Aula de Exame mental

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Avaliação das condições emocionais e mentais do paciente 
Profa. Amparo Lima
 Finalidade da Avaliação: 
Identificar problemas emocionais e mentais emergentes e /ou decorrentes da internação e do adoecer; 
Ajudar o enfermeiro no processo dos diagnósticos, intervenções e resultados. 
Estabelecer aliança enfermeiro-paciente 
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Avaliação da Saúde Mental
Os cuidados efetivos com o cliente exige que sejam considerados tanto os aspectos psicológicos como os fisiológicos da saúde.
O exame de saúde mental refere-se ao processo científico de identificação de problemas, forças e preocupações psicossociais.
 Além de servir como base para tratar clientes psiquiátricos, o exame de saúde mental tem aplicações ampla na enfermagem.
Reconhecer problemas psicossociais e o modo como afetam a saúde de um indivíduo é importante em qualquer quadro clínico
Em uma unidade médico-cirúrgica, você pode encontrar um cliente que demonstra depressão, apresenta transtorno do pensamento ou que tentou suicídio – reconhecer esses problemas psicossociais é fundamental para promover o tratamento efetivo. 
Obtenção do Histórico de Saúde
Estabelecer um relacionamento terapêutico com o cliente, embasado na confiança
Comunicar que os pensamento e comportamentos que ele tem são importantes
A comunicação efetiva envolve tanto o envio como o recebimento de mensagens, na forma de palavra e na forma de comunicação não-verbal
O contato visual, a postura, as expressões faciais, os gestos, as roupas, a afetividade e até mesmo o silêncio conseguem transmitir uma mensagem poderosa
A entrevista deve incluir a descrição dos distúrbios comportamentais do cliente, bem como a história emocional e a história social completas, além de exames do estado mental.
Com esses dados, você conseguirá avaliar a função psicológica do cliente, compreender seus recursos para lidar com os problemas e o efeito desses recursos sobre o crescimento psicossocial, além de estabelecer uma relação terapêutica que encorajará o cliente a falar abertamente
O sucesso da HS depende de sua habilidade em ouvir objetivamente e responder com empatia.
Orientações ao entrevistar clientes:
Tenha objetivos claramente estabelecidos em mente.
Lembre-se, a entrevista do exame não é uma discussão aleatória. 
Seu objetivo pode ser o de obter informações do cliente, procurar anormalidades ou investigar mais profundamente um transtorno psiquiátrico identificado, como depressão, paranóia ou pensamentos suicidas
Não deixe valores pessoais interferirem seu julgamento profissional. 
Por exemplo, ao avaliar a aparência, julgue o vestuário em termos de adequação e asseio, e não com base em seus gostos
Preste atenção nos sinais não-verbalizados.
Durante toda a entrevista, ouça com atenção para perceber indicações de ansiedade e angústia. Que tópicos o cliente discute de modo vago? Você pode encontrar indicações importantes o modo como ele se expressa e nos assuntos que ele evita
Técnicas de Comunicação Terapêutica
Audição
Ouvir com atenção o cliente capacitaa enfermeira a escutar e analisar tudo o que ele está dizendo, alertando o profissional para os padrões de comunicação do cliente
Reformulaçãoda Frase
Reformular sucintamente as assertivas principais do cliente ajuda a mostrar que a enfermeira compreende e enfatiza pontos importantes na mensagem.
Por exemplo, a enfermeira talvez diga: “Você está com raiva e diz que é por causa do modo como seu amigo o tratou ontem”.
Introduçõesamplas e assertivas gerais
O emprego de introdução amplas e de assertivas gerais para iniciar conversas encoraja o cliente a falar sobre qualquer assunto que lhe venha a mente.
Essas introduções permitem que o cliente se concentre na conversa e demonstram o desejo de interagir da enfermeira.
Um exemplo dessa técnica é: “Tem alguma coisa sobre a qual gostaria de conversar?”
A comunicação terapêutica é a base para o desenvolvimento de uma relação enfermeiro-cliente de sucesso. 
Técnicas efetivas no desenvolvimento desse relacionamento
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Esclarecimento
Pedir ao cliente que esclareça uma mensagem confusa ou vaga demonstra o desejo de entender o que ele diz.
Também pode suscitar informações precisas fundamentais para a recuperação do cliente.
Um exemplo de esclarecimento é: “Não tenho certeza se entendi o que você disse.”
