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A prudência e o abismo juridico hermeneutico gnosiologico

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A prudência e o abismo jurídico 
hermenêutico-gnosiológico
Waldir Araújo Carvalho 1
1 Graduando em Direito pela Universidade Federal de Ouro Preto - UFOP. Realiza pesquisa na área de Filosofia do Di-
reito pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC/CNPq/UFOP). Pesquisador-extensionista 
do Programa de Extensão Núcleo de Direitos Humanos (NDH)-UFOP.
Resumo:
O presente artigo discute a relação entre aplicação da norma jurídica e interpretação da 
norma jurídica, através de um estudo crítico do positivismo jurídico e do conceito clássico 
de “prudência” aplicado ao direito.
Palavras-chave: Abismo jurídico hermenêutico-gnosiológico; Interpretação; Aplicação; 
Prudência
Alethes: Periódico Científico dos Graduandos em Direito - UFJF - nº 3 - Ano 2
Alethes: Periódico Científico dos Graduandos em Direito - UFJF - nº 3 - Ano 2
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Abstract:
The present article discusses the relationship between law enforcement and interpretation 
of law, through by a critical study of the legal positivism and the classical concept of 
“prudence” applied to Right.
Keywords: Precipice-legal hermeneutical-gnosiologic; Interpretation; Application; Pru-
dence.
Alethes: Periódico Científico dos Graduandos em Direito - UFJF - nº 3 - Ano 2
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1 Introdução 
O artigo a seguir terá o seguinte roteiro: (a) primeiramente será feita uma sintéti-
ca contextualização e ilustração histórica acerca das ficções e dos mitos construídos na 
história da filosofia do direito sobre a aplicação das normas jurídicas; em seguida (b) a 
expressão que intitula esse artigo (abismo hermenêutico-gnosiológico) será desenvolvida 
pelo autor e relacionada com questões próprias da hermenêutica e da jusfilosofia; e antes 
das devidas conclusões (c) outro termo que aparece no título será estudado, trata-se da 
“prudência” – que é de importância elementar na tese defendida pelo autor.
É fundamental, nessa nota introdutória, tornar-se consciente da importância histó-
rica do direito natural clássico, das obras clássica que vão de Aristóteles a Santo Tomás 
de Aquino (apesar do artigo não aprofundar minuciosamente na obra dos autores). O 
objetivo basilar desse trabalho desenvolvido é construir uma crítica fundamentada acerca 
do desafio jurídico ontológico-hermenêutico de se aplicar-interpretar as regras, ou seja, o 
desafio da concretização das normas de direito e todas as implicações que advém desse 
desafio.
 
2 Desmistificando a aplicação-interpretação do Direito: o mito do fundacionalis-
mo intelectualista e as ficções juspositivistas 
Noberto Bobbio (1995, p.67) narra um momento que ilustra bem o contexto jurídi-
co-iluminista do século XVIII: Siéyès dizia que quando a codificação começasse a vigorar, 
o procedimento judiciário não passaria de mero “juízo de fato”, seria dispensada a inter-
pretação e as leis seriam aplicadas mecanicamente pelo juiz. Beccaria no seu clássico Dos 
delitos e das Penas tinha influências da mesma concepção: “Os juízes dos crimes não podem 
ter o direito de interpretar as leis penais, pela razão mesma de que não são legisladores (...) 
o juiz deve fazer um silogismo perfeito, (...) com leis penais executadas à letra [...] Quanto 
mais pronta for a aplicação da pena e mais perto seguir o direito, tanto mais justa e útil ela 
será” (2011, p.29-30, p.73). 
O fundacionalismo intelectualista é justamente essa pretensão de um procedimento ju-
diciário de mero processo lógico-dedutivo – dispensando assim a necessidade de se interpretar 
as leis. Um verdadeiro “behaviorismo jurídico-legislativo”: a lei estimula e o juiz apenas reage, 
aplicando mecanicamente as normas. Os juristas do século XVIII acreditavam que bastaria 
assegurar que fossem verificados os fatos previstos pela lei, visto que o direito se tornaria tão 
claro que a quaestio juris (a determinação da norma jurídica a ser aplicada no caso em exame) 
não apresentaria qualquer dificuldade. Imaginavam que com a codificação, as leis, além de re-
gular a conduta do cidadão, seriam capaz de regular a sua própria aplicação. 
