO DIALETO PESSOENSE ................................................................................ 1655 
CONSTITUIÇÃO DO DISCURSO FORMAL EM SESSÕES PARLAMENTARES NO SENADO FEDERAL .................. 1668 
CRENÇAS E ATITUDES LINGUÍSTICAS EM TRÊS LOCALIDADES PARANAENSES FRONTEIRIÇAS À 
ARGENTINA ................................................................................................................................................ 1684 
DISCURSO ACADÊMICO: VARIAÇÃO ESTILÍSTICA E NEGOCIAÇÃO DE IDENTIDADES..................................... 1698 
ENTRE RIO E MINAS: A REALIZAÇÃO DO /S/ EM CODA ............................................................................... 1711GRAMÁTICA E CULTURA CONTRASTIVA: A ALTERNÂNCIA DAS FORMAS VERBAIS NA INTERAÇÃO TEMPO, 
MODO, ASPECTO EM ESTUDOS DE TRADUÇÃO ALEMÃO-PORTUGUÊS ....................................................... 1726 
LÍNGUAS EM CONTATO: O PORTUGUÊS E O ITALIANO EM ITARANA, ESPÍRITO SANTO .............................. 1739 
MAPEANDO TEXTOS DE DIFERENTES GÊNEROS EM ENTREVISTAS SOCIOLINGUÍSTICAS: O CASO DO 
BANCO DE DADOS VARSUL ......................................................................................................................... 1754 
O COMPORTAMENTO DA VOGAL /E/ EM CLÍTICOS PRONOMINAIS E NÃO PRONOMINAIS ......................... 1770 
O USO DO PRESENTE DO SUBJUNTIVO EM SALVADOR ............................................................................... 1784 
O USO VARIÁVEL DA PARTÍCULA REFLEXIVA: UMA ANÁLISE VARIACIONISTA ............................................. 1800 
Dialetologia ................................................................................................................................................ 1819 
ESTUDOS DIALETAIS EM PERNAMBUCO: CONVERGÊNCIAS POSSÍVEIS........................................................ 1819 
O LINGUAJAR DO SERTÃO PARAIBANO: FORMAÇÃO DE UM CORPUS ORAL ............................................... 1831 
Linguística Centrada no Uso ........................................................................................................................ 1846 
A ORDENAÇÃO DE CONSTITUINTES HIERÁRQUICOS DO NÍVEL INTERPESSOAL ........................................... 1846 
ANÁLISE DA CONFIGURAÇÃO ARGUMENTAL DOS VERBOS DE ENUNCIAÇÃO NA CONVERSAÇÃO ............... 1861 
AVALIAÇÃO E ARGUMENTAÇÃO: ANÁLISE DA PRODUÇÃO TEXTUAL DE ALUNOS DO ENSINO MÉDIO ........ 1874 
E POR AÍ VAI: UMA ABORDAGEM COGNITIVO-FUNCIONAL ........................................................................ 1892 
ESTRATÉGIAS DE RELATIVAÇÃO E CONTINUIDADE CATEGORIAL ................................................................. 1904 
ESTRATÉGIAS DE RELATIVIZAÇÃO NO PORTUGUÊS DA BAHIA NOS SÉCULOS XIX E XX ................................ 1919 
O USO DO OU SEJA NO GÊNERO CARTA AO LEITOR: UMA ANÁLISE FUNCIONALISTA .................................. 1932 
PREDICADOS MANIPULATIVOS NO PORTUGUÊS DO BRASIL ....................................................................... 1948 
VERBOS DE PERCEPÇÃO: ASPECTOS MORFOSSINTÁTICOS E SEMÂNTICO-PRAGMÁTICOS ........................... 1959 
Semiótica .................................................................................................................................................... 1971 
A CONSTRUÇÃO DO IMAGINÁRIO FEMININO NA VOZ DA MULHER REPENTISTA: PROCEDIMENTOS 
SEMIÓTICOS DE NARRATIVIZAÇÃO ............................................................................................................. 1971 
A PAIXÃO DA CÓLERA E FORMA DE VIDA NO CONTO "O ZELADOR" DE MENALTON BRAFF ........................ 1983 
A TEORIA SEMIÓTICA DE L. HJELMSLEV COMO EPISTEMOLOGIA DISCURSIVA PERANTE A FILOSOFIA 
TRANSCENDENTAL E AS CIÊNCIAS REALISTAS ............................................................................................. 1999 
ANÁLISE SEMIÓTICA DO BRASÃO DA CIDADE DE BELÉM............................................................................. 2012 
AS METAFUNÇÕES EM TEXTO PUBLICITÁRIO FRANCÊS: USO E ANÁLISE DA GRAMÁTICA DO DESIGN 
VISUAL ........................................................................................................................................................ 2021 
DO POEMA À VIDEODANÇA: UMA ANÁLISE DA OBRA "SOBRE MUROS E JARDINS" .................................... 2032 
O MINISTÉRIO DA SAÚDE ADVERTE: UM ESTUDO DA MESCLAGEM MULTIMODAL NAS ADVERTÊNCIAS 
DE EMBALAGENS DE CIGARRO .................................................................................................................... 2045 
O PERCURSO NARRATIVO DO HERÓI EM LULA, O FILHO DO BRASIL............................................................ 2064 
O ROMANCE POLIFÔNICO E SEUS DESDOBRAMENTOS: UMA ANÁLISE SEMIÓTICA DAS OBRAS 
DOSTOIEVSKIANAS CRIME E CASTIGO E OS IRMÃOS KARAMÁZOV ............................................................. 2081 
TRADUÇÕES INTERSEMIÓTICAS: O TRAÇO, A LINHA E A VIGA ..................................................................... 2098 
Linguística Aplicada .................................................................................................................................... 2115 
A AVALIAÇÃO ESCOLAR DE LÍNGUA PORTUGUESA DE 9º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL: QUAL O 
ESPAÇO DA ANÁLISE LINGUÍSTICA? ............................................................................................................ 2115 
A DIMENSÃO POLÍTICA DA LÍNGUA: UMA ILUSTRAÇÃO DAS POLÍTICAS LINGUÍSTICAS NO BRASIL ............. 2130 
A ELABORAÇÃO DIDÁTICA DA NOMINALIZAÇÃO EM GRAMÁTICAS PEDAGÓGICAS .................................... 2144 
A INTERAÇÃO EM UM PROJETO DE MULTILETRAMENTOS NA UNIVERSIDADE: HIBRIDISMO DE 
COMPETÊNCIAS .......................................................................................................................................... 2161 
A LEITURA DOS GÊNEROS CITAÇÃO E PETIÇÃO INICIAL: DESAFIOS DE COMPREENSÃO ............................... 2174 
ANÁLISE LINGUÍSTICA EM AULAS DE LÍNGUA PORTUGUESA NO ENSINO MÉDIO: VIVÊNCIAS E DESAFIOS .. 2186 
CONHECIMENTO METACOGNITVO E DIFICULDADES DE PROFESSORES NA COMPREENSÃO ORAL EM 
LÍNGUA INGLESA ......................................................................................................................................... 2200 
ENSINO DE FONÉTICA E FONOLOGIA NA GRADUAÇÃO: REVISÃO E PROPOSIÇÕES...................................... 2218 
LINGUÍSTICA APLICADA: INDISCIPLINAR/TRANSDISCIPLINAR? .................................................................... 2230 
O QUE OS ALUNOS RECÉM-INGRESSOS NO CURSO DE LETRAS SENTEM AO RECEBEREM SEUS PRIMEIROS 
TEXTOS ACADÊMICOS ................................................................................................................................. 2241 
O USO DA ESCRITA EM GRUPOS DE MULHERES NO FACEBOOK .................................................................. 2256 
PRÁTICAS DE LEITURA DE PROFESSORES EM FORMAÇÃO CONTINUADA .................................................... 2266 
RELAÇÕES LEXICAIS NO ENSINO DA LÍNGUA MATERNA: UM BREVE OLHAR PARA AS PRÁTICAS 
PROPOSTAS EM MATERIAIS DIDÁTICOS ...................................................................................................... 2276 
Psicolinguística ........................................................................................................................................... 2293 
COMO OS FALANTES INTERPRETAM O QUANTIFICADOR “TODO” NO PB…? NOVAS EVIDÊNCIAS 
EXPERIMENTAIS A PARTIR DE UMA TAREFA DE PRODUÇÃO DE FIGURAS ................................................... 2293 
O EFEITO STROOP NO PROCESSAMENTO DE PALAVRAS FORMADAS COM BASES PRESAS .......................... 2304 
Aquisição e ensino de língua materna ........................................................................................................ 2316 
A ESCRITA EM CONTEXTO DE EDUCAÇÃO FORMAL: CONTATO DE LÍNGUAS (L1 e L2) E AQUISIÇÃO DE L2 .. 2316 
AQUISIÇÃO BILÍNGUE: ESTUDO DE CASO SOBRE AQUISIÇÃO DE OBJETO DIRETO NULO ANAFÓRICO EM 
PORTUGUÊS BRASILEIRO E INGLÊS .............................................................................................................. 2333 
HIPO E HIPERSEGMENTAÇÃO EM TEXTOS DE ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL II: INFLUÊNCIA 
EXCLUSIVA DE ASPECTOS PROSÓDICOS? .................................................................................................... 2350 
RITMO E HIPERSEGMENTAÇÃO: REFLEXÕES SOBRE A NOÇÃO DE PALAVRA ...............................................2361 
