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Aula 01 - Direito_Administrativo Text Marked

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Direito Administrativo p/ agente da Polícia 
Federal– Teoria e exercícios comentados 
Prof Daniel Mesquita – Aula 01 
 
 
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AULA 01: Organização administrativa da União; 
administração direta e indireta 
 
 
SUMÁRIO 
1. INTRODUÇÃO À AULA 01 1 
2. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA E INDIRETA. 2 
2.1. INTRODUÇÃO 2 
2.2. PRINCÍPIOS 7 
2.3. ENTIDADES DA ADMINISTRAÇÃO INDIRETA 8 
2.3.1. AUTARQUIAS 8 
2.3.2. FUNDAÇÕES PÚBLICAS (GOVERNAMENTAIS) 13 
2.3.3. EMPRESAS PÚBLICAS 14 
2.3.4. SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA 16 
2.3.5. AGÊNCIAS REGULADORAS, AGÊNCIAS EXECUTIVAS E CONSÓRCIOS PÚBLICOS 18 
2.4. TERCEIRO SETOR 22 
3. RESUMO DA AULA 27 
4. QUESTÕES 31 
5. REFERÊNCIAS 35 
 
 
1. Introdução à aula 01 
 
Que bom que você veio para nossa aula de direito administrativo, 
do curso preparatório para o concurso da Polícia Federal, para os cargos 
de Agente e Escrivão. 
Você não vai se arrepender, este curso será de fundamental 
importância para a sua aprovação. 
Seguiremos com a análise de diversas questões que já caíram em 
concursos anteriores do CESPE. 
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Federal– Teoria e exercícios comentados 
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Nesta aula, abordaremos um dos pontos mais importantes de todo 
edital: “3 Organização administrativa da União; administração direta e 
indireta”. 
Não se esqueça que, ao final, você terá um resumo da aula e as 
questões tratadas ao longo dela. Use esses dois pontos da aula na 
véspera da prova! 
Num concurso como este, a matéria é muito extensa. Não há como 
você ler a matéria hoje e apreender tudo até no dia da prova. Por isso, 
programe-se para ler os resumos na semana que antecede a prova. 
Lembre-se: o planejamento é fundamental. 
Chega de papo, vamos a luta! 
 
2. Administração Pública direta e indireta. 
 
2.1. Introdução 
Vimos na aula passada que a Administração Pública pode ser 
definida em seu sentido amplo e em seu sentido estrito. 
Em sentido amplo, na lição de Di Pietro (2009, p. 54), a 
Administração Pública se subdivide em órgãos governamentais e órgãos 
administrativos (sentido subjetivo) e função política e administrativa 
(sentido objetivo). 
Em sentido estrito, a Administração Pública é subdividida nas 
pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos que exercem funções 
administrativas (sentido subjetivo) e na atividade exercida por esses 
entes (sentido objetivo). 
Nesta aula, estudaremos a Administração Pública em seu sentido 
subjetivo, ou seja, quais institutos que movimentam a atividade 
administrativa. Afinal de contas, o que são órgãos? O que é uma 
autarquia? Qual a diferença entre empresa pública e sociedade de 
economia mista? 
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Dos elementos que compõem o sentido subjetivo da Administração 
Pública, só será excluído do objeto desta aula o estudo dos agentes 
públicos. 
O estudo da Administração Púbica direta e indireta se inicia com a 
seguinte pergunta: se o Estado brasileiro é um só, por que exitem 
vários órgãos, entes públicos e empresas na execução e no comando da 
coisa pública? 
Isso ocorre porque não há como um só órgão, por exemplo, a 
Presidência da República, promover a execução de todos os contratos, 
serviços públicos, atividades econômicas de interesse público existentes 
no país, de norte a sul. 
Para que seja possível executar bem as atividades inerentes ao 
Estado, deve haver uma repartição de atribuições e a divisão de 
competências entre os gestores. Já na Roma antiga se dizia: divide e 
governa. 
Daí, encontramos duas palavras chaves e importantíssimas para o 
seu concurso: 
 
 
Descentralização ocorre quando o ente político – União, Estados, 
DF ou Municípios - desempenha algumas de suas funções por meio de 
outras pessoas jurídicas. A descentralização pressupõe duas pessoas 
jurídicas distintas: o Estado e a entidade que executará o serviço, por 
ter recebido do Estado essa atribuição. 
Quando o Estado cria uma autarquia, confere a ela a competência 
de organizar a previdência social do país, há descentralização. 
A descentralização administrativa pode ser promovida por meio de 
outorga ou de delegação. 
Na outorga (também chamada de descentralização administrativa 
funcional ou por serviços), o Estado cria uma entidade e a ela 
transfere, mediante previsão em lei, a titularidade e a execução de 
DESCENTRALIZAÇÃO E DESCONCENTRAÇÃO 
 
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determinado serviço público. A nova entidade passa a ter capacidade de 
autoadministração e patrimônio próprio. Normalmente é conferida por 
prazo indeterminado. 
É o que ocorre com as entidades da Administração Indireta – 
autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia 
mista – que são criadas com o fim específico de prestação de 
determinado serviço (capacidade específica, decorrente do princípio da 
especialidade, que será tratado abaixo). 
Na delegação (também chamada de descentralização 
administrativa por colaboração), o Estado transfere, por contrato ou 
ato unilateral, unicamente a execução do serviço, para que o ente 
delegado o preste ao público em seu próprio nome e por sua conta e 
risco, sob fiscalização estatal. A delegação é normalmente efetivada por 
prazo determinado. É o que ocorre nos contratos de concessão e 
permissão, em que o Estado transfere ao concessionário ou ao 
permissionário apenas a execução temporária de determinado serviço. 
Há também a descentralização administrativa territorial que se 
verifica quando uma entidade local, geograficamente delimitada, é 
dotada de personalidade jurídica própria, de direito público. Exemplo: 
as autarquias territoriais – os Territórios Federais; não há nenhum 
estabelecido atualmente; 
Desconcentração, por sua vez, é a reorganização administrativa 
interna, dentro de uma pessoa jurídica. Constitui uma redistribuição 
interna de competências. Pode ocorrer na Administração Direta e na 
Indireta. 
É o que ocorre, por exemplo, quando a União distribui as 
atribuições de sua competência a órgãos de sua própria estrutura, tais 
como Ministério da Educação, Presidência da República, Casa Civil, 
Ministério da Defesa, etc; ou quando uma autarquia – por exemplo o 
INSS – estabelece uma divisão interna de funções, criando, por 
exemplo, gerências executivas, gerências regionais, etc. 
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Assim, temos os seguintes exemplos: 
Descentralização: 
 
Desconcentração: 
 
