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9 
Saúde Coletiva em Debate, 2(1), 30-29, dez. 2012 
A importância do Programa Hiperdia em uma Unidade de Saúde da Família do 
município de Serra Talhada - PE, para adesão dos hipertensos e diabéticos ao 
tratamento medicamentoso e dietético 
 
The importance of Hiperdia Program in a Family Health Unit of the municipality of 
Serra Talhada – PE for adhesion of hypertension and diabetes pacients to drug and 
dietary treatment 
 
Aisleide de Souza Lima¹; Edviges de Souza Magalhães Gaia
1
; 
Micherllaynne Alves Ferreira
1* 
¹Faculdade de Integração do Sertão, Serra Talhada - PE. 
 
Resumo: O objetivo do presente estudo foi analisar a importância do Programa Hiperdia em 
uma Unidade de Saúde da Família do município de Serra Talhada – PE. Realizando descrição 
sobre a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), Diabetes Melittus (DM) e do Sistema de 
Informação Hiperdia. Trata-se de um estudo exploratório com elementos descritivos e 
quantitativos, tendo como base para sua elaboração um questionário semiestruturado com 13 
perguntas realizadas no domicílio do paciente. A amostra foi constituída por 70 usuários 
registrados no Programa Hiperdia da USF. Os resultados demonstram que o sexo feminino 
76,92% e idades acima de 50 anos 89,23% predominaram na pesquisa. Desses, 89,23% 
relataram que houve melhora na qualidade de vida após o acompanhamento e 92,31% referem 
que o Programa Hiperdia contribui para a adesão aos tratamentos farmacológicos e não 
farmacológicos. Diante do exposto, é evidente a importância deste, no acompanhamento em 
Unidades Ambulatoriais, oferecendo assim a população, uma melhoria na qualidade de vida. 
Palavras chave: Hipertensão Arterial Sistêmica. Diabetes Melittus. Programa Hiperdia. 
 
Abstract: The aim of this study was analyze the importance of the Hiperdia Program in 
Family Health Unit of the municipality of Serra Talhada - PE. Performing description of the 
Systemic Arterial Hypertension (SAH), diabetes mellitus (DM) and information Hiperdia 
System. One is about an exploratory study with descriptive and quantitative elements, having 
a half-structuralized questionnaire with 13 questions as the basis, performed in the patient’s 
home. The sample consisted by 70 users registered on Hiperdia Program of USF. Results 
show that the female (76, 92%), and ages over 50 years (89, 23%) had a bigger prevalence. It 
was found in the population interviewed, 89,23% reported an improvement in quality of life 
after monitoring, and 92,31% report that the program contributes to adherence to 
pharmacological and non-pharmacological treatment. Given the above, the importance of 
program is evident in the follow-up in Outpatient Services Unit, thus offering a better quality 
of life to population. 
 
Keywords: Systemic Arterial Hypertension. Diabetes Mellitus. Hiperdia Program. 
 
 
 
 *Autor para Correspondência: Micherllayne Alves Ferreira. Rua João Luiz de Melo, nº 2110. Bairro 
Tancredo Neves. CEP: 56909-205. Serra Talhada – PE. E-mail: micherllaynnealves@hotmail.com 
 
