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24/04/2018 Direito Empresarial: Empresa e Empresário https://maamyys.jusbrasil.com.br/artigos/167707956/direito-empresarial-empresa-e-empresario 1/12 jusbrasil.com.br 24 de Abril de 2018 Direito Empresarial: Empresa e Empresário Introdução No Direito Empresarial, empresa é sinônimo de atividade empresarial, isto é, uma atividade econômica exercida profissionalmente pelo empresário por meio da articulação dos fatores produtivos para a produção ou circulação de bens ou de serviços. Esse conceito diferencia-se de pessoa jurídica, já que a atividade empresarial pode ser exercida tanto pela pessoa jurídica, quanto por uma pessoa física. Diferencia-se também do conceito de sociedade empresária, uma vez que este designa o é fruto de um contrato plurilateral de organização e uma pessoa jurídica de direito privado. Por fim, empresa não deve ser entendida como estabelecimento, pois este é entendido como conjunto de bens corpóreos e incorpóreos que o empresário reúne para exploração e desenvolvimento de sua atividade econômica, como explica Carlos Roberto Gonçalves: Empresa e estabelecimento são conceitos diversos, embora essencialmente vinculados, distinguindo-se ambos do empresário e da sociedade empresária, que são os titulares da empresa.[1] No entanto, antes de estudar propriamente o Direito de Empresa, é necessário ressaltar que desde as sociedades primitivas, o comércio e a atividade econômica sempre estiveram ligados, e com o desenvolvimento das civilizações, a troca que antes era feita através de produtos, passou a ser feita com as moedas que foram surgindo ao longo do tempo. Essa evolução deu ao comércio um papel importante no desenvolvimento urbano e da sociedade, e posteriormente, tornou a atividade empresarial uma das formas mais expressivas de geração de empregos e capital. Tanto é que os bens e serviços necessários à manutenção da vida humana moderna são produzidos e circulados através da articulação dos fatores produtivos (como capital, mão-de-obra, insumos e tecnologia). Em meio a esse contexto de trocas, compras e vendas, surgem naturalmente conflitos de interesses, os quais devem ser resolvidos pelo direito, que se desenvolveu melhor ao longo dos anos para poder ser aplicado especificamente PUBLICAR CADASTRE-SE ENTRARPESQUISAR 24/04/2018 Direito Empresarial: Empresa e Empresário https://maamyys.jusbrasil.com.br/artigos/167707956/direito-empresarial-empresa-e-empresario 2/12 nessas relações, como por exemplo, o Direito do Consumidor (que regula as relações entre as pessoas jurídicas, fornecedoras de bens ou serviços e seus consumidores, podendo ser tanto pessoas físicas, quanto jurídicas) e o próprio Direito Empresarial (normas disciplinadoras da atividade dos empresários e da negociação entre eles), estando ambos no âmbito do Direito Privado, de modo que é possível perceber que a proteção de interesses dos particulares. A noção inicial de empresa advém da economia, que está ligada à ideia central da organização dos fatores da produção, já citados anteriormente, para a realização de uma atividade econômica, desse modo, a empresa combina esses fatores com o objetivo de oferecer ao mercado bens ou serviços, não importa qual seja o estágio de produção. Há uma certa tendência atual em chamar o comerciante de Empresário, configurando-o como base da atividade empresarial, uma vez que o atual Código Civil, de 2002, traz a Teoria da Empresa, que veio a substituir a Teoria dos Atos do Comércio, originalmente francesa. Essa substituição se mostra clara no artigo 966 do diploma supracitado, trazendo esse conceito de empresário: Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. Ou seja, a atividade do empresário deve ser exercida com habitualidade, com o objetivo de gerar lucro através da articulação dos fatores de produção. Ele pode ser pessoa física, o empresário individual, ou jurídica, a sociedade empresária. Desse modo, não se confunde empresário com os sócios de uma sociedade empresária, já que estes podem ser empreendedores ou investidores, enquanto o empresário é a própria sociedade, um sujeito de direito com personalidade autônoma em relação aos sócios. Sobre esse assunto, discorre o jurista Fábio Ulhoa Coelho: Deve-se desde logo acentuar que os sócios da sociedade empresária não são empresários. Quando pessoas (naturais) unem seus esforços para, em sociedade, ganhar dinheiro com a exploração empresarial de uma atividade econômica, elas não se tornam empresárias. A sociedade por elas constituída, uma pessoa jurídica com personalidade autônoma, sujeito de direito independente, é que será empresária, para todos os efeitos legais. Os sócios da sociedade empresária são empreendedores ou investidores, de acordo com a colaboração dada à sociedade (os empreendedores, além de capital, costumam devotar também trabalho à pessoa jurídica, na condição de seus administradores, ou as controlam; os investidores limitam-se a aportar capital). As regras que são aplicáveis ao empresário individual não se aplicam aos sócios da sociedade empresária – é muito importante apreender isto.[2] Capacidade 24/04/2018 Direito Empresarial: Empresa e Empresário https://maamyys.jusbrasil.com.br/artigos/167707956/direito-empresarial-empresa-e-empresario 3/12 O capítulo II do primeiro título do Livro do Direito de Empresa do Código Civil traz as condições para a constituição e exercício da atividade empresarial. Sendo assim, para o desenvolvimento da atividade empresarial, é necessária a capacidade civil plena, adquirida pela maioridade civil. · Maioridade Civil – 18 anos completos à qualquer pessoa nesta idade pode exercer a atividade empresarial, desde que tenha a capacidade civil plena e não esteja impedido por lei, como é o caso do juiz, promotor de justiça, funcionário público e outros. · Relativamente incapaz – maior de 16 e menor de 18 à Sendo a pessoa emancipada (art. 5º/CC) e não legalmente impedida, poderá também exercer a atividade empresarial. · Absolutamente incapaz – menores de 16 anos à Essa faixa etária não permite a administração da atividade empresarial de forma independente, somente com representante ou assistente e nos termos da lei. Registro de Empresa Em razão não só do interesse dos sócios do empreendimento, mas também de seus credores e parceiros, do fisco e da comunidade, estão sujeitos, os empresários, responsáveis pelo exercício da atividade empresarial, às seguintes obrigações: · Registrar-se na Junta Comercial antes de dar início à exploração de sua atividade, independentemente de seu objeto; · Manter escrituração regular de seus negócios; · Levantar demonstrações contábeis periódicas; A Junta Comercial é uma repartição dos Tribunais de Comércio, criados pelo Código Comercial de 1850 e extintos em 1875, mas que continuaram com as funções administrativas. É perante ela que o comerciante/empresário se matriculava e efetuava o depósito dos documentos. Em 1994, quando a Lei 8934 foi publicada, esse registro público de interesse dos empresários passou a denominar-se Registro de Empresas Mercantis e Atividades Afins. Ele deve ser feito pelos empresários na Junta para adquirirem a personalidade jurídica e o regime de imputabilidade limitada dos sócios. As sociedades que não serão registradas dessa forma configuram uma exceção e são elas: as Sociedades Simples e Associações, as quais adquirem apenas o Registro Civil de Pessoa Jurídica e as Sociedades de Advogados, que devem se registrar na Ordem dos Advogados do Brasil, segundo a Lei 8906/94. 24/04/2018 Direito Empresarial: Empresa e Empresário https://maamyys.jusbrasil.com.br/artigos/167707956/direito-empresarial-empresa-e-empresario 4/12 Juntas Comerciais O órgão tem função executiva e é hierarquicamente submetido, em matéria de DireitoComercial, ao Departamento Nacional do Registro do Comércio (sucedido pelo DREI – Departamento de Registro de Empresa e Integração, nos termos do Decreto n. 8001/2013), órgão federal, de função reguladora, integrante do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; e em matéria de administração ao Governo da Unidade Federativa. Segundo o artigo 5º da Lei 8934/94, deve haver uma Junta em cada unidade federativa e suas funções e estrutura estão contidas nos artigos 8º e 9º, respectivamente, da lei supracitada, como se segue: 24/04/2018 Direito Empresarial: Empresa e Empresário https://maamyys.jusbrasil.com.br/artigos/167707956/direito-empresarial-empresa-e-empresario 5/12 Art. 8º. Às Juntas Comerciais incumbe: I - executar os serviços previstos no art. 32 desta lei; II - elaborar a tabela de preços de seus serviços, observadas as normas legais pertinentes; III - processar a habilitação e a nomeação dos tradutores públicos e intérpretes comerciais; IV - elaborar os respectivos Regimentos Internos e suas alterações, bem como as resoluções de caráter administrativo necessárias ao fiel cumprimento das normas legais, regulamentares e regimentais; V - expedir carteiras de exercício profissional de pessoas legalmente inscritas no Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins; VI - o assentamento dos usos e práticas mercantis. Art. 9º. A estrutura básica das juntas comerciais será integrada pelos seguintes órgãos: I - a Presidência, como órgão diretivo e representativo; II - o Plenário, como órgão deliberativo superior; III - as Turmas, como órgãos deliberativos inferiores; IV - a Secretaria-Geral, como órgão administrativo; V - a Procuradoria, como órgão de fiscalização e de consulta jurídica. § 1º As juntas comerciais poderão ter uma assessoria técnica, com a competência de preparar e relatar os documentos a serem submetidos à sua deliberação, cujos membros deverão ser bacharéis em Direito, Economistas, Contadores ou Administradores. § 2º As juntas comerciais, por seu plenário, poderão resolver pela criação de delegacias, órgãos locais do registro do comércio, nos termos da legislação estadual respectiva. Atos do Registro de Empresa Quanto aos atos de registros do Empresário Individual e da Sociedade Empresária, temos presente no artigo 32 da Lei 8934/94: 1. Matrícula – é o modo pelo qual se procede ao registro dos auxiliares do comércio, como leiloeiros, tradutores públicos e interpretes comerciais. 24/04/2018 Direito Empresarial: Empresa e Empresário https://maamyys.jusbrasil.com.br/artigos/167707956/direito-empresarial-empresa-e-empresario 6/12 2. Arquivamento – é o modo pelo qual se procede ao registro relativo à constituição, alteração, dissolução e extinção de firmas mercantis individuais e de sociedades. 3. Autenticação – está ligada aos denominados instrumentos de escrituração, que são os livros comerciais e as fichas escriturais. Esses atos de registro de empresa tem apenas alcance formal, uma vez que a Junta não julga o mérito dos atos, mas somente as formalidades legais. Os procedimentos e regimes dos atos sujeitos a arquivamento são tratados em matéria de lei, pelo Código Civil e pela Lei do Registro Público de Empresas Mercantis de Atividades e Afins. O Professor Fábio Ulhoa também salienta em seu livro Curso de Direito Comercial: Existem dois regimes de tramitação de processos no âmbito do registro de empresas: o regime de decisão singular e o de decisão colegiada. O primeiro diz respeito aos atos em geral, enquanto o último está reservado aos atos mais complexos e julgamento de recursos.[3] As decisões colegiadas podem ser feitas em Turmas ou em Plenário e cabe a elas, respectivamente, o arquivamento de atos relacionados às sociedades anônimas, consórcios e grupos de sociedades, bem como atos relacionados às operações de transformação, incorporação, fusão e cisão; e o julgamento de recursos administrativos interpostos contra atos praticados pelos demais órgãos da Junta. Enquanto o regime de decisão singular é responsável por todos os outros atos. No Código Civil, os artigos 986 ao 990 tratam da Sociedade em Comum, uma espécie de Sociedade não Personificada (irregular ou de fato), ou seja, aquela que não se registrou na Junta Comercial, e, portanto, estará até a protocolação do registro, regida sob as regras da sociedade simples. Essa sociedade poderá exercer a atividade empresarial, no entanto, a proteção constituída pelo registro não se aplicará a ela, desse modo, os sócios responderão solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais; eles são todos titulares em comum do patrimônio especial (bens e dívidas sociais), que responderá pelos atos de gestão praticados por qualquer um dos sócios, salvo a exceção prevista na lei; e entre si ou com terceiros, os sócios podem provar a existência da sociedade somente por escrito, enquanto terceiros podem provar de qualquer modo. Diferentemente das sociedades irregulares, há empresários que estão dispensados