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DIREITO PROCESSUAL CIVIL I DOS SUJEITOS DO PROCESSO PARTE II DIREITO PROCESSUAL CIVIL - Prof. ANA PAULA L. SAKAUIE 1 RSPONSABILDIADE • RESPONSABILIDADE CIVIL DO JUIZ • TRATA-SE DE RESPONSABILIDADE DO JUIZ, PELO EXERCÍCIO INDEVIDO DE SUAS FUNÇÕES, SE PROCEDER COM DOLO OU MEDIANTE FRAUDE; • A CULPA (ELEMENTO SUBJETIVO) NÃO É SUFICIENTE PARA JUSTIFICAR O NASCIMENTO DA RESPONSABILIDADE PESSOAL DO JUIZ, SEGUNDO TERESA ARRUDA ALVIM WAMBIER; • O CASO DO INCISO II, A PARTE INTERESSADA DEVERÁ INTERPOR AÇÃO EM FACE DO ESTADO QUE PODERÁ, REGRESSIVAMENTE, BUSCAR O RESSARCIMENTO DAQUILO QUE TENHA DESPENDIDO COM A INDENIZAÇÃO, DIANTE DO MAGISTRADO E DE SEU PATRIMÔNIO PESSOAL. DIREITO PROCESSUAL CIVIL - Prof. ANA PAULA L. SAKAUIE 2 Art. 143. O juiz responderá, civil e regressivamente, por perdas e danos quando: I - no exercício de suas funções, proceder com dolo ou fraude; II - recusar, omitir ou retardar, sem justo motivo, providência que deva ordenar de ofício ou a requerimento da parte. Parágrafo único. As hipóteses previstas no inciso II somente serão verificadas depois que a parte requerer ao juiz que determine a providência e o requerimento não for apreciado no prazo de 10 (dez) dias. • PRECONCEITO SOCIAL • Juiz que adiou audiência porque lavrador usava chinelos terá que pagar R$ 12 mil • Embora o Estado responda objetivamente pelos danos causados por seus agentes, ele pode exigir o ressarcimento pelas indenizações que tiver de pagar se os servidores tiverem agido com dolo ou culpa. Com base nessa regra, a 1ª Vara Federal de Paranaguá (PR) condenou o juiz da 21ª Vara Trabalhista de Curitiba, Bento Luiz de Azambuja Moreira, a ressarcir a União em R$ 12,4 mil por adiar audiência porque o lavrador Joanir Pereira calçava chinelos. • Justiça Federal considerou que juiz agiu de forma imprudente ao proibir que lavrador usasse chinelos em audiência. Na sessão, ocorrida em 2007, o então juiz da 3ª Vara do Trabalho de Cascavel (PR) afirmou que não iria “realizar esta audiência, tendo em vista que o reclamante compareceu em Juízo trajando chinelo de dedos, calçado incompatível com a dignidade do Poder Judiciário”. • A atitude de Moreira foi repudiada por profissionais do Direito. O então presidente da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), Cláudio Montesso, disse que “a decisão está em desacordo com o pensamento da maioria dos juízes do trabalho comprometidos com o exercício da cidadania e a preservação dos direitos mais elementares”. • “Não se pode considerar que a roupa do trabalhador, muitas vezes a única que possui, atenta contra a dignidade da Justiça, pois assim se está dizendo que os mais humildes não são dignos da atenção dos juízes e que apenas os bem vestidos a merecem”, disse. DIREITO PROCESSUAL CIVIL - Prof. ANA PAULA L. SAKAUIE 3 Art. 144. Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no processo: I - em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como membro do Ministério Público ou prestou depoimento como testemunha; II - de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido decisão; III - quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou membro do Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive; IV - quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou companheiro, ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive; V - quando for sócio ou membro de direção ou de administração de pessoa jurídica parte no processo; VI - quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de qualquer das partes; VII - em que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha relação de emprego ou decorrente de contrato de prestação de serviços; VIII - em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu cônjuge, companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, mesmo que patrocinado por advogado de outro escritório; IX - quando promover ação contra a parte ou seu advogado. Prof. ANA PAULA LEIKO SAKAUIE 4 Art. 145. Há suspeição do juiz: I - amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados; II - que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa antes ou depois de iniciado o processo, que aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa ou que subministrar meios para atender às despesas do litígio; III - quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu cônjuge ou companheiro ou de parentes destes, em linha reta até o terceiro grau, inclusive; IV - interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das partes. Prof. ANA PAULA LEIKO SAKAUIE 5 • MINISTÉRIO PÚBLICO DIREITO PROCESSUAL CIVIL - Prof. ANA PAULA L. SAKAUIE 6 Art. 127, CF. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis. MINISTÉRIO PÚBLICO MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO MINISTÉRIO PÚBLICO DO DF E TERRITÓRIOS MINISTÉRIO PÚBLICO MILITAR • MINISTÉRIO PÚBLICO NO DIREITO PROCESSUAL CIVIL • QUANDO PARTE PRINCIPAL, PODERÁ ATUAR TANTO COMO LEGITIMADO ORDINÁRIO E EXTRAORDINÁRIO; • PODERÁ ATUAR COMO PARTE PRINCIPAL OU PARTE SECUNDÁRIA (CUSTOS LEGIS - FISCAL DA LEI ); DIREITO PROCESSUAL CIVIL - Prof. ANA PAULA L. SAKAUIE 7 Art. 178. O Ministério Público será intimado para, no prazo de 30 (trinta) dias, intervir como fiscal da ordem jurídica nas hipóteses previstas em lei ou na Constituição Federal e nos processos que envolvam: I - interesse público ou social; II - interesse de incapaz; III - litígios coletivos pela posse de terra rural ou urbana. Art. 626. Feitas as primeiras declarações, o juiz mandará citar, para os termos do inventário e da partilha, o cônjuge, o companheiro, os herdeiros e os legatários e intimar a Fazenda Pública, o Ministério Público, se houver herdeiro incapaz ou ausente, e o testamenteiro, se houver testamento. • AUSÊNCIA DE INTIMAÇÃO DO MEMBRO DO MINISTÉRIO PÚBLICO PARA ATUAR COMO FISCAL DA LEI • CLASSIFICAÇÃO DO VÍCIO: NULIDADE ABSOLUTA , QUE PODERÁ SER CONHECIDA DE OFÍCIO; DIREITO PROCESSUAL CIVIL - Prof. ANA PAULA L. SAKAUIE 8 Art. 279. É nulo o processo quando o membro do Ministério Público não for intimado a acompanhar o feito em que deva intervir. § 1o Se o processo tiver tramitado sem conhecimento do membro do Ministério Público, o juiz invalidará os atos praticados a partir do momento em que ele deveria ter sido intimado. § 2o A nulidade só pode ser decretada após a intimação do Ministério Público, que se manifestará sobre a existência ou a inexistência de prejuízo. • DECRETABILIDADE DO VÍCIO: DEVE-SE LEVAR EM CONTA O PRINCÍPIO DA SANABILIDADE DOS VÍCIOS PROCESSUAIS, OU SEJA, SE FOR POSSÍVEL, OS VÍCIOS SE SANAM, INDEPENDENTEMENTE DE SUA GRAVIDADE • A NULIDADE SÓ SERÁ DECRETADA APÓS O MP SER OUVIDO E, SE ESTE MANIFESTAR ACERCA DA EXISTÊNCIA DE PREJUÍZO (NOVIDADE LEGISLATIVA). NÃO HÁ DISCRICIONARIEDADE DO JUIZ OU DECISÃO ACERCA DA DECISÃO DO MP. CASO O PARQUET PEÇA A NULIDADE DOS ATOS PROCESSUAIS, DEVERÁ O JUIZ ACATAR (TRATA- SE DE EXCEÇÃO À REGRA) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - Prof. ANA PAULA L. SAKAUIE 9 Art. 938. § 1o Constatada a ocorrência de vício sanável, inclusive aquele que possa ser conhecido de ofício, o relator determinará a realização ou a renovação do ato processual, no próprio tribunal ou em primeiro grau de jurisdição, intimadas as partes. 1. Questão. Alfredo promove ação de conhecimentoem face de Francisco para postular indenização por dano material, no valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais). Citado regularmente, o réu alega impedimento do juiz uma vez que o magistrado é amigo intimo do autor, conforme fotos retiradas de uma rede social onde ambos viajaram juntos para o exterior.Indaga-se: a) Trata-se o caso concreto de impedimento do juiz? Fundamente e explique a sua resposta. b) De acordo com as normas do CPC quando deve ser arguida o impedimento ou a suspeição? DIREITO PROCESSUAL CIVIL - Prof. ANA PAULA L. SAKAUIE 10 2. Questão. Não é considerado causa de impedimento do juiz, quando: a) interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como membro do Ministério Público ou prestou depoimento como testemunha. b) nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou membro do Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive. c) for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou companheiro, ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive. d) for sócio ou membro de direção ou de administração de pessoa jurídica parte no processo. e) interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das partes. DIREITO PROCESSUAL CIVIL - Prof. ANA PAULA L. SAKAUIE 11 3. Questão. São exemplos de auxiliares da Justiça, além de outros cujas atribuições sejam determinadas pelas normas de organização judiciária: a) o escrivão, o chefe de secretaria, o oficial de justiça, o perito, o depositário, o administrador, o intérprete, o tradutor, o mediador. b) as partes, o conciliador judicial, o partidor, o distribuidor, o estagiário, o contabilista e o regulador de avarias. c) o assistente, escrivão, o ministério público, o secretário, o oficial de justiça, o perito, o depositário, o administrador, o mediador. d) as partes, o assistente, o oficial de justiça, o perito, o depositário, o administrador, o intérprete, o mediador. e) O defensor público, o estagiário, o oficial de justiça, o perito, o intérprete, o tradutor, o mediador. DIREITO PROCESSUAL CIVIL - Prof. ANA PAULA L. SAKAUIE 12
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