Alethes: Periódico Científico dos Graduandos em Direito - UFJF - nº 3 - Ano 2
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Entretanto, o fato é que esse processo é uma ficção, nunca será alcançado. Por mais 
bem descritas e por mais situações prescritas possíveis nas leis, mesmo assim, a inter-
pretação nunca poderá ser dispensada, pois é a interpretação do direito que permite que 
esse seja aplicado. Como bem nota Gadamer (2010), interpretação e aplicação do direito 
é um processo sobreposto2 - existe uma impossibilidade jurídico-ontológica de separar a 
aplicação da interpretação. 
Abrindo um parêntese, é interessante anotar que a mentalidade do homem comum 
vê o direito como uma “gramática”: as leis são como regras gramaticais que dizem o “cer-
to” e o “errado”, o que “pode” e o que “não pode” – ou seja, vêem o direito como um 
conjunto de regras instituídas. Sobretudo, como um conjunto de regras instituídas que são 
capazes de responder a todas as questões jurídicas, como se existisse “uma lei” especifica 
para cada situação especifica – típica concepção que se herdou das ficções do positivismo 
jurídico clássico. Na crítica a esse senso comum jurídico, Michel Villey afirma que o direi-
to não é extraído das regras, pelo contrário, as regras é que devem ser extraídas do direito3. 
Logo, regras e direito não são sinônimos, o direito é algo mais do que as leis, os códigos 
e os sistema de regras (estes são parte do direito) – entretanto, vamos nos restringir a essa 
anotação relevante, pois a discussão sobre a definição de direito além de exaustiva, não é 
a nossa pretensão. 
Retomando então essa impossibilidade jurídico-ontológica de separar a aplicação da 
interpretação, um sistema de regras é incapaz de prever todas as situações contingentes e 
de controlar normativamente sua própria aplicação/interpretação - ao contrário do que 
pensa Dworkin (2002, p. 40), ao afirmar que: “pelo menos em teoria, todas as exceções 
podem ser arroladas e quanto mais o forem, mais completo será o enunciado da regra”. 
Entretanto, é impossível o texto legal prever a priori toda uma infinidade de situações e 
conflitos jurídicos e ele é incapaz de prescrever no seu próprio corpo de normas, em to-
dos os casos, como “se deve interpretar” ou como “se deve aplicar” determinada lei (por 
mais “intelectuais” que essas leis sejam). 
Essa incapacidade de auto-aplicação legislativa pode ser explicada de um lado pelas 
questões histórico-culturais (que mudam contextos, alteram o pano de fundo) e de outro 
pelo próprio pluralismo semântico das palavras (os significados são mutáveis, o vocabulá-
rio num contexto é reinterpretado noutro contexto), e também pelas lacunas, que sempre 
existirão em todo ordenamento jurídico. É dedutível então que não existe uma “interpre-
tação certa” e previamente certa na aplicação da norma em um determinado momento de 
decisão (julgamento). Como bem destaca Grau (2002. p. 39):
2 Ver GADAMER, Hans-Georg. Hermenêutica em retrospectiva. São Paulo: Editora Vozes, 2010.
3 Ver VILLEY, Michel. Filosofia do Direito: definições e fins do direito, os meios do direito. 2.ed. São Paulo: Martins Fontes, 
2008
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Nego peremptoriamente a existência de uma única resposta correta 
(verdadeira, portanto) para o caso jurídico – ainda que o interprete es-
teja, através dos princípios, vinculado pelo sistema jurídico. Nem mes-
mo o juiz Hercules [Dworkin] estará em condições de encontrar para 
cada caso uma resposta verdadeira, pois aquela que seria a única res-
posta correta simplesmente não existe. (...) inexistindo, portanto, uma 
interpretação objetivamenteverdadeira [Zagrebelsky].
É nesse sentindo, que nas palavras de Oliveira (2009, p. 22-23):
Não existe um ‘pé de letra’ da regra, bem como não existe uma correta 
compreensão do contrato que possa ser extraído do contrato mesmo, 
uma vez que a maneira correta de seguir uma regra não pode ser extra-
ída da regra mesma. O que existe são interpretações que se sustentam 
sobre panos de fundo, às vezes inarticulados, mas sempre presentes.