Aquisição e ensino de línguas adicionais ..................................................................................................... 2379 
A EAD E A AQUISIÇÃO DAS VOGAIS DA LÍNGUA ESPANHOLA...................................................................... 2379 
A REALIZAÇÃO DA LATERAL /l/ EM CODA SILÁBICA POR APRENDIZES BRASILEIROS DE INGLÊS COMO L2 .. 2393 
ANÁLISE VARIACIONISTA DA AQUISIÇÃO DA CODA SILÁBICA POR APRENDIZES DE INGLÊS COMO LE 2406 
ANÁLISE VARIACIONISTA DO /l/ EM POSIÇÃO DE NÚCLEO POR APRENDIZES DE INGLÊS COMO L2 ............ 2422 
ANÁLISE VARIACIONISTA DO FENÔMENO DA EPÊNTESE VOCÁLICA: UMA DISCUSSÃO ACERCA DO 
PROCESSO DE AQUISIÇÃO DE L2 ................................................................................................................. 2438 
ANOTAÇÕES EM LÍNGUA INGLESA: A PRÁTICA DO CICLO DE AUTORREGULAÇÃO DA APRENDIZAGEM ...... 2453 
AQUISIÇÃO DE CONTRASTES NÃO NATIVOS: EVIDÊNCIAS PROPOSTAS A PARTIR DE ESTUDO COM 
IMIGRANTES ADULTOS ............................................................................................................................... 2468 
ARQUITETURA PEDAGÓGICA VIRTUAL E O ENSINO DE PORTUGUÊS COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA: O 
USO DO COMPUTADOR COMO FERRAMENTA ONLINE DE TRABALHO NO CURSO DE LETRAS-
PORTUGUÊS E NO CENTRO DE LÍNGUAS DA UFES ....................................................................................... 2484 
RITMO E HIPERSEGMENTAÇÃO: REFLEXÕES SOBRE A NOÇÃO DE PALAVRA ............................................... 2499 
Neurolinguística .......................................................................................................................................... 2517 
AS PALAVRAS NA “PONTA-DA-LÍNGUA” E O FUNCIONAMENTO SEMÂNTICO-LEXICAL: REFLEXÕES A 
PARTIR DE UMA ANÁLISE QUALITATIVA DAS AFASIAS ................................................................................ 2517 
Linguística e Cognição ................................................................................................................................. 2528 
ANÁLISE DA POLISSEMIA DO VERBO “TOMAR”, SEGUNDO PRESSUPOSTOS TEÓRICO-METODOLÓGICOS 
DA LINGUÍSTICA COGNITIVA ....................................................................................................................... 2528 
DA “PESTE GAY” A AIDS: ANÁLISE SEMÂNTICA DOS NOMES DA DOENÇA ................................................... 2546 
EFEITOS COGNITIVOS GERADOS A PARTIR DA INTERAÇÃO PROFESSORA-ALUNOS SOBRE OS ESTÍMULOS 
OSTENSIVOS DE UM ANÚNCIO PUBLICITÁRIO ............................................................................................ 2563 
Letramentos ............................................................................................................................................... 2580 
A CONTRIBUIÇÃO DAS CAPACIDADES FORMATIVAS PARA SE ENTENDER A APROPRIAÇÃO DO 
LETRAMENTO ACADÊMICO ......................................................................................................................... 2580 
A [INTER]AÇÃO FAMILIA-ESCOLA AÇÕES DE LETRAMENTO MEDIADAS POR ALUNOS EM COMUNIDADE 
DO COMPLEXO DA MARÉ............................................................................................................................ 2597 
CONSTRUÇÂO DE SIGNIFICADOS EM UM CURSO BÁSICO DE INFORMÁTICA ............................................... 2608 
LEITURA E ESCRITA NO CONTEXTO ESCOLAR: PROPOSTA DE ATIVIDADES EM LETRAMENTO DIGITAL DO 
PIBID LETRAS IFPA/CAMPUS BELÉM ........................................................................................................... 2626 
LETRAMENTO POLÍTICO NOS “SANTINHOS”: A MULTIMODALIDADE PRESENTE NO MATERIAL IMPRESSO 
DOS CANDIDATOS DE FORTALEZA EM 2012 ................................................................................................ 2642 
MULTIMODALIDADE E TEXTOS PUBLICITÁRIOS: O TRABALHO COM A LEITURA DE IMAGENS EM 
CONTEXTO ESCOLAR ................................................................................................................................... 2658 
PRÁTICAS SOCIAIS DE ORALIDADE E DE LETRAMENTO NO ENSINO MÉDIO: ................................................ 2670 
SER LETRADO HOJE: NA CONFLUÊNCIA DO VERBAL COM O NÃO VERBAL ............................................... 2680 
Gêneros textuais/discursivo ....................................................................................................................... 2691 
ANÁLISE DAS PRODUÇÕES DISCURSIVAS NAS TIRAS HUMORÍSTICAS EM UMA PERSPECTIVA DO 
INTERACIONISMO SÓCIODISCURSIVO ......................................................................................................... 2691 
ASPECTOS PROBLEMÁTICOS NA PRODUÇÃO DE RESUMOS NA UNIVERSIDADE .......................................... 2701 
GÊNERO TEXTUAL SENTENÇA JURÍDICA NA ÓTICA DE MARCUSCHI............................................................. 2714 
INTERDISCURSIVIDADE EM CHARGES: UMA ABORDAGEM DISCURSIVA ..................................................... 2726 
O ENSINO DE GÊNEROS DIGITAIS EMERGENTES – UMA ABORDAGEM POSSÍVEL ........................................ 2739 
O ENSINO DE PORTUGUÊS ATRAVÉS DOS GÊNEROS TEXTUAIS EM UMA ESCOLA DO ENSINO 
FUNDAMENTAL DE CRUZEIRO DO SUL ........................................................................................................ 2753 
OS MARCADORES METADISCURSIVOS DE ENGAJAMENTO NO GÊNERO ARTIGO CIENTÍFICO NA 
DISCIPLINA LINGUÍSTICA ............................................................................................................................. 2766 
Lexicologia, lexicografia e terminologia ...................................................................................................... 2774 
A TERMINOLOGIA DO MICRO E DO PEQUENO AGRICULTOR DE CANA-DE-AÇÚCAR DO MARANHÃO: A 
VARIAÇÃO DIATÓPICA ................................................................................................................................ 2774 
LIVROS DIDÁTICOS E DICIONÁRIOS: FERRAMENTAS DIDÁTICO-PEDAGÓGICAS PARA A AQUISIÇÃO 
LEXICAL ....................................................................................................................................................... 2786 
QUILOMBOLAS REMANESCENTES DO TOCANTINS: ESTUDO DOS TOPÔNIMOS DAS COMUNIDADES COM 
FOCO NOS ESTUDOS LINGUÍSTICOS E NAS PRÁTICAS CULTURAIS E HISTÓRICAS ......................................... 2803 
RESULTADOS DE UM BREVE LEVANTAMENTO LEXICAL NO MUNICÍPIO DE DORMENTES-PE ....................... 2819 
UMA ABORDAGEM ETNOTOPONÍMICA DO PARQUE ESTADUAL TURÍSTICO DO ALTO RIBEIRA: PETAR ....... 2835 
Estudos da Tradução ................................................................................................................................... 2846 
TRADUÇÃO E DIALOGISMO: UM ESTUDO DO PAPEL DO TRADUTOR NA CONSTRUÇÃO DO SENTIDO ......... 2846 
UM HABITUS TRADUTÓRIO PARA A ANTROPOLOGIA BRASILEIRA EM LÍNGUA INGLESA: UM ESTUDO 
BASEADO NO CORPUS DA OBRA O POVO BRASILEIRO DE DARCY RIBEIRO ................................................. 2864 
Línguas de Sinais ......................................................................................................................................... 2882 
LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS E FORMAÇÃO DE PROFESSORES: UMA ANÁLISE DE CONTEÚDOS E 
MÉTODOS NO ENSINO DE LIBRAS. .............................................................................................................. 2882 
MEMÓRIAS LINGUÍSTICAS E REGISTROS DOS VERBOS DO SISTEMA DE SINAIS CASEIROS DE DUAS 
CRIANÇAS SURDAS DE JACARÉ DOS HOMENS ............................................................................................. 2900 
METONÍMIA E ICONICIDADE: RELAÇÕES COGNITIVAS POSSÍVEIS EM LIBRAS ............................................. 2915 
O CORPONA CONCEPÇÃO DE EVENTOS NA LÍNGUA DE SINAIS BRASILEIRA ............................................... 2926 
O ENSINO DE LIBRAS PARA OUVINTES: DESAFIOS PARA A PRODUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO ................ 2942 
TRADUÇÃO EM LÍNGUA DE SINAIS: UM ESTUDO DAS ESTRATÉGIAS DE INTERPRETAÇÃO DE 
FRASEOLOGISMOS DO PORTUGUÊS PARA A LIBRAS. .................................................................................. 2957 
Políticas Linguísticas ................................................................................................................................... 2975 
REPRESENTAÇÕES DO TRABALHO DOCENTE NO DIZER DE PROFESSORES ANGOLANOS.............................. 2975 
 