 
10 
Saúde Coletiva em Debate, 2(1), 30-29, dez. 2012 
1 INTRODUÇÃO 
 
Segundo Silva et al. (2008), as 
doenças cardiovasculares constituem a 
principal causa de morbimortalidade na 
população brasileira. A Hipertensão 
Arterial Sistêmica (HAS) e o Diabetes 
Mellitus (DM) representam um dos 
principais fatores de risco para o 
agravamento desse cenário, por estarem 
relacionados ao surgimento de outras 
doenças crônicas não transmissíveis, que 
trazem repercussões negativas para a 
qualidade de vida (ROCHA, 2010). 
De acordo com Brasil (2006), o 
número de pacientes portadores de HAS e 
DM tende a aumentar nos próximos anos, 
não somente devido ao envelhecimento da 
população e à crescente urbanização, mas, 
sobretudo, pelo estilo de vida pouco 
saudável. 
A HAS, mais popularmente chamada 
de "pressão alta", está relacionada com a 
força que o coração faz para impulsionar o 
sangue para o corpo todo. No entanto, para 
ser considerado hipertenso, é preciso que a 
pressão arterial além de mais alta que o 
normal, 120x80mmHg, ela também 
permaneça elevada durante um período 
prolongado de tempo independente da 
hora, dia ou tipo de atividade 
desenvolvida. Assim, é necessário fazer 
um controle maior, medindo 
frequentemente os níveis da pressão 
arterial (MONTENEGRO; FRANCO, 
2003). 
Brito e Volp (2008), afirmam que, 
DM é o nome de um respectivo grupo de 
disfunções crônicas que interrompe o 
modo com que o organismo aproveita os 
alimentos para fabricar a energia 
necessária para a vida, o qual é uma 
modificação no metabolismo dos 
carboidratos, que também altera lipídeos e 
proteínas. Sendo assim, há duas formas 
principais de diabetes (Tipo 1 e Tipo 2), 
bem como estados de intolerância à 
glicose, diabetes gestacional e diabetes 
causada por doenças pancreáticas. 
Essas patologias por serem, na 
maior parte do seu curso, assintomáticas, 
seu diagnóstico e tratamento são 
frequentemente negligenciados, somando-
se a isso a baixa adesão, por parte dos 
pacientes, às orientações e aos tratamentos 
prescritos. 
As complicações mais frequentes 
da HAS e do DM são: infarto agudo do 
miocárdio, acidente vascular cerebral, 
doença renal crônica, amputações de 
membros inferiores e cegueira; além de 
acarretarem dor, ansiedade, menor 
qualidade de vida e menor expectativa de 
vida aos doentes, familiares e amigos. 
Consideradas, também, a maior causa de 
partos prematuros e mortalidade materna. 
O grande impacto da 
morbimortalidade cardiovascular na 
população brasileira, que tem o DM e a 
HAS como importantes fatores de risco, 
traz um desafio para o sistema público de 
saúde: a garantia de acompanhamento 
sistemático dos indivíduos identificados 
como portadores desses agravos, assim 
como o desenvolvimento de ações 
referentes à promoção da saúde e à 
prevenção de doenças crônicas não 
transmissíveis. 
Este desafio é, sobretudo, da 
Atenção Básica, notadamente da Saúde da 
Família, espaço prioritário e privilegiado 
de atenção à saúde que atua com equipe 
multiprofissional e cujo processo de 
trabalho pressupõe vínculo com a 
comunidade e a clientela adscrita, levando 
em conta diversidade racial, cultural, 
religiosa e os fatores sociais envolvidos 
(BRASIL, 2006). 
Visando um acompanhamento 
constante, e devido ao aumento dos 
agravos em pacientes portadores de 
doenças cardiovasculares, foi criado em 
2002, um Plano de Reorganização da 
Atenção à HAS e DM, denominado 
Hiperdia. Este programa objetiva atacar a 
fundo estes agravos, estabelecendo metas e 
diretrizes para ampliar ações de prevenção, 
diagnóstico, tratamento e controle dessas 
patologias, através da reorganização do 
11 
Saúde Coletiva em Debate, 2(1), 30-29, dez. 2012 
trabalho de atenção à saúde, das unidades 
da rede básica dos Serviços de Saúde 
(BRASIL, 2002). O bom relacionamento 
entre a equipe da Unidade de Saúde da 
Família (USF) e os pacientes cadastrados 
nesta, irá de maneira expressiva, melhorar 
o funcionamento deste programa. 
A presente pesquisa buscou 
demonstrar a importância do Programa 
Hiperdia na adesão aos tratamentos 
farmacológicos e não farmacológicos, na 
prevenção de complicações e no 
cumprimento desses como preconiza o 
Ministério da Saúde. 
 Levando-se em consideração o 
quantitativo de doentes crônicos com as 
patologias citadas e as complicações que 
estas podem causar, como também, o custo 
aos sistemas de saúde e aos seus 
portadores, a pesquisa referenciou a 
importância do Programa na realização do 
acompanhamentoaos usuários, 
beneficiando leitores e profissionais para 
uma melhor atenção à saúde, e dessa forma 
a população em geral poderá adquirir com 
os demais programas do Ministério da 
Saúde, em destaque o Hiperdia, uma 
melhor qualidade de vida. 
 