O estudo da desconcentraçãonão fica completo se não falarmos 
dos órgãos. 
Órgãos são centros internos de competência administrativa e não 
possuem personalidade jurídica própria. Eles são integrantes de pessoas 
jurídicas de direito público (União, INSS, INCRA, PETROBRÁS etc.). 
Estas últimas sim possuem personalidade jurídica própria. 
No organograma do Ministério da Agricultura acima, cada 
quadradinho representa um órgão do Ministério. 
Constatado que o órgão não tem personalidade jurídica, entende-
se que um órgão, via de regra, não pode formular pedido perante a 
PETROBRÁS IBAMA 
UNIÃO 
INSS 
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Justiça em nome próprio. Ele deve atuar em nome da pessoa jurídica de 
direito público a qual integra, ou seja, se o carro da Secretaria de 
Saúde do Rio de Janeiro bate em um particular, quem vai atuar perante 
o Judiciário é o Estado do Rio de Janeiro e não a Secretaria de Saúde. 
A atuação do órgão, nesse sentido, é imputada à pessoa jurídica a 
cuja estrutura ele pertence (teoria do órgão). 
Mas quem cria o órgão? A autoridade superior? A lei? 
Nos termos do art. 84, VI, “a”, da Constituição Federal: 
 
 
 
 
Ou seja, a estruturação e as atribuições dos órgãos poderão ser 
disciplinadas por meio de decreto do Chefe do Executivo, desde que 
não haja aumento de despesas nem sua criação ou extinção. Assim, a 
autoridade não pode criar ou extinguir um órgão. 
Quem faz isso, cria ou extingue órgão, é a lei. É o Poder Legislativo 
quem edita a lei que cria ou extingue um órgão. 
A única participação que o chefe do Poder Executivo (Presidente, 
Governador ou Prefeito) tem numa lei que cria ou extingue órgãos do 
Poder Executivo é enviar o projeto à Câmara ou à Assembléia 
Legislativa. Nesses casos, só o chefe do Poder Executivo tem a iniciativa 
de encaminhar o projeto de lei, conforme o art. 61, § 1º, II, “e”, da CF: 
 
 
 
CUIDADO: Não confunda descentralização e desconcentração 
administrativa com descentralização do Estado federativo. As duas 
primeiras são as que vimos acima, decorrem da subdivisão de 
atribuições que ocorre na Administração Pública. Já a desconcentração 
do Estado federativo é a divisão do Estado em entidades políticas. É o 
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não 
implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos 
públicos; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública, 
observado o disposto no art. 84, VI (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 32, de 2001) 
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que ocorre no Brasil: a República (Brasil) se dividiu em vários estados 
federados (RJ, SP, MG, GO, BA etc.). 
 
2.2. Princípios 
Neste tópico é importante ter em mente que os princípios gerais da 
Administração são aplicáveis também no estudo da Administração direta 
e indireta. Contudo, há enfoques específicos desses princípios na 
estruturação da Administração direta e indireta e há princípios 
exclusivos no estudo desse ponto do direito administrativo. 
Vamos à análise. 
 Princípio da legalidade: aqui, esse princípio tem a importante 
função de dizer que “somente por lei específica poderá ser 
criada autarquia e autorizada a instituição de empresa 
pública, de sociedade de economia mista e de fundação, 
cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as 
áreas de sua atuação” (redação do art. 37, XIX, da 
Constituição – CF); 
Amigos, MUITA ATENÇÃO para esse dispositivo constitucional. Os 
examinadores gostam de cobrá-lo. Se você realmente quer passar 
nesse concurso, não se esqueça do seguinte: (a) só “lei específica” cria 
autarquia; (b) só lei específica “autoriza a instituição” de empresa 
pública, de sociedade de economia mista e de fundação; (c) a “lei 
complementar” define as áreas de atuação das fundações. 
Você verá abaixo que a lei não cria empresa pública, de sociedade 
de economia mista e fundação. O ato que cria essas entidades é o 
registro de seus atos constitutivos (contratos sociais, estatutos sociais 
etc.) na repartição competente (cartório, junta comercial etc.). 
Ainda sobre a autorização legislativa, se, por exemplo, o Banco do 
Brasil quiser criar uma empresa subsidiária (= o Banco do Brasil vai 
participar da composição societária dessa empresa, mas será outra 
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pessoa jurídica vinculada ao BB) administradora de cartões de crédito, 
por exemplo, deverá haver uma lei específica autorizando a criação 
dessa empresa subsidiária. 
 Princípio da especialidade: a entidade da administração 
indireta possui uma competência específica. Não é possível, 
por exemplo, O INSS se encarregar de construir estradas. 
São entidades com personalidade própria, patrimônio 
próprio, auto-administração e capacidade específica para 
executar determinado fim do Estado. 
 Princípio do controle ou tutela: a entidade da administração 
indireta é vinculada ao ente político que a instituiu. O INSS 
(autarquia), por exemplo, é vinculado ao Ministério da 
Previdência (órgão da União). É vinculação e não 
subordinação hierárquica. Isso quer dizer que não pode haver 
ingerência do órgão instituidor nos serviços da entidade, a 
menos que haja previsão legal ou caso esteja havendo 
descumprimento de suas atividades legais. No âmbito 
federal, o DL 200/67 chama o princípio do controle/tutela de 
supervisão ministerial. 
 
2.3. Entidades da Administração Indireta 
De acordo com o DL 200/1967, a Administração Indireta é 
composta das seguintes entidades: autarquias, fundações públicas, 
empresas públicas e sociedades de economia mista. 
OLHO ABERTO! Agora apresentaremos as principais características 
de cada uma delas. 
 
2.3.1. Autarquias 
As autarquias, como vimos acima, são criadas por lei específica. A 
lei simplesmente diz: “está criada a ANATEL”, por exemplo. 
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Normalmente, a lei já informa a qual Ministério estará a autarquia 
vinculada (supervisão ministerial). Muitas vezes, a lei também informa 
que a autarquia terá independência administrativa e autonomia 
financeira. 
As autarquias exercem atividades administrativas típicas do 
Estado: INSS (previdência), DETRAN (trânsito), CADE (defesa da 
concorrência), CVM (bolsa de valores), etc. 
Elas têm personalidade jurídica de direito público. Por serem 
regidas pelo direito público e por prestarem atividades típicas do 
Estado, as autarquias gozam de prerrogativas (ou de atributos 
especiais) assim como a União, os estados-membros e os municípios.E 
quais prerrogativas seriam essas? Dentre elas, destacamos: 
 os seus atos administrativos gozam da presunção de 
legitimidade e veracidade (aprofundaremos nesse tema na 
aula de atos administrativos); 
 os seus bens são inalienáveis (a princípio), imprescritíveis 
(são insuscetíveis de usucapião) e impenhoráveis (quando 
uma autarquia perde uma ação na justiça ela vai fazer o 
pagamento do devido por precatório); 
 gozam de imunidade de impostos (art. 150, VI, “a” e § 2º, da 
Consitituição). 
 prazos processuais inerentes à Fazenda Pública; 
 possibilidade de alteração unilateral dos contratos 
celebrados; 
 pode requisitar bens de particulares; 
 poder de promover desapropriações; 
 seus bens não podem ser penhorados 
Em contrapartida, como a Administração Pública se submete a 
controle e aos princípios mencionados na aula passada, as autarquias 
sofrem as mesmas restrições tipicas daquele que cuida da coisa pública. 
E quais seriam as principais restrições? 
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 as autarquias devem realizar concurso público para poderem 
contratar servidores para cargos efetivos (servidor 
estatutário); 
 só podem adquirir bens ou serviços se realizarem licitação, 
nos termos da Lei nº 8.666/93; 
 submetem-se ao controle dos tribunais de contas. 
A prescrição das dívidas que uma autarquia porventura tenha 
perante outrem ocorre em 5 anos (art. 1º do Decreto 20.910/52). 
E os conselhos profissionais, como o CRM, o COFITO, o CREA? O 
que eles são, autarquias ou pessoas jurídicas de direito privado? 
Os conselhos profissionais são autarquias, chamados de 
autarquias corporativas. Isso porque, eles são criados por lei e têm 
por função fiscalizar as profissões. Exercem atividades de tributação e 
outras típicas de poder de polícia (como aplicar multas), que só podem 
ser executadas pelo Estado. 
Em regra, as autarquias corporativas se inserem na Administração 
Indireta e, por isso, se submetem ao controle do TCU. Entretanto, a 
OAB é exceção a essa regra. O Supremo Tribunal Federal (órgão 
máximo do Poder Judiciário brasileiro) decidiu que a OAB não faz parte 
do que se entende por “autarquias especiais” e, por isso, não se 
submete ao controle do TCU (julgamento da ADIN 3.026). 
 