12 
 
Fonética e Fonologia 
 
A ENTONAÇÃO PRÉ-LINGUÍSTICA DO ESPANHOL E DO ESPANHOL FALADO 
POR BRASILEIROS: ANÁLISE CONTRASTIVA 
 
 
Aline Fonseca de Oliveira, Miguel Mateo Ruiz 
FONSECA DE OLIVEIRA, A & MATEO, M. 
 
 
Resumo: Este trabalho apresenta uma análise contrastiva entre as características das 
entonações pré- linguísticas do espanhol falado por nativos peninsulares e do espanhol falado 
por brasileiros em fala espontânea, com o objetivo de estabelecer as características melódicas 
que os aprendizes necessitam adquirir para ter uma competência linguística plena em 
espanhol. Com base nos pressupostos da teoria da Análise Melódica da Fala (AMH) expostos 
em Cantero (2002) e Font-Rotchés (2007). Primeiro descrevem-se as características dos perfis 
melódicos do espanhol de cada grupo de falantes; em seguida apresenta-se uma análise das 
semelhanças e divergências e das suas consequências sob um ponto de vista comunicativo e 
para o ensino de línguas. 
 
Palavras chave: Entonação. Análise melódica da fala. Análise contrastiva. Ensino de 
línguas. 
 
 
1 Introdução 
 
O estudo da entonação tem experimentado um notável crescimento a partir das últimas 
décadas do século XX tanto por seu interesse a partir de diversas áreas do conhecimento 
(fonética clínica, síntese e reconhecimento de voz ou ensino de línguas, entre outras), como 
13 
 
pelo desenvolvimento de software de obtenção de dados acústicos da freqüência fundamental 
(F0) que permitiram um grande avanço na análise rigorosa de corpus com grande número de 
informantes e de diferentes tipos de fala. 
No Laboratório de Fonética Aplicada da Universidade de Barcelona (LFA) uma das 
áreas preferentes de estudo é a descrição linguística da entonação – para sua aplicação no 
ensino de línguas. Neste contexto, seguindo o método Análisis Melódico del Habla (AMH) 
proposto por Cantero (2002), revisado em Font-Rotchés (2007), estão sendo realizados 
diversos estudos tanto sobre a entonação das variedades do espanhol peninsular e Canárias 
como da entonação do espanhol falado por diferentes grupos de falantes não nativos, sempre 
em fala espontânea: brasileiros, taiwaneses, italianos, suecos, entre outros1. 
Este trabalho apresenta as características da entonação pré-linguística de falantes 
nativos e de falantes brasileiros de espanhol. A comparação das características de ambas 
permitirá estabelecer as diferenças que contribuem a caracterizar o “sotaque estrangeiro” dos 
falantes brasileiros e estabelecer futuras aplicações didáticas que permitam melhorar a 
prosódia dos discentes de espanhol e, portanto, sua competência comunicativa. 
O protocolo de análise que se utilizou está descrito em Cantero & Font-Rotchés (2009), 
trata-se de um método formal que oferece um critério de segmentação da melodia da fala 
exclusivamente fônico. 
 
