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ESTUDO CASO 3 - CADEIA DE SUPRIMENTOS PERDIGÃO

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Faculdade UNA – Contagem
Disciplina: Logística empresarial 
Profº Fernando Alves
ESTUDO CASO 3 – CADEIA DE SUPRIMENTOS
ATIVIDADE EM GRUPO: MÁXIMO 05 INTEGRANTES
LEVAR IMPRESSO PARA AULA 25/09/2017
PERDIGÃO 
Redesenhando a Operação Logística de sua cadeia de suprimentos 
Este case descreve o processo de adaptação de uma grande indústria de alimentos às novas necessidades de distribuição, com dois objetivos principais: reduzir os custos e servir melhor os clientes. O tema não é novo, mas está ganhando cada vez mais importância, com a globalização e o aumento das pressões competitivas no mercado nacional.
Nota Importante ESTE CASE SE DESTINA EXCLUSIVAMENTE AO ESTUDO E DISCUSSÃO EM CLASSE, SENDO PROIBIDA A SUA UTILIZAÇÃO OU REPRODUÇÃO EM QUALQUER OUTRA FORMA. DIREITOS RESERVADOS ESPM/EXAME. 
Este Case foi elaborado pelos Professores Francisco Gracioso e André Luís de C. M. Duarte
INTRODUÇÃO 
Este caso apresenta uma empresa do setor de alimentos que busca, em razão do seu crescimento, redesenhar suas operações logísticas na tentativa reduzir seus custos logísticos e, acima de tudo, fornecer aos seus clientes um serviço de melhor qualidade. 
Em geral, a cadeia de suprimentos é definida como o conjunto de atividades e o fluxo de mercadorias desde a fonte de matéria-prima até o consumidor final na ponta da cadeia. Há a necessidade de se considerar nesta definição o fluxo contrário das informações e das próprias mercadorias às suas origens em certas condições especiais, tais como, produtos avariados ou rejeitados. Esta ampla visão permite enxergar as sinergias existentes entre os vários elos da cadeia. 
Com o movimento de globalização e consequente aumento da concorrência, as empresas se viram obrigadas a buscar saídas para se tornarem cada vez mais competitivas. Diferente do estabelecido por Porter (1980), que afirmava que a competição ocorria entre unidades de negócio de maneira isolada, outras teorias mais recentes afirmam que uma empresa não sobrevive de maneira isolada, e que a grande força de sua competitividade está também na sua cadeia de suprimentos de maneira conjunta. Assim, atualmente a competição está ocorrendo no nível das cadeias produtivas, ou seja, entre diferentes cadeias produtivas. 
Segundo Lavalle (1999), a cadeia de suprimentos de alimentos tem experimentado mudanças substanciais na década de 90 em razão do aumento da competição imposta pela abertura do mercado interno e da estabilidade econômica vivida pelo país. 
Os ganhos financeiros acabavam encobrindo os custos logísticos de uma operação, muitas vezes pouco eficiente. Com a eliminação dos ganhos inflacionários, a cadeia de suprimentos passou a ser encarada como estratégica para as organizações, podendo ser decisiva para sua competitividade. As empresas têm dado maior importância para o relacionamento mais próximo entre todos os elos da cadeia de suprimentos. A integração da rede passou a ser vista como objetivo capital para a obtenção de ganhos de produtividade no âmbito das empresas. Neste sentido as questões logísticas aparecem na agenda da alta administração como parte integrante das estratégias competitivas para fazer frente à concorrência. 
Cada vez mais a busca por eficiência de uma cadeia produtiva tem como pré-requisito a alta qualidade dos serviços prestados ao cliente final. No entanto, para atingir plenamente estes objetivos, é fundamental que exista um alto nível de integração e coordenação entre os processos logísticos de empresas de uma mesma cadeia de suprimento. As empresas estão se conscientizando de que não é possível atender às exigências de serviço dos clientes e, simultaneamente, cumprir com os objetivos de custo da empresa, sem trabalhar de forma coordenada e integrada com outros participantes da cadeia de suprimento. Ações de uma empresa afetam de forma positiva ou negativa os custos de outras empresas da cadeia de suprimento. 
