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Origens da razão e suas bases fisiológicas

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Origens da razão e 
suas bases fisiológicas
Antônio Ronaldo Costa Dias
Introdução
Segundo Chaui (2000), a razão é tão antiga quanto a filosofia e não há maneira de estudar 
sua origem sem estudar a origem da filosofia, que surgiu na Grécia, pois ambos os conhecimentos 
estão entrelaçados. Dessa forma, nesta aula vamos estudar os primeiros filósofos da humani-
dade, abordando, posteriormente, suas teorias sobre a razão. 
Objetivos de aprendizagem
 Ao final desta aula, você será capaz de:
 • conhecer as origens da razão;
 • compreender as bases fisiológicas da razão;
 • identificar as diferenças entre razão e emoção.
1 As origens da razão
De acordo com Aranha e Martins (1993, p. 66) “os primeiros filósofos viveram por volta do 
século IV a.C., e mais tarde foram classificados como pré-socráticos (a divisão da filosofia grega 
se centraliza na figura de Sócrates) e agrupados em diversas escolas”. Cada uma dessas escolas 
de origem filosófica, surgidas entre os séculos IV a.C. e o início do cristianismo, é referenciada 
aos pensadores da época: a escola jônica era composta pelos filósofos Tales, Anaximandro, Ana-
xímenes, Heráclito e Empédocles; a escola itálica era composta por Pitágoras; a escola eleática 
era composta por Xenófanes, Parmênides e Zenão e a escola atomista era formada por Leucipo e 
Demócrito (ARANHA E MARTINS, 1993).
FIQUE ATENTO!
O ateniense Sócrates (470 – 399 a.C.), primeiro dos três grandes filósofos gregos 
(os outros dois foram Platão e Aristóteles), conduziu a transição do pensamento re-
flexivo sobre a origem do universo para preocupações como a existência humana. 
É dele a frase “Conhece-te a ti mesmo”. 
Figura 1 – Grécia, o berço da filosofia antiga
Fonte: ivan bastien/Shutterstock.com
O período de passagem do pensamento mítico para o pensamento racional foi chamado de 
“milagre grego” e ocorreu lentamente, sendo que as características dessa época não desaparece-
ram por completo. As novidades ou avanços do homem, como a escrita, a moeda e as leis surgi-
das no período arcaico (séculos VII e VI a.C., que é o período próprio de surgimento da filosofia), 
ajudaram, de certa forma, a transformar a visão mítica ou a visão do mito (ARANHA e MARTINS, 
1993). Podemos entender o conceito de mito da seguinte forma: “é uma intuição compreensiva da 
realidade, é uma forma espontânea de o homem situar-se no mundo. E as raízes do mito não se 
acham nas explicações exclusivamente racionais, mas na realidade vivida, portanto pré-reflexiva, 
das emoções e da afetividade” (ARANHA e MARTINS, 1993, p. 55). 
FIQUE ATENTO!
O “milagre grego” foi o período em que importantes fatores contribuíram para o surgi-
mento da filosofia (e de um pensamento mais racional), deixando o pensamento mí-
tico de lado. Além disso, é o período de maior concentração de correntes filosóficas, 
com os mais importantes filósofos da época, como Sócrates, Aristóteles e Platão. 
A partir dessa compreensão, podemos entender que o homem deu um salto progressivo e 
lento do mito da emoção até a razão e que seus avanços e descobertas contribuíram, de certa 
forma, para que a humanidade chegasse ao pensamento racional, ou à razão propriamente dita.
As descobertas que garantiram a transformação do mito para o racionalismo foram:
 • a escrita;
 • a moeda;
 • as leis;
 • a cidade-estado (polis).
SAIBA MAIS!
No livro “As origens Gregas da Filosofia” (2011), o autor Marcos Sandrini aborda 
toda a história do nascimento da filosofia.
No próximo tópico, faremos um estudo a respeito das bases fisiológicas da razão e suas 
implicações para a filosofia moderna.
2 As bases fisiológicas da razão
Para iniciarmos os estudos deste tópico, vamos entender um pouco a respeito do conheci-
mento. Na Grécia antiga, os primeiros filósofos preocupavam-se com algumas perguntas: por que 
as coisas existem? O que é o mundo? Qual a origem da natureza? Esses questionamentos, ainda 
sem respostas naquela época, levavam a uma grande pergunta: o que é o ser? 
De acordo com Chaui (2000, p. 137) “a palavra ser, em português, traduz a palavra latina ‘esse’ 
e a expressão grega ta onta. A palavra latina ‘esse’ é o infinitivo de um verbo, o verbo ser. A expres-
são grega ta onta quer dizer: as coisas existentes, os entes, os seres”. 
A partir dessa compreensão, observa-se, segundo Chaui (2000), que os primeiros filósofos não 
se preocupavam com a capacidade e a possibilidade de conhecimento, ou seja, não indagavam se 
poderiam ou não conhecer o “ser”, mas alguns deles mostravam essa preocupação: Heráclito de 
Éfeso (535 - 475 a.C.), Parmênides de Eléia (530 – 460 a.C.) e Demócrito de Abdera (460 – 370 a.C.). 
Heráclito considerava a natureza como um “fluxo perpétuo”, em constante mudança. Parmênides se 
colocava contrário a Heráclito e afirmava que só podemos pensar sobre aquilo que permanece idên-
tico, ou seja: para ele, “conhecer” era alcançar o imutável. Demócrito, por sua vez, desenvolveu uma 
teoria chamada de “atomismo”, afirmando que a realidade é constituída de átomos. 
Figura 2 – Heráclito de Éfeso
Fonte: Everett - Art/Shutterstock.com
De acordo com Chaui (2000), os filósofos gregos estabeleceram alguns princípios gerais de 
como alcançar o conhecimento verdadeiro, chamados de bases fisiológicas da razão: sensação, 
percepção, memória e categorização. 