2 METODOLOGIA 
 
A presente pesquisa foi realizada no 
município de Serra Talhada (PE), na 
Mesorregião do Sertão Pernambucano no 
Vale do Pajeú, a 415 km do Recife, no 
trajeto da principal rodovia ligando a 
capital ao interior. De acordo com o IBGE 
(2009) Serra Talhada tem uma população 
estimada em 83.245 habitantes, dentre 
estes 6.418 são hipertensos e 1.238 
diabéticos, de acordo com dados da 
Secretaria Municipal de Saúde de Serra 
Talhada (2011). A pesquisa ocorreu em 
uma USF, localizada na zona urbana no 
bairro da Cohab. Esta unidade possui 234 
hipertensos e 46 diabéticos, todos 
cadastrados e acompanhados pelo 
Programa Hiperdia. 
A pesquisa realizada foi do tipo 
exploratória quantitativa, e teve como 
instrumento principal um questionário 
semi-estruturado com 13 perguntas 
direcionadas para 25% do total dos 
usuários portadores de Hipertensão e/ou 
Diabetes cadastrados no Hiperdia da USF 
descrita. A percentagem foi escolhida pelo 
método estatístico de amostragem do tipo 
estratificada, possuindo 95% de confiança. 
Participaram da pesquisa os 
hipertensos e diabéticos cadastrados no 
Programa Hiperdia da referida USF, com 
idades variadas, todos acima de 18 anos, 
orientados e em condições mentais para 
responder o questionário. 
Os dados foram coletados no 
domicílio dos hipertensos e/ou diabéticos 
no período de 12 a 30 de setembro de 
2011, a entrevista foi norteada por um 
questionário, lido e apresentado pelas 
pesquisadoras e quando permitido pelo 
participante, constando de assinatura ou 
impressão digital no Termo de 
Consentimento Livre e Esclarecido 
(TCLE) para liberação da pesquisa do 
cliente. 
Por se tratar de pesquisa 
envolvendo seres humanos, os preceitos 
ético-legais, enunciados na Resolução 
196/1996 do Conselho Nacional de Saúde 
foram seguidos, garantindo o sigilo com 
relação à identidade e às informações. Os 
indivíduos que fizeram parte da pesquisa 
não sofreram danos. Pelo contrário, foram 
beneficiados com a reflexão sobre a 
realidade dos problemas do diabetes e 
hipertensão. 
A pesquisa foi deliberada pela 
Instituição por meio da Carta de Anuência 
e aprovada pelo Comitê de Ética da 
Faculdade de Integração de Patos - PB com 
protocolo nº 088/2011. 
 
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
A saúde no Brasil apresentou 
mudanças expressivas nas últimas décadas, 
com incrementos na expectativa de vida, 
redução da mortalidade materna e infantil, 
aumento da cobertura em programas de 
imunização e atenção às doenças crônicas, 
12 
Saúde Coletiva em Debate, 2(1), 30-29, dez. 2012 
e incorporação de tecnologias de ponta e 
resolutivas. Todas essas transformações 
evoluíram com efeitos profundos nos 
indicadores epidemiológicos e econômicos 
do País. 
Dessa forma, o presente estudo 
aponta parte dessa realidade no que se diz 
ao cuidado integral das doenças crônicas, 
como já citado a Hipertensão Arterial e o 
Diabetes Mellitus. 
Os resultados da pesquisa 
demonstram que dentre os participantes, 
23,08% são do sexo masculino e 76,92% 
do sexo feminino. 
Esse percentual mais elevado do 
gênero feminino é confirmado por Miranzi 
et al. (2008): 
 
Na área de abrangência estudada, o 
perfil epidemiológico dos indivíduos 
com DM e HAS caracteriza-se pelo 
predomínio do sexo feminino, pois, 
no planeta, a população feminina é 
maior que a masculina, segundo 
dados mundiais. Este fato explica, em 
parte, a maior proporção de mulheres 
acometidas, e ainda que são 
diagnosticadas por procurarem mais 
frequentemente os serviços de saúde. 
 