Neste sentido, a logística representa um fator chave para a sobrevivência das empresas no mercado. Determinar o nível de serviço que será oferecido, localizar instalações, estoques e transportes são elementos primordiais para operação eficiente de qualquer sistema logístico. As decisões tomadas referentes a estes elementos impactam a rentabilidade, o fluxo de caixa e o retorno sobre o investimento da empresa. 
A PERDIGÃO: O HISTÓRICO
A origem da Perdigão data de 1934, quando duas famílias de imigrantes italianos - os Ponzoni e os Brandalise - inauguraram um pequeno armazém de secos e molhados em Vila das Perdizes, às margens do Rio do Peixe, meio oeste de Santa Catarina. O armazém foi chamado de Ponzoni, Brandalize & Cia. 
Este pequeno comércio foi crescendo e se diversificando. Em 1939 iniciou suas atividades industriais com um abatedouro e uma fábrica de produtos suínos. Em 1954 entrou no mercado de aves com a construção da Granja Santa Gema. 
Em 1955, já preocupada com o transporte e distribuição de sua produção, a empresa cria o Expresso Perdigão. Porém, a precariedade das estradas exigiu a utilização do transporte aéreo, fazendo com que a empresa adquirisse em 1957 dois aviões Douglas DC-3 para possibilitar a colocação dos seus produtos no mercado de São Paulo. 
Em 1958 a empresa passa a se chamar Perdigão S. A. Comércio e Indústria. A escolha deste nome se deve a abundância desta ave (macho da Perdiz) na região. Com investimentos constantes em distribuição, tecnologia e produção, a Perdigão foi se transformando num dos maiores complexos agroindustriais do mundo. Suas principais atividades passaram a ser focadas na criação, produção e abate de aves e suínos e industrialização e venda de produtos de origem animal e de soja e seus derivados. 
Apesar deste crescimento, os anos 90 começaram difíceis para a Perdigão. Em 1991 morre Saul Brandalise um dos fundadores da Perdigão. Ângelo Ponzoni, outro fundador, morreria um ano depois. A pressão por melhores resultados levou a empresa, em 1994, a passar seu controle acionário para um grupo de fundo de pensões, encerrando a fase de administração familiar.
A PROFISSIONALIZAÇÃO 
A partir de 1994, após sua profissionalização, a Perdigão passou por uma profunda reestruturação interna, concentrou seu negócio na produção de alimentos de proteína animal, iniciou o Projeto de Otimização (que viria a aumentar a capacidade produtiva da empresa em 50% nos três anos seguintes), lançou o programa de Qualidade Total e o programa TIP (tecnologia da informação Perdigão) contemplando a instalação do software de gestão empresarial SAP R/3. 
No primeiro semestre de 2000 a Perdigão adquiriu Frigorífico Batávia, 6a empresa brasileira no ranking de processadoras de carne. Ainda em 2000 iniciou a operação do complexo industrial de Rio Verde (GO) - Projeto Buriti - composto por uma fábrica de ração, um parque de produção de aves e suínos, por dois abatedouros com capacidades diárias de 280 mil aves e 3,5 mil suínos e por uma unidade de industrialização de carnes. Neste mesmo ano a Perdigão foi a primeira empresa brasileira de alimentos a ter suas ações listadas na bolsa de Nova York. 
No período 1994-2000, o investimento médio foi de R$130 milhões de reais, com geração anual de 1200 novos empregos. No ano de 2000 a companhia investiu R$216 milhões, montante 14% superior ao realizado no ano anterior (figura 1). Desse total, 71% foram destinados ao projeto Buriti em Rio Verde (GO). Para 2001 estão previstos novos investimentos da ordem de R$100 milhões. 
Todos estes investimentos estão dando resultado. A Perdigão alcançou a liderança no mercado de produtos industrializados, encerrando o ano de 2000 com 22,5% do market share (grau de participação de uma empresa no mercado em termos das vendas de um determinado produto; fração do mercado controlada por ela). A figura 2 mostra esta evolução. A linha de pratos prontos, lançada em 1998, alcançou 31,9% de market share e as carnes congeladas saltaram de 31,3%, em 1999, para 32,5%, em 2000. Os ganhos de mercado, aliados à evolução de outros segmentos, como o mercado institucional,proporcionaram um aumento de 21% no faturamento bruto.