 
2 Metodologia 
 
A metodologia utilizada é de base empírica e experimental; frente a outros métodos de 
análise da entonação, oferece um critério de segmentação das melodias da fala 
exclusivamente fônico e apresenta um sistema de processamento dos dados acústicos que 
possibilita a obtenção dos valores relativos que constituem as melodias. Isto permite compará-
las, classificá-las e reproduzi-las com toda fidelidade; experimentar com elas mediante síntese 
de voz, submetê-las a provas perceptivas e fazer generalizações linguísticas. 
Em Cantero & Mateo (2011) é oferecida uma visão detalhada do método de análise, que 
aqui se apresenta de forma resumida. No processo foi utilizado o software de análise e síntese 
 
 
 
1 Em VV.AA. (2009) podem-se consultar os principais trabalhos realizados e publicados durante os primeiros dez anos de 
existência da AMH. 
14 
 
de voz Praat (Boersma y Weenink, 1992-2011). Consta de duas fases: uma primeira, 
acústica, na que, tomando como critério a presença de uma inflexão final, identificam-se as 
unidades melódicas e obtêm-se os valores acústicos, extraindo a freqüência fundamental (em 
Hz) das vogais. Nesta fase também se estandardizam os valores em Hertz e é realizada uma 
representação gráfica da melodia, que permite comparar os contornos de forma independente 
das características dos informantes. Na segunda fase, perceptiva, são validadas 
experimentalmente as análises realizadas para estabelecer os traços melódicos e suas margens 
de dispersão. Esta fase perceptiva baseia-se na manipulação das melodias mediante rotinas de 
síntese, na que cada traço descrito é modificado e submetido a um experimento perceptivo, 
para estabelecer as porcentagens significativas de subida/baixada e suas margens de 
dispersão. 
Segundo Cantero (2002), a entonação articula-se mediante processos dinâmicos 
conforme uma determinada hierarquia fônica (entonação pré-linguística) para produzir 
entidades significativas, fonológicas (entonação linguística), com base na combinação de três 
traços (/enfático/, /suspendido/, /interrogativo/). Estas representações permitem a 
incorporação de diversas significações não linguísticas que fornecem informações pessoais e 
expressivas (entonação paralinguística). O estudo da entonação pode centrar-se em cada um 
destes três níveis, este trabalho detém-se na descrição do nível entonativo pré-lingüístico. 
 
 
3 Análise melódica da entonação pré-linguística 
 
A forma de integrar e delimitar a fala é o que se conhece como o nível pré-linguístico 
da entonação, no qual intervém, junto com a melodia, o sotaque e o ritmo da fala, a 
estruturação conjunta de todos estes fenômenos permite a integração fônica do discurso. 
Quando se fala, faz-se de forma hierarquizada, esta hierarquia fônica estabelece-se a 
través do sotaque e da entonação, fenômenos que são informados pela freqüência fundamental 
(F0) –único parâmetro físico-, e tem a função de dar coesão ao discurso, facilitando a 
compreensão entre os falantes. A hierarquia dá-se em diversos níveis: sílabas, palavras 
fônicas e grupos fônicos; os três estão constituídos por blocos de sons que se agrupam em 
torno a um segmento tonal (a sílaba, a vogal) ou em torno a um acento. 
O grupo fônico coincide com o que se denomina do ponto de vista da entonação, 
contorno entonativo: a sucessão de tons (a melodia) das vogais organizada em torno a uma 
inflexão final, ou núcleo entonativo. Sua função é integrar o discurso em unidades 
15 
 
compreensíveis: o jogo de grupos fônicos é o principio integrador do discurso oral; o uso 
adequado da entonação pré-linguística é imprescindível para obter o êxito comunicativo: gerar 
enunciados com sentido e compreendê-los. 
Cada melodia –contorno entonativo- é individual e caracteriza-se por uma série de 
traços concretos (fonéticos), que no modelo AMH denominam-se traços melódicos. Estes 
traços são os seguintes (v. Figura 1, adaptada de Cantero & Font-Rotchés, 2007:70): 
 Anacruse: sílabas átonas anteriores ao primeiro pico. 
 Primeiro pico: proeminência inicial da melodia, que normalmentecorresponde com a 
primeira vogal tônica do grupo ou com a vogal átona seguinte. 
 Declinação (ou corpo): as sílabas entre o primeiro pico e a última vocal tônica, na qual 
começa a Inflexão final. 
 Inflexão final (ou núcleo): segmentos tonais desde a última vogal tônica até o final do 
grupo fônico. 
 Campo tonal /registro tonal: amplitude total de valores entre os quais se move a 
melodia. 
 
 
Figura 1. Esquema das partes de um contorno 
Com o método AMH pode-se caracterizar cada um destes traços com medidas objetivas: 
porcentagens de variação, de declinação, forma e porcentagem da inflexão, etc. As variações 
de cada um deles influi na configuração de cada tipo de entonação (linguística, pré-linguística, 
paralinguística), conforme se indica na mesma figura 1, que mostra a tendência geral em 
espanhol, apesar de que se identificaram e descreveram padrões melódicos nos quais a 
posição do primeiro pico, seu possível deslocamento com relação à primeira sílaba tônica, 
também condiciona a significação linguística da melodia. 
16 
 
Duas manifestações da entonação pré-linguística são os fenômenos que se conhecem 
como “sotaque estrangeiro”, o falante não nativo organiza seu discurso oral conforme os 
traços da entonação pré-linguística de seu próprio idioma (Cantero & Devís, 2011) e “o 
sotaque dialetal”, a estruturação do discurso e sua integração em unidades prosódicas 
inteligíveis2. 
Em AMH, denomina-se perfil melódico ao conjunto de traços da entonação pré-
linguística que caracterizam uma variedade ou uma língua, Cantero & Devís (2011) explicam 
que o que permite reconhecer a um falante não nativo de espanhol não são seu repertório 
léxico ou seus usos gramaticais e sim, os “traços melódicos de seu discurso”, a estruturação 
fônica do discurso concretizada em um conjunto de traços que caracterizam o “sotaque”. 
 
 
4 Corpus 
 
A realização da pesquisa baseou-se na análise de dois corpus elaborados no Laboratório 
de Fonética Aplicada da Universidade de Barcelona. 
Por uma parte, um corpus de dez variedades do espanhol. O corpus completo consta de 
2700 enunciados produzidos por 770 informantes, obtidos a partir de más de 100 horas de 
gravações de programas televisivos das diferentes zonas e que foram emitidos em contextos 
de debates, concursos, entrevistas, reportagens temáticas y programas similares3. Analisaram-
se os enunciados de cinco variedades setentrionais (Astúrias, Navarra, País Basco, Castela 
Leão e Madri) e cinco variedades meridionais (Andaluzia, Canárias, Castela La Mancha, 
Extremadura e Múrcia)4; enunciados produzidos por informantes com idades compreendidas 
entre 16 e 88 anos no momento de sua emissão. Todos falantes ‘nativos’ das diversas 
variedades dialetais do espanhol e de composição aleatória com relação à origem social e 
nível cultural. 
Por outra parte o corpus de espanhol falado por brasileiros consta de um total de 511 
contornos emitidos em situações comunicativas genuínas, por um conjunto de 12 informantes 
 
 
 