 
 
1) CESPE - 2009 - OAB - Exame de Ordem Unificado: Julgue os itens 
subsequentes em Certo e Errado, relativos à organização e 
estruturação da administração pública. 
I Uma lei que reestruture a carreira de determinada categoria de 
servidores públicos pode também dispor acerca da criação de uma 
autarquia. 
II O controle das entidades que compõem a administração indireta 
Questões de 
concurso 
 
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da União é feito pela sistemática da supervisão ministerial. 
III As autarquias podem ter personalidade jurídica de direito 
privado. 
IV As autarquias têm prerrogativas típicas das pessoas jurídicas de 
direito público, entre as quais se inclui a de serem seus débitos 
apurados judicialmente executados pelo sistema de precatórios. 
 
O item I dessa questão está errado, pois a lei que cria a autarquia 
deve ser específica, ou seja, deve tratar apenas da autarquia. O item III 
também está errado, pois as autarquias têm personalidade jurídica de 
direito público. Temos por correto os itens II e IV, pois o sistema de 
precatório é o meio de execução de uma dívida que a Constituição 
confere ao poder público perante o Judiciário (art. 100). O credor fica 
em uma fila de pagamentos, até chegar a sua ordem cronológica. Não 
há como penhorar bens do poder público para saldar a dívida. 
 
2) Prova: CESPE - 2007 - TCU - Técnico de Controle Externo: A 
administração direta é o conjunto de órgãos que integram a União 
e exercem seus poderes e competências de modo centralizado, ao 
passo que a administração indireta é formada pelo conjunto de 
pessoas administrativas, como autarquias e empresas públicas, 
que exercem suas atividades de forma descentralizada. 
 
Nessa questão, temos que Administração Direta é composta 
pelos órgãos que estão ligados diretamente ao poder central, seja 
federal estadual ou municipal, quais sejam: os próprios organismos 
dirigentes, seus ministérios e secretarias. 
Administração Indireta, por sua vez, é composta por entidades que 
foram criadas com personalidade jurídica própria para realizar 
atividades de Governo que necessitam ser desenvolvidas de forma 
descentralizada, sendo elas as autarquias, fundações, empresas 
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públicas e sociedades de economia mista, as quais se somam as 
participações societárias em entidades privadas. Logo o item está certo. 
 
3) Prova: CESPE - 2011 - MMA - Analista Ambiental - II: Acerca de 
direito administrativo e constitucional, julgue o item abaixo. 
No âmbito da União, a administração direta compreende os 
serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da 
República e dos respectivos ministérios, enquanto a administração 
indireta é exercida por entidades dotadas de personalidade jurídica 
própria. 
 
Cuidado com a malícia dessa questão. O examinador não quis 
traçar toda a composição da Administração Direta no âmbito da União. 
Citou apenas a Presidência da República e seus Ministérios, a título de 
exemplo. A questão não afirma de forma exaustiva, mas exemplificativa 
quais são os órgãos que compõem a estrutura da Administração Direta 
no âmbito da União. Portanto a questão está corretíssima! 
 
4) CESPE - 2008 - MPE-RR - Analista de Sistemas: Órgão público pode 
ser definido como pessoa jurídica de natureza pública, dotada de 
personalidade jurídica própria e com atribuições para atuar em prol 
do interesse público. 
 
Segundo a doutrinadora Maria Sylvia Zanella Di Prieto: órgão 
público é "uma unidade que congrega atribuições exercidas pelos 
agentes públicos que o integram com o objetivo de expressar a vontade 
do Estado”. O órgão público não tem personalidade jurídica própria. 
Logo a questão está errada. 
 
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5) CESPE - 2007 - TCU - Técnico de Controle Externo: Para a criação 
de uma autarquia, é exigido o registro do seu estatuto em cartório 
competente. 
 
Como vimos acima, a edição da lei é o que cria a autarquia, não 
havendo a necessidade de qualquer ato complementar de registro em 
cartórios. Por isso, item errado 
 
6) CESPE - 2010 - INSS - Engenheiro Civil: A autarquia age por 
delegação. 
 
Conforme observamos, a autarquia surge da ideia de outorga e não 
de delegação, pois é na primeira emque ocorre a descentralização 
administrativa, quando o Estado cria uma entidade e a ela transfere, 
mediante previsão em lei, a titularidade e a execução de determinado 
serviço público. Por isso, o item está errado. 
 
 
2.3.2. Fundações públicas (governamentais) 
As fundações são entidades (=possuem personalidade jurídica 
própria, ao contrário dos órgãos) que não possuem fins lucrativos, 
exercendo atividades de fim social: religiosos, morais, culturais ou de 
assistência. 
Elas podem ser de direito público ou de direito privado. 
Se a fundação é de direito público, ela é chamada de “autarquia 
fundacional” ou “fundação autárquica”. Nesse caso elas possuem 
características idênticas às autarquias. 
E se ela for de direito privado? Existe fundação de direito privado 
criada pelo Estado? 
Existe sim. Se tiver personalidade de direito privado, a fundação 
continua com todas as restrições impostas às autarquias e às fundações 
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de personalidade jurídica de direito público (obrigatoriedade de licitação 
e de concurso público, controle pelo tribunal de contas etc.), mas não 
possuem as prerrogativas das fundações autárquicas. 
 
2.3.3. Empresas Públicas 
As empresas públicas têm personalidade jurídica de direito privado. 
Como assim, professor? O Estado cria uma empresa privada? 
Isso mesmo, a Constituição autoriza o Estado a criar uma empresa 
privada para exercer atividade econômica relevante. Será relevante a 
atividade que seja “necessária aos imperativos da segurança nacional 
ou a relevante interesse coletivo”. Veja a redação dos arts. 173, § 1º, e 
175 da CF: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Assim, entende-se que o Estado pode criar empresas públicas para 
dois propósitos: (a) promover atividades econômicas ou (b) prestar 
serviços públicos. Só será permitida a criação se a atividade da 
empresa for de relevante interesse coletivo ou necessária à segurança 
nacional. 
Como vimos acima, a lei específica autoriza a criação das empresas 
públicas, quem cria, efetivamente, é o registro dos atos de criação da 
empresa no órgão competente (cartório ou junta comercial). 
Aqui você já deve SEPARAR O JOIO DO TRIGO! 
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração 
direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando 
necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse 
coletivo, conforme definidos em lei. 
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade 
de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade 
econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de 
serviços, dispondo sobre: 
Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob 
regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a 
prestação de serviços públicos. 
 