Concentração (foco)
Na técnica denominada concentração,o enfermeiro ajuda o paciente a redirecionar a atenção para algo específico. Fomenta o autocontrole do cliente e ajuda a evitar generalizações vagas, capacitando assim o cliente a aceitar a responsabilidade de encarar os problemas. Um bom exemplo dessa técnica pode ser: “Vamos voltar ao que estávamos conversando antes”.
Silêncio
Evitar comentários pode ter diversos benefícios: o silêncio confere ao cliente tempo para falar, pensar e analisar epermite que a enfermeira colete mais informações. Contudo, a enfermeira deve usar essa técnica com critério para evitar parecer desinteressada ou reprovadora.
Sugestão de Colaboração
Quando empregado corretamente, o ato de sugerir colaboração confereao cliente a oportunidade de explorar os prós e os contra de uma abordagem. Deve ser usado com cautela, para evitar que o cliente seja direcionado. Um exemplo dessa técnica é: “Talvez pudéssemos marcar uma consulta com seus pais para discutir o assunto”.
Compartilhamento de impressões
Nesta técnica, a enfermeira tenta descrever os sentimentos do cliente e,a seguir, oportuniza um retorno corretivo ou afirmativo por parte do cliente. Assim, o cliente pode esclarecer percepções equivocadas e a enfermeira adquiri uma compreensão melhor de seus verdadeiros sentimentos. Por exemplo, a enfermeira pode dizer: “Me diga se o que eu entendi é o que você disse”.
Principais características da entrevista com o cliente
Dados Demográficos 
Queixa principal 
História de doença psiquiátrica 
Dados socioeconômicos 
História Familiar 
Histórico de Medicação 
Doenças Físicas 
Como avaliar o estado mental
Nível de consciência – necessidade de estimulação verbal e tátil necessária para obter resposta do cliente; qualidade da resposta do cliente 
– letárgico : encontra-se sonolento (passível de animação e capaz de responder)
 – embotado: pode abrir os olhos e olhar para você (responde com lentidão e de forma confusa
Postura e comportamentos motores – tipo de postura, ritmo, amplitude e característica dos movimentos, alterações na postura no comportamento motor associadas a determinados temas da discussão:
postura inclinada (depressão, fadiga, desconfiança), 
postura tensa (ansiedade) 
marcha oscilante (anormalidades físicas, influência de fármacos e álcool)
 dança, movimentos giratórios ou expansivos (episódio maníaco)
Aparência – Peso, cor, condições da pele, cabelo, unhas, dentes; 
odor; vestimentas e cosméticos adequados; 
contato visual; 
postura e marcha; 
comprometimentos físicos evidentes:
aspecto desleixado (negligência consigo próprio), 
meticulosidade excessiva (transtorno obsessivo-compulsivo)
 aparência consumida (depressão)
Comportamento - comportamento em relação aos outros;
 tristeza, alegria ou falta de expressão; 
distância entre clientes e outros; 
tiques ou tremores; cooperativo, desconfiado, encabulado, hostil ou respostas abertamente reveladoras
incapacidade de permanecer parado (ansiedade); 
gestos desconexos (alucinação); 
fala rápida e ininterrupta e nível alto de atividade (fase maníaca de transtorno bipolar)
Fala – observe o teor e qualidade da fala do cliente 
escolha de temas e respostas ilógicas às perguntas; 
interrupções súbitas; 
volume excessivo; 
tom, modulação, velocidade e volume alterados; 
arrastada; 
hiperprodutiva, subprodutiva; 
defeitos na fala
Humor e afetividade 
 sentimentos atuais; 
observe sua expressão facial e postura; 
pergunte se ele é capaz de manter as alterações de humor sob controle; 
observe quanto a labilidade emocional, afetividade embotada, afetividade inadequada 
oscilaçõesdo humor (medicamentos, uso abusivo de substâncias, estresse, desidratação, desequilíbrio eletrolítico, doença, parto, menopausa); 
labilidade lábil (flutuação rápida e intensa na variação da emoção);
embotada ( emoção não responsiva – esquizofrenia, parkinson);
 inadequada ( incompatibilidade entre a expressão e o humor (sorrir ao discutir uma situação que provoca raiva)
Desempenho intelectual :
pergunte sobre hora, data, lugar e circunstância, além do nome dele 
teste para a atenção: Extensão de dígitos – diga uma série de números e peça ao cliente que os repita; série de 7 – faça-o subtrair 7 de 100 e continuar subtraindo; 
soletrar na ordem inversa
 diga uma palavra de cinco letras, soletre-a e, a seguir, peça ao cliente para soletrá-la na ordem inversa 
 Julgamento 
 verifique a habilidade de avaliar escolhas e tirar conclusões
Discernimento 
 verifique a visão que o cliente tem de si e de sua doença
 o cliente consegue ver a si próprio de modo realista? 