Hoje, a Perdigão emprega mais de 19 mil funcionários e é constituída por 13 unidades industriais de carnes, 2 de soja, 7 fábricas de ração e 14 incubatórios. A grande maioria destas unidades industriais estão localizadas no sul do país, nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Possui ainda, 3659 produtores integrados de aves e 2633 produtores integrados de suínos. 
A ESTRUTURA LOGÍSTICA 
A Perdigão atende cerca de 60000 clientes no mercado interno através de 30 centros de distribuição (sendo 9 distribuidores terceirizados) estrategicamente espalhados pelo país. Estes centros de distribuição são responsáveis pelas entregas nos canais de venda dos produtos. As lojas de auto-serviço (supermercados) representam a maior parcela dos clientes da Perdigão com 63,5%. A figura 3 mostra a composição dos principais canais de distribuição dos produtos Perdigão.
A Perdigão tem no sistema logístico um de seus principais apoios para avançar no mercado. A estrutura logística disponível permite a entrega de qualquer produto, do Rio Grande do Sul ao Amazonas, em apenas 24 horas. Sua frota de veículos é totalmente terceirizada, porém, trabalha em regime de exclusividade. 
A figura abaixo mostra a complexidade da cadeia de suprimentos da Perdigão:
Deve-se destacar o trabalho de integração da Perdigão com seus produtores. Estes produtores, que também trabalham em regime de exclusividade, recebem apoio total da Perdigão, que oferece garantia de compra de toda a produção de seus parceiros, colocando a disposição a mais avançada tecnologia e toda assistência técnica necessária para assegurar ganhos de produtividade e qualidade na criação de aves e suínos de milhares de pequenas propriedades rurais. Esta proximidade, com fornecedores, permite uma maior padronização e controle de sua matéria prima. Além disto, consegue controlar melhor o nível de estoque em toda cadeia produtiva. 
O PROBLEMA LOGÍSTICO 
A rede logística da Perdigão é bastante complexa. São mais de 6000 produtores integrados que abastecem 13 unidades industriais, mais de 400 itens em seu mix de produto e 2400 toneladas produzidas diariamente e transportadas para 30 centros de distribuição e, na sequência, distribuídas para cerca de 60000 clientes de todos os pontos do país. São 640 cargas distribuídas para todo o Brasil diariamente. 
A complexidade da distribuição aumenta ainda mais pois a Perdigão precisa balancear a equação de densidade e peso específico, ou seja, para aproveitar ao máximo o espaço de um caminhão é necessário pensar no volume e no peso de toda carga. Além disto, deve-se levar em conta o tipo do produto (se congelado viaja a -20o C e se resfriado viaja a 0o C) e a sua validade (um produto resfriado pode ter validade de apenas 1 mês). 
Além destas características, outros fatores levaram a Perdigão a repensar sua estratégia de operações logísticas conforme explica seu gerente de logística: 
"Todas as unidades industriais da Perdigão estavam localizadas no sul do país, principalmente nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul (ver mapa no anexo 1). A construção do complexo agroindustrial de Rio Verde, em Goiás, que aumentará em 30% a capacidade produtiva atual da empresa, justifica por si só a reformulação da nossa operação logística." 
Ele continua: 
"Além disto, outros fatores nos levam a reformular nossas operações logísticas: a compra do frigorífico Batávia, que somou à rede uma nova unidade industrial no Paraná e novos centros de distribuição; o crescimento das vendas da Perdigão nos últimos 5 anos; e a estratégia de lançamento de novos produtos (aumentando o mix de produtos), bastante agressiva nos últimos anos (figura 5)." 
Algo precisava ser feito visando não só a redução dos custos logísticos, mas principalmente um melhor atendimento ao consumidor. A diretoria da empresa percebeu que investimentos na área de logística eram fundamentais para que a Perdigão continuasse seu crescimento no mercado. 