do registro na Junta, são eles os pequenos empresários (microempresários e empresários de pequeno porte) e os empresários rurais. No caso dos rurais, a inscrição é opcional, no entanto, a partir no momento que ele está registrado, assume os mesmos deveres de escrituração de levantamentos contábeis dos empresários normais. Escrituração 24/04/2018 Direito Empresarial: Empresa e Empresário https://maamyys.jusbrasil.com.br/artigos/167707956/direito-empresarial-empresa-e-empresario 7/12 Este é o segundo dos três deveres do empresário mencionados anteriormente. Ela consiste na organização da contabilidade e atende a três funções: · Gerencial: no sentido esquemático de registrar os lucros e os dispêndios para avaliar os resultados do comércio e servir de instrumento para a tomada de decisões administrativas internas. · Documental: no sentido técnico do padrão de critérios uniformes que possa ser compreendido pelo destinatário, servindo assim de suporte para informações de terceiros interessados no negócio. · Fiscal: no sentido de controle do cumprimento das obrigações legais de natureza fiscal, como a incidência e o pagamento de tributos. A escrituração é feita em sua maioria na forma de livros, documentos unilaterais que registram atos e fatos considerados, pela lei, importantes para o regular funcionamento da empresa, que podem até servir de prova no processo judicial, tanto a favor do empresário como contra ele. Sua forma, espécies, estrutura, procedimento, regularidade e exibição são reguladas por diversos diplomas da legislação brasileira, entre eles: o Código Civil de 2002, o Código de Processo Civil, a Consolidação das Leis do Trabalho, a Lei de Sociedades Anônimas, o Código Comercial. As consequências da falta de escrituração podem ser sancionadoras, isto é, a penalização do empresário, por imputação de sanções penais; e motivadoras, negando o acesso do empresário a um benefício do qual poderia usufruir com o cumprimento de uma obrigação. Assim como o Registro na Junta, a Escrituração não é obrigatória aos empresários de menor porte e aos microempresários, optantes do Simples Nacional devendo eles apenas manter o livro caixa. No entanto, os microempresários e empresários de pequeno porte que constituem a Sociedade Limitada de Propósito Específico (SPE), ainda que optantes do Simples, não se beneficiam dessa dispensa. Enquanto os Microempreendedores Individuais estão dispensados por completo da escrituração. Por fim, em caso de extravio ou perda, ou até mesmo destruição dos livros, deverá o empresário providenciar a publicação em um jornal de grande publicação, em dentro de 48 horas apresentar comunicado à Junta Comercial da Unidade Federativa na qual está registrado, para posteriormente começar a recompor a escrituração. Demonstrações Contábeis Periódicas A terceira e última obrigaçãodo empresário consiste em levantar balanços anuais, patrimonial e de resultado, alterando-se para sociedade limitada e anônima. 24/04/2018 Direito Empresarial: Empresa e Empresário https://maamyys.jusbrasil.com.br/artigos/167707956/direito-empresarial-empresa-e-empresario 8/12 · Sociedade Limitada: deve apresentar o balanço geral do ativo (bens, dinheiro e crédito) e do passivo (obrigações da qual são devedoras) e demonstração de resultados; todos lançados pelo contados do livro Diário. · Sociedade Anônima ou de Grande Porte: deve apresentar contas específicas do ativo e do passivo, o levantamento dos lucros ou prejuízos acumulados, resultado do exercício, dos fluxos de caixa e valor adicionado. Quanto à periodicidade, que é em regra anual, são exceções as instituições financeiras e as S/A que distribuem dividendos semestrais, as quais aplica-se uma periodicidade menor. Como consequência da falta dessas demonstrações, Fabio Ulhoa Coelho cita em seu livro: a) O empresário terá dificuldade de acesso à crédito bancário, ou a outros serviços prestados pelos bancos que se valem do balanço como instrumento de aferição da idoneidade econômica e patrimonial de seus clientes; b) Não poderá participar de licitação promovida pelo Poder Público, tendo em vista as exigências da legislação própria (Lei n. 8666/93, art. 31, I); c) Os administradores de sociedade anônima e os administradores da limitada