Está consciente da doença? 
O que você acha que provocou a ansiedade
um cliente alcoólico pode ter problemas com a bebida, mas culpar o trabalho
Percepção:
avalie a habilidade de interpretar a realidade e usar os sentidos
alucinações (visuais, auditivas, táteis, olfativas, gustativas) 
Mecanismos para lidar com as circunstâncias adversas:
 comportamentos que operam em um nível inconsciente para proteger o ego (negação, deslocamento, fantasia, identificação, projeção, repressão, racionalização, formação de reação e regressão) 
Teor do pensamento:
 verifique os padrões de pensamento do cliente; 
observe se existem pensamentos e preocupações mórbidas ou crenças anormais
delírios: crenças falsas sem base firme na realidade (interpretação equivocada das atitudes de outras pessoas)
obsessões: preocupações intensas que interferem com a vida diária (pensar constantemente em higiene)
 compulsões: preocupações manifestas constantemente (lavar as mãos)
Como avaliar o desempenho intelectual
Capacidade de novo aprendizado (recordação imediata e tardia)
Peça ao cliente para recordar algo que acabou de acontecer e para se lembrar de eventos após transcorrido um período razoável de tempo
Memória recente 
Pergunte ao cliente acerca de um evento vivenciado algumas horas ou alguns dias antes
Memória remota
Peça ao cliente que recorde eventos distantes, como onde ele nasceu
Nível de atenção
Avalie a habilidade de se concentrar em uma tarefa durante um período adequado de tempo
Compreensão
Avalie a habilidade de entender informação, retê-la e repetir o conteúdo, como o de uma reportagem
Formação de Conceito
Avalie a compreensão e a interpretação de provérbios populares
Como avaliar o comportamento autodestrutivo
Indivíduos rígidos e com espírito aventureiro podem intencionalmente enfrentar riscos que desafiam a morte, especialmente durante a juventude. 
No entanto, os riscos assumidos por pacientes autodestrutivos não desafiam a morte, mas a procuram;
O suicídio – morte intencional auto-infligida – pode ser realizado com armas de fogo, fármacos, venenos, cordas, automóveis ou lâminas de barbear;
Suicídio subintencional - o individuo não tem a intenção consciente de morrer, mas ainda assim envolve-se em atos autodestrutivos que podem facilmente tornar-se fatais
Fatores de risco para o suicídio
História de doença psiquiátrica
Uso abusivo de fármacos
Transtorno de personalidade
Tentativa prévia de suicídio
Homem com mais de 65 anos
Ansiedade alta
Depressão
Dependência química
Esquizofrênia
Pontos especiais
Mais alto entre homens acima de 65 anos; crescente em adolescentes e adultos jovens
 
Etapas da avaliação emocionais e mentais 
Anamnese e/ou entrevista com fins diagnósticos (análise do estado psíquico do paciente) 
 Exame físico 
Específicos: 
 Neurológico 
 Laboratoriais 
 Exames complementares 
 Psicodiagnóstico (avaliação psicológica) 
Anamnese
ROTEIRO PARA AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES EMOCIONAIS 
 Identificação 
 Família 
 Adolescência 
 Atividade/ trabalho 
 Moradia 
 O adoecer 
 Projetos 
Ansiedade 
 Dados referente a si mesmo 
 Participação e relacionamento 
 Quanto adaptação ativa à realidade 
1. ANSIEDADE
Humor ansioso
Inquietude, temor do pior, apreensão quanto ao futuro ou ao presente, irritabilidade
Tensão
Sensação de tensão, tremores, choro fácil, agitação.
Medo
Escuro, desconhecidos, multidão, abandono e trânsito
Insônia
Dificuldade de adormecer, sonhos penosos, fadiga ao despertar, pesadelos, sono insatisfatório.
Dificuldades intelectuais
Dificuldade de concentração , transtornos de memória
Humor depressivo
Perda de interesse, humor variável, despertar precoce e depressão
Sintomas somáticos gerais
Musculares sensoriais, cardiovasculares, respiratórios, gastrintestinais, geniturinários, sistema nervoso.
Comportamento durante a entrevista.
Tensão, agitação das mãos, pernas, dedos, tiques, inquietação, respiração suspirosa.