Outro motivo de relevância na 
apresentação desse dado corroborando com 
Zaitune et al. (2006) que as mulheres 
geralmente têm maior percepção das 
doenças, pois apresentam maior tendência 
para o autocuidado e buscam mais 
assistência médica do que os homens, o 
que tenderia a aumentar a probabilidade de 
ter a HAS e/ou DM diagnosticados. 
Com relação à faixa etária dos 
entrevistados foi constatada uma 
prevalência de pacientes com idade igual 
ou superior aos 50 anos (89,23%) (figura 
1), o que mostra muita semelhança com 
dados do Ministério da Saúde (2006) que 
estipula que aproximadamente 65% dos 
idosos são hipertensos o que demonstra 
mais uma vez a presença de altas 
prevalências de HAS e DM nas faixas 
etárias mais velhas. Há uma relação 
diretamente proporcional entre idade e o 
desenvolvimento de doenças crônico-
degenerativas; quanto mais próximo o 
individuo chega ou ultrapassa a senilidade, 
maior será a chance de desenvolver 
complicações cardiovasculares, 
interferindo negativamente na sua 
qualidade de vida (FINOTTI et al., 2008). 
 
FIGURA 1 - Faixa etária de Hipertensos e 
Diabéticos cadastrados no Programa Hiperdia, na 
área de abrangência da USF – Cohab, no município 
de Serra Talhada – PE, 2011. 
 
Fonte: As autoras, 2012. 
 
A figura 2 apresenta o percentual 
dos entrevistados por patologia, 
confirmando uma maior prevalência de 
pacientes com HAS (69,23%). Deve-se 
levar em consideração, também, o 
significativo percentual de pessoas que 
possuem ambas as patologias (26,15%), 
pois é comprovado que o indivíduo que 
apresenta uma das referidas patologias tem 
uma probabilidade maior de desenvolver a 
outra. 
 
FIGURA 2 - Entrevistados por patologia, na área 
de abrangência da USF – Cohab, no município de 
Serra Talhada – PE, 2011. 
 
 
Fonte: As autoras, 2012. 
 
Dentre os entrevistados, 66,15% 
afirmaram ter iniciado o tratamento em 
menos de 10 anos. Este resultado 
demonstra que os usuários são 
13 
Saúde Coletiva em Debate, 2(1), 30-29, dez. 2012 
diagnosticados e cadastrados precocemente 
pela Unidade de Saúde, pois o tratamento 
farmacológico e não-farmacológico para 
HAS e/ou DM deve ser iniciado o mais 
precocemente possível, para que se evitem 
complicações, que levam os pacientes a 
internações, diminuição da qualidade de 
vida e aposentadoria precoce, onerando 
não só o Sistema de Saúde, mas, também, a 
Previdência Social. 
Os tratamentos de doenças crônicas 
que implicam em manutenção de um 
quadro clínico e não usa a cura, tem-se 
apresentado como um grande desafio, tanto 
para o paciente como para a equipe de 
saúde. O tempo prolongado torna-se assim 
um dos fatores predisponentes para a não 
adesão ao tratamento (NOBRE et al., 
2001). 
Com relação à frequência de 
atendimento na USF, 66,15% dos 
entrevistados relataram que realizam o 
acompanhamento do programa 
mensalmente e 13,85% realizam o mesmo 
a cada 2 meses (Figura 3). 
A regularidade do acompanhamento 
ao paciente pela equipe de saúde da família 
é de suma importância, mas devem seguir 
uma ordem quanto à gravidade da 
patologia. Segundo Turrini (2001), “a 
resolutividade dos serviços e a satisfação 
do cliente são maneiras de se avaliar os 
serviços de saúde, a partir dos resultados 
obtidos no atendimento ao usuário”. 
Sabe-se que somente o diagnóstico e 
cadastro precoce não fazem com que os 
usuários realizem os tratamentos 
medicamentoso e dietético adequadamente, 
é necessário que exista o monitoramento 
deste paciente através do acompanhamento 
mensal, fazendo com que este fique 
motivado a manter os tratamentos. 
De acordo com o relato de 58,46% 
entrevistados,os profissionais da referida 
USF, durante o atendimento do Programa 
Hiperdia, realizam apenas orientações 
individuais; 29,23% afirmam que além das 
orientações individuais é realizado 
palestras educativas sobre o tema e 12,31% 
afirmam não existir nenhum tipo de 
atendimento (Figura 4). 
 
