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TEORIA GERAL DO CRIME

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1 
 
TEORIA GERAL DO CRIME 
PROFESSOR MAURICIO TADEU. 
 
 Não pode haver um crime se não houver uma lei que preveja esse crime (Princípio da 
Anterioridade). 
 
INTRODUÇÃO E FUNÇÃO DO DIREITO PENAL 
O Direito Penal é o ramo de nosso ordenamento jurídico que tem a função de selecionar os 
comportamentos humanos mais graves e perniciosos (prejudiciais) à coletividade, capazes de 
colocar em risco os valores fundamentais para a convivência social; descrevê-los como 
infrações penais prevendo as respectivas sanções, além de estabelecer as regras 
complementares necessárias à sua correta e justa aplicação. 
Do ponto de vista ético social o direito penal deve proteger os valores fundamentais para a 
subsistência do corpo social; tais como a vida, a saúde, a liberdade, a propriedade, etc. Que são 
denominados bens jurídicos tutelados. 
Quando um desses valores é atacado, caberá ao Estado agir prontamente para impor ao 
transgressor a sanção penal; e, caso o Estado se mostre inerte ou deficiente, dará a impressão 
que a justiça não é feita, e que a impunidade acontece. 
 
CONCEITO DE DIREITO PENAL 
É o ramo do Direito Público que define as infrações penais, estabelecendo penas e as medidas 
de segurança. 
 
RELAÇAO DO DIREITO PENAL COM OS DEMAIS RAMOS DO DIREITO 
O Direito Penal não atua isoladamente, mas como qualquer outra disciplina jurídica, interage 
com outros ramos, tais como: 
- O Direito Constitucional, pois a Constituição Federal exerce grande influência nas normas 
punitivas. Ex.: Artigo 5º. Da CF. 
- O Direito Administrativo, pois a função de punir também é administrativa em certos casos. Ex.: 
Suspensão de CNH. 
- O Direito Processual Penal, que por ventura poderá guiar a reparação de uma vítima de crime. 
- O Direito Comercial, pois existem crimes relacionados a tal Direito, como por exemplo, cheques 
sem fundos, duplicata simulada. 
Além de outros ramos do Direito. 
 
2 
 
FONTES DO DIREITO PENAL 
 A maior fonte do Direito Penal é a própria Lei Escrita. 
 
São as origens do Direito Penal, o princípio de onde provém o Direito Penal. 
 A Lei (Norma Jurídica). É a regra escrita feita pelo legislador, com a finalidade de tornar 
expresso o comportamento que é considerável indesejável e perigoso à coletividade. 
Devemos notar que a LEI NÃO PROIBE a conduta, mas a descreve detalhadamente 
apontando em cada artigo condutas que são consideradas criminosas. 
 
 A Doutrina. É a atividade dos especialistas do Direito que estudam, pesquisam, 
interpretam e comentam o Direito, permitindo aos operadores um entendimento mais 
adequado do conteúdo das normas penais. 
 
 A Jurisprudência. É a reiteração de decisões judiciais, interpretando as normas jurídicas 
em um dado sentido e uniformizando o seu entendimento nos julgamentos dos casos 
submetidos ao poder judiciário. 
 
 A Analogia. Vai permitir aplicar a uma hipótese não prevista em lei uma disposição 
relativa a um caso semelhante. Como exemplo podemos mencionar que havia 
anteriormente na Lei Penal quanto a permitir o aborto quando a mulher engravidava 
vítima de crime de estupro, mas acontece que a mulher também pode engravidar vítima 
de atos libidinosos diferentes daqueles descritos no estupro, e não havia previsão legal 
permitindo o aborto nesse caso. 
 
Contudo, aplicando-se a analogia, entendeu-se a possibilidade de permitir o aborto 
também quando a mulher era vítima do crime chamado “atentado violento ao pudor” 
que hoje não mais existe no Código Penal Brasileiro. 
 
CLASSIFICAÇÃO DA LEI PENAL 
 NORMA INCRIMINADORA: Elas dizem os tipos penais e dizem a respectiva pena. Ex. Art. 
121 CP (Matar alguém). 
 
“NORMAS PENAIS INCRIMINADORAS: - Possuem a função de definir as 
infrações penais, proibindo ou impondo condutas, sob a ameaça de aplicação 
de uma sanção penal. É a norma penal por excelência.” 
 