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Se o examinador quiser complicar um pouco a sua situação, ele vai 
explorar esse ponto da matéria. Por isso, OLHO ABERTO! 
As regras aplicáveis às empresas públicas que prestam serviço 
público são diferentes das regras aplicáveis àquelas que exercem 
atividade econômica. 
Isso porque, as que prestam serviço público atuam em substituição 
ao Estado para fornecer uma conveniência diretamente à população. Já 
as que exercem atividade econômica não podem ter prerrogativas 
de Estado, pois atuam num ambiente de concorrência com outras 
empresas. 
Por isso que a Constituição determina que “as empresas públicas e 
as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios 
fiscais (=imunidade tributária) não extensivos às do setor privado”. 
Além disso, os seus bens são penhoráveis na justiça, a responsabilidade 
civil é subjetiva, assim como ocorre nas relações entre particulares, 
contratam bens e serviços por licitação apenas se relacionados à 
atividade meio (de movimentação da máquina interna) – não há 
licitação para os bens relacionados à atividade fim da empresa (Ex: não 
se pode exigir que a CAIXA venda um pacote de serviços bancários por 
meio de licitação). 
Os dois grupos (as que prestam serviço público e as que exercem 
atividade econômica), entretanto, possuem características comuns, 
mais especificamente, restrições comuns: 
 Devem contratar mediante concurso público (normalmente 
pelo regime celetista); 
 Licitação obrigatória (salvo para a atividade fim das que 
atuam em atividade econômica); 
 Se submetem a controle pelos tribunais de contas e pela 
Administração Direta; 
 Não se sujeitam à falência; 
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 Podem responder mandado de segurança quando o ato 
praticado pelo gestor da empresa envolver atos de 
administração interna (=atividade meio), como, por exemplo, 
o diretor da empresa pública age ilegalmente ao realizar uma 
licitação para comprar material de escritório ou ao contratar 
empregados. Por outro lado, não cabe mandado de 
segurança contra os atos de gestão comercial (=atividade 
fim) praticados pelos administradores de empresas públicas. 
 As empresas públicas da União respondem ações judiciais na 
Justiça Federal. 
 
2.3.4. Sociedades de Economia Mista 
As sociedades de economia mista (SEM) também são empresas 
privadas criadas pelo Estado. Também devem ser criadas para exercer 
atividade econômica ou prestar serviço público de relevante interesse 
social ou relacionado à segurança nacional. O regime jurídico aplicado 
para cada um dos dois grupos (atividade e serviço) também é 
diferenciado. Também são criadas ante a existência de autorização legal 
e para os fins definidos (princípio da especialidade). Também se 
submetem a controle do ente que o criou e do tribunal de contas. 
Também contratam sob o regime celetista. 
Se até aqui tudo é igual, quais são as diferenças entre as SEM e as 
empresas públicas? 
MUITA ATENÇÃO!!! Você não vai escorregar nessa! 
Ao contrário das empresas públicas – que podem ser constituídas 
sob qualquer forma admitida no direito comercial – as SEM devem ser 
constituidas sempre sob a forma de uma sociedade anônima (=SA). 
Outra diferença com relação às empresas públicas é que o capital 
que constitui a empresa é misto: parte do poder público, parte da 
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iniciativa privada. Entretanto, a Administração Pública tem que ter a 
maioria do capital votante, ou seja, deve ter o controle acionário. 
A terceira importante diferença é que, mesmo as SEM da União 
respondem por ações judiciais na justiça comum estadual. 
Há outra particularidade, mas especificamentecom relação às 
licitações da Petrobrás, que presta atividade econômica. Ela deve 
comprar bens e serviços relativos à atividade meio mediante licitação, 
mas a lei lhe autorizou a utilizar uma licitação diferenciada, mais 
branda, e o STF entendeu que essa previsão legal está correta. 
 
 
 
7) CESPE - 2008 - PGE-ES - Procurador de Estado: A única 
diferença entre sociedade de economia mista e empresa pública é a 
composição do capital. 
 
8) CESPE - 2009 - OAB - Exame de Ordem Unificado: Os 
órgãos públicos não são dotados de personalidade jurídica própria. 
 
9) Prova: CESPE - 2010 - TRE-BA - Analista Judiciário - 
Taquigrafia: Do ponto de vista orgânico, o TRE integra a 
administração pública indireta. 
 
10) Prova: CESPE - 2008 - PC-TO - Delegado de Polícia: As 
instituições públicas de crédito, a exemplo do Banco do Brasil e da 
Caixa Econômica Federal, fazem parte da administração indireta, 
por serem todas sociedades de economia mista. 
 
Depois de estudar fica fácil, não é? Por óbvio a assertiva da 
questão da PGE-ES está errada, pois a sociedade de economia mista 
responde judicialmente perante a justiça comum estadual e não perante 
a justiça federal. 
Questões de 
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Com relação à questão 8, ela está correta, pois os órgãos não têm 
personalidade jurídica própria. 
Na questão 9, o TRE é órgão do Judiciário. Logo, não possui 
personalidade jurídica, que é característica primordial da administração 
indireta. Assim, a questão está errada. 
Cuidado com a questão 10, as empresas indicadas fazem parte da 
Administração Pública Indireta, são empresas estatais e são pessoas 
jurídicas de direito privado. O Banco do Brasil é uma sociedade de 
economia mista, mas a Caixa Econômica Federal é uma empresa 
pública. Logo, a questão está errada. 
 