 • Sensação: “é o que nos dá as qualidades exteriores e interiores, isto é, as qualidades 
dos objetos e os efeitos internos dessas qualidades sobre nós” (CHAUI, 2000, p. 151). 
Por exemplo, podemos ouvir, sentir, tocar, cheirar odores e sabores, etc. Podemos sentir 
o quente e o frio, o doce e o amargo, ou o liso e o rugoso.
 • Percepção: “é uma relação do sujeito com o mundo exterior e não com uma reação 
físico fisiológica de um sujeito físico fisiológico a um conjunto de estímulos externos” 
(CHAUI, 2000, p. 154). Podemos dizer que a percepção é uma maneira do ser humano 
conhecer o mundo que está a sua volta.
De acordo com o dicionário de filosofia (JAPIASSU e MARCONDES, 2001) a palavra percep-
ção tem o seguinte significado:
Percepção (lat. Perceptio) 
Ato de perceber, ação de formar mentalmente representações sobre objetos externos a partir de 
dados sensoriais.
A sensação é a matéria da percepção.
Para os empiristas a percepção é a fonte de todo o conhecimento.
Quadro 1 – Significado da palavra percepção
Fonte: JAPIASSU E MARCONDES, 2001, p. 149.
 • Memória: “é uma evocação do passado. É a capacidade humana para reter e guardar o 
tempo que se foi, salvando-o da perda total. A lembrança conserva aquilo que se foi e 
não retornará jamais” (CHAUI, 2000, p. 158).
 • Categorização: é um processo mental, onde separamos as coisas em categorias, 
sendo uma forma de organização do nosso cérebro capaz de reunir, julgar, comparar e 
classificar eventos e objetos.
EXEMPLO
O processo de estudo de um estudante, onde se divide as disciplinas em um quadro 
de horário definido durante um período semana, é um processo de categorização. 
Dessa forma, o rendimento do estudo aumenta devido à associação que o cérebro 
faz com determinados horários.
A seguir, veremos como a razão e a emoção se relacionam.
3 Razão e emoção
Até aqui, já vimos os conceitos e definições de razão, que possui como base o pensamento 
racional ou racionalismo, uma corrente filosófica muito estudada pelo filósofo, físico e matemá-
tico francês René Descartes (1596 – 1650), que traz um confronto com a emoção, que é um sen-
timento movido por impulsos, raiva e paixão. A emoção nasce a partir de indecisões e fatos do 
coração, que impedem o correto raciocínio e julgamento dos prós e contras. Segundo Chaui (2000 
p. 453), “nossos sentimentos são causas das normas e dos valores éticos”. 
SAIBA MAIS!
O livro “O Erro de Descartes”, de Antônio Damásio, aborda o tema emoção 
profundamente. Para o autor, as emoções são indispensáveispara o pensamento 
racional. Acesse: <https://books.google.com.br/books/about/O_erro_de_Descartes.
html?id=8JtFZ5TB3EEC&redir_esc=y>.
Ainda de acordo com Chaui (2000), alguns emotivistas, como Alfred Jules Ayer (1910-1989), 
salientam a utilidade dos sentimentos e das emoções para a nossa sobrevivência e para a nossa 
relação com os outros, cabendo à ética orientar a utilização da emoção para evitar a violência e 
garantir as relações justas entre os seres humanos.
FIQUE ATENTO!
 O emotivismo é uma perspectiva com relação aos juízos morais de cada pessoa e 
que afirma que estes juízos dependem das emoções do indivíduo.
De fato, podemos entender que a emoção não pode viver isoladamente, tal como Descartes 
afirmava. Em alguns casos, ela é uma mola propulsora para que possamos estudar profunda-
mente a razão das coisas e dos acontecimentos e nos permite, também, através de métodos, 
consolidar nossos conhecimentos. 
Figura 3 - Emoções
Fonte: g-stockstudio/Shutterstock.com
EXEMPLO
Um comportamento emocional é aquele carregado de impulsividade, sem medir 
consequências em nossos atos, como as nossas reações quando estamos ao vo-
lante: nossas emoções, algumas vezes, fazem com que esqueçamos de nossos 
valores éticos.
Podemos concluir que a emoção é visivelmente diferente da razão em basicamente dois 
aspectos: enquanto na emoção os sentimentos de raiva, impulsividade e paixão tomam conta do 
nosso juízo, a razão nos traz à realidade para o correto julgamento e é carregada de consciência 
do que é certo ou errado, de bom senso e de análise de pesos, antes de tomarmos uma decisão.
Fechamento
Nesta aula, tivemos a oportunidade de:
 • Conhecer as origens da razão, bem como da filosofia;
 • Compreender as bases fisiológicas da razão;
 • Identificar a diferença entre a razão e a emoção. 
Referências 
CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Editora Ática, 2000.
JAPIASSU, Hilton; MARCONDES, Danilo. Dicionário básico de filosofia. 2. ed. rev. Rio de Janeiro: 
J Zahar, 2001.
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: introdução à filosofia. 
São Paulo: Moderna, 1993.
PESSANHA, José Américo Motta. Sócrates – Coleção Os Pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 
1987.
COTRIM, G. Fundamentos da Filosofia: História e grandes temas. São Paulo: Saraiva, 2000.
SANDRINI, Marcos. As origens gregas da filosofia. São Paulo. Editora Vozes, 2011. 
DAMASIO, ANTONIO R. O erro de Descartes: emoção, razão e o cérebro humano. São Paulo: 
Companhia das letras, 2009.
CHANTAL, Priscilla. Alzheimer, memoria e leitura. São Paulo: D´PLÁCIDO Editora, 2013.

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