 NORMA NÃO INCRIMINADORA: São as expectativas (ex: Art. 327 do CP que define o que 
é funcionário público; Art. 150 § 4º. que define caso no crime de violação de domicílio). 
Também são normas não incriminadores aquelas chamadas permissivas, que não 
consideram como crime ou isentam de pena certos fatos, tais como: estado de 
necessidade, legítima defesa, estrito cumprimento do dever legal, exercício regular de 
direito (Art. 23 e 24 do CP). NORMA PENAL PERMISSIVA 
 
3 
 
 NORMA PENAL EM BRANCO: É aquela que tem o conteúdo incompleto, vago, e 
necessita de uma explicação ou complementação para o seu perfeito entendimento que 
pode estar em outra legislação ou não. (Art. 312 CP). Ex.: O conceito de uma doença 
grave não está descrita no Código Penal conforme podemos verificar no Artigo 131 do 
CP; para entendermos como o crime acontece perfeitamente, precisamos procurar tais 
conceitos nos manuais de saúde pública. 
 
“ Art. 131 - Praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia 
grave de que está contaminado, ato capaz de produzir o contágio: 
 Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa”. 
 
INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL 
 
É o processo que procura entender a vontade que está contida na Norma Penal, 
chamada de hermenêutica. 
 
Espírito da Lei: Clamação, Intuito proposto pela Norma, a intenção da 
aplicabilidade. 
 
DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL 
Não se pode prender ou aplicar sanção penal se não houver previsão legal. (LEI) 
Art. 1º. Do Código Penal Brasileiro. “Não há crime sem Lei que o defina”. Princípio da 
anterioridade da Lei. 
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE: Ele esta previsto no Artigo 1º. Do Código Penal Brasileiro e no Art. 
5º. XXXIX da CF, que dispõe “Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia 
comunicação legal”. 
Devemos lembrar também que a CF no Art. 5º. Inciso XL que dispõe: “A Lei Penal não retroagirá, 
salvo para beneficiar o réu”. 
 
ARTIGO 1º. DO CÓDIGO PENAL BRASILEIRO 
 
O Art. 1º. do CP traz dois princípios importantes, o Princípio da Reserva Legal e o Princípio da 
Anterioridade. 
O Artigo vai nos garantir que não aconteçam abusos, arbitrariedades, etc; garantindo 
estabilidade jurídica e social. 
 
4 
 
ARTIGO 2º. DO CÓDIGO PENAL BRASILEIRO 
LEI PENAL NO TEMPO “Ninguém pode ser punido por fato que em Lei posterior deixa de ser 
considerado crime...” 
O Art. 2º. Regula a Lei Penal no tempo explicando que ninguém poderá ser punido porum fato 
que uma lei posterior deixa de considerar crime, todos os efeitos cessarão. 
 “NOVATIO LEGIS IN PEJUS” – (Lei nova que prejudica mais), não pode retroagir nunca. 
É a lei nova mais severa do que a lei anterior (NÃO PODE RETROAGIR). 
 “NOVATIO LEGIS IN MELLIUS” – É a lei nova mais favorável que a anterior (ELA VAI 
RETROAGIR). 
Obs.: A Lei Processual Penal não vai seguir tais princípios (veja o Art. 2º. Do CPP). 
ART. 2º DO CPP “Art. 2o A lei processual penal aplicar-
se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados 
sob a vigência da lei anterior”. 
 
ARTIGO 3º. DO CÓDIGO PENAL BRASILEIRO 
LEI EXCEPCIONAL E LEI TEMPORÁRIA 
 Lei Excepcional: É aquela que precisa valer em certas circunstâncias emergenciais. Elas 
valerão por um tempo e depois não mais, cessada a anormalidade tudo volta ao normal 
e a lei não tem mais razão de existir. 
 Lei Temporária: É aquela que tem um tempo determinado em seu próprio dispositivo. 
A grande diferença é que as Leis Excepcionais e Temporárias vão ser aplicadas aos fatos 
criminosos que forem praticados durante a sua vigência (mesmo que seus prazos depois 
expirem). 
 
ARTIGO 4º. DO CÓDIGO PENAL BRASILEIRO 
TEMPO DO CRIME 
A fixação do instante em que o crime acontece é muito importante para a aplicação de Lei Penal; 
especialmente para sabermos qual é a Lei vigenteno dia do crime (pois algumas delas podem 
ter mudado). É muito importante também determinar o tempo do crime para sabermos se o 
autor era maior de idade, mentalmente sadio, etc. 
O Código Penal Brasileiro no Art. 4º. adotou “teoria da atividade” em relação ao tempo do 
crime. 
O Art. 4º. portanto nos ensina que o momento do crime é o da ação ou da omissão. Exemplo: 
Se o agente atira na vítima e ela morre no hospital um mês depois, o momento do crime é aquele 
do disparo (conduta) e não o dia do resultado morte. 
 