"A qualidade do serviço é fundamental para a estratégia da Perdigão", confirma novamente seu gerente de logística. 
Dentro deste contexto, a Perdigão procurou uma empresa de consultoria de renome internacional para ajudá-la no redesenho de suas operações logísticas. 
REDESENHANDO A REDE LOGÍSTICA 
Com ajuda da empresa de consultoria a Perdigão está redesenhando sua rede de suprimentos. Sobre isto, o vice presidente da consultoria contratada afirma: 
"Empresas como a Perdigão têm custos associados à logística bastante expressivos, isto ocorre porque, o supply chain e logística incluem muito mais do que o transporte, movimentação e armazenagem dos produtos. Há dois outros importantes custos a serem relacionados: o de manter estoques (inventário) e um outro ainda mais difícil de mensurar e que usualmente tem um peso grande no tipo de negócio da Perdigão, o da venda perdida pelo fato da empresa não ter o produto no local e na hora certa." 
O primeiro passo deste trabalho foi feito pela empresa de consultoria com o auxílio de um software de simulação da cadeia de suprimentos (Supply Chain Designer, da Synquest Software). Através de modelos matemáticos, este software oferece milhares de combinações e cenários, simulando a melhor solução para atender o cliente em até 24 horas com o menor custo. 
“Através deste software tomamos decisões estratégicas sobre onde devemos investir com a ampliação ou construção de novos centros de distribuição, e quais deverão ser desativados”, comentou o gerente de logística da Perdigão. 
Como resultado deste estudo a Perdigão passou a adotar o conceito de “multifiliais”, um rezoneamento (distribuir por zonas, por regiões específicas) das áreas de atendimento das filiais de vendas e dos centros de distribuição. Anteriormente, todo centro de distribuição estava atrelado a uma filial de vendas, ou seja, o centro de distribuição só fazia entregas na sua região de vendas. Agora, o programa de gerenciamento de logística identifica a filial mais próxima ao cliente para que esta faça a entrega independente de qual filial tenha feito a venda. Assim, um cliente em Unaí (MG), que era atendido pelo centro de distribuição de Minas Gerais, será atendido pelo centro de distribuição do Distrito Federal que fica em uma menor distância, ainda que sua filial de vendas seja a de Minas Gerais. Com o novo sistema, além de reduzir o tempo de entrega do produto ao cliente, o custo com o frete será menor. 
Com o novo sistema, a empresa espera racionalizar a distribuição, reduzindo custos de frete e de estocagem de produtos. 
O próximo passo envolverá a compra de um software de gerenciamento da cadeia de suprimentos mais adequado às necessidades da Perdigão. No momento a Perdigão está na fase de escolha deste software que proporcionará à empresa mais um recurso para gerenciamento da rede logística e para tomada de decisões. Envolvido na escolha deste software o gerente de recursos de informações da Perdigão explica: 
“Hoje, o controle da frota de transportes é feito por um roteirizador e uma ferramenta própria de abastecimento. Com o software de Supply Chain, estaremos integrando nosso processo logístico ao sistema de gestão empresarial SAP R/3, o que deve agilizar os processos e facilitar as decisões estratégicas.” 
A Perdigão está apenas iniciando um longo trabalho com algumas definições estratégicas. O objetivo deste trabalho é ter um sistema integrado de gestão da cadeia de suprimentos, um raio-x completo de toda a cadeia, do produtor ao cliente final. “Tornar a cadeia de suprimentos ainda mais eficaz no que se refere à redução de custos e melhoria no nível de serviço é nosso objetivo”, comenta o gerente de logística que espera em 2003, término do projeto, reduzir em 6% os custos anuais da empresa em logística. 
REFERÊNCIAS
LAVALLE, C. A Organização Logística Em Empresas Da Cadeia De Suprimento De Alimentos: Um Desafio Gerencial, Revista Tecnologística, Agosto/1999. 
PORTER, M. E. Competitive Strategy: Techniques for Analysing Industriesand Competitors, Free Press, New York, NY, 1980. 
ANEXO

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