Não existe interpretação “simples” de “mera aplicação”, toda lei demanda um mo-
vimento de inteligência, de raciocínio vinculado a realidade, sustentado por um pano de 
fundo, para poder ser aplicada (interpretada). Na mesma concepção de panos de fundo, 
nos adverte Taylor (2000, p.183):
Compreendemos sempre contra panos de fundo daquilo que é tido 
por certo, em que simplesmente nos apoiamos. Sempre pode aparecer 
alguém que não disponha desse pano de fundo, razão porque a mais 
simples coisa pode ser entendida erroneamente.
Não existe, evidentemente, nenhuma “essência normativa”, não existe uma verdade 
dentro da norma que permaneça inalterável em todos os contextos – a idéia de essência da 
norma (vulgo, a “intenção do legislador”) não passa de mais uma ficção, que no fundo é 
apenas a tentativa frustrada de se construir uma “metafísica juspositivista”. Pois as regras 
são finitas, as exceções infinitas – há casos em que simplesmente o legislador não tinha 
nenhuma intenção, pois simplesmente tais fatos nunca haviam sido imaginados por ele.
3 O abismo hermenêutico-gnosiológico na interpretação-aplicação da norma ju-
rídica
Partindo dessa compreensão, existe entre a regra e sua aplicação-interpretação um 
obstáculo ontológico vinculado a própria essência das normas, esse obstáculo consiste 
em um “abismo”, que não consegue ser ultrapassado por nenhuma inteligência apriorís-
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tica, que sempre existirá e que as leis (ou o legislador) não são capazes de transpor por si 
mesmas – abismo que não apenas tem relação com a semântica jurídica, mas que também 
está intrínseco, subentendido no mundo das realidades existentes. Abismo que recebe, em 
geral, a nomenclatura de hermenêutico-gnosiológico (para alguns, apenas hermenêutico, 
ou hermenêutico-ontológico). 
O abismo hermenêutico-gnosiológico consiste na elementar dificuldade de se “jul-
gar a norma” - que está intimamente ligada a problemas próprios da interpretação do 
texto legal para sua aplicabilidade (hermenêutica jurídica) e do próprio sujeito cognos-
cente e a validade do seu conhecimento (gnosiologia). O sujeito não é capaz de prever 
intelectualmente todas as variações normativas em termos de caso concreto (exceções) e 
em termos hermenêuticos (não é capaz de escrever um texto com uma única possibilidade 
de entendimento). Em resumo, o abismo hermenêutico-gnosiológico é a impossibilidade 
de se desvincular a interpretação do direito da aplicação do direito.
Atente-se para o fato de que interpretar o direito não é uma atividade descritiva de 
mera compreensão do “significado” das normas jurídicas. Quando se fala em interpretar 
o direito não se trata de “traduzir” a linguagem jurídica ou de “entender” o que está “es-
crito na lei”4, muito menos é uma atividade declaratória de “dizer o que a lei diz”. Para 
além disso, interpretamos para aplicar o direito no caso histórico-concreto. Interpretação 
jurídica é aplicação do direito. E também ao aplicarmos o direito, interpretamos a realida-
de, fazemos uma “leitura da realidade” - interpretar o direito implica em compreender a 
situação, compreender o caso jurídico. Mas sempre existirá um grau de relatividade nessa 
interpretação da realidade, inerente a própria concretização do direito. Logo, a interpreta-
ção do direito tem um caráter constitutivo ou construtivo, se constrói durante a aplicação. 
Como inexistem soluções jurídicas previamente estruturadas, essa é a função da interpre-
tação, que será especifica para cada situação especifica – cada aplicação. 
É interessante analisar um elemento componente da nossa jurisprudência, as cha-
madas súmulas vinculantes. As súmulas trazem em si a pretensão de dizer antecipadamen-
te como se deve interpretar determinada situação-problema do direito, visando buscar 
uma uniformização jurisprudencial (que na prática é impossível). Na crítica de Streck 
(2010, p. 71): 
[a súmula vinculante] trata-se da construção de enunciados assertórios 
que pretendem abarcar, de antemão, todas as possíveis hipóteses de 
aplicação. São respostas a priori, “oferecidas” antes das perguntas (que 
somente ocorrem nos casos concretos). (...) No fundo trata-se de um 
“sonho” de que a interpretação do direito seja isomórfica.