2 Outros autores, como Lahoz (2012), incluem esta função entre os valores sociolingüísticos da entonação, sem significação 
estritamente lingüística. 
3 Para uma descrição detalhada sobre o procedimento de seleção e obtenção do corpus ver o trabalho de Ballesteros, M., 
Mateo, M. e Cantero, F.J. (2011). 
4 A interpretação dos dados dos corpus de Canárias e Castela La Mancha está em preparação (Mateo, no prelo). 
17 
 
brasileiros distintos (6 homens e 6 mulheres), nível universitário com fluidez em espanhol, 
residentes na Espanha o mínimo de dois anos na época. Os doze brasileiros escolhidos são 
todos nativos, procedentes de várias regiões do Brasil (Pernambuco, Minas Gerais, Rio de 
Janeiro, Bahia, Rio Grande do Sul, Pará, São Paulo e Goiás), o que configura um corpus 
representativo da fala brasileira. Com idades compreendidas entre 24 e 49 anos, que se 
comunicavam com fluidez em espanhol e a diário em situação de imersão. Onze dos doze 
informantes viviam em Barcelona na época e um em Valladolid. Todos os informantes foram 
selecionados com os seguintes critérios: brasileiros nativos, adultos, nível universitário 
(concluído ou em curso) e estadia mínima na Espanha de dois anos. Foram realizadas doze 
entrevistas durante o período de 20/04/07 a 08/06/07, totalizando 8 horas, 26 minutos e 4 
segundos de gravações. 
Por se considerar que o exame da língua oral genuína é a maneira mais fiável de 
averiguar e conhecer a realidade fônica, dado que deste modo evita-se o monitoramento, 
consciente ou inconsciente por parte do pesquisador e do pesquisado, além das interferências 
da linguagem escrita. Os informantes receberam a informação que a pesquisa estava 
relacionada com as crenças de aprendizagem da língua oral, uma vez que o objetivo era 
conseguir um corpus de fala espontânea e, portanto os entrevistados não tinham que prestar 
atenção a sua forma de falar e sim expressar suas opiniões com espontaneidade. As conversas 
em geral já começam diretamente em espanhol, uma vez que os informantes receberam a 
explicação prévia que para facilitar a posterior transcrição para o estudo a entrevista seria feita 
em língua espanhola. 
 
 
5 Entonação pré-linguística do espanhol 
 
A partir da análise dos dois corpus mencionados verificaram-se as características 
melódicas do espanhol dos diversos grupos de falantes, as quais são descritas a seguir. 
Em geral o perfil melódico do espanhol peninsular coincide com o modelo de 
contorno entonativo apresentado na figura 1: 
 um primeiro pico elevado, cujo centro é, normalmente, a primeira vogal tônica do 
grupo (ou, em casos de pico deslocado, a primeira vogal pós-tônica); 
 uma declinação descendente de forma regular, com inflexões paulatinas que começam, 
sistematicamente, em uma vocal tônica; 
18 
 
 uma inflexão final cujo início é a última vogal tônica do grupo, que pode ser 
descendente (superiores a -15% de desnível) ou ascendente (com valores que podem 
ser de más de +120% de subida) 
Como se pode observar no contorno entonativo representado na figura abaixo: 
 
 
Figura 2: ¿Quieres ver a la gaviota? 
 
Neste exemplo da figura 2, pode-se apreciar um contorno de pergunta que responde 
exatamente ao contorno-modelo, com um primeiro pico deslocado, corpo descendente e 
inflexão final ascendente, próprio de +/- interrogativo. Na análise das variedades dialetais 
foram encontradas as seguintes características: 
1. Variedades setentrionais, espanhol do norte (Ballesteros, 2011b): 
 Deslocamento do primeiro pico. 
 Declinação: tendência a inflexões internas. 
 Tendência a inflexões finais circunflexas. 
 
19 
 
 
Figura 3: Cuatro días o así. 
 
Na figura 3, pode-se observar o contorno entonativo de um enunciado do espanhol 
falado no País Basco, no qual se verifica a ocorrência de ligaduras internas e proeminências 
em vogais átonas, que neste caso é uma característica dialetal, não enfática, a falante 
simplesmente está indicando a periodicidade de um fato. Por outro lado, no exemplo abaixo 
(figura 4), os picos nas átonas é achado de forma significativa, unicamente na variedade 
andaluza, para indicar ênfase. 
 
 
Figura 4: Aquí el único responsable de que la música suene soy yo. 
 
2. Variedades meridionais (Mateo, no prelo): 
 Primeiro pico: tendência acusada a não apresentar primeiro pico (em torno a 
40%). Quando aparece, geralmente recai na primeira vogal tônica. 
 Corpo: tendência à declinação plana ou a contornos ondulados, com diferenças 
quanto à proeminência ou não nas vogais átonas. 
20 
 
 Inflexão final: tendência à atenuação,a porcentagens de subida / baixada 
inferiores aos que Cantero & Font-Rotchés (2007) estabeleceram para o espanhol 
estándar. 
 
 
Figura 5: Nunca he visto una tienda como esta en España. 
Na figura 5, apresenta-se o contorno melódico de um enunciado de um falante de 
Extremadura no qual se pode ver uma declinação praticamente plana, desde um primeiro pico 
deslocado à átona posterior. 
 
6 Entonação pré-linguística do espanhol falado por brasileiros 
 
Através da análise do corpus descrito verificou-se a ausência de primeiro pico na 
maioria dos enunciados, fato que indica que a organização dos grupos fônicos da-se de forma 
distinta ao que ocorre em espanhol. Quando se identificam indícios de primeiro pico, este não 
ocorre na primeira vogal tônica, e sim muitas vezes na pré-tônica e também na pós-tônica, 
porém no fica clara a regularidade de dito fenômeno. Ao no existir primeiro pico, no há 
declinação, por isto percebem-se melodias muito planas, porém com contornos ondulados ou 
em ziguezague resultantes da presença de proeminências tonais em vogais átonas e ligaduras 
internas. Estas características marcam a entonação pré-linguística do espanhol falado por 
brasileiros. 
 
6.1 Primeiro pico 
 
Na maioria dos enunciados não se identifica o primeiro pico, porém em alguns deles é 
possível notar-se indícios de um primeiro pico, como no exemplo abaixo: 
21 
 
 
Figura 6: Sigo en contacto con ellos 
 
 
6.2 Declinação 
 
Outra característica que foi possível observar nos enunciados analisados foi a ausência 
de declinação uma vez que a maioria dos enunciados não apresenta primeiro pico. Em muitos 
se nota uma declinação muito plana com tendência a manter a altura tonal das primeiras 
sílabas, como se pode apreciar na figura 7. 
 
 
Figura 7: ¿Qué se llama Melissa? 
 
22 
 
 
6.3 Proeminências tonais em vogais átonas 
 
Figura 8: Yo trabajo contabilizando facturas de hoteles 
 
A presença de proeminências tonais em vogais átonas ocorre em quase todos os 
enunciados analisados, parece ser um traço constante e característico da entonação pré-
linguística do espanhol falado brasileiros, no contorno do gráfico da figura 8 apresenta-se um 
exemplo. 
6.4 Ligaduras internas. 
 No corpus analisado ocorrem ligaduras tonais, ou seja, inflexões internas massivas, 
isto somado às proeminências das vogais átonas produz contornos ondulados, dando um 
efeito perceptivo de subida e baixada muito característico da interlíngua dos brasileiros. 
 
23 
 
Figura 9: En el en el eh Brasil España. 
 
 
7 Análise contrastiva 
 
 A partir da análise dos corpus em questão identificaram-se as seguintes características 
da entonação pré-linguística: 
Espanhol Espanhol falado por brasileiros 
 Primeiros picos em tônica ou átona 
posterior. 
 Corpo descendente plano: variedades 
AN, CA y EX. 
 Inflexões internas 
 Inflexão final (15%-120%); atenuada 
nas variedades meridionais. 
 