FIGURA 3 - Hipertensos e Diabéticos cadastrados 
no Programa Hiperdia que frequentam a Unidade 
de Saúde, na área de abrangência da USF – Cohab, 
no município de Serra Talhada – PE, 2011. 
 
Fonte: As autoras, 2012. 
 
O tratamento do DM e da HAS 
inclui orientação e educação em saúde, 
modificações no estilo de vida e, se 
necessário, o uso de medicamentos. As 
orientações são necessárias, tanto no que se 
refere ao tratamento medicamentoso 
quanto ao não medicamentoso. A educação 
em saúde é imprescindível, pois não é 
possível o controle adequado da glicemia e 
da pressão arterial se o paciente não for 
instruído sobre os princípios em que se 
fundamentam seu tratamento. A 
participação ativa do indivíduo é a única 
solução eficaz no controle das doenças e na 
prevenção de suas complicações (BRASIL, 
2002). 
 
FIGURA 4 - Tipo de atividade realizada pelos 
profissionais da Unidade de Saúde, na área de 
abrangência da USF – Cohab, no município de 
Serra Talhada – PE, 2011. 
 
 
 Fonte: As autoras, 2012. 
 
 De acordo com o fornecimento de 
orientações pelos profissionais enfermeiro 
14 
Saúde Coletiva em Debate, 2(1), 30-29, dez. 2012 
e médico da USF aos usuários quanto o 
uso correto e diário da medicação anti-
hipertensiva e/ou hipoglicemiante; 
observa-se que 92,31% dos entrevistados 
afirmam receber orientações dos 
profissionais quanto ao uso correto das 
medicações utilizadas. 
O tratamento medicamentoso é 
indicado quando o usuário mesmo 
realizando adequadamente o tratamento 
não farmacológico, não ocorra a redução 
da pressão arterial para níveis inferiores à 
140x90mmHg ou redução da glicemia para 
níveis inferiores a 126 mg/dL. Para que o 
usuário faça uso correto da medicação anti-
hipertensiva ou hipoglicemiante é 
necessário que o profissional de saúde 
forneça orientações frequentes quanto ao 
uso correto e diário desses, diminuindo os 
níveis tensionais e glicêmicos ou 
estabilizando esses e evitando-se, assim, o 
surgimento de complicações (BEZERRA 
et al., 2009). 
 Foi questionado aos entrevistados 
quanto ao fornecimento de informações 
dos profissionais enfermeiro e médico da 
USF para a realização de alguma atividade 
física, como caminhada, natação, etc; 
70,77% afirmam receber este tipo de 
informação e 29,23% relatam não receber 
nenhum tipo de informação sobre o 
assunto. 
A ausência de atividade física é 
considerada fator de risco para o 
desenvolvimento de HAS e DM, sendo 
fundamental sua prática para prevenir as 
referidas patologias e reduzir a 
morbimortalidade, já que a mesma existe 
em maior prevalência na população, 
independente do gênero (HALPERN; 
MANCINI, 2000). 
Se não está apresentando melhores 
resultados se conclui que a mesma não está 
sendo realizada de forma sistemática. Um 
fator que recebe maior atenção e cuidado é 
a prática de atividade física entre os idosos, 
pelas possíveis limitações e decorrentes de 
outras patologias ou pelas alterações 
fisiológicas, em consequência da idade 
(MANIDI; MICHEL, 2001). 
Dessa forma, indicar uma 
determinada atividade física pode 
significar apenas uma orientação dada do 
profissional legitimando sua consulta, 
porém se a mesma não for orientada de 
forma correta, obedecendo a limitações, 
poderá trazer lesões ao idoso, em vez de 
uma melhor qualidade de vida. 
A figura 5 trata do fornecimento de 
orientações pelos profissionais da Unidade 
de Saúde relacionado à dieta alimentar. 
Esse mostra que 90,77% afirmam receber 
orientações para uma alimentação 
saudável. 
Os profissionais de saúde da rede 
básica têm grande importância nas 
estratégias de controle dessas patologias, 
com relação às modificações da dieta 
alimentar, pois somente a medicação não 
proporcionará resultados significativos 
quanto aos níveis de pressão arterial e 
glicemia e ao aparecimento de 
complicações (BRASIL, 2006). 
 