ARTIGO 5º. DO CÓDIGO PENAL BRASILEIRO 
5 
 
TERRITORIEDADE 
Cada país tem as suas próprias Leis que serão aplicadas no espaço onde ele é soberano. É a 
própria soberania que impede que as leis de um estado sejam aplicadas em outro. Nosso código 
penal escolheu o princípio chamado “territoriedade temperada”, em relação à lei penal no 
espaço, a legislação penal brasileira adotou o chamado princípio da territorialidade 
temperada, pelo qual a lei penal brasileira é, em regra, aplicada aos crimes praticados 
no território nacional, tendo como exceções as convenções, tratados e regras de direito 
internacional) 
O Caput do artigo manda aplicar a Lei Penal Brasileira a todos os crimes praticados no território 
nacional, exceto os tratados, convenções e regras de direito internacional. O parágrafo primeiro 
nos ensina que aeronaves e embarcações em certas condições, seriam extensão do território 
nacional. 
Já o parágrafo segundo manda aplicar a lei penal brasileira a embarcações e aeronaves 
estrangeiras privadas em certas situações. 
 
ARTIGO 6º. DO CÓDIGO PENAL BRASILEIRO 
LUGAR DO CRIME 
Quando ao lugar no crime nosso direito penal adota a teoria mista (também chamada teoria da 
ubiguidade) que diz que o lugar do crime é tanto o lugar onde aconteceu a conduta (ação ou 
omissão) quanto o lugar onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. 
Devemos considerar ainda que a doutrina criou três teorias: a da atividade, a do resultado e a 
mista (ou ubiguidade); reforçando que a válida no nosso ordenamento jurídico é a teoria mista. 
Portanto o lugar do crime pode ser o da ação, da omissão ou do resultado. 
“A Teoria mista ou da ubiquidade é adotada pelo Código Penal brasileiro, de acordo 
com o art. 6º: “Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou 
omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o 
resultado.” 
 
ARTIGO 7º. DO CÓDIGO PENAL BRASILEIRO 
EXTRATERRITORIALIDADE 
O Artigo descreve várias exceções ao princípio geral da aplicação da lei penal, provendo 
casos especiais da extraterritorialidade, onde os crimes cometidos fora do Brasil sejam 
aplicados às leis brasileiras. 
 
ARTIGO 8º. DO CÓDIGO PENAL BRASILEIRO 
PENA CUMPRIDA NO ESTRANGEIRO 
A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena cumprida no Brasil pelo mesmo crime. 
O artigo oitavo do CP segue um princípio básico que proíbe alguém de ser punido duas 
6 
 
vezes pelo mesmo fato (bis in idem), portanto será desconsiderado o tempo de pena 
cumprida no estrangeiro, e, se as penas forem idênticas nada mais restará a cumprir. 
 
ARTIGO 9º. DO CÓDIGO PENAL BRASILEIRO 
EFICÁCIA DE SENTENÇA ESTRANGEIRA 
Os efeitos de uma sentença penal estrangeira no Brasil são limitados; pois a execução 
da pena é um ato soberano de cada país. 
Da mesma forma que não se aplicam em nosso ordenamento e território, as leis 
estrangeiras, aqui também os seus julgados não podem ser executados. 
Apenas nas circunstancias do presente artigo é que existe a previsão. Para produzir 
efeito no Brasil a sentença deve ser homologada; 
 
ARTIGO 10º. DO CÓDIGO PENAL BRASILEIRO 
CONTAGEM DE PRAZO 
Para o Direito Penal o dia do começo é computado na contagem do prazo; e o prazo 
será contado em dias, meses, anos, pelo calendário comum, chamado gregoriano. 
 
ARTIGO 11 DO CÓDIGO PENAL BRASILEIRO 
FRAÇÕES NÃO COMPUTÁVEIS DA PENA 
O artigo nos ensina que não são computadas as frações de dias ou frações financeiras 
R$ (Real). 
 