4 Essa concepção é típica da Escola da Exegese (séc. XIX), que identificava o direito com o código. 
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O fato é que se pode criar infinitas súmulas de como se deve interpretar determina-
do situação-problema do direito, mesmo assim, elas nunca serão suficientes para prescre-
ver todas as, mais infinitas ainda, possibilidades do contingente. 
Interessante também é analisar as características do direito romano, por exemplo: 
na jurisprudência romana a hermenêutica e a prática jurídica se desenvolveram mutua-
mente. Pretores e jurisconsultores diziam o direito para cada situação jurídica concreta-
mente analisada – existia ali um vinculo indissociável entre aplicar e interpretar. Porém, a 
prática jurisprudencial romana, de dizer o direito a posteriori no caso presente (concreto-
definido), foi distorcida pela mentalidade de “segurança jurídica” do juspositivismo, para 
a qual era necessário que já estivessem prescritas em lei as “respostas jurídicas certas”. 
Como se existisse a resposta certa e previamente certa. Os juspositivistas pregavam que 
era necessário haver um “princípio da certeza” no direito, isso implica que já deveríamos 
saber, antes mesmo da interpretação/aplicação, qual seria (aproximadamente) a solução 
no julgamento de determinado fato – ignoravam a impossibilidade hermenêutico-gnosio-
lógica de tal procedimento. 
Aprofundando mais a extensão do nosso estudo, é possível se extrair uma crítica 
basilar a pretensão positivista do direito de se “eliminar” ou mitigar a relação aplicação-
interpretação da norma jurídica, a partir de uma leitura atenta da clássica obra Teoria Pura 
do Direito de Hans Kelsen. De acordo com o mestre de Viena:
A idéia, subjacente á teoria tradicional da interpretação, de que a deter-
minação do ato jurídico a pôr, não realizada pela norma jurídica apli-
canda, poderia ser obtida através de qualquer espécie de conhecimento 
do Direito preexistente é uma auto-ilusão contraditória, pois vai contra 
o pressuposto da possibilidade de uma interpretação. (KELSEN; 1998, 
p.392-393).
Kelsen (1999, p. 248) vai ainda além, segundo ele: 
Não há absolutamente qualquer método – capaz de ser classificado 
como de Direito positivo - segundo o qual, das várias significações 
verbais de uma norma, apenas uma possa ser destacada como “corre-
ta” - desde que, naturalmente, se trate de várias significações possíveis: 
possíveis no confronto de todas as outras normas da lei ou da ordem 
jurídica.
Ainda dentro da jusfilosofia kelseniana, a aplicação do direito, enquanto ato cog-
nitivo é também produto de um ato volitivo (ato de vontade), para ele a interpretação 
autêntica (realizada pelo órgão competente) cria o direito, isso também implica que a 
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interpretação pode ir além da “moldura” da norma. No último capitulo da Teoria Pura do 
Direito, Kelsen (1998) escreve:
De resto, uma interpretação estritamente científica de uma lei que, ba-
seada na análise crítica, revele todas as significações possíveis,mesmo 
aquelas que são politicamente indesejáveis, pode ter um efeito prático 
que supere de longe a vantagem política da ficção do sentido único: É 
que uma tal interpretação científica pode mostrar à autoridade legisla-
dora quão longe está a sua obra de satisfazer à exigência técnico-jurídi-
ca de uma formulação de normas jurídicas o mais possível inequívocas 
ou, pelo menos, de uma formulação feita por maneira tal que a inevitá-
vel pluralidade de significações seja reduzida a um mínimo e, assim, se 
obtenha o maior grau possível de segurança jurídica (p. 396-397).