2.3.5. Agências reguladoras, agências executivas e 
consórcios públicos 
Uai, professor, não eram só quatro os entes que fazem parte da 
Administração Indireta? 
É, de acordo com o DL 200, sim. Entretanto, esse DL é de 1967. 
De lá pra cá muita coisa mudou. Várias leis recentes criaram outras 
entidades da Administração Indireta. Dentre elas, temos: agências 
reguladoras, agências executivas e consórcios públicos. 
 As agências reguladoras vieram do direito norte-americano e 
foram criadas com o objetivo de dar uma maior independência a essas 
entidades frente ao Poder Executivo. A diretoria de uma agência 
reguladora, por exemplo, não é colocada e tirada pelo Presidente ou por 
um Ministro na hora em que eles bem entedem. A diretoria deve 
cumprir um mandato fixo, previsto em lei. 
Além disso, ao contrário dos demais entes da Administração 
Indireta, a agência reguladora tem as funções regulatória, normativa e, 
muitas das vezes, fiscalizadora. As agências atuam disciplinando e 
fiscalizando determinados setores da economia e de serviços públicos. A 
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ANATEL atua na telecomunicação. A ANEEL no setor de energia elétrica. 
A ANS no de planos de saúde. 
Elas editam normas que determinam a melhor forma de aplicar as 
leis, diante da alta complexidade técnica de determinadas atividades, e 
também, na maioria das vezes, exercem o poder de polícia para aplicar 
multa, suspender concessões etc. daqueles que descumprem as leis e 
resoluções. 
Há também as agências reguladoras que servem para fomentar 
deteminada atividade de interesse social, como a ANCINE, que busca 
incentivar o cinema nacional. 
Alguns doutrinadores (minoria) não consideram que as agências 
reguladoras são um quinto ente da Administração Indireta, pois elas são 
consideradas como “autarquias em regime jurídico especial”. 
As agência executiva, por sua vez, é a qualificação dada à 
autarquia, fundação pública ou órgão da administração direta que 
celebre contrato de gestão com o próprio ente político com o qual está 
vinculado. Atuam no setor onde predominam atividades que por sua 
natureza não podem ser delegadas à instituições não estatais, como 
fiscalização, exercício do poder de polícia, regulação, fomento, 
segurança interna etc. 
 O reconhecimento como agência executiva não muda, nem cria 
outra figura jurídica. É como conferir um “selo de qualidade” a um ente 
que já exite. 
 Segundo Maria Sylvia Zanella di Pietro, "Em regra, não se trata de 
entidade instituída com a denominação de agência executiva. Trata-se 
de entidade preexistente (autarquia ou fundação governamental) que, 
uma vez preenchidos os requisitos legais, recebe a qualificação de 
agência executiva, podendo perdê-la se deixar de atender aos mesmos 
requisitos.” 
No estudo da agência executiva, vale a leitura do art. 51 da Lei 
9.649/98: 
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Os consórcios públicos, por fim, estão regulados pela Lei 
11.107/05. Eles são a constituição, por entidades políticas (União, 
Estados, DF e Municípios), de um ente com personalidade jurídica 
própria, para promover a gestão associada de serviços públicos. 
As entidades políticas interessadas em participar de um consórcio 
público para executar determinado serviço público devem aprovar uma 
lei interna que as autorizem a integrar o consórcio. 
Nos consórcios públicos há dois contratos: o contrato de rateio e 
o contrato de programa. O primeiro disciplina a forma dos repasses 
de recursos de cada um dos entes que compõe o consórcio. O segundo 
disciplina como será prestado o serviço público (obrigações de cada 
ente, forma de prestação, hipóteses de extinção etc.) 
Atenção para o quadro resumo: 
Agências 
reguladoras 
Agência executiva Consórcios públicos 
Criadas com o 
objetivo de dar uma 
maior independência a 
essas entidades frente 
ao Poder Executivo. 
Tem as funções 
regulatória, normativa 
e, muitas das vezes, 
fiscalizadora de 
É a qualificação dada 
à autarquia, fundação 
pública ou órgão da 
administração direta 
que celebre contrato 
de gestão com o 
próprio ente político 
com o qual está 
vinculado. 
São a constituição, 
por entidades políticas 
(União, Estados, DF e 
Municípios), de um 
ente com 
personalidade jurídica 
própria, para 
promover a gestão 
associada de serviços 
Art. 51. O Poder Executivo poderá qualificar como Agência Executiva a 
autarquia ou fundação que tenha cumprido os seguintes requisitos: 
I - ter um plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento 
institucional em andamento; 
II - ter celebrado Contrato de Gestão com o respectivo Ministério 
supervisor. 
§ 1º A qualificação como Agência Executiva será feita em ato do 
Presidente da República. 
§ 2º O Poder Executivo editará medidas de organização administrativa 
específicas para as Agências Executivas, visando assegurar a sua 
autonomia de gestão, bem como a disponibilidadede recursos 
orçamentários e financeiros para o cumprimento dos objetivos e metas 
definidos nos Contratos de Gestão. 
 
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setores da economia e 
de serviços públicos. 
públicos. Celebram 
contrato de rateio e 
contrato de programa. 
 
 
 
11) CESPE - 2009 - IBRAM-DF - Advogado: Uma autarquia pode 
ser qualificada como agência executiva desde que estabeleça 
contrato de gestão com o ministério supervisor e tenha também 
plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento 
institucional em andamento. 
 
12) CESPE - 2011 - IFB - Professor - Direito: A Ordem dos 
Advogados do Brasil, na qualidade de autarquia profissional, não 
integra a administração indireta e não se submete ao controle do 
Tribunal de Contas da União. 
 
 
13) CESPE - 2011 - TRF - 5ª REGIÃO – Juiz: É característica da 
natureza de autarquia especial conferida à Agência Nacional de 
Energia Elétrica, agência reguladora criada pelo Estado brasileiro, 
a) a contratação de servidores não concursados para atribuições 
efetivas. 
b) a independência administrativa. 
c) o mandato variável de seus dirigentes. 
d) a exoneração sumária de seus dirigentes. 
e) a vinculação financeira a órgãos da administração direta. 
 
Basta ler o art. 51 da Lei nº 9.649/98 para constatar que o item 11 
está correto. 
Nessa segunda questão, o CESPE induz ao erro quando coloca "na 
qualidade de autarquia profissional". Por decisão do STF, estabeleceu-se 
Questões de 
concurso 
 
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que a OAB é uma ENTIDADE ímpar, "sui generis", é um serviço público 
independente e não é passível de enquadramento em nenhuma 
categoria regular prevista em nosso ordenamento. A OAB não está 
sujeita a controle da Administração, nem a qualquer das suas partes 
está vinculada. A questão está certa. 
Por fim, com relação à questão 13, o item “a” está errado, pois as 
agências reguladoras devem contratar por meio de concurso público 
para o provimento de cargos efetivos. O item “c” está errado, pois o 
mandato dos dirigentes das agências reguladoras tem prazo certo, 
fixado em lei. O item “d”, por sua vez está erado, pois a regra nas 
agências é a estabilidade dos dirigentes. O item “e” está errado, pois as 
agências reguladoras gozam de autonomia financeira. Assim, o item “b” 
é o correto, pois essas agências gozam da independência administrativa 
com relação à administração direta, uma vez que se caracteriza como 
um órgão técnico, que regulamenta serviços públicos essenciais. Nesse 
sentido, o art. 8º, § 2º, da Lei nº 9.472/97: 
 
 
 
 
Chegamos ao fim da Administração Indireta, propriamente dita, 
mas não ao final desse tema do direito administrativo. Passemos agora 
para o terceiro setor. 
 