 Ausência de primeiros picos 
 Corpo plano 
 Contornos ondulados resultantes da 
presença de proeminências tonais em 
vogais átonas e ligaduras internas 
 Inflexão final atenuada 
 
 
 
8 Conclusão 
 
Partindo do princípio que a entonação pré-linguística inclui os fenômenos de acento, ritmo 
e entonação os quais funcionam de forma conjunta como componentes fônicos que estruturam 
o discurso, integrando e delimitando suas unidades, entende-se que a compreensão deste nível 
é o ponto de partida para o estudo da entonação. 
Com respeito à entonação pré-linguística do espanhol falado por brasileiros verificou-se 
através da análise do corpus que na maioria dos enunciados não se detecta a presença de um 
primeiro pico no contorno entonativo, fato que indica que a organização dos grupos fônicos 
ocorre de forma distinta ao espanhol, apesar de que em algumas variedades dialetais percebe-
se também este fenômeno. Quando se identificam indícios de primeiro pico, este não ocorre 
exatamente na primeira vogal tônica, e sim muitas vezes na vogal pré-tônica ou pós-tônica, 
porém não há uma regularidade em dito fenômeno. Ao não existir primeiro pico, não há 
declinação ao longo do enunciado, por isto percebem-se melodias muito planas, porém com 
contornos ondulados o em ziguezague resultantes da presença de proeminências tonais em 
vogais átonas e ligaduras internas. 
24 
 
Estes traços melódicos como ausência de primeiro pico tonal ou localização diversa do 
utilizado no espanhol, ausência de declinação, manutenção da mesma altura tonal da 
enunciação, proeminências em segmentos átonos, inflexões internas e forma da inflexão final, 
determinam as características da entonação pré-linguística do espanhol falado por brasileiros. 
Como resultado de dita entonação pré-linguística, entende-se que a organização do discurso dos 
brasileiros ao falar em espanhol é em parte distinta à organização do discurso dos nativos de língua espanhola. 
Fato que configura seu “perfil melódico” (Cantero & Devís, 2011) e caracteriza seu sotaque estrangeiro. No caso 
do espanhol falado por brasileiros, com nível avançado e em fala espontânea, a entonação pré-linguística 
apresenta as seguintes características: 
- Ausência de primeiro pico tonal 
- Ausência de declinação 
- Corpos planos com tendência a manter a mesma altura tonal 
- Contornos ondulados 
- Contornos en ziguezague 
- Proeminências tonais principalmente em vogais átonas 
- Ligaduras internas massivas. 
 
Todos os aspectos descritos no nível de entonação pré-linguística indicam que certos 
comportamentos lingüísticos são transferidos do português ao espanhol. Percebe-se que os 
fenômenos contemplados e analisados são frutos da transferência da entonação pré-linguística 
da L1, demonstram que se transfere a estruturação do discurso do português brasileiro ao 
espanhol. Além disso, muitas das características identificadas coincidem com os traços 
melódicos identificados como de cortesia para o espanhol, o que faz com que a interlíngua 
dos brasileiros seja associada à cortesia. Fato que inicialmente é positivo, porém podem dar-se 
situações em que estes “falsos amigos entonativos” produzam dificuldades na comunicação. 
Para combater os fenômenos de transferência faz-se necessário que os docentes e alunos 
levem em consideração as diferenças com relação à organização fônica entre a L1 e a língua 
meta, assim como as diferentes melodias conforme o uso pretendido, perguntar, afirmar, em 
fim, facilitando assim o processo comunicativo desde a perspectiva da complexidade, em seu 
amplo aspecto de produção, percepção, compreensão e mediação. 
O conhecimento trazido pela pesquisa pode servir como premissa para um ensino mais 
eficaz da pronunciação. Ao mesmo tempo, a compreensão de ditos fenômenos permitem-nos 
entender melhor os processos de desenvolvimento da aquisição fônica em línguas 
estrangeiras, assim como os elementos de transferência que atuam de uma língua a outra. 
25 
 
Como implicações didáticas resultantes da pesquisa vê-se que há de se entender 
pronunciação como língua oral, conceber a ideia de que falar aprende-se falando, deve-se 
focalizar o discurso, não os sons isolados e diminuir a mediação da leitura-escritura nos 
primeiros níveis de aprendizagem para que seja possível alcançar melhores níveis de 
aquisição fônica em uma língua estrangeira. É necessário iniciar uma competência oral na 
qual se desenvolvam estratégias de comunicação e se gerencie a aquisição em detrimento da 
instrução. 
Uma entonação adequada possibilita a elaboração de um discurso fluido e compreensível, 
e deve considerar-se um objetivo crucial no ensino da pronunciação.9 Referências 
 
BOERSMA, P. & WEENINK; PRAAT. Doing phonetics by computer. Institute of Phonetic 
Sciences, University of Amsterdam. http://www.praat.org, 1992-2011. 
BALLESTEROS, M. La entonación del español del norte. Tesis doctoral inédita. Dep 
Filologia Hispànica. Universitat de Barcelona, 2011 
BALLESTEROS, M., M. MATEO & F.J. CANTERO. “Corpus oral para el análisis melódico 
de las variedades del español”, Actas del XXXIX Simposio de la SEL, 2011 
CANTERO, F. J. Teoría y análisis de la entonación. Barcelona: Edicions de la Universitat de 
Barcelona, 2002. 
CANTERO, F.J. & E. DEVÍS.“Análisis melódico de la interlengua”. En Hidalgo, A.; Y. 
Congosto; M. Quilis (Eds.): El estudio de la prosodia en España en el siglo XXI: perspectivas 
y ámbitos (pp. 285-299). Valencia: Universitat de València, anexo da revista Quaderns de 
Filologia, 2011. 
CANTERO, F.J. & D. FONT-ROTCHÉS. “Entonación del español en habla espontánea: 
patrones melódicos y márgenes de dispersión”, Moenia, núm. 13, 2007, pp. 69-92. 
CANTERO, F.J. & D. FONT-ROTCHÉS. “Protocolo para el análisis melódico del habla”, 
Estudios de Fonética Experimental, núm. XVIII, 2009, pp. 17-32. 
CANTERO, F.J. & M. MATEO. “Análisis Melódico del Habla: complejidad y entonación en 
el discurso”, Oralia, nº 14. 2011, pp. 105-127. 
26 
 
FONSECA DE OLIVEIRA, A. “Rasgos melódicos de las interrogativas del español hablado 
por brasileños”, en Huelva, E. (ed.), Estudos do Espanhol, Brasília: Pontes, no prelo. 
FONSECA DE OLIVEIRA, A. & F.J. CANTERO. “Características da entonação do espanhol 
falado por brasileiros”. Anais do VII Congresso Internacional da ABRALIN. Curitiba, 2011, 
pp. 84-98. 
FONT-ROTCHÉS, D. L’entonació del català, Barcelona: Publicacions de l’Abadia de 
Montserrat,Biblioteca Milà i Fontanals, 2007, p.53. 
FONT-ROTCHÉS, D. & M. MATEO. “Absolute interrogatives in Spanish: a new melodic 
pattern”. Anais do VII Congresso Internacional da ABRALIN. Curitiba, 2011, pp. 1111-1125. 
LAHOZ, J. ”La enseñanza de la entonación, el ritmo y el tempo”. En Gil, Juana (Ed.). 
Aproximación a la enseñanza de la pronunciación en el aula de español. Madrid: Edinumen, 
2012, pp. 93-132. 
MATEO, M. “Scripts en Praat para la extracción de datos tonales y curva estándar”, Phonica, 
6, 2010, pp. 91-111; www.ub.edu/lfa. 
MATEO, M. La entonación del español meridional. Tesis doctoral en curso. Departamento de 
Didàctica de la LLengua i la Literatura. Universitat de Barcelona, en preparación. 
VV.AA. Análisis Melódico del Habla (AMH): 1999-2009. Biblioteca Phonica, 10. 
WWW.ub.es./lfa, 2009. 
 