Isso implica em dizer que criar leis inequívocas, com sentido único, pré-interpre-
tadas e auto-aplicadas é uma ficção legislativa. O que temos é uma relativa (in) segurança 
jurídica. Logo, a pré-limitação perfeita de todos os sentidos de uma norma é inalcançável 
e a univocidade de significados que produziriam o maior grau possível de segurança jurí-
dica é uma ficção. Nesse ponto da teoria jusfilósofica kelseniana, Oliveira (2009, p.26) é 
incisivo: 
Mas, ao fim do resultado de seu trabalho, o que resta é uma moldura 
que não se fecha. O que resta é um direito que não se aplica senão por 
meio de uma vontade que nem o direito nem a ciência são capazes de 
controlar. O que resta é uma relativa indeterminação do ato de aplica-
ção do direito, que é a maneira kelseniana de dizer que o que resta é 
incerteza, é o poder, é o olhar esbugalhado da Górgona.
O “olhar esbugalhado da Górgona”5 kelseniano, ao qual Oliveira faz referência, 
é uma metáfora do nosso abismo jurídico hermenêutico-gnosiológico: diante o desafio 
da aplicação-interpretação normativa o que nos resta é um precipício, que não se pode 
enxergar o fundo (incerto e inseguro), e que não pode ser ultrapassado por nenhum co-
nhecimento jurídico-metodológico positivo preexistente.
5 Essa metáfora aparece no prefácio do livro de Hans Kelsen “O problema da justiça” (referência recomendada: KEL-
SEN, Hans. O problema da justiça. 3 ed. Tradução João Baptista Machado, São Paulo: Martins Fontes, 1998).
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4 A Prudência do Direito Natural Clássico
Mas isso não implica que os juristas estejam diante um fato inexorável, sem solução 
ou alternativa. Implica apenas que o silogismo jurídico-platônico, de se deduzir todas as 
“respostas jurídicas” dos casos em espécie a partir de um sistema “metafísico-transcen-
dental” de regras, não é possível. 
Na contramão dessa herança jurídica da filosofia platônica-positivista (e para ilus-
trar o porque dessa expressão), Pierre Aubenque, em um trecho, nos lembra de um sábio 
ensinamento da filosofia aristotélica – a impossibilidade de se deduzir, no mundo real, o 
particular do universal:
Enquanto Platão não parece ter posto em dúvida que um sabe suficien-
temente transcendente poderia abranger a totalidade dos casos particu-
lares, Aristóteles nunca espera poder deduzir o particular do universal: 
a falta, nos diz ele, não está na lei nem no legislador, mas na natureza da 
coisa, [...]. Onde Platão via uma fraqueza psicológica devido à ignorân-
cia dos homens, Aristóteles reconhece, como faz habitualmente, um 
obstáculo ontológico, um hiato que afeta a própria realidade e que ne-
nhuma ciência poderá superar. A aplicação das regras é antes de tudo 
uma questão de prudência (phronesis) (AUBENQUE, 2003, p. 75)
Esse “hiato aristotélico” que Aubenque cita, é o que Charles Taylor intitula de “hia-
to fronético”6. Esse hiato ontológico, nada mais é do que o abismo jurídico hermenêuti-
co-gnosiológico. E Taylor o chama de “fronético” justamente para fazer referência a um 
conceito do direito natural clássico, o conceito de “prudência” – e é no conceito de pru-
dência, diga-se, na interpretação/aplicação prudente, que o Direito encontra a ferramenta 
necessária para concretizar as normas jurídicas (e, por que não, concretizar a justiça).
Leia-se prudência no seu significado clássico (aristotélico-tomista), pois existe 
uma grande ignorância em torno da concepção do léxico “prudência”7, que na menta-
lidade do homem comum significa “cautela”, indecisão (o homem prudente é aquele 
que fica”em cima do muro”). Essa ignorância também afeta o entendimento dos juristas 
sobre o “direito natural” – que por ser uma expressão que abarca diversos momentos 
6 “Fronético” da palavra grega phronesis: prudência, sabedoria prática.