FIGURA 5 - Orientações fornecidas pelos 
profissionais da USF quanto à dieta alimentar, aos 
Hipertensos e Diabéticos cadastrados no Programa 
Hiperdia, na área de abrangência da USF – Cohab, 
no município de Serra Talhada – PE, 2011. 
 
 
Fonte: As autoras, 2012. 
 
Foi avaliada a situação dos 
entrevistados após o acompanhamento do 
Programa Hiperdia, 89,23% relataram que 
houve melhora na qualidade de vida após o 
acompanhamento. 
Nota-se através dos resultados que 
a USF referida promove um 
acompanhamento adequado dos seus 
usuários e adesão aos tratamentos 
medicamentoso e dietético, de forma que, a 
maioria não apresentou nenhuma 
15 
Saúde Coletiva em Debate, 2(1), 30-29, dez. 2012 
complicação aguda ou crônica após o 
mesmo. 
 No Brasil, estudos recentes 
demonstraram que as intervenções 
educativas e as orientações farmacêuticas, 
dentro do serviço de Atenção Farmacêutica 
e Atenção Básica, contribuem para 
melhorar a adesão ao tratamento em cerca 
de 70% dos casos. Em outros países, as 
intervenções farmacêuticas mostram 
resultados positivos, reduzindo custos, 
melhorando as prescrições, controlando o 
risco de reações adversas e promovendo 
maior adesão dos idosos ao tratamento 
(BEZERRA et al, 2009 apud ROMANO-
LIEBER et al., 2002). 
 Foi proposto aos entrevistados que 
escolhessem alternativas para expressar 
sua maior dificuldade com relação à 
adesão ao tratamento, onde: 29,23% 
relataram a dieta alimentar adequada, 
27,69% relatou ser a prática de atividade 
física, 20% o uso correto da medicação, 
15,38% não relataram dificuldades para 
adesão e realização do tratamento e 7,69% 
a falta de informações dos profissionais da 
USF quanto à(s) patologia(s) (Figura 6). 
 
FIGURA 6 - Dificuldades que os Hipertensos e 
Diabéticos cadastrados no Programa Hiperdia 
encontradas para adesão ao tratamento, na área de 
abrangência da USF – Cohab, no município de 
Serra Talhada – PE, 2011. 
 
 
Fonte: As autoras, 2012. 
 