27 
 
 
ALÇAMENTO DAS VOGAIS POSTÔNICAS MEDIAIS NO PORTUGUÊS 
SAPEENSE 
SILVA, André Pedro da (UFRPE) 
Pedroufpb@gmail.com 
 
1. Apresentação 
 
 Há um grande número de regras fonológicas atuantes no sistema vocálico do 
Português Brasileiro (PB). Por vezes, estas regras são de natureza prosódica, fonotáticas ou 
morfológicas (BATTISTI e VIEIRA, 2005). E as vogais médias são quase sempre alvo destas 
regras fonológicas: ora alternando entre si, ora alternando com vogais altas. 
De acordo com estas regras, além do apagamento da vogal postônica medial entre as 
vogais médias e as vogais altas, os dados aqui trabalhados apontam para este efeito, o da 
alternância vocálica. Esta alternância ocorre quando o processo de apagamento não pode 
acontecer em determinadas situações, ou seja, quando a fonotática5 da língua não permite a 
síncope, ou, então, quando outro processo fonológico atua em lugar dela, como é o caso do 
alçamento [das vogais médias à vogais altas], apontado como recorrente em palavras 
proparoxítonas por vários estudiosos do PB, como Câmara (1979), Amaral (1999), Bisol 
(1999, 2002), Battisti e Vieira (2005). 
 
 
2. Variação das Vogais Médias 
 
 
 
 
5 Regras fonotáticas são regras específicas de cada língua, que determinam as posições em que cada som ou 
sequências de sons pode aparecer, como por exemplo: na língua portuguesa é permitida a sequência BR (braço, 
branco, Brasil), mas não a sequência rb. 
28 
 
Estudos linguísticos comprovam que as vogais postônicas mediais são passíveis de 
variação, como o processo de apagamento, este mais recorrente e em todo território brasileiro, 
como já apontam Amaral (1999), Silva (2006), Lima (2008), entre outros. Isso significa que 
há contextos em que este processo não ocorre, isto é, não apagam, abrindo possibilidades para 
a realização de outros processos variáveis. 
A variação, no âmbito das vogais médias, é uma característica marcante no PB, haja 
vista que estas vogais são palco de alguns processos variáveis, como o de alçamento, que 
resulta em neutralizações, e o de abertura. 
Em contexto postônico final, segundo Câmara Jr (2002 [1970]), o processo de 
alçamento atuaria plenamente devido a três segmentos: 
- Arquifonema /I/, resultado da neutralização dos fonemas /ɛ/, /e/ e /ɪ/, como em: 
árvore (árvor/ɛ/, árvor/e/ e árvor/ɪ/). 
- Arquifonema /U/, proveniente da neutralização dos fonemas /�/, /o/ e //: semáforo 
(semáfor/�/, semáfor/o/ e semáfor//). 
- Fonema /a/, como em: casa (cas/ɑ/). 
Ainda segundo Câmara Jr (2002 [1970]), em relação ao contexto postônico medial, a 
neutralização só ocorreria entre as médias e a alta posteriores, mantendo-se a oposição entre 
/e/ e /i/, conforme acontece nas sílabas pretônicas, resultando, assim, em um quadro de quatro 
segmentos fonológicos. 
O nosso corpus tem um total de 3.590 ocorrências. Deste total, tem-se um número de 
2.513 ocorrências que não sofreram o processo de apagamento da vogal postônica medial, 
como se vê na tabela que segue: 
 
TABELA 1 – APAGAMENTO/PRESENÇA DA VOGAL POSTÔNICA MEDIAL 
 
PROCESSOS Aplicação/Total % 
Apagamento 1077/3590 30% 
Presença 2513/3590 70% 
 
Das 2513 ocorrências sem apagamento, tem-se um total de 1.987 dados de vogal 
média que não sofreu processo algum e 526 que apresentaram algum processo fonológico, 
29 
 
como: alçamento (fósf//ro), abertura (fósf/�/ro) ou mudança por uma outra vogal (fósf/ɛ/ro). 
Para melhor entendimento de todos estes números, observe-se a tabela 2: 
 
TABELA 2 – FENÔMENOS RECORRENTES À VOGAL MÉDIA POSTÔNICA 
 
PROCESSOS Aplicação/Total % 
Sem Processos 1987/2513 79% 
Abertura 348/2513 14% 
Alçamento 156/2513 6% 
Mudança de Vogal 22/2513 1% 
Input: 0.23 
Significância: 0,008 
 
No decorrer da pesquisa, à medida que se iam observando os resultados das rodadas e 
após constatar que os processos acima mencionados faziam-se presentes nos dados da 
pesquisa, levantavam-se em outras hipóteses, tais como: 
 
– A abertura seria mais frequente que o alçamento, haja vista os falantes 
pessoenses usarem mais as vogais pretônicas abertas (HORA, 2004, p. 127). Se 
no uso pretônico é mais frequente haver abertura das médias, seria, nas 
postônicas, mais fácil ocorrer o processo de abertura em vez do de alçamento; 
– O alçamento seria, embora menos frequente, bastante recorrente no falar 
sapeense, porém sendo de maior uso quando vogais labiais; 
– Restrições de natureza social não condicionariam tais processos, tendo, estes 
motivações de natureza fonética. 
 
Como a proposta deste trabalho é analisar os processos que ocorrem nos vocábulos 
resistentes ao apagamento, em especial ao processo de alçamento exaustivamente, passar-se, 
então a tal discussão. 
 
 
3. O Processo de Alçamento nas Vogais Postônicas Mediais 
 
Após observar os resultados expostos na Tabela 2, viu-se a necessidade de se estudar 
separadamente os dois processos apontados. E para este trabalho, desenvolveremos apenas as 
ideias concernentes ao alçamento da vogal postônicamedial, deixando as demais 
possibilidades para trabalhos futuros. 
30 
 
O processo de alçamento das vogais postônicas mediais não é tão recursivo no corpus 
em estudo, como mostra a última tabela, já que, das 2513 palavras que não foram sincopadas, 
518 destas tinham vogal postônica medial. E dessas, apenas 156 sofreram processo de 
alçamento. 
Na análise pelo pacote de programas estatístico VARBRUL, percebeu-se que foram 
selecionadas quatro grupos de fatores como sendo relevantes no processo de alçamento das 
vogais em análise. São elas, respectivamente de acordo com seu grau de relevância: 
 
a. Traço de Ponto de Articulação da Vogal 
b. Extensão da Palavra 
c. Contexto Fonológico Precedente 
d. Contexto Fonológico Seguinte 
 
Como se vê, apenas os fatores linguísticos foram tidos como favoráveis ao processo de 
alçamento das vogais médias postônicas. Deixando claro, mais uma vez, que os fatores 
sociais em nada influenciam no processo em questão. 
Depois de realizado o tratamento dos dados, chegou-se às seguintes conclusões acerca 
de cada fator, seguindo, claro, a ordem em relação ao grau de relevância apresentado pelo 
pacote de programas computacional. 
 