7 MacIntyre afirma que houve uma “perca de contextos” do debate moral na passagem para a idade moderna, uma 
“ruptura aristotélica”, segundo ele: “Na transição da diversidade de contextos dos quais se originaram até nossa cul-
tura contemporânea, ‘virtude’, ‘justiça’, ‘piedade’, ‘obrigação’ e até ‘dever’ tornaram-se diferentes do que eram. (...) ao 
presumir que a linguagem da moralidade passou de um estado de ordem para um estado de desordem, essa passagem 
certamente refletirá justamente nessa mudança de significado. (...) isso tem sido o tratamento anti-histórico persistente 
que os filósofos contemporâneos vêm aplicando á filosofia moral, tanto ao escrever sobre o assunto quanto ao ensiná-lo 
(...) tratando Platão, Hume e Mill como contemporâneos nossos e uns dos outros. Isso leva a abstrair esses filósofos do 
meio social e cultural no qual viveram e pensaram.” (MACINTYRE; 2001, p. 28-29)
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históricos acaba criando vários significado mal-compreendidos. Como bem nota Villey 
(2005, p.54):
Realista e nem um pouco idealista, [Aristóteles] pratica um método 
de observação: à maneira de um botânico, colhe as experiências dos 
impérios e das polis de seu tempo. Prenuncia o direito comparado e a 
sociologia do direito. O direito natural é um método experimental.
Javier Hervada, por sua vez, sustenta que a teoria de direito natural aristotélico-
tomista “enquadra-se no realismo jurídico clássico, pois se refere às coisas naturalmente 
adequadas ao homem (...) o direito natural é o justo ou adequado à natureza humana pela 
natureza das coisas” (2008; p.347). 
Ao contrário dos estereótipos e das idéias de obscurismo e dogmatismo (e de dis-
cricionariedade, do ponto de vista jurídico) normalmente atribuídos ao Direito Natural, 
na prática ele opera com base em conceitos concretos, decorrente da realidade observada, 
caracteriza-se pela práxis e não pelo mito da razão especulativa (nada é deduzido a priori) 
– o direito natural não se caracteriza por abstrações e idealismos; essas características são 
típicas da concepção moderna de direito natural (jusnaturalismo/jusracionalismo) e das 
escolas kantianas. O direito natural clássico lida com questões contingentes e com ações 
que se aplicam a contextos particulares, concretos. Quando fala em justiça, não faz refe-
rência a idéias vagas ou idealistas, justiça não é algo a ser buscado, distante, utópica – a 
justiça não é onírica. O justo é uma coisa concreta e determinada – vale anotar que na 
concepção aristotélica, prudência e justiça estão intimamente articuladas.
Partindo dessa tomada de consciência, dentro do direito natural clássico, em Tomás 
de Aquino a prudentia é a arte de decidir-se corretamente com base na realidade, é um 
conhecimento não-acadêmico, um saber contigente da vida diária, que pode ser praticado 
inclusive por analfabetos8. Por isso, a interpretação-aplicação das normas, antes de ser 
uma ciência é uma prudência – pois ela é a inteligência do concreto que não decide por 
base em conceitos abstratos mas sobre casos concretos. É partindo desse marco-teórico 
que o professor Jean Lauand faz a seguinte advertência:
Uma das mais perigosas formas de renúncia a enfrentar a realidade (ou 
seja, renúncia à prudentia) é trocar essa fina sensibilidade de discernir o 
que, naquela situação concreta, a realidade exige por critérios operacio-
nais rígidos, como um ‘Manual do EscoteiroÉtico’ ou, no campo do 
direito, num estreito legalismo à margem da verdadeira justiça9. 
8 Ver AQUINO, Tomás de. Suma teológica. Tradução de Aldo Vanuchi et al. São Paulo: Loyola, 2003
9 LAUAND, L. J. Prudentia, virtude intelectual: “lições de vida”. Notandum, n 12. Disponível em: < http://www.hottopos.
com/notand12/jean.htm > Acesso em 22 de mar. 2011.
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Renunciar a enfrentar a realidade, é ignorar o desafio jurídico-ontológico de se apli-
car-interpretar a norma, é criar discursos jurídicos atolados em paroxismos legalistas e 
proselitismos – discurso que simula um direito justo com uma excessiva produção de leis 
(supostamente) “justas”. E por mais atormentador, por mais insegurança que isso pareça 
proporcionar, o fato é que a única justiça que existe é a justiça da decisão realizada pelo 
homem, pelo intérprete-aplicador do direito. 