2.Dados referente a si mesmo: 
 Autoimagem
Autoconceito
Própria identidade 
2.1.Dados referente a si mesmo: 
 Autoestima
Nível esperança 
3.Participação e relacionamento 
 Sentimento de Solidão
Interação social 
3.1.Participação e relacionamento 
 Sentimento de mágoa
Desempenho de papel 
4.Quanto adaptação ativa à realidade 
 Condições de adaptação 
4.1.Quanto adaptação ativa à realidade 
 Síndrome de estresse 
4.2.Quanto adaptação ativa à realidade 
 Potencial suicida ( ideias, planos, tentativas) 
4.3 Quanto adaptação ativa à realidade 
Potencial para violência (ideias, planos, ações) 
ROTEIRO PARA AVALIAÇÃO CONDIÇÕES MENTAIS 
A avaliação do estado mental deve ser feita pela investigação dos seguintes itens: 
 Apresentação geral 
 Consciência 
 Orientação 
 Linguagem 
 Senso-percepção 
 Memória 
 Pensamento 
 Afetividade e humor 
 Inteligência 
 Atenção 
1.Apresentação geral 
 Condições de higiene 
 Expressão facial 
 Modo de olhar 
 Postura 
2. Nível consciência 
Estado de vigília: normal 
Hipovigília: letárgico, obnubilação, torpor, coma. 
Alerta
Orientado, acordado, interações sociais (responsivo).
Letárgico
Sonolento, resposta apropriada, pensamento lento e confusão.
Obnubilado
Dorme maior parte do tempo: estímulo, confusão, conversa monossílabo.
Torporoso ou Estupor
Somente abre os olhos com estímulo doloroso
Coma
Sem resposta a estímulos dolorosos
Nível consciência 
3. ORIENTAÇÃO TEMPORAL 
Que dia é hoje? Qual o dia da semana? Do mês? Em que mês estamos? Em que ano estamos? Aproximadamente, qual a hora do dia? 
 ESPACIAL 
Onde estamos? Em que cidade estamos? Bairro? Que edifício é este? Em que andar estamos? 
 AUTOPSÍQUICA 
Qual o seu nome? O que faz? Qual a sua profissão? Quem são os seus pais? Qual a sua idade? 
4. Linguagem 
 Mutismo 
 Logorréica ou taquilalia: (fala interminável) 
 Bradilalia: diminuição velocidade da fala 
 Repetição de palavras ou frases sem sentido 
 Afasia: ( Alteração ou perda da capacidade expressar-se por meio da voz, escrita ou por sinais) 
5. Senso-percepção 
Ilusão –percepção deformada de um objeto real; 
 Alucinação –percepção sem o objeto presente 
 ALUCINAÇÕES AUDITIVAS 
Tem ouvidos vozes de pessoas estranhas ou desconhecidas? 
Ouve vozes sem saber de onde vêm? 
 ALUCINAÇÕES VISUAIS 
São visões, animais, homens figuras, sombras, demônios, ou coisas do tipo? 
Elas se mexem, se afastam ou se aproximam ou são fixas? 
 ALUCINAÇÕES OLFATIVAS E GUSTATIVAS 
Alguém está tentando envenená-lo? Algum cheiro estranho? 
 ALUCINAÇÕES TÁTEIS OU CENESTÉSICAS 
Sente em seu corpo algo estranho, como correntes elétricas ou influências estranhas? 
Sente como se lhe tocassem o corpo, beliscassem, batessem ou algo assim? 
Há algo estranho dentro do seu corpo, como animais, insetos etc. 
6. Memória 
É a capacidade de registrar, fixar ou reter, evocar e reconhecer objetos, pessoas e experiências passadas ou estímulos sensoriaisAmnésia: (perda total da memória) 
 Hipomnésias: (caracteriza-se por uma vaga lembrança ) 
7. Pensamento 
Capaz de associar conhecimentos novos e antigos 
 Fuga de ideias 
 Lentificado (demora nas respostas ) 
 Delírios 
 Fobias 
 Obsessões 
8. Afetividade e humor 
 Alegria 
 Euforia 
 Tristeza 
 Depressão 
 Afeto 
 Raiva 
9. Inteligência 
Capacidade de adaptação à realidade 
Capacidade de resolução de problemas 
10. ATENÇÃO 
É a capacidade de se concentrar a atividade psíquica durante um certo período, numa tarefa ou atividade. 
 Incapacidade de concentração 
 Desvio de atenção 
 Não atende ao estímulo exterior. 
Obrigada!