2.4. Terceiro Setor 
Deixamos de lado agora as entidades que integram a 
Administração Pública para tratar das entidades não estatais, mas que 
prestam apoio ao Estado, exercendo atividades de utilidade pública. 
Não desanime! Estamos caminhando para o fim desse capítulo da 
aula. 
"A natureza de autarquia especial conferida à Agência é caracterizada por 
independência administrativa, ausência de subordinação hierárquica, 
mandato fixo e estabilidade de seus dirigentes e autonomia financeira" 
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As entidades do terceiro setor têm personalidade jurídica de direito 
privado, não têm fins lucrativos e são geridas por pessoas da sociedade 
civil (não há gestão estatal). São as famosas ONGs. 
Elas não fazem parte do 1º setor – público – nem do 2º setor – 
privado. São de natureza híbrida, por isso são chamadas de terceiro 
setor. Dentre essas entidades, destacam-se: Sistema S, Organizações 
Sociais, Oscip, e Entidades de apoio. 
Vamos à definição de cada uma delas. Numa prova para as 
carreiras da polícia não se cobra as caracteristicas dessas pessoas 
jurídicas de forma detalhada. No máximo, o examinador quer saber se 
você sabe diferenciar os institutos. Então vamos lá. 
Serviços Sociais Autônomos: é o sistema “S” – Sebrae, Sesi, 
Sesc, Senac... São criados por lei para exercer atividades de interesse 
de determinados grupos sociais ou de determinadas categorias 
profissionais, sem fins lucrativos. Recebem dotações orçamentárias e 
contribuições parafiscais do Estado para incentivarem (fomento) 
determinado ramo profissional. 
Como entidades privadas, não precisam fazer concurso público 
nem licitação. Todavia, como recebem recursos públicos, devem prestar 
contas ao TCU. 
Organizações Sociais (=OS): são ONGs criadas pela sociedade 
civil, regidas pela Lei nº 9.637/98. Assim como as agências executivas, 
são uma qualificação das ONGs pelo Poder Executivo. Elas não têm fins 
lucrativos e exercem atividades dirigidas ao ensino, à pesquisa 
científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do 
meio ambiente, à cultura ou à saúde, ou seja, atividades de interesse 
público. 
Elas podem recebem auxílio do Poder Público na forma de recursos 
públicos, na forma de permissão de uso de bens públicos e de cessão de 
servidores públicos com ônus para a Administração Pública. 
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Assim como os serviços sociais autônomos, por serem entidades 
privadas, não precisam fazer concursos públicos e nem licitação para 
comprar bens e serviços. Por outro lado, por receberem recursos do 
Estado, devem prestar contas ao respectivo tribunal de contas. 
Por fim, e o que é novidade: o poder público pode contratar com 
uma organização social para que esta preste serviço ao Estado sem 
licitação, esse instrumento se chama contrato de gestão. 
Organização da Sociedade Civil de Interesse Público 
(=OSCIP): são ONGs criadas por iniciativa privada, que obtêm um 
certificado emitido pelo poder público federal ao comprovar o 
cumprimento de certos requisitos, especialmente aqueles derivados de 
normas de transparência administrativa. Regulada pela Lei nº 9.790/99. 
As OSCIP podem celebrar com o poder público os chamados 
termos de parceria, com foco no cumprimento de metas e resultados 
previamente estabelecidos. 
A Oscip não pode favorecer um determinado grupo social 
específico, o interesse é público. Não pode estar ligado a partidos 
políticos, nem a religião, nem a sindicatos, etc. A lei veda, também, que 
uma OS, cooperativas, fundações públicas e privadas sejam 
caracterizadas como OSCIP. 
Para fiscalizar a execução dos serviços prestados, deve haver um 
conselho fiscal. 
Não há previsão de cessão de servidores ou de bens públicos, mas 
pode haver repasse de dinheiropúblico. 
Por fim, chegamos ao último conceito! 
Entidades de apoio: Reguladas pela Lei nº 8.958/94. Atuam na 
área de pesquisa, desenvolvimento científico e tecnológico. Podem ser 
fundações, associações e cooperativas. Recebem recursos públicos e 
podem receber bens e servidores. A Lei nº 8.958/94 acrescentou uma 
hipótese legal em que não é necessária a realização de licitação: 
quando o poder público contrata bem ou serviço de instituição brasileira 
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incumbida regimental ou estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do 
desenvolvimento institucional, ou de instituição dedicada à recuperação 
social do preso, desde que a contratada detenha inquestionável 
reputação ético-profissional e não tenha fins lucrativos. 
Vá para a prova com o seguinte quadro conceitual em mente, 
lembrando que nenhuma entidade do terceiro setor tem fins lucrativos: 
 
 
 
 
 
14) CESPE - 2007 - TCU - Técnico de Controle Externo: As 
entidades paraestatais, pessoas jurídicas de direito privado, 
TERCEIRO SETOR 
Serviços 
Sociais 
Autônomos 
 
OS 
 
OSCIP 
Entidades de 
apoio: 
Sistema “S”: 
criados para 
exercer 
atividades de 
interesse de 
determinados 
grupos sociais 
ou categorias 
profissionais, 
sem fins 
lucrativos. 
Fomento de 
ramo 
profissional. 
É qualificação das 
ONGs pelo Poder 
Executivo. 
Exercem 
atividades 
dirigidas ao 
ensino, à 
pesquisa 
científica, ao 
desenvolvimento 
tecnológico, à 
proteção e 
preservação do 
meio ambiente, à 
cultura ou à 
saúde, ou seja, 
atividades de 
interesse público. 
Celebram 
contratos de 
gestão. 
São ONGs 
criadas por 
iniciativa 
privada, que 
obtêm um 
certificado 
emitido pelo 
poder público 
federal ao 
comprovar o 
cumprimento de 
certos 
requisitos, 
especialmente 
aqueles 
derivados de 
normas de 
transparência 
administrativa. 
Celebram 
termos de 
parceria. 
Atuam na área 
de pesquisa, 
desenvolvimento 
científico e 
tecnológico. 
Dispensa 
licitação para 
contratar com o 
poder público. 
Questão de 
concurso 
 
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não-integrantes da administração direta ou indireta, colaboram 
para o desempenho do Estado nas atividades de interesse 
público, de natureza não-lucrativa. 
 
15) CESPE - 2008 - PC-TO - Delegado de Polícia: Embora não 
integrem a administração indireta, os chamados serviços sociais 
autônomos prestam relevantes serviços à sociedade brasileira. 
Entre eles podem ser citados o SESI, o SENAC, o SEBRAE e a 
OAB. 
 
16) Prova: CESPE - 2011 - IFB - Professor – Direito: As pessoas 
integrantes da administração indireta podem ser autorizadas e 
instituídas somente por lei, cujo teor deverá abordar a atividade 
descentralizada a ser exercida, e serão submetidas ao controle 
da administração direta da pessoa política a que são vinculadas. 
 
17) Prova: CESPE - 2008 - PC-TO - Delegado de Polícia: 
Considerando a divisão da administração pública federal em 
direta e indireta, é correto afirmar que os correios fazem parte 
da administração direta, por se tratar de empresa pública, sob 
controle exclusivo da União. 
 
Na questão do TCU, a alternativa está correta, conforme abordado 
no estudo do terceiro setor. 
Na questão de número 15, o item está errado, pois a OAB não faz 
parte dos serviços sociais autônomos, mas caracteriza-se como 
autarquia profissional de regime especial. 
A questão de número 16 aborda, de um modo geral, todas as 
pessoas da administração indireta, ou seja, as autarquias, as fundações 
públicas, as empresas públicas e as sociedades de economia mista. 
Como se sabe, algumas entidades são criadas (instituídas) por lei 
específica e outras apenas autorizados a criação por lei específica. O 
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item está certo, porque, sem mencionar uma e outra entidades, 
mencionou que há na administração indireta pessoas que são criadas 
(instituídas) e "outras" autorizadas a sua criação por lei específica. O 
examinador não separou uma entidade da outra. 
Muito cuidado quando houver alguma referencia sobre os Correios. 
Os Correios são empresa pública, mas têm tratamento próprio da 
Fazenda Pública. Assim, seus bens são impenhoráveis (conforme ADPF 
45), tem imunidade tributária. A questão está errada, porque, mesmo 
com essas características, os Correios não deixam de integrar a 
administração indireta. 
 
Aqui encerramos o estudo da Administração Direta e Indireta para 
o concurso de Agente e Escrivão da Polícia Federal. 
 