Haja vista a observação de Aubenque (2003; p.73-74): “Na Ética a Nicomaquéia, 
o julgamento ético não será mais comparado ao saber do geômetra mas ao engenho 
do carpinteiro, e a exatidão matemática lhe será expressamente recusada em proveito da 
aproximação, sem dúvida escandalosa para um platônico, com a retórica”. A ciência do 
direito não é uma ciência matemática, e sim uma ciência retórica, prudente, quase-artísti-
ca. Direito é mais interpretação do que qualquer outra coisa possível. 
Nessa perspectiva, quando tratamos de aplicar-interpretar o direito, quando estamos 
a tratar das nossas rotinas jurídicas, tem-se a óbvia constatação de Villey (2005, p. 63):
Portanto, o juiz estará autorizado a tomar, por vezes, liberdades em 
relação ao texto de lei; a adaptá-lo às circunstâncias, a levar em conta 
condições próprias a cada causa particular, por exemplo, em matéria 
penal, a idade do acusado, sua situação social, seu passado, suas in-
tenções, etc. A equidade é, portanto, comparável ao metro que se usa 
em Lebos, régua de chumbo flexível, que se casa com as formas do 
objeto. 
Tome-se equidade, simplificadamente, como a interpretação justa da norma em 
um determinado julgamento. Vê-se assim, na metáfora da régua de Lebos, que o direito 
tem que ser mais mudança do que permanência, mais adaptação do que consistência – e 
é justamente a interpretação/aplicação prudente que permite que o direito seja mutante e 
adaptador, pois a prudência é a inteligência prática e a lei é a inteligência “legalista-trans-
cendental” (fictícia). A prudência é, sobretudo, uma disposição prática que concerne a 
regra de escolha, ou mesmo, aprodundando no discurso, “a prudência é nomotética, ou 
dicástica – legisladora e judiciária; é por isso que os romanos falarão da jurisprudência” 
(VILLEY; 2005, p.59).
Isso não implica que os textos legais não tenham nenhuma importância, ou ne-
nhum significado, mas sim que os textos legais tem função acessória, que são imperfeitos 
e inconclusos por sua própria natureza – apenas a interpretação prudente, que é aquela 
que atua empiricamente sobre o núcleo semântico das regras, é capaz de “completar” as 
normas na sua aplicação concreta. 
O intérprete/aplicador do direito prudente é aquele que se vê diante o abismo 
hermenêutico-gnosiológico e não cria “pontes fictícias”, não engana a realidade, não dis-
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simula construindo métodos jurídico-burocráticos. O intérprete do direito prudente tem 
plena consciência da existência desse abismo, ele também tem consciência das suas limita-
ções – o prudente não é nenhum Hércules dworkiniano confiante e infalível (o prudente 
não é um semi-deus), muito menos um Rei-Filósofo platônico de sabedoria infinita e que 
tudo conhece. O prudente é apenas o interprete que enfrenta a realidade com sapiência e 
discernimento, que aprende e ensina com a experiência concreta do direito. O prudente é 
aquele que sabe trabalhar com a inexistência de respostas pré-moldadas, que mesmo sem 
critérios pré-definidos e consciente da insuficiência desses mesmos critérios tem o conhe-
cimento necessário para atuar no caso-concreto.
5 Conclusões transitórias
A indeterminação da aplicação-interpretação da norma, não é um problema apenas 
da filosofia do direito, ou um problema de ordem prática – mas é um problema ontoló-
gico do próprio Direito em si. Não existe uma conclusão absoluta para uma correta apli-
cação da norma jurídica, pois aquela que é a correta forma de aplicar (a forma prudente) 
não pressupõe um “manual”, não vem pronta antes mesmo do caso a ser aplicado. A 
interpretação-aplicação prudente do direito é construída no momento da própria inter-
pretação-aplicação.
Nesse sentido, devemos pensar as normas em função de situações específicas, pen-
sá-las a partir dos seus problemas práticos (da sua aplicação). Interpretar o direito com-
preender a nossa própria realidade – a realidade existente, não as normas “preexistentes”. 
Aplicação-interpretação da lei não é mera relação causa-efeito, não é uma operação de 
subsunção formalista, pois sempre existirá um obstáculo hermenêutico-ontológico.