 A dieta alimentar se torna uma das 
dificuldades mais citadas pelos 
entrevistados, referenciado também pela 
figura 5, a situação de saúde alimentar é 
um problema de saúde pública em todo o 
mundo. Como exemplo a obesidade, um 
fator complicador que requer muita 
determinação para ser controlada, pois está 
relacionado também à prática de atividade 
física com regularidade e a alimentação 
equilibrada. Como o hábito alimentar é 
passado de geração a geração, torna-se um 
costume de família incorporado à 
identidade do sujeito, dificultando assim o 
seu processo de mudança. A alimentação 
está presente em eventos comemorativos, 
faz parte da história cultural dos povos, 
assim, ela é rica em significados, portanto 
não se deve tratar deste assunto pensando 
apenas nos aspectos nutricionais. Hábitos e 
padrões de comportamentos são 
desenvolvidos durante a vida e se tornam 
parte constitutiva do ser humano 
(CASTRO et al., 2002). 
Verifica-se que a dieta alimentar e a 
prática de atividade física são as maiores 
dificuldades dos usuários entrevistados, 
mesmo sabendo que ocorram orientações 
sobre as mesmas pelos profissionais da 
USF. Percebe-se, a dificuldade que o 
profissional possui para que seus usuários 
modifiquem seus hábitos de vida. 
Foi questionado aos entrevistados 
se os mesmos consideravamque o 
Programa Hiperdia contribuía para a 
adesão ao tratamento da HAS e/ou DM; 
92,31% relataram que este contribui para a 
adesão aos tratamentos. 
Esse resultado confirma a 
importância deste Programa para a adesão 
aos tratamentos medicamentoso e dietético 
destinados à população, pois antes da sua 
implantação não existia um registro do 
quantitativo de hipertensos e/ou diabéticos, 
acompanhamento, ou a dispensação dos 
medicamentos. 
Dessa forma, o presente estudo pôde 
demonstrar que a enfermagem em conjunto 
com a equipe multiprofissional de saúde 
atua na provisão, manutenção e preparo 
psicológico do paciente, tendo em vista 
que à prevenção dos problemas dessas 
patologias é fundamental para se ter uma 
sociedade saudável. 
 
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
16 
Saúde Coletiva em Debate, 2(1), 30-29, dez. 2012 
Após a abordagem realizada no 
presente estudo e seus respectivos 
resultados, constatou-se a importância do 
Programa Hiperdia na adesão aos 
tratamentos farmacológico e não 
farmacológico, bem como, o papel 
fundamental deste, na redução dos 
possíveis agravos aos usuários acometidos 
pelo DM e/ou HAS, ao atuar na prevenção 
e controle dessas patologias. 
Constatado a importância do 
Programa Hiperdia, pode-se identificar as 
dificuldades que os usuários hipertensos 
e/ou diabéticos da referida USF, possuem 
em relação à adesão aos tratamentos, sendo 
a dificuldade mais citada pelos mesmos à 
realização de uma dieta alimentar 
adequada. É notável então o valor da 
equipe multiprofissional, pois seria de 
suma importância à presença de um 
nutricionista para o acompanhamento 
desses, e que esteja inserido na USF. 
Sabe-se da necessidade de um 
acompanhamento mensal para esses 
usuários, conscientizando-os sobre as 
mudanças no estilo de vida para prevenir 
essas patologias e a importância na adesão 
aos tratamentos propostos, para que 
possuam uma melhor qualidade de vida e 
evitem o aparecimento de complicações. 
De acordo com as descrições realizadas 
pode-se perceber que a melhor forma de 
conscientização para a adesão aos 
tratamentos é através de palestras 
educativas e/ou orientações individuais, 
explicando e esclarecendo a população da 
importância da prevenção e do controle 
dessas doenças pelo cumprimento correto 
dos tratamentos. 
Este estudo poderá servir de base 
para outros estudos futuros e ainda 
incentivar os profissionais de saúde a 
realizar uma melhor assistência nas suas 
Unidades de Saúde; a população também 
será beneficiada quanto às informações 
importantes apresentadas nesse estudo. 
Considerando os dados pesquisados, 
enquanto acadêmicas de enfermagem, e 
devido aos altos índices de hipertensos e 
diabéticos que frequentam as Unidades de 
Saúde, surgiu o interesse de pesquisar 
sobre esta problemática, tendo em vista 
que em breve, como futuras profissionais 
da área da saúde teremos a 
responsabilidade de desenvolver ações de 
prevenção que sejam eficazes e que 
venham a produzir algum impacto na 
melhoria do Programa Hiperdia. 
 
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