a. Traço de Ponto de Articulação da Vogal 
 
Este foi eleito mais relevante ao processo de alçamento das vogais postônicas mediais. 
De acordo com os resultados, as vogais médias labiais, como: semáf/o/ro ~ semáf//ro, 
tendem a sofrer mais o processo em estudo, com peso relativo de (.70), enquanto as vogais 
médias coronais ficam com (.12), como em: núm/e/ro ~ núm/ɪ/ro. Para um melhor tratamento 
acerca das vogais mediais, serão feitas outras rodadas dos dados: uma rodada só com as 
vogais labiais e outra rodada só com as vogais coronais para se verificar melhor quais fatores 
favorecem ao fenômeno de alçamento. Acredita-se que, com isso, poderão se estabelecer 
melhor os motivos/fatores que levam tais vogais a alçarem. 
 
b. Extensão da Palavra 
 
Tida como o segundo fator relevante ao alçamento, a extensão da palavra aponta 
como favoráveis ao processo as palavras com maior número de sílabas, como em agrôn/o/mo 
31 
 
~ agrôn//mo e fenôm/e/no ~ fenôm/ɪ/no, com peso relativo de (.34), e inibidoras as palavras 
com menor número de sílabas, como em: pér/o/la ~ pér//la e núm/e/ro ~ núm/ɪ/ro; com (.85). 
Segue a tabela 16 para melhor entendimento: 
 
TABELA 3 – EXTENSÃO DA PALAVRA (Alçamento da vogal postônica medial) 
 
EXTENSÃO DA 
PALAVRA 
Aplicação/ 
Total 
% PR 
3 Sílabas 97/193 50% .85 
4 Sílabas ou mais 56/72 78% .34 
Input: 0.58 
Significância: 0,006 
 
O fator linguístico extensão da palavra também é apontado por Silva (2006) como 
maior favorecedor do processo de apagamento da vogal postônica medial, sendo as palavras 
com maior número de sílabas as em que mais ocorre síncope. 
 Assim, pode-se pensar que a velocidade de fala (não controlada nesta pesquisa, e nem 
por Silva (2006)), tenha a ver com o fenômeno de apagamento, que Caixeta (1989) afirma 
acontecer não só com falante analfabeto, como também com falante com alto grau de 
escolarização, levando-se em consideração a velocidade, o que provou que, em estilos mais 
rápidos, as proparoxítonas tendem a ser sincopadas. Logo, se a velocidade de fala interfere no 
processo de apagamento, ela também pode interferir em outros processos, como é o caso do 
alçamento, aqui apresentado. 
 
c. Contexto Fonológico Precedente 
O contexto fonológico precedente também foi tido como importante ao alçamento, já 
que o pacote de programas computacional estatístico o selecionou, apontando como elemento 
motivador do alçamento a líquida vibrante (.95), como por exemplo: pér/o/la ~ pér//la e 
cér/e/bro ~ cér/ɪ/bro. Vale deixar claro que não se encontrou nenhum exemplo de alçamento 
com contexto fonológico precedente oclusivo com vogal coronal. 
Para melhor tratamento dos dados, será feita outra rodada dos dados, a fim de melhor 
explicar os contextos mais relevantes para o alçamento da vogal em estudo, dividindo-as em 
labial e coronal. Dessa forma, espera-se apontar quais vogais (labiais ou coronais) aceitam o 
processo de alçamento com menor resistência. 
32 
 
Silva (2006) observou que, quando havia consoantes líquidas vibrantes, como 
contexto fonológico precedente, as vogais postônicas mediais sofriam menos o processo de 
apagamento. Essas consoantes, marcadas como contexto propício ao não apagamento, seriam 
estas expostas a outros fenômenos, como o de alçamento. 
 
 
d. Contexto Fonológico Seguinte 
 
O alçamento foi mais propício quanto a este contexto e bastante recorrente sempre que 
ocorria um contexto líquido vibrante (.74), após a vogal em estudo (abób/o/ra ~ abób//ra e 
núm/e/ro ~ núm/ɪ/ro). Já com um contexto seguinte não vibrante, o alçamento foi menos 
propício, com (.38), como em: agrôn/o/mo ~ agrõn//mo e fenôm/e/no ~ fenôm/ɪ/no. 
Na pesquisa de Silva (2006) acerca do apagamento das vogais postônicas mediais, 
apontou-se a líquida lateral como sendo a mais favorecedora ao processo de síncope. Logo, 
era de ser esperar que ela estivesse envolvida em outro tipo de processo fonético/fonológico, 
como é o de alçamento. 
Visando a melhores respostas ao processo de alçamento da vogal postônica medial, foi 
realizada uma segunda rodada, com as vogais separadas: em uma rodada expuseram-se as 
vogais postônicas labiais e, em outra, as vogais postônicas coronais. Os resultados serão 
comentados a seguir. 
 
3.1 Alçamento das Vogais Postônicas Médias Labiais 
 Ao se observar o alçamento das vogais postônicas mediais, foi constatado que 156 
palavras que apresentaram o processo em análise. A partir daí, dividiu-se este grupo em dois: 
o das vogais mediais labiais e o das vogais mediais coronais. Após esta divisão, um total de 
137 vocábulos, do grupo das vogais mediais labiais, foi exposto à análise pelo pacote de 
programas estatístico VARBRUL. 
Após o tratamento, VARBRUL apontou os seguintes fatores como os condicionadores 
do alçamento das vogais médias labiais, seguindo o grau de relevância por ele apresentado: 
 
a. Extensão da Palavra 
b. Contexto Fonológico Precedente 
c. Contexto Fonológico Seguinte 
 
33 
 
Como já falado, os fatores sociais em nada influenciam no processo de alçamento, 
sendo, assim, deixados de lado pelo pacote de programas estatístico computacional 
VARBRUL. Sabedor dos fatores que condicionam o processo em questão passa-se então à 
análise dos dados. 
 
a. Extensão da Palavra 
 
O fator extensão da palavra foi considerado pelo programa como o mais relevante, 
pois apontou as palavras com mais de três sílabas (.77) como favorecedoras do processo de 
alçamento, e as palavras com apenas três sílabas (.38), as inibidoras do processo em questão. 
A tabela abaixo mostra bem este resultado: 
 
TABELA 4 – EXTENSÃO DA PALAVRA (Alçamento da vogal postônica média labial) 
 
EXTENSÃO DA 
PALAVRA 
Aplicação/ 
Total 
% PR 
4 Sílabas ou mais 47/53 89% .77 
3 Sílabas 90/132 68% .38 
Input: 0.79 
Significância: 0,006 
 
Acredita-se que a velocidade de fala interfere no processo de alçamento das vogais 
postônicas medias labiais (agrôn/o/mo ~ agrôn//mo; abób/o/ra ~ abób//ra; semáf/o/ro ~ 
semáf//ro), assim como ele interfere no processo de apagamento (SILVA, 2006). 
 
b. Contexto Fonológico Precedente 
Neste fator, ficou claro que a consoante líquida vibrante favorece o processo de 
alçamento da vogal postônica medial labial, com peso relativo de (.99). Como se pode 
observar, quase todos os vocábulos têm uma consoante líquida vibrante, precedendo a vogal 
postônica medial labial, alçam. Das 31 ocorrências com o contexto apresentado acima,

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