responderão, perante os sócios, por eventuais prejuízos advindos da inexistência do documento;[4] Inatividade da Empresa A inatividade da empresa se dá pela ausência de comunicação à Junta Comercial, ou seja, a falta de arquivamento no período de 10 anos, e somente poderá manter- se em funcionamento se comunicar à Junta, como disposto no artigo 60 da Lei 8934/94: 24/04/2018 Direito Empresarial: Empresa e Empresário https://maamyys.jusbrasil.com.br/artigos/167707956/direito-empresarial-empresa-e-empresario 9/12 Art. 60. A firma individual ou a sociedade que não proceder a qualquer arquivamento no período de dez anos consecutivos deverá comunicar à junta comercial que deseja manter-se em funcionamento. § 1º Na ausência dessa comunicação, a empresa mercantil será considerada inativa, promovendo a junta comercial o cancelamento do registro, com a perda automática da proteção ao nome empresarial. § 2º A empresa mercantil deverá ser notificada previamente pela junta comercial, mediante comunicação direta ou por edital, para os fins deste artigo. § 3º A junta comercial fará comunicação do cancelamento às autoridades arrecadadoras, no prazo de até dez dias. § 4º A reativação da empresa obedecerá aos mesmos procedimentos requeridos para sua constituição. Empresário Individual Cada pessoa natural é titular de um único patrimônio, composto pelos bens, ativos e passivos, e é responsável por ele de forma ilimitada. Se uma pessoa natural se dedica à exploração de uma atividade empresarial individualmente, não se distingue o patrimônio próprio e o da empresa. Logo, o empresário individual é a pessoa física titular da empresa, assumindo a responsabilidade ilimitada e, em caso de falência ou qualquer outra obrigação da empresa, responde com seu próprio patrimônio, uma vez que mesmo com o registro no CNPJ, não tem é pessoa jurídica. O empresário individual pode optar por se enquadrar como Microempreendedor Individual (MEI), Microempresa ou Empresa de Pequeno Porte, desde que atenda os requisitos exigidos pela lei. Ele pode inclusive vir a se transformar em Sociedade Empresária Limitada, e ao se registrar na Junta, adquirirá personalidade jurídica. As regras que se aplicam somente ao empresário individual são: · Capacidade: como já citado anteriormente, o empresário individual deve ter capacidade civil plena. Os incapazes não poderão iniciar a exploração de uma atividade, só poderão continuar a exercer uma atividade que iniciaram quando capazes, por seus pais ou pelo autor da herança, desde que autorizados pelo Juiz. · Proibição de explorar a empresa: Além da capacidade, há outras proibições que levam em conta a profissão, a nacionalidade, o histórico de falência. Em caso de descumprimento dessas regras, as sanções serão administrativas. · Casamento: O empresário individual pode alienar ou onerar imóveis relativos à empresa sem a anuência do cônjuge. Outras regras relativas ao casamento constam nos artigos 978, 979 e 980 do Código Civil. 24/04/2018 Direito Empresarial: Empresa e Empresário https://maamyys.jusbrasil.com.br/artigos/167707956/direito-empresarial-empresa-e-empresario 10/12 EIRELI – Empresa Individual de Responsabilidade Limitada Instituída pela Lei 12.441/2011, a EIRELI, presente no artigo 980-A do Código Civil, é a empresa constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, devendo ser superior a 100 vezes o salário mínimo no vigente no país. Os parágrafos que seguem nesse mesmo artigo trazem as regras e limitações para esse tipo específico de empresa: Art. 980-A. A empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não será inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no País. § 1º O nome empresarial deverá ser formado pela inclusão da expressão "EIRELI" após a firma ou a denominação social da empresa individual de responsabilidade limitada. § 2º A pessoa natural que constituir empresa individual de responsabilidade limitada somente poderá figurar em uma única empresa dessa modalidade. § 3º A empresa individual de responsabilidade limitada também poderá resultar da concentração das quotas de outra modalidade societária num único sócio, independentemente das razões que motivaram tal concentração. § 4º (VETADO). § 5º Poderá ser atribuída à empresa individual de