3. Resumo da aula 
 
Descentralização ocorre quando o ente político – União, Estados, 
DF ou Municípios - desempenha algumas de suas funções por meio de 
outras pessoas jurídicas. A descentralização pressupõe duas pessoas 
jurídicas distintas: o Estado e a entidade que executará o serviço, por 
ter recebido do Estado essa atribuição. 
A descentralização administrativa pode ser promovida por meio de 
outorga ou de delegação. 
Na outorga (também chamada de descentralização administrativa 
funcional ou por serviços), o Estado cria uma entidade e a ela 
transfere, mediante previsão em lei, a titularidade e a execução de 
determinado serviço público. A nova entidade passa a ter capacidade de 
autoadministração e patrimônio próprio. Normalmente é conferida por 
prazo indeterminado. 
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Na delegação (também chamada de descentralização 
administrativa por colaboração), o Estado transfere, por contrato ou 
ato unilateral, unicamente a execução do serviço, para que o ente 
delegado o preste ao público em seu próprio nome e por sua conta e 
risco, sob fiscalização estatal. É o que ocorre nos contratos de 
concessão e permissão. 
Desconcentração, por sua vez, é a reorganização administrativa 
interna, dentro de uma pessoa jurídica. Constitui uma redistribuição 
interna de competências. Pode ocorrer na Administração Direta e na 
Indireta. 
Órgãos são centros internos de competência administrativa e não 
possuem personalidade jurídica própria. 
Nos termos do art. 84, VI, “a”, da Constituição Federal, a 
estruturação e as atribuições dos órgãos poderão ser disciplinadas por 
meio de decreto do Chefe do Executivo, desde que não haja aumento 
de despesas nem sua criação ou extinção. Assim, a autoridade não 
pode criar ou extinguir um órgão. 
Quem faz isso, cria ou extingue órgão, é a lei. É o Poder Legislativo 
quem edita a lei que cria ou extingue um órgão. 
 Princípio da legalidade: aqui, esse princípio tema importante 
função de dizer que “somente por lei específica poderá ser 
criada autarquia e autorizada a instituição de empresa 
pública, de sociedade de economia mista e de fundação, 
cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as 
áreas de sua atuação” (redação do art. 37, XIX, da 
Constituição – CF); 
 Princípio da especialidade: a entidade da administração 
indireta possui uma competência específica. Não é possível, 
por exemplo, a Polícia Federal construir estradas. São 
entidades com personalidade própria, patrimônio próprio, 
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auto-administração e capacidade específica para executar 
determinado fim do Estado. 
 Princípio do controle ou tutela: a entidade da administração 
indireta é vinculada ao ente político que a instituiu. O INSS 
(autarquia), por exemplo, é vinculado ao Ministério da 
Previdência (órgão da União). É vinculação e não 
subordinação hierárquica. Isso quer dizer que não pode haver 
ingerência do órgão instituidor nos serviços da entidade, a 
menos que haja previsão legal ou caso esteja havendo 
descumprimento de suas atividades legais. No âmbito 
federal, o DL 200/67 chama o princípio do controle/tutela de 
supervisão ministerial. 
 
As autarquias exercem atividades administrativas típicas do 
Estado: INSS (previdência), DETRAN (trânsito), CADE (defesa da 
concorrência), CVM (bolsa de valores), etc. 
Elas têm personalidade jurídica de direito público. Por serem 
regidas pelo direito público e por prestarem atividades típicas do 
Estado, as autarquias gozam de prerrogativas (ou de atributos 
especiais) assim como a União, os estados-membros e os municípios. 
Em contrapartida, como a Administração Pública se submete a 
controle e aos princípios mencionados na aula passada, as autarquias 
sofrem as mesmas restrições tipicas daquele que cuida da coisa pública. 
As fundações são entidades (=possuem personalidade jurídica 
própria, ao contrário dos órgãos) que não possuem fins lucrativos, 
exercendo atividades de fim social: religiosos, morais, culturais ou de 
assistência. 
A Constituição autoriza o Estado a criar uma empresa privada para 
exercer atividade econômica relevante. Será relevante a atividade que 
seja “necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante 
interesse coletivo”. 
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 Assim, entende-se que o Estado pode criar empresas públicas para 
dois propósitos: (a) promover atividades econômicas ou (b) prestar 
serviços públicos. Só será permitida a criação se a atividade da 
empresa for de relevante interesse coletivo ou necessária à segurança 
nacional. 
As regras aplicáveis às empresas públicas que prestam serviço 
público são diferentes das regras aplicáveis àquelas que exercem 
atividade econômica. 
Ao contrário das empresas públicas – que podem ser constituídas 
sob qualquer forma admitida no direito comercial – as SEM devem ser 
constituidas sempre sob a forma de uma sociedade anônima (=SA). 
Outra diferença com relação às empresas públicas é que o capital 
que constitui a empresa é misto: parte do poder público, parte da 
iniciativa privada. Entretanto, a Administração Pública tem que ter a 
maioria do capital votante, ou seja, deve ter o controle acionário. 
Por fim, a terceira importante diferença é que, mesmo as SEM da 
União respondem por ações judiciais na justiça comum estadual. 
Agências 
reguladoras 
Agência executiva Consórcios públicos 
Criadas com o 
objetivo de dar uma 
maior independência a 
essas entidades frente 
ao Poder Executivo. 
Tem as funções 
regulatória, normativa 
e, muitas das vezes, 
fiscalizadora de 
setores da economia e 
de serviços públicos. 
É a qualificação dada 
à autarquia, fundação 
pública ou órgão da 
administração direta 
que celebre contrato 
de gestão com o 
próprio ente político 
com o qual está 
vinculado. 
São a constituição, 
por entidades políticas 
(União, Estados, DF e 
Municípios), de um 
ente com 
personalidade jurídica 
própria, para 
promover a gestão 
associada de serviços 
públicos. Celebram 
contrato de rateio e 
contrato de programa. 
TERCEIRO SETOR 
Serviços 
Sociais 
Autônomos 
 
OS 
 
OSCIP 
Entidades de 
apoio: 
Sistema “S”: 
criados para 
É qualificação das 
ONGs pelo Poder 
São ONGs 
criadas por 
Atuam na área 
de pesquisa, 
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4. Questões 
 
1) CESPE - 2009 - OAB - Exame de Ordem Unificado: Julgue os 
itens subsequentes em Certo e Errado, relativos à organização e 
estruturação da administração pública. 
I Uma lei que reestruture a carreira de determinada categoria de 
servidores públicos pode também dispor acerca da criação de uma 
autarquia. 
II O controle das entidades que compõem a administração indireta 
da União é feito pela sistemática da supervisão ministerial. 
III As autarquias podem ter personalidade jurídica de direito 
privado. 
IV As autarquias têm prerrogativas típicas das pessoas jurídicas de 
direito público, entre as quais se inclui a de serem seus débitos 
apurados judicialmente executados pelo sistema de precatórios. 
 
exercer 
atividades de 
interesse de 
determinados 
grupos sociais 
ou categorias 
profissionais, 
sem fins 
lucrativos. 
Fomento de 
ramo 
profissional. 
Executivo. 
Exercem 
atividades 
dirigidas ao 
ensino, à 
pesquisa 
científica, ao 
desenvolvimento 
tecnológico, à 
proteção e 
preservação do 
meio ambiente, à 
cultura ou à 
saúde, ou seja, 
atividades de 
interesse público. 
Celebram 
contratos de 
gestão. 
iniciativa 
privada, que 
obtêm um 
certificado 
emitido pelo 
poder público 
federal ao 
comprovar o 
cumprimento de 
certos 
requisitos, 
especialmente 
aqueles 
derivados de 
normas de 
transparência 
administrativa. 
Celebram 
termos de 
parceria. 
desenvolvimento 
científico e 
tecnológico. 
Dispensa 
licitação para 
contratar com o 
poder público. 
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2) Prova: CESPE - 2007 - TCU - Técnico de Controle Externo: A 
administração direta é o conjunto de órgãos que integram a União 
e exercem seus poderes e competências de modo centralizado, ao 
passo que a administração indireta é formada pelo conjunto de 
pessoas administrativas, como autarquias e empresas públicas, 
que exercem suas atividades de forma descentralizada. 
 