ARTIGO 12 DO CÓDIGO PENAL BRASILEIRO 
LEGISLAÇÃO ESPECIAL 
O artigo indica que nós poderemos usar as regras gerais do CP, aos fatos incriminados 
em lei especial; desde que ela não disponha em contrário. 
 
CRIME 
CONCEITO DE CRIME 
Crime é um fato típico e antijurídico; e para a aplicação da pena, também deve ser 
culpável; 
 FATO TÍPICO: É aquele previsto como infração penal e descrito na lei. (Se um fato não é 
criminoso, ele é atípico) 
 FATO ANTIJIRÍDICO: É aquele que contraria o ordenamento jurídico, ele é reprovável. 
 CULPAVEL: Vem da culpabilidade, que é o juízo de reprovabilidade do agente; sua 
capacidade de entender o ato criminoso que está praticando. 
7 
 
TIPO PENAL – Trata-se da descrição concreta da conduta proibida, prevista na lei. 
 
TEORIA FINALISTA DA AÇÃO 
É a adotada pelo Código Penal Brasileiro, onde a conduta criminosa realiza-se pela vontade 
expressa e dirigida a um fim. No crime doloso, é a vontade de praticar um fato típico que é 
definido como crime. 
Já no crime culposo, não se quer o resultado lesivo, que é previsto como crime, porém o autor 
deu causa ao evento porque não tomou cuidados necessários. 
 
FORMAS DE CONDUTA 
Comissiva: É fazer algo definido como crime. 
Omissiva: É o não fazer, inatividade, deixar de fazer algo que é devido; e essa omissão vai atingir 
um bem jurídico tutelado pelo direito penal. 
 
Comissiva/Omissiva: O agente deseja a pratica criminosa evai atingir o resultado através de uma 
omissão. 
Ex: Um enfermeiro querendo matar o paciente deixa de aplicar o medicamento que o mantém 
vivo. 
 
ARTIGO 13 DO CÓDIGO PENAL BRASILEIRO 
RELAÇÃO DE CAUSALIDADE 
O Artigo nos ensina que só responde pelo crime aquele que deu causa ao resultado. E o próprio 
artigo nos ensina que causa é a ação ou a omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. 
SUPERVENIENCIA DE CAUSA INDEPENDENTE § 1º. 
O parágrafo nos ensina que caso aconteça uma causa superveniente (causa que acontece depois 
do crime) o autor só será responsável se essa causa superveniente estiver dentro do 
desdobramento da primeira ação. Se ela não estiver no desdobramento, o agente não vai 
responder por esse resultado. Ex: Uma vítima é agredida pelo agente; é levada ao hospital; ali 
se encontra recebendo medicamentos, o prédio desmorona e uma viga cai em sua cabeça, 
matando-a. Nesse caso o agente só responde pela lesão corporal. 
 
RELEVANCIA DA OMISSÃO § 2º. 
 O Direito Penal nos ensina que a omissão é relevante quando o omitente devia e podia 
agir para evitar o resultado. O dever de agir está descrito nas alíneas a, b e c do § 2º. 
 
8 
 
PRINCIPIO DA INSIGNIFICANCIA 
É aplicado pelo juiz nas condutas que embora formalmente típicas, não atingem de forma 
relevante os bens jurídicos que são protegidos pelo Direito Penal. 
Ex.: Subtrair algumas frutas da plantação de um fazendeiro, subtrair um lápis, etc. 
 
ARTIGO 14 DO CÓDIGO PENAL BRASILEIRO 
CRIME CONSUMADO E CRIME TENTADO 
O crime é consumado quando o agente consegue realizar todos os atos que desenvolveram o 
crime, chegando ao resultado final. 
O crime é tentado quando apesar de iniciada a ação criminosa, ela não se realiza, não se 
consuma por motivos alheios à sua vontade. 
Obs.: A tentativa é punida com a pena correspondente ao crime; porém reduzida de 1/3 a 2/3. 
 
ARTIGO 15 DO CÓDIGO PENAL BRASILEIRO 
DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA E ARREPENDIMENTO EFICAZ 
Quando o agente por vontade própria desiste de prosseguir na execução do crime que poderia 
consumar, estaremos diante da desistência voluntária a sua consequência em benefício do 
autor é que ele só vai só vai responder pelosatos até então praticados. 
Quando o agente já praticou os atos que levarão o crime a sua consumação, mas impede que o 
resultado aconteça, estaremos diante do arrependimento eficaz. 
Tanto na desistência voluntária quanto no arrependimento eficaz o agente só responderá pelos 
atos praticados. A Doutrina nos ensina que tudo acontece como se o autor retornasse por uma 
ponte de ouro, e para alguns uma ponte de prata. 
 