responsabilidade limitada constituída para a prestação de serviços de qualquer natureza a remuneração decorrente da cessão de direitos patrimoniais de autor ou de imagem, nome, marca ou voz de que seja detentor o titular da pessoa jurídica, vinculados à atividade profissional. § 6º Aplicam-se à empresa individual de responsabilidade limitada, no que couber, as regras previstas para as sociedades limitadas. A EIRELI diferencia-se de Empresário Individual, uma vez que a lei a definiu como Pessoa Jurídica (Art. 44, VI/CC). Transformação do Registro O empresário individual pode transformar seu registro na Junta em EIRELI ou em outro tipo de sociedade empresária, visando aproveitar a inscrição na Junta e seus cadastros fiscais. O inverso também é admitido no ordenamento, no caso de uma 24/04/2018 Direito Empresarial: Empresa e Empresário https://maamyys.jusbrasil.com.br/artigos/167707956/direito-empresarial-empresa-e-empresario 11/12 sociedade ou uma EIRELI se transformar em um empresário individual. Não se confundindo, no entanto, transformação do registro com a transformação societária. MEI – Microempreendedor Individual A pessoa que trabalha por conta própria e que se legaliza como pequeno empresário configura o MEI. No entanto, deve-se observar os requisitos legais para isso, como por exemplo, o faturamento anual e a não participação em outra empresa como sócio ou titular. A Lei Complementar nº 128 de 2008 criou algumas condições para um trabalhador informal se tornar um MEI. Entre as vantagens estão o registro no CNPJ, o enquadramento no Simples Nacional e a isenção de impostos federais. Tais contribuições garantem a ele o acesso a benefícios como auxílio maternidade, aposentadoria e outros. Considerações Finais Ao longo do desenvolvimento das civilizações, o comércio e a atividade econômica sempre estiveram ligados e com o passar dos séculos, a troca que antes era feita através de produtos, passou a ser feita com as moedas. Essa evolução deu aocomércio um papel importante no desenvolvimento urbano e da sociedade, e posteriormente, tornou a atividade empresarial uma das formas mais expressivas de geração de empregos e capital. Em meio a esse contexto de trocas, compras e vendas, surgiram os conflitos de interesses, os quais devem ser resolvidos pelo direito, que até os dias de hoje vem se moldando para poder proteger os interesses dos particulares, como por exemplo, o Direito do Consumidor e o próprio Direito Empresarial, estando ambos no âmbito do Direito Privado. Referências COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de Direito Comercial. 18ª Edição. São Paulo: Saraiva, 2014. V. 1. COELHO, Fábio Ulhoa. Manual de Direito Comercial. 22ª Edição. São Paulo: Saraiva, 2010. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Esquematizado. 2ª Edição. São Paulo: Saraiva, 2012. V. 1. Direito Empresarial: Atividade Empresarial. Disponível em. Acesso em 30 de abril de 2014, às 20hrs e 52min. 24/04/2018 Direito Empresarial: Empresa e Empresário https://maamyys.jusbrasil.com.br/artigos/167707956/direito-empresarial-empresa-e-empresario 12/12 Empresário Individual: Empresário Individual segundo a legislação brasileira. Disponível em. Acesso em 30 de abril de 2014, às 20hrs e 37 min. BORBA, Tiago; CAMATA, Tiago Fávaro e NEVES, Daniela de Castro. Empresário pessoa física e jurídica: do critério subjetivista de identificação do exercente da atividade econômica à empresa como organização. Disponível em. Acesso em 29 de abril de 2014, às 21hrs e 49min. [1] GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Esquematizado. 2ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2012. V. 1, p. 201. [2] COELHO, Fábio Ulhoa. Manual de Direito Comercial. 22ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2010. Pp 19 e 20. [3] COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de Direito Comercial. 18ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2014. V.1, p. 136. [4] COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de Direito Comercial. 18ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2014. V.1, p. 158. Disponível em: http://maamyys.jusbrasil.com.br/artigos/167707956/direito-empresarial-empresa-e-empresario
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