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FISIOLOGIA DO SANGUE
Hemácias
A principal função das hemácias (eritrócitos) é o transporte de hemoglobina, a qual leva o oxigênio dos pulmões aos tecidos. As hemácias são discos bicôncavos, com diâmetro de 7,8 micrômetros e espessura de 2,5 micrômetros em sua área mais espessa e menor ou igual a 1 no centro. Seu volume é de 90 a 95 micrômetros cúbicos e sua forma varia conforme são espremidas ao passarem pelos capilares.
O local de produção das hemácias difere antes e após o nascimento. Durante a vida embrionária ocorre no saco vitelino, fígado, baço e linfonodos e medula óssea (no último mês de gestação e após nascimento). Até os cinco anos de idade, praticamente a medula óssea de todos os ossos a produzem. O fêmur e a tíbia deixam de produzir após os 20 anos e a partir de então, a maioria é produzida pelas vértebras, esterno, costelas e íleo.
As hemácias iniciam suas vidas na medula óssea através da célula-tronco hematopoética pluripotente, da qual derivam todas as células do sangue. Quando as células tronco se reproduzem, elas se diferenciam, formando células comprometidas com uma linhagem particular de células, chamadas células-tronco comprometidas, as quais formarão colônias específicas de células sanguíneas. Como exemplo, temos unidade formadora de colônia de eritrócitos (CFU-E), unidade formadora de colônia de granulócitos e monócitos (CFU-GM) e assim por diante. Quanto à diferenciação das hemácias, a CFU-E forma inicialmente o proeritroblasto, o qual dá origem as células da primeira geração denominadas eritroblastos basófilos, com pouca hemoglobina. Nas gerações sucessivas, eritroblasto policromatófilo e ortocromatófilo, contém 34% de hemoglobina. Com o passar do tempo, o núcleo e o retículo endoplasmático são absorvidos e nesse estágio a célula é denominada reticulócito, por conter ainda pouco material basofílico. Quando este material desaparece, a célula é chamada de hemácia madura.
A quantidade de células vermelhas é regulada de modo que haja uma quantidade de hemácias adequadas para o transporte de oxigênio dos pulmões para os tecidos, mas também que as células não sejam tão numerosas a ponto de impedir o fluxo sanguíneo. Os fatores que regulam a produção das hemácias são: oxigenação tecidual e eritropoetina. 
Formação da Hemoglobina: as etapas químicas da formação da hemoglobina são: inicialmente a succinil CoA (formada no ciclo de Krebs), se liga à glicerina para formar a molécula de pirrol. Em seguida, 4 pirróis se combinam para formar protoporfirina IX, q se combina com o ferro para formar a molécula do heme. Por fim, cada molécula de heme se combina com a globina (polipeptídeo), formando a cadeia de hemoglobina (alfa ou beta). Por sua vez, quatro cadeias se ligam para formar a molécula completa de hemoglobina. A forma mais comum de hemoglobina no humano é a hemoglobina A, combinação de duas cadeias alfa e duas beta. Em cada molécula de hemoglobina são encontrados 4 átomos de ferro e cada um desses átomos pode se ligar a uma molécula de oxigênio, portanto cada molécula de hemoglobina transporta 4 de O2. A combinação entre a molécula de hemoglobina e o O2 é frouxa e reversível. Isto se dá, pois a hemoglobina se combina com o oxigênio nos pulmões, para depois ser liberado nos capilares teciduais periféricos, onde a tensão gasosa do O2 é muito mais baixa que nos pulmões.
Metabolismo do Ferro: A quantidade total de ferro no corpo é de 4 a 5 gramas, com 65% na forma de hemoglobina, 4% na forma de mioglobina, 1% na forma de vários compostos de heme, 0,1% combinado com a transferrina no plasma e 15 a 30 %, armazenados para uso futuro, no reticuloendoplasmático e no parênquima hepático, na forma de ferritina. Ao ser absorvido pelo intestino delgado, o ferro se combina no plasma com a apotransferrina (betaglobulina), formando a transferrina, o qual está frouxamente ligado. Então é liberado principalmente nas células reticuloendoteliais e nos hepatócitos. No citoplasma celular, se combina com a apoferritina formando a ferritina e o ferro armazenado na ferritina é chamado de ferro armazenado. Quando cai a quantidade de ferro no plasma, ele é removido da ferritina e transportado novamente pela transferrina para as partes do corpo. A transferrina forma ligações fortes com receptores nas membranas celulares dos eritroblastos da medula óssea. Ela é ingerida pelos eritroblastos, junto com o ferro. A transferrina transfere o ferro para as mitocôndrias, onde o heme é sintetizado. Quando as hemácias completam seu tempo de vida e morrem, a hemoglobina liberada é ingerida pelas células do sistema de monócitos-macrófagos. O ferro livre é liberado, podendo ser armazenado na feritina ou reutilizado na formação de hemoglobina.
Um homem excreta 0,6 miligrama de ferro por dia, principalmente nas fezes e a média diária na mulher é de 1,3mg, devido a menstruação. O ferro é absorvido em todas as porções do intestino delgado, porém sua absorção é lenta, com um máximo de apenas alguns miligramas por dia. Portanto, mesmo com muito ferro na dieta, apenas uma pequena porção é absorvida. A absorção se dá da seguinte maneira: o fígado secreta apotransferrina na bile, até o duodeno. Esta se liga ao ferro livre, a hemoglobina e a mioglobina da carne, combinação conhecida como transferrina. Esta, por sua vez, se liga a receptores das células epiteliais intestinais, onde é absorvida e liberada para os capilares sanguíneos, sob a forma de transferrina plasmática. Quando o corpo está saturado de ferro, sua absorção intestinal diminui e quando suas reservas estão depletadas, sua absorção pode ser acelerada em até 5 ou da mais vezes.