ARTIGO 16 DO CÓDIGO PENAL BRASILEIRO 
ARREPENDIMENTO POSTERIOR 
Nos crimes praticados sem violência ou grave ameaça, se o agente reparar o dano ou restituir a 
coisa até o recebimento da denúncia ou da queixa voluntariamente, sua pena será reduzida de 
1/3 a 2/3. 
 
ARTIGO 17 DO CÓDIGO PENAL BRASILEIRO 
CRIME IMPOSSÍVEL 
O Código Penal descreve o crime impossível em duas circunstancias: 
9 
 
Ineficácia absoluta do meio – O meio empregado jamais vai alcançar o resultado criminoso. Ex.: 
Usar açúcar no lugar de veneno, usar balas de festim para matar alguém. 
Impropriedade do Objeto – O objeto para onde o crime é dirigido é impróprio, como por 
exemplo: subtrair por engano algo que me pertença, atirar contra um cadáver. 
 
ARTIGO 18 DO CÓDIGO PENAL BRASILEIRO 
DIZ-SE DO CRIME 
O artigo prevê duas modalidades de crime: 
Crime Doloso: Quando o agente praticar o crime com vontade livre e consciente querendo o 
resultado ou assumiu o risco de produzí-lo. 
Crime Culposo: É a conduta não desejada que dá causa ao resultado criminoso, por imprudência, 
negligência ou imperícia. 
Obs.: A modalidade culposa só é cabível quando prevista na lei. 
CRIME PRETERDOLOSO: É aquele em que o agente realiza uma conduta dolosa, mas acaba 
produzindo culposamente um resultado mais grave e não desejado. 
Existirá, portanto, dolo na primeira ação e culpa no resultado mais grave. 
 
SUJEITOS DO CRIME 
Sujeito Ativo: É aquele que pratica o ato descrito na lei penal. 
Sujeito Passivo: É o titular do bem jurídico atingido pela conduta criminosa. 
Obs.: O Estado é chamado de sujeito passivo formal, pois ele é o titular de todos os bens jurídicos 
que protege. 
Objeto Jurídico: É o bem ou interesse protegido pela Lei Penal. Ex.: vida, patrimônio, honra, etc. 
Crimes Materiais: São aqueles que dependem de um determinado resultado. 
Crimes Formais: São aqueles que exigem um resultado (embora possa ocorrer, como por 
exemplo: ameaça. 
Crime de Mera Conduta: São aqueles em que a própria atividade já se configura em crime. Ex.: 
ato obsceno. 
 
ARTIGO 19 DO CÓDIGO PENAL BRASILEIRO 
AGRAVAÇÃO PELO RESULTADO 
O Art. 19 do CP deriva do princípio “Nula pena sem a culpa”, nos ensina que o autor do crime só 
responderá pelo resultado mais grave (pena mais grave) se realmente deu causa àquela situação 
mais grave, dolosa ou ao menos culposamente. 
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Exemplo: No roubo, a vítima se assusta, sai correndo e é atropelada e morre; não há como 
agravar a pena do roubo pelo resultado morte. 
Exemplo 2: Caso o mesmo autor do roubo, ataca uma vítima sabendo que é cardíaca; ela se 
assusta e cai morta por um ataque fulminante, o autor terá a sua pena agravada pela morte. 
 
ARTIGO 20 DO CÓDIGO PENAL BRASILEIRO 
ERRO SOBRE ELEMENTOS DO TIPO 
Erro é uma falsa interpretação, um engano. Portanto erro de tipo é o erro que recai sobre o 
elemento ou circunstancia do crime. Como por exemplo podemos citar um caçador que atira 
em um vulto acreditando ser um animal, mas atingiu uma pessoa. Houve o erro, pois o caçador 
acreditava ter atingido uma caça, e, portanto não vislumbrou o crime. 
Outro exemplo é aquele que o dono de um bar que diante da compleição física do rapaz que 
lhe pediu bebida alcoólica presumiu que ele fosse maior de idade e serviu a bebida. 
 O mesmo artigo trata no parágrafo primeiro Descriminantes Putativas. (§ 1º.) 
Previstas no § 1º., nos ensina que descriminar significa excluir, separar, ou seja, uma 
causa que exclui a ilicitude do ato praticado, e, putativa quer dizer imaginária. 
Portanto Descriminante Putativa são causas que excluem o crime, tais como, o estado 
de necessidade putativo, legitima defesa putativa. 
Obs.: Devemos alertar que se houver previsão de crime na modalidade culposa, e o 
autor não tomou cautelas responderá culposamente. 
 
