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NEUROLOGIA revisão SEMIOLOGIA & MARCHAS aula 01 SEMIOLOGIA ● Conceito e etimologia A Semiologia ou Propedêutica é a parte da medicina, relacionada ao estudo dos sinais e sintomas das doenças. Vem do grego (semeîon, sinal + lógos, tratado, estudo). A semiologia é muito importante para o diagnóstico da maioria das enfermidades. A semiologia médica estuda, também, a maneira de revelar (anamnese, exame clínico, exames complementares) e de apresentar (observação, tabelas, síndromes etc.) esses sintomas, com o propósito de se estabelecer um diagnóstico. A semiologia pode e normalmente defere um diagnóstico com mais precisão em uma investigação médica. ● Sinal Um sinal refere-se a toda alteração objetiva, que é passível de ser percebida pelo examinador (uma mancha na pele, um sopro cardíaco, por exemplo). Não depende do paciente, é + confiável. ● Sintoma Sintoma é toda a informação subjetiva descrita pelo paciente. Não é passível de confirmação pelo examinador, já que é uma sensação do paciente (dor de cabeça, por exemplo). Refere-se, unicamente, à percepção de uma alteração por parte do doente. A anamnese é a parte da semiologia que visa revelar, investigar e analisar os sintomas. Cerca de 80% dos diagnósticos são realizados baseados nessa parte do exame, um dos pilares da história clínica do paciente. A história clínica compreende, além da anamnese, o exame objetivo, os exames complementares e a história pregressa. ● Síndrome Conjunto de sinais e sintomas que estão relacionados entre si, mais não têm causa específica. (tem todas as características + não é a doença propriamente dita). ● Anamnese (Ana = passado + mnese = memória) É a “recordação do passado”. É uma ferramenta para analisar os sintomas. Deve conter: 1. Identificação – Nome, idade, sexo... 2. Queixa Principal (QP) – O que trouxe o paciente ao consultório naquele dia. 3. História da Doença Atual (HDA) – Saber como, onde e quando tudo começou. 4. História Patológica Pregressa (HPP) – O que já teve no passado. 5. História Fisiológica (Hfis) – Mais importante em pessoas que tiveram desvio do desenvolvimento. 6. História Familiar (Hfam) – Saber se mais alguém da família tem as queixas. 7. Revisão de Sistemas – Dorme, come, enxerga bem?... 8. História da Pessoa (HP) – Saber hábitos (bebe, fuma, usa drogas)... ● Exame Físico É a grande ferramenta para analisar os sinais. Deve ser feito após a anamnese. MARCHAS É qualquer atividade de angulação. Tende a fazer ruído. Faz parte do exame neurológico. É simplesmente andar normalmente, caminhar... ● Marchas Patológicas 1. Piramidal. Também conhecida como marcha ceifante ou hemiplégica, é ocasionada por lesão na via piramidal. Encontrada em pacientes com doença do neurônio motor superior ou neurônio 1, como por exemplo, em acidentes vasculares encefálicos. É o padrão espástico de marcha que é caracterizado por uma incapacidade em aumentar a velocidade de locomoção ou adaptar-se às irregularidades nas condições do solo, além das dificuldades em elevar o pé durante a fase de oscilação da marcha. Essa marcha é encontrada nas hemiplegias espásticas. Nela, o membro inferior encontra-se estirado sobre o solo, o pé em ligeiro equino e, às vezes, os dedos flexionados. O membro inferior se torna rígido e aparentemente maior que o oposto. Quando quer andar, o paciente leva o membro estirado inicialmente para fora, por ser demasiadamente longo, depois, para frente, descrevendo um movimento de circundução ao redor da coxa, como se ceifasse a terra. Os músculos afetados são: Tibial anterior (enfraquecido), flexores dos dedos dos pés (espástico), flexores de quadril (encurtados), adutores (encurtados), flexor plantar (espástico), glúteo máximo (espástico), tríceps sural (espástico), extensor do punho (enfraquecidos), flexor dos dedos (espástico), bíceps e tríceps do braço (enfraquecidos), isquiotibiais (espásticos), fibular longo e curto (enfraquecidos). 2. Bipiramidal. Também conhecida como marcha da tesoura. Os dois membros inferiores estão enrijecidos e espásticos, permanecendo semifletidos. Os pés se arrastam, com as pernas se cruzando na frente durante a marcha, lembrando uma tesoura. É frequente nas formas espásticas da paralisia cerebral, mas também podem ser vistas em pacientes com Esclerose Múltipla ou AVC dos 2 hemisférios cerebrais. 