Quando liberadas pela medula óssea para o sistema circulatório, as hemácias circulam por 120 dias e depois são destruídas. O ATP dentro delas ajuda na sua preservação, mesmo assim os sistemas metabólicos vão se tornando menos ativos e as células cada vez mais frágeis. Com essa fragilidade, ao passarem por um ponto estreito da circulação, elas e rompem. Ao se romperem, a hemoglobina liberada é fagocitada por macrófagos principalmente no fígado (células de Kupffer), baço e medula. Os macrófagos liberam o ferro da hemoglobina novamente para o sangue, onde é transportado pela transferrina, ou para a medula óssea, para produção de novas hemácias, ou para o fígado e outros tecidos, para armazenamento sob a forma de ferritina. A parte porfirínica da molécula de hemoglobina é convertida pelos macrófagos em bilirrubina, liberada no sangue e secretada pelo fígado na bile.
Leucócitos
Nosso corpo apresenta um sistema capaz de combater agentes infecciosos e tóxicos. Esse sistema é composto por leucócitos (glóbulos brancos) e células teciduais derivadas dos leucócitos. Elas atuam em conjunto destruindo os invasores pela fagocitose ou através dos anticorpos e linfócitos.
Os leucócitos são formados em parte na medula óssea (granulócitos, monócitos e alguns linfócitos) e nos órgãos linfoides (linfócitos e plasmócitos), como gânglios linfáticos, baço, timo, amígdala e restos linfóides na medula óssea. Há seis tipos de leucócitos; os polimorfonucleares neutrófilos, polimorf. eosinófilos, polimorf. basófilos, monócitos, linfócitos e plasmócitos. Há também as plaquetas fragmentadas de um sétimo tipo de leucócito encontrado na medula óssea, o megacariócito. Os três polimorfonucleares têm aparência granular, portanto designados de granulócitos ou polis. No adulto há por volta de 7000 leucócitos por ml de sangue, sendo 62% neutrófilos, 2,3% eosinófilos, 0,4% basófilos, 5,3% monócitos e 30% linfócitos. O de plaquetas é cerca de 300000.
A célula tronco hematopoética pluripotente (discutido nas hemácias), origina além da unidade formadora de colônias de eritrócitos (UFC-E), a unidade formadora de colônias granulócitos, monócitos (UFC-GM) e a unidade formadora de colônias megacariócito (UFC-M), todas da linhagem mielocítica. Também origina a célula tronco linfóide (CTL) a qual dá origem a linhagem linfocítica. 
O tempo de vida dos granulócitos, após sua liberação pela medula óssea, é de 4 a 8 horas no sanguee de 4 a 5 dias os tecidos. Quando há infecção dos tecidos, seu tempo de vida diminui para horas, pois na área infectada executam suas funções e são destruídos. Os monócitos duram de 10 a 20h no sangue e nos tecidos, aumentam seu tamanho tornando-se macrófagos teciduais, os quais podem viver por mais de 6 meses, a não ser q sejam destruídos ao realizarem a fagocitose. Os linfócitos vivem meses até anos, dependendo da necessidade destas células pelo organismo.
Os neutrófilos e monócitos são as principais células que atacam e destroem bactérias, vírus e outros agentes nocivos Os neutrófilos são células maduras que agem até mesmo no sangue. Já os monócitos, são células imaturas, com capacidade reduzida de combater a infecção. Porém ao passar para os tecidos, se transformam em macrófagos capazes de combater agentes infecciosos. Os neutrófilos e macrófagos se deslocam pelos tecidos por movimento amebóide e eles vão em direção ao tecido inflamado, atraídos por substâncias químicas (quimiotaxia) (toxinas bacterianas, produtos de degeneração dos próprios tecidos inflamados e produtos de reação do complexo do complemento) presentes neste tecido. A função mais importante dos neutrófilos e macrófagos é a fagocitose. A fagocitose pelos neutrófilos começa imediatamente ao entrarem nos tecidos, por serem células maduras. Eles inicialmente se fixam à partícula e em seguida projetam pseudópodes em torno dela, formando uma câmara fechada, contendo a partícula fagocitada. A câmara se invagina para dentro do citoplasma, desprende-se da membrana celular externa e forma uma vesícula fagocitária (fagosoma), livre no citoplasma. Lisosomas e outros grânulos citoplasmáticos entram em contato com ela, suas membranas se fundem, despejando no interior da vesícula enzimas digestivas e agentes bactericidas. Com isso a vesícula fagocitária se transforma na vesícula digestiva, ocorrendo a digestão da partícula fagocitada. Os macrófagos são fagócitos muito mais potentes que os neutrófilos, com capacidade de fagocitar partículas muito maiores e sobrevivem muito mais tempo. 
Os eosinófilos são altamente produzidos quando há infestações parasitárias (eles se fixam aos parasitas liberando substâncias que os matam) e reações alérgicas. São também considerados desintoxicadores de algumas substâncias indutoras de inflamação, evitando a disseminação do processo inflamatório local. 
Os basófilos no sangue circulante são bastante semelhantes aos mastócitos localizados por fora dos capilares do corpo. Ambas liberam heparina no sangue que impede a coagulação e acelera a remoção de partículas lipídicas do sangue após refeição rica em lipídios. Elas têm também papel em algumas reações alérgicas, da seguinte maneira: o IgE (anticorpo q causa estas reações) se fixa aos mastócitos e basófilos. Em seguida quando o antígeno específico reage com o anticorpo, aquelas células se rompem e liberam histamina, serotonina, bradicinina, heparina, substância de reação lenta da anafilaxia e enzimas lisosômicas, as quais podem causar manifestações alérgicas.

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