O que alcançamos aqui são apenas conclusões transitórias, noções que direcionam, 
perspectivas relevantes, que não acaba aqui, pelo contrário: se inicia. As discussões não são 
resolvidas, porque não há uma resolução correta em absoluto para elas, o que há são aproxima-
ções neo-relativas de verdades tocáveis. O professor Villey (2005, p. 55) diz que: “O direito é 
o objeto de uma investigação jamais concluída, que se realiza pela dialética e com base em ob-
servações da realidade. O estudo jamais chega a outra coisa senão resultados provisórios”. O 
que há são caminhos que precisam ser construídos e redirecionados. São pequenas correções 
que precisam ser feitas no discurso jusfilósofico atual – afinal, como ensina o mesmo Villey10: 
de nada serve uma filosofia que apenas confirme nossas rotinas jurídicas. 
Isso não significa que a argumentação aqui desenvolvida tenha sido inútil, pois ela 
propôs algo fundamental: abertura. Abertura que incide sobre nossas verdades, sobre 
10 Ver VILLEY, Michel. Filosofia do Direito: definições e fins do direito, os meios do direito. 2.ed. São Paulo: Martins Fontes, 
2008
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nossa “segurança jurídica”. Abertura para o diálogo crítico com nossas concepções sobre 
aplicação do direito, muitas vezes, fundadas sobre ficções de alguma forma de positivismo 
jurídico que subtrai a existência do abismo jurídico hermenêutico-gnosiológico e elabora 
um mecanismo não-prudente e pseudo-justo de se interpretar o direito e concretizar a 
norma de forma equivocada com a realidade. É necessário tomar consciência da nossa 
própria “consciência jurídica” (nossos preconceitos e nossas referências de entendimen-
to), sobretudo nossos entendimentos sobre da aplicação da norma que distorcem o direi-
to em um estreito legalismo. 
Estamos tão acostumados, tão moldados a pensar o direito da forma como nos 
é ensinado, que caímos em um “conformismo processual”. Absorvemos uma verdade 
como a única verdade possível, como se (entre outras coisas) aplicação e interpretação 
fossem elementos distantes e a justiça possível fosse apenas a justiça legal. E de repente 
nos vemos diante problemas essenciais do conhecimento jurídico, problemas que preci-
sam ser resolvidos, mas não somos capazes de agir e nem ao menos sugerir mudanças, 
pois nos tornamos indiferentes pelo “devido processo legislativo”. Como nos conta Otto 
Lara Resende em Vistas Cansadas11: “O que nos cerca, o que nos é familiar, já não desperta 
curiosidade. O campo visual da nossa rotina é como um vazio. (...) Nossos olhos se gas-
tam no dia-a-dia, opacos. É por aí que se instala no coração o monstro da indiferença”.
Ainda nos apropriando mais profundamente da literaturanacional, nas palavras do 
prudente jagunço (jusfilósofo) Riobaldo de Guimarães Rosa, encontramos um erudito 
conhecimento que ensina aos juristas a importância da prudência, a importância dessa 
“coisa” na superação dos abismos:
E que: para cada dia, e cada hora, só uma ação possível da gente é que 
consegue ser a certa. Aquilo está no encoberto: mas, fora dessa con-
seqüência, tudo o que eu fizer, o que o senhor fizer, o que o beltrano 
fizer, o que todo-o-mundo fizer, ou deixar de fazer, fica sendo falso, e 
é o errado. Ah, porque aquela outra é a lei, escondida e vivível mas não 
achável, do verdadeiro viver: que para cada pessoa, sua continuação, já 
foi projetada, como o que se põe, em teatro, para cada representador 
- sua parte, que antes já foi inventada, num papel(...) ( ROSA; 2001, 
p.338).
Portanto, a prudência jurídica não é um conceito romântico ou erudito que enfeita 
os trabalhos acadêmicos. Prudência é ver a realidade e decidir-se corretamente com base 
na própria realidade, sem um “como agir” pressuposto, com nenhum comportamento 
pré-definido; ela é uma prática sui generis essencial a aplicação e interpretação do direito.
11 Texto publicado no jornal “Folha de S. Paulo”, edição de 23 de fevereiro de 1992.
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