3) Prova: CESPE - 2011 - MMA - Analista Ambiental - II: Acerca de 
direito administrativo e constitucional, julgue o item abaixo.No âmbito da União, a administração direta compreende os 
serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da 
República e dos respectivos ministérios, enquanto a administração 
indireta é exercida por entidades dotadas de personalidade jurídica 
própria. 
 
4) Prova: CESPE - 2008 - MPE-RR - Analista de Sistemas: 
Órgão público pode ser definido como pessoa jurídica de natureza 
pública, dotada de personalidade jurídica própria e com atribuições 
para atuar em prol do interesse público. 
 
5) CESPE - 2007 - TCU - Técnico de Controle Externo: Para a 
criação de uma autarquia, é exigido o registro do seu estatuto 
em cartório competente. 
 
6) CESPE - 2010 - INSS - Engenheiro Civil: A autarquia age por 
delegação. 
 
7) CESPE - 2008 - PGE-ES - Procurador de Estado: A única 
diferença entre sociedade de economia mista e empresa pública é a 
composição do capital. 
 
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8) CESPE - 2009 - OAB - Exame de Ordem Unificado: Os 
órgãos públicos não são dotados de personalidade jurídica própria. 
 
9) Prova: CESPE - 2010 - TRE-BA - Analista Judiciário - 
Taquigrafia: Do ponto de vista orgânico, o TRE integra a 
administração pública indireta. 
 
10) Prova: CESPE - 2008 - PC-TO - Delegado de Polícia: As 
instituições públicas de crédito, a exemplo do Banco do Brasil e da 
Caixa Econômica Federal, fazem parte da administração indireta, 
por serem todas sociedades de economia mista. 
 
11) CESPE - 2009 - IBRAM-DF - Advogado: Uma autarquia pode 
ser qualificada como agência executiva desde que estabeleça 
contrato de gestão com o ministério supervisor e tenha também 
plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento 
institucional em andamento. 
12) Prova: CESPE - 2011 - IFB - Professor - Direito: A Ordem 
dos Advogados do Brasil, na qualidade de autarquia profissional, 
não integra a administração indireta e não se submete ao 
controle do Tribunal de Contas da União. 
 
13) CESPE - 2007 - TCU - Técnico de Controle Externo: As 
entidades paraestatais, pessoas jurídicas de direito privado, 
não-integrantes da administração direta ou indireta, colaboram 
para o desempenho do Estado nas atividades de interesse 
público, de natureza não-lucrativa. 
14) CESPE - 2008 - PC-TO - Delegado de Polícia: Embora não 
integrem a administração indireta, os chamados serviços sociais 
autônomos prestam relevantes serviços à sociedade brasileira. 
Entre eles podem ser citados o SESI, o SENAC, o SEBRAE e a 
OAB. 
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15) CESPE - 2011 - TRF - 5ª REGIÃO – Juiz: É característica da 
natureza de autarquia especial conferida à Agência Nacional de 
Energia Elétrica, agência reguladora criada pelo Estado 
brasileiro, 
a) a contratação de servidores não concursados para atribuições 
efetivas. 
b) a independência administrativa. 
c) o mandato variável de seus dirigentes. 
d) a exoneração sumária de seus dirigentes. 
e) a vinculação financeira a órgãos da administração direta. 
 
16) Prova: CESPE - 2011 - IFB - Professor – Direito: As pessoas 
integrantes da administração indireta podem ser autorizadas e 
instituídas somente por lei, cujo teor deverá abordar a atividade 
descentralizada a ser exercida, e serão submetidas ao controle 
da administração direta da pessoa política a que são vinculadas. 
 
17) Prova: CESPE - 2008 - PC-TO - Delegado de Polícia:Parte 
superior do formulário Considerando a divisão da administração 
pública federal em direta e indireta, é correto afirmar que os 
correios fazem parte da administração direta, por se tratar de 
empresa pública, sob controle exclusivo da União. 
 
 
Gabarito: 
1) I- Errado II- Certo III- Errado IV- Certo 
2) Certo 
3) Certo 
4) Errado 
5) Errado 
6) Errado 
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7) Errado 
8) Certo 
9) Errado 
10) Errado 
11) Certo 
12) Certo 
13) B 
14) Certo 
15) Errado 
16) Certo 
17) Errado 
 
 
5. Referências 
 
 
ALEXANDRINO, Marcelo. PAULO, Vicente. Direito Administrativo 
Descomplicado. 18ª Ed., São Paulo, Método, 2010. 
BRESSER-PEREIRA, Luiz Carlos. Intervenção no VI Fórum da Reforma 
do Estado. Rio de Janeiro, 1º. de outubro de 2007. 
CAETANO, Marcelo. Princípios Fundamentais de Direito Administrativo. 
Ed. Forense, Rio de Janeiro, 1977. 
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo, 
13ª Ed., Lumen Juris Editora, Rio de Janeiro, 2005. 
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 22ª Ed. Editora 
Atlas, São Paulo, 2009. 
GASPARINI, Diogenes. Direito Administrativo, 13ª Ed., Editora Saraiva, 
São Paulo, 2008. 
MARINELA, Fernanda. Direito Administrativo, Tomo I, 3ª Edição, 
Salvador, 2007, Jus Podivm. 
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro, 23ª ed., São 
Paulo: Malheiros Editores, 1998. 
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo, 27ª 
Ed., Malheiros Editores, São Paulo, 2010. 
RABELO, Gabriel e MARSULA, Eliane. 1001 Questões Comentadas de 
Direito Administrativo – ESAF – Ed. Método, 2011. 
TALAMINI, Daniele Coutinho. Revogação do Ato Administrativo, 
Malheiros Editores, 2002. 
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SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo – 24ª 
edição, São Paulo: Malheiros Editores, 2005. 
ZANCANER, Weida. Da Convalidação e da Invalidação dos Atos 
Administrativos, 3ª Ed., São Paulo, Malheiros Editores, 2008. 
ZANNONI, Leandro. Direito Administrativo – Série Advocacia Pública, 
Vol. 3, Ed. Forense, Rio de Janeiro, Ed. Método, São Paulo, 2011. 
Informativos de jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, em 
www.stf.jus.br, e do Superior Tribunal de Justiça, em www.stj.jus.br.

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