3. Parkinsoniana A marcha se faz em bloco, pois o paciente encontra-se rígido. A rigidez muscular generalizada torna difícil o início da marcha, dando a impressão de que o enfermo se acha preso ao solo. Às vezes, só após algumas tentativas consegue iniciar a marcha, que se realiza em passos curtos, com a cabeça e o tórax inclinados para frente. Os antebraços e os joelhos rígidos em discreta flexão. Não há o balanço dos braços como na marcha normal. Olhar parado. 4. Cerebelar (ebriosa ou atáxica motora) O paciente parece estar bêbado. Nessa marcha o paciente tem dificuldade de manter uma linha reta, ele não tem coordenação motora. Caso tente andar, pé-ante-pé, ele troca os pés e perde o equilíbrio. Também se manifesta na fala (fonética), não tem precisão. Parece um bêbado, por isso, tais pacientes acabam se isolando. 5. Cordonal Posterior (tabética ou atáxica sensitiva) Pode ocorrer, por exemplo, em neuropatias diabética ou alcoólica ou em problemas que afetam a coluna dorsal, tais como tumores da medula espinhal. Estes distúrbios interrompem o input proprioceptivo aferente do SNC. Este input proprioceptivo das pernas é essencial para iniciar e regular os ajustes corporais na posição em pé. Pacientes com ataxia sensorial apresentam, portanto, uma marcha de bater o pé, de base ampla, com os olhos fixos no chão para feedback visual. Quando em pé com os calcanhares reunidos, haverá uma amplitude maior de oscilação postural quando os olhos se fecham. Ele só sabe que o pé saiu do chão quando vê que ele saiu, não têm noção de onde estão seus membros, caso não consiga vê-los. 6. Vestibular Pode ocorrer em distúrbios vestibulares periféricos ou distúrbios centrais que afetam o núcleo vestibular e/ou suas conexões aferentes e eferentes, por exemplo, com derrames medulares. O sistema vestibular está envolvido na iniciação e regulação das reações posturais e na estabilização da cabeça, via reflexos vestibuloespinhais e também ajuda a sentir a orientação do corpo na vertical. Desse modo o paciente que apresenta ataxia vestibular, tem distúrbios de equilíbrio em pé e sentado. O paciente tende a cambalear quando caminha, tem uma base de suporte ampla e pode inclinar-se para trás ou para o lado da lesão. Os movimentos da cabeça, tronco e braços estão muitas vezes diminuídos. A ataxia vestibular pode apresentar também vertigem, visão embaçada e nistagmo (que são oscilações repetidas e involuntárias rítmicas de um ou ambos os olhos em algumas ou todas as posições de mirada), devido ao papel do sistema vestibular de sentir e perceber o próprio movimento e estabilizar o olhar. Marcha em estrela. 7. Escarvante Típica do paciente com neuropatia. Também conhecida em decorrência disso de marcha neuropática. Quando o doente tem paralisia do movimento de flexão dorsal do pé, a ponta do pé toca o solo ao caminhar e tropeça. Para evitar isso, levanta acentuadamente o membro inferior. Se deve ao nervo que serve ao músculo do local (tibial anterior). 8. Equina Pode ser causada por retração do tendão de aquiles. O paciente anda na ponta dos dedos. 9. Miopática Também chamada de Anserina, essa marcha típica dos pacientes portadores de miopatia como Duchenne ou Becker por exemplo. Nela, há oscilações da bacia, as pernas estão afastadas, há hiperlordose lombar, como se o paciente quisesse mantero corpo em equilíbrio, em posição ereta, apesar do déficit muscular. A inclinação do tronco para um lado e a para o outro confere a marcha a semelhança da marcha de um ganso, daí o nome anserina. Este tipo de marcha pode ser encontrada em qualquer processo que cause fraqueza dos músculos pélvicos, como nas polineuropatias pseudomiopáticas, miosites e poliomiosites. O quadril oscila, já que a musculatura está frágil. 10. Histérica É involuntária, inconsciente*. O paciente pode ter algum distúrbio emocional que o leve a agir de tal forma. Os sinais são apresentados de acordo com a interpretação livre do paciente. *Simulador: Pacientes que sabem que não têm nada e mesmo assim, finge. VOCABULÁRIO & ALGUMAS CONSIDERAÇÕES. Propriocepção = percepção de si mesmo. (o paciente tabético NÃO tem).¹ Ataxia = incoordenação. (o paciente cerebelar TEM).² Bebida alcoólica lesiona o cerebelo, responsável pela coordenação.³ BIBLIOGRAFIAS Anotações durante a aula “Semiologia + Marcha”, em 1°/08/2014, sexta-feira.¹ http://estudosaude.blogspot.com.br/2012/08/marchas.html ² http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAuP8AL/marchas-patologicas ³
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