 Erro Determinado por Terceiro (§ 2º.) 
Nos ensina que responderá pelo crime o terceiro que determinou o erro. 
Exemplo: Uma pessoa convence um míope a atirar em alguém, dizendo que é um 
espantalho. 
 
 Erro sobre a pessoa (§ 3º.) 
Nos ensina que o erro quanto à pessoa contra a qual é praticado o crime não isenta de 
pena, mas serão levadas em consideração as condições da vítima pretendida, e não da 
pessoa que foi atingida erroneamente. 
 
ARTIGO 21 DO CÓDIGO PENAL BRASILEIRO 
ERRO SOBRE A ILICITUDE DO FATO 
Na primeira parte do artigo diz que ninguém pode alegar desconhecimento da lei, contudo, às 
vezes realmente pode acontecer o desconhecimento da lei. Uma nova lei pode não ter sido 
divulgada como deveria. 
O artigo ainda nos ensina que se houver um erro sobre a ilicitude do fato, haverá isenção do 
crime se o agente tomou todas as cautelas. 
 
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ARTIGO 22 DO CÓDIGO PENAL BRASILEIRO 
DA COAÇÃO IRRESISTIVEL E DA RESISTÊNCIA HIERÁRQUICA 
O Art. nos ensina que o fato cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem 
não manifestadamente ilegal de superior hierárquico , só será punida no caso daquele que deu 
ordem; não se pune aquele que praticou o ato. 
 
ARTIGO 23 DO CÓDIGO PENAL BRASILEIRO 
EXCLUSÃO DE ILICITUDE 
 Estado de necessidade 
 Legítima defesa 
 Estrito cumprimento do dever legal 
 Exercício regular do direito 
Existem certas causas que retiram a antijuridicidade do fato típico; portanto não haverá crime 
(ex: estado de necessidade, legítima defesa, estrito cumprimento de dever legal ou exercício 
regular de direito). 
Obs.: No caso de excesso o agente responderá dolosa ou culposamente. 
 
OFENDÍCULAS 
São os dispositivos de defesa, obstáculos, impedimentos; a maioria dos doutrinadores os 
interpreta como exercício regular de direito, outros, como legítima defesa. 
 
ARTIGO 24 DO CÓDIGO PENAL BRASILEIRO 
ESTADO DE NECESSIDADE 
O estado de necessidade, é uma causa de exclusão da ilicitude da conduta de quem, não tendo 
o dever legal de enfrentar o perigo, sacrifica um bem jurídico para salvar outro, próprio ou 
alheio, ameaçado por situação de perigo atual que não provocou. 
Obs.: Não pode alegar estado de necessidade aquele que tinha o dever legal de enfrentar o 
perigo (§ 1º.). 
Exemplo: O exemplo mais clássico é aquele do homem que mata outro para ocupar o lugar na 
tabua de salvação em um naufrágio. 
 
ARTIGO 25 DO CÓDIGO PENAL BRASILEIRO 
LEGÍTIMA DEFESA 
A legítima defesa também é uma excludente de ilicitude e consiste em repelir injusta agressão 
atual ou iminente, a direito próprio ou alheio, usando moderadamente os meios necessários. 
12 
 
 
LEGÍTIMA DEFESA PUTATIVA – É aquela onde o agente por exemplo supõe por erro que está 
sendo agredido e defende-se acreditando que a situação é real, só depois percebe que tudo não 
passa de uma brincadeira. 
 
ARTIGO 26 DO CÓDIGO PENAL BRASILEIRO 
ININPUTÁVEL 
É isento de pena aquele que por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou 
retardado, era ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter 
ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 
Obs.: Parágrafo único prevê a possibilidade de alguém que embora não seja considerado 
completamente inimputável dada a sua perturbação mental, retardamento, etc, será 
condenado, contudo com uma pena reduzida de 1/3 a2/3. 
 
ARTIGO 27DO CÓDIGO PENAL BRASILEIRO 
MENORES DE 18 ANOS 
Os menores de 18 anos são inimputáveis, ficam sujeitos à legislação especial (ECA – Estatuto da 
Criança e do Adolescente). Também estabelecido no Art. 228 da CF.

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